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MENSAGENS
PORTUGUÊS 12.º ANO
SIMULADOR
DE EXAMEST
MANUAL CERTIFICADO
FACULDADE DE LETRAS
UNIVERSIDADE DE LISBOA
MANUAL DO PROFESSOR
Célia Cameira
Ana Andrade
Salomé Raposo
Fernando Pinto do Amaral
Rita Veloso
2 Índice geral
pp. EDUCAÇÃO LITERÁRIA
20 Mensagens cruzadas
22 Contextualização histórico-literária
1.1 Fernando Pessoa – Poesia do ortónimo
30 Contextualização literária
O fingimento artístico
31 Autopsicografia
33 Isto
A dor de pensar
36 Ela canta, pobre ceifeira
38 Gato que brincas na rua
Sonho e realidade
40
Não sei se é sonho, se realidade
Toda beleza é um sonho, inda que exista
A nostalgia da infância
43 Pobre velha música!
1.2 Bernardo Soares, Livro do Desassossego
50 Contextualização literária
Perceção e transfiguração poética do real
52 Eu nunca fiz senão sonhar
O imaginário urbano
61 Tudo é absurdo
O quotidiano; Deambulação e sonho: o observador 
acidental
64 Quando outra virtude não haja em mim
1.3 Fernando Pessoa – Poesia dos heterónimos
80 Contextualização literária
Alberto Caeiro
O fingimento artístico: Alberto Caeiro, o poeta 
«bucólico»
84 O Guardador de Rebanhos I
pp.
Reflexão existencial: Alberto Caeiro, o primado das 
sensações
88 O Guardador de Rebanhos II
Ricardo Reis
O fingimento artístico: Ricardo Reis, o poeta «clássico»
94 Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio
Reflexão existencial: a consciência 
e a encenação da mortalidade
97 Antes de nós nos mesmos arvoredos
98 Cada um cumpre o destino que lhe cumpre
Álvaro de Campos
O fingimento artístico: Álvaro de Campos; 
o poeta da modernidade
104 Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir
O imaginário épico: a exaltação do Moderno 
e o arrebatamento do canto
108
À dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas 
da fábrica
Reflexão existencial: sujeito, consciência e tempo; 
nostalgia da infância
113 Aniversário
1.4 Fernando Pessoa – Mensagem
124 Contextualização literária
Primeira Parte − Brasão
128 O dos Castelos
130 Ulisses
134 D. Sebastião, Rei de Portugal
Segunda Parte − Mar Português
136 O Infante
140 Mar Português
141 A Última Nau
Terceira Parte – O Encoberto
143 O Quinto Império
146 Nevoeiro
Unidade 1
 
Unidade 0
 
pp.
10 Avaliação diagnóstica 
Fernando Pessoa
Diagnóstico 
e Projeto de Leitura
3
pp. GRAMÁTICA
32
Classificação de orações.
Funções sintáticas. Coesão textual
33 Classificação de orações. Deixis
34 Deixis. Classificação de orações
37
Classificação de orações.
Classes e subclasses de palavras. Funções sintáticas
38
Classificação de orações.
Deixis. Coesão textual
41 Funções sintáticas
55 Deixis. Coesão textual
62 Coesão textual. Valor aspetual
66 Valor temporal e aspetual. Coerência textual
86
Classificação de orações.
Funções sintáticas
90
Reprodução do discurso no discurso.
Coesão textual.Funções sintáticas
97 Valor temporal. Valor aspetual
99 Subordinação. Coesão textual e deixis
114 Valor aspetual
129
Deixis. Classificação de orações.
Valor aspetual
131
Deixis. Classificação de orações.
Valor aspetual
137
Classificação de orações.
Deixis. Funções sintáticas
147
Coesão textual. Valor aspetual.
Classificação de orações.
pp. ORALIDADE
41 Texto de opinião: O Sono, Salvador Dalí (pintura)
62
Texto de opinião: «As Cidades», Rodrigo Leão 
(videoclipe)
86
Texto de opinião: Fotógrafos da Natureza (reportagem 
SIC)
120
Diálogo argumentativo: Eixo do Mal, sobre a 
atribuição do Prémio Nobel da Literatura a Bob 
Dylan
137
Apresentação oral: A dimensão simbólica dos heróis 
da Mensagem
147 Texto de opinião: Mensagem, Luís Vidal Lopes (filme)
pp. ESCRITA
34 Apreciação crítica: O Poeta, Marc Chagall (pintura)
38
Texto de opinião: Estória do Gato e da Lua, Pedro 
Serrazina (curta-metragem)
55
Apreciação crítica: «Cinegirasol», Os Azeitonas 
(videoclipe)
66
Texto de opinião: Filme do Desassossego, João 
Botelho (filme)
90
Apreciação crítica: Sem Título, Mahboobeh Pakdel 
(cartoon)
99
Texto de opinião: «Para ser grande, sê inteiro: nada», 
Ricardo Reis (poema) 
111
Exposição sobre um tema: Obras Públicas (Street Art 
− Graffiti) (reportagem) 
131
Exposição sobre um tema: «Viriato», Mensagem, de 
Fernando Pessoa (poema)
144 Apreciação crítica: Paz, Jota A. (cartoon)
pp. LEITURA
46
Apreciação crítica: «Um mapa para os caminhos de 
Fernando Pessoa», Carlos Maria Bobone, Observador
71 Diário: Diário VIII, Miguel Torga 
102
Artigo de opinião: «Nascer é um bom começo. O resto é 
discutível», Miguel Esteves Cardoso, Público
117
Memórias: Um garoto misterioso, Retalhos da Vida 
de um Médico, Fernando Namora
pp.
48 Síntese da subunidade 1.1: Poesia do ortónimo
73
Síntese da subunidade 1.2: Bernardo Soares, Livro 
do Desassossego
74 Mensagens em diálogo e em debate
75 Ficha formativa
93 Síntese da subunidade 1.3: Alberto Caeiro
103 Síntese da subunidade 1.3: Ricardo Reis
122 Síntese da subunidade 1.3: Álvaro de Campos
148 Síntese da subunidade 1.4: Mensagem
150 Mensagens em diálogo e em debate
151 Glossário
152 Ficha formativa
4
pp.
