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Tutoria 02 UNIT(P2) - Módulo 01

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FUNÇÕES BIOLÓGICAS 
| LARISSA GUSMÃO GUIMARÃES 
 
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Tutoria 02 – Módulo 01 
1. Entender os processos de digestão, absorção e excreção do sistema digestório. 
Carboidratos, gorduras e proteínas = sustentam a vida. 
Digestão 
Digestão de carboidrato 
Hidrólise: São dissacararídeos ou polissacarídeos (agrupações de monossacarídeos ligados 
por condensação), Desse modo, um monossacarídeo perdeu um grupo (H+)e o outro perdeu 
um (OH). Os monossacarídeos então se combinam no ponto da remoção e a hidroxila e o 
hidrogênio se combinam para formar H2O. Após a ingestão de carboidratos ocorre o 
inverso, enzimas específicas dos sucos digestivos do trato catalisam a reintrodução da 
hidroxila e do hidrogênio por meio da hidrólise. 
R’ - R” + H2O → R”OH + R’H 
Carboidrato da dieta: fontes principais – Sacarose, Lactose e amidos. 
Quando o alimento é mastigado, ao se misturar com a saliva, o amido começa a ser 
quebrado pela ptialina (glândulas parótidas), no entanto, como permanece pouco tempo na 
boca, apenas 5% desse amido é hidrolisado. Ao chegar no estômago a amilase é inativada 
devido a mudança de PH e então as secreções gástricas hidrolisa cerca de 30 a 40% do amido 
transformando-o em maltose. O suco pancreático tem função semelhante a da ptialina, só 
que mais potente. Então cerva de 15 a 30 minutos depois do quimo ser transferido para o 
duodeno e se misturar ao suco pancreático, quase todos os carboidratos terão sido digeridos 
e transformados em maltose e outros polímeros de glicose. 
Os enterócitos que revestem as vilosidades do intestino delgado contêm quatro enzimas 
(lactase, sacarose, maltase e alfa-dextrinase) que são capazes de clivar dissacarídeos. A 
lactose se divide em galactose e glicose. A sacarose em frutose e glicose e a maltose em 
múltiplas moléculas de glicose. 
Digestão de gordura 
Hidrólise: Normalmente são triglicerídeos formados a partir de três monossacarídeos e um 
glicerol. Durante a condensação três moléculas de água são removidas. Na hidrólise, três 
moléculas de água são reinseridas pelas enzimas digestivas e assim separam as moléculas 
de ácido graxo do glicerol. 
Pequena quantidade de gordura (10%) é digerida pelo estômago pela lipase lingual. 
Essencialmente toda a digestão ocorre no intestino delgado. A primeira etapa é a quebra da 
gordura em partículas menores, processo chamado de “emulsificação da gordura”, que 
começa pela agitação da gordura com os produtos de secreção gástrica. A maior parte da 
emulsificação ocorre no duodeno, sob a influência da bile, que apesar de não conter enzimas 
digestivas, contém sais biliares e o fosfolipídeo lecitina que são importantes para a 
emulsificação já que ajudam a diminuir a tensão superficial da gordura, tornando-a mais 
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solúvel. As enzimas lipases são hidrossolúveis e só podem atacar os glóbulos em sua 
superfície. Logo, o aumento da superfície total proporcionada pela quebra realizada pela 
leucina e pelos sais é fundamental para a ação dessas enzimas. A enzima mais importante 
na quebra dos triglicerídeos é a lipase pancreática que é capaz de digerir em 1 minuto todos 
os triglicerídeos transformando-os em ácidos graxos livres e 2-monoglicerídeos. Há ainda a 
lipase entérica, mas não é normalmente necessária. 
Digestão de proteína 
Hidrólise: Nas ligações peptídicas ocorrem o mesmo esquema. O hidrogênio foi retirado de 
um aminoácido e a hidroxila do outro. Então durante a hidrólise as enzimas reinserem a 
água e então consegue clivar as moléculas de proteína. 
A pepsina é inativa em PH superior a 5. Um dos importantes aspectos é que a pepsina 
quebra o colágeno, proteína do tipo albuminoide pouco afetada por outras enzimas. No 
entanto, a pepsina apenas inicia o processo de digestão, promovendo de 10 a 20% da 
digestão total. Grande parte da digestão de proteínas ocorre no intestino delgado superior, 
sob a influência de enzimas proteolíticas de secreção pancreática (tripsina, quimotripsina, 
carboxipolipeptidase e elastase). Tanto a tripsina quanto a quimotripsina clivam a proteína. 
