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1 Orientação de Estudos APRESENTAÇÃO Sobre o curso Seja bem-vindo ao curso Orientação de Estudos! Para começar, assista ao vídeo de apresentação que contém informações importantes para você: https://youtu.be/Vgy uQq9vxHY. Os objetivos gerais do curso são: Relacionar o ideal formativo do PEI ao componente Orientação de Estudos. Compreender o conceito e os objetivos da Orientação de Estudos. Conhecer e vivenciar as aulas de Orientação de Estudos. Reconhecer a importância de hábitos e rotinas de estudo. Aplicar a organização para os estudos por meio de metodologias e estratégias. Compreender o processo da autoavaliação na Orientação de Estudos. https://youtu.be/VgyuQq9vxHY https://youtu.be/VgyuQq9vxHY 2 Prezados cursistas, este curso traz como metodologias de aprendizagem a utilização de diferentes estratégias e recursos didáticos, como situações-problema, cenários in- terativos, contextualização de temas por meio de casos concretos, com foco na roti- na de trabalho das escolas. O objetivo é possibilitar que você possa compreender as ações a serem tomadas nos diversos contextos e interações com os estudantes no que tange a Orientação de Estudos e reconhecer situações possíveis no ambiente esco- lar, com as quais já tenha se deparado ou até mesmo ouvido falar em conversas com outros profissionais da educação, podendo, assim, subsidiá-lo nas ações que precisa desempenhar no dia a dia. A SEDUC-SP ressalta que as personagens, assim como os casos relatados, são fictícios, cujo propósito é proporcionar a reflexão e apoiar os profissionais na tomada de decisão. Neste curso, você encontrará indicações com sugestões para anotação e rubricas de au- toavaliação para tomar nota em seu Diário de bordo. Rubricas de autoavaliação: São esquemas explícitos para classificar ou categorizar comportamentos ou níveis de desenvolvimento ao longo de um processo, permitindo que o avaliado tenha uma clara noção sobre seu desempenho e/ou desenvolvimento em um processo. Importante Aspectos avaliativos para Orientação de Estudos Ações norteadoras para Orientação de Estudos Explorando as abordagens metodológicas Orientação de Estudos na trama do PEI Para alcançar esses objetivos, este curso está estruturado em quatro módulos: 3 Ao longo dos módulos, o curso dispõe de diversas atividades para que você possa che- car seus conhecimentos. Essas atividades não possuem caráter avaliativo e não serão contabilizadas para aprovação. Bons estudos! Fale Conosco O Diário de bordo é uma prática que permitirá a você, cursista, organizar de forma con- cisa suas ideias sobre as informações aqui tratadas, acompanhar o seu desenvolvimento, identificando pontos a serem aperfeiçoados e, ao final do curso, poderá revisitá-las e es- tabelecer um plano personalizado para futuras formações. Tudo isso é importante para você desenvolver e aprimorar as habilidades de autoavaliação. É no Diário de bordo que anotamos informações, dados, algo que chamou a atenção, soluções e dicas para que sejam analisados, adequados ou replicados por você e sua equipe conforme a realidade da escola em que atua. Você pode utilizar um caderno, um bloco de anotações, uma agenda ou, então, se você tem habilidades em tecnologia e recursos digitais, poderá fazer um Diário de bordo on-line, utilizando computador, tablet ou smartphone. Diário de bordo Em caso de dúvidas, entre em contato pelo Fale Conosco: http://escoladeformacao.sp. gov.br/portais/Default.aspx?tabid=8913. As dúvidas serão encaminhadas por meio do Portal de Atendimento, que é o canal de comunicação da Secretaria da Educação do Estado (SEDUC-SP). Nesse canal, é possível visualizar perguntas e respostas mais frequentes, tutoriais, abrir ocorrências para esclarecer problemas, solicitar dados, entre outros. Importante http://escoladeformacao.sp.gov.br/portais/Default.aspx?tabid=8913 http://escoladeformacao.sp.gov.br/portais/Default.aspx?tabid=8913 4 Apresentação do Módulo Cursista, estudar de forma adequada é essencial para qualquer estudante conhecer seu processo de aprendizagem e desenvolver competências e habilidades cognitivas e socioemocionais. Para tanto, a Orientação de Estudos (OE) permite ao estudan- te fazer parte desse processo, uma vez que o componente é estruturado a partir da competência de aprender a estudar. Desse modo, é possível incentivar a autonomia, a responsabilidade, a consciência, o gosto pelo estudo e a postura protagonista do estudante em relação à própria aprendizagem. Nessa perspectiva, os Quatro Pilares da Educação norteiam o desenvolvimento do Protagonismo Estudantil, uma vez que aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser são com- petências que auxiliam o(a) professor(a) a orientar e apoiar os estudantes para desco- brir, compreender e construir conhecimento. MÓDULO 1 ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS NA TRAMA DO PEI Orientação de Estudos 5 Nesse entendimento, este primeiro Módulo apresenta, de forma detalhada, as con- cepções da Orientação de Estudos, construindo uma trilha formativa para apresentar a estrutura, os conceitos, os objetivos, os responsáveis, o ideal formativo e os possíveis desdobramentos desse componente, por meio de recursos que envolvam o cursista em atividades dinâmicas e reflexivas. O percurso deste módulo tem a intenção de aproximar você, cursista, da Orientação de Estudos, convidando-o a interpretar narrativas, analisar cenários, realizar atividades e conhecer um pouco mais essa prática por meio de animações, podcasts ou vídeos. Com isso, você tem a oportunidade de compreender o sentido do componente Orienta- ção de Estudos como ferramenta para conexão entre as áreas de conhecimento em que professor e estudante construam uma visão mais ampla sobre a interdisciplinaridade. Por fim, o módulo traz a base de um ambiente favorável para o(a) professor(a) com- preender seu papel como mediador(a) no desenvolvimento integral do estudante au- tônomo, responsável e crítico, impactando diretamente o desempenho escolar. Os objetivos específicos desse módulo são: Compreender o componente Orientação de Estudos. Relacionar o ideal formativo do PEI à Orientação de Estudos. Conhecer a relação entre metacognição e Orientação de Estudos. Componente: Componente da parte diversificada/itinerário. Quatro Pilares da Educação: Aprender a ser, aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a conviver de acordo com o documento da Unesco – DELORS (1998, p. 89-102). 