182
Síntese: «Sempre é uma companhia», Manuel da 
Fonseca
197 Síntese: «George», Maria Judite de Carvalho
198 Mensagens em diálogo e em debate
199 Glossário
200 Ficha formativa
pp. GRAMÁTICA
169 Valor temporal
175 Sequências textuais
187 Valor modal
pp. ESCRITA
175 Texto de opinião: A solidão dos tempos modernos
191
Apreciação crítica: As Três Idades da Mulher, 
Gustav Klimt (pintura)
pp. ORALIDADE
169
Texto de opinião: E se fosse Consigo, «Violência no 
Namoro» (reportagem)
pp. LEITURA
178 Exposição sobre um tema: A telefonia
Unidade 2
 
pp. EDUCAÇÃO LITERÁRIA
158 Mensagens cruzadas
160 Contextualização histórico-literária
163 Contextualização literária
165 «Sempre é uma companhia», Manuel da Fonseca
166 Dias solitários
172 O grande acontecimento
183 «George», Maria Judite de Carvalho
184 Encontro com o passado
189 Encontro com o futuro
Contospp. FICHAS INFORMATIVAS Unidade 1 – Fernando Pessoa
1.1 Fernando Pessoa – Poesia do ortónimo
35 FI 1 O fingimento artístico
39 FI 2 A dor de pensar
42 FI 3 Sonho e realidade
44 FI 4 A nostalgia da infância
45 FI 5 Linguagem, estilo e estrutura
1.2 Bernardo Soares, Livro do Desassossego
56 FI 1 Perceção e transfiguração poética do real
57 FI 2 Semântica I: valor temporal e valor aspetual
63 FI 3 O imaginário urbano
67 FI 4 O quotidiano
68 FI 5 Deambulação e sonho: o observador acidental
69 FI 6 Linguagem, estilo e estrutura
72 FI 7 Diário
1.3 Fernando Pessoa – Poesia dos heterónimos
Alberto Caeiro
87
FI 1 O fingimento artístico: Alberto Caeiro, o poeta 
«bucólico»
91
FI 2 Reflexão existencial: Alberto Caeiro, o primado 
das sensações
92 FI 3 Linguagem, estilo e estrutura
Ricardo Reis
96
FI 1 O fingimento artístico: Ricardo Reis, o poeta 
«clássico»
100
FI 2 Reflexão existencial: a consciência e a 
encenação da mortalidade
101 FI 3 Linguagem, estilo e estrutura
Álvaro de Campos
107
FI 1 O fingimento artístico: Álvaro de Campos: o 
poeta da modernidade
112
FI 2 O imaginário épico: A exaltação do Moderno; 
O arrebatamento do canto 
115
FI 3 Reflexão existencial: sujeito, consciência e 
tempo; nostalgia da infância
116 FI 4 Linguagem, estilo e estrutura
119 FI 5 Memórias
121 FI 6 Diálogo argumentativo
1.4 Fernando Pessoa – Mensagem
132 FI 1 Linguagem e estilo 
135 FI 2 O imaginário épico: exaltação patriótica
138 FI 3 O imaginário épico: dimensão simbólica do herói
142 FI 4 O imaginário épico: natureza épico-lírica da obra
145 FI 5 O Sebastianismo
5
pp.
Ana Luísa Amaral
Figurações do poeta
228 Visitações, ou poema que se diz manso
Arte poética
229 Soneto científico a fingir
Tradição literária
230 As pequenas gavetas do amor
Representações do contemporâneo
232 Metamorfoses
 
Unidade 3
 
pp. EDUCAÇÃO LITERÁRIA
206 Mensagens cruzadas
Miguel Torga
Figurações do poeta
209 Livro de Horas
Arte poética
211 Arte poética
Tradição literária
212 Sísifo
Representações do contemporâneo
213 S.Leonardo de Galafura
Eugénio de Andrade
Figurações do poeta
219 Agora as palavras
Arte poética
220 A sílaba, Sílaba a sílaba
Tradição literária
221 Green God
Representações do contemporâneo
222 Adeus
Poetas contemporâneos
pp. FICHAS INFORMATIVAS Unidade 2 – Contos
«Sempre é uma companhia», Manuel da Fonseca
170
FI 1 Caracterização das personagens. Relação entre 
elas 
Solidão e convivialidade
176
FI 2 Importância das peripécias inicial e final 
Linguagem e estilo. 
Caracterização do espaço: físico, psicológico 
e sociopolítico
179 FI 3 Linguística textual – sequências textuais
«George», Maria Judite de Carvalho
188
FI 1 A complexidade da natureza humana. 
Metamorfoses da figura feminina
192
FI 2 As três idades da vida.
O diálogo entre realidade, memória e imaginação
194 FI 3 Linguagem, estilo e estrutura
195 FI 4 Semântica II – valor modal 
pp. GRAMÁTICA
210
Deixis. Coesão textual.
Funções sintáticas
214
Valor aspetual. Deixis
Valor temporal. Campo semântico e campo lexical.
Classes e subclasses de palavras
pp. ESCRITA
214
Exposição sobre um tema: «Viagem», Miguel Torga 
(filme promocional)
220
Texto de opinião: O poder das palavras 
e a importância da sua escolha para o 
estabelecimento da comunicação
pp. ORALIDADE
231 Debate: The Gift, Julio Pot (curta-metragem)
pp. LEITURA
236 Diário: Diários de José Saramago
pp.
237 Síntese
238 Mensagens em diálogo e em debate
239 Glossário
240 Ficha formativa
pp. GRAMÁTICA
223
Funções sintáticas.
Classificação de orações. Valor aspetual
228 Deixis
229 Classificação de orações
231 Funções sintáticas
6
pp.