A carboxipolipeptidase libera os aminoácidos individuais dos terminais carboxilas dos 
peptídeos. E a elastase digere as fibras de elastina. A última parte da digestão proteica 
ocorre pelos enterócitos no intestino delgado. Nessas células encontram-se múltiplas 
peptidases e em especial, a aminopolipeptidase e a dipeptidase que convertem os 
aminoácidos em dipeptídeos, tripeptídeos e alguns poucos aminoácidos que serão 
facilmente transportados para o interior do enterócito. No citosol do enterócito existem 
várias outras peptidases para os que ainda não foram quebrados. Em minutos todos são 
quebrados e então transferidos para o sangue. Os sais biliares também tem função 
importante na formação de micelas, já que a permanência de monoglicerídeos e ácidos 
graxos livres impede a continuação da digestão. Essas micelas se desenvolvem porque cada 
molécula de sal biliar é composta por núcleo esterol muito lipossolúvel e grupo polar muito 
hidrossolúvel. O núcleo esterol envolve a gordura, formando um pequeno glóbulo de 
gordura dentro da micela com o grupo polar voltado para fora, permitindo com que as 
micelas se dissolvam na água e permaneçam estáveis até a absorção de gordura. Tantos os 
éteres quanto os fosfolipídios são hidrolisados por outras duas lipases: a enzima hidrolase 
de éster de colesterol e a fosfolipase A2. 
Circulação Esplênica 
Os vasos do sistema gastrointestinal fazem parte da circulação esplênica, a qual inclui o fluxo 
sanguíneo do próprio intestino e o fluxo do baço, pâncreas e fígado. O sangue que passa 
pelo intestino, baço e pâncreas flui para o fígado por meio da veia porta, no fígado passa 
pelo sinusoides hepáticos ( possui células reticuloendoteliais que irão remover bactérias e 
partículas) e deixa o órgão pelas veias hepáticas que desembocam na veia cava da circulação 
geral. Os nutriente não lipídicos e hidrossolúveis são transportados pela veia porta para os 
sinusoides hepáticos, Lá as células reticuloendotelias e as células hepáticas absorvem e 
armazenam temporariamente de metade a ¾ dos nutrientes, onde também ocorre grande 
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parte do processamento químico intermediário desses nutrientes. Já as gorduras absorvidas 
pelo trato são levadas por meio do sistema linfático intestinal e por isso não passam pelo 
fígado. 
Secreção do trato alimentar 
Em todo o trato as glândulas secretoras têm duas principais funções: secreção de enzimas e 
de muco. 
Mecanismos básicos de estimulação: a presença do alimento em dado segmento do trato, 
faz com que as glândulas dessa região ou de regiões adjascentes produzam quantidades de 
sucos, Parte desse efeito, em especial o muco, é resultante d contato entre o alimento e as 
células glandulares superficiais. Além disso, a estimulação epitelial também ativa o SNE, 
podendo ser por meio de: (1) estimulação tátil; (2) irritação química; (3) distensão da parede 
do trato gastrointestinal. 
Quanto o aumento da taxa de secreção, pode ocorrer por estimulação dos nervos 
parassimpáticos. Já em partes do intestino delgado e os dois primeiros terços do intestino 
grosso, respondem a estímulos neurais locais e hormonais de cada segmento. A estimulação 
de nervos simpáticos causa tanto aumento brando ou moderado na secreção de glândulas 
locais, como também a constrição de vasos que suprem a glândula e, portanto, podem agir 
de duas maneiras: (1) a estimulação simpática pode aumentar a secreção; (2) se já estiver 
havendo aumento devido a estimulação parassimpática, a simpática tende a reduzir, 
principalmente por vasoconstrição. 
Secreção salivar 
Possui como função (1) umidificação da mucosa oral; (2) lubridificação; (3) auxilia na 
digestão; (4) solvente aquoso da gustação; (5) limpeza; (6) proteção (agente invasorese 
refluxo gastroensofágico); (7) selante líquido pra sucção e alimentação. 
Componentes: água, eletrólitos, enzimas (ptialina e lipase lingual), agentes microbianos 
(lisoenzima, lactoferrina), IgA secretora (proteção contra infecções, produzida menos 
durante a noite). 
Secreção primária (concentração iônica semelhante ao plasma): produção de ácinos, estágio 
isotônico. 
Secreção secundária (modificação nos ductos): alterações iônicas( [++ ]K+ [++] HCO3- [--] 
NA+ [--] Cl- ) = há trocas de Na+ por K+, depois uma reabsorção de sódio gera um potencial 
negativo forçando a rede de íons cloreto, então os bicarbonatos são secretados pela saliva, 
tanto devido a reabsorção de íons cloreto como por processo ativo. 
Tipos de secreção: 
- Serosa: contém ptialina. 
- Mucosa: contém mucina. Importante função de lubrificação e proteção. 
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Glândulas salivares: 
➔ Sublinguais, submandibulares: secreção mista. 
➔ Parótidas: serosa. 
➔ Salivares menores: mucosa. 
Visão, olfato, estímulos táteis entre outros, são responsáveis por excitar os núcleos 
salivatórios, localizados entre a ponte e o bulbo, A resposta motora então é dada pelo VII 
par craniano que estimula as glândulas submandibulares e sublinguais e o IX par craniano 
que estimula as glândulas parótidas. Outro aspecto importante é o suprimento sanguíneo 
das glândulas que irão produzir a saliva, esse aporte sanguíneo é dado através de 
vasodilatadores como a calicreína (glândula salivar), que também age como enzima clivando 
a alfa2-globulina para formar a bradicinina, potente vasodilatador. 