6 Todas as vezes que aparecerem os ícones “Importante”, “Tome nota” ou encontrar algu- ma informação interessante, anote no seu Diário de bordo. Além disso, registre as ideias que forem surgindo durante o percurso dos módulos e não economize na criatividade! Expectativa Inicial Cursista, que tal registrar seus conhecimentos prévios e suas expectativas a respeito do Módulo 1 de Orientação de Estudos? Fique atento à seção do Minuto Formativo, na qual você encontrará informações inte- ressantes, novidades, temas para aprofundar o conhecimento e fazer reflexões. Não deixe de visitar! Importante Tome Nota Minuto Formativo 7 Para iniciarmos nossos estudos, acompanhe um diálogo entre duas professoras, no qual elas trocam suas experiências e nos relatam as primeiras noções do que é a Orientação de Estudos: https://youtu.be/gFFgMJVqCOk. Unidade 1 Orientação de Estudos: objetivos e diretrizes Agora que você já sabe o que é a Orientação de Estudos, seus objetivos e as diretrizes para assegurar um bom trabalho, propomos que: • anote em seu Diário de bordo os pontos mais relevantes; • em seguida, acesse o link da Resolução SEDUC no 85, de 19/11/2020 (http://siau.edu net.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/RESOLU%C3%87%C3%83O%20%20SE%2085-1911- 2020%20MATRIZ%20SEDUC%20-%202021.PDF?Time=25/05/2021%20), comentada pe- las professoras na animação que acabamos de assistir; • fique atento à carga horária do componente para cada segmento, disponível a seguir. Tome Nota http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/RESOLU%C3%87%C3%83O%20%20SE%2085-1911-2020%20MATRIZ%20SEDUC%20-%202021.PDF?Time=25/05/2021%20http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/RESOLU%C3%87%C3%83O%20%20SE%2085-1911-2020%20MATRIZ%20SEDUC%20-%202021.PDF?Time=25/05/2021%20 http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/RESOLU%C3%87%C3%83O%20%20SE%2085-1911-2020%20MATRIZ%20SEDUC%20-%202021.PDF?Time=25/05/2021%20 http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/RESOLU%C3%87%C3%83O%20%20SE%2085-1911-2020%20MATRIZ%20SEDUC%20-%202021.PDF?Time=25/05/2021%20 8 1. Indique os itens que representam os objetivos da OE e aqueles que são referentes às diretrizes. O – Objetivos D – Diretrizes ( ) Planejamento do trabalho. ( ) Orientar a utilização de materiais. ( ) Atividades bem planejadas e bem organizadas. ( ) Hábitos e rotinas. ( ) Habilidades de autoavaliação. ( ) Trabalho simultâneo nos grupos de estudantes. ( ) Conhecer agendas de trabalho. ( ) Avaliar processos. ( ) Fortalecer organização pessoal. ( ) Orientar sobre técnicas e estratégias. ( ) Autonomia e Protagonismo Juvenil. ( ) Competências Socioemocionais. ( ) Dialogar sobre dificuldades e potencialidades. ( ) Responsabilidade pessoal. ( ) Orientar além do componente. Vamos checar sua aprendizagem sobre os objetivos e as diretrizes da Orientação de Estudos no PEI? Vamos praticar CARGA HORÁRIA DO COMPONENTE ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS (2020) PEI – Turno único de 9h ANOS INICIAIS: 2 aulas – 1o ao 5o ano. (O turno dos Anos Iniciais no PEI é de 8h40.) ANOS FINAIS: 4 aulas – 6o ao 9o ano. ENSINO MÉDIO: 3 aulas – 1a, 2a e 3a séries. PEI – Dois turnos de 7h ANOS FINAIS: 2 aulas – 6o e 7o anos; 1 aula – 8o e 9o anos. ENSINO MÉDIO: 1 aula – 1a e 2a séries. 9 O papel do(a) professor(a) de Orientação de Estudos é incentivar a curiosidade e a criticidade do estudante a fim de que seja protagonista de sua aprendizagem. Sen- do assim, é muito importante que o professor seja um facilitador, mediador, articula- dor do conhecimento que chega ao estudante. Ao conhecer as dificuldades e o potencial de cada estudante, o(a) professor(a) de Orientação de Estudos deve direcioná-lo para que adquira hábitos de estudos, levan- do-o a reconhecer quais estratégias são mais adequadas para seu desenvolvimento e aprimoramento. Unidade 1.1 Orientação de Estudos: responsáveis 10 Nos Anos Iniciais, o(a) Professor(a) Coordenador(a) de Alfabetização (PCA) está encar- regado(a) de realizar as ações formativas dos professores, assim como ministrar as au- las do componente Orientação de Estudos. Essas aulas também podem ser ministra- das pelos professores colaborativos e os professores especialistas de Língua Inglesa. O(a) Professor(a) Coordenador(a) de Área (PCA) dos Anos Finais e Ensino Médio tem a função de acompanhar o planejamento e os resultados obtidos por meio da Orienta- ção de Estudos com a intenção de fazer um alinhamento entre os professores do com- ponente, os professores de cada área e o(a) Professor(a) Coordenador(a) Geral (PCG). Em todos os segmentos de ensino, os gestores são os responsáveis por atribuir as au- las, acompanhar o planejamento e monitorar os resultados alcançados. 11 Os pais e/ou responsáveis, por sua vez, têm o papel de acompanhar e apoiar os estu- dantes para que mantenham uma rotina de estudos, visando o aprimoramento de seu desempenho escolar. Agora, visualize a síntese da função de cada um no componente. 12 O Programa Ensino Integral (PEI) foi concebido com o objetivo de formar estudantes de forma integral, envolvendo a educação do indivíduo em suas múltiplas dimensões, considerando os aspectos físicos, cognitivos, socioemocionais e culturais. Dessa for- ma, o programa se estrutura em torno de Princípios e Premissas, que possibilitam que se alcance o ideal formativo que é contribuir para a formação de um cidadão autôno- mo, solidário e competente. Unidade 2 Relação dos objetivos do PEI com a Orientação de Estudos Princípios e Premissas: No Programa Ensino Integral, o Modelo Pedagógico e o Modelo de Gestão se articulam, respectivamente, a partir de Princípios (Protagonismo, Pedago- gia da Presença, Educação Interdimensional e os Quatro Pilares da Educação) e Premis- sas (Excelência em Gestão, Protagonismo, Formação Continuada, Corresponsabilidade e Replicabilidade). Saiba mais acessando o website do PEI: https://efape.educacao.sp.gov. br/ensinointegral/ (acesso em: 30 jun. 2021). https://efape.educacao.sp.gov.br/ensinointegral/ https://efape.educacao.sp.gov.br/ensinointegral/ 13 O que queremos dizer ao mencionar um cidadão autônomo, solidário e competente? Um cidadão autônomo é capaz de: avaliar e decidir; ser protagonista de sua aprendizagem; assumir riscos e responsabilidades pelas suas ações; tomar decisões e ter iniciativas para mudar o lugar onde vive. Um cidadão solidário é capaz de: envolver-se como parte da solução e não como parte do problema, atuando como fon- te de iniciativa, liberdade e compromisso; promover seu próprio desenvolvimento e o da sociedade em posição de igualdade com os outros atores sociais; atuar como voluntário, como promotor de ações sociais; atuar como multiplicador de conhecimentos adquiridos. Um cidadão competente é: preparado para compreender as características e exigências do novo mundo do