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02 Apostilas CCVE - 2021 EAD - Relacionamento Interpessoal

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Prévia do material em texto

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ 
 
Camilo Sobreira de Santana 
GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ 
 
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL - SSPDS 
 
Sandro Luciano Caron de Moraes 
SECRETÁRIO DA SSPDS 
 
ACADEMIA ESTADUAL DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ – AESP|CE 
 
Antônio Clairton Alves de Abreu 
DIRETOR-GERAL DA AESP|CE 
 
Nartan da Costa Andrade 
SECRETÁRIO EXECUTIVO DA AESP|CE 
 
Humberto Rodrigues Dias 
COORDENADOR DE ENSINO E INSTRUÇÃO DA AESP|CE 
 
José Roberto Moura Correia 
COORDENADOR PEDAGÓGICO DA AESP|CE 
 
Francisca Adeirla Freitas da Silva 
SECRETÁRIA ACADÊMICA DA AESP|CE 
 
Alana Dutra do Carmo 
ORIENTADORA DA CÉLULA DE ENSINO A DISTÂNCIA DA AESP|CE 
 
CURSO DE CONDUTORES DE VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA - CCVE/2021 
 
DISCIPLINA 
Relacionamento Interpessoal 
 
CONTEUDISTA 
Regina Elizabeth Teixeira Barreto de Azevedo 
 
REVISÃO 
Helana Paula Nascimento do Carmo 
 
FORMATAÇÃO 
Joelson Pimentel da Silva 
 
• 2021 • 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
SUMÁRIO ........................................................................................................................... 3 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4 
1. PECULIARIDADES DO TRABALHO POLICIAL MILITAR ....................................................... 4 
2. AMBIENTE DE TRABALHO MILITAR ................................................................................. 7 
3. ASPECTOS DO COMPORTAMENTO E DE SEGURANÇA NA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS DE 
EMERGÊNCIA. .................................................................................................................... 8 
4. RESPEITO ÀS NORMAS ESTABELECIDAS PARA SEGURANÇA NO TRÂNSITO .................... 12 
5. PAPEL DOS AGENTES DE FISCALIZAÇÃO DO TRÂNSITO ................................................. 15 
6. A IMPORTÂNCIA DO RELACIONAMENTO INTERPESSOAL NO ATENDIMENTO À PESSOAS 
COM DIFERENÇAS E SUAS ESPECIFICIDADES NA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS DE 
EMERGÊNCIA. .................................................................................................................. 19 
6.1 As Relações Interpessoais no Trabalho ..................................................................... 19 
6.2. Como São As Relações Saudáveis ............................................................................ 20 
6.3 Atendimentos Ao Público ......................................................................................... 21 
7. ORIGENS DA CONDUTA ASSERTIVA .............................................................................. 22 
8. PRESERVAR A AUTOESTIMA.......................................................................................... 22 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 25 
 
4 
INTRODUÇÃO 
 
 
A disciplina de relacionamento interpessoal apresenta à comunidade acadêmica e à 
sociedade civil sua contribuição com a formação de profissionais de segurança pública 
junto às políticas públicas de segurança. 
A formação do policial militar tem sido uma das melhores estratégias de impactar 
positivamente a política pública de segurança. 
O exercício laboral do trabalho policial especificamente o realizado pelo policial 
militar, tem sido questionado em sua eficácia e efetividade social, entretanto, há que se 
conhecerem os contextos em que são exercidas as funções policiais e o perfil dos sujeitos 
inserido nesse ofício para melhor avaliar os problemas sublinhados, pela mídia e 
população em geral, sobre o exercício do trabalho policial e a política de segurança 
pública. 
Neste sentido a disciplina relações interpessoais tem o objetivo de informar e 
discutir com a categoria militar os tópicos principais afeitos as condições e organização do 
trabalho. 
Esta disciplina, se propõe ainda, à apresentar e refletir com a categoria noções da 
relação do comportamento e da segurança na condução de veículos de emergência, além 
de como se relacionar com os passageiros e outros autores do trânsito, primando por 
uma conduta ética e legal do profissional de segurança pública. 
Pretende-se, com esse conteúdo, propiciar conhecimento básico e, ao mesmo 
tempo, suscitar curiosidade de aprofundamento dessas normas e conceitos aos discentes 
que saberão onde prosseguir aprofundando seus conhecimentos e discutindo com seus 
pares o conteúdo da disciplina. 
 
1. PECULIARIDADES DO TRABALHO POLICIAL MILITAR 
 
 
Ao se consiDERAR A POLÍCIA COMO PROFISSÃO como uma especialização na divisão 
sociotécnica do trabalho, destaca-se que o policial é um sujeito que desenvolve um 
processo de trabalho. O trabalho do policial na sociedade produz um valor de uso (o 
serviço de segurança pública oferecido à sociedade) e um valor de troca (preço pago pelo 
 
5 
seu empregador, o Estado, pelo seu serviço). Tendo em vista as contribuições marxistas 
que indicam que um processo de trabalho é composto pelo trabalho em si, pelo objeto e 
meios pelos quais o trabalhador realiza a sua atividade, buscar-se-á, conforme já realizado 
em outro momento (Fraga, 2005), descrever os elementos constitutivos do processo de 
trabalho do policial militar: 
 
1. O trabalho propriamente dito – a atividade policial desenvolvida com a finalidade 
de executar a política de segurança pública; são as ações da polícia (vão desde o 
policiamento ostensivo até controle de tumulto); é sempre, “em tese”, planejado. 
 
2. A matéria-prima do trabalho policial – é a sensação de segurança social, a ordem 
pública, o policiamento ostensivo, a defesa pública, enfim, é a segurança pública na 
sociedade. 
 O objeto de trabalho: é etéreo – é a segurança pública (prestação de serviço), 
tanto formal (variáveis do policiamento), como informal (ações que visam à 
sensação de segurança da Comunidade). 
 