Secreção gástrica 
Além de células secretoras de muco que revestem toda a cavidade, a mucosa gástrica tem 
dois tipos de glândulas: (1) Glândulas oxínticas; (2) Glândulas pilóricas. 
1. Glândulas oxínticas: possui células mucosas (secretam muco), células pépticas 
(secretam pepsinogênio) e as células parietais (secretam ácido clorídrico e fator 
íntriseco). 
ACETILCOLINA: estimula a secreção de pepsinogênio, muco e gastrina. 
GASTRINA: estimula a secreção de histamina e de ácidos pelas células parietais. 
HISTAMINA: estimula a secreção de gastrina e de ácidos pelas células parietais. 
PEPSINOGÊNIO + ÁCIDO CLORÍDRICO → PEPSINA 
FATOR ÍNTRISECO: importante para absorção de B12, sua falta pode gerar acloridria 
(ausência de secreção de ácido gástrico) ou até mesmo anemia preciosa. 
2. Glândulas pilóricas: liberam pequena quantidade de pepsinogênio e muito muco. Além 
de liberarem gastrina. 
Estimulação da secreção de ácido: as células parietais da glândula oxínticas são as que 
secreta ácido clorídrico. Essas células são controladas pelas células semelhantes à 
enteroccromafins (ECL), cuja função primária é secretar histamina. Logo, a produção de 
ácido clorídrico está diretamente associada a quantidade de histamina liberada pelas ECLs. 
Fases da secreção gástrica: 
a) Fase cefálica: estímulas sensoriais + pensamento; liberação de acetilcolina. 
b) Fase gástrica: quimo no estômago, maior liberação de Acetilcolina, liberação de 
Histamina. 
c) Fase intestinal: Estimulação x Inibição, reflexo enterogástrico reverso (liberação de 
secretina, inibidor gástrico). 
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Secreção Pancreática 
Produz grande quantidade de íons bicarbonatos que contribuem para a neutralização da 
acidez do quimo transportado para o duodeno. As mais importantes enzimas são a tripsina, 
a quimotripsina e a carboxipolipeptidase. As duas primeiras clivam sem liberação de 
aminoácidos individuais, enquanto a última consegue completar a digestão até aminoácidos 
individuais. 
Amilase pancreática: digestão de carboidratos (exceto celulose); Lipase pancreática: 
hidrolisar gorduras neutras; Colesterol enterase: hidrolisa ésteres de colesterol; Fosfolipase: 
cliva os ácidos graxos dos fosfolipídios. 
O tripsinogênio é ativado pela enterocinase (mucosa intestinal) ou autocataliticamente; 
quimotripsinogênio e a procarboxipolipetidase são ativadas pela tripsina. 
As mesmas células que secretam enzimas proteolíticas no ácino secretam simultaneamente 
o inibidor de tripsina. Embora as enzimas do suco sejam secretadas em sua totalidade pelos 
ácinos das células pancreáticas, os outros dois componentes (água e bicarbonato) são 
secretados basicamente pelas células epiteliais dos ductos nos ácinos. 
Regulação: Acetilcolina, Colecistocinina e Secretina. Os dois primeiros estimulam a produção 
de grandes quantidades de enzimas digestivas pancreáticas, mas quantidades 
relativamente pequenas de água e eletrólitos. Já o último estimula a secreção de grandes 
quantidades de solução aquosa de bicarbonato. 
Secreção de bile pelo fígado 
Secreta a bile que tem duas funções importantes: (1) emulsificar as grandes partículas de 
gordura; (2) ajudam a absorção de produtos finais da digestão das gorduras. A bile é 
secretada continuamente pelas células hepáticas, mas é armazenada na vesícula biliar. 
Composição da bile: sais biliares, bilirrubina, colesterol, lecitina e os eletrólitos. 
A vesícula esvazia sua reserva a partir do estímulo por CCK que é liberada em resposta a 
alimentos gordurosos. Quando não há alimentos gordurosos, a bile se esvazia lentamente, 
mas na presença de alimentos ricos em gordura, a vesícula se esvazia em 1 hora. 
O precursor dos sais biliares é o colesterol que primeiro é convertido em ácido cólico ou 
ácido quenodesoxicólico. Esses ácidos se combinam com a glicina e, em menor escala, com 
a taurina para formar ácidos biliares glico e tauroconjugados. Os sais desses ácidos, 
especialmente os sais de sódio, são secretados pela bile. 
Secreção do intestino delgado 
Possui grande número de glândulas mucosas compostas (glândulas de Brunner). Essas 
glândulas secretam muco em resposta a: (1) estímulos táteis ou irritativos; (2) estimulação 
vagal (maior secreção de muco e maior secreção gástrica); (3) hormônios, especialmente 
secretina. 
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Na superfície do intestino delgada existem as criptas de Lieberkühn. A superfície das criptas 
e as vilosidades possui dois tipos de células; (1) Células calicifores (secreta muco); (2) 
enterócitos ( nas criptas secretam água e eletrólitos e nas vilosidades absorvem água, 
eletrólitos e produtos finais da digestão). 
