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Administração pública indireta

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Administração pública indireta. 
Introdução 
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2018, p. 528), "compõem a Administração Pública 
Indireta, no direito brasileiro, as autarquias, as fundações, as sociedades de economia mista e as 
empresas públicas. Tecnicamente falando, dever-se-iam incluir as empresas concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos" 
Regras aplicáveis a todos os membros da administração indireta 
I. Personalidade Jurídica própria: ou seja, é titular de direitos e obrigações; possui 
patrimônio e responde por seus atos. NÃO se confunde com nenhum membro da 
adminitração direta que as criou. 
 
II. A criação e a extinção depende de lei específica; 
 Art. Se não houver lei específica não há criação de nenhuma dessas entidades. Contudo, a 
diferença entre a autarquia e as demais é que no momento da publicação da lei, 
automaticamente, se cria a autarquia; as demais necessitam do registro dos atos 
constitutivos no Cartório de Pessoas Jurídicas ou na Junta Comercial do Estado. 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das 
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas 
em empresa privada; 
Se não houver lei específica não há criação de nenhuma dessas entidades. Contudo, a diferença 
entre a autarquia e as demais é que no momento da publicação da lei, automaticamente, se cria a 
autarquia; as demais necessitam do registro dos atos constitutivos no Cartório de Pessoas 
Jurídicas ou na Junta Comercial do Estado. 
III. Finalidade, pública com vistas a especialização de um determinado serviço. Essa 
finalidade será descrita na lei responsável pela sua criação. 
Ainda, no caso das Fundações, cada Ente Federativo precisará editar uma lei complementar para 
definir quais são as suas áreas de sua atuação. 
IV. Controle, que será exercido pelos entes da administração direta. Esse controle é chamado de 
finalístico, de tutela administrativa/ vinculação ou supervisão ministerial (no âmbito federal é feito 
pelos Ministérios), já que o ente ao efetivar esse controle vai verificar se essa entidade da adm. 
indireta cumpri a sua finalidade legal, pública e específica. ATENÇÃO! Esse controle não há 
hierarquia ou subordinação! 
Nesse sentido, imagine a seguinte situação hipotética: 
Particular requer um benefício perante um agente do INSS. O pedido é negado. É interposto 
recurso para o dirigente do INNS recurso hierárquico próprio, uma vez que se trata de recurso 
interposto no âmbito da mesma entidade. Mas, se nesta decisão houver ilegalidade ou abuso de 
poder, será apresentado recurso para o Ministério supervisor apesar de não decorrer da 
hierarquia , a lei chama de recurso hierárquico. Por essa razão, denomina-se recurso 
hierárquico impróprio. 
 
 
Autarquias 
Segundo José Cretella Júnior, o termo autarquia advém do termo autós (=próprio) e arquia (= 
comando, governo, direção), significando, à letra, etimologicamente, comando próprio, direção 
própria e autogoverno. Desta forma, podemos definir a Autarquia como uma pessoa jurídica de 
direito público, criada ou extinta por lei, que tem finalidade própria, sem fins lucrativos, e 
sujeita ao controle pela administração direta. 
Tem como objetivo desenvolver atividades típicas de estado; essas autarquias tem regime de 
Fazenda Pública. Portanto, o mesmo regime aplicável ao Estado se estende às entidades 
autárquicas. A diferença é que são especializadas. Desta forma, elas não possuem capacidade 
política, mas, no que tange à função administrativa, se aplica o mesmo regime aplicável aos 
membros da Adm. Direta. 
 
 
• Privilégios processuais (prazo em dobro); 
• Imunidade tributária (reciprocidade); 
• Seus créditos não cobrados por execução fiscais; 
• Os bens considerados públicos (gozando de todas as prerrogativas da impenhorabilidade); 
• Débitos são pagos por meio da ordem cronológica dos precatórios ou rpv; 
• Responsabilidade Civil Objetiva; 
• Os contratos firmados pelas autarquias dependem de prévia licitação; 
• Prescrição Quinquenal; 
• Os servidores são aprovados mediante concurso. 
Espécies de Autarquias 
Corporativas \ Profissionais \ Controle: são os conselhos de profissão. Essas entidades, com 
atuação de interesse público, estão encarregadas de exercer controle e fiscalização sobre 
determinadas categorias profissionais; OBS.: A OAB não se enquadra mais por causa da sua 
força política. 
Especiais: possui maiores privilégios, de modo a ampliar a sua autonomia e possibilitar o 
cumprimento adequado de suas finalidades. Ex. Agências Reguladoras e Universidades Públicas.
 
