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Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) Autor: Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 29 de Junho de 2021 1 Sumário Sistema financeiro nacional - parte 2: Operadores ................................................................................... 3 5 - Agentes de Mercado: Introdução ....................................................................................................... 3 6 - Instituições Financeiras Públicas e Privadas ...................................................................................... 8 6.1 - IFs Públicas ...................................................................................................................................... 9 6.2 - IFs Privadas .................................................................................................................................... 10 7 - Instituições Financeiras Bancárias ..................................................................................................... 12 7.1 - Bancos Comerciais ....................................................................................................................... 12 7.2 - Caixas Econômicas ....................................................................................................................... 13 7.3 - Cooperativas de Crédito ............................................................................................................. 16 7.4 - Bancos Comerciais Cooperativos .............................................................................................. 18 7.5 - Bancos Múltiplos........................................................................................................................... 18 8 - Instituições Financeiras Não Bancárias ............................................................................................ 19 8.1 - Bancos de Desenvolvimento ...................................................................................................... 19 8.2 - BNDES ............................................................................................................................................ 21 8.3 - Bancos de Investimento .............................................................................................................. 22 8.4 - Entidades que Concedem Crédito Imobiliário ........................................................................ 24 9 - Instituições Auxiliares .......................................................................................................................... 27 9.1 - Administradoras de Consórcios ................................................................................................. 27 9.2 - Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (Financeiras) ................................. 27 9.3 - Sociedades de Crédito ao Microempreendedor .................................................................... 28 9.4 - Agências de Fomento .................................................................................................................. 29 9.5 - Sociedade de Arrendamento Mercantil.................................................................................... 30 Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 2 9.6 - Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (SCTVMs) ..................................... 30 9.7 - Sociedades e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (SDTVMs) ............................ 32 9.8 - Bolsas de Valores e de Mercadorias e Futuros........................................................................ 33 9.9 - Sociedade de Fomento Mercantil (Factoring) ......................................................................... 35 9.10 - Administradora de Cartões de Crédito .................................................................................. 36 Questões Comentadas ................................................................................................................................. 38 Lista de Questões ............................................................................................................................................. 47 Gabarito .......................................................................................................................................................... 55 Resumo ........................................................................................................................................................... 56 Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 3 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - PARTE 2: OPERADORES Pessoal, tudo certinho? Fizemos um ajuste nas aulas para deixar mais didático. Então, se você baixou o material antes do dia 29/06, não se preocupe em ver essa aula. O que eu fiz foi somente dividir o material, tá? Peço desculpas pelo inconveniente, mas agora ficará tudo 100% alinhado. Estarei aqui com vocês até a aprovação. Sigamos juntos, Amanda. @profamandaaires profamandaaires@gmail.com 5 - Agentes de Mercado: Introdução O Sistema Financeiro Nacional não é composto apenas pelo CMN, Banco Central, COPOM, CVM, CRSFN e outras entidades normativas/supervisoras apresentadas. Há também os operadores. Nesta seção serão tratados conceitos básicos sobre estas entidades. O que são, para que servem, quais as principais atividades exercidas. Antes, há que se detalhar o porquê estas entidades estão divididas em instituições financeiras bancárias e não bancárias e instituições financeiras auxiliares. Começamos pela diferença entre instituições financeiras bancárias e não bancárias. O mercado bancário é composto de instituições financeiras que captam depósitos à vista e, portanto, multiplicam a moeda em circulação na economia. Guarde este conceito: para ser bancária, a instituição deve captar depósitos à vista. Esta regra aparentemente simples permite ganhar pontos preciosos no momento da prova. Há grandes chances de a Banca tentar confundir os candidatos sobre a diferença entre instituição bancária e não bancária. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 4 Outra maneira de confundir é denominar as instituições bancárias de instituições monetárias. Não se assuste, pois, as duas entidades representam a mesma coisa. Do mesmo modo, as instituições não bancárias são também chamadas de não monetárias. Mas, como seria este processo de multiplicar a moeda? As instituições bancárias, assim como qualquer outra entidade, possuem ativos e passivos. Seus ativos correspondem às aplicações que possuem. Por exemplo, empréstimos concedidos, aplicações em títulos públicos, ações de empresas, entre outros investimentos diversos. O financiamento destas aplicações é feito de diversas formas e corresponde ao passivo destas instituições. A modalidade de financiamento que nos interessa são os depósitos à vista. Todos os indivíduos que realizam transações bancárias já realizaram depósitos à vista. Consistem nos valores líquidos, depositados nas instituições financeiras bancárias e prontamente disponíveis aos correntistas. Desta forma, quando nos dirigimos ao banco para realizar um saque da conta corrente, o dinheiro estará ali pronto para ser sacado e utilizado. Até aqui tudo bem! Mas, apesar de não ser tão aparente assim, nossas disponibilidades líquidas (depósitos à vista) não estão totalmente reservadas no caixa do banco. Elas são circulantes e financiam diversas outras aplicaçõesdo banco. Assim, caso você tenha um saldo de R$ 1 mil, parte deste valor provavelmente estará financiando outro indivíduo com saldo negativo. Instituição Financeira Capta Depósitos à vista Bancária (Monetária) Instituição Financeira Não Capta Depósitos à vista Não Bancária (Não Monetária) Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 5 Consequentemente, se todos os correntistas forem ao banco sacar toda sua disponibilidade, o banco não terá como pagar a todos. Por isto diz-se que os bancos multiplicam os depósitos à vista. Ou seja, eles elevam a quantidade de depósitos à vista em sua posse. Na teoria econômica, este valor é dado pelo multiplicador bancário, o qual multiplica a quantidade de depósitos à vista, resultando na quantidade de moeda em circulação. Não é preciso conhecê-lo a fundo no momento, pois este é um conceito cobrado em Economia. Mas, ao menos você sabe o conceito por trás do multiplicador bancário. Isto é, a possibilidade de receber depósitos à vista, além de categorizar as instituições financeiras como bancárias (monetárias), permitem-nas multiplicar a quantidade de moeda em circulação na economia. E, por fim, o que seriam as instituições financeiras auxiliares? Resumidamente, são auxiliares as instituições que se prestam à intermediação de recursos entre poupadores e devedores (e investidores) na economia, mesmo que não forneçam propriamente os recursos. Ou seja, elas promovem serviços com a finalidade de conferir eficiência à intermediação de recursos e estão, em sua grande parte, lotadas no mercado de valores mobiliários. Neste momento, precisamos compreender mais uma ideia importante