Representações do amor
277 Marcenda
278 Lídia
281 Ricardo Reis e Lídia
282 Ricardo Reis e Marcenda
283 Ricardo Reis e as duas Evas
284 Da indiferença à comoção
Deambulação geográfica e viagem literária 
286 Eu sou múltiplo
287 A cidade dezasseis anos depois
290 Primeira visita de Fernando Pessoa
291 Nova visita de Fernando Pessoa
Intertextualidade: José Saramago, leitor 
de Luís de Camões, Cesário Verde e Fernando Pessoa
293 Ricardo Reis e Cesário
294 Ricardo Reis, Pessoa e Camões
295 A derradeira viagem
Memorial do Convento
302 Contextualização literária
O título e as linhas de ação
305 O título e as linhas de ação
Linha de ação: construção do convento, a epopeia 
do trabalho
306 A promessa do rei
311 D. João V: o «Magnânimo»
313 D. Maria Ana Josefa
Visão crítica I
315 Recrutamento à força
317 Epopeia da pedra – os verdadeiros heróis de A a Z
318 Epopeia trágica
319 Vida miserável
Linha de ação: Baltasar e Blimunda, a sublimação 
do amor
322 Baltasar Sete-Sóis
323 Do auto da fé ao amor
325 A união de Blimunda e Baltasar
327 Blimunda Sete-Luas
328 Um homem e uma mulher
Linha de ação: a construção da passarola, 
o elogio do Sonho
331 O sonho de voar
pp. EDUCAÇÃO LITERÁRIA
246 Mensagens cruzadas
248 Contextualização histórico-literária
O Ano da Morte de Ricardo Reis
251 Contextualização literária
Representações do século XX – O espaço da cidade
253 Regresso à pátria
258 Lisboa real
259
Lisboa: o vergonhoso espetáculo do mundo
Lisboa anunciada
260 Lisboa profunda: rixas e funerais
261 Festividades na cidade
Representações do século XX – O tempo histórico 
e os acontecimentos políticos
264 A morte de Fernando Pessoa
266 O discurso do poder: a alienação e a indiferença
269 A repressão e a ordem: a PVDE
270
Movimentos contra o regime: a Revolta dos 
Marinheiros
271 Ventos de Espanha: o massacre de Badajoz
272 A Europa unida: comício contra o comunismo
Unidade 4
 
José Saramago
pp. FICHAS INFORMATIVAS Unidade 3 – Poetas contemporâneos
Miguel Torga
215
FI 1 Figurações do poeta
 Arte poética
 Tradição literária
 Representações do contemporâneo
217 FI 2 Linguagem, estilo e estrutura 
Eugénio de Andrade
224
FI 1 Figurações do poeta
 Arte poética
 Tradição literária
 Representações do contemporâneo
226 FI 2 Linguagem, estilo e estrutura 
Ana Luísa Amaral
233
FI 1 Figurações do poeta
 Arte poética
 Tradição literária
 Representações do contemporâneo
235 FI 2 Linguagem, estilo e estrutura 
7
pp.
Dimensão simbólica
334
Sete-Sóis e Sete-Luas
Os três Bês – a «trindade terrestre»
As vontades
335 O poder da música
339 Voo e queda da passarola
Dimensão simbólica – A perpetuação do amor
343 A procura de Blimunda
pp. GRAMÁTICA
265 Coesão textual. Valor temporal
267 Valor aspetual
283 Valor modal
294 Intertextualidade
296
Classificação de orações. Funções sintáticas.
Coesão textual. Valor aspetual
308 Valor modal
314
Funções sintáticas. Deixis.
Classificação de orações
315 Intertextualidade
324 Coesão textual
326 Valor temporal
333 Sequências textuais. Valor aspetual
336 Sequências textuais
345 Valor aspetual
pp. ORALIDADE
262 Apresentação oral: «Inquietação», A Naifa (canção)
289 Texto de opinião: A importância do fado
319
Texto de opinião: «Quem construiu Tebas, a de 
sete portas?», Bertolt Brecht (poema)
329
Apresentação oral: Perfeito, Mauricio Bartok 
(curta-metragem)
pp.
301 Síntese: O Ano da Morte de Ricardo Reis
351 Síntese: Memorial do Convento
352 Mensagens em diálogo e em debate
353 Glossário
354 Ficha formativa
pp. ESCRITA
273 Apreciação crítica: Salazar (documentário)
385 Apreciação crítica: Viver depois de ti (trailer)
296
Exposição sobre um tema: The Maze Runner: 
Correr ou Morrer, Wes Ball (trailer)
312
Apreciação crítica: Toda a Luz Tem a sua Sombra, 
Luc Vernimmen (cartoon)
340
Apreciação crítica: O Primeiro Voo, DreamWorks 
(curta-metragem)
345
Exposição sobre um tema: Intenção da fusão entre 
a História e a ficção em Memorial do Convento
pp. LEITURA
348
Artigo de opinião: «Na morte de José Saramago», 
Vasco Graça Moura (Diário de Notícias)
pp. FICHAS INFORMATIVAS Unidade 4 – José Saramago
O Ano da Morte de Ricardo Reis
256 FI 1 Linguagem e estilo
263
FI 2 Representações do século XX – O espaço da 
cidade 
268 FI 3 Texto e textualidade: intertextualidade 
274
FI 4 Representações do século XX – O tempo 
histórico e os acontecimentos políticos
280 FI 5 Representações do amor
297
FI 6 Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luís 
de Camões, Cesário Verde e Fernando Pessoa 
298 FI 7 Deambulação geográfica e viagem literária 
Memorial do Convento
309 FI 1 Linguagem e estilo
316 FI 2 Texto e textualidade: intertextualidade 
320
FI 3 Linha de ação: construção do convento, a 
epopeia do trabalho 
321 FI 4 Visão crítica I
330
FI 5 Linha de ação: Baltasar e Blimunda, a 
sublimação do amor
337 FI 6 Tempo histórico e tempo da narrativa
341
FI 7 Linha de ação: a construção da passarola, o 
elogio do Sonho
342 FI 8 Visão crítica II
346 FI 9 Dimensão simbólica
349
FI 10 Caracterização das personagens. Relação 
entre elas 
O DIAGNÓSTICO E PROJETO DE LEITURA
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
PROJETO DE LEITURA
Que livros ler?
O que fazer?
• Escrita
• Oralidade
Como divulgar?
Henri Lebasque, Rapariga à Janela, s.d.
10 Unidade 0 // DIAGNÓSTICO E PROJETO DE LEITURA
AVALIAÇÃO 
DIAGNÓSTICA
COTAÇÕES
Grupo I
A
1. 10 pontos
2. 10 pontos
3. 10 pontos
B
4. 10 pontos
5. 10 pontos
50 pontos
5
10
1 Galeões: naus de guerra.
Grupo I
A
Lê atentamente o seguinte poema.