trabalho; detentor das habilidades básicas e da gestão requeridas para um bom desempenho; apto para a aquisição das habilidades específicas requeridas pelo caminho profissio- nal que desejar seguir. Mas como isso pode ser possível? Autonomia, solidariedade e competência são fundamentais para a formação plena dos estudantes e o papel da escola é considerar o desenvolvimento de diversas com- petências por meio da construção, desenvolvimento e realização dessa formação. Nesse sentido, o Programa foi estruturado em Eixos Formativos que permitem alcan- çar o Ideal Formativo do PEI. 14 E quais são esses eixos? Os três eixos formativos estão relacionados à formação do estudante: Formação acadêmica de excelência: Visa assegurar a construção de conhecimentos para que os estudantes tenham acesso a uma educação de qualidade. Formação para a vida: Visa formar adultos éticos, responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres. Formação para o desenvolvimento das competências do século XXI: Prepara o es- tudante para enfrentar os desafios e as mudanças do mundo contemporâneo de for- ma crítica, atuando positivamente em seu meio. Essa estrutura possibilita o desenvolvimento de um estudante protagonista, que res- ponda aos desafios do mundo contemporâneo, indo ao encontro do princípio dos quatro pilares da educação (DELORS, 1998, p. 89-102) que indicam as aprendizagens fundamentais para o desenvolvimento pleno que considera a progressão da poten- cialidade de cada um ao longo da vida. Saiba mais sobre os Quatro Pilares da Educação: https://midiasefape.educacao.sp.gov. br/ava/pei/013_Os_4_pilares_v3_legendado.mp4. Minuto Formativo https://midiasefape.educacao.sp.gov.br/ava/pei/013_Os_4_pilares_v3_legendado.mp4 https://midiasefape.educacao.sp.gov.br/ava/pei/013_Os_4_pilares_v3_legendado.mp4 15 E o que a Orientação de Estudos tem a ver com o ideal e com os eixos formativos do PEI? A Orientação de Estudos possibilita que o estudante se reconheça como um sujei- to responsável pela construção do seu conhecimento, tornando-se, aos poucos, um protagonista, ciente da importância de suas ações para o sucesso de sua vida pes- soal, escolar, social e produtiva. A consciência sobre a responsabilidade quanto às suas aprendizagens leva o estudante a uma formação acadêmica de excelência, apoiando-o para a vida, adquirindo Competências que impactam na solução de problemas, com uma visão ampla sobre os desafios do século XXI. Dessa forma, ele entende que a escola não é o único espaço propício para seu desenvol- vimento como protagonista, porém, é nela que ele irá explorar e vivenciar experiências que o ajudem nessa caminhada. Os educadores – professores, gestores, coordenado- res, pessoal de apoio e pais ou responsáveis – são essenciais para potencializaras ações necessárias para que o estudante vislumbre as oportunidades de avançar, sentindo-se acolhido e orientado por toda a equipe escolar em seu processo de aprendizagem. Unidade 2.1 Ideal formativo e Orientação de Estudos 16 A Orientação de Estudos vem como uma “chave mestra” para indicar aos estudantes qual é a trajetória mais assertiva e quais atitudes permitem que estudem de forma qualitativa e não quantitativa, com intenções e percursos bem definidos. Dessa for- ma, a escola pode levar os estudantes a se interessarem e a se envolverem nos proces- sos educativos, a partir daí tomam iniciativas, fazem escolhas livremente e compro- metidas com seus objetivos. A iniciativa pode levar o indivíduo a ser competente; a liberdade o leva a agir com au- tonomia e o compromisso o torna solidário e ciente de suas ações. Desse modo, é possível pensar na articulação entre o ideal e os eixos formativos do PEI, como representada no diagrama a seguir. Isso nos permite fazer uma reflexão so- bre o impacto da Orientação de Estudos na formação integral do estudante. Pare por um instante e observe a intersecção das figuras a seguir com as palavras-cha- ves, perceba como o conceito e significado de cada uma estão interligados. Reflexão 17 Para que o estudante perceba como a Orientação de Estudos pode auxiliá-lo a agir como protagonista de sua aprendizagem, o(a) professor(a) precisa estar ciente de seus desafios, considerar cada situação como única, de acordo com a realidade sociocultural em que ele está inserido. Nesse sentido, erros e acertos devem ser analisados como experiências, pois mesmo uma atividade que não gerou engajamento pode ser replanejada e até as dúvidas que os estudantes apresentam são pontos muito importantes e servem de base para avaliar propostas e observar resultados. Já as atividades que provocaram reflexões e trouxeram participação significativa podem ser discutidas com os próprios estudantes para que se levante o perfil do grupo e se ampliem as possibilidades de aprofundamento. A tarefa não é fácil, mas possível, e o(a) professor(a) pode iniciá-la, pensando em como incentivar o estudante e atraí-lo para a Orientação de Estudos. Mesmo sen- do um componente da Parte Diversificada/Itinerário Formativo da matriz curricular das escolas que integram o PEI, a Orientação de Estudos tem características parti- culares que podem servir para a reflexão sobre as práticas pedagógicas em todas as escolas da rede, pois, por meio dela, o estudante vai adquirir o hábito de estudar e compreender como aprimorar suas competências cognitivas e socioemocionais. Anote, em seu Diário de bordo, suas reflexões e os pontos relevantes do diagrama a par- tir dos questionamentos a seguir. • O que você conclui sobre a importância da OE na formação do estudante? • O que você pode dizer sobre o componente Orientação de Estudos e sua relação com o ideal e os eixos formativos do PEI? Tome Nota Diagrama de Venn – Relação entre Orientação de Estudos, os quatro pilares, eixos e ideal formativo do PEI. Produção da Equipe de Orientação de Estudos (2021). 18 Em uma Escola Estadual de Anos Finais do Programa de Ensino Integral do interior de São Paulo, a professora Bete ministra aulas de Orientação de Estudos. Após co- nhecer a realidade de suas turmas, por meio da escuta ativa e do direcionamento de perguntas a respeito das áreas de interesse dos estudantes, ela percebeu que alguns demonstravam grande desinteresse pelos estudos. Antes disso, porém, é preciso que ele manifeste interesse pelo estudo. Pensando nisso, apresentamos um cenário do cotidiano escolar e uma proposta de interação. 