sobre o funcionamento do mercado de capitais antes de continuar com o estudo das instituições. Como já foi visto, no mercado de crédito ocorre a intermediação de recursos financeiros entre agentes superavitários e deficitários com a finalidade de atender as necessidades de liquidez de curto e médio prazos. Ocorre que, neste mercado, as instituições financeiras intermediam os recursos, o que significa que os agentes superavitários direcionam a elas seus recursos e elas os direcionam aos agentes deficitários. Isto é, as instituições financeiras figuram, além de intermediárias, como centralizadoras de recursos no mercado de crédito. O esquema abaixo fornece uma ilustração desta ideia: Instituições financeiras auxiliares Se prestam à intermediação de recursos entre poupadores e devedores (e investidores) na economia, mesmo que não forneçam propriamente os recursos Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 6 É fácil notar que o intermediário (as instituições financeiras) no mercado de crédito centraliza os recursos financeiros, captando-os com os agentes superavitários e os destinando aos deficitários. O esquema também mostra que as instituições financeiras assumem o risco da operação (o que é óbvio) e são remuneradas por isso através do spread (diferença entre a taxa de juros de captação e a taxa de juros de concessão do crédito). No entanto, no mercado de capitais não é assim que os recursos circulam. Pelo contrário, não há esta figura “central” que promove a intermediação de recursos, pois o dinheiro e os títulos negociados circulam diretamente entre as partes. Aqui, a função dos intermediários (instituições financeiras auxiliares) é prestar serviços com a finalidade de promover eficiência nesta circulação de recursos. Abaixo, o esquema com a ideia: Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 7 Como é possível notar, os recursos circulam diretamente entre superavitários e deficitários, que assumem grande parte dos riscos envolvidos, e os prestadores de serviços são remunerados pelo auxilio que prestam na eficiência destas transações, motivo que os denominam como instituições auxiliares. Adicionalmente, cabe já comentar mais uma ideia relativa aos agentes do mercado de capitais. Como vimos, é comum a ideia de denominar os agentes de superavitários e deficitários no mercado financeiro em geral. No mercado de capitais, apesar desta denominação estar correta, é mais comum utilizarmos outros dois termos: emissores (que substituem os deficitários) e investidores (que substituem os superavitários). A ideia será explanada com maior riqueza de detalhes no momento oportuno. Mas, por ora, entenda que no mercado de capitais são emitidos e negociados títulos, chamados de valores mobiliários. Ocorre que os agentes que intencionam captar recursos neste mercado (como as companhias abertas, por exemplo), emitem os tais valores mobiliários para tanto e, por isto, são chamados de emissores. Por sua vez, os superavitários investem nestes valores mobiliários e, portanto, são conhecidos como investidores. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 8 6 - Instituições Financeiras Públicas e Privadas Na aula passada, vimos os detalhes teóricos das instituições normativas e supervisoras do sistema financeiro nacional. Nesta nos resta detalhar as características das instituições financeiras bancárias, não bancárias e auxiliares. Para iniciar, nada mais apropriado do que apresentar o conceito de instituição financeira. Consideram-se instituições financeiras (“IFs”) as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Importante citar que se equiparam às IFs as pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas acima, de forma permanente ou eventual. Para funcionar no País, dependem de prévia autorização do BACEN, tanto nacionais quanto estrangeiras. Vale notar que atualmente, não é necessário o decreto do Poder Executivo como no passado. Por enquanto, recorde destes conceitos: Mercado de capitais Emitidos e negociados títulos, chamados de valores mobiliários Emissores: emitem os tais valores mobiliários Investidores: investem nestes valores mobiliários Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 9 Características de instituição financeira: Pessoa jurídica pública ou privada Tenha como atividade principal ou acessória: a coleta, a intermediação ou a aplicação Equipara-se à IF: Pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas acima, de forma permanente ou eventual. Para funcionar: IFs nacionais autorização do BACEN Continuando, é preciso definir as diferenças entre instituições financeiras públicas e privadas. 6.1 - IFs Públicas A relevância das IFs públicas é entendida já pela sua definição: as instituições financeiras públicas são órgãos auxiliares da execução da política de crédito do Governo Federal. A legislação separa, para fins de classificação, as IFs púbicas federais das IFs públicas estaduais. O Conselho Monetário Nacional regulará as atividades, capacidade e modalidade operacionais das instituições financeiras públicas federais, que deverão submeter à aprovação deste órgão, com a prioridade por ele prescrita, seus programas de recursos e aplicações, de forma que se ajustem à política de crédito do Governo Federal. Ademais, acabe ao CMN estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez e adequar seu funcionamentoaos objetivos do sistema financeiro nacional (promover desenvolvimento sustentado). Muito interessante esta disposição. Isto é, o CMN pode atribuir prioridades às IFS públicas federais, ajustando a aplicação de seus recursos, de forma que se ajustem à política crédito do Governo Federal. Um exemplo interessante são as aplicações do Banco do Brasil (BB) em crédito rural. A concessão de crédito para este setor da economia é parte da política de crédito do Governo Federal, cuja regulação do CMN concedeu como função prioritária do Banco do Brasil. Além do BB, outra importante IF pública federal é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pois ele é o principal instrumento de execução de política de investimentos do Governo Federal. O objetivo primordial do BNDES é apoiar programas, projetos, obras e serviços que se relacionem de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 10 com o desenvolvimento econômico e social do País, visando a estimular a iniciativa privada, sem prejuízo de apoio a empreendimentos de interesse nacional a cargo do setor público. Por fim, em relação às IFs públicas federais, a escolha dos seus Diretores ou Administradores das e a nomeação dos respectivos Presidentes é feita da seguinte forma: o O Presidente e os Diretores das IFS públicas federais deverão ser pessoas de reputação ilibada e notória capacidade; o A nomeação do Presidente da IFs públicas federais será feita pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal; e o As substituições eventuais do Presidente das IFs pública federais não poderão exceder o prazo de 30 (trinta) dias consecutivos, sem que o Presidente da República submeta ao Senado Federal o nome do substituto. Já as instituições financeiras públicas não federais ficam sujeitas às disposições relativas às instituições financeiras privadas, como visto adiante. 6.2 - IFs Privadas As instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas de crédito, constituir-se-ão unicamente sob a forma de sociedade anônima, devendo a totalidade de seu capital com direito a voto ser representada por ações nominativas. Observadas as normas fixadas pelo Conselho Monetário Nacional as IFs privadas poderão emitir até o limite de 50% de seu capital social em ações preferenciais. A justificativa para a emissão de ações preferenciais é muito simples. Como estas concedem preferência no recebimento de direitos econômicos pelos seus titulares, mas, em geral, não conferem direito a voto nas decisões assembleares, atraem acionistas interessados apenas no exercício de direitos econômicos (como, por exemplo, preferência no recebimento de dividendos), mas respeitam um percentual mínimo de ações ordinárias, que conferem direito a voto, de 50% do capital social. Uma importante regra aplica-se às instituições financeiras privadas (e também públicas): o capital inicial será sempre realizado em moeda corrente. Ou seja, não é possível, quando da sua constituição, que o acionista realize o capital em bens ou créditos. É preciso que o faça em moeda corrente (dinheiro). Adicionalmente, será exigida no ato a realização de, pelo menos 50% (cinquenta por cento) do montante subscrito. O valor remanescente do capital subscrito, inicial ou aumentado, em moeda corrente, deverá ser integralizado dentro de um ano da data da solução do respectivo processo. Mas, como tudo em direito, existem exceções às subscrições em dinheiro, que são: o Decorrentes de incorporação de reservas; e o Decorrentes da reavaliação da parcela dos bens do ativo imobilizado, representado por imóveis de uso e instalações Em resumo, a regra geral é que todo o acionista subscreva sua parcela no capital social em dinheiro. No mínimo, 50% desta subscrição deve ser feita à vista e o restante em até 1 ano. Exceção à regra são as possibilidades de aumento do capital