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Introdução à Farmacologia Conceito Farmacologia é a ciência que aborda o estudo das substâncias químicas e sua interação com os sistemas biológicos. Em sua fundamentação, é uma ciência que compreende o entendimento histórico, propriedades físico- químicas, composição, bioquímica, efeitos fisiológicos, mecanismo de ação, absorção, distribuição, excreção e terapêutica, relacionados a substâncias químicas que são capazes de alterar a função normal do organismo. Histórico Desde os primórdios da história da humanidade, existe uma ligação natural entre a religião e o uso de drogas. Aqueles que se tornavam mais hábeis na utilização de medicamentos para tratar doenças passavam a ser os mediadores entre os xamãs, os santos, as bruxas e os adivinhos. À medida que se obtiveram conhecimentos sobre o efeito das drogas, a importância da intervenção divina começou a diminuir. Dessa forma, a terapêutica evoluiu desde as raízes na magia para a fundamentação na experiência. Essa foi a pedra angular para o desenvolvimento da prática médica com bases científicas. Como ciência, a Farmacologia nasceu em meados do século XIX, na Alemanha. O primeiro registro histórico que menciona os fármacos foi o Papiro de Smith, datado de 1600 a.C. A partir de uma melhor compreensão da natureza das enfermidades e o desenvolvimento da química orgânica, com a identificação e isolamento das primeiras drogas, foi possível a evolução da antiga disciplina de Matéria Médica para a farmacologia moderna. A morfina foi a primeira droga isolada, em 1804 por Friedrich Sertuner, que extraiu do ópio (obtido através de papoilas), seguida pela codeína em 1832 e a papaverina em 1948. Terapêutica O sucesso na terapêutica do tratamento de doenças em humanos depende de bases farmacológicas que permitam a escolha do medicamento certo, de forma científica e racional. Além de se escolher o fármaco adequado visando reverter, atenuar ou prevenir um determinado processo patológico, o médico, ao prescrever, também precisa selecionar o mais adequado às características fisiopatológicas, idade, sexo, peso corporal e raça do paciente. Como a intensidade dos efeitos, terapêuticos ou tóxicos dos medicamentos depende da concentração alcançada em seu sítio de ação, é necessário garantir que o medicamento escolhido atinja, em concentrações adequadas, o órgão ou sistema suscetível ao efeito benéfico requerido. Para tal, é necessário escolher doses que garantam a chegada e a manutenção das concentrações terapêuticas junto aos sítios moleculares de reconhecimento no organismo, também denominados sítios receptores. Se quantidades insuficientes estão presentes no sítio receptor, o medicamento pode aparecer ser ineficaz mesmo sendo o certo, falseando, assim, a eficácia do fármaco escolhido; em uma situação como esta, o fármaco pode ser descartado erroneamente, sendo que o sucesso terapêutico poderia ser alcançado se a dose e/oi intervalo de administração correta fossem prescritos. Do mesmo modo, esquemas posológicos inapropriados podem reproduzir concentrações excessivas no sítio receptor, o que acarretaria a produção de toxicidade e, mais uma vez, o medicamento certo pode erroneamente ser descartado, por apresentar excessivas concentrações no organismo. Objetivo O objetivo da terapia com fármacos é prevenir, curar ou controlar vários estados patológicos. Para alcança-los, doses adequadas do fármaco devem chegar nos tecidos-alvo de modo a serem atingidos níveis terapêuticos, não tóxicos, do medicamento. Desenvolvimento da Farmacologia • Terapêutica à remédios a base de ervas; • Patologia à fisiologia – bioquímica: química dos produtos naturais; estrutura química; química sintética dos fármacos; • Indústria Farmacêutica – Fármacos Sintéticos – Biofarmacêutica – Biologia Molecular – Comércio. Algumas vertentes importantes • Farmacogenética: trata-se do estudo das influências genéticas sobre as respostas a fármacos; • Farmacogenômica: este