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PREPARO MECANIZADO “Se fizer movimentos rotatórios de 360 graus com um instrumento manual, a liga de aço inoxidável pode sofrer deflexões, mesmo que seja em um canal curvo ou reto, e levar a fratura.” INTRODUÇÃO: Década de 80: - Foi introduzida a liga de Niti, que permite essa rotação do instrumento com menor risco de fratura, mesmo em canais com curvatura. Características da liga de niti: - 56% níquel e 44% titânio; - Ultraflexibilidade ou superelasticidade: suporta mais deformação até um determinado ponto (é mais do que as ligas de aço inoxidável suportam) antes de se fraturar. - Memória de forma: ele deforma ate determinado ponto e depois volta posição original - Possui resistência à fadiga torsional e flexional (cíclica) > motivo pelos quais fraturam - Não obedece a estandardização seguida pelas limas manuais > qualquer fabricante pode adotar seu próprio padrão (não é padrão da ISO) “ Aplica a força > começa a deformação elástica (volta a forma de antes) > continua com a força > chega no limite elástico > deformação plástica > continua > fratura” Vantagens da instrumentação rotatória: - Padronização da conicidade; - Manutenção da forma original do canal (se adequa a anatomia do canal mesmo se ele for curvo, ou seja, não preciso pré-curvar o instrumento); - Maior segurança e rapidez no preparo; - Maior conforto ao paciente; - Menor extrusão apical de dentina > na medida que a rotatória entrar vai trazendo detritos para fora CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA CONFIGURAÇÃO DOS INSTRUMENTOS ROTATÓRIOS - Conicidades variadas (não tem aquele d0 padrão) - Maior conicidade (preparo crown-down): quanto maior a conicidade do instrumento, menor é a região de toque em todas as paredes do canal > isso diminui a fadiga >>Em instrumentos manuais, a conicidade do instrumento é mt parecida com a do canal, fazendo com que exista muito toque em todas as paredes do canal >>Como o instrumento rotatório é mais cônico, ele primeiro começa a fazer o preparo na região cervical e depois vai descendo sentido coroa-ápice. - Secções transversais variadas : não segue aquele padrão de triangular quadrangular > tripla-hélice etc.. (com mais massa metálica = + resistente; com menos massa = - resistente) >>quanto mais angulada é a ponta dele, mais cortante ele é - Ângulos de corte : de acordo com a secção transversal eles podem ter ângulos de corte mais positivos (corta mais), neutros ou negativos. >>Quando corta mais, tem q ter mais massa metálica, pois vai encontrar mais resistência na dentina CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA CINEMÁTICA DESSES INSTRUMENTOS - Velocidade: (número de rotações que a lima executa por minuto - Torque: (força de rotação do instrumento sobre seu próprio eixo) >> é controlado pelo motor > quanto mais torque, maior é a força de ação sobre a dentina > portanto, o instrumento deve suportar a resistência que a dentina vai ter em relação a isso (ação e reação) > ou seja, deve suportar o próprio torque ele vai gerar Nessa imagem: lima mais calibrosa e outra menos calibrosa > qual delas suporta mais torque? - a lima mais calibrosa, pois o raio dela é maior: a fórmula do torque é = força x raio - QUANTO MAIOR O DIÂMETRO DA LIMA MAIS TORQUE ELA SUPORTA > QUANDO O INSTRUMENTO PODE SE FRATURAR? - Fadigas torcional e cíclica > são os limites elásticos das limas de NiTi > quando rompe o limite de deformação elástica e entra na plástica Em canais retos a fadiga torcional é preponderante: - imagine que a lima está trabalhando em um canal reto, e chegou uma hora que ela encontrou uma nova resistência na parte apical dentina > ela vai tentar transpor essa resistência até que a lima vai travar nessa massa de dentina > o motor nao vai saber que ela travou > vai continuar rotacionando a parte cervical, mas a apical não > ela começa a se deformar elasticamente > o motor continua > entra na deformação plástica > motor continua > fratura da lima. Em canais curvos a fadiga cíclica é predominante: - no momento em que a lima está rotacionando, um lado da lima está sofrendo flexão e outro extensão, e assim sucessivamente, se alternando o tempo todo > a ação repetitiva disso gera um ciclo > se for feito com muita intensidade, o instrumento vai romper seu limite elástico > fratura OBS: quanto maior a utilização dos instrumentos, maior será a fadiga; se usar um instrumento pela primeira vez em um canal muito curvo, ele vai sofrer mais fadiga logo de cara > a vida útil dele vai ser menor SISTEMA ROTATÓRIO USADO NA UFMA: PROTAPER - Centenas de marcas > todas apresentam vantagens e desvantagens - Sistema protaper universal: sistema de conicidades variadas - Pq protaper? pq tem só seis limas, e é fácil de achar - LIMAS S: shaping > dar conicidade ao terço cervical e médio > SX, S1, S2 - LIMAS F: finishing > prepara a porção apical: batente apical > F1, F2, F3 CARACTERÍSTICAS DAS LIMAS SHAPINGS - Conicidade progressiva: é bem fino na ponta para que não haja preparo lá no ápice por enquanto, e sim no terço médio e cervical CARACTERÍSTICAS DAS LIMAS FINISHING - D4 e D16 apresentam conicidade inversa; - Aumento da flexibilidade na região mais apical; - Apresentam menores conicidades que as limas shaping; - Objetivam confeccionar o batente apical; - D0 com medidas estandardizadas; TÉCNICA OPERATÓRIA - Exploração/cateterismo do canal com lima tipo K10 (isso deve ser feito em qualquer técnica); - Lima S1 até o CPT ou até encontrar resistência; - Lima Sx até encontrar resistência; - Odontometria manual: achar o CRT; - Retornar com a lima S1 até o CRT (mas antes pode fazer isso com lima K10 só pra conferir); - Lima S2 até o CRT; - Fazer o batente apical com a F1 F2 e F3 (pode parar a instrumentação na F1 F2 ou F3); > COMO DECIDO ISSO? COM QUAL INSTRUMENTO FINALIZO O PREPARO APICAL? - canal reto: F3 - canal moderadamente curvo: F2 - canal acentuadamente curvo: F1 CINEMÁTICA DE USO - Entra girando e sai girando - Movimentos de bicada de pequena amplitude > progressivamente > entra e tira levemente; - A cada 3 bicadas: irrigação; - Força leve no avanço, sem muita pressão apical; - Com resistência no avanço recapitule com o instrumento anterior; REGRA DA CASA DA SOGRA - Não permaneça muito tempo no canal radicular; - Não pressione muito; - Faça o que tem de fazer e vá embora; INSTRUMENTAÇÃO RECÍPROCA - RECIPROC - antes de girar totalmente no canal, ela faz um movimentos de ida e volta recíprocas > corta 150º e destrava 30º (fica um ciclo de 120º) > com 3 ciclos ele finaliza uma volta completa > esse destravamento que ele faz diminui muito o risco de fratura quando encontra uma resistência dentinária. Benefícios do conceito de instrumentação recíproca 1. simplicidade: - apenas um instrumento - sem necessidade de mudar instrumentos - instrumento pronto para uso único 2. segurança: - reduz o risco de fratura de instrumento - minimiza o risco de contaminação cruzada 3. ganho de tempo: - menos etapas de trabalho - preparação mais rápida - sem a necessidade de esterilização pós-endo R 25: canal mais estreito : d25 R 40: canal intermediário: d40 R 50: canal mais amplo: d50 RADIOGRAFIA DE DIAGNÓSTICO - Se vejo a luz do canal e depois ela desaparece: canal parcialmente ou completamente invisível > R25 - Se o canal for visível em toda sua extensão > R40 OU R50 - Uso lima manual 20 até o CPT (de forma passiva) > vai ser R40 - Uso a lima manual 30 até o CPT (sem forçar para entrar) > vai ser R50 TÉCNICA OPERATÓRIA - Fazer exploração/cateterismo do canal com lima tipo K10 (R25), K20 (R40), K30 (R50); - Depois, levo a R25 ou (40 ou 50) até o CPT e faço avanços com 3 bicadas > irrigação; - Uso a própria lima travada no CPT pra fazer a odontometria do canal (CRT); - Avanço manualmente até o CRT com a lima K10 (se for R25 ), K20 (se for R40) OU k30 (se for R50); - Prosseguir com a R25 40 OU 50 até CRT; - PRONTO
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