decorrentes de incorporação de reservas (por exemplo, incorporação Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 11 de reservas de lucros) e realização de bens do ativo imobilizado. Esta segunda possibilidade ocorre quando os bens são reavaliados pelo valor de mercado e este fato aumentativo também eleva o patrimônio líquido, sendo registrado como aumento de capital. Em relação aos seus administradores (diretores e conselheiros de administração), as instituições financeiras privadas deverão comunicar ao Banco Central da República do Brasil os atos relativos à eleição de diretores e membros de órgão consultivos, fiscais e semelhantes, no prazo de 15 dias de sua ocorrência. O BACEN, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, decidirá aceitar ou recusar o nome do eleito. E, para encerrar o assunto, temos que analisar as vedações aplicadas às IFs públicas e privadas. Recordem que, as vedações abaixo, aplicam-se às IFs, independente se de constituição pública ou privada. Abaixo, seguem de forma esquematizada: conceder empréstimos ou adiantamentos 1. a seus diretores e membros dos conselhos consultivos ou administrativo, fiscais e semelhantes, bem como aos respectivos cônjuges; 2. aos parentes, até o 2º grau, das pessoas anteriormente referidas; 3. as pessoas físicas ou jurídicas que participem de seu capital, com mais de 10% (dez por cento), salvo autorização específica do Banco Central da República do Brasil, em cada caso, quando se tratar de operações lastreadas por efeitos comerciais resultantes de transações de compra e venda ou penhor de mercadorias, em limites que forem fixados pelo Conselho Monetário Nacional, em caráter geral; 4. as pessoas jurídicas de cujo capital participem, com mais de 10% (dez por cento); 5. às pessoas jurídicas de cujo capital participem com mais de 10% (dez por cento), quaisquer dos diretores ou administradores da própria instituição financeira, bem como seus cônjuges e respectivos parentes, até o 2º grau; emitir debêntures, salvo as IFs que não recebem depósitos do público, quando autorizadas pelo BACEN; e adquirir bens imóveis não destinados ao próprio uso, salvo os recebidos em liquidação de empréstimos de difícil ou duvidosa solução, caso em que deverão vendê-los dentro do prazo de um (1) ano, a contar do recebimento, prorrogável até duas vezes, a critério do Banco Central da República do Brasil. A concessão de empréstimos ou adiantamentos aos seus diretores e membros dos conselhos consultivos ou administrativo, fiscais e semelhantes, bem como aos respectivos cônjuges constitui crime e sujeitará os responsáveis pela transgressão à pena de reclusão de um a quatro anos, aplicando-se, no que couber, o Código Penal e o Código de Processo Penal. Cabe ainda afirmar que há uma exceção às vedações acima expostas em relação às IFs públicas. Elas não estão vedadas da prática de concessão de empréstimos ou adiantamentos às pessoas jurídicas de cujo capital participem, com mais de 10% (dez por cento). Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 12 7 - Instituições Financeiras Bancárias Como o próprio nome sugere, as instituições normativas são as responsáveis por estabelecer as normas gerais do SFN e de seus mercados. A instituição normativa por excelência é o CMN (normatiza os mercados de câmbio, capitais, crédito e monetário). Ele é o cobrado pelo nosso edital; no entanto, o CNSP é também apresentado. Antes de iniciarmos o estudo das instituições, faço uma importante ressalva: todo o conteúdo apresentado está baseado nas Leis 4.595/64 (Lei do Sistema Financeiro Nacional) e 9.069/95 (Leido Plano Real). Ocorre que a Lei 4.595/64 foi atualizada desde que publicada, mas muitas das suas atualizações não estão refletidas em seu texto legal. Isto significa que as bancas, ao cobrarem a letra da lei, solicitam dispositivos que não estão mais em vigor. Para lidar com este problema resolvi apresentar o conteúdo legal no decorrer da aula, exatamente como as Leis apresentam em seus textos legais. E, na aula anterior, foi apresentada a LEI 4.595 COMENTADA, anexo em que são discutidas estas alterações normativas supervenientes e como funciona. 7.1 - Bancos Comerciais O banco comercial é a instituição bancária por excelência, pois o recebimento de depósitos à vista consiste em sua mais importante função. O objetivo principal dos bancos comerciais é proporcionar o suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas. No prazo de financiamento: os bancos comerciais trabalham no curto e médio prazos. O financiamento de longo prazo da economia é feito de preponderantemente pelo mercado de capitais e pelo BNDES. Dentre as maneiras que os bancos comerciais possuem para atender estes objetivos estão: o Desconto de títulos o Operações de crédito simples e de conta corrente (conta garantia) o Operações especiais, tais como as de crédito direcionado (crédito rural, entre outras) e câmbio o Captar depósitos à vista e a prazo o Obter recursos internos e externos para repasse Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 13 Fique tranquilo! O estudo dos produtos bancários será feito oportunamente. Em resumo, os bancos comerciais se colocam como intermediários financeiros entre os agentes superavitários (poupadores) e os deficitários (devedores, investidores). A captação, via depósitos à vista e a prazo, além de outras maneiras, é direcionada de forma seletiva aos que necessitam destes recursos para cumprir com suas obrigações deficitárias. 7.2 - Caixas Econômicas Além de captarem depósitos à vista e operarem como banco comercial, as Caixas Econômicas integram o Sistema Brasileiro de Poupança (SBP) e o Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Quanto ao SBP, as Caixas Econômicas captam os depósitos na tradicional caderneta de poupança. Estes recursos são direcionados ao SFH, financiando o crédito imobiliário. Ademais, cabe a estas instituições a captação e gerenciamento dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviços (FGTS). Banco Comercial Função mais importante: recebimento de depósitos à vista No prazo de financiamento: os bancos comerciais trabalham no curto e médio prazos Objetivo principal: proporcionar o suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 14 Atualmente existe tão somente 1 instituição neste âmbito: a Caixa Econômica Federal (CEF). A CEF é a instituição financeira sob a forma de empresa pública (possui como único acionista a União Federal) e responsável pela operacionalização das políticas de do Governo Federal para habitação popular e saneamento básico. Basicamente, a CEF exerce as seguintes atividades: o Bancária, sendo também Banco Múltiplo; o Captação e administração de recursos da poupança, para aplicação em empréstimos vinculados, principalmente na habitação; o Administração de loterias e de fundos, dentre os quais se destaca o FGTS. O Estatuto da CEF dispõe sobre todas suas funções cujas principais seguem a seguir: A tiv id ad es C EF Bancária, sendo também Banco Múltiplo; Captação e administração de recursos da poupança, para aplicação em empréstimos vinculados, principalmente na habitação Administração de loterias e de fundos, dentre os quais se destaca o FGTS Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 15 receber depósitos, a qualquer título, inclusive os garantidos pela União, em especial os de economia popular, com o propósito de incentivar e educar a população brasileira nos hábitos da poupança e fomentar o crédito em todas as regiões do País; prestar serviços bancários de qualquer natureza, por meio de operações ativas, passivas e acessórias, inclusive de intermediação e suprimento financeiro, sob suas múltiplas formas; administrar, com exclusividade, os serviços das loterias federais, nos termos da legislação específica; exercer o monopólio das operações de penhor civil, em caráter permanente e contínuo; prestar serviços delegados pelo Governo federal e prestar serviços, mediante convênio, com outras entidades ou empresas, observada sua estrutura e natureza de instituição financeira; realizar quaisquer operações, serviços e atividades negociais nos mercados financeiros e de capitais, internos ou externos; efetuar operações de subscrição, aquisição e distribuição de ações, obrigações e quaisquer outros títulos ou valores mobiliários no mercado de capitais, para investimento ou revenda; realizar operações de câmbio; realizar operações de corretagem de seguros e de valores mobiliários, arrendamento residencial e mercantil, inclusive sob a forma de leasing; prestar, direta ou indiretamente, serviços relacionados às atividades de fomento da cultura e do turismo, inclusive mediante intermediação e apoio financeiro; atuar como agente financeiro dos programas oficiais de habitação e saneamento e como principal órgão de execução da política habitacional e de saneamento do Governo federal, e operar como sociedade de crédito imobiliário para promover o acesso à moradia, especialmente para a população de menor renda; atuar como agente operador e financeiro do FGTS; administrar fundos e programas delegados pelo Governo federal; conceder empréstimos e financiamentos de natureza social de acordo com a política