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1 ESTRATÉGIA PARA SEGURANÇA DO PACIENTE 1 SUMÁRIO NOSSA HISTÓRIA ................................................................................................................................ 2 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3 2. COMPREENDENDO A TRAJETÓRIA DE IMPLANTAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA DO PACIENTE ........................................................................................................................................... 7 2.1 Múltiplas Fases de Implantação das Estratégias de Segurança do Paciente ......................... 9 2.1.1 Sentimentos Ambíguos Relacionados à Implantação das Estratégias de Segurança do Paciente ..................................................................................................................................10 2.1.2 Discussão Sobre a Implementação das Estratégias de Segurança do Paciente ............11 3. IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS RELACIONADOS À ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ...16 3.1 Incorporação de Práticas Seguras e Baseadas em Evidências .............................................21 3.1.1 Levantamento de Barreiras e Oportunidades Para um Cuidado Seguro ......................24 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................27 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................29 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 1. INTRODUÇÃO Pautado no princípio hipocrático “primeiro não causar dano”, a temática que envolve a segurança do paciente tem sido reconhecida mundialmente e constitui-se em um grande desafio às organizações de saúde. Isto porque, na área da saúde, os riscos são inerentes ao processo de trabalho e observa-se grande incidência de danos ao paciente que pode acarretar, no prolongamento do tempo de internação, lesões permanentes e até mesmo morte. Os danos, decorrentes da assistência à saúde, encontram-se presentes em instituições geralmente delineadas pela sobrecarga de trabalho, muitas vezes aliada ao dimensionamento de pessoal inadequado e à carência de capacitação dos seus trabalhadores. Além disso, a literatura aponta outros fatores, como a comunicação ineficaz, a dificuldade no relacionamento interpessoal entre os profissionais de saúde e o desconhecimento da liderança quanto às fragilidades e potencialidades de sua equipe. Diante do exposto, a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2002, fomentada pela necessidade de reduzir os riscos e danos evitáveis ao paciente, decorrentes da assistência à saúde, recomendou a todos os países que 4 desenvolvessem estratégias para a promoção do cuidado seguro. Para atender a proposta referida, no Brasil, o Ministério da Saúde (MS) instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), com o objetivo de melhorar a qualidade do cuidado em saúde por meio da implantação de metas voltadas à segurança do paciente, a saber: identificar corretamente o paciente; melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde; melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos; assegurar a cirurgia em local de intervenção, procedimento e pacientes corretos; higienizar as mãos para evitar infecções; e reduzir o risco de quedas e lesão por pressão. As referidas metas compõem um passo extremamente importante para obter cuidado seguro, mas para alcançá-las, fazem-se necessárias mudanças na cultura organizacional da instituição hospitalar, voltadas para o aprendizado a partir de erros. Essa transmutação, por sua vez, envolve processos demasiadamente complexos na busca da reorganização do cuidar, porque há necessidade de a comunicação ser fundamentada na confiança mútua entre os colaboradores e de a alta gestão reconhecer que processos mal delineados induzem à ocorrência de falhas. Cumpre mencionar que, embora haja o estímulo das organizações nacionais e internacionais para a promoção do cuidado seguro, observa-se que ainda existem fatores estruturais que dificultam a garantia da segurança do paciente. Entre as causas que favorecem a ocorrência de falhas não intencionais durante a assistência ao paciente, constam o dimensionamento de pessoal inadequado, a sobrecarga de trabalho, o estresse, a formação deficiente e a cultura organizacional voltada à resistência às mudanças. Em ambientes assim, o enfermeiro, enquanto líder e gestor do processo de cuidado, tem papel basilar de promover cuidados seguros durante todo o tempo em que o paciente permanecer na instituição de saúde. Considerando que no processo de atendimento à saúde o risco de o paciente sofrer danos é maior quando os processos institucionais não são planejados ou é planejado de forma inadequada, este estudo se justifica porque é de suma importância o desvelamento e a divulgação de informações que contribuam para a prevenção de danos ao paciente, principalmente quando se refere ao processo de implantação de estratégias voltadas à segurança. Paralelamente, a complexidade dos serviços de saúde e a incorporação de tecnologias elaboradas têm sido atribuídas a riscos adicionais na prestação do cuidado. Entretanto, estratégias simples e efetivas podem prevenir e reduzir riscos e danos 5 nestes serviços, por meio do seguimento de protocolos específicos, associadas às barreiras de segurança nos sistemas e à educação permanente. Instituições hospitalares têm incorporado tal ponto de vista com o objetivo de oferecer assistência de excelência, diminuir custos e assegurar a satisfação à clientela. Busca-se instituir a segurança nas organizações de saúde enquanto processo cultural, promovendo maior consciência dos profissionais quanto à cultura de segurança, compromisso ético no gerenciamento de risco com consequente aquisição de segurança para si e para a clientela atendida, suprindo a lacuna existente no aspecto da segurança do paciente. Tal lacuna pode ser constatada no processo assistencial, em que merece destaque a ocorrência crescente de eventos adversos (EAs), ou seja, de danos não intencionais que resultam em incapacidade temporária ou permanente e/ou prolongamento do tempo de permanência na instituição ou morte, como consequência de um cuidado de saúde prestado. Os eventos adversos são comumente associados ao erro humano individual, mas devem-se considerar como desencadeadores as condições de trabalho, os