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DERMATOLOGIA hanseníase epidemiologia É uma doença infecciosa, causada pelo agente etiológico Micobacterium Leprae ou Bacilo de Hansen. Esse microrganismo possui alta infectividade e baixa patogenicidade, ou seja, ele infecta as pessoas com facilidade, porém não causa doença em muitos pacientes, devido a grande maioria da população ter imunidade especifica contra o mesmo, impedindo a doença propriamente dita. É um agente que pode atinge qualquer parte do corpo, mas tem uma predileção pelo SNP e pele. Como saber se o paciente possui imunidade especifica para o bacilo? TESTE DE MITSUDA É um teste intradérmico, em que é injetado antígenos do bacilo na derme do paciente e após 28-30 dias observa-se. Se existir a pápula, o teste é positivo, ou seja, o paciente possui imunidade celular especifica para o bacilo. · MT + cura ou forma paucibacilar. · MT - livre de multiplicação dos bacilos nos macrófagos, forma multibacilar. OBS.: Esse teste não da diagnóstico de hanseníase. A forma de transmissão é por meio do convívio com doentes multibacilares (MB – > 5 lesões) sem tratamento, principalmente pelas seguintes fontes de transmissão: vias aéreas superiores e mucosas, sendo a cavidade nasal a principal. É uma doença que possui cura e não deixa sequelas se tratada na fase inicial. diagnóstico · Critérios diagnósticos ao exame físico: 1. Lesão (mancha, pápula, ulcera, etc) ou área de pele com alterações de sensibilidade. A perda de sensibilidade é considerada gradativa, sendo primeiro a térmica, depois a dolorosa e em seguida a tátil. Como realizar o teste: · Térmica: algodão seco (temperatura normal) e algodão molhado por éter/álcool (gelado). · Dolorosa: ponta de alfinete ou ponta de agulha de insulina, etc. · Tátil: tocando normalmente na região ou usando filamentos com pesos diferentes (usados em centro de referencia de hanseníase). 2. Espessamento neural – realizado palpando o nervo. 3. Alterações autonômicas circunscritas. Como realizar o teste: · Alteração da sudorese – área acometida não transpira normalmente. · Prova da histamina incompleta – injeta uma quantidade pequena de histamina na derme do paciente e observa. Em peles normais surgem uma lesão puntiforme vermelha, devido a agulha, eritema reflexo (mancha vermelha) de 2 a 8 cm que se forma ao redor do local aplicado, e por fim, pápula eritematosa. Já em uma região afetada pela hanseníase não é observado as três reações normais, por isso é incompleto. OBS.: Quando possíveis a baciloscopia (linfa é colhida e observada) e a biópsia auxiliam no diagnóstico. patogenia classificação hanseníase indeterminada É considerada a primeira apresentação da doença, ou seja, sua fase inicial, tendo como achado uma mancha hipocrômica, com bordas imprecisas ou não, lesão seca (hipohidrose) e sem pelos. Não há espessamento neural, devido ao tempo (muito recente), e a única sensibilidade alterada é a térmica. A baciloscopia é negativa e na biópsia o achado é um infiltrada inflamatório inespecífico, que geralmente não possui bacilos. O Mitsuda pode ser positivo ou negativo. OBS.: Tem como diagnósticos diferenciais a pitiríase versicolor, pitiríase alba, vitiligo, etc. hanseníase tuberculóide O tempo de incubação desse tipo de hanseníase é de 5 anos, ou seja, após 5 anos da infecção é que o paciente apresenta o quadro da doença. Isso ocorre devido ao paciente possuir imunidade celular especifica contra o bacilo, tendo Mitsuda positivo e a baciloscopia negativa. Com relação a biópsia, geralmente não demonstra bacilo, apenas um granuloma tuberculoide. O acometimento neural é precoce, assimétrico e pode ser grave. A maior parte desse dano não é provocada pelos bacilos e sim pelas células de defesa do individuo, que vão matar o bacilo e acabam destruindo o nervo onde ele está presente. Há, também, alteração da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. As lesões cutâneas são consideradas poucas (até 5), com distribuição assimétrica, bordas elevadas e bem delimitadas. Possuem placas anulares (forma de anel), normocromicas, hipocromicas ou eritematosas de crescimento centrífugo e lento, podendo haver atrofia no interior da lesão. Uma forma de apresentação desse tipo de hanseníase é a lesão em raquete, em que o nervo espessado surge a partir da lesão. Além dessa forma há a neural pura, em que o nervo espessado possui perda de sensibilidade da área inervada por ele, sem lesão cutânea. OBS.: Tem como diagnósticos diferenciais a dermatofitose, psoríase, dermatite seborreica, granuloma anular, sífilis, etc. hanseníase virchowiana Os pacientes que desenvolvem esse tipo de hanseníase são aqueles que possuem pouca ou nenhuma imunidade celular ao M. Leprae, ou seja, o mitsuda tem resultado negativo e a baciloscopia positiva. Já com relação a biópsia, será observado globias de bacilos e sem formação de granuloma (aglomerado de células de defesa). Essa é a forma mais contagiosa, podendo evoluir de forma indeterminada ou se apresentar como tal desde o início. Caracteriza-se por infiltração progressiva e difusa de pele, mucosa de VAS (vias