Já foste rico e forte e soberano, 
Já deste leis a mundos e nações, 
Heroico Portugal, que o gram Camões 
Cantou, como o não pôde um ser humano! 
Zombando do furor do mar insano, 
Os teus nautas, em fracos galeões1, 
Descobriram longínquas regiões, 
Perdidas na amplidão do vasto oceano. 
Hoje vejo-te triste e abatido, 
E quem sabe se choras, ou então, 
Relembras com saudade o tempo ido? 
Mas a queda fatal não temas, não. 
Porque o teu povo, outrora tão temido, 
Ainda tem ardor no coração. 
Saúl Dias, in Luís Adriano Carlos (ed.), Saúl Dias – Obra Poética, 
«Obras Clássicas da Literatura Portuguesa», 3.ª ed., Porto, Campo das Letras, 2001. 
1. Refere o recurso expressivo presente nos versos 5 e 6 e explicitao modo como con-
corre para a glorificação do povo português.
2. Relaciona o conteúdo da última estrofe com os três tempos de Portugal representados 
no poema – o passado, o presente e o futuro –, fundamentando a tua resposta com 
elementos textuais.
3. Identifica a composição poética e caracteriza-a quanto à estrofe, ao metro e à rima.
Júlio Pomar, Camões, 1990.
CD 1
Faixa n.0 1 
PROFESSOR
Educação Literária
14.3; 14.4; 14.7; 14.8; 15.1; 
14.2 (12.o Ano).
Leitura
7.1; 7.2; 7.4; 7.7. 
(MC – 11.o Ano).
MC
A
1. A antítese presente nos versos 5 e 
6 coloca em contraste a fragilidade 
das embarcações e os tempestuosos 
mares com as quais os enfrentaram. 
Este contraste concorre para a glorifi-
cação deste povo ao realçar a sua cora-
gem e a sua ousadia («Zombando»), por 
ter enfrentado a fúria dos mares para 
alcançar o seu desígnio («Descobriram 
longínquas regiões / Perdidas na vasti-
dão do vasto oceano.»).
2. A estrofe 4 aponta para os três tem-
pos de Portugal: o passado, glorioso e 
heroico do seu «povo, outrora tão temi-
do», expresso na 1.a e 2. a estrofes («Já 
foste rico e forte e soberano, / Já deste 
leis a mundos e nações»), («Zombando 
[…], / Descobriram longínquas regiões, 
/ Perdidas na amplidão do vasto ocea-
no.»); o presente, de abatimento, de 
tristeza, visível na 3.a estrofe («Hoje 
vejo-te triste e abatido.»), de saudade 
desse passado glorioso («Relembras 
com saudade o tempo ido?»), atitude 
que pode conduzir à decadência; e o 
futuro, que, apesar do pessimismo e 
desânimo, se afigura bonançoso, pois 
o sujeito poético crê no entusiamo e 
na paixão do seu povo («Ainda tem ar-
dor no coração.»), essenciais à mudan-
ça, asseverando a sua esperança para 
Portugal (Mas a queda fatal não temas, 
não.»).
11Avaliação diagnóstica
B
Lê atentamente o seguinte texto.
Que seria do mundo sem os portugueses
Que seria do mundo do futebol e de 
outros desportos sem os portugueses? E 
da arquitetura? E da ciência? E da litera-
tura? E da engenharia espacial, mas tam-
bém de prédios, museus e pontes? E das 
artes, da música, da academia, da investi-
gação e tecnologia, do vinho, do turismo, 
da gastronomia […]. Isto, claro, para não 
falar dos portugueses de quinhentos que 
nos hão de inspirar para sempre por terem 
dado novos mundos ao mundo.
Passamos a vida a identificar boas prá-
ticas e boas notícias de gente de fora. […] 
Esquecemo-nos de que nós, os portugue-
ses, estamos sempre a fazer história. Não 
é só o Ronaldo que faz o mundo vibrar 
quando marca um golo. O Vhils também 
humaniza a paisagem aqui como na 
China; a Maria João Pires para tudo com 
a sua música; o António Horta Osório fala 
e é igualmente tido em conta dum canto 
ao outro neste universo macro e microeco-
nomicista; o Siza e o Souto Moura rasgam 
a paisagem e abrem horizontes amplos; a 
Paula Rego redesenha a pintura; Pessoa, 
Sophia e Saramago serão lidos ao longo 
de séculos, e por aí adiante.
Milhões de portugueses vivos e mor-
tos, conhecidos e anónimos, falam a 
mesma língua há oito séculos e deixam 
vestígios pelo mundo. Todo o mundo. […]
Sei de apps criadas por portugueses 
que mudaram o mundo a meio mundo. 
E conheço autores e programadores que 
transformaram a outra metade deste 
mundo. Falo, por exemplo, da Color 
ADD, a melhor app inclusiva premiada 
pelas Nações Unidas, que permite a 350 
milhões de daltónicos identificarem e 
verem as cores. Também sei de robots e 
invenções portuguesas fabulosas como 
a bússola que foi lançada para o espaço 
e permite medir o campo magnético de 
forma a saber a orientação dos satéli-
tes (e o que seria do mundo e da vida de 
cada um de nós sem os satélites!), mais 
os óculos de realidade aumentada a que 
um português adicionou equipamento de 
vídeo que permite ver para onde o olho 
está a olhar, e cuja câmara filma o olho, 
para através de um teclado virtual poder 
escrever apenas com os olhos. Se estes 
portugueses não salvam a humanidade, 
não sei quem a pode salvar, pois inven-
tam tecnologia sofisticadíssima que cria 
acessibilidades e inclusão, salvando pelo 
menos parte da humanidade doente. […]
Todos eles terão como ponto de par-
tida e de chegada uma interrogação: que 
seria do mundo sem os portugueses?
Confesso que a mim me soa mais 
como certeza e, daí, ter começado por 
retirar a interrogação do título.
Laurinda Alves, «Que seria do mundo sem os portugueses», in Observador, 24 de maio de 2016 
(disponível em www.observador.pt, consultado em junho de 2016, texto adaptado).
