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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL Matriz de atividade individual Disciplina: Direito Tributário Aluno: Raissa de Sousa Soares Turma: Direito Tributário-0122-2_3 Tarefa: Análise de Acórdão de Matéria Tributária Decisão judicial selecionada 2 Fatos tributários essenciais A Fazenda Pública do Estado de São Paulo ajuizou Execução Fiscal em face da S. Teixeira Produto Alimentícios Ltda., para realizar a cobrança de ICMS. A executada, em Exceção de pré-executividade em Execução Fiscal, pedindo a extinção do feito em razão da remissão do crédito tributário em função da Lei Complementar 160/2017. Irresignada, a Executada, ora agravante, agravou tal decisão, resultando no acórdão posto em análise. Remissão é uma das hipóteses de extinção do Crédito Tributário, conforme disciplina o artigo 156, inciso IV, do Código Tributário Nacional. A Remissão é tratada pelo artigo 172 do Código Tributário Nacional e consiste no perdão de todo o crédito tributário, e deve ser concedido por lei, respeitando o princípio da igualdade e somente pode atingir créditos anteriores à entrada em vigor da lei que o instituiu, pois não existe remissão para créditos futuros. Portanto, tal acórdão está de acordo com a atividade proposta. Questão relevante Conforme exposto no tópico anterior, a Fazenda do Estado de São Paulo ajuizou Ação de Execução Fiscal para a cobrança de Crédito de ICMS. Em Exceção de pré-executividade, a ora agravante, alegou que por força do Convênio CONFAZ nº 190/17, que dispõe sobre a remissão de créditos tributários constituídos ou não, decorrentes das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro-fiscais instituídos em desacordo com o disposto na alínea “g” do inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal, bem como sobre as correspondentes reinstituições. Em decisão protelada em face da exceção de pré-executividade, acolheu o argumento da Fazenda do Estado de São Paulo, que esclareceu que conforme determina a Resolução Conjunta SFP/PGE nº 01/2019, o reconhecimento de créditos relativos a ICMS decorrentes de operações que tenham benefícios fiscais e que estão em desacordo com a Constituição Federal, deve ser feito na esfera administrativa. Irresignada, a Executada, ora agravante, agravou tal decisão, alegando o princípio da inafastabilidade da jurisdição que encontra respaldo no artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal, que consiste no direito de ação subjetivo ao cidadão. Alega que o Poder Judiciário não pode de isentar de resolver o conflito. Raciocínio jurídico construído na sentença ou no acórdão A agravante alega que o Estado de Goiás concedeu benefícios e isenções fiscais em desacordo com o disposto na alínea “g” do inciso XII do § 2º do art. 155 da CF, que disciplina que cabe à lei complementar regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. Porém, sustenta que foi editada a Lei Complementar nº 160/2017 e regulamentada pelo Convênio CONFAZ 190/17, autorizando a remissão dos créditos tributários. O Convênio 190/17 dispõe claramente que a remissão deve ser publicada em diário oficial, registrado e depositado na Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Política Fazendária com toda a documentação comprobatória que corresponde aos atos concessivos da remissão. Além de deixar claro em sua cláusula oitava que, tais atos mencionados anteriormente, ficam condicionadas a ações ou embargos à execução fiscal, bem como impugnações, defesas, recursos no âmbito administrativo. 4 A regulação do Convênio CONFAZ 190/17 para o Estado de São Paulo foi feita pela Resolução Conjunta SFP/PGE 01/2019, dispôs que o reconhecimento de tais créditos devem ser realizados na esfera administrativa, por meio de Processo Administrativo Tributário Eletrônico. Nesse sentido, a decisão agravada entendeu que deveria ser feito o reconhecimento de tal remissão na esfera administrativa. Alega o julgador do agravo que conforme direito de ação, disposto na Constituição Federal, o judiciário não deixará de analisar lesão ou ameaça de lesão. Porém, a concessão da remissão, que é uma forma de extinção de crédito tributário, é indubitável o ordenado no artigo 172 do Código Tributário Nacional e o já pacificado pelo STJ, não podendo tal assunto ser apreciado primeiramente pelo Poder Judiciário. Não podendo o magistrado, pronunciar remissão. (REsp. 1.207.095, Relator Ministro Herman Benjamin, j. 18/11/2010). Decisão do órgão julgador O órgão julgador, portanto, negou provimento ao recurso, mantendo a decisão da primeira em instância. Sendo necessário, antes da análise do Poder Judiciário, pedido de remissão feito em vias administrativas com a devida análise documental, dependendo do ente político tributante definido na Constituição Federal para autorizar a remissão. Princípios constitucionais tributários respeitados ou contrariados na decisão A Remissão, conforme disciplina a legislação vigente, só poderá ser concedida mediante lei especifica, federal, estadual ou municipal, respeitando assim, a autonomia das entidades políticas. Assim, podemos concluir que tal acórdão tratou do princípio da legalidade consoante com a exclusividade de lei tributária para tratar do assunto em pauta.
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