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Consultoria, Assessoria e Auditoria: diferenças e semelhanças 
Alfredo Fonceca Peris 
 
Essas três expressões são corriqueiramente usadas no ambiente empresarial. Muitas empresas se 
valem de consultores, assessores e auditores. Às vezes, para cada função e para cada área, 
existem profissionais distintos para exercê-las. Muitos são profissionais externos, principalmente 
consultores e auditores. Há também, principalmente no caso de assessores, funcionários das 
próprias empresas desempenhando esse papel. 
 
O bom êxito das ações propostas e implementadas por esses profissionais depende, entre outros 
fatores, da clareza do papel de cada um na organização. E isso depende primeiro, da correta 
definição de cada função e da sua execução apropriada para cada momento. 
 
O consultor é, essencialmente, o conselheiro. Aquele que tem a capacidade de interpretar um 
cenário, diagnosticar uma situação e apontar os caminhos e os métodos mais apropriados para 
sua correção. Todos nós desenvolvemos, em determinados momentos e situações, o papel de 
conselheiro. 
 
O problema reside na forma e na hora da oferta do conselho. Há consultores que, mesmo sem ser 
solicitados, se disponibilizam e se oferecem para dar conselhos. E o pior é que os seus conselhos 
começam com um dos dois verbos a seguir: ter ou dever. Ou seja, o conselho sempre diz que a 
outra parte tem ou deve fazer ou deixar de fazer algo. A prática da atividade de conselheiro 
mostra que o verbo adequado é poder. A pessoa ou a empresa aconselhada pode fazer ou deixar 
de fazer algo em função das conclusões dos estudos feitos prévia e cuidadosamente pela parte 
que vai aconselhar. Ou seja, aquilo que se pode fazer ou deixar de fazer tem como pano de fundo 
um estudo prévio cujos resultados obtidos levam a algumas conclusões com as quais a parte 
aconselhada concorda. Se existe essa concordância, aquilo que é possível fazer fica mais evidente, 
mais transparente e respaldado por um método que minimiza o erro. Em decorrência, o que antes 
poderia agora terá ou deverá ser feito. O conselheiro diz o que poderá e o dono do problema é 
que escolherá se poderá ou se deverá ou terá que ser feito ou deixado de fazer. Essa decisão não 
cabe ao conselheiro. 
 
Uma vez tomada a decisão, pela parte aconselhada, entra em cena o papel do assessor, caso seja 
necessário. E que pode ser a mesma pessoa que antes desempenhou o papel de consultor. Em 
muitos casos, o consultor conclui seu trabalho e, a partir da decisão tomada, passa a assessorar a 
parte aconselhada na implantação do processo ou na correção do rumo. É importante a separação 
de papéis. Antes o profissional era consultor. Agora, não deixou de ser consultor, todavia, passou 
também a assessorar. E quando tiver decorrido o prazo da implantação ou da correção de rumos 
e chegar a hora da colheita dos resultados, alguém terá que fazer a medição e auditar o processo 
para ver se os objetivos foram atingidos no todo ou em parte. O mesmo profissional que exerceu 
primeiro a função de consultor e depois de assessor, agora poderá também desempenhar a 
função de auditor. Não há nada de errado nisso. Desde que fique bem claro a todos quais são 
suas funções em cada momento do processo. 
 
Há casos em que o diagnóstico já está feito e já se sabe o que precisa ser feito. Todavia, a 
pessoa, a família ou a empresa não tem pessoas capacitadas, habilitadas ou disponíveis para 
assessorar os demais envolvidos no processo. Nesse caso, não há necessidade de contratar um 
consultor. Basta a contratação de um assessor. Exemplo: a empresa decide implantar um sistema 
de qualidade. A decisão já está tomada. Porém, para sua implantação, há a necessidade da 
contratação de um profissional habilitado para fazer uma assessoria. 
 
Há casos, também, que existe a necessidade de auditar um processo, documentos, negócios ou 
rotina de procedimentos. Nesse caso, é sempre interessante a contratação de um auditor externo. 
Além de capacitado, esse profissional precisa ser totalmente desvinculado da empresa e das 
pessoas que fazem parte da empresa para que possa emitir um parecer isento de parcialidade. 
 
 O bom êxito do trabalho de um consultor, de um assessor ou auditor depende, também, de sua 
capacidade para exercer a função. E isso não está em função somente de sua formação 
profissional. Além de dominar as ferramentas, ou seja, de ter o conhecimento e a experiência 
necessários, ele precisa ter habilidade para negociar com as partes envolvidas a aplicação da 
metodologia, seu acompanhamento e a medição de seus resultados. Essa parte é tão difícil quanto 
adquirir o conhecimento e a experiência necessários para o desempenho da função, quer seja de 
consultor, de assessor ou de auditor. 
 
Precisa haver, por parte do contratante, uma disponibilidade para atender ao profissional 
contratado e uma disposição em investir os recursos humanos e de capital, bem como o tempo, 
para implantar todos os processos e implementar todas as mudanças que forem decididas em 
função do diagnóstico apresentado. 
 
Alfredo Fonceca Peris, economista, sócio-diretor da Peris Consultoria Empresarial Ltda. 
www.perisconsultoria.blogspot.com 
Os artigos de economistas divulgados pelo CORECON-PR são da inteira 
responsabilidade dos seus autores, não significando que o Conselho esteja de 
acordo com as opiniões expostas. É reservado ao CORECON-PR o direito de 
recusar textos que considere inadequados.

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