Os enterócitos da mucosa contêm enzimas digestivas, são elas: (1) peptidases; (2) sucrase, 
maltase, isomaltase e lactase; (3) pequenas quantidade de lipase intestinal. 
Secreção de muco pelo intestino grosso 
 Possui muitas criptas de Lieberkühn, mas em compensação não existem vilos. A secreção 
preponderante no intestino grosso é o muco. 
Absorção 
Válvulas coniventes ou pregas de Kerckring: aumento de cerca de 3 vezes. Vilosidades: 
aumento em cerca de 10 vezes. Microvilosidades: aumento em cerca de 20 vezes. 
Absorção de nutrientes 
O transporte ativo do sódio pelas membranas para o líquido intersticial reduz a 
concentração de sódio nas células epiteliais. Essa diferença de concentração promove o 
fluxo de sódio para o interior da célula por processo de transporte ativo secundário, para 
isso ele precisará se combinar com uma proteína transportadora, mas essa proteína não 
transportará o sódio sem que a ele estejam ligadas outras substâncias, como por exemplo, 
a glicose e os aminoácidos e dipeptídeos. Alguns aminoácidos não usam esse mecanismo, 
mas são transportadas por difusão facilitada, do mesmo modo que a frutose. Já a gordura 
penetra os espaços entre os vilos em constante movimento e então se difundem das micelas 
os monoglicerídeos e os ácidos graxos e vão para as membranas das células epiteliais. As 
micelas, portanto, tem importante função “carreadora”. Depois de entrar na célula, os 
ácidos graxos e os monoglicerídeos são captados pelo retículo endoplasmático liso da célula 
que serãotransformados em triglicerídeos, sob a forma de quilomícrons, e serão 
transferidos para os lactíferos das vilosidades e pelo ducto linfático torácico serão 
transferidos para o sangue circulante. Os ácidos graxos de cadeia curta não precisam serem 
transformados em triglicerídeos e seguem diretamente para o sangue no capilar das 
vilosidades. 
Excreção 
 - Reto não contém fezes 
- Fraco esfíncter funcional na junção entre o sigmoide e o reto. 
- A passagem é evitada pela constrição cônica de: (1) esfíncter anal interno ( espesso 
músculo liso na região do ânus); (2) esfíncter anal externo ( músculo estriado voluntário que 
circunda o esfíncter interno e se estende distalmente a ele. 
Reflexo da defecação: 
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- Contração do reto 
- Relaxamento do esfíncter anal interno (m. liso) e externo (m. estriado) 
- Prensa abdominal: pressão do diafragma e vísceras 
- A maior parte da absorção é feita no cólon proximal enquanto que o cólon distal funciona 
para o armazenamento das fezes até sua excreção. 
Composição das fezes 
¾ de água, ¼ de matéria sólida composta por 30% de bactérias mortas, 10 a 20% de gordura, 
10 a 20% de matéria inorgânica, 2 a 3% de proteínas, 30% de restos ingeridos dos alimentos 
e constituintes dos sucos digestivos (pigmento da bille e células epiteliais degradadas). A cor 
marrom é derivada da estercobilina e urobilina, derivadas a bilirrubina. O odor advém dos 
produtos de ação bacteriana e por isso depende da flora bacteriana e do tipo de alimento 
ingerido. Os principais odoríferos incluem indol, escatol, mercaptanas e sulfeto de 
hidrogênio. 
2. Compreender a atuação do sistema digestório no equilíbrio hidroeletrolítico. 
Função do trato gastrointestinal no controle hidroeletrolítico: controle de absorção e 
eliminação de íons de acordo com o volume absorvido de água. 
Absorção no intestino delgado 
O intestino delgado tem grande capacidade absortiva e o grosso pode absorver ainda mais 
água e eletrólitos, porém poucos nutrientes. 
Absorção no intestino grosso 
Grande parte da absorção ocorre na metade proximal do cólon e por isso o nome colón 
absortivo. Já o colón distal fica responsável pelo armazenamento das fezes sendo então 
denominado colón de armazenamento. No que se refere a absorção de eletrólitos e água, a 
mucosa do intestino grosso tem a capacidade de absorver ativamente o sódio e pelo 
potencial gerado, absorve também cloreto. Além disso, como ocorre na porção distal do 
delgado, o intestino grosso também secreta bicarbonato (ajuda a neutralizar os produtos 
finais dos ácidos) enquanto absorve simultaneamente a mesma quantidade de íons cloreto. 
A absorção de sódio e cloreto geram absorção de água. 
Absorção Isosmótica de Água 
A água é transportada através da membrana intersticial por difusão. A difusão obedece às 
leis da osmose. Logo, quando o quimo está diluído, a água é absorvida através da mucosa 
pelo sangue das vilosidades. Pode também ser transportada na direção oposta, do plasma 
para o quimo, isso acontece em casos de soluções hiperosmóticas serem lançadas no 
estômago. 