4. Identifica o género do texto que acabaste de ler, fundamentando a tua opção com três 
marcas características do mesmo.
5. Relaciona os textos A e B do Grupo I, apresentando dois aspetos comuns.
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PROFESSOR
3. O poema é um soneto, composto 
por duas quadras e dois tercetos, 
sendo os versos decassilábicos: Já / 
fos / te / ri / co e / for / te e / so / be / ra 
/ no. A rima é interpolada e empare-
lhada nas quadras e cruzada nos ter-
cetos, segundo o esquema rimático 
abba / abba / cdc / dcd.
B
4. Estamos perante um artigo de 
opinião. Três marcas características 
são, por exemplo, explicitação de um 
ponto de vista: «Passamos a vida a 
identificar boas práticas e boas notí-
cias de gente de fora. […] Esquece-
mo-nos de que nós, os portugueses, 
estamos sempre a fazer história.» 
(ll. 12-15); desenvolvimento de argu-
mentos: «Milhões de portugueses 
vivos e mortos, conhecidos e anóni-
mos, falam a mesma língua há oito 
séculos e deixam vestígios pelo 
mundo.» (ll. 28-31), e respetivos 
exemplos: «Sei de apps criadas por 
portugueses que mudaram o mundo 
a meio mundo.» (ll. 32-33); presença 
de discurso valorativo, neste caso, 
apreciativo, com a utilização de adje-
tivos como «boas» (l. 12), «fabulosas» 
(l. 41) e «sofisticadíssima» (l. 55). 
Também os recursos expressivos 
reforçam o juízo de valor apresen-
tado, como, por exemplo, a hipérbole 
– «a Maria João Pires para tudo com 
a sua música» (ll. 19-20); a metáfora – 
«o Siza e o Souto Moura rasgam a pai-
sagem e abrem horizontes amplos» 
(ll. 23-24), entre outros.
5. Os dois textos relacionam-se ao 
nível da temática. Em ambos se 
reflete sobre a situação de Portugal 
e dos portugueses e se expõe aspe-
tos negativos e positivos acerca do 
nosso país. No texto A, o estado deca-
dente do país contrasta com a espe-
rança de um futuro melhor («Porque 
o teu povo, outrora tão temido, 
/ Ainda tem ardor no coração.», 
vv. 13-14); no texto B, a tendência para 
menosprezarmos o que é nacional 
(«Passamos a vida a identificar boas 
práticas e boas notícias de gente de 
fora. […] Esquecemo-nos de que nós, 
os portugueses, estamos sempre a 
fazer história.», ll. 12-15) é revertida 
através de vários exemplos de feitos 
atuais dos portugueses («Se estes 
portugueses não salvam a huma-
nidade, não sei quem a pode salvar, 
pois inventam tecnologia sofistica-
díssima que cria acessibilidades e 
inclusão, salvando pelo menos parte 
da humanidade doente.», ll. 52-57).
12 Unidade 0 // DIAGNÓSTICO E PROJETO DE LEITURA
Grupo II
Caros cidadãos de Portugal,
Estive há dias no vosso país (acho eu) 
e parece que cometi um erro. Disse que 
Cristóvão Colombo era vosso compatriota 
quando, ao que parece, ele nasceu em 
Génova. O que significa que era grego, ou 
assim. Enfim, os povos do sul da Europa 
acabam por ser todos muito parecidos. 
Também tenho dificuldade em distin-
guir africanos e chineses. Sendo oriundo 
de uma potência como o Luxemburgo, 
estive muito ocupado a estudar a longa 
história do meu país, e a conhecer a sua 
vasta geografia. Por isso, faltou-me dis-
ponibilidade para me dedicar à história 
de países mais pequenos, como o vosso. 
Além disso, no Luxemburgo temos pou-
quíssimo contacto com portugueses, 
pelo que a minha ignorância está des-
culpada, creio eu. 
Vamos ao essencial. O meu obje-
tivo era comparar o socialismocom um 
período negro da história mundial. Por 
isso, escolhi inteligentemente uma 
época que os portugueses abominam: os 
Descobrimentos. Cristóvão Colombo era, 
na verdade, um socialista: ia sem saber 
para onde à custa dos contribuintes – e 
com que resultados? Nenhuns. Não 
admira que tenha sido esquecido pela 
história e que, hoje, alguns altos digni-
tários europeus nem saibam exatamente 
quem ele foi e onde nasceu. Diz-se que 
Cristóvão Colombo descobriu a América. 
Pois bem, eu já estive na América, e é 
enorme. Imaginem as vossas cidades de 
Málaga e Bordéus juntas. A América é 
ainda maior. Não é nada difícil de des-
cobrir. Vê-se do espaço. Perguntem ao 
vosso compatriota Neil Armstrong. Ele 
foi a Júpiter, e sabe do que fala.
Portugal é, sinceramente, a minha 
parte favorita de Angola, e tive o privi-
légio de poder confidenciar isto mesmo 
a Nelson Mandela, quando ele ainda 
jogava no Benfica. Nessa medida, […] 
o vosso país tem em mim um amigo. 
Creio que o desconhecimento mútuo é o 
melhor aliado da amizade. Quanto mais 
se conhece o outro, mais característi-
cas desagradáveis lhe descobrimos. E 
eu já demonstrei que não faço a mínima 
ideia de quem vocês são e do que fize-
ram. Terei todo o prazer em defender, na 
Comissão Europeia, os vossos interesses, 
mal descubra quais são.
Como dizia o vosso Cervantes: «Ser 
ou não ser, eis a questão.» Portugal 
tem de optar entre ser socialista, como 
Cristóvão Colombo, ou ser sábio e ajui-
zado, como eu. Avaliem a dimensão de 
ambas as figuras na história da Europa e 
do Mundo e decidam em conformidade. 
Gracias e hasta luego, como se diz aí.
Cordialmente,
 Jean-Claude Juncker
Ricardo Araújo Pereira, «Boca do Inferno», in Visão, 29 de maio de 2014 
(disponível em www.visao.sapo.pt, consultado em junho de 2016). 