3. Os meios – tudo aquilo de que o policial militar se utiliza na realização de seu 
trabalho; podem ser subdivididos em instrumental e conhecimento técnico-operativo. 
 Instrumentais – são os equipamentos utilizados e os aprestos. São as 
ferramentas que dão suporte ao PM na realização de suas ativiDADES, TAIS COMO 
O UNIFORME (A farda), e outros. Também é meio de locomoção (mais específicos 
e um pouco mais incomuns) no processo de trabalho do PM o policiamento 
com bicicleta (tem-se a bicicleta como meio); no caso de policiamento 
montado, tem-se o cavalo; no policiamento aéreo, o avião; em embarcação, o 
barco e a lancha. E ainda na condução de veículos de Emergência. 
 Conhecimento técnico-operativo da profissão – é aquele adquirido no 
exercício profissional e o conjunto de conhecimento qualificatório que o PM 
adquire por meio dos cursos de formação e habilitação. Por exemplo, o aporte 
jurídico-legal acionado, quando chamado a intervir nas ocorrências. Este 
último, o aporte jurídico-legal ou os recursos técnicos, é que lhe darão o 
suporte de conhecimento necessário para orientá-lo na sua maneira de agir 
(por exemplo, quando poderá entrar numa residência, mesmo sem o 
 
6 
mandado judicial e sem a autorização de quem lá reside). São os recursos 
técnicos que o PM acionará no desempenho de sua atividade. Para tanto, 
conforme Muniz (1999), necessita de informações sobre a legislação criminal, 
civil e militar e suas formas de execução. Em relação aos recursos físicos, a 
autora ressalta que são exigidos do policial saberes relativos ao manuseio e ao 
emprego do armamento, do conhecimento, do ciclo completo de abordagem 
policial ostensiva e os processos de intervenção preventiva, dissuasiva e 
repressiva. O policial se utiliza ainda de outros recursos que podem contribuir 
para a efetividade de sua ação, tais como os diálogos com a comunidade, 
palestras e orientações. 
 
Assim, para que o policial possa realizar o seu trabalho com eficiência, é 
fundamental que aprenda a intervir nos mais distintos espaços,de modo que exerça sua 
autoridade como profissional dentro das prerrogativas que lhe conferem o poder de 
polícia, mas sem abusar desse poder, de maneira arbitrária ou autoritária. O trabalho dos 
PMs reveste-se de características muito peculiares: não possuem horários 
predeterminados, principalmente para o término do serviço, ou seja, não têm uma 
jornada fixa, como os outros trabalhadores. Além disso, depois que a escala de serviço 
acaba, os PMs estão sujeitos, ainda, ao atendimento de ocorrências. Significa dizer que 
eles têm de estar à disposição do Estado, ou melhor, da segurança da sociedade, por 
imposição legal, nas 24 horas do seu dia, conforme é estabelecido no artigo 31 do 
Estatuto dos Servidores Militares (1997), que versa sobre o compromisso dos policiais 
militares, abrangendo todos os níveis hierárquicos, determinando suas condutas a uma 
dedicação exclusiva para a manutenção da ordem pública e segurança da comunidade, 
mesmo estando sujeito ao sacrifício da própria vida. 
O policial militar, em sua atividade cotidiana, tem como ponto-chave um 
relacionamento mais próximo com a população, fortalecendo laços de cooperação, 
confiança e respeito entre polícia e sociedade. 
 
 
 
 
 
7 
2. AMBIENTE DE TRABALHO MILITAR 
 
Os ingredientes novos dos quais são constituídas as situações de trabalho policial 
exigem, além do aparato jurídico-legal, sensatez, iniciativa e capacidade de negociação 
nas situações adversas. 
É interessante destacar, ainda, que os estudos e pesquisas que dão vistas ao trabalho 
do pm restringem-se na maioria das vezes , às academias de polícia e estas enfatizam, 
prioritariamente , aspectos técnicos da profissão, carecendo, assim, de estudos e 
pesquisas que enfatizam as suas particularidades. 
 Segundo Fraga( 2006,p.3), a polícia é uma profissão, na medida em que a atividade 
policial é exercida por um grupo social específico, que compartilha ideias, valores e 
crenças comuns baseados numa concepção do que é ser policial. dessa forma, ao assumir 
o compromisso da profissão, o policial não pode se omitir diante de fatos que exijam sua 
intervenção, precisa estar sempre preparado para servir à comunidade. Daí seu caráter de 
dedicação exclusiva: uma exigência permanente de continuidade da função para além do 
horário de serviço esteja usando farda ou não. Além dos aspectos críticos apontados em 
relação à rotina, à incerteza e ao compromisso de dedicação exclusiva, inclusive com o 
sacrifício da vida, pode-se citar a exposição às intempéries, ao realizar o trabalho de 
policiamento sob sol forte, chuva, vento e/ou frio. Conforme afirma pinto (2000), em 
nenhum outro trabalho o profissional se dedica tão intensamente como o faz o policial 
militar. Santos (1997, p. 162), ao abordar a questão do trabalho policial na sociedade, 
destaca que este é constituído por um limite que o diferencia: o direito à vida: 
 A vida situa-se como limite, seja pelo risco de vida a que se sentem submetidos os 
policiais, civis e militares, nos campos e cidades brasileiras, devido ao aumento dos 
conflitos sociais-agrários e à criminalidade urbana violenta; seja pela ameaça à vida, ou 
no limite da norma social, exercendo um poder de modo próximo ao excesso. 
 É no limite do direito à vida, descrito por santos (1997), que, não raras vezes, o 
policial a perde (uma tênue linha que precisa ser equilibrada no seu poder de repreender, 
de coibir, de orientar e de prevenir que caracteriza a vida cotidiana do policial). 
justamente, por se constituir de uma gama de atividades variadas, com ingredientes 
incertos e surpreendentes, talvez, Monjardet (2003) tenha afirmado que o trabalho 
policial não procede de uma adição de tarefas prescritas, mas da seleção, pelos próprios 
interessados (no caso a comunidade) de suas atividades. Por esse motivo, são os 
 
8 
mecanismos desse processo da seleção os principais determinantes da definição, da 
organização e da análise do trabalho policial. 
 