19 Para dar andamento a suas ações, a professora pesquisou maneiras de como lidar com tudo isso e promover a motivação, tão importante para desenvolver o interesse dos estudantes. Assim, Bete concluiu que é preciso muita inovação e adaptabilidade. Mas como colocar isso em prática? Nesta atividade, você vai encontrar como podem ser algumas dessas práticas. Vamos praticar Então, Bete resolveu planejar algumas ações para envolver os estudantes em suas aulas. A professora decidiu trabalhar com as Competências Socioemocionais, conside- rando que os diversos recursos do mundo contemporâneo — tais como a internet, as redes sociais, os games e os smartphones — competem fortemente com os estudos e, por isso, motivar o estudante a criar hábitos de estudos se torna um grande desafio para os educadores. Competências socioemocionais: São um conjunto de habilidades voltadas às nossas emoções, as quais se articulam com os desafios cotidianos e estão ligadas à nossa capa- cidade de conhecer, conviver, trabalhar e ser. INSTITUTO AYRTON SENNA. Competências e habilidades socioemocionais – Cap. 2. Disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/guia-educacao-integral-na-alfa betizacao/guia-educacao-integral-na-alfabetizacao-socioemocionais.html. Acesso em: 30 jun. 2021. https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/guia-educacao-integral-na-alfabetizacao/guia-educacao-integral-na-alfabetizacao-socioemocionais.html https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/guia-educacao-integral-na-alfabetizacao/guia-educacao-integral-na-alfabetizacao-socioemocionais.html 20 Meme: Termo grego que significa imitação. Trata-se de um termo bem conhecido na internet, associado a grande propagação e compartilhamento da informação (viraliza- ção), podendo se apresentar em vários formatos, tais como vídeo, imagem, frase, ideia, música etc. 2. Escolha a competência socioemocional que mais se relaciona com cada um dos ce- nários propostos pela professora Bete para promover a motivação dos estudantes. A – Responsabilidade B – Entusiasmo C – Criatividade ( ) Cenário 1: A professora Bete levou alguns memes para a aula e pediu aos estu- dantes que, a partir deles, elaborassem um vídeo para ser colocado no Tik Tok. Ela fez combinados com relação ao respeito entre os colegas e professores da escola. ( ) Cenário 2: A professora Bete solicitou que os estudantes trouxessem qualquer objeto que desse uma pista sobre coisas que gostam para, com isso, construírem uma história na qual todos seriam os personagens. A professora pediu para nin- guém esquecer de trazer o objeto, pois fariam uma roda de conversa na hora de construir a história, sendo que a participação de todos era essencial para atingir os objetivos da atividade. Para reforçar a importância dessa tarefa, Bete deixou dois estudantes encarregados de enviarem um lembrete no WhatsApp da tur- ma, um dia antes da aula de OE. ( ) Cenário 3: Em uma das aulas de OE, a professora Bete pediu para que os estu- dantes se agrupassem em duplas. Em seguida, distribuiu dois pedaços de papel pardo para cada dupla para que desenhassem na folha o contorno um do outro. Cada estudante escreveria elogios, frases e características que representassem o seu par, de forma positiva. A professora orientou as duplas que poderiam ex- por elogios, pontos fortes de cada um e, ao falarem de características físicas, se- riam respeitosos, uma vez que o respeito é fundamental entre todas as pessoas. Depois disso, pediu para que cada estudante apresentasse o seu colega/par. Em seguida, a professora realizou uma roda de conversa em que foi discutido se era possível os estudantes se reconhecerem por meio da visão apresentada pelo seu par e como eles se sentiram diante das descrições feitas pelos colegas. 21 Reflexão sobre a atividade Notamos que todas as atividades propostas pela professora Bete a partir das compe- tências socioemocionais geraram a motivação pessoal, a positividade e a flexibilidade, elementos que nos ajudam a enfrentar as mudanças e as situações inesperadas do cotidiano, permitindo que o indivíduo se torne consciente do próprio valor. Não há uma receita pronta para lidar com as adversidades encontradas no ambiente escolar. Entretanto, é fundamental incentivarmos os estudantes para que desenvol- vam o senso de pertencimento e sejamagentes transformadores de suas vidas e do seu meio social. Sabemos que essa tarefa exige algumas competências socioemocio- nais do(a) professor(a) que, mesmo não tendo sido formado com atenção a elas, tem experiência para observar que essas competências já fazem parte da sua vida. É im- portante que o(a) professor(a) encontre maneiras de associá-las às atividades e ações propostas aos seus estudantes. Sob essas reflexões, a Orientação de Estudos vem ao encontro dos desafios e das ne- cessidades dos estudantes, levando-os a compreender que é possível aprender de diversas maneiras: lendo, escrevendo, resumindo, assistindo, esquematizando, ence- nando, entre outros, de forma remota ou presencial e que o(a) professor(a) é media- dor, responsável por criar condições e oportunidades que facilitem o seu processo de aprendizagem. 22 Muito já falamos até aqui sobre a Orientação de Estudos e sua relação com o ideal for- mativo do PEI. Então, vamos realizar uma tarefa para consolidar nosso entendimento sobre essa importante conexão. Unidade 3 Desdobramentos da Orientação de Estudos 23 3. Relacione os itens a seguir, de modo que as afirmações se tornem verdadeiras. A – O PEI pretende o desenvolvimento de jovens protagonistas que se revelem... B – Os quatro pilares da educação propõem a construção de conhecimento para que os jovens dele se apropriem e construam... C – Para buscar seus sonhos, os estudantes necessitam de bases sólidas em todas as etapas de sua formação escolar, isso é possível com uma adequada... D – Para atingir-se a plena excelência acadêmica, é essencial ter como base da ação pedagógica os quatro pilares da educação, especialmente... E – O “aprender a aprender” é o eixo condutor da... ( ) aprender a conhecer, aprendendo a aprender. ( ) Projetos de Vida. ( ) Orientação de Estudos. ( ) autônomos, solidários e competentes. ( ) formação acadêmica. 24 Neste momento de nosso curso, vamos entender a relação do “aprender a aprender” com a metacognição. Na proposta de orientação dos rumos para a educação no sé- culo XXI contida no relatório da Unesco, os quatro pilares da educação indicam uma trilha a ser percorrida para que os estudantes possam desenvolver competências que extrapolem o âmbito de conceitos meramente memorizáveis, buscando sua forma- ção integral e se apropriando dos conhecimentos como ferramentas de consolidação dos seus Projetos de Vida. Em cada um dos pilares da educação, são esclarecidas im- portantes estruturas de apoio à formação integral dos estudantes. Unidade 3.1 “Aprender a aprender” e a metacognição Metacognição: É a capacidade de identificar o que sabemos e o que não sabemos. É a habilidade de planejar meios para produzir as informações necessárias a um determina- do fim, estar consciente dos próprios passos e processos durante o ato de resolução de problemas, refletindo e avaliando a produtividade do próprio pensamento. 