do Governo federal, observadas as condições de retorno, que deverão, no mínimo, ressarcir os custos operacionais, de captação e de capital alocado; manter linhas de crédito específicas para as microempresas e para as empresas de pequeno porte; realizar, na qualidade de agente do Governo federal, por conta e ordem deste, quaisquer operações ou serviços que lhe forem delegados, nos mercados financeiro e de capitais; Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 16 prestar serviços de custódia de valores mobiliários; prestar serviços de assessoria, consultoria e gerenciamento de atividades econômicas, de políticas públicas, de previdência e de outras matérias relacionadas a sua área de atuação, diretamente ou mediante convênio ou consórcio com órgãos, entidades ou empresas; realizar, na forma fixada pelo Conselho Diretor e aprovada pelo Conselho de Administração da CEF, aplicações não reembolsáveis ou parcialmente reembolsáveis destinadas especificamente a apoiar projetos e investimentos de caráter socioambiental, que se enquadrem em seus programas e ações, que beneficiem prioritariamente a população de baixa renda, e principalmente nas áreas de habitação de interesse social, saneamento ambiental, gestão ambiental, geração de trabalho e renda, saúde, educação, desportos, cultura, justiça, alimentação, desenvolvimento institucional, desenvolvimento rural, e outras vinculadas ao desenvolvimento sustentável. Das operações acima citadas, foram destacadas aquelas quediferenciam a CEF de outras instituições financeiras bancárias. É o caso, por exemplo, das funções de cunho social geridas pela instituição, como a administração do FGTS. Adicionalmente, verifica-se outras funções não exatamente compreendidas em uma instituição financeira bancária, como a administração da loteria federal e o monopólio nas operações de penhor comum, operação na qual o devedor entrega bem móvel de valor ao credor (neste caso, a CEF), com a finalidade de garantir o pagamento do débito. Desta forma, o interessado na obtenção de um financiamento pode se dirigir à Caixa Econômica Federal e entregar à instituição financeira algum bem de valor, geralmente metais preciosos e bens afins, como garantia de pagamento do crédito tomado. O financiamento é liberado após a aprovação da penhora, podendo o devedor emprestar até o limite de 130% do valor do bem penhorado. Podem ser penhorados os seguintes bens: o Joias o Metais Nobres o Diamantes Lapidados o Pérolas o Relógios o Canetas e Pratarias originais de valor significativo 7.3 - Cooperativas de Crédito Uma sociedade cooperativa consiste na união de pessoas que reciprocamente se obriguem a contribuir com bens ou serviços para o exercício de atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 17 Naturalmente, uma cooperativa de crédito atende a finalidade de conceder crédito e, desta maneira, está inclusa no organograma do SFN. Segundo definição legal, as cooperativas de crédito destinam-se, precipuamente, a prover, por meio da mutualidade, a prestação de serviços financeiros a seus associados, sendo-lhes assegurado o acesso aos instrumentos do mercado financeiro. As cooperativas de crédito podem atuar das seguintes maneiras: o Captar depósitos, somente de associados. o Obter empréstimos ou repasses de instituições financeiras nacionais ou estrangeiras. o Conceder créditos e prestar garantias. o Aplicar recursos no mercado financeiro, inclusive em depósitos à vista e a prazo. o Prestar serviços a associados ou não associados, serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros, entidades públicas e privadas. Interessante notar que as cooperativas de crédito têm como finalidade atender aos seus associados, que seriam uma espécie de “sócio” da cooperativa. Assim, a captação de recursos e concessão de créditos e garantias é direcionada aos associados das cooperativas de crédito, e não há qualquer interessado. Mas, claro, sempre há exceções: para ser mais preciso, são 3 exceções. Neste caso, mesmo que a captação de recursos e a concessão de créditos e garantias sejam restritas aos associados, é possível a captação de recursos (i) dos Municípios, de seus órgãos ou entidades e das empresas por eles controladas, as operações (ii) realizadas com outras instituições financeiras e (iii) os recursos obtidos de pessoas jurídicas, em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentos de remuneração. Por fim, cabe lembrar que a prestação de serviços financeiros em geral (que não se confundem com a intermediação de recursos, como captações ou concessões de empréstimos) pode ser praticada pelas cooperativas de crédito a qualquer interessado. Por exemplo, ela pode prestar um serviço de cobrança a uma empresa que não seja sua associada. Neste caso, a cooperativa está praticando um serviço financeiro, não intermediando recursos (o que, como foi visto, é permitido apenas a associados). Em termos legais, isso significa que as cooperativas de crédito podem atuar em nome e por conta de outras instituições, com vistas à prestação de serviços financeiros e afins a associados e a não associados. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 18 7.4 - Bancos Comerciais Cooperativos É caracterizado como banco comercial na forma de sociedade anônima de capital fechado, com participação exclusiva de sociedades cooperativas de crédito singulares e centrais cooperativas. Desta forma, são instituições financeiras bancárias, mas controlados por cooperativas, pois estas devem possuir, no mínimo, 51% das ações ordinárias (com direito a voto) É vedado a estas instituições participar do capital social de outras instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Bacen. Esta vedação é aplicada para manter viva a ideia de cooperativa, ou seja, o atendimento de seus associados. Em resumo, trata-se de cooperativas de crédito organizadas na forma de banco comercial, pois a natureza das operações praticadas pelas cooperativas de crédito é mantida e a elas adicionada as operações bancárias tradicionais, como a emissão de talão de cheques, de cartões de crédito e administração de carteira de crédito. Adicionalmente, visto se organizarem como banco comercial ou múltiplo, cabe aos bancos cooperativos o respeito às normas regulamentares e prudenciais estabelecidas pelo Bacen, como o respeito ao Acordo de Basileia. 7.5 - Bancos Múltiplos O Banco Múltiplo é a pessoa jurídica que oferece diversos serviços financeiros. Ou seja, mantém operações financeiras diversas, que seriam prestadas por distintas instituições, como uma só instituição. Um banco múltiplo pode operar com as seguintes carteiras: o comercial; o investimento e/ou desenvolvimento (sendo esta exclusiva para bancos públicos); o de crédito imobiliário; o de crédito, financiamento e investimento; e o de arrendamento mercantil. Para configurar como banco múltiplo, a instituição financeira deve, no mínimo, possuir ao menos duas carteiras, sendo, obrigatoriamente, uma delas comercial ou de investimento. Vale lembrar que não há vinculação entre as fontes de recursos captados e as aplicações do banco múltiplo, salvo os casos previstos em legislação e regulamentação específicas. Ou seja, o banco múltiplo pode fazer, por exemplo, uma captação em depósito à vista (carteira comercial) e direcionar estes para a concessão de crédito imobiliário. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 19 Os bancos múltiplos cumprem um relevante papel na economia nacional, pois permitem reduzir os custos das operações financeiras por eles realizadas, conferindo maior eficiência à intermediação financeira. A ideia é muito simples. Podemos imaginar duas instituições distintas, uma realizando atividades bancárias, e outras atividades de câmbio. A união destas duas instituições em um banco múltiplo permite a diluição de custos operacionais, barateando o custo total da atividade. Desta forma, todos ganham. Esta possibilidade de exercício de diversas atividades por um banco múltiplo. Nem todas as operações de um banco múltiplo criam moeda, tão somente as envolvidas na carteira comercial, pois são as que aceitam depósitos à vista. 8 - Instituições Financeiras Não Bancárias Como já salientado, as instituições não bancárias (não monetárias) não captam depósitos à vista e, portanto, não multiplicam a quantidade de moeda em circulação na economia. Elas se financiam através da captação de depósitos a prazo. Em resumo, as entidades não monetárias captam recursos, através da emissão de títulos, para concessão de empréstimos e financiamentos diversos. Desta forma, exercem intermediação da moeda. As instituições financeiras não bancárias estão divididas em: 8.1 - Bancos de Desenvolvimento Os bancos de desenvolvimento existem para promover o desenvolvimento da região à qual fazem parte. Meio obvio, não é? Os Bancos de Desenvolvimento são instituições financeiras públicas não federais, constituídas sob a forma de sociedade anônima, com sede na Capital doEstado da Federação que detiver seu controle acionário. