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Tics - semana 13 SOI III

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FAHESP - Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí. 
IESVAP - Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba LTDA. 
Aluna: Cellina Nava de Simas Lima – 3º Período 
Curso: Medicina 
 
 
 
TICs – SEMANA 13 – SISTEMAS ORGÂNICOS INTEGRADOS III 
 
Comando: Encaminhe uma resenha comentando sobre a reação de 
hipersensibilidade do tipo 1. 
 
Primeiramente faz-se necessário conceituar a hipersensibilidade, 
sendo uma reação excessiva, indesejável (danosa, desconfortável e, às vezes, fatal), 
produzida pelo sistema imune normal. Essas reações de hipersensibilidade requerem 
um estado de pré-sensibilizado (imune) do hospedeiro e podem ser divididas em 
quatro tipos: I, II, III e IV, tal divisão é baseada nos mecanismos envolvidos, bem como 
no tempo de ação necessário para sua reação. Neste trabalho iremos nos ater à 
hipersensibilidade tipo I em específico. 
Segundo PIVATO, ed. 2012, a hipersensibilidade tipo I é também 
denominada como imediata ou anafilática. A sua reação pode envolver a pele 
(urticária e eczema), os olhos (conjuntivite), a nasofaringe (rinorréia, rinite), os tecidos 
broncopulmonares (asma) e o trato gastrointestinal (gastroenterite). A reação pode 
causar uma variedade de sintomas desde complicações mínimas até a morte. O tempo 
da sua reação normalmente leva 15 a 30 minutos, que é o chamado período de 
exposição ao antígeno, porém algumas vezes possa ter início pode ser um pouco mais 
tardio, tendo período de reação entre 10 a 12 horas. 
Quanto ao mediador, ABBAS, ed. 2015, aduz que a hipersensibilidade 
ora estudada é mediada por IgE, e tem como elemento primário celular o mastócito ou 
o basófilo. A reação é amplificada e/ou modificada pelas plaquetas, neutrófilos e 
eosinófilos. O mecanismo de ação envolve a produção preferencial de IgE, uma vez 
que este possui elevada afinidade por seu receptor em mastócitos e basófilos, em 
resposta a certos antígenos, como os alérgenos, vejamos de forma ilustrada: 
 
 
 FAHESP - Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí. 
IESVAP - Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba LTDA. 
Aluna: Cellina Nava de Simas Lima – 3º Período 
Curso: Medicina 
 
No caso de haver uma exposição subsequente ao mesmo alérgeno, 
acontecerá uma reação cruzada com IgE ligado a células, disparando, 
consequentemente, a liberação de várias substâncias farmacologicamente ativas. 
Ligação cruzada do receptor Fc de IgE é importante para a estimulação de mastócitos. 
A degranulação de mastócitos, por sua vez, é precedida pelo aumento do influxo de 
cálcio, que é um processo crucial. Os mastócitos podem ser iniciados por outros 
estímulos tais como exercício físico, estresse emocional, agentes químicos e 
anafilotoxinas. Essas reações, mediadas por agentes sem interação IgE-alérgeno, não 
são reações de hipersensibilidade embora elas produzam os mesmos sintomas, 
conforme ensina FREITAS, ed. 2019. 
A reação é amplificada por PAF (fator ativador de plaquetas) que 
causa agregação plaquetária e liberação de histamina, heparina e aminas vasoativas. 
O fator quimiotáctico eosinofílico de anafilaxia (EC F-A) e fatores quimiotácticos de 
neutrófilos atraem os eosinófilos e os neutrófilos, respectivamente, os quais irão liberar 
inúmeras enzimas hidrolíticas, provocando a necrose. Ademais, substâncias que 
alteram os níveis de AMPc e GMPc alteram significantemente os sintomas alérgicos. 
Assim, tais substâncias parecem aliviar os sintomas alérgicos, particularmente os 
broncopulmonares, e são usados terapeuticamente. De forma contrária, os agentes que 
diminuem AMPc ou estimulam GMPc agravam essas condições alérgicas. 
No que tange o diagnósitco, CAMPELL, ed. 2014, ensina que os testes 
diagnósticos para hipersensibilidade tipo I incluem: testes de pele (perfuração e 
intradérmico), medida de anticorpos IgE totais e anticorpos IgE específicos contra os 
suspeitos alérgenos. Os anticorpos IgE totais e anticorpos IgE específicos são medidos 
por uma modificação do ensaio imunoenzimático - ELISA. 
Já o tratamento, quando sintomático é conseguido com anti-
histamínicos que bloqueiam receptores de histamina. A cromolina sódica inibe a 
degranulação de mastócitos (provavelmente pela inibição do influxo de cálcio). O 
início tardio de sintomas alérgicos, particularmente broncoconstrição que é mediada 
por leucotrienos, são tratados com bloqueadores de receptores de leucotrienos 
(Singulair, Accolate) ou inibidores de cicloxigenase (Zileuton). Alívio sintomático, 
embora de curta duração, da broncoconstrição é oferecido por Broncodilatadores 
(inaladores) tais como derivados de isoproterenol (Terbutalina, Albuterol). A Teofilina 
eleva AMPc pela inibição da AMPc fosfodiesterase e inibe a liberação intracelular de 
Ca++ é também usada para aliviar sintomas broncopulmonares. 
 
 
REFERÊNCIAS 
• ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e 
molecular. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2015. 
• CAMPBELL RL, Li JT, Nicklas RA, et al. Emergency department diagnosis and 
treatment of anaphylaxis: a practice parameter. Ann Allergy Asthma Immunol. 
2014; 113:599. 
• ENSINA, Luis Felipe et al. Reações de hipersensibilidade a medicamentos. 
Revista Brasileira alerg imunopatol, v. 32, n. 2, p. 42-47, 2009. 
 
 FAHESP - Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí. 
IESVAP - Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba LTDA. 
Aluna: Cellina Nava de Simas Lima – 3º Período 
Curso: Medicina 
 
• FREITAS, Alicia Valentina da Silva; OLIVEIRA, Liliane Vanessa de 
CASSILHAS. Ana Paula. HIPERSENSIBILIDADE CRUZADA ALIMENTAR 
REVISTA DE TRABALHOS ACADÊMICOS UNIVERSO RECIFE, v. 5, n. 2. 
2019. 
• PIVATO, Leandro Silva; LOPES, Renan Alves. Hipersensibilidade Imediata: 
Uma Revisão Sobre Anafilaxia. Saúde e Pesquisa , v. 5, n. 1, 2012. 
• REGATEIRO, Frederico; FARIA, Emília. Mecanismos imunopatológicos das 
reações de hipersensibilidade a fármacos. Revista portuguesa de 
imunoalergologia, v. 24, n. 2, p. 62-78, 2016.

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