novo termo superpõe a farmacogenética, descrevendo o uso da informação genética para orientar a escolha da terapia farmacológica numa base individual; Beatriz Loureiro • Farmacoepidemiologia: trata-se do estudo dos efeitos dos fármacos em níveis populacional. Conceitos básicos • Droga: qualquer substância que interaja com o organismo produzindo algum efeito; • Fármaco: uma substancia definida, com propriedades ativas, produzindo efeito terapêutico; • Medicamento: é quando ao fármaco são adicionados todos os componentes para que este seja administrado terapeuticamente; • Forma terapêutica: é a forma final de como um medicamento se apresenta: comprimidos, cápsulas, injetáveis, entre outros; • Remédio: substância animal, vegetal, mineral ou sintética, também procedimentos; fé ou crença e influências usadas com intenção benéfica; • Placebo: tudo o que é feito com intenção benéfica para aliviar o sofrimento, sendo um fármaco, medicamento ou remédio; • Medicamento ético ou de referência: sua principal função é servir de parâmetros para registros dos posteriores medicamentos genéricos e similares; • Medicamento genérico: é o medicamento com a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem, também com a mesma indicação que o medicamento original; • Medicamento similar: é o medicamento autorizado a ser produzido após prazo da patente de fabricação do medicamento de referência ou inovador vencido; • Dose Letal 50: a concentração de uma substância química capaz de matar 50% da população de animais testados. Essa dose se mede em miligramas (mg) de substância por cada quilograma (Kg) de massa corporal do animal testado; • Biodisponibilidade: é uma medida da extensão de uma droga terapeuticamente ativa que atinge a circulação sistêmica e está disponível no local de ação; • Bioequivalência: termo utilizado para avaliar a equivalência biológica esperada in vivo de duas preparações diferentes de um medicamento. Se dois medicamentos são ditos bioequivalentes, significa que se espera que eles sejam, para todas as intenções e propostas, iguais; • Posologia: é o modo como o medicamento deve ser administrado; • Meia-vida: é o tempo necessário para que a metade de uma substância seja removida do organismo por um processo químico ou físico; • Especificidade: capacidade de um fármaco reconhecer apenas um receptor; • Afinidade: tendência de um fármaco se ligar ao seu receptor; • Eficácia: tendência de um fármaco, uma vez ligado, ativa o receptor; • Agonistas: substâncias que causam alterações na função celular, produzindo vários tipos de efeitos; • Antagonistas: substância que se liga ao receptor sem causar ativação impedindo consequentemente a ligação do agonista; • Receptores farmacológicos: é uma macromolécula-alvo especializada, presente na superfície celular ou intracelularmente, que se une a um fármaco e medeia suas ações farmacológicas. Droga Ideal Propriedades da droga ideal: efetividade, segurança, seletividade, reversibilidade, fácil administração, mínimas interações, isenta de reações adversas. Como prescrever um fármaco? Situações Fisiológicas: idade, peso, sexo, gestação; Hábitos do paciente: fumo e álcool; Doenças: insuficiência renal e hepática; Características do fármaco: vias de administração; droga tóxica (fígado, rim, medula óssea, entre outros); Tempo de eliminação do fármaco; Seletividade do fármaco. Princípios da Prescrição 1) Definir o problema do paciente; 2) Especificar o objetivo terapêutico; 3) Verificar opções para o tratamento do paciente; 4) Escrever a prescrição; 5) Informar e instruir o paciente; 6) Monitorar e/ou interromper o tratamento. Beatriz Loureiro Fases da investigação clínica de um fármaco Divisão da Farmacologia Farmacocinética: absorção, distribuição, metabolismo, excreção. Farmacodinâmica: estuda os efeitos fisiológicos, bioquímicos e mecanismo de ação dos fármacos.Inter-relações entre os processos farmacocinéticos Beatriz Loureiro
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