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Pneumotórax

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MARIANA MARQUES – T29 
INTRODUÇÃO 
CONCEITO: 
• Consiste no acúmulo de ar no espaço pleural, resultante 
da ruptura da pleura parietal e/ou visceral, ou ainda, 
proveniente da formação de gases no interior da 
cavidade pleural proveniente de fermentação pútrida de 
empiemas (forma pequenas bolhas) ou da ruptura de 
blebs pulmonares. 
 
INFORMAÇÕES GERAIS: 
• Pode ocorrer após um trauma, uma cirurgia, uma punção 
com agulha, inserção de cateter venoso central, 
aumento da pressão da ventilação mecânica ou em 
casos de doenças pulmonares (ex: DPOC, fibrose cística, 
fibrose pulmonar). 
• Possui múltiplas etiologias. 
• Geralmente ocorre de forma unilateral. 
• É cerca de sete vezes mais frequente no sexo masculino. 
• Pode ser grave, inclusive com mortes em alguns casos. 
 
QUADRO CLÍNICO: 
• O quadro clínico característico da doença inclui 
dispneia, dor torácica e tosse seca, mas as 
manifestações clínicas da doença podem ser variáveis. 
• Ao exame físico, apresenta-se com timpanismo à 
percussão do hemitórax afetado, redução ou abolição do 
murmúrio vesicular, diminuição da expansibilidade e do 
frêmito tóraco-vocal, podendo também apresentar 
batimento de asa de nariz, tiragem intercostal, cianose 
e choque circulatório. 
DIAGNÓSTICO: 
• O diagnóstico é clínico, mas, pode-se solicitar exames 
complementares para confirmação do diagnóstico: 
 
RX de tórax (PA): é possível 
observar uma linha pleural, 
indicativo de que o pulmão 
se encontra parcialmente 
colabado. 
 
 
Tomografia 
computadorizada: 
geralmente é possível 
observar as bolhas 
ipsilaterais além do ar 
presente na cavidade 
pleural (aparece preto). 
 
 
FISIOPATOLOGIA 
• Em condições fisiológicas, os pulmões tendem ao colapso, 
o qual não ocorre devido a pressão negativa presente 
no espaço pleural. 
• Quando esse equilíbrio é rompido e há comunicação 
entre o meio interno e externo, a penetração do ar torna 
a pressão na cavidade pleural positiva, causando 
compressão do pulmão e mediastino, desvio do 
mediastino para o tórax contralateral e diminuição na 
ventilação e retorno venoso 
• O pneumotórax reduz os volumes pulmonares, a 
complacência pulmonar e a capacidade de difusão. 
• As consequências geradas variam de acordo com o 
tamanho do acometimento, da presença ou não de 
estado hipertensivo e da condição pulmonar prévia. 
 
 
 
 
CIRURGIA TORÁCICA: 
Pneumotórax 
 
MARIANA MARQUES – T29 
CLASSIFICAÇÃO DO PNEUMOTÓRAX 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO VOLUME: 
• O volume pode ser estável ou progressivo, por esse 
motivo, todo paciente diagnosticado com pneumotórax, 
mesmo que pequeno, deverá ficar em observação para 
acompanhamento da possível progressão. 
• Pode ser classificado em: 
▪ Pequeno: quando há colabamento de cerca de 1/3 
do pulmão. 
▪ Moderado: quando há colabamento de cerca de 2/3 
do pulmão. 
▪ Grave: quando o colabamento pulmonar encontra-
se praticamente total. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ETIOLOGIA: 
PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO PRIMÁRIO: 
• Ocorre sem a presença de doença pulmonar prévia ou 
qualquer outro fator clinicamente aparente (ruptura de 
blebs subpleurais → geralmente localizadas no ápice 
pulmonar). 
• Quadro clínico: 
▪ Mais comum em homens entre 15 e 40 anos, pardos 
ou negros principalmente, longilíneos, sem 
pneumopatias previas. 
▪ Causa dor torácica súbita, dispneia e tosse. 
• Acomete mais frequentemente o pulmão direito. 
 
• 
PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO SECUNDÁRIO: 
• Ocorre como consequência de outra doença pulmonar 
prévia. 
▪ Principais causas: DPOC, tuberculose, neoplasias, 
metástases pulmonares, catamenial (mulheres), 
fibrose cística, pneumopatia intersticial, 
pneumocistose, linfangioleiomiomatose, granuloma 
eosinófilico e ruptura espontânea do esôfago. 
• Quadro clínico: 
▪ Mais comum em homens, acima dos 40 anos, 
tabagista, com doença pulmonar prévia (DPOC), 
geralmente apresentam tórax em tonel e dispneia. 
▪ Pode ocorrer igualmente de ambos os lados. 
▪ Causa maior risco de morte. 
Observação: pneumotórax catamenial – consiste numa 
manifestação de pneumotórax espontâneo no qual há 
acúmulo recorrente de ar na cavidade torácica durante a 
menstruação, está relacionado à presença de endometriose 
torácica e pélvica (presença de tecido endometrial em 
estruturas torácicas e pélvicas). 
 
