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Relatório Final TECUL

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UNIVERSIDADE ZAMBEZE 
FACULDADE DE ENGENHARIA AMBIENTAL E DOS RECURSOS NATURAIS 
ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL 
3°ANO 
TÉCNICAS DE EXPLORAÇÃO DE CULTURAS 
PROJECTO PARA A PRODUÇÃO DE AMENDOIM NO DISTRITO DE CHIÚTA - 
TETE. 
 
 
 
 
 
 
 
CHIMOIO, DEZEMBRO DE 2022 
 
UNIVERSIDADE ZAMBEZE 
FACULDADE DE ENGENHARIA AMBIENTAL E DOS RECURSOS NATURAIS 
ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL 
3°ANO 
TÉCNICAS DE EXPLORAÇÃO DE CULTURAS 
 
PROJECTO PARA A PRODUÇÃO DE AMENDOIM NO DISTRITO DE CHIÚTA - 
TETE. 
. 
DISCENTES: 
DARLINDO ANTÓNIO TITOSSE 
GUERRA LUÍS JOAQUIM GUA 
PINTO BERNARDO PINTO 
DOCENTE: 
GERALDO MABASSO, Msc. 
CHIMOIO, DEZEMBRO DE 2022 
ÍNDICE 
 
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.............................................................................................. 1 
2. CAPÍTULO II: Revisão Bibliográfica. ........................................................................... 2 
2.1. Historial ................................................................................................................... 2 
2.2. Produção Mundial e em Moçambique ..................................................................... 3 
2.3. Morfologia (flor e folha). ......................................................................................... 5 
2.4. Condições Edafo-climáticas (solo e clima) ............................................................. 8 
Exigências climáticas ..................................................................................................... 8 
Carta de aptidão climática .............................................................................................. 9 
2.5. Maneio Integrado de Pestes ..................................................................................... 9 
2.6. Exigências nutricionais .......................................................................................... 11 
2.7. Colheita e Pós colheita ........................................................................................... 11 
3. CAPÍTULO III: METODOLOGIA .............................................................................. 14 
3.1. Descrição da área de produção .............................................................................. 14 
3.1.1. Localização, Superfície e População .............................................................. 14 
3.1.2. Clima, Relevo e Solos. ................................................................................... 15 
3.2. Preparação do solo ................................................................................................. 16 
3.3. Adubação ............................................................................................................... 16 
3.4. Práticas culturais .................................................................................................... 18 
3.4.1. Sementeira ...................................................................................................... 18 
3.4.2. Sacha ............................................................................................................... 18 
3.5. Controlo de pragas, doenças e infestantes ............................................................. 19 
3.5.1. Controlo de infestantes ................................................................................... 19 
3.5.2. Controlo de pragas .......................................................................................... 19 
3.5.3. Controlo de doenças ....................................................................................... 20 
3.6. Colheita e pós colheita ........................................................................................... 20 
A colheita será mecanizada, as operações serão por meio de máquinas. Portanto, o 
processo deverá ser iniciado com o uso da roçadora elevada a 30cm do solo, esta 
operação consistirá em diminuir a quantidade de matéria vegetal e, consequentemente, o 
tempo de secagem ao sol. ................................................................................................. 20 
3.7. Carta tecnológica ................................................................................................... 22 
4. CAPÍTULO IV: RESULTADOS ESPERADOS ......................................................... 23 
5. CAPÍTULO V: CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES ............................................. 24 
6. CAPÍTULO VI: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 25 
 
 
 
 
1 
 
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO 
1. Contextualização 
A cultura do amendoim, conhecida cientificamente como Arachis hypogaea L.,é 
uma planta originária da América do Sul, precisamente na região em que as latitudes 
compreendem entre 10º a 30º Sul. Pressupõe-se que provavelmente o seu centro de origem 
seja na região do Gran Chaco – Paraguai, incluindo os vales dos rios Paraná e Paraguai. 
Assim sendo, a expansão do amendoim foi iniciada pelos indígenas para as diversas regiões 
da América Latina, América Central, México e mais tarde levada pelos portugueses do 
Brasil para as zonas costeiras de África – em particular, Moçambique. 
Em Moçambique, o amendoim tem um papel muito importante na dieta alimentar, 
tanto das populações rurais como urbanas. Também é importante na geração de renda das 
mulheres nas zonas rurais, sendo vendido para consumo em grão torrado, vagens frescas ou 
moído para cozinhar pratos tradicionais. Esta cultura tem se destacado como sendo de 
grande importância na economia da maior parte dos produtores que a praticam, por sua alta 
demanda nos mercados internacionais, nacionais e em especial, na Província de Tete, 
distrito de Angónia. Atendendo e considerando que o factor climático mais importante para 
o crescimento da planta e o seu respectivo desenvolvimento é a temperatura e o mesmo é 
respondido positivamente 
1.1.Objectivos 
1.1.1. Geral: 
 Elaborar um projecto para a produção da cultura do amendoim; 
1.1.2. Específicos: 
 Descrever a importância da cultura do amendoim na economia ao nível 
internacional e local; 
 Dimensionar um projecto de produção de uma cultura; 
 Definir estratégias de venda do amendoim no mercado nacional; 
 