3. ASPECTOS DO COMPORTAMENTO E DE SEGURANÇA NA 
CONDUÇÃO DE VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA. 
 
No momento em surgem os clamores sociais pelo aumento das condições de 
segurança da sociedade em geral, volvem-se os olhos da população em geral e os 
assuntos de mídia em particular, para as instituições de segurança pública como forma de 
apresentar as fragilidades do sistema protetivo estatal. 
A função policial seja de natureza civil ou militar envolve diversas atividades, dentre 
elas, a condução de veículos automotores, o que nem sempre se dá de forma adequada 
por seus integrantes em razão da ausência de uma especial capacitação exigida por força 
da legislação. 
Esse É O OBJETIVO DO PRESENTE MATERIAL que busca apresentar os principais componentes 
normativos que tratam da exigência legal para a condução de veículos de emergência seja 
por Policiais Federais, Policiais Rodoviários (Federais ou Estaduais), Policiais Civis, Policiais 
Militares, ou ainda, por Bombeiros (Militares ou Civis), Guardas Municipais, Motoristas de 
Ambulâncias dentre outros guiadores responsável pela condução de veículos oficiais ou 
particulares, desde que destinados ao uso em situações de emergência. 
Os servidores públicos notadamente os integrantes das forças policiais são instados 
diuturnamente a cumprir a lei em obediência ao Principio da Legalidade – estrita - 
insculpido no art. 37 da Carta Constitucional vigente, sob pena, de responder nas esferas 
civil, penal e administrativa. 
Quando se fala em veículos de emergência no âmbito da atividade policial, 
primeiramente nos vem a mente a condução de viaturas ostensivas, devidamente 
caracterizadas com brasão institucional e equipamento luminoso e sonoro. Tais veículos, 
via de regra, são utilizados no patrulhamento ostensivo de vias públicas, na condução de 
presos para audiências ou recolhimento à unidades penitenciárias, na realização de 
escolta de valores institucionais, na segurança de dignitários, ou na interdição de vias em 
decorrências de eventos ou desastres. 
 
 
 
9 
Entretanto, nossa visão deve seguir além ao verificar que existe a possibilidade de 
haver unidades policiais dotadas de veículos de emergência tipo ambulância, as quais são 
utilizadas na condução de custodiados para o socorro médico ou tratamento hospitalar 
eletivo. 
Deve-se observar, ainda, a possibilidade de se “transformar” um simples veiculo 
velado ou descaracterizado em viatura ostensiva ao se por no teto um dispositivo 
intermitente luminoso, utilizar sirene interna e apor na lataria brasões institucionais 
imantados, deixando “ostensivo”, para os demais condutores que o veículo que circula 
possui prioridade no transito sob os demais que circulam na via. 
Sem descuidar de tais veículos, temos ainda, as viaturas dos Corpos de Bombeiros 
Militares e Brigadas de Incêndio que geralmente circulam em condições de emergência e 
que necessitam de cuidados especiais em sua condução nas vias públicas em razão da 
atividade desempenhada por esses valorosos servidores. 
Nesse contexto, há de se observar a existência de veículos utilizados pelas guardas 
municipais pelos órgãos de fiscalização e controle de tráfego (autarquias de trânsito) que 
em razão da peculiar atividade desenvolvida também possuem natureza especial. 
Para a condução desses veículos alhures mencionados e denominados “veículos de 
emergência” a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que instituiu o Código de 
Trânsito Brasileiro, em seu Capítulo III, ao tratar sobre as normas gerais de circulação e 
conduta, estabelece no art. 29 um conjunto de normas que o trânsito de veículos nas vias 
terrestres abertas à circulação deverá obedecer, destacando no inciso VII que “os veículos 
destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de POLÍCIA, os de fiscalização e 
operação de trânsito e as ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre 
circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgênciae devidamente 
identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha 
intermitente, (...)” (destacamos). 
Verifica-se de forma nítida que o dispositivo em destaque faz referencia aos veículos 
já apresentados (policia, bombeiros, ambulância, etc.) e que portanto, possuem 
prioridade no trânsito, gozando de livre circulação, estacionamento e parada em razão do 
serviço de urgência, desde que devidamente identificados, conforme determinado pelo 
Código de Trânsito Brasileiro. 
 
 
 
10 
A Resolução nº 168, de 14 de dezembro de 2004, do Conselho Nacional de Trânsito 
(CONTRAN), ao estabelecer normas e procedimentos para a formação de condutores de 
veículos automotores, para a realização dos exames, a expedição de documentos de 
habilitação, os cursos de formação, estabelece no art. 33 a necessidade de realização de 
Cursos especializados para os condutores já habilitados e que pretendam conduzir veículo 
de emergência, se enquadrando na hipótese as viaturas policiais. 
A respectiva norma esclarece ainda nos parágrafos §3º e 4º do art. 33 os conteúdos 
mínimos e a regulamentação dos cursos especializados a ser ministrados, bem como, a 
exigência do registro no Registro Nacional de Carteira de Habilitação (RENACH) do 
condutor por meio de averbação, em campo específico da Carteira Nacional de 
Habilitação (CNH), a aprovação nos cursos especializados, pelo órgão ou entidade 
executivo de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. 
Dessa forma, tem-se que após a realização do curso específico para a condução do 
veículo de emergência, deverá o condutor ter o mesmo averbado junto ao seu respectivo 
prontuário, fazendo constar ainda em sua Carteira Nacional de Habilitação a informação. 
O art. 1º, §3º da Resolução nº. 268, de 15 de fevereiro de 2008, do CONTRAN, com 
objetividade estabelece que “entende-se por veículos de emergência aqueles já 
tipificados no inciso VII do art. 29 do Código de Trânsito Brasileiro (...)”, o que por simples 
hermenêutica, e para fins específicos do presente artigo, se chega a conclusão de serem 
os veículos de polícia classificados como veículos de emergência. 
Na mesma esteira de raciocínio chega-se a conclusão da obrigatoriedade de 
realização de curso especial para a condução de veículos de emergência por parte de 
Policiais Federais, Rodoviários , Civis, Policiais, Bombeiros, Guardas Municipais, 
Motoristas de Ambulâncias com a devida anotação junto ao documento oficial de 
permissão de dirigir. 
Em que pese o art. 7º da Resolução n.º 493, de 5 de junho de 2014, ter incluído o 
art. 43-A no texto da Resolução n.º 358-CONTRAN de 13 de agosto de 2010, concedendo 
o prazo até o dia 28 de fevereiro de 2015 para que os condutores de veículos 
pertencentes a órgãos de segurança pública, forças armadas e auxiliares, realizem os 
respectivos cursos previstos no art. 145, inc. IV da Lei n.º 9.503/97, entendemos que em 
momento algum, a respectiva norma autorizou expressa ou tacitamente a condução de 
veículos especiais por condutores sem a devida capacitação. 
 