aspectos estruturais e a complexidade das atividades desenvolvidas. As situações que predispõemao risco de eventos adversos incluem avanço tecnológico com deficiente aperfeiçoamento dos recursos humanos, desmotivação, falha na aplicação da sistematização da assistência de enfermagem (SAE), delegação de cuidados sem supervisão adequada e sobrecarga de serviço. No âmbito da assistência de enfermagem, os erros mais frequentes a ela relacionados ocorrem na administração de medicamentos; na transferência de paciente e na troca de informações; no trabalho em equipe e comunicação; na incidência de quedas e de úlceras por pressão; nas falhas nos processos de identificação do paciente, na incidência de infecção relacionada aos cuidados de saúde, entre outros. Desse modo, compreender a relação entre riscos, características dos cuidados à saúde e aporte da rede hospitalar pode fornecer à enfermagem elementos importantes para a melhoria da assistência. Embora os riscos relacionados aos cuidados de enfermagem venham sendo abordados amplamente na literatura, torna-se importante conhecer como eles são percebidos e avaliados pelos profissionais implicados na assistência direta ao paciente. Esse conhecimento é relevante para estabelecer articulações entre os serviços hospitalares, desencadear ações de 6 educação em saúde, contribuir para a redução da mortalidade associada a eventos adversos graves e melhorar a qualidade de vida de pacientes e profissionais. Diante da problemática exposta sobre a cultura de segurança nas organizações de saúde, examinam-se os fenômenos e o modelo assistencial de enfermagem que envolvem a segurança do paciente a partir do seguinte questionamento: que estratégias são utilizadas pelos enfermeiros para promover segurança do paciente no contexto hospitalar? Estudos relacionados à segurança do paciente e à participação do enfermeiro na implantação de estratégias para a melhoria da qualidade e da segurança da assistência de enfermagem são necessários e, ao mesmo tempo, recentes e inovadores, podendo ajudar os profissionais da área a conhecer as causas e os efeitos à saúde do paciente, além de possibilitar treinamentos adequados à prevenção de novas ocorrências e implementação da cultura da segurança nos serviços de saúde em geral. Assim nesse contexto objetivou identificar e analisar estratégias para garantir a segurança do paciente na perspectiva de enfermeiros assistenciais, acreditando serem estes os profissionais que mantêm maior proximidade do paciente, na busca por gerenciar e desenvolver um cuidado ético, tecnicamente capacitado e fundamentado na cultura de segurança. 7 2. COMPREENDENDO A TRAJETÓRIA DE IMPLANTAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA DO PACIENTE Figura 1 Apesar de o termo cultura de segurança ser recente no âmbito da área da saúde, observou-se por meio da análise dos relatos dos enfermeiros gestores que, nos hospitais investigados, antes de implantarem as estratégias de segurança do paciente, houve esforços à promoção da cultura de segurança: antes das estratégias [de segurança], um grupo, em 2012, iniciou propostas para se promover a cultura de segurança (H1E1); foi iniciada a discussão das estratégias de segurança em 2009, com o desenvolvimento da cultura [de segurança], que até aquele momento não era explorado, não era falado no hospital [...] (H2E1). Os participantes também apontaram que, durante a trajetória de implantação das estratégias de segurança do paciente, formou-se o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) na instituição para apoiar as ações de segurança: [...] foi formado uma Comissão, o Núcleo de Risco [...] com várias pessoas do hospital, cada uma 8 sendo responsável por um protocolo... (H3E3); [...] existiu uma Comissão de Segurança do Paciente, antes da RDC nº36. Depois dessa normativa, todas essas Comissões formaram um Núcleo de Segurança do Paciente (H4E6). Os enfermeiros gestores relataram ter realizado atividades de capacitação aos colaboradores, por meio de palestras e entrega de folders para divulgar o conhecimento em torno da temática segurança do paciente: desde 2012 tivemos uma aproximação com as metas internacionais [...] foram realizados diversos treinamentos (H2E8); [...] foi realizado palestra, entregue folder e trabalhado com a equipe nas unidades (H1E11); foram realizados alguns treinamentos [sobre segurança do paciente] porque é um assunto novo na instituição (H4E6). A partir da escuta dos liderados, acerca do atendimento ao paciente, o enfermeiro gestor pode proporcionar melhorias na qualidade dos serviços ofertados e, consequentemente, minimizar os riscos de danos, conforme consta no extrato a seguir: você tem que ouvir as pessoas envolvidas no processo [...], temos que levantar problemas e isso só conseguiremos se ouvirmos as pessoas que prestam cuidados diretos [...] porque, quando [a ideia] parte deles é possível melhorar [...], eles querem que dê certo (H2E3). No depoimento sobre a trajetória de implantação das estratégias de segurança do paciente, foi possível identificar falas que apontam resistências dos profissionais em aderir às medidas propostas para a prática do cuidado seguro: foi planejado, mas apenas uma ou outra pessoa tem aderido às mudanças. Os demais são contra o que foi proposto e apenas põem empecilhos [...] você planeja algo, mas uma pessoa adere à ideia e todos os demais tentam destruí-la. Você luta, luta e não consegue chegar a lugar algum (H3E8); ao iniciar a identificação do paciente, por meio das pulseiras, foi observado resistência do colega em identificar o paciente, resistência da recepção em imprimir as pulseiras, resistência do colaborador da portaria. Enfim, várias resistências (H4E2); está sendo difícil implantar as estratégias [de segurança] porque existe a resistência do pessoal em mudar (H4E3). 