 
2 
 
2. CAPÍTULO II: Revisão Bibliográfica. 
2.1.Historial 
Como anteriormente referido, o amendoim é uma planta originária da América do Sul, 
na região compreendida entre as latitudes 10º a 30º Sul, com provável centro de origem na 
região de Gran Chaco (Paraguai), incluindo os vales dos rios Paraná e Paraguai. Assim 
sendo, a expansão do amendoim iniciou-se pelos indígenas para as diversas regiões da 
América Latina, América Central e México. No século XVIII, foi introduzido na Europa. 
No princípio do século XIX, os portugueses levaram o amendoim do Brasil para as zonas 
costeiras da África em particular Moçambique. (Fagundes, 2006). 
Apesar de alguns especialistas acreditarem que a leguminosa tenha sido descoberta no 
Brasil ou tenha surgido na região do Gran Chaco, localizada entre o Paraguai, norte da 
Argentina e Peru, há documentos de 3.800 a.C. a 2.900 a.C., que afirmam que a semente 
surgiu ao leste dos Andes, onde era muito utilizada pelos indígenas. 
Outra informação que se perdeu na história é quando o amendoim começou a ser 
utilizado. De acordo com Evaristo Eduardo e Miranda, chefe geral da EMBRAPA 
Monitoramento por Satélite, ele foi descoberto e explorado bem antes de os actuais índios 
surgirem. 
Pesquisas dão conta de que, num passado remoto, os chineses já eram grandes 
cultivadores da planta. Nessa linha, trabalhos artesanais muito antigos, como potes e vasos 
de barro no formato do amendoim, demonstram que os povos sul-americanos também 
conhecem a leguminosa há tempos. 
Mais um fato interessante é que amendoins foram encontrados nos túmulos dos incas, 
para que, seguindo a crença, os mortos pudessem se alimentar durante a passagem para “o 
outro lado”. 
 
 
32.2.Produção Mundial e em Moçambique 
Em todo o mundo 44.041.913 toneladas de amendoim por ano, a China é o maior 
produtor de amendoim do mundo, com 16.685.915 toneladas de volume de produção por 
ano, em seguida vem a Índia, com 6.857.000 toneladas de volume de produção anual. Neste 
contexto, a China e Índia produzem juntas mais de 50% do total mundial. 
 
Bandeiras País 
Produção 
(Toneladas) 
Produção 
por Pessoa 
(Kg) 
Área 
cultivada 
(Hectare) 
Rendimento 
(Kg / 
Hectare) 
 
República Popular 
da China 
16 685 915 11,971 4 541 541 3 674,1 
 
Índia 6 857 000 5,131 5 800 000 1 182,2 
 
Nigéria 3 028 571 15,342 2 680 000 1 130,1 
 
Estados Unidos da 
América 
2 578 500 7,867 626 060 4 118,6 
 
Sudão 1 826 000 44,758 2 315 040 788,8 
 
Birmânia 1 572 407 29,193 989 174 1 589,6 
 
Chade 1 040 077 67,743 971 303 1 070,8 
 
Argentina 1 001 113 22,5 341 838 2 928,6 
 
Camarões 747 677 31,423 453 826 1 647,5 
 
Senegal 719 000 45,72 880 000 817 
 
Brasil 564 785 2,695 154 556 3 654,2 
 
Fonte: https://www.atlasbig.com/pt-br/paises-por-producao-de-amendoim. 
 
Em Moçambique, o amendoim é cultivado em todo país, principalmente nas províncias 
nortenhas de Nampula, Zambézia e Cabo Delgado, no sul nas províncias de Inhambane, 
Gaza e Maputo (Sánchez et al., 2010). 
Segundo o Inquérito Agrário Integrado de 2020, Moçambique produz cerca de 103 mil 
toneladas de amendoim anualmente, sendo cerca de 76 029 toneladas de amendoim 
pequeno e 26 029 toneladas de amendoim grande. As províncias de Nampula, Zambézia e 
Tete são as maiores produtoras a nível nacional. 
4 
 
 Fonte: MADER/DPP, Inquérito Agrário Integrado, IAI 2020. 
 
Segundo a FAO (2009), a produção do amendoim no país tem vindo a aumentar ao 
longo dos últimos anos, como ilustra o gráfico a seguir, e é mais cultivado pelo sector 
familiar servindo para a sua subsistência bem como para a venda em caso de excedentes de 
produção (Sánchez, 2004). 
 
Fonte: FAO (2009) apud Rebocho (2010). 
 
 
 
5 
 
2.3.Morfologia (flor e folha). 
O amendoim comum pertence à espécie Arachis hypogea L., as outras espécies não 
apresentam valor económico algumas variedades comerciais podem ser reunidas em três 
grupos – Virgínia, Spanish e Valência – de acordo com a distribuição das gemas 
vegetativas e reprodutivas e também com o número de sementes por fruto. (Candida 
Conagin, 1955). 
Spanish Virgínia Valência 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Tabela do autor. 
As plantas do grupo Virgínia são bastante ramificadas, muito mais do que as dos outros 
dois grupos, e seus ramos são também mais longos e, por isso, pendentes. As flores se 
distribuem pelos ramos laterais secundários, terciários, etc., mas nunca na haste principal. 
Também não se formam flores nas duas primeiras axilas foliares de qualquer ramo. 
Tem frutos e sementes grandes: os frutos medem 2 a 5 cm, e tem duas sementes (raramente 
três). Apresentam os tipos erecto e rasteiro. 
Os grupos Spanish e Valência se assemelham vegetativa, havendo diferença na 
distribuição das flores. São mais pobres de ramos do que o Virgínia e apresentam flores 
na haste principal; a maior quantidade de flores está acumulada nos primeiros nós dos 
ramos, de modo que a sua frutificação é concentrada na base da planta. Pelo seu aspecto 
vegetativo é um tanto difícil, como já foi dito anteriormente, distinguir os dois grupos; o 
elemento que melhor diferencia é o fruto: no Spanish o fruto é pequeno (1 a 3 cm), quase 
invariavelmente com duas sementes, mais comummente três ou quatro. Em ambos só 
ocorre o tipo erecto. Os nossos tão conhecidos amendoins "Roxo" e "Tatu" pertencem ao 
grupo Valência e o amendoim entre nós conhecido com o nome de "Spanish", (o "Tatu 76", 
por exemplo), representa este grupo. 
6 
 