 
11 
Dessa forma, uma das interpretações a ser dada aos termos do dispositivo acima é 
que o processo de fiscalização por parte dos órgãos competentes aos condutores de 
veículos especiais, somente deve ocorrer, após o termo do prazo estabelecido caso o 
mesmo não sofra prorrogação. 
Partindo-se da premissa que ao servidor público em geral e ao servidor policial em 
especial cabe a condução de tais veículos, questiona-se: dentro do universo de policiais 
federais, civis, militares, bombeiros e guardas municipais ativos, quantos efetivamente 
possuem a devida capacitação por meio de curso específico para “Condutores de 
Veículos de Emergência”, a fim de guiar com segurança sem por em risco a sua própria 
vida, dos demais integrantes da guarnição embarcada e da sociedade? 
Questiona-se ainda: Estaria o servidor Policial, Bombeiro, Guarda etc., a cometer 
alguma infração administrativa ou disciplinar, caso conduza uma viatura oficial sem a 
respectiva capacitação, uma vez que a baliza da legalidade deve ser observada em todas 
as suas ações? Em caso afirmativo, haveria responsabilidade civil objetiva da 
Administração ou dos administradores ao permitir que os subordinados conduzam 
veículo oficias de forma irregular? 
Outro ponto forte a ser refletido: o fato de conduzir veículo policial sem a 
observância da referida legislação, em tese, pode constituir um ato de improbidade 
administrativa definida nos termos do art. 11 da Lei n.º 8.429, de 2 de junho de 1992, em 
razão de atentar contra os princípios da administração pública por qualquer ação ou 
omissão que viole os deveres da legalidade? 
Acreditamos que os questionamentos acima devem ser observados como 
instrumento de reflexão, não somente para os profissionais da segurança pública, mas 
também é destinado aos gestores públicos e à sociedade em geral, uma vez que o direito 
é uma via de mão dupla e deve ser observado tanto pelos servidores quanto pela 
Administração, podendo ocorrer a existência de uma conduta omissiva e comissiva de 
forma recíproca, devendo ambos cumprir suas parcelas de responsabilidade, sob pena, 
ter que arcar com os ônus pelo descumprimento. 
Por derradeiro, sugere-se ao profissional responsável pela condução de veículos de 
emergência que não possua a respectiva capacitação a formulação junto a sua repartição 
de origem requerendo anotação junto aos seus assentos funcionais, com vistas a 
preservar direitos e prevenir responsabilidades. 
 
 
12 
4. RESPEITO ÀS NORMAS ESTABELECIDAS PARA SEGURANÇA NO 
TRÂNSITO 
 
Art. 29 - circulação de veículos de emergência (regras e exceções), por julyver 
Modesto de Araújo as regras especiais para a circulação de veículos de “emergência” são 
estabelecidas no artigo 29, inciso vii, do código de trânsito brasileiro, e resolução do 
conselho nacional de trânsito n. 268/08, abrangendo os seguintes veículos: 
i) destinados a socorro de incêndio e salvamento (corpo de bombeiros) e os de 
salvamento difuso destinados a serviço de emergência decorrente de acidentes 
ambientais - os veículos da defesa civil (incluído pelo artigo 1º, § 3º, da resolução n. 
268/08); 
ii) os de polícia (em sentido estrito, são as viaturas de órgãos de segurança pública, 
estabelecidos nos incisos do artigo 144 da constituição federal: polícia federal, polícia 
ferroviária federal, polícia rodoviária federal, polícias civis e polícias militares; em sentido 
amplo, são os veículos operacionais destinados à proteção das cidades, ou seja, serviço 
de polícia, o que engloba também as viaturas das Guardas Municipais, destinadas à 
proteção dos bens, serviços e instalações dos municípios, conforme § 8º do artigo 144 da 
CF); 
III) os de fiscalização e operação de trânsito; e as ambulâncias (independentemente 
de pertencerem à Administração pública ou à iniciativa privada). 
Por serem veículos que estão expostos a situações diferenciadas de qualquer outro 
veículo comum, pela prestação de um serviço público que depende, ocasionalmente, de 
circulação rápida na via pública, em detrimento aos demais usuários da via, o Código 
prevê determinadas regras e exceções que lhes são aplicáveis. 
Suas prerrogativas são, basicamente, duas: a 1ª é a prioridade de trânsito (devendo 
os outros condutores deter a marcha e cederem a passagem, para sua rápida locomoção) 
e a 2ª é a liberdade de deslocamento e imobilização (ou seja, podem circular, parar e 
estacionar onde a regra seria a proibição, como avançar o sinal vermelho do semáforo, 
exceder o limite de velocidade, transitar na contramão, estacionar na esquina ou sobre o 
passeio etc). 
Obviamente, que tais liberdades legais não podem ser exercidas a qualquer 
momento e de qualquer forma, sem cuidados quanto à segurança viária, existindo duas 
condições essenciais, para que tais veículos se enquadrem nesta situação excepcional. 
 