9 2.1 Múltiplas Fases de Implantação das Estratégias de Segurança do Paciente Figura 2 Apesar de a normativa relacionada à promoção das estratégias de segurança do paciente ter sido instituída pelo MS em 2013, os hospitais investigados encontra- se em etapas distintas de implantação. Um deles, pelo processo de acreditação hospitalar, está à frente em relação aos demais e isso foi possível constatar na seguinte fala: a gente já implantou as estratégias de segurança do paciente para a acreditação, então elas já estão sendo reavaliadas e readequadas (H1E16). Nas instituições hospitalares que não vivenciavam o processo de acreditação hospitalar, os enfermeiros gestores apontaram que a implantação das estratégias de segurança do paciente estava em desenvolvimento: a implantação vai acontecer nesse ano de 2015, junto com o Núcleo de Segurança [do paciente], que está sendo instituído (H2E4); a partir deste ano [2015] as estratégias de segurança do paciente serão o foco principal [...] serão implantadas e colocadas no planejamento estratégico (H2E25);o planejamos foi no o ano de 2015 a implantação de todas as estratégias de segurança do paciente pelo Núcleo [de Segurança do Paciente] (H2E11). De acordo com os relatos, no momento da realização dos estudo, o hospital estava se organizando para as primeiras iniciativas quanto à implantação do cuidado 10 seguro. E isso pode ser percebido também nos verbatins: [...] implantadas efetivamente não, elas estão sendo construídas (H3E4); já tem os protocolos [de segurança do paciente], mas ainda não foram implantamos (H3E9); percebe é que não estão implantadas, foram realizadas reuniões para discutir às estratégias (H3E10). Também houve participantes que não se recordavam da etapa que o hospital se encontrava em relação à implantação das estratégias de segurança do paciente: observa se falta de estratégias em relação ao paciente e falta muito trabalho, para o paciente estar seguro, sobre as estratégias de segurança do paciente,tem um programa, que tem ser implantado, traz benefícios para o paciente. As metas de segurança do paciente foram implantadas, mas, sem execução. 2.1.1 Sentimentos Ambíguos Relacionados à Implantação das Estratégias de Segurança do Paciente O processo de mudança organizacional gera expectativas nos colaboradores, sejam elas positivas ou negativas, principalmente para aqueles que lideram o movimento. Essa concepção pode ser notada nos excertos a seguir, referentes à implantação das estratégias: [...] apesar de que estejam muito atrasados em alguns quesitos, mas a felicidade em participar da implantação de todas essas estratégias pra os profissionais; satisfação em ver esse processo acontecendo no hospital e pensar que, cada vez mais, proporcionaremos segurança para os pacientes e para os profissionais . Em que pese à satisfação referida, houve enfermeiros que manifestaram percepções negativas por resistência dos profissionais em aderir às estratégias de segurança do paciente: vejo alguns profissionais trabalhando, buscando e pesquisando de forma esplendorosa, revolucionária conhecimento para promoverem o cuidado seguro, mas isso acaba sendo diluído e menosprezado por outros trabalhadores. Percebe que é muito importante implantar as estratégias [de segurança do paciente], mas nem sempre elas [as estratégias] são aceitas e executadas (H2E16). Constataram, também, percepções distintas quanto à fase da implantação: [...]foi muita satisfação em ter começado o processo de implantação [das estratégias de segurança do paciente] antes da normativa do Ministério da Saúde e agora sinto- 11 me frustrada porque, estamos atrasados em relação a outros hospitais (H2E11); percebe que é um trabalho extremamente desgastante [a implantação das estratégias], mas ao mesmo tempo muito gratificante porque você consegue perceber os resultados positivos [advindos da implantação das estratégias de segurança do paciente]. 2.1.2 Discussão Sobre a Implementação das Estratégias de Segurança do Paciente O objetivo da implantação das estratégias de segurança do paciente é reduzir, a um mínimo possível, os riscos desnecessários decorrentes da assistência à saúde. Para que as organizações hospitalares obtenham sucesso durante o processo de implantação de tais estratégias, é essencial o fortalecimento de uma cultura de segurança positiva. De acordo com os excertos, os hospitais já haviam voltado à atenção para a prática de cuidado seguro, seguindo as metas internacionais de segurança do paciente. Isso merece destaque, porque a constatação de que hospitais universitários públicos brasileiros iniciaram as discussões em torno da temática segurança do paciente antes da normativa brasileira demonstra preocupação dos gestores em proporcionar assistência de qualidade aos pacientes. Com relação ao papel do líder no processo de iniciação e implantação da cultura de segurança, propõe-se que este deverá conduzir os liderados por meio da comunicação efetiva, da promoção do desenvolvimento profissional, através de capacitações, do incentivo às práticas seguras e da realização do feedback a partir da análise dos eventos. No contexto em pauta, destaca-se o papel do enfermeiro, o qual lidera a maior equipe que presta assistência à saúde, que possui habilidades gerenciais e é o profissional responsável por grande parte das tomadas de decisões relacionadas à qualidade da assistência à saúde. Além de ser o gestor do processo de cuidado, que tem o papel basilar de promover cuidados seguros durante todo o tempo em que o paciente permanecer na instituição de saúde. Os relatos, quanto à formação do NSP durante o processo de implantação das estratégias de segurança do paciente, apontam que os enfermeiros entendem a importância de considerar as orientações nacionais para que as estratégias de 12 segurança do paciente sejam efetivadas nas instituições de saúde. Isso porque, de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n. 36, de 2013, o MS estabelece a implantação de NSP nos serviços hospitalares, podendo sofrer sanções penais mediante o descumprimento da referida lei. Ainda com referência ao NSP, os participantes relatam que o núcleo é composto por diversos profissionais e isso coaduna com o que reza a RDC n. 36, a qual recomenda a participação de uma equipe multiprofissional capacitada em conceitos relacionados à qualidade, à segurança do paciente e às ferramentas de gerenciamento de riscos, além de serem profissionais que tenham perfil de liderança. Os verbatins relacionados à capacitação aos colaboradores indicam que os participantes, com vista à implantação das estratégias de segurança do paciente, realizaram ações voltadas à disseminação do conhecimento em torno da temática. Esta estratégia é recomendada porque tende a promover mudanças significativas na cultura de segurança das organizações, contribuindo com o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à assistência segura ao paciente. O momento de escuta dos liderados constitui-se