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1 20 Seu objetivo principal é proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e longo prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e social dos respectivos Estados da Federação onde tenham sede, cabendo-lhes apoiar prioritariamente o setor privado. Pelas características acima, é importante citar o caráter regional dos bancos de desenvolvimento. São controlados pelos governos do estado que fazem parte e sua atuação se limita a esta região. Estão autorizados a financiar projetos de desenvolvimento fora da região que fazem parte tão somente se o empreendimento visar benefícios de interesse comum, ou seja, que atenda também a sua região. Entre suas funções estão: o Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País/Região/Estado. o Fortalecer o setor empresarial. o Atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos polos de produção. o Promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais e de serviços. Para atender a seu objetivo, os Bancos de Desenvolvimento podem apoiar iniciativas que visem a: I - Ampliar a capacidade produtiva da economia, mediante implantação, expansão e/ou relocalização de empreendimentos; II - Incentivar a melhoria da produtividade, por meio de reorganização, racionalização, modernização de empresas e formação de estoques - em níveis técnicos adequados - de matérias primas e de produtos finais, ou por meio da formação de empresas de comercialização integrada; III - Assegurar melhor ordenação de setores da economia regional e o saneamento de empresas por meio de incorporação, fusão, associação, assunção de controle acionário e de acervo e/ou liquidação ou consolidação de passivo ou ativo onerosos; Bancos de desenvolvimento São instituições financeiras públicas não federais Objetivo: promover o desenvolvimento da região à qual fazem parte Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 c 21 IV - Incrementar a produção rural por meio de projetos integrados de investimentos destinados à formação de capital fixo ou semifixo; V - Promover a incorporação e o desenvolvimento de tecnologia de produção, o aperfeiçoamento gerencial, a formação e o aprimoramento de pessoal técnico, podendo, para este fim, patrocinar programas de assistência técnica, preferencialmente através de empresas e entidades especializadas. Cabe salientar que no caso dos empreendimentos de que trata o item IV (produção rural), o financiamento do custeio pode ser realizado diretamente pelo Banco de Desenvolvimento, ou, preferencialmente, por intermédio de convênios com outras instituições financeiras autorizadas a realizar esse tipo de atividade. Adicionalmente, ressalta-se o seguinte fato: O Estado da Federação autorizado a constituir Banco de Desenvolvimento detém, obrigatoriamente, o controle acionário da instituição. Isto não significa que em todos os casos o Estado terá a totalidade das ações emitidas pelo banco, pois é permitido, em relação aos Bancos de Desenvolvimento registrados como sociedade anônima de capital aberto, emitir ações preferenciais, nas formas nominativas e ao portador, sem direito a voto, neste último caso desde que previamente autorizados pelo Banco Central. Ou seja, os Bancos de Desenvolvimento estão autorizados a negociar suas ações com terceiros, não relacionados com o acionista controlador, desde que seguindo as regras dispostas acima. 8.2 - BNDES Antes de estudarmos o BNDES, é importante saber que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social NÃO é um banco de desenvolvimento! Mas, como assim?! Ele possui “desenvolvimento” até no nome?! Bem, bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas por ente da federação não federal. O BNDES, como é controlado pela União, não pode ser considerado como banco de desenvolvimento na perspectiva do regime jurídico aplicado ao SFN. O BNDES é uma empresa pública federal (todas suas ações são detidas pela União Federal), dotada de personalidade jurídica de direito privado: o Sendo principal instrumento de execução da política de investimento do Governo Federal; o Tendo por objetivo primordial apoiar programas, projetos, obras e serviços que se relacionem com o desenvolvimento econômico e social do País; e o exercendo suas atividades com o objetivo de a estimular a iniciativa privada, sem prejuízo de apoio a empreendimentos de interesse nacional a cargo do setor público. Dentre suas funções, podemos destacar as seguintes: Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 7 22 o financiar a aquisição de ativos e investimentos realizados por empresas de capital nacional no exterior, desde que contribuam para o desenvolvimento econômico e social do País; o financiar e fomentar a exportação de produtos e de serviços, inclusive serviços de instalação, compreendidas as despesas realizadas no exterior, associadas à exportação; o efetuar aplicações não reembolsáveis em projetos ou programas de ensino e pesquisa, de natureza científica ou tecnológica, inclusive mediante doação de equipamentos técnicos ou científicos e de publicações técnicas a instituições que se dediquem à realização dos referidos projetos ou programas ou tenham dele recebido colaboração financeira com essa finalidade específica; o efetuar aplicações não reembolsáveis, destinadas especificamente a apoiar projetos e investimentos de caráter social, nas áreas de geração de emprego e renda, serviços urbanos, saúde, educação e desportos, justiça, alimentação, habitação, meio ambiente, recursos hídricos, desenvolvimento rural e outras vinculadas ao desenvolvimento regional e social, bem como projetos de natureza cultural, observadas as normas regulamentares expedidas pela Diretoria; o contratar estudos técnicos e prestar apoio técnico e financeiro, inclusive não reembolsável, para a estruturação de projetos que promovam o desenvolvimento econômico e social do País; o realizar, como entidade integrante do Sistema Financeiro Nacional, quaisquer outras operações no mercado financeiro ou de capitais, em conformidade com as normas e diretrizes do Conselho Monetário Nacional; e o utilizar recursos captados no mercado externo, desde que contribua para o desenvolvimento econômico e social do País, para financiar a aquisição de ativos e a realização de projetos e investimentos no exterior por empresas brasileiras, subsidiárias de empresas brasileiras e empresas estrangeiras cujo acionista com maior capital votante seja, direta ou indiretamente, pessoa física ou jurídica domiciliada no Brasil, bem como adquirir no mercado primário títulos de emissão ou de responsabilidade das referidas empresas. Vale destacar, ainda, que o BNDES não capta depósitos do público atualmente e está apesentado no tópico de “instituições não bancárias” por similaridade operacional e funcional em relação aos bancos de desenvolvimento. Os recursos que financiam as operações do BNDES são, basicamente, dotações no orçamento da União, receitas operacionais e patrimoniais, fundo públicos (como o PIS, PASEP e outros) e recursos oriundos de operações de crédito, assim entendidos os provenientes de empréstimos e financiamentos obtidos pela entidade. 8.3 - Bancos de Investimento Os bancos de investimento são instituições financeiras de natureza privada, devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, especializadas em operações de participação societáriade caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 5 23 Várias operações são apresentadas nessa denominação do banco de investimento. Elas são analisadas em momento oportuno, mas podemos afirmar, por ora, que são operações realizadas, em sua grande maioria, no mercado de capitais, pois destinam-se ao financiamento de investimentos de prazo mais estendido. De qualquer forma, fique com o esquema adiante a respeito destas operações: Como já salientado, elas serão analisadas em momento oportuno. Continuando, aos bancos de investimento é facultado, além da realização das atividades inerentes à consecução de seus objetivos: o praticar operações de compra e venda, por conta própria ou de terceiros, de metais preciosos, no mercado físico, e de quaisquer títulos e valores mobiliários, nos mercados financeiros e de capitais; OPERAÇÕES ATIVAS • Empréstimos de capital de fixo/ giro • Comprar e vender títulos e val. mob. (recursos próprios e de terceiros) • Operar bolsa M&F (rec. próprios e 3º) CAPTAÇÕES (PASSIVOS) • Depósitos a prazo (CDB e RDB) • Obtenção de recursos internos e externos para repasses. SERVIÇOS • Underwritting com garantia e sem. • Câmbio • Coordenar processos de reorganização e reestruturação. FUNÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 5 24 o operar em bolsas de mercadorias e de futuros, bem como em mercados de balcão organizados, por conta própria e de terceiros; o operar em todas as modalidades de concessão de crédito para financiamento de capital fixo e de giro; o participar do processo de emissão, subscrição para revenda e distribuição de títulos e valores mobiliários; o operar em câmbio, mediante autorização específica do Banco Central do Brasil; o coordenar processos de reorganização e reestruturação de sociedades e conglomerados, financeiros ou não, mediante prestação de serviços de consultoria, participação societária e/ou concessão de financiamentos ou empréstimos; o realizar outras operações autorizadas pelo Banco Central do Brasil. Note que parte destas funções consiste na prestação de serviços no mercado de capitais, o que coloca os bancos de investimento também como entidade auxiliar neste mercado, mesmo que sua classificação seja de instituição financeira não bancária. Os bancos de investimento podem empregar em suas atividades, além de recursos próprios, os provenientes de: o depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado; o recursos oriundos do exterior, inclusive por meio de repasses interbancários; o repasse de recursos oficiais; o depósitos interfinanceiros; o outras formas de captação autorizadas pelo Banco Central do Brasil. E, por fim, é preciso saber que os bancos de investimento podem manter contas, sem juros e não movimentáveis por cheque, relativas a recursos de terceiros: o recebidos para aplicação em títulos e valores mobiliários e outros ativos financeiros e/ou modalidades operacionais disponíveis nos mercados financeiro e de capitais, referentes à movimentação dessas aplicações; o vinculados à execução de suas operações ativas ou relacionadas com a prestação de serviços. Ressalta-se apenas que estas contas, sem juros e não movimentáveis por cheque, relativas a recursos de terceiros, não são contas correntes, pois elas não permitem depósitos à vista. 