A flor do amendoim nasce na axila das folhas, em inflorescências que produzem duas, 
três ou mais flores; as flores de cada inflorescência se abrem uma por vez, sendo muito raro 
notar duas flores abertas numa mesma axila. 
O período de florescimento se inicia quatro a seis semanas após a plantação e dura dois 
meses, aproximadamente. O florescimento é gradual, isto é, no início do período poucas 
flores se abrem; quatro a seis semanas (dependendo da variedade) após o aparecimento da 
primeira flor o número de flores atinge o máximo, para em seguida decrescer tão 
gradualmente como aumentaram. 
Variedades de amendoim comercializadas e produzidas em Moçambique libertadas 
pelo IIAM: 
 
Fonte: IIAM 
 Culturas 
 
Características 
 
Mapopolo-018 
 
AMENA-018 
 
AMM-018 
Rendimento 2,0 ton/ha 2,5 ton/há 2,5 ton/há 
Ciclo 90-100 dias 90-100 dias 90-110 dias 
Atributos Tolerante à seca, a 
mancha precoce ou 
tardia e a roseta. 
Tolerante à seca, a 
mancha precoce ou 
tardia e a roseta. 
Tolerante à seca, a 
mancha precoce ou 
tardia e a roseta. 
 
Fonte: tabela do autor. 
 
7 
 
Morfologia da flor 
 
Fonte: http://luciamariapaleari.blogspot.com/2015/12/amendoim-o-fruto-subterraneo-por-
lucia.html 
Sendo uma Leguminosa papilionácea, a corola consta de cinco pétalas: estandarte 
(e), duas asas (as) e a quilha ou carena (qui), esta constituida de duas pétalas unidas pelos 
seus bordos inferiores; é sempre amarela, havendo alguma variação na tonalidade, 
conforme a variedade. 
O cálice (ca) é verde, bilabiado, o lábio inferior sendo constituído de uma sépala e o 
superior de quatro sépalas fundidas. O conjunto de cálice e corola é sustentado por um tubo 
longo que por muito tempo foi suposto ser o pedúnculo da flor ; este tubo é, na realidade, o 
"tubo do cálice", e se insere na axila da folha. A flor é séssil. O ovário se acha localizado ao 
nível da inserção do tubo do cálice; é séssil; tem dois a cinco óvulos, raramente um ou seis; 
os óvulos se prendem à sutura ventral do ovário. O estilo percorre todo o comprimento do 
tubo e se recurva na corola, terminando num estigma muito pequeno e clavado. Os estames 
são 10, sendo oito funcionais e dois estéreis, reduzidos aos filetes; as anteras são de dois 
tipos : quatro longas e quatro globosas, igualmente funcionais; das anteras longas, uma é 
uni- e três são biloculadas. 
 
8 
 
2.4.Condições Edafo-climáticas (solo e clima) 
Exigências climáticas 
As mais favoráveis para a cultura do amendoim são as regiões que apresentam a 
estação vegetativa bastante quente, bem isolada e moderadamente chuvosa, segundo Martin 
& Leonard (1949). 
 Em condições de clima seco, a cultura poderá ser feita comercialmente, desde que se 
disponha de estação chuvosa suficiente para o desenvolvimento do amendoim. 
 No centro de origem "brasileiro-paraguaio", onde se formou o amendoim, segundo 
Vavilov citado por Wilsie (1955) as precipitações anuais são relativamente elevadas, da 
ordem de 1400 mm por ano, com mais de 1000 mm no período cultural, Novembro-
Abril. 
 O amendoim é planta bastante resistente à seca. Segundo Almeida (1961) a grande 
profundidade das raízes permite a exploração da humidade de camadas do solo 
normalmente não disponíveis para outras culturas anuais. 
 Regiões muito chuvosas ou de estação húmida prolongada são contra indicadas, 
particularmente para as variedades de ciclo curto. Nessas condições, os ramos e os 
frutos ficam muito sujeitos ao ataque de fungos e outras enfermidades. A colheita e a 
secagem são também realizadas em condições adversas, prejudicando a produção. 
 Quanto ao factor térmico, sabe-se que as temperaturas elevadas favorecem a formação 
do óleo e encurtam o período vegetativo. Assim, nas regiões serranas, mais frias, o ciclo 
evolutivo das diferentes variedades de amendoim torna-se bem mais longo que as 
correspondentes das regiões quentes. 
 O amendoim não parece estar afitado pelo fotoperiodismo. Por essa razão, apenas os 
factores térmicos e hídricos são considerados na definição da aptidão da regiãopara a 
cultura e na determinação da época adequada de plantio. 
Os requerimentos climáticos da cultura do amendoim podem ser definidos pelos 
seguintes parâmetros: 
a) Presença de, pelo menos, cinco meses com temperaturas médias acima de 21 ºC; 
9 
 