áreas superiores), olhos, testículos e nervos, principalmente. Porém, pode acometer tudo, qualquer órgão). Os nervos periféricos são simetricamente espessados e não acomete o tronco neural. O quadro clínico é baseado em manchas hipocrômicas, eritematosas ou ferruginosas, que evoluem para lesões infiltradas. Após tempo variável há surgimento de lesões solidas, como pápulas, placas e nódulos (hansenomas). Essas lesões possuem limites imprecisos e tendência de simetria, poupando as dobras e coluna vertebral. Além disso, pode ocorrer a perda dos cílios, supercílios e sobrancelhas a partir da extremidade lateral (madarose). É comum a facies leonina em pacientes que não fazem o tratamento ou nem foram diagnosticados por anos, que é caracterizada com aumento dos sulcos da pele (devido a infiltração dos bacilos na pele), madarose, infiltração dos pavilhões auriculares e preservação dos cabelos. Esses pacientes podem ter mãos e os pés são infiltrados. OBS.: Tem como diagnósticos diferenciais a sífilis secundária, doença de Jorge Lobo, leishmaniose anérgica, mucinose, etc. hanseníase dimorfa/boderlane É considerada uma forma instável, ou seja, se ela não for tratada, com o tempo esses pacientes irão mudar para hanseníase tuberculoide ou para o virchowiano. Clinicamente essa forma possui mais de 5 lesões e tem um aspecto de queijo suíço ou foveolar, ou seja, são placas eritematosas e ferruginosas com borda interna nítida e externa mal delimitada, com área central aparentemente poupada. Geralmente, há comprometimento assimétrico dos nervos periféricos. A baciloscopia é positiva e a mitsuda, geralmente, é negativa. reações hansênicas São consideradas situações de urgência e requerem tratamento imediato, podendo ocorrer antes, durante (30-50%) ou após o tratamento. Se não tratar de forma rápida, o paciente evolui para sequela definitiva. Geralmente, tem como fatores predisponentes a gravidez, parto, puberdade, febre, TB, alcoolismo, vacinas, stress físico e psicológico. reação tipo i · Possui alguma imunidade celular contra o bacilo, podendo ser muito ou pouco. · Lesões primárias se tornam eritematosas, intumescidas, brilhantes, definidas e hiperestésicas ao toque. Surgem várias lesões novas e existe um acometimento neural importante (dor intensa). · Diferenciar com reação tipo I com recidiva. · Recidiva: paciente teve diagnostico de Hansen, trata, teve alta e depois teve a hanseníase novamente. A solução nesses casos é tratar novamente. · Reação tipo I: a solução é acrescentar um tratamento especifico. Reação tipo I Recidiva Início súbito e inesperado Início lento e insidioso Durante o TTT ou logo após (até 6M) Mais de 1 ano após Pode ter febre e astenia Sem sintomas gerais Lesões antigas tornam-se eritematosas, infiltradas e brilhantes Lesões antigas podem apresentar bordas eritematosas Várias lesões novas Poucas lesões novas Regressão com descamação Não há descamação Rápido acometimento de vários troncos nervosos(sensibilidade e motora) Acomete 1 ou poucos troncos nervosos Excelente resposta a corticoterapia Não responde bem a corticoterapia reação tipo II – eritema nodoso hansênico · Pápulas, nódulos e placas, eritematosas e dolorosas, com distribuição simétrica, podendo apresentar bolhas. · Predileção pela superfície extensora dos membros e face. · Podem evoluir para necrose. · Sintomas gerais: febre, prostação, anorexia e cefaleia. · Infiltração difusa e aguda de mãos e pés (mãos e pés reacionais). · Neurite frequente, porém menos comum e menos intensa que na reação tipo I. tratamento · Paucibacilar: duração de 6 meses. · Dose mensal supervisionada: RIFAMPICINA 600 mg + CLOFAZIMINA 300 mg. · Em casa: DAPSONA 100 mg/dia + CLOFAZIMINA 50 mg/dia. · Multibacilar: duração de 12 meses. · Dose mensal supervisionada: RIFAMPICINA 600 mg + DAPSONA 100 mg + CLOFAZIMINA 300 mg. · Em casa: DAPSONA 100 mg/dia + CLOFAZIMINA 50 mg/dia. · Reação hansênica tipo I: · PREDNISONA 1 mg/kg/dia (posteriormente: reduzir 10 mg/mês). · “Dor nos nervos”: AMITRIPTILINA 25 mg/dia (até 75 mg/dia) + CLORPROMAZINA 5 gotas (5 mg) – até 50 mg/dia ou CARBAMAZEPINA 200 a 400 mg/dia. · Reação hansênica tipo II: · TALIDOMIDA 100 mg – 400 mg/dia. · Mulheres em idade fértil: PENTOXIFILINA 400 mg 3x/dia. · Associar PDN: comprometimento dos nervos ou de outros órgãos além da pele (olhos, testículos, articulações) ou se houver úlcera/necrose cutânea. · Se TALIDOMIDA + PDN: AAS 100 mg/dia – para evitar tromboembolismo. Além do tratamento propriamente dito, há uma busca ativa de contactantes (pessoas que moraram nos últimos 5 anos com o paciente). Se houve contactantes, realizar BCG em todos os sádios. · Sem ou 1 cicatriz: 1 BCG. · 2 cicatrizes: NÃO vacinar. OBS.: BCG não é uma vacina especifica para hanseníase, porém ela consegue proteger parcialmente o paciente. Infecção (HANSEN) Hanseníase indeterminada (fase inicial) Cura (70%) - Hanseníase tuberculóide/paucibacilar (até 5 lesões); - Hanseníase dimorfo (meio termo); - Hanseníase multibacilar (> 5 lesões). Cura (90-95%) [Type text] [Type text] [Type text]
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