25 Agora, vamos nos dedicar ao primeiro pilar, que será norteador do componente Orien- tação de Estudos: aprender a conhecer (DELORS, 1998, p. 89-102). Aprender a conhecer Seu fundamento é o prazer de compreender, de conhecer e de descobrir. Supõe que, para “aprender a conhecer”, é preciso “aprender a aprender”, aprimorando a atenção, a memória e o pensamento. Visa a aquisição de instrumentos do conhecimento para compreender o mundo que o rodeia. Pretende que o saber extrapole o âmbito utilitário e que os estudantes tenham acesso às metodologias científicas de modo a tornar-se, para toda a vida, “amigos da ciência”. Incentiva a sinergia entre os componentes curriculares, especialmente em matéria de pesquisa, pois os avanços do conhecimento se dão nos pontos de interseção das diver- sas áreas do conhecimento. Desenvolve a curiosidade intelectual, o senso crítico, a autonomia e a capacidade de discernimento para escolhas conscientes. Incentiva uma educação focada na cultura geral, nas múltiplas formas de linguagens, no desenvolvimento da comunicação e na abertura a novos campos do conhecimento. Considera que o processo de aprendizagem do conhecimento nunca está acabado e pode enriquecer-se com qualquer experiência, sendo necessário que continuem a aprender ao longo de toda a vida, no trabalho, mas também fora dele. O pilar “Aprender a Conhecer” remete ao conceito da metacognição, desenvolvido pelo psicólogo e professor universitário John Flavell (Stanford University), na década de 1970. A metacognição, no entendimento de Flavell (FIGUEIRA, 2003), é uma habilidade que se manifesta por meio do autoconhecimento e do automonitoramento dos proces- sos cognitivos que favorecem a capacidade de aprender. Mais especificamente, a ha- bilidade da metacognição permite a alguém pensar a respeito de uma missão que deva executar, decidir qual seria a estratégia mais adequada para resolvê-la, conforme sua própria maneira de entender tal desafio. Enquanto professor, você certamente já se deparou com inúmeras situações em que propôs uma determinada tarefa às turmas e os resultados esperados ou a realização de desafios ocorreram simultaneamente de maneiras diferentes e apresentando os mesmos e satisfatórios resultados. Isso ocorre porque os processos mentais de execu- ção de tarefas nem sempre são iguais e, mesmo assim, podem conduzir a uma mes- ma conclusão, embora por caminhos diferentes. 26 Desenvolver a metacognição é extremamente importante para que os estudantes pensem sobre as diversas possibilidades que têm para “aprender”, sobre as múltiplas estratégias de aprendizagem, para que, conscientemente, encontrem aquela mais adequada às suas es- truturas mentais. Pode-se, então, considerar que a metacognição é a forma como se “Apren- de a Aprender”, sendo a base do componente Orientação de Estudos. A partir do conceito que apresentamos sobre metacognição, construímos um mapa mental. A metacognição ocorre enquanto um sujeito analisa, planeja, escolhe sua estratégia e executa uma determinada missão que lhe foi apresentada. Mapa mental é uma ferramenta de gestão de informações. Eles são usados para otimi- zar a memorização a partir de representações visuais de conceitos e ideias, de maneira simplificada, organizando informações e, assim, colaborando com o aprendizado. Tome Nota 27 A seguir, apresentamos um trecho do Currículo Paulista (SÃO PAULO, 2019, p. 31; https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2019/09/cu rriculo-paulista-26-07.pdf) para que você faça uma leitura atenta e, em seguida, rea- lize a atividade proposta. “Essas competências gerais contemplam integradamente conceitos, procedi- mentos, atitudes e valores, enfatizando a necessidade de desenvolvimento de competências socioemocionais. Em tempos de tantas e rápidas mudanças, a escola vem se fortalecendo como espaço privilegiado para a experiência do autoconhecimento, da construção identitária e de projetos de vida; para a au- toria, a crítica e a criatividade na produção de conhecimentos; e para práticas participativas, colaborativas e corresponsáveis com o âmbito local e planetá- rio. Dessa maneira, o desenvolvimento da empatia, da colaboração e da res- ponsabilidade supõe processos intencionais vivenciados nas interações, em que essas habilidades são mobilizadas simultaneamente aos processos cog- nitivos. A esse respeito, esclarece Mahoney (2000): ‘[...] Qualquer atividade motora tem ressonâncias afetivas e cognitivas; toda disposição afetiva tem ressonâncias motoras e cognitivas; toda operação mental tem ressonâncias afetivas e motoras. E todas essas ressonâncias têm um impacto no quarto conjunto: a pessoa.’ (MAHONEY, A. A. Introdução. In: ALMEIDA, L. R. de; MAHONEY, A. A. Henri Wallon: psicologia e educação. São Paulo: Loyola, 2000)” – (SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo Paulista. São Paulo: SEDUC, 2019. p. 31.) Assista ao vídeo da Professora Doutora em Educação pela Universidade Federal de Mi- nas Gerais (UFMG), Marcia Ambrósio, abordando aspectosda metacognição: https://you tu.be/S949gSsi6Sg. Minuto Formativo A partir da leitura e das palavras em destaque, convidamos você a elaborar um mapa mental para otimizar sua compreensão sobre o conteúdo estudado. Para facilitar a cons- trução do mapa, disponibilizamos o esquema a seguir; daí é só encaixar as palavras onde você considerar o local adequado! Vamos praticar https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2019/09/curriculo-paulista-26-07.pdf https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2019/09/curriculo-paulista-26-07.pdf https://youtu.be/S949gSsi6Sg https://youtu.be/S949gSsi6Sg 28 4. Complete o mapa mental a seguir colocando cada termo abaixo em um círculo vazio. – motora – afetiva – disposição afetiva – atividade motora – cognitiva – motora Observe na seção Gabarito como estruturamos o mapa mental, compare com seu resultado, faça reflexões a respeito de outras possibilidades e anote-as em seu Diário de bordo. Diário de bordo 29 É relevante para a implementação adequada da Orientação de Estudos no PEI tecer considerações sobre o desenvolvimento do raciocínio, da leitura, da interpretação e da escrita, relacionando-os aos contextos da metacognição. Para ilustrarmos essa relação, você vai conhecer a história do estudante Breno por meio de três cenários prováveis no