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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - FAMED FACULDADE DE MEDICINA – FAMED MARYELLE FERNANDES BARROS PESQUISA INDIVIDUAL SOBRE O SUS MACEIÓ 2022 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - FAMED FACULDADE DE MEDICINA – FAMED MARYELLE FERNANDES BARROS PESQUISA INDIVIDUAL SOBRE O SUS MACEIÓ 2022 Trabalho solicitado pelo eixo de Saúde e Sociedade do 6º período de medicina da UFAL. PESQUISA INDIVIDUAL SOBRE O SUS O Brasil tem o maior sistema de saúde do mundo e é algo que devemos nos orgulhar e cuidar. Quando o Brasil passava por um processo de redemocratização de seus sistemas e organismos, foi criado, pelo artigo 196 da constituição, o Sistema Único de Saúde. “Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 2003). O Sistema Único de Saúde (SUS) foi instituído pela Constituição de 1988 e se baseia em princípios que colocam o direito à saúde como um dever do Estado (PAIN et al. 2011). A lei que instituiu o SUS foi a 8.080/1990, ela propôs vários princípios para atingir seu objetivo principal. Alguns desses princípios e diretrizes que sustentam o ideal são: a universalidade de acesso em todos os níveis de assistência à saúde, ou seja, qualquer pessoa pode ser atendida sem qualquer distinção; a igualdade na assistência, sem preconceitos e privilégio de qualquer gênero, não deverá haver tratamento diferenciado dentro do sistema de saúde; a integralidade da assistência, levando em conta a perspectiva que a saúde não se limita em somente curar a doença; a participação da comunidade, onde a sociedade não tem somente a saúde como um direito garantido pela estado, mas também tem o direito de participar da gestão e outros; e a descentralização político-administrativa (GIOVANELLA et al 2008). Sobre a evolução histórica da organização do SUS, temos que lembrar que é um sistema produto de uma construção histórica. Trazendo uma perspectiva histórica, antes do império, o Brasil não tinha um modelo de saúde organizado, as ações eram mais direcionadas a um grupo específico e iam de acordo com os interesses econômicos. As doenças eram causadas e transmitidas com facilidade, onde a falta de saneamento básico era um fator precipitante para isso. Levando em consideração o período até o império (1889), as doenças eram causadas principalmente pela falta de saneamento básico, já que o país se baseava em uma economia agrária extrativista, chegavam doenças pelos portos e também levavam doenças daqui. A saúde era ofertada por boticários e curandeiros, sendo que não era para todos. Existia uma escassez de médicos, e esses tinham um elevado preço para atendimento e para os medicamentos ofertados com eles. Os que não tinham recurso podiam se recorrer aos conhecimentos curativos indígenas e dos jesuítas. Já no período da República velha (1889-1930) tínhamos um perfil epidemiológico com doenças transmissíveis, epidemias e outras doenças pestilenciais. Foi nesse período que se começou a organização do serviço de saúde pública e campanhas sanitárias. Esse modelo começou a mudar por causa de questões econômicas e financeiras, não pelo interesse da saúde da população. A organização do setor de saúde era por medicina liberal e hospitais filantrópicos, onde a ideologia liberal dizia que o Estado deveria atuar somente naquilo que o indivíduo sozinho ou a iniciativa privada não pudesse fazê-lo. Depois de 1930, foi processada nova reforma da Saúde Pública Federal, orientada por Barros Barreto (1941), onde foi reorganizado o Departamento Nacional de Saúde, do Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública. E a partir disso, a saúde foi virando uma pauta discutida no Brasil para uma melhor funcionalidade. Em 1953 foi criado o Ministério da Saúde. Essas mudanças aconteceram de acordo com o processo histórico, social e econômico em que passávamos na época. Até que em 1988, a Constituição Federal foi promulgada. Ainda nos dias atuais, as políticas sociais, não deixando de fora a saúde, ainda estão sendo submetidas a restrições que dificultam e descaracterizam completamente o que a Constituição Federal de 1988 assegura. No entanto, faltaria sustentação às metáforas sobre o SUS caso o tempo fosse considerado. O sistema ainda é cheio de problemas e a política atual ajuda na precarização dos serviços, mas entre os problemas para refletir, podemos identificar contradições bem como discernir e formular estratégias políticas sobre a privatização do sistema de saúde no Brasil, e assim diferenciar as próprias acepções sobre SUS e acerca do que é público e do que é privado. As relações entre público e privado costumam ser apreendidas por medidas (quantidade de unidades, atividades e recursos humanos, financeiros) e, nem sempre, pelas expressões manifestas de interesses e negociações entre agentes e suas decisões políticas. (BAHIA; SCHEFFER, 2018). Trinta anos após a Constituição de 1988, houve avanços, impasses e retrocessos; assim como adaptações na compreensão do SUS e do setor privado. Realizaram-se inovações institucionais, como um intenso processo de descentralização que outorgou maior responsabilidade aos municípios na gestão dos serviços de saúde, além de possibilitar os meios para promover e formalizar a participação social na criação de políticas de saúde e no controle do desempenho do sistema. À medida que a participação do setor privado no mercado aumenta, as interações entre os setores público e privado criam contradições e injusta competição, levando a ideologias e objetivos opostos (acesso universal vs. Segmentação do mercado), que geram resultados negativos na equidade, no acesso aos serviços de saúde e nas condições de saúde (PAIN et al. 2011). REFERÊNCIAS BAHIA, Ligia; SCHEFFER, Mario. O SUS e o setor privado assistencial: interpretações e fatos. Saúde em Debate, v. 42, n. SPE3, p. 158-171, 2018. BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Legislação do SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. - Brasília : CONASS, 2003. GIOVANELLA, Lígia et al. Políticas e sistemas de saúde no Brasil. In: Políticas e sistemas de saúde no Brasil . 2008. pág. 1110-1110. PAIM, Jairnilson Silva et al. O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios. 2011.
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