Absorção de Íons 
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- A absorção de sódio é estimulada pelo transporte ativo do íon das células epiteliais das 
membranas basolaterais para os espaços paracelulares. Esse transporte ativo requer 
energia obtida da hidrólise do ATP. Parte do sódio é absorvida em conjunto com íons cloreto 
que se movem devido a diferença de potencial promovida pelos íons sódio. 
-Quando a pessoa se hidrata, grandes quantidades de aldosterona são secretadas, esse 
hormônio provoca mecanismos associados a absorção de sódio que, por sua vez, aumenta 
a absorção de íons cloreto, água e outras substâncias. 
- Na parte superior do intestino delgado, a absorção de cloreto é rápida e dá-se por difusão. 
- Os íons bicarbonatos também precisam ser reabsorvidos, desse modo, quando os íons 
sódio são absorvidos, quantidades de íons hidrogênio são secretada no lúmen intestinal, em 
troca por parte do sódio. Esses íons de hidrogênio de associam ao bicarbonato e geram ácido 
carbônico que se dissocia , formando água e dióxido de carbono. A água permanece então 
no quimo e o dióxido é absorvido pelo sangue. Essa é a chamada “absorção ativa de 
bicarbonato”. 
- As células epiteliais das vilosidades do íleo têm a capacidade de secretar íons bicarbonato 
em troca por íons cloreto. 
- Os íons de cálcio são absorvidos grande parte pelo duodeno de maneira controlada. Para 
intensificar a absorção de cálcio é importante a presença de vitamina D que é ativada pelo 
hormônio paratireóideo. 
 - Íons de ferro também são ativamente absorvidos pelo intestino delgado. 
- Íons de potássio, magnésio, fosfato e outros também podem ser absorvidos ativamente 
pela mucosa intestinal. Normalmente a absorção dos íons monovalentes é fácil e em grande 
quantidade, enquanto a dos íons bivalentes ocorre em pequena quantidade. Felizmente, o 
corpo normalmente necessita de pequenas quantidades de íons bivalentes. 
3. Elucidar a ação integradora dos sistemas endócrino e nervoso com o sistema digestório. 
Controle Neural da Função gastrointestinal 
O trato possui um sistema nervoso próprio, o sistema nervoso entérico, que começa no 
esôfago e vai até o ânus. Possui uma quantidade de neurônios semelhante a medula. Esse 
sistema é bem desenvolvido e importante na movimentação e secreção gastrointestinal. 
O sistema nervoso entérico é composto de dois plexos: (1) externo: plexo mioentérico ou 
de Aurerbach que controla os movimentos; (2) interno: plexo submucoso ou de Meissner 
que controla a secreção e o fluxo sanguíneo local. 
As fibras extrínsecas se conectam com os plexos e apesar do sistema funcionar 
independente disso, essa conexão pode intensificar ou inibir as funções gastrointestinais. 
Diferenças entre os plexos 
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Plexo mioentérico: localizado entre a camada longitudinal e a circular do músculo, participa 
do controle da atividade muscular por todo o intestino. Quando esse plexo é estimulado, 
seus principais efeitos são (1) aumento da contração tônica ou “tônus” da parede intestinal; 
(2) aumento da intensidade das contrações; (3) ligeiro aumento no ritmo da contração; (4) 
aumento da velocidade de conduções excitatório provocando movimento mais rápido das 
ondas peristálticas intestinais. 
Não pode ser considerado com plenamente excitatório, pois possui uma parte inibitória. Os 
terminais de suas fibras secretam possivelmente o polipeptídeo intestinal vasoativo ou 
outro peptídeo inibitório. Esse sinais inibitório são uteis para controlar os esfíncteres, que 
impedem a movimentação do alimento pelos segmentos sucessivos do trato, como o 
esfíncter pilórico, que controla o esvaziamento gástrico para o duodeno e esfíncter da valva 
ileocecal, que controla o esvaziamento para o intestino delgado e ceco. 
Plexo submucoso: relacionado ao controle na parede interna de cada segmento do 
intestino. Muitos sinais originados no epitélio são integrados no plexo para ajudar a 
controlar a secreção intestinal local, a absorção e a contração do músculo submucosa, o que 
causa graus variados de dobramento na mucosa. 
Tipos de neurotransmissores secretados por neurônios entéricos 
1. Acetilcolina: excita a atividade gastrointestinal. 
2. Noraepinefrina: inibe a atividade gastrointestinal. A epinefrina (secretado pela medula 
adrenal) também é inibitória. 
Mistura de agentes excitatórios e inibitórios: 
3. Trifosfato de adenosina 
4. Dopamina 
5. Serotonina 
6. Colecistocina 
7. Substância P 
8. Polipeptídeo intestinal vasoativo 
9. Somatostatina 
10. Leuencefalina 
11. Metencefalina 
12. Bombesina 
Controle autônomo gastrointestinal 
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Atividadeparassimpática: Aumenta a atividade do sistema nervoso entérico e sua inervação 
se divide em divisões cranianas e sacrais. Exceto por poucas fibras para as regiões bucal e 
faríngea, as fibras da divisão craniana estão quase todas nos nervos vagos, formando a 
extensa inervação do esôfago, estômago e pâncreas. Já a divisão sacral supre 
consideravelmente a região sigmoide, retal e anal, funcionando para funcionar os reflexos 
da defecação. Os neurônios pós-ganglionares estão localizados em sua maior parte nos 
plexos mioentérico e submucoso. A estimulação dos nervos parassimpáticos causa o 
aumento da atividade geral de todo o sistema nervoso entérico. 