em um item importante no processo de melhoria da qualidade da assistência, pois a implantação das estratégias de segurança do paciente envolve, principalmente, os profissionais que estão enredados com o cuidado direto ao paciente. Assim, para que o enfermeiro identifique situações da assistência que necessitam de melhorias, faz-se necessário utilizar ações educativas pautadas na vivência do cotidiano e realizar momentos de discussão e de reflexão com a sua equipe quanto ao cuidado que está sendo prestado. Neste sentido, alvitra-se que proporcionar momentos de escuta para que a equipe exponha a sua opinião faz com que os seus membros sintam-se parte do processo e, consequentemente, dediquem se com mais afinco para que as estratégias alcancem o resultado esperado. Portanto, valorizar os saberes e as experiências dos indivíduos, constitui-se em fator de extrema importância para a garantia da segurança da assistência, pois toda mudança requer participação de todos os níveis da organização. No contexto dos excertos mencionados em torno da resistência dos profissionais em aderir às medidas propostas para a prática do cuidado seguro, depreende-se que a resistência a mudanças pode estar relacionada à cultura organizacional existente em instituições públicas. 13 O sentimento de estabilidade dos profissionais de instituições públicas, em alguns momentos, pode afetar a realização das atividades, pois o trabalhador poderá executá-las da maneira que lhe for conveniente ou, simplesmente, não executá-las, tornando o processo de mudança em algo complexo e oneroso. Ainda sobre a resistência a mudanças, esta pode ser causada por processos de incertezas nos indivíduos, o que os afeta psicologicamente e provoca medo e, consequentemente, resistência. Tem-se então que, quando o assunto é mudanças, a resistência configura-se em um dos maiores desafios para os gestores, pois, comumente, tudo que é desconhecido, que foge do comodismo, traz uma tendência natural à resistência. Para minimizar esse quadro, é necessário que todos os níveis da organização participem do processo de mudança. Com isso, aos profissionais de nível mais elementar cabem: entender a necessidade de mudança, participar das decisões e sentirem-se envolvidos; aos líderes, direcionar o processo e motivar os profissionais; e à alta direção, disponibilizar os recursos humanos e materiais. Percebe-se que a trajetória vivenciada pelos enfermeiros gestores no processo de implantação das estratégias de segurança do paciente foi permeada pela promoção da cultura de segurança, formação do NSP, capacitação, envolvimento e escuta dos colaboradores e também pela resistência dos profissionais em aprimorar a prática assistencial ao paciente. De acordo com excerto H1E16, implantar as estratégiasde segurança do paciente em uma organização que vivenciou o processo de acreditação pode ter garantido maiores avanços no quesito cuidado seguro, quando comparado a outras instituições. Nesse contexto, cumpre mencionar que o primeiro Nível de Acreditação, fundamentado no modelo da Organização Nacional de Acreditação, volta-se principalmente para adequações relacionadas à estrutura e à segurança do paciente, enfatizando metas comuns àquelas estipuladas pelo PNSP. O processo de Acreditação Hospitalar atua como importante promotor de mudanças na instituição, com destaque para o maior engajamento e comunicação efetiva entre os colaboradores, a cultura organizacional positiva, o atendimento pautado nas necessidades do paciente e a gestão de processos voltada às práticas seguras. 14 Observa-se que, apesar de o MS ter instituído, o PNSP, com intuito de minimizar os danos decorrentes da assistência à saúde, duas organizações hospitalares ainda se encontram na fase de implantação das estratégias de segurança do paciente. Isso pode ocorrer pelas dificuldades dos hospitais em desenvolverem a cultura de segurança positiva. A não incorporação desta cultura pode interferir negativamente nas ações em favor do atendimento seguro, podendo acarretar em maior incidência de eventos adversos,9 quando comparado aos serviços que prezam pelas estratégias de segurança do paciente. Também houve participantes que não se recordavam da etapa em que o hospital se encontrava em relação à implantação das estratégias de segurança do paciente. O conhecimento em torno do atendimento seguro faz-se necessário para que o gestor conheça as falhas na assistência e, com isso, adote medidas preventivas eficazes frente ao erro. Ademais, a carência na formação do líder quanto às estratégias seguras constitui-se em uma das principais barreiras para sua efetivação. Portanto, é necessário que o enfermeiro gestor identifique a necessidade de aprimorar seus conhecimentos acerca do cuidado seguro para que se possa garantir maior segurança aos pacientes, aos profissionais e à instituição. O processo de implantação das estratégias de segurança do paciente deve envolver todos os profissionais, direta ou indiretamente enredados na assistência à saúde. Nesse âmbito, a participação do enfermeiro é fundamental na construção e efetivação do cuidado seguro, pois esse profissional é munido de conhecimento técnico e científico, lidera o maior contingente de trabalhadores da instituição e é responsável pela prestação de cuidados ao paciente durante as 24 horas do dia. Constatou-se, portanto, que três das quatro instituições investigadas ainda se encontram na fase inicial, apesar de a normativa brasileira declarar a necessidade de todos os estabelecimentos de saúde implantarem as medidas de segurança do paciente. Todo movimento em prol de mudanças causa percepções positivas ou negativas, principalmente naqueles que conduzem o processo. Os verbatins indicam que H1E15 e H3E11 estão satisfeitos em participar do processo de implantação das estratégias de segurança do paciente. A participação dos profissionais em ações que modificam o processo de trabalho na instituição causa percepções positivas pela oportunidade de vivenciar novas experiências e de ampliar conhecimentos. 