13 
Aprimeira condição é que se verifique a situação de URGÊNCIA, que se difere da 
nomenclatura “de EMERGÊNCIA”, isto é, veículos de emergência são estes dos quais ora 
tratamos, que podem ou não se encontrar em serviço de urgência, definição que se 
encontra no artigo 1º, § 2º da Resolução n. 268/08: “Entende-se por prestação de serviço 
de urgência os deslocamentos realizados pelos veículos de emergência, em circunstâncias 
que necessitem de brevidade para o atendimento, sem a qual haverá grande prejuízo à 
incolumidade pública”; em outras palavras: o veículo de emergência, 
circunstancialmente, precisa estar o mais rápido possível em algum lugar, porque alguém 
está com a sua vida em risco iminente. 
A segunda exigência é que, além de estar diante de uma situação de urgência, o 
veículo esteja devidamente identificado, para que os demais usuários da via possam 
reconhecer a condição especial em que se encontra; tal identificação é composta pelo 
sistema luminoso (iluminação vermelha intermitente) e alarme sonoro (sirene 
característica de tais veículos). 
Estando tais veículos em serviço de urgência e devidamente identificados, as regras 
a serem atendidas pelas demais pessoas são as seguintes: 
I) os outros condutores devem deixar livre a passagem pela faixa do lado esquerdo, 
deslocando-se para a direita e imobilizando, se necessário; e 
II) os pedestres devem aguardar no passeio e aguardar a passagem do veículo de 
emergência, para, somente após, efetuar a travessia da via. 
O condutor que desobedece à regra acima explicada, deixando de dar passagem aos 
veículos de emergência, comete a infração de trânsito do artigo 189 do CTB, de natureza 
gravíssima, sujeito à multa de R$ 191,54 e 7 pontos no prontuário. Se, por outro lado, ele 
conceder a passagem, mas quiser se aproveitar do espaço deixado pelo veículo de 
emergência, para seguir atrás dele, terá cometido outra infração, do artigo 190, de 
natureza grave (multa de R$ 127,69 e 5 pontos). 
Com o objetivo de se fixar a associação entre a utilização dos dispositivos do veículo 
de emergência, com a efetiva necessidade, prevê a alínea ‘c’ do inciso VII do artigo 29, 
que “o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha intermitente só 
poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência”; não sendo correto, 
portanto, utilizar a sirene ou a iluminação vermelha para deslocamentos cotidianos, em 
que não se verifique a necessidade de brevidade no atendimento (tal regra ocasionou a 
adoção, por alguns órgãos, de cores diferentes no sistema de iluminação do veículo de 
 
14 
emergência, como a cor azul, a ser utilizado na circulação rotineira, o que, entretanto, 
não tem base legal para implantação). 
Assim como não se pode acionar os dispositivos em circulação não urgente, também 
prevê o Código a infração de trânsito, de natureza média, cometida exclusivamente por 
veículos de emergência, por “Deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de 
emergência, o sistema de iluminação vermelha intermitente dos veículos de polícia, de 
socorro de incêndio e salvamento, de fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda 
que parados” (artigo 222). 
Como mencionado anteriormente, outra necessidade, durante o deslocamento 
destes veículos, é a constante preocupação com a segurança viária, pois o exercício destas 
prerrogativas legais não pode se sobrepuser à proteção necessária a todos os que utilizam 
o espaço público por onde circulem os veículos de emergência. Desta forma, a alínea ‘d’ 
do inciso VII do artigo 29 ainda prescreve que “a prioridade de passagem na via e no 
cruzamento deverá se der com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de 
segurança, obedecida as demais normas deste Código”; isto significa que, embora 
tenham as prerrogativas legais que lhe garantem a prioridade de trânsito e a livre 
circulação, estacionamento e parada, os condutores de veículos de emergência são 
responsáveis por garantir a segurança por onde passam não lhes sendo lícito colocar 
outros em risco, ou, pior, se envolver em ocorrências de trânsito. 
Por conta dessas especificidades de tais veículos, ainda prevê o Código de Trânsito 
determinadas exigências para os condutores de veículos de emergência, conforme artigo 
145: 
 Ser maior de vinte e um anos de idade; 
 Não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser reincidente 
em infrações médias durante os últimos doze meses; e 
 Ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento de prática 
veicular em situação de risco, nos termos da normatização do Contran. 
 
 
O curso especializado para veículos de emergência encontra-se regulado pelas 
Resoluções do Contran n. 168/04 e 358/10. Entretanto, em 2014, com as alterações 
promovidas pela Resolução n. 493/14, estabeleceu-se que “A regulamentação do 
funcionamento e os conteúdos didático-pedagógico dos cursos especializados ministrados 
 
15 
pelos órgãos ou entidades públicas de segurança, de saúde e forças armadas e auxiliares 
serão definidos internamente por esses órgãos e entidades, não sendo exigível o 
cumprimento das disposições previstas no item 6 do Anexo II desta Resolução”. 
No caso específico dos condutores de veículos pertencentes a órgãos de Segurança 
pública e Forças Armadas e auxiliares, concedeu-se o prazo até 28/02/15, para a realização 
do curso exigido. 
 
5. PAPEL DOS AGENTES DE FISCALIZAÇÃO DO TRÂNSITO 
 
A prorrogação mais recente estabelece, como prazo para a realização dos cursos 
obrigatórios de capacitação aos agentes públicos, o dia 31 de dezembro deste ano de 
2017, é o teor da resolução contran 653/2017, em seu artigo 2º: alterar o art. 43-a da 
resolução contran nº 358, de 13 de agosto de 2010, com redação dada pela resolução 
contran nº 522, de 25 de março de 2015, que passa a vigorar com a seguinte redação: 
 
“art. 43-a. fica concedido prazo até 31 de dezembro de 2017 para os condutores 
de veículos pertencentes a órgãos de segurança pública e forças armadas e 
auxiliares realizarem os cursos especializados previstos no inciso iv do art. 145 
do ctb”. 
 
A prática de direção dos veículos de emergência sem a necessária capacitação pode 
gerar reflexos negativos ao erário, com dispêndio de dinheiro público em razão dos 
acidentes de trânsito causados pela deficiência técnica dos condutores despreparados, 
além de potencial insegurança no trânsito. 
Peres & silva (2011), o alto índice de acidentes de trânsito no Brasil tem sido pauta 
de reportagens da maioria dos meios de comunicação, mas não surpreendem mais os 
especialistas em trânsito. estudos do instituto de pesquisas econômicas aplicadas (ipea), 
apontam que no Brasil anualmente são gastos mais de R$ 10 bilhões de reais com vítimas 
de acidentes de trânsito, sendo 25% dos acidentes envolvem ciclistas, 70% das vítimas 
estão na faixa etária dos 20 aos 39 anos e 74% das vítimas são homens. 
No meio dessa guerra no trânsito, não poderia deixar de citar que os condutores de 
veículos de emergência também fazem parte da sociedade e que também são vítimas e 
muitas vezes vão a óbito em consequência dos acidentes. 
 