Atividade simpática: Inibe a atividade do SN entérico. Grande parte das fibras pré-
ganglionares que inervam o intestino, depois de sair da medula, entra nas cadeias simpáticas 
e vão até os gânglios mais distantes, como o gânglio celíaco e diversos gânglios 
mesentéricos. O simpático inerva igualmente todo o trato e seus terminais secretam 
principalmente noraepinefrina. O simpático exerce seus efeitos de dois modos: (1) um 
pequeno grau, por efeito da noraepinefrina que inibe a musculatura lisa (exceto do músculo 
muco que é excitado); (2) em maior gru, por efeito inibidor da noraepinefrina sobre os 
neurônios do SNE. 
Fibras nervosas aferentes do intestino 
Muitas se originam no intestino. Esses nervos sensoriais podem ser estimulados por: (1) 
irritação da mucosa intestinal; (2) distensão excessiva do intestino; (3) presença de 
substâncias químicas específicas no intestino. Os sinais transmitidos podem causar 
excitação ou inibição dos movimentos e da secreção. 80% das fibras são aferentes e então 
transmitem sinais do trato para o bulbo cerebral que desencadeia sinais vagais reflexos que 
retornam ao trato para controlar muitas de suas funções. 
Reflexos gastrointenstinais 
A disposição anatômica do SNE e suas conexões com os sistemas simpático e parassimpático 
suportam três tipos de reflexos: 
 (1) Reflexos comportamentais integrados na parede intestinal do SNE: Incluem os que 
controlam a secreção, peristaltismo, contrações de mistura, efeitos inibidores locais. 
(2) Reflexos do intestino para os gânglios simpáticos pré-vertebrais e que voltam para o 
trato gastrointestinal: transmitem sinais para outras áreas do trato, tais como sinais do 
estômago que causam a evacuação do cólon( reflexo gastrocólico), sinais do cólon e do 
intestino para inibir a motilidade a secreção do estômago (reflexos enterogástricos) e 
reflexos para inibir o esvaziamento do íleo para o cólon (reflexo colonoileal). 
(3) Reflexos do intestino para a medula ou para o tronco cerebral e que voltam para o trato 
intestinal. Incluem: a) reflexos do estômago e duodeno para o tronco, que por meio dos 
nervos vagos retornam ao estômago, a fim de controlar a atividade motora e secretora; b) 
reflexos de dor que inibem trato; c) reflexos de defecação que passam desde o cólon e o 
reto para a medula e retornam produzindo contrações colônicas, retais e abdominais 
necessárias a defecação (reflexos de defecação). 
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Controle hormonal da motilidade
Gastrina 
Local: secretadas pelas células “G” do 
antro, duodeno e jejuno. 
Estímulo: resposta a ingestão da 
refeição, tais como distensão do 
estômago, produtos da digestão de 
proteínas e o peptídeo liberador de 
gastrina. 
Ações: estimulação da secreção 
gástrica, estimulação da mucosa 
gástrica. 
Colecistocinina (CCK) 
Local: secretada pelas células “I”da 
mucosa do duodeno, jejuno e íleo. 
Estímulo: a digestão de gordura, ácidos 
graxos e monossacarídeos. 
Ações: Contrai a vesícula extraindo bile 
para o intestino delgado. Inibe 
moderadamente a contração do 
estômago, impedindo o esvaziamento 
gástrico. Inibe o apetite para evitar 
excessos. Estimula a secreção de 
enzima pancreática e bicarbonato. 
Estimula o crescimento do pâncreas 
exócrino. 
Secretina 
Local: secretada pelas células “S” da 
mucosa do duodeno, jejuno e íleo. 
Estímulo: ao ácido gástrico e a gordura. 
Ações: secreção de pepsina, 
bicarbonato pancreático e bicarbonato 
biliar. Estimula o crescimento do 
pâncreas exócrino e inibe a secreção de 
ácido gástrico. 
Peptídeo inibidor gástrico ou peptídeo 
insulinotrópico dependente da glicose 
Local: células “K” do duodeno e jejuno. 
Estímulo: Proteína, gordura e 
carboidrato(menor extensão). 
Ações: Efeito moderado na diminuição 
da atividade motora, retardando o 
esvaziamento do duodeno quando o 
intestino delgado superior já está 
sobrecarregado. Estimula a secreção de 
insulina. Inibição do ácido gástrico. 
Motilina 
Local: Células “M” do duodeno e jejuno. 
Estímulo: gordura, ácido e nervo. 
Liberada ciclicamente e estimula as 
ondas da motilidade gastrointestinal 
denominadas complexos mioelétricos 
interdigestivos que se propagam pelo 
estômago e intestino delgado a cada 90 
minutos da pessoa em jejum. É inibida 
após a digestão. 