15 Esse fato também se relaciona diretamente com a qualidade da assistência e, consequentemente, com o desenvolvimento de práticas seguras. Percebe-se no depoimento H3E11 a satisfação em proporcionar segurança ao paciente e ao profissional, que converge com a afirmativa de que o profissional ao aderir às práticas seguras terá benefícios, porque, uma vez que os erros são diagnosticados e as falhas nos processos são corrigidas, o colaborador terá melhores condições de trabalho e satisfação com a profissão. Ademais, complementa que o paciente terá o benefício de receber assistência segura e de qualidade e a organização, por sua vez, terá credibilidade e redução nos custos. Em que pese a satisfação referida, houve enfermeiros que manifestaram percepções negativas por resistência dos profissionais em aderir às estratégias de segurança do paciente. A percepção de tristeza é fortemente evidenciada na fala H4E2, ao discursar que sente “dor no coração” pela falta de adesão às estratégias. Esse pesar pode ser observado pela comunicação não verbal do entrevistado, pois, nesse momento, houve diminuição do seu tom de voz e o olhar se fez distante em direção à porta da sala. Durante o processo de mudança é comum que existam resistências dos indivíduos pelo medo de vivenciar as novas experiências e até mesmo pelo hábito de realizar as mesmas atividades por longo tempo. Mediante isso, o gestor deverá proporcionar atividades que estimulem os colaboradores ao conhecimento dos benefícios da mudança e assim obter a adesão às ações propostas. O extrato de H2E11 denota que a implantação das estratégias antes da normativa brasileira produziu satisfação no trabalho, mas, mediante o atraso, ele se sente decepcionado. Em situações assim, o líder tem papel preponderante no sucesso da implantação das estratégias de segurança do paciente e, ao detectar sentimentos de frustração na equipe, necessita atuar no sentido de conter as emoções, de forma a não influenciar na assistência ao paciente e, também, no relacionamento interpessoal entre os profissionais. 16 3. IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS RELACIONADOS À ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Figura 3 Enfermeiros relataram os principais riscos relacionados à assistência de enfermagem na instituição, bem como as causas atribuídas à sua ocorrência: (...) Ao receber cuidados de enfermagem, o paciente está submetido a riscos físicos, químicos... (E1) O paciente está sujeito à falta de segurança com relação à medicação (pode haver troca de medicação), a queda (queda no banheiro)... (E13) Enquanto a gente dá as prioridades, os outros ficam correndo risco de queda, por exemplo. (E20) (...) temos riscos de queimadura, tipo de placas de bisturi; dos produtos que a gente utiliza para assepsia, que podem dar queimadura química; então a gente tem que estar sempre atento a esses cuidados. 17 (E35) Percebe-se nos discursos a preocupação dos enfermeiros com a existência de riscos físicos, químicos e mecânicos que afetam o cuidado de enfermagem e que geram insegurança para o paciente assistido na instituição. Figura 2 Já foi observado que nos riscos físicos, o objeto externo transformam-se em processo interno ao entrar em contato com o corpo, devendo ser motivo de preocupação dos profissionais no cuidado direto ao paciente. Nos riscos mecânicos, por sua vez, ocorre à ruptura da continuidade do corpo, causando ferimentos e fraturas, sendo um dos mais preocupantes, no contexto hospitalar, o risco de queda do leito. Sua incidência é considerada, atualmente, indicador de qualidade da assistência de enfermagem, consistindo no número de quedas do leito (chegada involuntária ao solo) em relação ao número de pacientes-dia no mês considerado. 18 O referido indicador agrega as modalidades de quedas da cama, berço, incubadora e maca, possibilitando avaliar a qualidade do cuidado de enfermagem e favorecendo a adoção de medidas preventivas e de monitoramento por parte dos enfermeiros para minimizar o problema. Além disso, os resultados deste indicador possibilitam analisar variações geográficas na distribuição da incidência de quedas, identificando áreas e grupos que se encontram em maior risco; orientar medidas de intervenção para que os pacientes não sofram quedas do leito nas dependências do hospital; além de subsidiar o processo de planejamento, gestão e avaliação das ações de enfermagem voltadas aos pacientes em atendimento. Riscos de outras ordens também foram relacionadosà (in) segurança do paciente pelos enfermeiros, tais como os institucionais, incluindo a sobrecarga de trabalho e as falhas na comunicação por parte dos membros da equipe: Riscos comuns são os de erros de comunicação. (E12) Os riscos que existem são falta de atenção, o cansaço... o enfermeiro trabalha sempre em dois lugares, facilitando a ocorrência dos erros. (E2) As concepções dos enfermeiros corroboram as dos pesquisadores que abordaram falhas no seguimento da rotina, conflitos pessoais e falhas na comunicação como eventos adversos do tipo institucionais, os quais devem seguir o mesmo monitoramento que se realiza nos casos de eventos clínicos ou assistenciais. Pesquisadoras já afirmaram que os problemas de comunicação acarretam transtornos nas atividades da equipe, levando os profissionais a culparem uns aos outros pelas falhas, o que ocasiona desgaste emocional, atrasos e/ou omissão na administração de medicamentos, além de gerar gastos desnecessários às instituições hospitalares. Outros autores sugerem, ainda, a utilização de boletins de notificação de eventos adversos, com o intuito de promover a identificação destes eventos e incidentes, proporcionar à enfermagem um meio de comunicação prático a respeito destes fatos inesperados e indesejados, possibilitar a exploração das situações, a construção de um banco de dados sobre riscos e situações-problema e permitir a execução das modificações necessárias ou oportunas no processo da assistência. O que se percebe, na prática, é a existência de um círculo vicioso que necessita ser rompido para que processos sejam revistos e estratégias sejam implementadas, visando à melhoria da comunicação e à garantia de cuidados seguros aos pacientes. No processo de administração de medicamentos, por exemplo, esse 19 círculo vicioso inicia-se com a comunicação inadequada entre o profissional da farmácia que dispensa a medicação, o médico que prescreve e o membro da equipe de enfermagem que administra. Nesse procedimento, a falha na comunicação é considerada uma das principais causas de erros, os quais também não são devidamente notificados, analisados e tratados por parte dos envolvidos, acarretando, novamente, erros de comunicação na dinâmica da equipe. No que se refere à identificação das cargas de trabalho, é