16 
Acerca das responsabilidades pela inobservância a essas normas: Carvalho (2014) 
estaria o servidor policial, bombeiro, guarda etc, a cometer alguma infração 
administrativa ou disciplinar? Caso conduza uma viatura oficial sem a respectiva 
capacitação, uma vez que a baliza da legalidade deve ser observada em todas as suas 
ações? Em caso afirmativo haveria responsabilidade civil objetiva da administração ou 
dos administradores ao permitir que os subordinados conduzam veículos oficiais de 
forma irregular? 
Interessante reflexão. Temos que é de extrema importância a capacitação daqueles 
que atuam na condução dos veículos de emergência. Em certa medida, acaba sendo 
inconcebível que um condutor não conheça regras de direção defensiva, primeiros 
socorros e demaisinformações que possam auxiliar na prestação do serviço com 
segurança e conforto para as pessoas. 
O domínio de técnicas e conhecimentos apropriados pelos condutores, 
comprovadamente, reduz o risco e o número concreto de acidentes envolvendo veículos 
de emergência. 
Assim, o profissional em questão deve conhecer além de regras do trânsito e ter 
prática de direção condizente com o exercício de importante atividade, saber a respeito 
de primeiros socorros, noções de salvamento, para que o modo que adote para a 
condução do veículo seja seguro para os demais usuários da via, observe as regras de 
trânsito e não agrave as condições da vítima em atendimento. 
Trata-se de uma atividade, em certa medida, complexa, pois exige conhecimento 
multidisciplinar por parte do profissional. 
A capacitação do agente público para a condução de veículos de emergência e a 
segurança no trânsito conforme mencionado é primordial uma capacitação técnica 
específica para o bom desempenho das atividades na condução dos veículos de 
emergência. Embora exigência normativa, trata-se de medidas que objetivam a prestação 
de um serviço apropriado, adequado a determinados tipos de situação, os serviços de 
urgência. 
 
Trabalhar na prestação de serviços de urgência, por todas as circunstâncias que 
envolvem os atendimentos, gera reflexos de ordem psicológica no profissional que ali se 
encontra. São diversos detalhes que demandam maturidade e equilíbrio emocional. Peres 
& Silva (2011), a condução de veículos de emergência é uma atividade que exige um 
 
17 
determinado número de requisitos biofísicos, que se insere num contexto cultural e social 
e que tem um forte componente psicológico, tanto ao nível cognitivo como afetivo e 
emocional. 
O efeito emocional do toque da sirene também tem influência no comportamento 
do condutor. O condutor do veículo de emergência, quando está com a sirene ligada, 
aumenta seu ritmo cardíaco e, consequentemente, tende a reagir aumentando a 
velocidade do veículo. Isso pode ocorrer, também, com os demais condutores. Esse é um 
dos fatores que limitam o acionamento da sirene apenas para situações de emergência. 
 Ainda, e igualmente importante, devemos levar em conta a observância ao direito 
dos cidadãos a um trânsito seguro. São determinações expressas insculpidas no §2º do 
artigo 1º do CTB: o trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos 
órgãos e entidades componentes do sistema nacional de trânsito, a estes cabendo, no 
âmbito das respectivas competências, adotarem as medidas destinadas a assegurar esse 
direito. 
 As disposições deste parágrafo 2º parecem ser a origem de todo arcabouço 
normativo acerca da capacitação específica aos condutores de veículos de emergência, 
pois visando propiciar condições seguras ao trânsito e às pessoas de forma geral, os 
órgãos do sistema nacional, mais precisamente o Contran, editaram várias resoluções que 
têm por finalidade a efetivação desse direito. 
Naturalmente que o ideal é alcançado, quando se analisam dados que envolvem a 
prestação do serviço de urgência, e percebe-se que estão ocorrendo menos acidentes, o 
que reflete em economia financeira aos cofres públicos, menos tragédias nas famílias 
brasileiras, que perdem menos seus entes queridos em acidentes fatais, e pela satisfação 
daqueles que se utilizam destes serviços e são adequadamente atendidos em função do 
grau de preparação dos profissionais. 
A capacitação dos cidadãos-condutores e a segurança no trânsito tendo como fator 
preponderante a educação para o trânsito como dito alhures, observamos a prática de 
condutas demasiadamente egocêntricas por inúmeros condutores nas vias brasileiras. 
Esses comportamentos não raras vezes causam acidentes graves e aumentam os trágicos 
números que afligem toda uma sociedade. 
Por via da formação dos condutores, mas, sobretudo da formação do cidadão, é que 
se deve sedimentar certos conceitos nos indivíduos que os façam pensarem e agir de 
modo mais humanista no trânsito e na vida. É importante que os condutores tenham 
 
18 
consciência e solidariedade quando, na via, se aproximar um veículo de emergência com 
prioridade de passagem. 
 
Um dos objetivos da política nacional do trânsito esculpido no artigo 4º da resolução 
Contran 514/2014 é: 
 
Art. 4º. A política nacional de trânsito tem por objetivos: 
ii – Aprimorar a educação para a cidadania no trânsito; 
 
Os condutores precisam estar imbuídos de um espírito de irmandade, compaixão, 
proteção e amor ao próximo. Agindo assim, a atmosfera que se vivenciará no trânsito será 
de um ambiente seguro onde a cidadania será observada em sua plenitude. Todos 
ganham com isso. 
Podemos perceber que os diferentes traços culturais no Brasil geram diferentes 
necessidades para a sociedade e para o estado, que se amolda aos contornos locais para 
bem atender a finalidade precípua presente em qualquer governo, melhorar a qualidade 
de vida de seu povo, progredir nas questões que estejam diretamente ligadas ao 
desenvolvimento para, enfim, atingir o bem comum, que pode ser traduzido em tornar as 
pessoas mais felizes, ou que tragam uma maior sensação de felicidade e satisfação com as 
ações do poder público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
6. A IMPORTÂNCIA DO RELACIONAMENTO INTERPESSOAL NO 
ATENDIMENTO À PESSOAS COM DIFERENÇAS E SUAS 
ESPECIFICIDADES NA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA. 
 