cotidiano de escolas. Cenário 1 – Breno na sala de aula Estação 1 Assista à animação: https://youtu.be/R7zW2LPiXbc. Estação 2 “O estudante Breno se recusa a ler, chora, demonstra-se envergonhado e apresenta muita resistência na hora de fazer uma leitura.” Unidade 3.2 A importância do desenvolvimento do raciocínio, da leitura, da interpretação e da escrita 30 Refletindo sobre essa situação, percebe-se que há entraves a serem investigados para traçar estratégias que permitam ao nosso estudante seguir em frente no seu desen- volvimento cognitivo. Vale questionar por quais motivos esse estudante manifestaria tamanha aversão à prática da leitura. Será que a leitura foi proposta a ele de maneira adequada? Na perspectiva metacognitiva, é conveniente que as vivências positivas em relação à leitura estejam presentes desde a primeira infância, estendendo-se durante todo o percurso escolar. Assim, espera-se que o ato de ler se configure num hábito que leve as pessoas a buscarem novos e relevantes conhecimentos ao longo de toda a vida. O “ler” é instrumento de potencialização da criatividade, pois estimula a imaginação e exige o desenvolvimento do raciocínio, favorecendo a concepção de tramas men- tais necessárias à interpretação das ideias, imagens, circunstâncias e fatos contidos nos enredos dos textos. Além disso, a leitura é uma ferramenta para a construção de argumentos com base na criação de memórias a serem mobilizadas em momentos oportunos para fundamentar posições e opiniões. O “aprender a conhecer”, pilar da educação que sustenta a Orientação de Estudos, re- quer do estudante o “aprenda a aprender”, sendo a leitura um instrumento essencial para se atingir esse objetivo. Estação 3 E agora? Como a Orientação de Estudos pode auxiliar estudantes como Breno, que apresentam dificuldades com leitura, a restabelecer a confiança em relação às suas potencialidades como leitor? 31 Quais intervenções você faria diante desse cenário? Faça essa reflexão e anote em seu Diário de bordo. Diário de bordo Cenário 2 – Conversas da sala dos professores Estação 1 Assista à animação: https://youtu.be/n-NQh49AIew. FÓRUM ON-LINE PCA Simonni – São Paulo Uma boa ideia é construir uma agenda de estudos em que, rotineiramente, apareçam mo- mentos para leitura de textos curtos, incentivando a criação do hábito de ler. Outra coisa que funciona são momentos de leitura em atividades que se desenvolvam por meio das mídias digitais que estão intimamente relacionadas ao interesse das novas gerações de estudantes. Prof. Leandro – Limeira Eu costumo envolver o estudante em atividades lúdicas que o façam relacionar a leitura a um momento divertido, descontraído e prazeroso. Gosto muito de apresentar gêneros va- riados aos estudantes para quebrar a monotonia do ato de ler e incentivar a observação das múltiplas possibilidades de aquisição de conhecimentos por meio da leitura. PCG Sandi – Piracicaba É bom conduzir uma formação de linhas de raciocínio sobre a importância da leitura como ferramenta para a compreensão de todos os componentes curriculares. 32 Estação 2 Ao analisar esse novo contexto em relação ao desempenho escolar de Breno, perce- be-se que, apesar de não ter desenvolvido a competência leitora de maneira apropria- da, no que se refere ao raciocínio lógico, o estudante mobiliza muito bem seus conhe- cimentos, articulando saberes para dar respostas corretas a desafios complexos. Vamos entender este caso sob uma ótica de construção do raciocínio pela metacog- nição, ou melhor, vamos entender de que forma Breno aprendeu a aprender. Na fala da professora de Matemática há um momento muito esclarecedor em que ela afirma ter percebido que “ele gosta desses desafios”. Por essa razão, Breno mostra in- teresse em dar respostas imediatas ao que ela propõe. Um estudante curioso, criativo, observador é capaz de desenvolver esquemas mentais para a resolução de desafios, mobilizando outras possibilidades de linguagem. Pode-se dizer que ele consegue ler o mundo, apesar de não ler os textos, porque a partir do seu “gostar”, realiza men- talmente uma mediação entre aquilo que aprende de suas vivências e a vontade de superar o desafio. Essa é a principal chave que a escola deve utilizar para abrir a caixa mental das po- tencialidades junto a estudantes como Breno, levando-o a perceber que, se ele pode aprender a resolver desafios, também pode se apropriar dessas mesmas estruturas mentais para ler e interpretar os textos sem que isto lhe cause desconfortos. Asso- ciar momentos prazerosos às atividades escolares é uma estratégia muito importante para que os estudantes melhorem seu desempenho em áreas do conhecimento que deixaram de lado em virtude de vivências desagradáveis. É muito comum entender o raciocínio lógico como uma construção mental que remete apenas às competências e habilidades ligadas prioritariamente à área da Matemática, no entanto, entendemos que seu desenvolvimento é instrumento essencial para a so- lução de muitas outras incógnitas que serão apresentadas durante a vida. Por isso, tor- na-se essencial instigar a curiosidade, os questionamentos, a dedução e a síntese para que o estudante aprenda a aprender. 33 Estação 3 Como a Orientação de Estudos poderia auxiliar Breno a mobilizar suas estruturas mentais, aprendendo a aprender por meio da construção de linhas de raciocínio que permitam o domínio de habilidades de leitura e interpretação aplicando-as em outras áreas do conhecimento? FÓRUM ON-LINE PCA Simonni – São Paulo Vamos desenvolver atividades escolares que permitam aos estudantes estabelecer relação entre os saberes de várias áreas do conhecimento, aplicando a metodologia de projetos que é muito eficiente para atingir este objetivo. PCG Sandi – Piracicaba Gostei muito dessa ideia e acredito que propor desafios para os quais seja necessário realizar pesquisas criando respostas por meio de outras linguagens que oferecem novas possibilida- des de comunicação. Prof. Leandro – Limeira Sandi, vamos começar usando mídias digitais para a construção de infográficos, mapas mentais, desenhos, charges, memes, HQs, produção de imagens, entre outras possibilida- des que são excelentes para essa finalidade. 