Ações: Estimula motilidade gástrica e 
intestinal. 
 
 
Efeito da atividade gastrointestinal e fatores metabólicos do fluxo sanguíneo 
O fluxo sanguíneo depende ao nível local de atividade. Durante as atividades várias 
substâncias vasodilatoras são liberadas pela mucosa do trato, entre elas o hormônio 
peptídico, colecistocinina, peptídeo vasoativo intestinal, gastrina e secretina. Além disso, 
algumas glândulas liberam duas cininas, a calidina e bradicinina, que são potentes 
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vasodilatores. A redução da concentração de oxigênio na parede intestinal também pode 
aumentar o fluxo da região. Essa redução pode ainda aumentar cerca de 4x a produção de 
adenosina (vasodilatador).
 
4. Descrever as funções do músculo liso no sistema gastrointestinal 
No trato gastrointestinal, as fibras se dispõem em feixes de até 1000 fibras paralelas. Possui 
uma camada muscular longitudinal e uma camada muscular circular. No interior de cada 
feixe, as fibras se conectam por meio de junções comunicantes de baixa resistência a 
movimentação dos íons da celular muscular para a seguinte. Dessa forma, os sinais elétricos 
passam de uma fibra a outra, mais rápido ao longo do comprimento que radialmente. Cada 
feixe está separado do seguinte por tecido conjuntivo frouxo, mas se fundem uns com os 
outros em diversos pontos, de maneira que cada camada muscular represente uma rede de 
feixes de músculo liso. Assim, cada camada muscular funciona como um sincício. Nesse 
sentindo, quando um potencial de ação é disparado em qualquer ponto na massa, em geral 
ele se propaga em todas as direções do músculo e a distância a ser percorrida depende da 
excitabilidade elétrica do músculo. Existem também conexões entre as camadas longitudinal 
e circular, de modo que a excitação de uma delas excite a outra também. 
 O músculo liso do trato gastrointestinal é excitado por atividade intrínseca, contínua e lenta, 
nas membranas das fibras musculares, constituindo dois tipos de ondas elétricas: (1) ondas 
lentas e (2) potenciais em espícula. Além disso, a voltagem de potencial de repouso da 
membrana desse musculo liso pode ser feita para variar em diferentes níveis. 
Ondas lentas: determina o ritmo das contrações gastrointestinais. Parecem ser ocasionadas 
por interações complexas entre as células do músculo liso e células especializadas 
denominadas células especializadas de Cajal, que supostamente atuam como marca-passos 
elétricos das células do músculo liso, e formam redes que se interpõem nas camadas de 
músculo liso com contato do tipo sináptico com as células do músculo liso. Os potenciais de 
membrana dessas células passam por mudanças cíclicas devido a canais iônicos que se 
abrem, permitindo influxo (marca-passo), gerando as ondas lentas. Normalmente não 
causam contrações, exceto no estômago, mas estimulam o disparo intermitentede 
potenciais em espícula que são responsáveis pela contração. 
Potenciais em espícula: Ocorre quando os potenciais de repouso da membrana do músculo 
liso gastrointestinal ficam mais positivos por cerca – 40 milivolts (normalmente estão entre 
-50 e -60 milivolts). Quanto maior o potencial da onda lenta, maior a frequência dos 
potenciais em espícula. , sendo esse último potencial com duração de 10 a 40 vezes maior 
que os potenciais de ação nas grandes fibras nervosas. Cada potencial de ação dura cerca 
de 10 a 20 milissegundos. Além disso, nas fibras nervosas os potenciais são gerados pela 
rápida entrada de sódio pelos canais para o interior das fibras. Já nas fibras do músculo liso 
gastrointestinal, os canais responsáveis são diferentes, elas permitem que a quantidade 
grande de íons cálcio entre junto a quantidades menores de íons sódio (canais para cálcio-
sódio). Esses canais se abrem e se fecham com mais lentidão do que nas fibras nervosas, 
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garantindo assim uma longa duração dos potenciais de ação. Além disso, a movimentação 
de cálcio tem papel especial na contração das fibras musculares intestinais. 
A variação do nível basal de voltagem do potencial também ocorre. Quando o potencial da 
membrana fica menos negativo (despolarização), as fibras ficam mais excitáveis, já quando 
se hiperpolariza (mais negativo), as fibra se tornam menos excitáveis. Fatores de 
despolarização: (1) estiramento do músculo; (2) Estimulação da acetilcolina, liberada a partir 
da estimulação dos nervos parassimpáticos; (3) estimulação por diversos hormônios 
gastrointestinais específicos. Fatores que hiperpolarizam: (1) efeito da epinefrina e 
noraepinefrina na membrana; (2) estimulação dos nervos simpáticos que secretam 
epinefrina. 
A contração do músculo liso ocorre devido a entrada de cálcio nas fibras. Os íons, ao agir 
por meio de mecanismos de controle com calmodulina, ativam os filamentos de miosina e 
os filamentos de actina, acarretando contração muscular. 
