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Holocausto brasileiro

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Resenha crítica: Documentário Holocausto Brasileiro
O Documentário Holocausto Brasileiro revela as barbaridades que aconteceram com
pacientes do Hospital Psiquiátrico de Barbacena, também conhecido com “Hospital Colônia”, no
estado de minas Gerais em 1930. Estima-se que em torno de 60 mil pacientes foram mortos no
Colônia, por causa das más condições vivenciadas por eles.
O Hospital Colônia não tratava apenas pacientes da região, muitos vinham de fora através
do trem chamado de “trem de doidos”. Estima-se que a grande maioria dos internos não
apresentavam qualquer registro de doença mental. Ali seriam internados pessoas cuja sociedade não
aceitavam, como: Gays, pobres, negros, índios, negros, pessoas sem documentos, mães solteiras,
alcoólatras, entre outras, ou seja, pessoas que tiveram suas vidas roubadas apenas por não serem
aceitas.
Naquele ambiente eram expostos a torturas físicas e psicológicas. Dentre principais se
destacavam tratamentos de eletrochoques, lobotomias, banho através de máquinas de pressão aos
mais rebeldes, e relatos de abuso sexual. As condições desumanas eram nítidas, não existia apoio do
governo e nem uma saúde pública adequada que visasse uma qualidade de vida melhor para os
internos, visto que nos 16 pavilhões do colônia, os internos dormiam em palhas infestadas de
insetos pelo chão, não havia água encanada e alimento adequado, obrigando os pacientes a beberem
e a se banharem no esgoto a céu aberto, o desespero era tanto que chegavam a se comer ratos.
Devido a esse ambiente hostil de maus-tratos, fome e frio, higiene precária houve um
aumento da proliferação de doenças como pneumonia, diarreias, desnutrição e por conta disso
muito internos vieram a óbito. Por conta desse aumento, houve superlotação do cemitério da região,
o que levou ao tráfico dos corpos dos pacientes para as faculdades de medicina da cidade, que tinha
como finalidade estudos de anatomia, os corpos que não eram de interesse acabavam sendo
dissolvidos com ácido. 
Apesar de em 1961 ter tido uma denúncia sobre a barbárie, nada foi feito e as atrocidades
continuaram, e foi somente em 1980 que a história de horror terminou. Posteriormente, uma
reforma psiquiátrica foi realizada, implementando uma proposta de transformar o modelo existente
por outro modelo, respeitando os princípios fundamentais da cidadania. A prática de internação em
hospitais psiquiátricos foi extinto, dando lugar a uma rede de serviços territoriais de atenção
psicossocial e de base comunitária. 
A frieza dos relatos de ex-funcionários do hospital acaba chocando um pouco, por outro lado
os depoimentos dos ex-pacientes ou familiares emocionam bastante. Um documentário rico em
depoimentos angustiante, que nos leva a pensar como a sociedade foi capaz de compactuar com
tamanha barbaridade e crueldade que deixou marcas em todos que viveram ou se envolveram nessa
história. Nos faz refletir de como era totalmente errônea a forma que o tratamento psiquiátrico era
implementado antes da reforma, levando milhares de pessoas a morte, quando apenas necessitavam
de alguém que as entendessem, respeitassem e principalmente as aceitassem.

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