8.4 - Entidades que Concedem Crédito Imobiliário Nosso SFN possui 3 instituições dedicadas na concessão de crédito imobiliário. São elas: associações de poupança e empréstimos, companhias hipotecárias e sociedades de crédito imobiliário. Iremos analisar as especificidades de cada uma delas e, ao final, apresentar um quadro resumo com suas características. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 0 25 Antes, apenas um lembrete: essas entidades são dedicadas à concessão de crédito imobiliários e financiadas com recursos específicos para este fim; no entanto, outras entidades também atuam na concessão de crédito imobiliário, como os bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliários e a Caixa Econômica Federal. Não se esqueça disso! ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMOS Associação de Poupança e Empréstimo (APE) é uma instituição criada para facilitar aos associados a aquisição da casa própria e captar, incentivar e disseminar a poupança. Os depositantes tornam-se associados da instituição. Os associados podem participar da APE de duas formas básicas: ao adquirir financiamento imobiliário ou ao depositar seu dinheiro para formar poupança. Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas ao mercado imobiliário, inclusive ao Sistema Financeiro de Habitação – SFH. Já as operações passivas, além dos depósitos de poupança, são constituídas de: o letras hipotecárias; o repasses e refinanciamentos contraídos no País; o empréstimos e financiamentos contraídos no exterior; o letras de crédito imobiliário, letra financeira e depósitos interfinanceiros. A APE compõe o Sistema Brasileira de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro de Habitação, atua sob a forma de sociedade civil, sendo supervisionada pelo Banco Central. O Decreto-Lei nº 70, de 21 de novembro de 1966, estabeleceu a atuação regional das APEs. Ao longo do tempo perderam representatividade no Sistema Financeiro, restando apenas a Poupex - Associação de Poupança e Empréstimo, única APE em pleno funcionamento, criada com o amparo da Lei 6.855, de 18 de novembro de 1980. COMPANHIAS HIPOTECÁRIAS Companhia hipotecária (CH) tem por objetivo a concessão de financiamentos imobiliários residenciais ou comerciais, empréstimos garantidos por hipotecas ou alienação fiduciária de imóveis e repasses de recursos relacionados a programas imobiliários, além da administração de fundos de investimento imobiliário. Foi criada pela Resolução 2.122, de 30 de novembro de 1994, para fomentar o financiamento imobiliário além dos limites do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Com a publicação da Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa, Minha Vida, a Companhia Hipotecária passou a fazer parte do SFH. A CH não recebe depósitos de poupança. Seus recursos provêm, entre outros, de letras hipotecárias, debêntures, empréstimos, financiamentos no País e no Exterior e letras de crédito imobiliário (LCI). Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 26 Considerada instituição financeira, a CH é autorizada e supervisionada pelo Banco Central e regulada não só por esta autarquia, como também pelo Conselho Monetário Nacional. Deve ser constituída sob a forma de sociedade anônima e a expressão “Companhia Hipotecária” deve constar de sua denominação social. SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO A Sociedade de Crédito Imobiliário (SCI) é um tipo de instituição financeira especializada no financiamento habitacional, integrante do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). O foco da SCI consiste no financiamento para construção de habitações, na abertura de crédito para compra ou construção de casa própria e no financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construção. Atualmente, em decorrência da sua condição de repassadora, as SCIs têm atuado de forma mais limitada, voltando-separa operações específicas, como o programa “Minha Casa, Minha Vida”. A SCI é constituída na forma de sociedade anônima e é supervisionada pelo Banco Central. Deve constar de sua denominação social a expressão crédito imobiliário. Desde a década de 80, as SCIs não captam recursos do público e atuam somente na condição de repassadoras de recursos captados por instituições depositantes. QUADRO RESUMO Abaixo, segue quadro resumo retirado do sítio do Bacen na internet, destacando as diferenças entre elas: Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 27 9 - Instituições Auxiliares São auxiliares as instituições que NÃO captam depósitos do público e se prestam a auxiliar na intermediação financeira entre agentes deficitários e superavitários e a ofertas produtos e serviços financeiros. Vamos conhecer algumas delas, destacando que, informações adicionais, se necessárias, serão trabalhadas em aula específica. 9.1 - Administradoras de Consórcios Consórcio é a reunião de pessoas naturais e jurídicas em grupo, com prazo de duração e número de cotas previamente determinados, promovida por administradora de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou serviços, por meio de autofinanciamento. A administradora de consórcios é a pessoa jurídica prestadora de serviços com objeto social principal voltado à administração de grupos de consórcio, constituída sob a forma de sociedade limitada ou sociedade anônima. A adesão de um consorciado a um grupo de consórcio se dá mediante assinatura de contrato de participação. Nesse contrato, devem estar previstos os direitos e os deveres das partes, tais como a descrição do bem a que o contrato está referenciado e seu respectivo preço (que será adotado como referência para o valor do crédito e para o cálculo das parcelas mensais do consorciado). No contrato deve haver, ainda, as condições para concorrer à contemplação por sorteio, bem como as regras da contemplação por lance. O interesse do grupo de consórcio prevalece sobre o interesse individual do consorciado. Os grupos de consórcio caracterizam-se como sociedade não personificada com patrimônio próprio, o qual não deve ser confundido com o patrimônio dos demais grupos nem com o da administradora. 9.2 - Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (Financeiras) As sociedades de crédito, financiamento e investimento (SCFI), conhecidas como “financeiras”, são instituições privadas que fornecem empréstimo e financiamento para aquisição de bens, serviços e capital de giro. Muitas das financeiras não ligadas a bancos fazem parte de conglomerados econômicos e operam como braço financeiro de grupos comerciais ou industriais. É o caso, por exemplo, de algumas lojas de departamento e montadoras de veículos que possuem suas próprias financeiras, concentrando suas operações no financiamento de seus próprios produtos. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 28 As SCFIs também podem operar em nichos que não são atendidos pelos conglomerados bancários, principalmente nos empréstimos e financiamentos com características específicas (risco mais elevado, financiamento de veículos usados, convênios com estabelecimentos comerciais). Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, em cuja denominação social deve constar a expressão "Crédito, Financiamento e Investimento". São supervisionadas pelo Banco Central. Não é possível abrir uma conta corrente na SCFI. As Financeiras captam recursos por meio de aceite e colocação de Letras de Câmbio, Recibos de Depósitos Bancários - RDB, Certificados de Depósitos Bancários - CDB, Depósitos Interfinanceiros - DI, operações de cessão de créditos, e mais recentemente, Depósitos a Prazo com Garantia Especial do Fundo Garantidor de Créditos – DPGE. As letras de câmbio e Recibos de Depósitos Bancários – RDB são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos - FGC, até o valor estabelecido na regulamentação vigente. 