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COTAÇÕES
Grupo II
1.1 5 pontos
1.2 5 pontos
1.3 5 pontos
1.4 5 pontos
1.5 5 pontos
2. 5 pontos
3. 10 pontos
4. 10 pontos
50 pontos
PROFESSOR
Gramática
17.1; 18.1; 18.2; 20.1. 
(MC – 11.o Ano).
MC
13Avaliação diagnóstica
1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que te permite 
obter uma afirmação correta.
1.1 As funções sintáticas desempenhadas pelos segmentos sublinhados em «Estive 
há dias no vosso país […]» (l. 1) são, respetivamente,
(A) modificador e complemento oblíquo.
(B) complemento oblíquo e modificador.
(C) predicativo do sujeito e modificador.
(D) modificador e predicativo do sujeito.
1.2 No contexto em que ocorre, a palavra destacada em «Enfim, os povos do sul da 
Europa acabam por ser todos muito parecidos» (ll. 6-8) contribui para a coesão
(A) lexical.
(B) frásica.
(C) interfrásica. 
(D) referencial.
1.3 O segmento destacado em «Sendo oriundo de uma potência como o Luxem-
burgo […]» (ll. 9-10) desempenha a função sintática de
(A) complemento do nome.
(B) complemento do adjetivo.
(C) modificador do nome restritivo.
(D) complemento oblíquo.
1.4 As orações destacadas em «Ele foi a Júpiter e sabe do que fala» (ll. 39-40) são, 
respetivamente,
(A) coordenada e subordinada substantiva completiva.
(B) coordenada e subordinada substantiva relativa sem antecedente.
(C) subordinante e subordinada substantiva relativa sem antecedente.
(D) coordenada e subordinada adjetiva relativa restritiva.
1.5 A expressão destacada em «[…] o vosso país tem em mim um amigo» (l. 46) 
desempenha a função sintática de
(A) modificador.
(B) complemento oblíquo.
(C) predicativo do complemento direto.
(D) complemento indireto.
2. Classifica os deíticos «vosso» (l. 15), «hoje» (l. 30) e «aí» (l. 64). 
3. Indica a função sintática do segmento destacado em «Avaliem a dimensão de ambas 
as figuras na história da Europa […]» (ll. 61-62). 
4. Comprova que o texto respeita os princípios da coerência, apesar de apresentar dados 
incompatíveis com o nosso conhecimento do mundo.
PROFESSOR
Grupo II
1.1. (D).
1.2. (C).
1.3. (B).
1.4. (B).
1.5. (A).
2. «vosso» – deítico pessoal; «hoje» 
– deítico temporal; «aí» – deítico 
espacial.
3. Complemento do nome.
4. O texto respeita todos os princí-
pios de coerência, embora apresente 
informações opostas ao conhe-
cimento que temos do mundo: a 
dimensão do Luxemburgo, apre-
sentado como uma «potência»; os 
Descobrimentos como «um período 
negro da história mundial», abo-
minado pelos portugueses; Neil 
Armstrong ser português e ter ido a 
Júpiter; Cervantes ser português e 
ter escrito uma expressão da autoria 
de Shakespeare, entre outras.
A ironia que percorre todo o texto 
está ao serviço de uma crítica, não 
compremetendo a sua estrutura, 
sentido ou eficácia comunicativa.
14 Unidade 0 // DIAGNÓSTICO E PROJETO DE LEITURA
Grupo III
1. Lê a afirmação de Roger Crowley, retirada de uma notícia.
«[Os Descobrimentos] têm de ser vistos como um todo: uma revolução na navega-
ção e na cartografia, que permitiu descobrir como unir o mundo fisicamente através 
de barcos, e ao mesmo tempo uma mudança radical no comércio. Em resumo, com os 
portugueses o mundo tornou-se global.»
João Céu e Silva, «Lisboa foi a Silicon Valley do fim do século XV», in Diário de Notícias, 
29 de março de 2016 (disponível em http://dn.pt, consultado em junho de 2016).
1.1 Redige um texto de opinião sobre a importância de Portugal e dos portugueses na 
globalização do mundo, no passado e no presente.
Grupo IV
Observa, atentamente, o seguinte cartoon.
Cartoon de Lopes, o repórter pós-moderno 
Luís Afonso, «País flutua» (disponível em http://www.sabado.pt/multimedia/ilustracoes.html).
A partir da leitura do cartoon, elabora um texto de opinião, de quatro a seis minutos, em 
que reflitas sobre o papel dos jovens enquanto agentes de mudança na sociedade. A tua 
exposição oral deve contemplar os seguintes tópicos:
• leitura do cartoon, relacionando-o com o tema a abordar;
• a importância da juventude na sociedade;
• áreas potenciais de transformação;
• ações de dinamização junto dos jovens.
COTAÇÕES
Grupo III
40 pontos
Grupo IV
30 pontos
PROFESSOR
Escrita
10.1; 11.1; 12.1; 12.2; 12.3; 
12.4; 13.1.
Oralidade
5.1; 5.2; 5.3; 5.4; 6.1; 
6.2; 6.3. 
(MC – 11.o Ano).
MC
Grupo III
Sugestão de resposta:
• O fenómeno da globalização teve 
início no séc. XV, com os Descobri-
mentos portugueses: o avanço das 
técnicas de navegação e da cartogra-
fia permitiu a união física dos mares; 
desenvolvimento e mundialização do 
comércio, através da troca de mer-
cadorias; movimentação de recursos 
materiais e humanos (emigração); 
aproximação de culturas; desenvol-
vimento da economia da Europa Oci-
dental; …
• Do séc. XV à atualidade: fenómeno 
da colonização; fenómeno da emi-
gração para diversos pontos do globo 
e consequente influência e partici-
pação dos portugueses em diversas 
áreas (cultura, ciência, política, eco-
nomia,…).
Grupo IV
Sugestão de resposta:
• O cartoon de Luís Afonso apresenta 
Portugal como um colchão insuflá-
vel, no meio do oceano, e o comen-
tário por parte de um jornalista, 
dizendo que «ainda flutua»; isto é, 
ainda há esperança, muito provavel-
mente, os jovens terão um papel cru-
cial no «salvamento» do país:
• a importância da juventude na 
sociedade – os jovens são bastante 
importantes na sociedade, pelo seu 
espírito inovador, capacidade de 
mover os seus pares e os adultos e, 
sobretudo, pela sua índole sonha-
dora e vontade de transformar a 
sociedade;
• áreas potenciais de transformação 
– mudança de mentalidades na sua 
família, no meio escolar e comunitá-
rio em que se inserem.