b) Humidade suficiente nos dois primeiros meses do período vegetativo, seja ausência de 
deficiências hídricas ou deficiências inferiores a 10 mm; 
c) Redução das precipitações ou presença de deficiências hídricas moderadas, nos dois 
últimos meses do ciclo, até um total de cerca de 20 mm. 
Esses parâmetros se referem às exigências climáticas para a exploração comercial 
do amendoim, em cultura anual única. 
Carta de aptidão climática 
A grande maioria do território do estado se apresenta apto (excepto as Zonas agro-
ecológicas R4, R5 e R10), climaticamente, à cultura do amendoim, seja como cultura 
complementar, seja como cultura única. As restrições encontradas são, praticamente, as 
mesmas já registadas para a cultura do girassol, as quais aparecem nas zonas serranas e 
litorais, por excesso de Humidade. A diferença é que o amendoim sofre ainda restrições 
climáticas por falta de calor nas áreas frias. 
2.5. Maneio Integrado de Pestes 
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) se refere ao uso racional e integrado de várias tácticas 
no contexto do ambiente em que a praga se encontra, de maneira a complementar e facilitar 
a acção dos agentes de controle biológico e levando-se em consideração aspectos 
económicos, toxicológicos, ambientais e sociais. As tácticas são as acções que devem ser 
implementadas para que as populações das pragas sejam mantidas abaixo dos níveis de 
dano económico (nível no qual o prejuízo causado equivale ao custo de controle). Portanto, 
o MIP é um arcabouço de medidas que precisam ser tomadas em conjunto para o sucesso 
na redução dos prejuízos causados por pragas. E, portanto, não se trata necessariamente do 
uso integrado de diversos métodos de controle ou ferramentas de controle. 
 
 
 
10 
 
No MIP, as principais tácticas são as seguintes: 
 Reconhecimento das pragas-chave: as pragas-chave são aquelas que ocorrem com 
frequência e cujas populações podem superar os níveis tolerados pelos agricultores. 
Portanto, se referem àquelas pragas que invariavelmente causam prejuízo. Destaca-se 
que uma praga pode ser chave numa região, mas pode não ser em outra. Portanto, é 
muito importante se reconhecer as pragas que são importantes na região em que a 
cultura está sendo conduzida. 
 Reconhecimento dos agentes de controlo biológico: diversos organismos (insectos, 
ácaros, aranhas, fungos, etc.) podem contribuir para o controle das pragas. Assim, esses 
agentes precisam ser conhecidos e favorecidos nos agroecossistemas, pois 
desempenham importante papel na regulação das populações dos insectos que se 
alimentam das plantas (= pragas). 
 Amostragem: a determinação da quantidade de pragas é fundamental para se verificar 
o tamanho da população. A amostragem pode ser realizada de diversas formas, sendo 
que, para o amendoim, adopta-se principalmente a visualização e contagem de insectos 
e ácaros nas lavouras. As informações devem ser anotadas em ficha própria para 
acompanhamento da dinâmica das pragas e, consequentemente, verificação da 
necessidade de tomada de decisão de controlo. 
 Tácticas de controlo: as medidas de controlo devem ser tomadas somente quando os 
níveis populacionais se aproximarem do nível de dano económico. Em geral, o controle 
químico é o principal método de controlo adoptado na cultura do amendoim. Portanto, 
níveis de controlo (que são níveis populacionais inferiores aos níveis de dano 
económico) devem ser utilizados. 
O uso de variedades resistentes também é uma táctica interessante de controlo que 
está em desenvolvimento e poderá ser bastante útil ampliar o número de possibilidades de 
métodos-controlo na cultura. (spo.cnptia.embrapa.br/conteúdo). 
 
 
11 
 
2.6.Exigências nutricionais 
Para Beltrão et al (2011, citado pelo Embrapa), o amendoim apresenta facilidade em 
se desenvolver na maioria dos tipos de solo, mas apresenta maior desempenho em solos 
bem drenados, férteis e de textura arenosa, o que favorece a penetração dos ginóforos ou 
“esporões” no solo. 
Em solos adequadamente corrigidos, drenados e inoculados, não há resposta à 
aplicação de nitrogénio. Por se tratar de uma leguminosa, a adubação nitrogenada é 
dispensada na cultura do amendoim, pois esta planta tem a capacidade de associar a 
bactérias capazes de fixar o nitrogénio da atmosfera, mediante fenómeno conhecido com 
fixação biológica de nitrogénio (GIARDINI et al., 1985 apud Empbrapa). Portanto, estima-
se que aproximadamente 55% do nitrogénio requerido pelo amendoim são provenientes da 
fixação biológica (ELKAN, 1995 apud Embrapa). 
Os macronutrientes primários (N, P e K) são fornecidos por meio da fertilização 
orgânica ou mineral, os macronutrientes secundários (Ca, Mg e S) são fornecidos via 
calagem e gessagem, e os micronutrientes via fertilização mineral. 
Em media, cultivares de amendoim absorvem os macronutrientes, na seguinte 
ordem: Nitrogênio (192 kg/ha); Potássio (60 kg/ha); Cálcio (26 kg/ha); Magnésio (20 
kg/ha); Fósforo (13 kg/ha) e Enxofre (9 kg/ha) (FEITOSA et al., 1993). 
2.7. Colheita e Pós colheita 
A colheita inicia-se com a determinação do ponto de colheita, que pode ser feita com 
base na cor interna da casca,… todavia, “um olho bem treinado é um dos meios mais 
seguros para estimar o grau de maturidade”, (Greory et al, 1973). Portanto, fazer a colheita 
no tempo certo resulta em maior peso, melhor secagem, maior teor de óleo e melhor 
qualidade. Da mesma forma, a antecipação desta diminui a produtividade e a qualidade do 
amendoim. O atraso também provoca perda de vagens, germinação das sementes no interior 
dos frutos, facilita o ataque de pragas e aumenta os problemas com a aflatoxina. 
 
