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Aula 3 – Estática II ESTABILIDADE 24 Aula 3: Estática II As cargas atuantes nas estruturas são definidas em dois tipos, concentrada, ou seja, aplicada em um único ponto, esse tipo de carga pode ser uma força ou uma rotação (carga momento) ou distribuída, composta por um número infinito de forças concentradas ou rotações. 1. Carregamentos Suponha a viga mostrada na Figura, onde tem-se uma segunda viga apoiada na mesma. Abaixo encontra-se o modelo de cálculo dessa estrutura, onde substitui-se o peso da viga apoiada por uma carga concentrada no eixo de apoio da viga. Lembra-se que nesse modelo não se contabilizou o peso da viga principal biapoiada. Suponha agora a estrutura mostrada na figura seguinte, onde além de uma viga apoiada, a estrutura serve de suporte para uma parede. Nesse caso, uma carga apoiada não se adéqua para o modelo de cálculo do sistema, e sim uma série de cargas representativas. Sabemos manipular vetores, as operações básicas e decomposição vetorial, a pergunta é: como trabalharemos com um número infinito de vetores, como mostrado na Figura? É muito simples, iremos converter essas cargas distribuídas em um único vetor representativo aplicado no centro de gravidade do carregamento. Aula 3 – Estática II UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL 25 Centro de Gravidade: é um ponto em torno do qual o peso do corpo está igualmente distribuído em todas as direções. O centro de gravidade de um corpo coincide com seu centro de massa quando a aceleração da gravidade tiver o mesmo valor em toda extensão do corpo. Isso significa que corpos com dimensão pequena comparada à Terra, como têm o mesmo valor de aceleração da gravidade para todas as diferentes partes do corpo, seu centro de gravidade coincide com seu centro de massa. Centro de Massa: um corpo extenso ou de um sistema de partículas é uma idealização utilizada em Física para reduzir o problema da ação de forças externas sobre este corpo ou sistema de partículas. A ideia é tentar reduzi-los a uma partícula de massa igual à massa total do corpo extenso ou do sistema de partículas, posicionada justamente no centro de massa. Abaixo encontram-se com os principais centros de gravidades. 1.1. Retângulo Um retângulo é um paralelogramo cujos lados formam ângulos retos entre si e que, por isso, possui dois pares de lados de mesma medida. Para figura geométrica retângulo, o centro de gravidade onde o corpo se equilibrará estará nas coordenadas Xg e Yg: Xg = b/2; Yg = h/2 Aula 3 – Estática II ESTABILIDADE 26 1.2. Quadrado Um quadrado é um quadrilátero (polígono de 4 lados) com tamanhos iguais. Para figura geométrica quadrado, o centro de gravidade onde o corpo se equilibrará estará nas coordenadas Xg e Yg : Xg = L/2; Yg = L/2 1.3. Triângulo Um triângulo é a figura geométrica que ocupa o espaço interno limitado por três linhas retas que concorrem, duas a duas, em três pontos diferentes formando três lados e três ângulos internos que somam 180o. Para figura geométrica triângulo, o centro de gravidade onde o corpo se equilibrará estará nas coordenadas Xg e Yg: Xg = b/3; Yg = 2h/3 Aula 3 – Estática II UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL 27 Exemplo: Problema de Conversão de Carga Distribuída em Concentrada. Como o carregamento é um retângulo de base 5m e altura 15N /m, podemos calcular o centro de gravidade da figura. Nota-se que só se precisa calcular o eixo “X”. Xg = b/2 = 5/2 = 2,5 m Convertendo em força: F = 15 . 5 F = 75 N/m Exemplo: Problema de Conversão de Carga Distribuída em Concentrada. No caso abaixo tem-se dois problemas distintos, onde pode-se dividir a figura em duas, sendo um retângulo e um triângulo, e a partir daí, começar a trabalhar: Aula 3 – Estática II ESTABILIDADE 28 1º Passo: Achar o centro de gravidade para o retângulo de base 9 m e altura 10 N/m: Xg = b 2 = 9 2 = 4,5 m Convertendo em força: V2 = 10 . 9 = 90 N 2ª Passo: Achar o centro de gravidade para o triângulo de base 9m e altura 15 N/m (25 N/m – 10 N/m): Xg = b 3 = 9 3 = 3 m Convertendo em força: V1 = 15 . 9 2 = 67,5 N Por fim tem-se os carregamentos distribuídos convertidos em cargas pontuais, como mostrado na figura: Aula 3 – Estática II UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL 29 Sempre que houver figuras não conhecidas, as mesmas podem ser subdividi-las em figuras conhecidas como retângulos, triângulos e quadrados etc. Quando não é possível utilizar essa técnica, a mecânica disponibiliza outros métodos para encontrar o centro de gravidade de figuras complexas, o que não é o objetivo principal dessa aula. 2. Tipos de Estruturas de Apoio As estruturas de engenharia podem ser classificadas em relação aos graus de liberdade em que ela está executada. Quanto mais rígida for a estrutura maior será o impedimento ao movimento. Em engenharia existem seis graus de liberdade, sendo três translações, nas direções X, Y e Z, e três rotações, nas direções RX, RY e RZ. A Figura mostra os tipos de estruturas segundo os graus de liberdade impedidos, são elas: 2.1. Estruturas Hipostáticas Onde as equações da estática são superiores aos números de incógnitas do problema, ou seja, nas estruturas hipostática os apoios são em menor número que o necessário para restringir todos os movimentos possíveis da estrutura. As características desse tipo de estrutura é a instabilidade constante: balanço, gangorra, etc. Aula 3 – Estática II ESTABILIDADE 30 2.2. Estruturas Isostáticas As estruturas isostáticas, o número de equações é exatamente igual ao número de incógnitas, ou seja, bastam as equações fundamentais da estática para determinar as suas reações de apoio. Esse tipo de estrutura é bastante utilizado na engenharia, e será bastante utilizada na disciplina. 2.3. Estruturas Hiperestáticas As estruturas hiperestáticas, o número de equações é menor que o número de incógnitas, nesse caso não se consegue resolver o problema apenas com as equações clássicas da estática, necessitando do uso de outras equações. Aula 3 – Estática II UNIDADE 1 – ANÁLISE ESTRUTURAL 31 3. Reações de Apoio As reações de apoio, são os graus de liberdade travados do sistema, como dito anteriormente uma estrutura isostática possui 3 reações de apoio, uma estrutura hiperestática mais de 3 e uma estrutura hipostática menos de 3. A Figura abaixo mostra a simbologia, o tipo e as reações a serem travadas. Em relação ao tipo, as reações podem ser classificadas como do primeiro, segundo e terceiro gêneros. Exemplo: Calcular as reações de apoio para a estrutura da figura abaixo. Como observado na figura o lado esquerdo possui um apoio do primeiro gênero enquanto o apoio esquerdo é um apoio do segundo gênero. Aula 3 – Estática II ESTABILIDADE 32 ∑ Fx = 0 Rxa = 0 ∑ Fy = 0 Rya + Ryb – (15 . 5) = 0 Rya + Ryb = 75 N ∑ Ma = 0 (- Ryb . 5) + (75 . 5/2) = 0 Ryb = 37,5 N Rya + Ryb = 75 Rya + 37,5 = 75 Rya = 37,5 N Este exemplo será retomado nas próximas aulas caso o aluno ainda esteja com dúvidas. Nela, serão ensinados os passo-a-passo da resolução deste tipo de problema. Baseado e adaptado dem Mário Nalon de Queiroz. Edições sem prejuízo de conteúdo.