9.3 - Sociedades de Crédito ao Microempreendedor A sociedade de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte (SCMEPP) é a instituição criada para ampliar o acesso ao crédito por parte dos microempreendedores (pessoas naturais) e empresas de pequeno porte (pessoas jurídicas). Essas instituições são impedidas de captar, sob qualquer forma, recursos do público, bem como emitir títulos e valores mobiliários destinados à colocação e oferta públicas. Por outro lado, podem atuar como correspondentes no país. As SCMEPPs devem ser instituídas sob a forma de companhia fechada ou de sociedade limitada, devendo constar a expressão "Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte" na denominação social. São supervisionadas pelo Banco Central. As SCMEPPs recebem tratamento simplificado em termos de exigências regulatórias, coerente com a maior simplicidade de suas operações e com o objetivo de estimular o crédito para os segmentos em que atuam. As SCMEPP somente podem conceder financiamentos e prestação de garantias às microempresas ou empresas de pequeno porte, bem como a pessoas físicas no desempenho das atividades relativas ao seu objeto social, definido em lei. Além disso, podem ceder ou adquirir créditos em conformidade com seu objeto social e na forma da regulamentação em vigor. A fim de obter recursos para suas atividades (operações passivas), podem receber repasses e empréstimos originários de instituições financeiras, de entidades voltadas para ações de fomento e desenvolvimento, inclusive de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP, e de fundos oficiais. Podem ainda Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 29 captar recursos junto aos bancos por meio de depósito interfinanceiro vinculado a operações de microfinanças - DIM. 9.4 - Agências de Fomento Agência de fomento é a instituição com o objetivo principal de financiar capital fixo e de giro para empreendimentos previstos em programas de desenvolvimento, na unidade da Federação onde estiver sediada. Entre os potenciais beneficiários do financiamento (operações ativas) estão projetos de infraestrutura, profissionais liberais e micro e pequenas empresas. Indústria, comércio, agronegócio, turismo e informática são exemplos de áreas que podem ser fomentadas. A agência de fomento pode inclusive abrir linhas de crédito para municípios de seu estado, voltadas para projetos de interesse da população. Excepcionalmente, quando o empreendimento visar benefícios de interesse comum, as agências de fomento podem prestar assistência a programas e projetos desenvolvidos em estado limítrofe à sua área de atuação. A agência fomento deve ser constituída sob a forma de sociedade anônima de capital fechado. Cada estado e o Distrito Federal podem constituir uma única agência, que ficará sob o controle do ente federativo onde tenha sede. A expressão Agência de Fomento, acrescida da indicação da Unidade da Federação controladora, deve constar obrigatoriamente da denominação social da instituição. A supervisão de suas atividades é feita pelo Banco Central. As operações realizadas pela agência de fomento são: o financiamento para o desenvolvimento de empreendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial, de pequeno porte, inclusive a pessoas físicas; o financiamento de capitais fixo e de giro associados a projetos; o operações de crédito rural; o cessão de créditos; o prestação de garantias em operações compatíveis com o objeto social; o prestação de serviços de consultoria e de agentefinanceiro; o prestação de serviços de administrador de fundos de desenvolvimento; o operações específicas de câmbio; o aplicação de disponibilidades de caixa em títulos públicos federais, ou em cotas de fundos de investimento cujas carteiras estejam representadas exclusivamente por títulos públicos federais, desde que assim conste nos regulamentos dos fundos; o aquisição de créditos oriundos de operações compatíveis com o objeto social; Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 30 o participação societária em sociedades empresárias não integrantes do sistema financeiro; o swap para proteção de posições próprias; o operações de arrendamento mercantil; o integralização de cotas de fundos que tenham participação da União: o aplicação em operações de microfinanças (DIM). Além de recursos próprios, essas instituições só podem, em operações passivas, empregar recursos provenientes de fundos e programas oficiais; orçamentos federal, estaduais e municipais; organismos e instituições financeiras nacionais e internacionais de desenvolvimento; e captação de depósitos interfinanceiros vinculados a operações de microfinanças (DIM). É vedada a captação de recursos junto do público. Ademais, essas instituições devem constituir e manter, permanentemente, fundo de liquidez equivalente, no mínimo, a 10% do valor de suas obrigações, a ser integralmente aplicado em títulos públicos federais. 9.5 - Sociedade de Arrendamento Mercantil Sociedade de arrendamento mercantil (SAM) realiza arrendamento de bens móveis e imóveis adquiridos por ela, segundo as especificações da arrendatária (cliente), para fins de uso próprio desta. Assim, os contratantes deste serviço podem usufruir de determinado bem sem serem proprietários dele. Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e realizem operações com características de um financiamento, as sociedades de arrecadamento mercantil não são consideradas instituições financeiras, mas sim entidades equiparadas a instituições financeiras. As operações de arrendamento mercantil podem ser divididas em duas modalidades: leasing financeiro e leasing operacional. A diferença básica é que no leasing financeiro o prazo é usualmente maior e o arrendatário tem a possibilidade de adquirir o bem por um valor pré-estabelecido. Ao final do contrato, o arrendatário tem as opções de efetivar a aquisição do bem arrendado ou devolvê-lo. Ao final do leasing financeiro, em geral o cliente já terá pago a maior parte do valor do bem, não sendo a devolução, embora possível, financeiramente vantajosa. 9.6 - Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (SCTVMs) As SCTVMs, normatizadas pela Resolução CMN 1.655/1989, possuem como finalidade as seguintes operações: o operar em recinto ou em sistema mantido por bolsa de valores; o subscrever, isoladamente ou em consórcio com outras sociedades autorizadas, emissões de títulos e valores mobiliários para revenda; o intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado; o comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros, observada regulamentação baixada pela Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil nas suas respectivas áreas de competência; Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 31 o encarregar-se da administração de carteiras e da custódia de títulos e valores mobiliários o instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; o incumbir-se da subscrição, da transferência e da autenticação de endossos, de desdobramento de cautelas, de recebimento e pagamento de resgates, juros e outros proventos de títulos e valores mobiliários; o exercer funções de agente fiduciário; o instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; o constituir sociedade de investimento - capital estrangeiro e administrar a respectiva carteira de títulos e valores mobiliários; o exercer as funções de agente emissor de certificados e manter serviços de ações escriturais; o intermediar operações de câmbio; o emitir certificados de depósito de ações; o realizar operações compromissadas; o praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros; o praticar operações de conta margem, conforme regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários; o operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros; o prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica, em operações e atividades nos mercados financeiro e de capitais; e o exercer outras atividades expressamente autorizadas, em conjunto, pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários. Como é possível notar, são muitas as funções. Grande parte delas é realizada no mercado de capitais, mas há também funções no mercado de câmbio (intermediar operações de câmbio) e no mercado monetário (realizar operações compromissadas). As funções de mercado de capitais são diversas e muitas são vistas no decorrer do nosso curso. Por ora, é interessante notar que as operações são concentradas nos mercados primário (intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado) e secundário, sendo que neste se destacam as operações em mercados bolsa de valores (mercado à vista) e nos mercados de mercadorias e futuros (commodities e derivativos). Ademais, cabe às SCTVMs prestar outros tipos de serviços, como a instituição de fundos de investimento e a administração de carteiras e da custódia de títulos e valores mobiliários. A constituição e o funcionamento de sociedade corretora depende de autorização do Banco Central do Brasil. A sociedade corretora deverá ser constituída sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 32 Adicionalmente, segundo a Lei 6.385/76, as atividades de (i) distribuição de emissão no mercado; (ii) compra de