PNEUMOTÓRAX TRAUMÁTICO PENETRANTE: 
• Surge como consequência de um trauma de tórax aberto. 
▪ Ferimento por arma de fogo ou arma branca. 
 
PNEUMOTÓRAX TRAUMÁTICO CONTUSO: 
• Surge como consequência do trauma de tórax fechado. 
▪ Quedas e acidentes automobilísticos que podem ou 
não ser associados a fraturas costais. 
 
➔ Em ambos os casos de pneumotórax traumático, pode 
haver lesão da parede torácica, do parênquima 
pulmonar e do mediastino (vias aéreas e esôfago). 
 
PNEUMOTÓRAX IATROGÊNICO: 
• Surge como consequência de um procedimento 
intervencionista que possui finalidade terapêutica ou 
diagnóstica. 
▪ Punção venosa central, barotrauma, massagem 
cardíaca externa, toracocentese, acupuntura, 
biópsia transbrônquica ou transparietal, cirurgia 
laparoscópica e sondagem digestiva. 
 
MARIANA MARQUES – T29 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A APRESENTAÇÃO CLÍNICA: 
PNEUMOTÓRAX ABERTO: 
• Causado devido a um trauma. 
• Ocorre quando o ar se acumula entre a parede torácica 
e o pulmão como resultado de uma ferida torácica 
aberta, nesse caso, quanto maior a abertura, maior o 
grau de colapso pulmonar e dificuldade de respiração. 
• Requer tratamento imediato devido ao elevado risco de 
complicações e morte. 
• Conduta: 
▪ Pré-hospitalar (provisória): curativo de 3 pontas. 
 
▪ Após admissão hospitalar: realizar oclusão e 
drenagem do tórax. 
▪ Tratamento definitivo: reparo cirúrgico do trauma. 
 
PNEUMOTÓRAX FECHADO – HIPERTENSIVO: 
• Consiste no acúmulo de ar no espaço pleural sob pressão, 
esse acumulo gera aumento progressivo na pressão 
intrapleural a níveis que se tornam positivos por todo o 
ciclo respiratório e colapsa o pulmão, desloca o 
mediastino e prejudica o retorno venoso para o coração. 
• Nesse caso, o ar continua entrando no espaço pleural, 
mas não é capaz de sair. 
• Pode ser de etiologia espontânea, traumática ou 
iatrogênica. 
• Ocorre mais comumente em pacientes em ventilação com 
pressão positiva (na ventilação mecânica ou durante a 
reanimação) e raramente é resultado de uma 
complicação do pneumotórax traumático (pode ocorrer 
em casos de traumas penetrantes). 
 
• Nesse tipo de pneumotórax não deve ser realizado 
nenhum tipo de exame complementar para comprovação 
diagnóstica, o tratamento deve ser feito imediatamente 
após a suspeita clínica. 
• Sem tratamento adequado, o retorno venoso 
prejudicado pode causar hipotensão sistêmica e parada 
respiratória e cardíaca (atividade elétrica sem pulso) em 
poucos minutos. 
• Deve ser realizada uma descompressão pleural, realizada 
por uma agulha longa e um cateter para liberar o ar 
preso no espaço pleural, tornando o pneumotórax que 
era hipertensivo em simples. 
• Após a descompressão, os riscos diminuem, podendo 
realizar uma drenagem pleural para concluir a retirada 
de ar da pleura. 
 
PNEUMOTÓRAX FECHADO – NÃO HIPERTENSIVO: 
• É a forma mais comum de apresentação do pneumotórax, 
podendo ter sua evolução estável ou progressiva. 
• Pode ser de etiologia espontânea, traumática ou 
iatrogênica. 
• Após a observação clínica, indica-se drenagem pleural e 
se necessário, videotoracotomia ou toracotomia 
(indicadas na falha da drenagem torácica). 
 
Observação: sempre que houver um pneumotórax deve-se 
indicar a realização da drenagem, exceto em três casos: 
1. Pneumotórax de pequeno volume e doente assintomático 
ou oligossintomático – indica-se internação e 
observação clínica + controle radiográfico seriado. 
2. Pneumotórax hipertensivo – realizar descompressão 
pleural antes. 
3. Pneumotórax aberto: realizar oclusãoe drenagem do 
tórax posteriormente. 
 
PEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO RECIDIVANTE 
• Pneumotórax espontâneo que ocorre após 2º episódio. 
• Ocorre em 30% dos casos, sendo necessário realizar um 
tratamento definitivo como profilaxia de recidivas. 
• Também pode ser indicado no 1º episódio em casos 
específicos: presença de pneumopatias associadas, 
ocupação de risco (aeroviários) e em pacientes que 
habitam em locais de difícil acesso a serviços de saúde. 
• Opções terapêuticas: podem ser realizadas cirurgias por 
videotoracocopia ou toracotomia para realização de: 
▪ Ressecção das blebs. 
▪ Pleurodese: indução de processo inflamatório 
intenso na superfície pleural com posterior 
reparação tecidual e “acolamento” dos folhetos 
pleurais - talco). 
▪ Abrasão pleural. 
▪ Pleurectomia.

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