6.1 As Relações Interpessoais no Trabalho 
 
Já conhecemos a dinâmica da maioria das relações que se formam em nossa vida 
pessoal. Mas quais são, e como são, as relações interpessoais no ambiente de trabalho? 
Vale lembrar que no trabalho, não somos nós que escolhemos com quem trabalhar. 
Há as relações que se formam entre quaisquer dois profissionais que trabalham em 
departamentos diferentes, entre os quais há pouco contato. É o caso, talvez, da relação 
entre um colaborador da manutenção e um colaborador da logística. 
Depois, há as relações entre dois colaboradores de departamentos diferentes, entre 
os quais há bastante contato. É o caso da relação entre um colaborador de vendas e um 
colaborador de marketing. 
Existem, ainda, os vínculos entre dois colaboradores do mesmo departamento e as 
ligações entre um funcionário e seu gestor. É importante entender que cada uma dessas 
relações interpessoais possui uma dinâmica diferente e, consequentemente, apresenta 
também desafios diferentes, uma vez que a relação interpessoal é capaz de gerar 
consequências para o futuro na relação. 
No caso da relação entre um gestor e sua equipe, há o desafio da liderança — 
demonstrar autoridade sem precisar do poder. Entre funcionários de departamentos 
diferentes, há o desafio do conflito de interesses — cada um possui suas prioridades no 
trabalho e pode, inadvertidamente, prejudicar o trabalho do colega. Entre funcionários 
do mesmo departamento, por sua vez, há o desafio de balancear competitividade e 
colaboração — ambos querem se destacar, mas precisam trabalhar juntos para alcançar 
as metas da equipe. 
 
 
 
 
 
 
20 
6.2. Como São As Relações Saudáveis 
 
As relações de trabalho mais saudáveis são aquelas que apresentam equilíbrio. 
Mesmo que haja um atrito, a equipe possui uma “liga” forte o suficiente entre si para 
avaliar o atrito de maneira objetiva, resolvê-lo e retornar a um estado de harmonia. Um 
dos segredos é não misturar as relações pessoais com as profissionais. Mas como atingir 
esse equilíbrio? Existem alguns fatores que permitem levar a instituição e a equipe até o 
status desejado. Quais são esses fatores? 
 
Alinhamento 
 
Todos os colaboradores precisam estar conscientes dos objetivos da Instituição, 
trabalhar com um mesmo norte e alinhar seu comportamento e suas ações de acordo 
com esses objetivos. Os funcionários precisam entender que os objetivos da empresa 
vêm acima dos próprios — pois atingi-los beneficiaráa todos, e não apenas a alguns. 
 
Valores 
 
Existem valores básicos como transparência, respeito e responsabilidade, que a 
empresa deve propagar entre seus funcionários e exigir deles, em todos os momentos e 
situações. É importante que a instituição entenda que um profissional com uma excelente 
capacidade técnica, mas sem respeito pelos valores humanos, é um risco para a empresa. 
É exatamente o respeito e a prática dos valores que favorece as relações internas. 
 
Políticas de Relacionamento 
 
Enquanto os valores são conceitos mais absolutos, as políticas podem variar de 
acordo com o perfil da empresa. Algumas políticas envolvem, por exemplo, a proibição de 
relacionamentos amorosos entre funcionários. Como essa política pode ser considerada 
muito rigorosa, é preciso ter bom senso e sensibilidade na sua aplicação. 
 
 
 
21 
6.3 Atendimentos Ao Público 
 
Entende-se que a Atividade Policial seja a de um trabalhador que desenvolve um 
processo de trabalho peculiar. Nesse contexto precisamos conhecer algumas 
características indispensáveis para trabalhar com o outro. Precisamos ter. 
 
Conduta Assertiva 
 
O termo assertividade origina-se da palavra asserção, que quer dizer afirmar. É um 
comportamento que se aprende, permitindo-se agir de acordo com nossos interesses, 
expressar nossos sentimentos de forma honesta e adequada, fazendo valer nossos 
direitos sem negar o direito dos outros. 
Esse comportamento é cada vez mais valorizado no ambiente organizacional, onde 
são exigidas decisões objetivas e focadas em resultado; espera-se que os funcionários 
apresentem comportamento maduro e honesto. 
De acordo com Martins (2005, p. 21), algumas atitudes são fundamentais para a 
assertividade. Autoestima: é o que você pensa sobre si mesmo. A qualidade da 
autoestima depende da aceitação, da confiança e do respeito que você tem por si 
mesmo. Determinação: é o que faz você não desistir perante os obstáculos, ter foco e 
clareza sobre onde quer chegar. 
 
Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Trabalho 
 
 Empatia: é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Somente as pessoas 
maduras conseguem estabelecer a empatia. Adaptabilidade: é adequar seu estilo de 
comunicação, seja sua interlocutora uma criança, um idoso, com nível cultural alto ou 
baixo. Autocontrole: usar a racionalidade para gerenciar as emoções, não perdendo o 
controle das situações. Tolerância a frustração: aceitar a diversidade humana, não se ouve 
apenas “sins”, mas também “nãos”. Sociabilidade: é se preocupar com o bem-estar do 
outro e com o seu próprio. É tratar as pessoas com naturalidade, sem ideias 
preconcebidas. 
O importante é que a habilidade de ser assertivo pode ser aprendida. Uma das 
estratégias que nos ajudam a tornar-nos mais assertivos é observarmos o 
comportamento de pessoas que admiramos, e que têm facilidade de agir de forma como 
 
22 
gostaríamos. Saber que nossos comportamentos são aprendidos e que podem ser 
modificados, desde que queiramos, é o grande facilitador. 
 
7. ORIGENS DA CONDUTA ASSERTIVA 
 
Se nos primeiros anos de vida a criança recebe mensagens positivas e convive com 
adultos capazes de respeitar as diferenças, temos aí um bom início para a assertividade. 
Quem não viveu essa realidade pode posteriormente aprender a se comportar 
assertivamente, através da reflexão, e estar sempre atento ao seu comportamento e ao 
do outro. Isso facilita a percepção e descoberta de atitudes pessoais que facilitam ou 
dificultam as relações interpessoais. 
A pessoa assertiva tem consciência de seus deveres e responsabilidades, e é capaz 
de reconhecer que os outros também possuem direitos e responsabilidades. Ao assumir 
responsabilidades, aprende-se a valorizar e respeitar seus desejos, uma vez que a 
consciência de seus sentimentos aumenta. 
As instituições buscam um ambiente voltado ao diálogo, o que exige uma mudança 
de postura, mais pautada em aceitar diferentes pontos de vista, na boa convivência e no 
respeito às diferenças. 
 