valores mobiliários para revendê-los por conta própria; mediação ou corretagem de operações com valores mobiliários; e compensação e liquidação de operações com valores mobiliários DEPENDEM de prévia autorização da CVM. Nesse sentido, considerando que as SCTVMs realizam parte destas funções, é necessária a autorização da CVM para que elas realizem suas atividades no mercado de valores mobiliários. Muita atenção a este conceito, pois, em geral, as bancas desconhecem esta disposição e acabam a desconsiderando. Por fim, vejamos mais alguma características e vedações aplicáveis às SCTVMs: nas operações, em bolsas de valores, as SCTVMs são responsáveis pela liquidação das operações (pagamento), pela legitimidade dos títulos ou valores mobiliários entregues e pela autenticidade dos endossos em valores mobiliários e legitimidade de procuração ou documentos necessários para a transferência de valores mobiliários; a sociedade corretora está obrigada a manter sigilo em suas operações e serviços prestados, devendo guardar segredo sobre os nomes e operações de seus comitentes, só os revelando mediante autorização desses, dada por escrito; a sociedade corretora deverá manter sistema de conta corrente, não movimentável por cheque, para efeito de registro das operações por conta de seus clientes; e às SCTVMs é vedado: o realizar operações que caracterizem, sob qualquer forma, a concessão de financiamentos, empréstimos ou adiantamentos a seus clientes, inclusive através da cessão de direitos, ressalvadas as hipóteses de operação de conta margeme as demais previstas na regulamentação em vigor; o II - cobrar de seus comitentes corretagem ou qualquer outra comissão referente a negociações com determinado valor mobiliário durante seu período de distribuição primária; o - adquirir bens não destinados ao uso próprio, salvo os recebidos em liquidação de d vidas de dif cil ou duvidosa solução, caso em que deverá vende-los dentro do pra o de um ano, a contar do recebimento, prorrogável até duas ve es, a critério do Banco Central; e o realizar operações envolvendo comitente final que não tenha identificação cadastral na Bolsa de Valores. 9.7 - Sociedades e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (SDTVMs) As SDTVMs exercem as mesmíssimas funções das SCTVMs. Não é preciso citá-las novamente, basta você verificar acima quais são. Mas, você deve estar se perguntando qual a utilidade de se ter duas instituições distintas com as mesmas funções? Bom, é que até 2008 elas detinham funções diferentes. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 33 As SDTVMs tinham como foco as operações no mercado primário, como as emissões primárias de ações das companhias (underwriting), a fim de encontrar interessados em subscrever estas ações antes que elas estejam listadas em Bolsa. As SCTVMs, por sua vez, atuavam principalmente no mercado secundário. Ocorre que, através da Decisão Conjunta 17/2009 entre Bacen e CVM, foi autorizado às distribuidoras a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores (mercado secundário) e eliminou-se a principal diferença entre as corretoras e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários, que hoje podem realizar praticamente as mesmas operações. A diferença entre elas se dá através dos tópicos adiantes citados. A constituição e o funcionamento de sociedade distribuidora dependem de autorização do Banco Central do Brasil. O exercício de atividades de sociedade distribuidora no mercado de valores mobiliários depende de prévia e expressa autorização da Comissão de Valores Mobiliários. A sociedade distribuidora deve constituir-se sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar obrigatoriamente de sua denominação social a expressão "DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS". 9.8 - Bolsas de Valores e de Mercadorias e Futuros As bolsas de valores são entidades que pretendem fornecer um local adequado para a realização de negócios com títulos e valores mobiliários. No momento apropriado trataremos da definição de valores mobiliários. Em suma, são títulos financeiros que conferem direitos de propriedade e/ou de crédito a seus investidores. Assim, o adquirente de um valor mobiliário tem o direito de receber determinado valor em certa data (direito de crédito) e/ou o direito de ganhar a posse de determinado ativo, como a participação acionário em empresas (direito de propriedade). Mas, imagine o quanto difícil e custoso seria encontrar os interessados em adquirir estes títulos e valores mobiliários? É para isto que servem as bolsas de valores. Elas conferem organização, controle e sistemas propícios para o encontro entre compradores e vendedores. Ademais, propiciam formação eficiente de preços, Bolsas de valores Entidades que pretendem fornecer um local adequado para a realização de negócios com títulos e valores mobiliários Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 34 transparência e divulgação das informações pertinentes aos negócios, além de segurança na liquidez e compensação das operações. Ufa! Quanta coisa! É isto mesmo. As bolsas de valores possuem muitas funções, quase todas pertinentes à realização mais ordeira de negócios com títulos e valores mobiliários e, por isto, é muito importante para o mercado de capitais e para a economia do País. Para ser considerada bolsa de valores, a instituição deve: o funcionar regularmente como sistema centralizado e multilateral de negociação que possibilite o encontro e a interação de ofertas de compra e de venda de valores mobiliários; o ou permitir a execução de negócios tendo como contraparte formador de mercado que assuma a obrigação de colocar ofertas firmes de compra e de venda, respeitadas as condições estabelecidas na norma. Entende-se como sistemas centralizados e multilaterais de negociação aqueles em que todas as ofertas relativas a um mesmo valor mobiliário são direcionadas a um mesmo canal de negociação, ficando expostas a aceitação e concorrência por todas as partes autorizadas a negociar no sistema. Nos ambientes de bolsa, todas as informações sobre os negócios, como os preços, as quantidades e horários, entre outras, devem ser publicadas continuamente, com no máximo 15 minutos de atraso. As entidades administradoras de mercados de bolsa devem manter sistemas de controle de riscos e, especialmente, manter mecanismo de ressarcimento de prejuízos, para assegurar aos investidores o ressarcimento de prejuízos decorrentes de erros ou omiss.es das instituições intermediadoras ou seus administradores e empregados. E as bolsas de valores devem ser administradas por entidade específica para isto, autorizada pela CVM. Atualmente no Brasil existe apenas a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA). Cumpre citar que a legislação nacional permite a existência demais bolsas de valores, mesmo que, no momento, exista tão somente uma em funcionamento. A BM&FBOVESPA foi originada da união entre Bovespa e BM&F. Esta se destinava às transações com mercadoria e futuros. Ou seja, eram negociados contratos de mercadorias (principalmente commodities) e derivativos, com vencimento futuro. Amanda Aires, Vicente Camillo Aula 01 Banco do Brasil (Escriturário-Agente Comercial) Conhecimentos Bancários - 2021 (Pós-Edital) www.estrategiaconcursos.com.br 1865040 35 Localizava-se na cidade de São Paulo, e operava principalmente com taxa de câmbio, taxa de juros, café, açúcar, soja, gado bovino, milho e ouro. Diferentemente da antiga Bovespa, não se transacionavam ações e títulos emitidos por companhias abertas. 9.9 - Sociedade de Fomento Mercantil (Factoring) O fomento mercantil, chamado de factoring, é uma operação financeira pela qual uma empresa vende seus direitos creditórios – oriundos de suas operações comerciais que seriam pagos a prazo - a um terceiro. Este terceiro, a própria sociedade mercantil, adquire estes direitos pagando-os à vista à empresa, mas com um desconto – que é a remuneração da factoring. Esta operação, apesar de ser similar a uma operação financeira comum – pois há adiantamento de valores e cobrança de taxa de juros – é na verdade um serviço de transferência de créditos da empresa fornecedora de bens à factor (a sociedade mercantil) que corresponde à aquisição definitiva destes direitos creditórios, inclusive do risco de inadimplência inerente. O fomento mercantil tem por objetivo a prestação de serviços e o fornecimento de recursos para viabilizar a cadeia produtiva, de empresas mercantis ou prestadoras de serviços, notadamente pequenas e médias empresas. A operação é pactuada em contrato onde são partes a sociedade de fomento mercantil e a empresa-cliente É importante citar a definição da operação de fomento mercantil de maneira mais completa, conforme consta nos materiais de estudo mais importantes sobre o assunto. Segue em negrito: O fomento mercantil consiste na prestação contínua, por sociedade de fomento mercantil, de um ou mais dos seguintes serviços a sociedades ou firmas que tenham por objetivo o exercício das atividades mercantis ou de prestação de serviços, bem como a pessoas que exerçam atividade econômica em nome próprio
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