15Avaliação diagnóstica
COTAÇÕES
Grupo V
1. 6 pontos
2. 6 pontos
3. 6 pontos
4. 6 pontos
5. 6 pontos
30 pontos
Grupo V
Escuta atentamente a canção «A gente vai continuar», de Jorge Palma, do álbum No 
Tempo dos Assassinos (2002). Seleciona, para cada uma das questões abaixo apresenta-
das, a resposta que considerares mais correta, de acordo com o sentidoda letra. 
1. Inicialmente, o sujeito lírico incita 
(A) à continuação do estado reflexivo.
(B) a uma mudança da postura corporal.
(C) à continuação da postura corporal.
(D) a uma mudança de comportamento.
2. Simbolicamente, o vocábulo «estrada» pode ter como sinónimo
(A) esperança.
(B) desespero.
(C) dinheiro.
(D) saudade.
3. A expressão «ventos e mar» evoca
(A) o clima português.
(B) um passado de glória.
(C) a posição geográfica portuguesa.
(D) os obstáculos à estrada.
4. Considerando as temáticas abordadas, não é contemplada a 
(A) do consumismo.
(B) das dependências.
(C) da desistência.
(D) da liberdade.
5. A mensagem global da canção é a de que devemos
(A) saber desistir dos nossos sonhos quando perdemos.
(B) esperar por ventos e mar favoráveis aos nossos sonhos.
(C) perseguir os sonhos dos nossos antecessores.
(D) perseguir os nossos sonhos enquanto houver esperança.
Fotografia de Rita 
Carmo, Jorge Palma 
no CCB, 2016.
PROFESSOR
Grupo IV 
(cont.)
• ações de dinamização junto dos 
jovens – é urgente fomentar ações 
deste tipo, de modo a consciencializá-
-los da sua influência na sociedade e 
da necessidade de mudança de men-
talidades, aproximando-os de causas 
públicas e da política; por outro lado, 
é urgente criarmos condições para 
que os jovens não tenham de emigrar, 
podendo efetivamente transformar a 
sua pátria.
Grupo V
Oralidade
1.1; 1.3; 1.4; 1.5.
(MC – 11.o Ano).
MC
 
1. (D).
2. (A).
3. (B).
4. (C).
5. (D).
▪ Link
«A gente vai continuar», 
Jorge Palma
▪ Documento 
Letra da canção 
«A gente vai continuar»
▪ Ficha formativa
Soluções para projeção
16
PROJETO DE LEITURA
LITERATURA PORTUGUESA
DIONÍSIO, Mário, O Dia Cinzento e Outros Contos
FERREIRA, José Gomes, Calçada do Sol: Diário Des-
grenhado de um Qualquer Nascido no Princípio do 
Século XX
GERSÃO, Teolinda, A Árvore das Palavras 
KNOPFLI, Rui, Obra Poética (poemas escolhidos)
MOURÃO-FERREIRA, David, Obra Poética (poemas 
escolhidos)
NAMORA, Fernando, Retalhos da Vida de um Médico
NEGREIROS, Almada, Nome de Guerra
PESSANHA, Camilo, Clepsydra
PINA, Manuel António, Como se Desenha uma Casa
RÉGIO, José, Poemas de Deus e do Diabo
SÁ-CARNEIRO, Mário de, Indícios de Oiro
LITERATURA DE EXPRESSÃO PORTUGUESA
AGUALUSA, José Eduardo, O Vendedor de Passados 
ALMEIDA, Germano, Estórias de dentro de Casa 
ANDRADE, Carlos Drummond de, Antologia Poética 
(poemas escolhidos) 
ASSIS, Machado de, Memórias Póstumas de Brás Cubas 
HONWANA, Luís Bernardo, Nós Matámos o Cão-Tinhoso 
PATRAQUIM, Luís Carlos, O Osso Côncavo e Outros Poe-
mas (poemas escolhidos)
TAVARES, Paula, Como Veias Finas da Terra
LITERATURA UNIVERSAL
Anónimo, As Mil e uma Noites (excertos escolhidos) 
BORGES, Jorge Luís, Ficções 
CENDRARS, Blaise, Poesia em Viagem 
(poemas escolhidos)
BELLOW, Saul, Jerusalém – Ida e Volta
GARCÍA LORCA, Federico, Antologia Poética (poemas 
escolhidos) 
GARCÍA MÁRQUEZ, Gabriel, Cem Anos de Solidão 
GOGOL, Nikolai, Contos de São Petersburgo 
KAFKA, Franz, Contos
KAVAFIS, Konstandinos, Poemas e Prosas 
(poemas escolhidos)
LEVI, Primo, Se Isto é um Homem 
MÁRAI, Sándor, As Velas Ardem até ao Fim 
MURAKAMI, Haruki, Auto-retrato do Escritor enquanto 
Corredor de Fundo 
NERUDA, Pablo, Vinte Poemas de Amor e uma Canção 
Desesperada 
ORWELL, George, 1984 
PAMUK, Orhan, Istambul
PAZ, Octavio, Antologia Poética (poemas escolhidos) 
PROUST, Marcel, Em Busca do Tempo Perdido. Vol. 1: 
Do Lado de Swann 
STRINDBERG, August, Menina Júlia
TABUCCHI, Antonio, O Tempo Envelhece Depressa
WHITMAN, Walt, Folhas de Erva (poemas escolhidos) 
WOOLF, Virginia, A Casa Assombrada e Outros Contos 
XINGJIAN, Gao, Uma Cana de Pesca para o meu Avô
Que livros ler? 
A lista de livros apresenta vários títulos, dos quais terás de escolher um ou dois, de acordo com as 
indicações do teu professor, para desenvolveres um trabalho no âmbito do Projeto de Leitura.
17
O que fazer? 
A partir da obra que selecionaste, desenvolve uma das seguintes atividades propostas.