8. PRESERVAR A AUTOESTIMA 
 
A autoestima caracteriza-se pela aceitação de si, pela confiança, pelo 
reconhecimento do seu potencial e de sentimentos positivos em relação a si mesmo. 
Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho 
A partir do nascimento, começamos a desenvolver a autoestima, através do 
reconhecimento que recebemos durante os primeiros anos de vida. Elogios e reforço 
positivo ajudam nesse desenvolvimento. 
As baixas autoestimas manifestam-se pela falta de confiança em si, desvalorização 
das próprias possibilidades, pelo medo do fracasso, sendo observadas por depreciações e 
reforços negativos ocorridos na infância. Para mantermos o bom nível de nossa 
autoestima, temos que nos manter permanentemente atentos às situações no dia a dia. 
 
23 
Caso ocorram comentários de desvalorização, é preciso estar atento e estabelecendo 
limites com o outro, e mostrando a ele sua insatisfação. Quando o comportamento é 
assertivo, a tendência é mantermos a autoestima elevada, ao contrário de 
comportamentos agressivos, que fazem de tudo para subestimar o outro. 
Baixar a autoestima é uma das condutas mais complicadoras que se observa nas 
relações de trabalho. Embora ocorra com certa frequência, vemos que seus resultados 
são o sofrimento, a descrença e a vergonha. Preservar a qualidade de vida no trabalho, e 
o bom relacionamento interpessoal, dá-se através da atenção de olhar aquele com quem 
se fala, de agradecer, pedir desculpas, cumprimentar, despedir-se. Responder ao que é 
solicitado, retornar as ligações, são atitudes de quem valoriza o outro. 
 
1.º ouvir 
2.º clarear as dúvidas 
3.º checar oposições 
4.º atenção ao comportamento não verbal 
5.º desenvolver a autoestima 
6.º reconhecer e valorizar o outro 
7.º dar e receber opinião 
8.º estimular o outro à conduta assertiva 
 
Você sabia? 
 
A hostilidade e as condutas agressivas nas instituições têm sua origem na raiva, 
emoção frequente e nem sempre expressa de forma clara no ambiente de trabalho. A 
raiva pode manifestar-se de maneira camuflada, sob a forma de queixa, ausência de 
cortesia, postura competitiva, ironia e inveja. 
Por fim, mudanças efetivas na área da Segurança Pública têm relação com a prática 
do respeito aos direitos humanos e o exercício da cidadania, sendo essencial o 
protagonismo policial nesse assunto. 
 
 
 
 
 
24 
Texto Complementar 
 
Ouvir: Atitude Ética 
(Matos, 2008, p. 105) 
 
De modo geral, não somos bons ouvintes. Desde a mais tenra idade, fomos 
educados para falar e continuamos sendo treinados para a oratória. E, porque ouvimos 
pouco, os problemas de comunicação são apontados como um dos mais graves nas 
organizações. Como artifício para a falta de diálogo interpessoal – a comunicação 
autêntica faz-se de pessoa a pessoa – usa-se e abusa-se de meios tecnológicos – em si, 
benéficos à agilidade nas informações. Antes, os intermináveis telefonemas, hoje os e-
mails compulsivos – uma verdadeira legião de “e-mailpatas”. 
Em relação à comunicação eletrônica, existe um paradoxo: emite-se a mensagem – 
muitas vezes para passar o “macaquinho” adiante – sem a preocupação com a resposta. O 
ato encerra-se na emissão do e-mail. 
A ausência de feedback é uma tragédia nas comunicações. Mas há outro fenômeno 
grave: e-mails que não são abertos ou o são tardiamente, quando a informação já é 
obsoleta. Um executivo confessou, em reunião, que estava com 120 e-mails fechados (!?), 
por falta de tempo. Não ter tempo disponível, sentir-se sempre sobrecarregado, além de 
revelar deficiências de planejamento pessoal e organizacional, é fatal para as 
comunicações e para o relacionamento. É preciso “reaprender” – ou aprender – a ouvir. 
Há pessoas extremamente preocupadas em oferecer respostas, sem ouvirem as 
perguntas. Quando não há diálogo, não há comprometimento. Estão aí as guerras para 
confirmar, tanto no âmbitodoméstico, como empresarial e entre nações. 
Todavia, ouvir não é calar-se – a mudez pode até ser ofensiva. Ouvir é mostrar 
interesse, acompanhar o raciocínio do outro e manifestar-se no momento oportuno. 
Simples, não é? Mas como isso se mostra difícil no relacionamento diário! 
Iniciemos, portanto, imediatamente, nossa reaprendizagem como ouvintes atentos, 
interativos e inteligentes. 
Na arte de ouvir e falar, com propriedade e oportunidade, está o segredo da 
convivência harmoniosa e produtiva. 
Ouvir é uma atitude ética, ao significar respeito pela opinião do outro. 
 
 
25 
REFERÊNCIAS 
 
Revista virtual textos & contextos, nº 6, dez. 2006 
Julyver Modesto de Araujo, mestre em direito do estado pela PUC/SP e especialista em 
direito público pela Escola Superior do Ministério Público de SP; Capitão da Polícia Militar 
de SP, atual chefe do Gabinete de Treinamento do Comando de Policiamento de Trânsito; 
Coordenador e Professor dos Cursos de pós-graduação do CEAT (www.ceatt.com.br São 
Paulo, 10 de janeiro de 2015. 
Nadler; Lawler, 1983, apud Fernandes, 1996, p. 43) este material é parte integrante do 
acervo do iesde Brasil s.a., mais informações www.iesde.com.br 
Bock, Ana M. B.; Furtado, Odair; Teixeira, Maria de lourdes trassi. Psicologias. São Paulo: 
Saraiva, 2002. 
Bom Sucesso, Edina de Paula. Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Trabalho. 
São Paulo: qualitymark, 2002. 
Davis, Keith; Newstrom, John W. Comportamento Humano no Trabalho. São Paulo: 
Thomson, 1992. v. 1. 
Fernandes, e da. Qualidade de Vida no Trabalho. Salvador: Casa da Qualidade, 1996. 
França, a. c. l.; Rodrigues, a. l. Stress e Trabalho. São Paulo: Atlas. 2002. 
Mackay, Ian. Como Ouvir Pessoas. São Paulo: abril, 2002. 
Martins, Vera. Seja Assertivo. São Paulo: Campus, 2005. 
Matos, Francisco Gomes de. Ética na Gestão Empresarial. São Paulo: Saraiva, 2008. 
Moscovici, Fela. Equipes dão Certo.

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