importante que, dadas as condições precárias de trabalho da equipe de enfermagem, sejam priorizados tanto a identificação como o combate de todos os fatores físicos, mecânicos, químicos, biológicos e psicossociais que interferem no bem-estar dos indivíduos na prestação do cuidado. As falas que se seguem demonstram que os enfermeiros identificam, também, riscos assistenciais no processo de cuidar, principalmente os relacionados à administração inadequada de medicamentos: Tem o risco de contaminação, de infecção hospitalar, risco de erro de medicação... (E5) Risco de desenvolverem úlceras por pressão; risco de pneumonia por aspiração; risco por negligência, pela má administração de antibióticos: medicamentos pela via errada; equipamentos que deem defeito durante a administração de medicamentos... (E8) Acontece erro de dosagem de medicação e diluição... (E32) Os riscos têm relação com o bem-estar dos pacientes, com os erros de procedimento e os erros de medicação... (E24). O cuidado prestado aos pacientes hospitalizados é complexo e requer que seja executado com qualidade e sem gerar danos desnecessários ao indivíduo. No ambiente hospitalar, a terapia medicamentosa é amplamente utilizada para tratamento das doenças e manutenção da saúde. No entanto, os pacientes hospitalizados e que fazem uso de múltiplos medicamentos encontram-se mais vulneráveis à ocorrência de eventos adversos. Pesquisas já abordaram o problema da incidência de eventos adversos relacionados a medicamentos (EAM) sugerindo que esta corresponde apenas à 'ponta de um iceberg' e que a implantação do método de identificação de EAM e a revisão do sistema de medicação nas instituições favorecem o monitoramento e a implementação de mecanismos de defesa, barreira e proteção voltadas para a melhoria da segurança do paciente. Acrescenta-se que o uso inadequado de medicamento tem sido considerado um problema de saúde pública prevalente em todo o mundo, aumentando 20 os custos para as instituições e gerando descontrole em seus orçamentos, o que pode impactar, negativamente, na oferta de serviços e materiais para o cuidado a ser prestado. Além da identificação dos riscos mecânicos, físicos, assistenciais e institucionais, uma das enfermeiras acrescentou os riscos clínicos aos quais os pacientes estão submetidos: [O paciente está exposto a] risco de choque térmico, choque hipovolêmico, queimaduras e outros]. (E10) Quanto à preocupação com os riscos clínicos, tais como choque hipovolêmico, queimaduras e hemorragias, alguns autores já revelaram que os enfermeiros e os demais profissionais de saúde tendem a valorizar a descrição de eventos adversos que comprometem a vida do paciente, como os casos de hemorragias e arritmias cardíacas. Tais eventos são oriundos da existência de riscos clínicos na prestação do cuidado que não são devidamente monitorados e evitados. Por outro lado, cabe ressaltar a importância de estabelecer uma comunicação eficaz desde a identificação do risco ou incidente crítico, do menos grave ao mais grave, evitando, assim, a ocorrência do evento adverso e dos danos por ele gerados. Não se deve estimular apenas a notificação do evento adverso grave, mas também dos riscos, de suas causas e das estratégias implementadas para seu tratamento. Finalmente, alguns discursos evidenciaram a percepção dos enfermeiros no que diz respeito às infrações éticas dos colegas e as condições estruturais precárias do serviço, as quais implicam em insegurança para o paciente e em maior exposição aos riscos citados: Os riscos são de imperícia mesmo! Alguns profissionais, não só enfermeiros, como médicos e auxiliares, realizam procedimento de forma errada e displicente. (E15) Se a pessoa não for habilitada pra aquele cuidado, é comum o risco de medicação trocada, de um cuidado mal feito. (E33) ... Na emergência, não tem suporte nenhum para a segurança do paciente. São leitos no meio do corredor, as identificações são feitas em um pedaço de papel ofício... é triste! (E4) Não acontece mudança de decúbito e, dessa forma, não tem muito o que fazer [para prevenir lesões] porque o paciente fica em uma maca. (E16) Alguns autores já abordaram que é imprescindível gerenciar as condições de trabalho dos profissionais e a responsabilidade das empresas prestadoras de serviços de saúde, considerando o fato de que as ocorrências éticas existem quando as ações 21 dos profissionais se mostram negligentes, imprudentes ou mesmo realizadas sem a devida habilidade técnica ou conhecimentos necessários para consecução segura dos cuidados de enfermagem. Os pesquisadores acrescentam que a prevenção e o controle das ocorrências éticas exigem investimentos materiais e humanos e envolvem custos e vontade política para implementar ações de mudanças na dinâmica e nas condições de trabalho. Todos os esforços dos enfermeiros seriam insuficientes para um enfrentamento das ocorrências éticas de enfermagem se não houvesse um processo de parceria da instituição e dos profissionais da área da saúde, no sentido de se comprometerem, eticamente, com a meta institucional de zelar pela segurança, pela integridade e pelo respeito aos direitos do paciente, do colega de trabalho e dos próprios direitos, enquanto profissionais e cidadãos. 3.1 Incorporação de Práticas Seguras e Baseadas em Evidências Figura 3 Nesta categoria, destacaram-se grande parte das unidades de registro (21) abordando a prática segura e baseada em evidências como estratégia para promover 22 a segurançana instituição. A preocupação dos enfermeiros em desenvolver boas práticas pode ser constatada nos discursos a seguir: “... Acredito que sejam boas práticas que façam com que o ambiente seja seguro, tranquilo, um ambiente de trabalho bom. (E1) A gente procura proporcionar o melhor conforto e segurança do paciente, sempre observando a questão do leito, das grades levantadas (...) (E21) (...) A equipe de enfermagem deve fazer o transporte com o paciente na cadeira de roda ou na maca com as grades levantadas por conta da proteção para diminuir o risco de queda. (E34) ... Para não levar infecção para os outros pacientes, tem sempre anotado nas evoluções, temos também as plaquinhas [indicado os tipos de isolamentos] nos leitos; preenchemos um impresso com os procedimentos invasivos: sonda, acesso, (...). Isso é um meio que a gente pode ter para evitar essas infecções. (E35) [Uma prática segura envolve] a questão do transporte do paciente, da apresentação, de conferir se é o paciente certo, se é o membro certo que vai ser operado, seguindo os protocolos...