Agências Reguladoras 
Não é criada para exercer atividade típica de estado. Foram criadas para fiscalizar, regular, 
normatizar a prestação de serviços, a fim de adequar a prestação do serviço ao interesse público. 
Qualquer serviço cuja execução seja prestada por particulares precisa ser fiscalizado. As 
resoluções (normas gerais e abstratas, dentro dos limites da lei) editadas estabelecem normas 
técnicas que obrigam o prestador do serviço; não se dirigindo ao usuário, embora possa impactar. 
A Teoria da Captura ocorre quando há distorção do interesse público em favor do interesse 
privado, motivada pela enorme pressão do poder econômico das empresas reguladas e de 
grupos de interesses. Esse fenômeno afeta de forma evidente, a imparcialidade das agências 
reguladoras. 
 Os dirigentes são nomeados pelo Presidente da República com aprovação prévia do Senado 
Federal (art. 52, CF), para cumprir um mandato por cinco anos, não passíveis de recondução (em 
regra). A sua exoneração só pode ocorrer: mediante processo administrativo ou judicial que lhe 
garanta a ampla defesa e/ou contraditório; renúncia; infração na lei passíveis de exoneração. 
O dirigente, ao deixar o cargo, deve cumprir um período de quarentena (cada lei vai fixar, mas 
caso não exista tal regulamentação ela será de 6 meses) para exercer atividade em iniciativa 
privada dentro do setor ao qual estava vinculado. Nesse período, a sua remuneração continua 
integral até findar o prazo. 
ATENÇÃO!!! As Agências Reguladoras NÃO se confundem com as Agências Executivas! 
Executivas: é uma autarquia comum que está ineficiente e, em virtude desta ineficiência, celebra 
contrato de gestão com o Ministério supervisor. Ao celebrar este contrato, a autarquia comum 
ganha status, mediante Decreto, de agência executiva. No contrato de gestão são estipuladas 
metas e criados critérios objetivos para julgamento de seu cumprimento por parte da autarquia, e, 
em contrapartida a entidade ampliará a autonomia gerencial, orçamentária e financeira da 
agência executiva. 
Em outras palavras, nada mais é do que uma autarquia que estava precisando se tornar eficiente, 
e para isso realizou um plano estratégico de reestruturação. Ideal da agência executiva foi a 
busca pela eficiência. Para buscar essa eficiência é elaborado um plano estratégico de 
reestruturação, com ele, a agência vai até a administração direta e celebra um contrato de gestão 
com o Ministério Supervisor (contrato de gestão surgiu no nosso ordenamento jurídico para definir 
aqueles celebrados entre dois entes da administração). 
O contrato de gestão é um compromisso institucional, firmado entre o Estado, por intermédio de 
seus ministérios, e uma entidade pública estatal, a ser qualificada como agência executiva. Seu 
propósito é contribuir ou reforçar o atendimento de objetivos de políticas públicas, mediante o 
desenvolvimento de um programa de melhoria da gestão, com vistas a atingir uma superior 
qualidade do produto ou serviço prestado ao cidadão. Um contrato de gestão especifica metas (e 
respectivos indicadores), obrigações, responsabilidades, recursos, condicionantes, mecanismos 
de avaliação e penalidades. 
Fundações Públicas 
Código Civil Brasileiro: 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
 I - as associações; 
 II - associedades; 
 III - as fundações. 
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
Como visto, a fundação é regulamentada pelo Código Civil como uma pessoa jurídica formada 
pela destinação de um patrimônio com finalidade social. As Fundações privadas são matéria de 
estudo do direito civil e fiscalizadas pela Ministério Público. Quando a fundação for formada pela 
destinação de um patrimônio público, então estamos diante de uma fundação pública (Ex. FUNAI 
e FUNASA). Quanto ao regime jurídico, há divergência doutrinária. Para Celso Antônio, só podem 
ser de direito público. Para Carvalho Filho diz que só pode ser de direito privado. Já Maria Sylvia, 
que adota a corrente majoritária, aduz que pode ser uma ou outra. O que vai definir é a lei 
específica que autoriza a sua criação. 
Como visto, a fundação é regulamentada pelo Código Civil como uma pessoa jurídica formada 
pela destinação de um patrimônio com finalidade social. As Fundações privadas são matéria de 
estudo do direito civil e fiscalizadas pela Ministério Público. Quando a fundação for formada pela 
destinação de um patrimônio público, então estamos diante de uma fundação pública (Ex. FUNAI 
e FUNASA). Quanto ao regime jurídico, há divergência doutrinária. Para Celso Antônio, só podem 
ser de direito público. Para Carvalho Filho diz que só pode ser de direito privado. Já Maria Sylvia, 
que adota a corrente majoritária, aduz que pode ser uma ou outra. O que vai definir é a lei 
específica que autoriza a sua criação. 
Embora não gozem das prerrogativas estatais, devem respeitar os princípios administrativos. As 
fundações, seja pelo regime público ou privado, tem a sua finalidade descrita na lei que cria ou 
que autoriza. Nesse sentido, a CRFB/88 aduz que a lei complementar de cada Ente Federativo 
definirá, genericamente, para quais áreas de atuação se pode criar uma fundação. Na verdade, a 
lei específica de (criação ou autorização) deve respeitar a lei complementar (lei geral).

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