12 
 
Em áreas de grande extensão, e dependendo da condição ou escolha do produtor, a 
colheita da cultura do amendoim pode ser manual ou mecanizada, neste contexto, 
independentemente de qual seja o tipo esta divide-se em duas operações distintas, ei-las o 
arranque e a recolha das vagens. 
Arranquio: refere-se à primeira operação para a realização da colheita propriamente 
dita, após a cultura atingir o ponto ideal de maturação. Neste sentido, a operação utiliza um 
equipamento denominado de arrancador-invertedor, o qual faz simultaneamente o arranquio 
e enleiramento do amendoim, através de lâminas cortadoras que penetram o solo abaixo das 
vagens da planta, tendo por finalidade cortar as raízes e proporcionar o afofamento do solo 
ao redor das vagens. Nas máquinas, eles são conduzidos por uma esteira e caem sobre um 
dispositivo que realiza o enleiramento das plantas na superfície do solo. 
Recolhimento: Após a secagem ao sol ou cura, é feito o recolhimento e 
despencamento das vagens de forma mecanizada. O equipamento utilizado para esta 
finalidade é acoplado na barra de tracção do tractor e accionado pela tomada de potência. 
Na parte dianteira existe uma plataforma recolhedora que pega as plantas enleiradas 
do solo por meio de dedos com molas e as conduz a uma esteira elevadora, a qual por sua 
vez conduz as plantas para o mecanismo de batimento ou despencamento constituído pelo 
cilindro batedor e pelo côncavo. (Revista Canavieiros) 
Máquina arrancadora de amendoim 
Fonte:http://www.bmdumont.com.br/media/djcatalog2/images/arrancador-invertedor-de-
amendoim_f.jpg 
13 
 
Em relação à colheita manual, os dois processos anteriormente mencionados são feitos 
usando as mãos. Entretanto, o mesmo pode ser feito usando dois modelos, ei-los: 
aranquio-recolha em simultâneo ou aranquio-recolha em separado. 
O arranquio-recolha em simultâneo consiste em arrancar a planta do solo e colher o 
amendoim ao mesmo tempo. Ao passo que por outro lado, no arranquio-recolha em 
separado, faz numaprimeira fase, o arranquio das plantas do solo em todo campo, 
deixando-as expostas sobre o solo para findo este processo, prosseguir com a recolha. 
 
 
14 
 
3. CAPÍTULO III: METODOLOGIA 
3.1.Descrição da área de produção 
3.1.1. Localização, Superfície e População 
Feitos os levantamentos dos aspectos edafo-climáticos que são exigidos para o cultivo 
do amendoim, o grupo decidiu que o projecto devia elaborado para uma provável 
implementação no distrito de Chiúta, numa área de 10 hectares dividida em 3 parcelas, 
sendo duas parcelas de 3 hectares e uma de quatro (4) hectares. 
Distrito de Chiúta 
 
 Fonte: Wikipédia.com Fonte: tete.gov.mz 
O distrito de Chiúta está localizado na província de Tete, entre os distritos de Macanga 
a Norte, Chifunde a Nordeste, Marávia a Oeste, o rio Zambeze a Sudoeste, Moatize e 
Tsanano a Sudeste e a Este respectivamente. A Sede do distrito de Chiúta situa-se a cerca 
de 75Km da capital provincial de Tete. A superfície do distrito é de 7119,2Km
2 
e a sua 
população está estimada em 103 mil habitantes. Com a densidade populacional de 
aproximadamente 14 hab/Km
2
. A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de 
dependência económica de 1:0.8, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 8 pessoas 
em idade activa. Com uma população jovem (52%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de 
masculinidade de 83% (por cada 100 pessoas do sexo feminino existem 92 do masculino) e 
uma matriz rural acentuada. 
15 
 
3.1.2. Clima, Relevo e Solos. 
Segundo a classificação de Köppen, o clima do distrito, é do tipo temperado húmido. A 
precipitação média anual é cerca de 1.135 mm na estação meteorológica de Cazula. A 
estação chuvosa ocorre principalmente nos fins de Outubro até Abril com as maiores 
precipitações entre Novembro e Março. A evapotranspiração de referência média anual é de 
1.516 mm. As temperaturas médias oscilam á volta de 24,8ºC, a máxima média anual é de 
31,4ºC e a média mínima de 18.3ºC. 
Este distrito apresenta um período de crescimento normal com período seco de duração 
de 205 dias, um período intermediário entre o período seco e húmido de 40 dias, e 120 dias 
no período húmido. O período húmido tem início nos fins da primeira quinzena de 
Dezembro e o fim na segunda quinzena do mês de Março. O distrito é dotado de grandes 
potencialidades em recursos hídricos, principalmente na zona Norte, favorecida não só pela 
média pluviométrica, mas também pela predominância de pedras sedimentares subaquáticas 
nas bacias dos afluentes que asseguram o fluxo perenal dos mesmos, tornando o distrito 
rico em lençóis de água. 
Segundo a carta nacional de solos, predominam solos desenvolvidos no soco Pré-
câmbrico. Um agrupamento constituído por uma associação de solos destaca-se neste 
distrito, de solos vermelhos de textura média (franco-argilo-arenosa), por vezes castanho-
avermelhados profundos, e solos castanhos de texturas média franco-argilo-arenosa, 
castanho-avermelhados, solos profundos e por fim a presença de solos líticos de textura 
franco-arenosa, pouco profundos sobre rocha alterada. 
Agricultura em Chiúta 
De acordo com o Serviço Distrital de Actividades Económicas (SDAE) deste 
distrito, registou-se um crescimento em termos de aproveitamento de terra para culturas, 
destacando-se o aumento da área colhida comparativamente com a época anterior à aquele 
ano (2010), observando-se redução em termos de áreas perdidas e famílias afectadas. 
 Neste cenário, a tabela a seguir foi facultada pelo SDAE de Chiúta nas épocas 
agrícolas de 2009-2010 e 2010-2011 abaixo ilustra aquilo que foi a produtividade das 
culturas básicas, tendo o maior enfoque na cultura de amendoim. 
16 
 
 
Fonte: SDAE. 
3.2.Preparação do solo 
Devido o tipo de solo predominante na área em que tenciona-se fazer o cultivo da 
cultura em referência (franco-argilo-arenosos), são solos que não apresentam muita 
resistência à passagem dos arados, portanto usar-se-á um arado de discos (sendo este de 6 
discos para fazer a lavoura) e uma grade com o dobro do número de discos em relação aos 
do arado que fará também uma passada pelos campos. 
 