(E22)”. Percebe-se que as boas práticas citadas dizem respeito, principalmente, à inquietação dos enfermeiros com relação ao risco frequente de quedas, de transmissão de infecção relacionada aos cuidados em saúde e de eventos adversos relacionados ao procedimento cirúrgico em seu ambiente de trabalho. Tais achados denotam a preocupação com o desenvolvimento de práticas baseadas em evidências em sua área de atuação. Sobre este aspecto, as pesquisas têm reforçado a ideia de que os enfermeiros são os principais responsáveis pela incorporação de práticas seguras nos serviços de saúde e de indicadores da qualidade do cuidado prestado, o que está relacionado à busca pela eficiência e conformidade da assistência com as evidências disponíveis sobre segurança do paciente. Acrescente-se que a realização dos cuidados certos, no momento certo, da maneira certa, para a pessoa certa, objetivando alcançar os melhores resultados possíveis, são princípios que fundamentam a qualidade da assistência. Estes são evidências que podem direcionar a prática de enfermeiros que se empenham em prestar assistência ética e respeitosa, baseada nas necessidades do paciente e da família, na excelência clínica e na melhor informação científica disponível. Em outra perspectiva, um estudo recente abordando a prática baseada em evidência como ferramenta para a atuação do enfermeiro constatou que a 23 implementação da evidência clínica na prática é tarefa difícil, sugerindo algumas atividades a serem desenvolvidas para atingir o êxito: desenvolver competências para interpretar os resultados das pesquisas; criar uma cultura gerencial e organizacional que favoreça a utilização de pesquisas; garantir recursos humanos e financeiros compatíveis com o necessário; tentar articular os achados da pesquisa a ser implementada à preferência dos pacientes e de seus familiares. Algumas enfermeiras entrevistadas ressaltaram, também, que as práticas seguras estão em conformidade com as evidências internacionais que configuram metas para a segurança do paciente, as quais têm sido divulgadas continuamente na instituição: ...) A gente está trabalhando com as metas internacionais de segurança do paciente. (E11) A gente está tentando implantar as metas, que são: identificação de pacientes, para que não haja troca; a cirurgia segura e a prevenção de quedas (...) (E14) (...) Entre outras ações que a gente desenvolve, temos o checklist de cirurgia segura para ver se a sala tá preparada, se é um ambiente seguro, se tem aspirador montado dentro da sala de cirurgia, a questão dos equipamentos, se tá tudo ok antes da cirurgia, as medicações... tudo é verificado! (E20). Os relatos demonstram que estes profissionais estão atentos à incorporação de evidências científicas em sua prática clínica, garantindo a oferta de um cuidado seguro, livre de danos e respaldado nas melhores ações traduzidas em qualidade da assistência. As metas evidenciadas nos relatos abrangem algumas das seis áreas de atuação que direcionam ações voltadas para a Segurança do Paciente, divulgadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 2005. Estas foram estabelecidas para promover melhorias específicas em áreas da assistência consideradas problemáticas e possuem elementos de mensuração específicos que são avaliados isoladamente em relação aos seguintes padrões: identificação correta dos pacientes; melhoria na efetividade da comunicação entre os profissionais da assistência; aperfeiçoamento da segurança no uso de medicações de alto risco; eliminação de cirurgias em lado-errado, paciente-errado, procedimentos-errados; 24 redução dos riscos de infecção; redução dos riscos de dano/lesão ao paciente vítima de queda. Uma enfermeira destacou: Se acontecer comigo um erro, eu vou tentar corrigi-lo, vou tentar fazer com que o paciente não seja prejudicado por conta disso. O ideal é que a gente sempre passe para um colega... (E6) Percebe-se a preocupação com a adequada comunicação do evento entre os membros da equipe, atitude também considerada princípio básico da prática de enfermagem. Sobre este aspecto, pesquisadoras garantem que a documentação durante a passagem de plantão, o compartilhamento de informação e os relatos de incidentes são considerados os aspectos mais formais da comunicação em enfermagem na perspectiva de garantir sua efetividade. Em sua pesquisa, divulgaram ser a cultura ideal aquela em que a comunicação acontece de forma aberta e justa, ao mesmo tempo em que o relato é parabenizado, incentivado, e os indivíduos não são culpados ou penalizados por falarem sobre incidentes de segurança ou sobre outras preocupações relacionadas. Quando se fala em boas práticas, cabe lembrar o fato de que o sistema de saúde não tem sido desenhado para promovê-las. Dessa forma, poucos são os profissionais de enfermagem do mundo que trabalham em condições apropriadas que lhes permitam desenvolver os cuidados de enfermagem que aprenderam ou idealizaram para seus pacientes e familiares. 3.1.1 Levantamento de Barreiras e Oportunidades Para um Cuidado Seguro Nesta categoria, discutiram-se barreiras e oportunidades encontradas no serviço para a garantia de um cuidado de enfermagem seguro, encontradas em apenas oito unidades de registro. Como oportunidades, destacaram-se a proximidade do paciente, a disponibilidade de materiais e a preocupação do profissional em desempenhar boas práticas na busca de melhores resultados, conforme se verifica em alguns discursos: Todos são bem cientes dos papeis que desempenham aqui dentro e de como evitar os erros. (E31) ... Eu considero a UTI segura, porque tem todo o 25 material necessário e, por não serem muitos pacientes para cada enfermeira, no caso aqui são quatro para cada enfermeira, tem a vantagem de você estar mais próxima dos pacientes e de evitar que aconteça. (E19) Pode-se verificar, nestes discursos dos enfermeiros da UTI, o reconhecimento de algumas características da estrutura do serviço como oportunidades para promover um cuidado seguro na instituição. Dentre estas, destacam-se a existência de profissionais competentes e cientes de suas responsabilidades diante da segurança do paciente, a disponibilidade de materiais e o dimensionamento adequado da equipe de enfermagem. Sobre este último aspecto, dados de