Parte do músculo exibe contração tônica. Essa contração é contínua, podendo ou não mudar 
sua intensidade, não se associa ao ritmo das ondas lentas e pode durar de minutos a horas. 
Pode ser causada por potenciais em espícula repetidos sem interrupção ou por hormônios 
ou por outros fatores que permitem a despolarização parcial contínua da membrana do 
músculo liso, sem provocar potenciais de ação. Uma terceira causa seria um modo de 
entrada de íons cálcio sem variação no potencial da membrana. 
5. Identificar os mecanismo de controle de esvaziamento gástrico e motilidade intestinal. 
Regulação do esvaziamento gástrico 
A velocidade/intensidade de esvaziamento gástrico é regulada tanto pelo estômago quanto 
pelo duodeno (mais potente). 
Fatores que promovem o esvaziamento 
GÁSTRICOS: 
Volume gástrico: a dilatação da parede gástrica desencadeia reflexos mioentéricos locais 
que acentuam bastante a atividade da bomba pilórica e inibem o piloro. 
Efeito da gastrina: esse hormônio tem efeitos sobre a produção de suco gástrico, além de 
ter efeitos estimulantes brandos a moderados sobre as funções motoras do estômago. A 
gastrina parece ainda, intensificar a atividade da bomba pilórica. 
DUODENAIS: 
Efeitos inibitórios dos Reflexos Nervosos Enterogástricos de origem duodenal: quando o 
quimo entra no duodeno são desencadeados múltiplos reflexos. Eles voltam para o 
estômago e retardam o esvaziamento ou interrompem o esvaziamento caso haja excesso 
de volume de quimo no duodeno. Esses reflexos são mediados por 3 vias: (1) Do duodeno 
para o estômago pelo SNE; (2) pelos nervos extrínsecos; (3) nervos vagos. Esses reflexos 
causam dois efeitos sob o esvaziamento: (1) inibem as contrações compulsivas da bomba 
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pilórica; (2) aumentam o tônus do esfíncter pilórico. Os fatores que podem desencadear 
reflexos são: (1) Distensão do duodeno; (2) Presença de irritação na mucosa duodenal; (3) 
Acidez do quimo duodenal; (4) Osmolalidade do quimo; (5) Presença de determinados 
produtos de degradação química no quimo. Quando o pH do quimo cai, os reflexos 
bloqueiam rapidamente a transferência de conteúdos gástricos para o duodeno até que o 
quimo possa ser neutralizado. 
Feed Back hormonal a partir do duodeno: ao entrar no duodeno as gorduras provocam a 
liberação de hormônios que inibem a bomba pilórica e aumentam a força de contração do 
esfíncter pilórico. O mais potente é a CCK (colecistocinina) que age como inibidor da 
motilidade gástrica. Outros hormônios são a secretina e o peptídeo insulinotrópico 
dependente da glicose ou peptídeo inibidor gástrico (GIP), sendo que o primeiro age em 
resposta ao ácido gástrico e o segundo diminui a motilidade gástrica e estimula a secreção 
de insulina. 
Movimentos do intestino delgado 
Podem se dividir em: 
1. Contrações de mistura (contrações de segmentação): quando a porção do intestino é 
distendida, , o estiramento da parede intestinal provoca contrações concêntricas 
localizadas e espaçadas, causando “segmentação” do intestino Quando uma série de 
segmentação se relaxa, outra se inicia. Dessa forma, promovem a mistura do alimento 
com as secreções do intestino. A frequência máxima de segmentação é determinada 
pela frequência das ondas lentas. As contrações podem se tornar fracas devido a 
atropina que inibe a atividade excitatória do SNE. Essas contrações não são efetivas sem 
o plexo mioentérico. 
2. Movimento propulsivos: o quimo é impulsionando por ondas peristálticas. São mais 
rápidas no intestino proximal que no terminal. Normalmente são fracas e percorrem 
poucos cm (<10). A atividade peristáltica é maior após a refeição e é aumentada pelo 
reflexo gastroentérico. Além dos sinais nervos, há a atuação de alguns hormônios: 
gastrina, CCK, insulina, motilina e a serotonina, que intensificam a motilidade, enquanto 
que a secretina e o glucagon inibem. 
Movimento do cólon 
Funções do cólon: (1) absorção de água e eletrólitos do quimo para formar fezes sólidas; (2) 
armazenamento de material fecal. Podem se dividir em: 
1. Movimentos de mistura – “Haustrações”: contrações combinadas de faixas circulares e 
longitudinais que fazem com que as porções não estimuladas formem sacos, as 
Haustrações. 
2. Movimentos propulsivos – Movimentos de massa: primeiro um anel constritivo ocorre 
em resposta à distensão ou irritação. Então nos 20 cm após o anel, as haustrações 
desaparecem e o segmento passa a se contrair como unidade, impulsionando o material 
fecal. . Tanto o anel contrátil formado após distensão quanto a dilatação do intestino 
vários centímetros adiante fazem com que o alimento seja impulsionado na direção 
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anal. Esse padrão é denominado “reflexo peristáltico”. E quando associamos a direção 
anal, temos o que constitui a “lei do intestino”.

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