3.3. Adubação 
Para MACHADO (2012), a disponibilidade de P no solo é dependente do seu 
teor de argila, quanto maior o seu teor e o tempo de permanência do P no solo, 
maior sua adsorção e menor sua disponibilidade. 
17 
 
No disitrito de Chiúta, maior parte dos solos apresentam textura franco-
argilo-arenosa e para este tipo de solo, há uma disponibilidade considerável de 
Fósforo, porém não exactamente suficiente para responder a demanda da cultura de 
amendoim para o seu desenvolvimento pleno. 
Vale ressaltar que em uma leguminosa, geralmente a adubação nitrogenada é 
dispensada na cultura do amendoim devido a sua capacidade de associar a bactérias 
capazes de fixar o nitrogénio da atmosfera (Rhizobium) graças à fixação biológica do 
nitrogénio (Embrapa). Entretanto, esta fixação só é garantida em cerca de 55%, os outros 
45% são supridos pela adubação usando fertilizantes minerais ou orgânicos. 
Segundo BOLONHEZI et al (2005), o amendoim responde eficientemente à 
adubação fosfatada, sendo que alguns trabalhos apresentam resultados expressivos para 
produção de vagens e grãos, utilizando-se concentrações de 40 kg/ha e 80 kg/ha de P2O5. 
Para a área de produção em questão (10km
2
), far-se-á previamente a análise do solo 
de modo a conhecer os nutrientes em abundância e em deficiência no solo. 
Serão feitas 3 adubações, sendo uma adubação de fundo e duas adubações de 
cobertura. A primeira (de fundo), será feita em simultâneo com o processo de preparação 
do solo (entre a lavoura e a gradagem), esta será feita na base de superfosfato Triplo (com a 
composição de 46% de P e 12% de Ca) , de modo a garantir o desenvolvimento inicial da 
cultura. Serão usados 600kg de Superfosfato Triplo - SPT, sendo 60kg/ha. 
A primeira adubação de cobertura será feita 15 dias após a emergência, na base 
de Superfosfato Simples – SPS (com 21% de P, 16% de Ca e 10% de S) e de Ureia (46%) 
(40kg SPS+20kg Ureia) com vista a impulsionar o crescimento estrutural das plantas e a 
sua devida preparação para desencadear o desenvolvimento de estruturas (o 
desenvolvimento do caule e das folhas). 
A segunda adubação de cobertura, será feita 50 dias após a emergência, na base 
de Superfosfato Simples (10% de P, 13,3% de K, 6,7% de N e 0,05% de Zn) em consórcio 
com o Nitrato de Cálcio (15,5% de Cálcio e 19,5% de Ca) de modo a garantir o bom 
desempenho da cultura durante a floração e para a formação dos frutos. 
18 
 
3.4.Práticas culturais 
3.4.1. Sementeira 
3.4.1.1.Profundidade da sementeira 
A variedade do amendoim que será usada para a produção será a AMENA-018, em 
sequeiro, uma variedade de 2,5ton/há, o ciclo desta cultura é estimado em 90-100 dias. É 
uma variedade tolerante à seca, a mancha precoce ou tardia e a roseta. 
Informações disponibilizadas pelo Embrapa, dão conta que para o plantio manual ou 
em sistema mecanizado do amendoim, a sementeira deve ser feita em profundidade média 
de 5 cm. Neste cenário, a sementeira feita próxima à superfície, embora acelere a 
emergência, esta pode comprometer a germinação (caso ocorra estiagem), devido à rápida 
secagem da camada superficial do solo, principalmente em se tratando de solos arenosos. 
Para o projecto, adoptar-se-á pela mesma profundidade da sementeira que é 
recomendada pelo Embrapa (5cm) e será um processo mecanizado, atendendo e 
considerando a área prevista para a produção será de 100.000m
2
, a sementeira manual seria 
um trabalho quase impossível e precisaria de uma grande quantidade de mão-de-obra. 
3.4.1.2.Espaçamento 
Para as cultivares erectas de ciclo curto (90 a 100 dias), o espaçamento mais 
recomendado é 0,5m x 0,2 m, com duas sementes por cova, com densidade populacional 
entre 160 mil até 200 mil plantas por hectare.No espaçamento de 0,7m x 0,3m, a produtividade é menor mas facilita o controlo 
mecânico das plantas daninhas, a colheita mecânica, a sacha, a pulverização, etc. Para este 
projecto, considerando a área de 10ha, implicará que quase actividades sejam feitas de 
forma mecanizada. 
3.4.2. Sacha 
No total serão feitas duas sachas (a primeira será feita 20 dias após a emergência e a 
segunda 45 dias depois da emergência). A sacha será mecanizada, sendo feita usando um 
cultivador que estará acoplado à um tractor. 
 