recente pesquisa avaliou a influência do dimensionamento da equipe de enfermagem na qualidade do cuidado em UTI, e encontrou que existe relação entre o quantitativo de enfermagem subestimado e o aumento das taxas de infecções, mortalidade, quedas, pneumonia associada à ventilação mecânica, extubação acidental e tempo de internação. Portanto, no cuidado a pacientes críticos, para prevenir complicações, reduzirgastos e custos e desenvolver cuidados de qualidade, o estudo sugeriu o dimensionamento da equipe de enfermagem conforme a gravidade e a necessidade da clientela. Desse modo, concluiu-se que o adequado dimensionamento da equipe de enfermagem influencia na qualidade do cuidado prestado e, também, na ocorrência de eventos adversos aos pacientes críticos. Como barreiras, foram destaques a falta de materiais, de manutenção de equipamentos, os cuidados não realizados devido à demanda excessiva, entre outros, conforme pode ser constatado nas falas: ... a falta de segurança [na emergência] eu acho que está relacionada à gravidade a que os pacientes chegam e a falta de disponibilidade do ambiente em questão de administrar medicação. (E8) Não considero o hospital 100% seguro, devido a ser emergencial. (E11) ... Por ser um hospital público, tem certos períodos que têm algumas dificuldades em alguns materiais faltarem, alguns equipamentos falharem, mas assim, em teoria, o hospital foi planejado para oferecer segurança para o paciente. (E25). Os achados aproximam-se dos resultados de recente pesquisa que levantou as barreiras ou limitações do desenvolvimento da estratégia de segurança na perspectiva de profissionais de enfermagem. Encontrou-se que as principais ameaças detectadas naquele estudo envolveram: a profissão como barreira corporativa; 26 a organização e infraestrutura da assistência sanitária; variabilidade clínica, escassa protocolização e ausência de liderança; recursos materiais escassos; inadequação de proporção de profissionais e falta de trabalho em equipe; pressão assistencial e tempo; falta de incentivos e motivação; além da ausência de indicadores confiáveis de segurança. Portanto, é de considerável relevância investir nos enfermeiros assistenciais, permitindo sua participação nos processos de análise permanente das condições do serviço para continuarem identificando os riscos e incorporando práticas seguras e baseadas em evidência na instituição. Ressalta-se que este estudo possui limitações, que incluem, principalmente, o fato de ter envolvido somente os enfermeiros assistenciais de um hospital público da cidade de Fortaleza - CE, impossibilitando a generalização dos resultados. No entanto, contribuiu para o conhecimento da temática, sobretudo diante da constatação de que investigações sobre esse tema são novas e escassas no País. 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo neste contexto permitiu identificar e analisar estratégias para promover a segurança do paciente no contexto hospitalar. Tais estratégias foram elencadas por enfermeiros assistenciais, tendo merecido destaque aquelas relacionadas à identificação atenta dos riscos aos quais os pacientes estão sujeitos durante os cuidados de enfermagem, a incorporação de boas práticas na assistência direta e/ou indireta e a identificação das barreiras e oportunidades encontradas para promover a segurança na instituição. Percebe que os enfermeiros entrevistados conseguem identificar os principais riscos aos quais os pacientes sob seus cuidados estão expostos (físicos, químicos, assistenciais, clínicos e institucionais), os quais devem ser alvo de atenção. Esta atitude de identificação compartilhada dos riscos pode ser considerada a primeira estratégia para o estabelecimento da cultura de segurança na instituição. Os riscos levantados são inquietantes, pois evidenciam a qualidade da assistência; entretanto, após o seu levantamento, devem ser analisados para elucidar as possíveis causas, direcionando reflexões e educação permanente à equipe de enfermagem do serviço. Ademais, devem receber especial atenção dos gestores, que precisam incentivar e capacitar os profissionais para prevenção, notificação e manejo efetivos desses riscos durante a realização e a avaliação da assistência prestada. A incorporação de práticas baseadas em evidências associada ao levantamento das barreiras e oportunidades também foi uma estratégia identificada que correspondeu a um resultado encorajador, pois demonstra que iniciativas já estão sendo tomadas por parte dos profissionais no sentido de promover a segurança do paciente. Porém, no decorrer do estudo, o conhecimento tácito, a experiência, os valores e as habilidades em desenvolver ações que priorizem a segurança do paciente constituem um tipo diferente de evidência, a qual tem uma forte influência na tomada de decisão para o planejamento do gerenciamento do cuidado de enfermagem. Cabe ressaltar o impacto da segurança do paciente na qualidade da assistência de enfermagem. A redução dos riscos e dos danos e a incorporação de boas práticas favorecem a efetividade dos cuidados de enfermagem e o seu gerenciamento de modo seguro. 28 Esta melhoria depende da necessária mudança de cultura dos profissionais para a segurança, do uso de indicadores de qualidade, da existência de um sistema de registros, alinhados à política de segurança do paciente instituída nacionalmente. Portanto, esforços contínuos devem ser priorizados na prática, desde a alta direção aos profissionais da assistência direta, com o intuito de promover estrutura física, humana e organizacional em qualidade e quantidade que garanta a promoção da cultura de segurança no hospital e a satisfação dos colaboradores, pacientes e familiares. Tal investimento deve levar em consideração aspectos voltados para o gerenciamento com pessoas, jornadas de trabalho exequíveis, remuneração adequada e estabelecimento de bom relacionamento interpessoal por meio de incentivo à comunicação efetiva e ao trabalho em equipe. 29 REFERÊNCIAS World Health Organization (WHO). PatientSafety. [Internet]. 2013 [cited 2015 Out23]. Avaliablefromhttp:// www.who.int/topics/patient_safety/en/ Umpierrez AF, Fort ZF, Tomas VC. Eventos adversos na saúde e os cuidados de enfermagem: a segurança dos pacientes desde a experiência do profissional. Texto Contexto Enferm [Internet].2015 [cited 2015 Nov 11]; 68(1):144-54. 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