34 E você? Qual seria sua sugestão de intervenção? Faça essa reflexão e anote em seu Diário de bordo. Diário de bordo Cenário 3 – Durante o conselho de classe Estação 1 Assista à animação: https://youtu.be/zxFa_Fp5ki4. Estação 2 A escrita é uma das nuances da comunicação. Ela se opera quando alguém traduz em palavras e/ou textos as ideias que elabora, transmitindo-aspor meio da escrita. Para escrever com sentido e fazer-se entender, é necessário o domínio de códigos e símbo- los que deem significado aos textos elaborados. PCG Sandi – Piracicaba Temos outras possibilidades: criar momentos de troca de experiências e saberes entre os es- tudantes para que possam dialogar com outras pessoas da comunidade escolar, levando-os a compreenderem que há várias formas de pensar e resolver desafios e promover a realização de fóruns, enquetes, palestras, debates, mostras de vídeos, feiras, entrevistas, entre outras pos- sibilidades de encontros entre pessoas que são ótimas opções para estabelecer interações. Promover vivências para além do ambiente escolar, podendo ser síncronas ou assíncronas, realizando estudos do meio, visitas a centros culturais e museus, investigações dos locais por onde o estudante transita e espaços onde haja maior contato com a natureza preservada. Criar condições para que os estudantes construam novas experiências é importante para que elaborem novas possibilidades de raciocínio e ampliem sua visão de mundo. 35 Contemporaneamente, a escrita extrapolou o lápis e o papel, adquirindo amplos con- tornos que a tecnologia e as mídias digitais trouxeram, sendo necessário compreender outros códigos próprios do mundo digital para alcançar essa comunicação. A expres- são oral e corporal é muito mais simples, uma vez que, desde o nascimento, somos cotidianamente educados para nos expressar e o domínio dos códigos de linguagem foi sendo assumido como parte da rotina de nossas vidas. Estação 3 Em que a Orientação de Estudos poderia, então, contribuir para que nossos estudan- tes aprendam a aprender construindo suas competências escritoras a partir da pro- dução de estruturas mentais de metacognição? FÓRUM ON-LINE Prof. Leandro – Limeira Vamos começar criando momentos de leitura, interpretação e escrita coletiva em que todos pos- sam opinar e expressar dúvidas para a construção de textos que representem a turma. Propor elaboração de roteiros para encenação, podcast, vídeos, dentre outras sugestões que possam surgir entre os próprios estudantes. Incentivar os estudantes a escreverem, individualmente, so- bre circunstâncias relacionadas à sua própria vivência ou sobre temas que eles mesmos propo- nham. Em geral, eles sentem-se motivados quando escrevem sobre assuntos de seu interesse. 36 Encerramento dos cenários Qual seria sua contribuição durante o conselho de classe? Reflita e anote em seu Diário de bordo. Diário de bordo Anote em seu Diário de bordo os pontos relevantes, as ideias e os conceitos que mais lhe chamaram a atenção nas estações de estudo dos três cenários. Diário de bordo É importante ter em mente que as sugestões de intervenção podem ser adaptadas para qualquer segmento escolar, considerando o grau de complexidade de cada uma e as especificidades das turmas. PCG Sandi – Piracicaba Leandro, que tal propor atividades em grupo para que os estudantes produzam algo con- creto, recorte e colagem de letras e palavras para compor uma carta, recado ou anúncio e afins, para que depois troquem impressões? Leandro, isso leva o estudante a ter consciência de que falar e escrever são formas de comunicação que se operam por diferentes códigos e, quando essa reflexão é mediada num grupo, as adequações ficam mais claras porque extrapolam o indivíduo para alcançar um sentido mais abrangente, considerando o lado do escritor e o lado do leitor. PCA Simonni – São Paulo Já trabalhamos com a apresentação de trechos de livros, notícias, HQs, aos estudantes, ensi- nando-os a parafrasear, porque reescrever com as próprias palavras aquilo que outras pessoas criaram é um ótimo exercício de interpretação e escrita. Sandi, isso leva o estudante a pensar que há inúmeras possibilidades de se relatar um mesmo fato por caminhos diferentes. 37 5. Todo esse estudo feito nas estações pode ser sintetizado nas afirmações a seguir. Leia-as atentamente e preencha as lacunas tornando as frases verdadeiras. Use uma destas opções: raciocínio; metacognição; “aprender a aprender”; Orientação de Estudos. a) A deve ser desenvolvida com os estudantes com o objetivo de levá-los a pensar sobre a construção de conhecimentos, a fim de que formulem estratégias personalizadas ao seu modo de aprender. b) A maneira como construímos estruturas mentais pode potencializar o desem- penho em múltiplas instâncias da nossa vida, para isso, é importante orientar o no sentido do “aprender a aprender”. c) O desenvolvimento das competências de leitura, da interpretação e da escri- ta é imprescindível para , pois é o cerne do pilar da educação, “aprender a conhecer”. d) É papel da guiar os estudantes na construção de vivências po- sitivas para mobilizarem suas estruturas mentais aplicando-as em todas as áreas do conhecimento. 38 Encerramento do módulo Expectativa Final Cursista, no início deste módulo sugerimos que você registrasse seus conhecimentos prévios e suas expectativas a respeito do Módulo 1 de Orientação de Estudos. Depois de todo esse percurso, você criou outras expectativas? Registre-as em seu Diário de bordo. Diário de bordo Chegamos ao final do Módulo 1! Percorremos temas importantes sobre o componen- te Orientação de Estudos na trama do Programa Ensino Integral, seu significado e sua importância tanto para os estudantes quanto para os professores. Conhecemos os tempos, os objetivos, as diretrizes e os responsáveis que regem esse componente, bem como aspectos relacionados à metacognição. Em seguida, vamos aprofundar os conhecimentos no Módulo 2! Bons estudos! 39 Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Co- mum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec. gov.br. Acesso em: 30 jun. 2021. COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Mais que uma lei. São Paulo: Instituto Ayrton Senna, 1997. COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Protagonismo juvenil: adolescência, educação e participação democrática. Salvador: Fundação Odebrecht, 2000. DELORS, Jacques. Os quatro pilares da educação. In: DELORS, Jacques (coord.). Edu- cação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez/Unesco, 1998. p. 89-102. INSTITUTO AYRTON SENNA. Competências e habilidades socioemocionais – Cap. 2. Disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/guia-educacao-integral-na- alfabetizacao/guia-educacao-integral-na-alfabetizacao-socioemocionais.html. Acesso em: 30 jun. 2021. INSTITUTO AYRTON SENNA. Competências socioemocionais para contextos de crise. Disponível em: https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises. html. Acesso em: 30 jun. 2021. FIGUEIRA, Ana Paula Couceiro. Metacognição e seus contornos. Revista Iberoameri- cana de Educación, Universidade de Coimbra, Portugal, 2003. Disponível em: https:// rieoei.org/RIE/article/view/2947/3861. Acesso em: 30 jun. 2021. http://basenacionalcomum.mec.gov.br http://basenacionalcomum.mec.gov.br https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/guia-educacao-integral-na-alfabetizacao/guia-educacao-integral-na-alfabetizacao-socioemocionais.html https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/guia-educacao-integral-na-alfabetizacao/guia-educacao-integral-na-alfabetizacao-socioemocionais.html https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises.html https://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/socioemocionais-para-crises.html https://rieoei.org/RIE/article/view/2947/3861 https://rieoei.org/RIE/article/view/2947/3861 40 MAHONEY, A. A. Introdução. In: ALMEIDA, L. R. de; MAHONEY, A. A. Henri Wallon: psi- cologia e educação. São Paulo: Loyola, 2000. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação. Caderno do pro- fessor – Orientação de estudos. EFAF/EM. vol. 1. 2021. Disponível em: https://efape. educacao.sp.gov.br/ensinointegral/wp-content/uploads/2021/03/PEI_PR_OE_06- 09_01-03_VOL1_2021-Diagramado.pdf. Acesso em: 30 jun. 2021. SÃO PAULO (Estado). Secretariada Educação. Currículo Paulista. São Paulo: SEDUC, 2019. Disponível em: https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/ uploads/2019/09/curriculo-paulista-26-07.pdf. Acesso em: 30 jun. 2021. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Resolução Seduc no 85, de 19 de no- vembro de 2020. Estabelece as diretrizes da organização curricular do Ensino Fun- damental, do Ensino Médio e das respectivas modalidades de ensino da Rede Esta- dual de Ensino de São Paulo e dá providências correlatas. Disponível em: http://siau. edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/RESOLU%C3%87%C3%83O%20%20SE%2085-1911- 2020%20MATRIZ%20SEDUC%20-%202021.PDF?Time=25/05/2021%20. Acesso em: 30 jun. 2021. https://efape.educacao.sp.gov.br/ensinointegral/wp-content/uploads/2021/03/PEI_PR_OE_06-09_01-03_VOL1_2021-Diagramado.pdf https://efape.educacao.sp.gov.br/ensinointegral/wp-content/uploads/2021/03/PEI_PR_OE_06-09_01-03_VOL1_2021-Diagramado.pdf https://efape.educacao.sp.gov.br/ensinointegral/wp-content/uploads/2021/03/PEI_PR_OE_06-09_01-03_VOL1_2021-Diagramado.pdf https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2019/09/curriculo-paulista-26-07.pdf https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/wp-content/uploads/2019/09/curriculo-paulista-26-07.pdf http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/RESOLU%C3%87%C3%83O%20%20SE%2085-1911-2020%20MATRIZ%20SEDUC%20-%202021.PDF?Time=25/05/2021%20 http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/RESOLU%C3%87%C3%83O%20%20SE%2085-1911-2020%20MATRIZ%20SEDUC%20-%202021.PDF?Time=25/05/2021%20 http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/RESOLU%C3%87%C3%83O%20%20SE%2085-1911-2020%20MATRIZ%20SEDUC%20-%202021.PDF?Time=25/05/2021%20 41 Gabaritos 1. A sequência correta é: D; O; D; O; O; D; D; D; O; D; O; O; D; O; D. 2. A sequência correta é: C; A; B. Comentários: No cenário 1, os estudantes sentiram-se motivados, a intencionalidade da ação da professora foi incentivar a criatividade. A criatividade é uma competência ligada à abertura ao novo, que é uma macrocompetência socioemocional (macrocompetência composta por três compe- tências socioemocionais: curiosidade para aprender, imaginação criativa e interesse artístico; é a paixão pela aprendizagem e exploração intelectual, relacionada à investigação, à pesquisa, ao pensamento crítico e à resolução de problemas). No cenário 2, os estudantes podem se sentir motivados e, provavelmente, se empolgariam em falar sobre o que mais gostam. Todavia, o foco da atividade proposta pela professora é o tra- balho com a responsabilidade, competência ligada à autogestão, que é uma macrocompe- tência socioemocional (macrocompetência que diz respeito à capacidade de ser organizado, esforçado, ter objetivos claros e saber como alcançá-los de maneira ética; relaciona-se com a habilidade de fazer escolhas em relação à vida profissional, pessoal ou social, estimulando a liberdade e a autonomia). A responsabilidade permite que o indivíduo perceba como ela in- terfere na vida social de todos e compreenda quais são seus direitos e deveres. Esses direitos e deveres nem sempre nos agradam e a responsabilidade é que nos torna conscientes e ca- pazes de cumprir nossas obrigações e compromissos de forma natural, assim nos tornamos pessoas confiáveis, aquelas com as quais se pode contar sempre. No cenário 3, a intenção da professora foi motivar os estudantes por meio do entusiasmo, essa competência faz parte da macrocompetência engajamento com os outros (macrocom- petência que diz respeito à motivação e à abertura para interações sociais e ao direcionamen- to de interesses e energia ao mundo externo, pessoas e coisas.). A professora ainda pesquisou a BNCC para complementar suas necessidades e percebeu que a competência 8 (“Conhecer- -se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas” [BRASIL, 2017, p. 10]), autoconhecimento e autocuidado, a auxiliaria no traba- lho que pretendia desenvolver com suas turmas, pois ela acredita que, ao se reconhecer e se valorizar, os estudantes passam a conviver com suas potencialidades e fragilidades de ma- neira mais natural e confiante e isso faz com que gostem de si mesmos, compreendam suas limitações e apostem em seus pontos fortes, aumentando a autoestima e desenvolvendo o autoconhecimento. 3. A sequência correta é: D; B; E; A; C. 42 5. a) A metacognição deve ser desenvolvida com os estudantes com o objetivo de levá-los a pensar sobre a construção de conhecimentos, a fim de que formulem estratégias per- sonalizadas ao seu modo de aprender. 5. b) A maneira como construímos estruturas mentais pode potencializar o desempenho em múltiplas instâncias da nossa vida, para isso, é importante orientar o raciocínio no sentido do “aprender a aprender”. 5. c) O desenvolvimento das competências de leitura, da interpretação e da escrita é im- prescindível para “aprender a aprender”, pois é o cerne do pilar da educação, “aprender a conhecer”. 5. d) É papel da Orientação de Estudos guiar os estudantes na construção de vivências positivas para mobilizarem suas estruturas mentais aplicando-as em todas as áreas do conhecimento. Imagem do diagrama de Venn (p. 17) produzida pela Equipe de Orientação de Estu- dos (2021); imagens de mapa mental (p. 26, 28 e 42) elaboradas para o curso. Demais imagens: Getty Images. 4. Possibilidade de resposta, a partir dos itens propostos no texto do Currículo Paulista:
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