19 
 
Figura: Cultivador de dente. 
 Fonte: chinaplow.com 
3.5.Controlo de pragas, doenças e infestantes 
3.5.1. Controlo de infestantes 
A cultura do amendoim apresenta um bom desenvolvimento da parte radicular, 
porém, não pode se dizer o mesmo da parte vegetativa, pois esta cresce, desenvolve-se e 
cobre o solo de forma lenta, permitindo as infestantes a ocupar o espaço livre antes do 
amendoim. 
Em consequência disso, frequentemente, plantas como grama seda (Cynodon 
dactylon), leiteiro (Euphorbia heterophyla), tiririca (Cyperus rotundus), capim-braquiária 
(Brachiaria decumbens), capim-pé-de-galinha (Eleusina indica), trapoeraba (Portulaca 
oleraceae), etc. São plantas daninhas comummente encontradas em quaisquer campos de 
produção. 
Para garantir o controlo de infestantes, serão feitas duas sachas. Paras as sachas, 
estas serão feitas de forma mecanizada (usando um cultivador que estará acoplado num 
tractor), este equipamento tem a capacidade de dupla acção – fará a sacha e a amontoa em 
simultâneo, diminuindo assim, as possibilidades de presença de infestantes no campo. 
3.5.2. Controlo de pragas 
 Miriápodes (jules): esta praga, geralmente, ataca as plantas jovens e as vagens. 
Caso seja notada a presença destes no campo, uma das vias que optar-se-á pela 
introdução do inimigo natural dos mesmos (algumas aves); ou no final da 
campanha produtiva, fazendo uma limpeza no campo. 
20 
 
3.5.3. Controlo de doenças 
As condições climáticas que favorecem as cercosporioses são, temperatura de 16 a 
25°C e alta humidade relativa (>95%) para mancha castanha; e 20 a 26 °C e mais de 10 
horas de molhamento foliar para mancha preta (ALDERMAN; BEUTE, 1986). 
Dentre várias doenças que afectam a cultura de amendoim destacam-se a: 
 A Cercosporioses (mancha preta ou castanha): atendendo e considerando que esta doença 
causada pelo fungo Cercospora arachidicola e Cercosporidium personatum, tem 
condições edafo-climáticas favoráveis para o seu alastramento e pelo seu histórico, 
serão tomadas algumas medidas para ainda cedo evitar o alastramento desta doença. Em 
primeiro, as variedades que serão usadas são resistentes à esta doença (variedades 
libertadas pelo IIAM), caso note-se a prevalência desta doença nas plantas mesmo 
usando esta variedade, resistente, optar-se-á por outras alternativas: uma provável 
rotação de culturas para despistar os fungos e em situações mais críticas usar-se-ão os 
fungicidas, como é o caso de: chlorothalonil, triazóis, estrobilurinas e misturas 
destes produtos. Os intervalos de aplicação variarão de 15 dias a 40-45 dias após a 
sementeira. 
 A Roseta, uma doença viral transmitida por um pulgão (Aphis craccivora). Caso esta 
doença ocorra no campo, o seu controlo consistirá: na remoção das plantas infectadas e 
posterior queima para evitar o seu alastramento, no controle dos pulgões através da 
libertação de vespas parasitas Entomophthora sp.; espalhar cinzas no campo, em 
especial na área infestada. 
 
3.6.Colheita e pós colheita 
 
A colheita será mecanizada, as operações serão por meio de máquinas. Portanto, o 
processo deverá ser iniciado com o uso da roçadora elevada a 30cm do solo, esta operação 
consistirá em diminuir a quantidade de matéria vegetal e, consequentemente, o tempo de 
secagem ao sol. 
 
 
21 
 
 O processo iniciar-se-á com a operação do arranquio, esta que só será realizada 
quando a cultura atingir o ponto ideal de maturação. Para as cultivares precoces e de porte 
erecto (como é o caso da variedade AMENA-018), isso ocorre entre 85 e 90 dias. Uma vez 
arrancado, o amendoim ficará com as vagens expostas ao sol por um período que variará de 
um a três dias, isto dependerá das condições climáticas na época da colheita, visando à 
secagem das vagens. 
 De seguida, após a exposição das vagens para a secagem iniciar-se-á a recolha, 
processo este que será realizado com as vagens contendo o teor de água entre 18% e 24%. 
 Fonte: Da Silva, 2020. 
Após a colheita, o produto será direccionado ao armazém, onde far-se-á a pré-
limpeza de modo a eliminar as impurezas e matérias estranhas ao produto. De seguida, 
seguirá a secagem de modo a diminuir o teor de água para uma quantidade padronizada 
para a comercialização. Após isto seguirá a selecção do produto dependendo das 
especificidades que este apresentará (o produto com melhor qualidade será levado para o 
mercado nacional: especificamente nas províncias de Sofala, Inhambane, Gaza e Maputo), 
enquanto isso, o produto que for de uma qualidade mais baixa, este será comercializado no 
mercado local. 
 
 
 
 
 
22 
 
3.7.Carta tecnológica 
CARTA TECNOLÓGICA 
Cultura: Amendoim 
Variedade: AMENA-018 
Área: 100.000m2 
Ciclo: 100 dias 
Densidade de sementeira: 23kg/ha 
Quantidade de Semente: 230kg 
 
 
Ordem 
 
Operações culturais 
Dias depois da 
Observação 
 
Sementeira Emergência 
1 Preparação do solo 
Lavoura 
Gradagem 
Abertura de linhas 
 
-15 dias 
-5 dias 
0 
 
Mecânica (Arado de disco) 
Mecânica (Grade 18 discos) 
Manual: 70cm entre linhas 
2 Sementeira 0 Compasso: 70cm x 30cm 
Prof.: 5cm (franco-argilo-
arenoso); 230kg de semente 
3 Adubação de fundo -5dias Prof.: 4cm Superfosfato, na 
forma de P2O5 (60 kg/ha) 
4 Cuidados culturais 
Emergência 8 à 10 dias 
Sacha (1) 20 dias Mecanizada (tractor-cultivador) 
Pulverização (1) 25 dias Bula Absoluto 500 SC: fungicida 
de acção de contacto, que contém o 
ingrediente activo clorotalonil 
(usado para combater a mancha 
castanha). 
(Dose: 3 L/ha) 
-Pulverizador de acoplado ao 
tractor. 
Sacha (2) 45 dias Mecnizada (tractor-cultivador) 
23 
 
Pulverização (2) 50 dias Bula Tebucanazole CCAB 200 
EC: um fungicida de acção 
sistémica, que contém o ingrediente 
activo triazol (usado para combater 
a mancha castanha). 
(Dose: 2,5 L/ha) 
-Pulverizador acoplado ao tractor. 
5 
 
Adubação de cobertura 
(1) 
 
 
15 dias 
Total: 1200 kg 
SPS e Ureia 46% de N (40kg 
kg/ha & 20kg/ha) 
 
 Adubação de cobertura 
(2) 
 50 dias SPS e Nitrato de Cálcio (30 kg/ha 
e 30kg/ha) 
6 Colheita 100 dias Colheita Mecanizada 
 
4. CAPÍTULO IV: RESULTADOS ESPERADOS 
No final da campanha de produção, espera-se alcançar em todo o campo, no mínimo uma 
produção de pelo menos 20 toneladas nos 10 hectares em que a variedade será cultivada, 
atendendo e considerando que a produtividade média desta variedade é de cerca de 2,5 
ton/há. 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
5. CAPÍTULO V: CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES 
 
Atividades 
Meses Ano 
Agosto. Set. Out. Nov. Dez. Jan.. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revisão bibliográfica X 
Revisão da metodologia 
de produção 
 
X 
 
Preparo do solo e 
adubação de fundo 
 
X 
 
2022 
Sementeira X 
1ª Sacha, adubação de 
cobertura, 1ª 
pulverização 
 
X 
 
2ª Sacha, adubação de 
cobertura, 2ª 
pulverização 
 
X 
 
Colheita e 
armazenamento 
 
X 
 
Comercialização X 
Conclusão da 1ª 
campanha de produção 
 
X 
 
2023 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
6. CAPÍTULO VI: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
GABRIEL M., Avaliação da microflora e níveis de aflatoxinas totais em grãos de 
amendoim comercializados no distrito de Mocuba, Engenharia Agronómica, Mocuba 2014. 
ELIAS, H. G.; BOFANA, J. R. Avaliação do rendimento do grão da cultura de amendoim 
(Arachis hypogaea L.) emfunção de compassos diferenciados, Ciência agronómica. 
SCHILLING, R. Missão de avaliação da produção de amendoim na região de Montepuez 
(Província de Cabo Delgado), Moçambique, 1999. 
CONAGIN C. H . T . M . Morfologia da flor e formação do fruto no amendoim cultivado 
(Arachis hypogaea, L.) v. 14, nº 24, p 259-266, 1955. 
Paquete I, P, A Cultura do Amendoim, Arachis hypogaea L., na região do Ribatejo, 
Engenharia Agronómica, Lisboa, 2012. 
DA SILVA R, P, Colheita mecanizada de amendoim, v. 12, cap. 14, p 129-133, 2019. 
Domingues M, A, C, et al Produção Integrada de Amendoim, p 145-180, 2009. 
SALVADOR, E, M; CUMBE F, M, Management Practices of Peanuts Applied by 
Producers of Manhica and Magude Districts and Consumers of Five Markets of Maputo 
Municipalities and the Contribution of these Practices for the Exposure to Aflatoxins, p 
171-178, 2020. 
DOS SANTOS, R, C; FREIRE, R, M, M; SUASSUNA, T, M, F, Amendoim, Empresa 
Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Brasília, 2009. 
Hiperliações: 
 PERFIL DO DISTRITO DE CHIUTA PROVÍNCIA DE TETE, disponível em 
http://www.portaldogoverno.gov.mz. 
 Colheita mecanizada do amendoim: https://www.revistacanavieiros.com.br/vamos-
conhecer-colheita-mecanizada-do-amendoim-qualidade-em-cada-etapa, acesso em 7 
de Janeiro de 2022. 
http://www.portaldogoverno.gov.mz/
https://www.revistacanavieiros.com.br/vamos-conhecer-colheita-mecanizada-do-amendoim-qualidade-em-cada-etapa
https://www.revistacanavieiros.com.br/vamos-conhecer-colheita-mecanizada-do-amendoim-qualidade-em-cada-etapa
26 
 
 Controlo da Cercosporiose na cultura de amendoim: 
https://agriculture.basf.com/br/pt/conteudos/cultivos-e-
sementes/amendoim/Controle-de-Cercosporiose-na-cultura-do-amendoim.html, 
acesso em 28 de Dezembro de 2021. 
 Aplicação de superfosfato triplo na adubação do amendoim: 
https://blog.aegro.com.br/superfosfato-triplo/, acesso em 03 de Janeiro de 2022. 
https://agriculture.basf.com/br/pt/conteudos/cultivos-e-sementes/amendoim/Controle-de-Cercosporiose-na-cultura-do-amendoim.html
https://agriculture.basf.com/br/pt/conteudos/cultivos-e-sementes/amendoim/Controle-de-Cercosporiose-na-cultura-do-amendoim.html
https://blog.aegro.com.br/superfosfato-triplo/

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