1. Exposição
Prepara uma exposição, escrita (130 a 170 palavras) ou oral (5 a 7 minutos), de acordo com os seguintes tópicos:
Introdução
• informação sobre o autor e a obra. 
Desenvolvimento
• apresentação do conteúdo global da obra (tema, organização);
• semelhanças e diferenças em relação ao que estudaste em determinada unidade, apoiadas em exemplos.
Conclusão 
• síntese dos aspetos mais relevantes da obra.
2. Apreciação crítica 
Faz uma apreciação crítica, escrita (200 a 300 palavras) ou oral (2 a 4 minutos), em que apresentes os seguintes tópicos:
Introdução
• informação sucinta sobre o autor e a obra, seguida de uma breve descrição do seu conteúdo.
Desenvolvimento
• comentário crítico da obra, fundamentado em argumentos suportados por excertos ilustrativos;
• semelhanças e diferenças com o que estudaste em determinada unidade, apoiadas em exemplos.
Conclusão
• informação sobre a importância da divulgação e do conhecimento da obra;
• recomendação da sua leitura.
3. Texto de opinião 
Elabora um texto de opinião, escrito (200 a 300 palavras) ou oral (4 a 6 minutos), em que apresentes os seguintes aspetos:
Introdução
• informação sucinta sobre o autor e a obra.
Desenvolvimento
• explicitação do teu ponto de vista sobre a obra, adotando uma perspetiva clara e pertinente, fundamentada em 
argumentos, suportados por excertos ilustrativos;
• utilização de um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito) sobre a obra;
• semelhanças e diferenças com o que estudaste em determinada unidade, apoiadas em exemplos.
Conclusão
• informação sobre a importância da divulgação e do conhecimento da obra;
• recomendação da sua leitura.
Como divulgar?
Partilha o teu texto escrito
• no jornal da escola;
• no blogue da biblioteca da tua escola;
• no site de uma livraria online ou num site sobre livros 
que permita adicionar comentários de utilizadores.
Partilha o teu texto oral
• sob a forma de apresentação oral à turma;
• num programa da rádio da tua escola (acompanhando-o 
de músicas sugestivas);
• sob a forma de vídeo/vlogue no YouTube, Facebook ou ou- 
tro site de partilha de vídeos.
1 FERNANDO PESSOA
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Contextualização histórico-literária 
Almada Negreiros, Retrato de Fernando Pessoa (pormenor), 1964.
Inês Pedrosa 
É escritora e colabora em programas de rádio (A Páginas Tantas, Antena 1) 
e televisão (O Último Apaga a Luz, RTP3). Foi diretora da Casa Fernando 
Pessoa entre 2008 e 2014. 
Além de contos, crónicas e biografias, publicou sete romances: 
A Instrução dos Amantes (1992), Nas Tuas Mãos (1997, Prémio Máxima 
de Literatura), Fazes-me Falta (2002), A Eternidade e o Desejo (2007), 
Os Íntimos (2010, Prémio Máxima de Literatura), Dentro de Ti Ver o 
Mar (2012) e Desamparo (2015). Os seus livros estão publicados na 
Alemanha, no Brasil, na Croácia, em Espanha e em Itália. 
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Escrever para desassossegar
«Nunca conheci quem tivesse levado porrada/ 
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em 
tudo.» A minha paixão por Fernando Pessoa nas-
ceu neste Poema em Linha Recta, assinado por 
Álvaro de Campos, que descobri aos 13 anos. 
Trinta e três anos depois, em 2008, tive a alegria 
de organizar um concerto no Terreiro do Paço, em 
Lisboa, com rappers e grupos de hip-hop cantando a 
poesia de Pessoa e dos seus heterónimos. Mas Pessoa 
vive além da máquina da heteronímia; é o coração 
febril do tímido e arguto Fernando que bomba o san-
gue dos outros, distintos e iguais a ele. Criar perso-
nagens faz parte da natureza humana, todos somos 
vários, a não ser que escolhamos ser apenas sombras 
movidas por uma ambição qualquer, que sempre é 
nada. O engenheiro Campos é a figura pessoana que 
prefiro – navio iluminado ateando ondas na noite da 
língua e do pensamento. 
O génio de Pessoa consistiu em transformar em 
texto as experiências-limite da existência. O seu 
projeto não era o decriar novidades ou sensações 
literárias, mas de, escrevendo, sangrar a vida e com-
preender as paixões que a compõem. Foi um filósofo 
valente. O autor desse romance sem história onde 
todos os romances estão contidos, o Livro do Desas-
sossego que nunca me canso de reler, e que é um ven-
daval de ideias e de intuições fulgurantes, usou todos 
os métodos, processos e correntes literárias, desfi-
brando-os, subvertendo-os, estoirando-os: depois 
dele, o belo e o bom nunca mais foram os mesmos 
– e, sobretudo, nunca mais foram absolutos. Pessoa 
é a velocidade supersónica e a imobilidade estelar; a 
máxima dispersão e o extremo rigor. Nos seus diários 
de juventude (Prosa Íntima e de Autoconhecimento, 
edição de Richard Zenith, Assírio & Alvim) escreve: 
«Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompleta-
mente, como se o meu ser participasse de todos os 
homens, […] Com os meus passos treme a luz das 
estrelas. […] Pareceu-me sempre que ser era ousar; 
que querer era aventurar-se.» A aventura pessoana de 
explorar as múltiplas variantes do ser, na sua autenti-
cidade radical, acompanha-nos para lá do tempo. Fer-
nando Pessoa atreveu-se a escavar destemidamente a 
verdade da condição humana – é para isso que serve 
a literatura. 
Inês Pedrosa 
(texto inédito, 2017)
mensaGens CrUzadaS
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Pessoa(s) sem fim
Sou a mais nova de uma família grande e, como 
lá em casa cada um falava para seu lado e geral-
mente muito alto, tive de lutar bastante por aten-
ção e tempo de antena. Consegui-os aos seis anos 
com umas quadras que, embora não tão boas como as 
de Fernando Pessoa, impressionaram os adultos. Mas 
em boa verdade a poesia estava dentro de mim desde 
sempre e é provável que tenha ouvido os primeiros poe-
mas de Pessoa ainda na barriga da minha mãe: é que 
os meus pais cantavam ambos muito mal e preferiam 
recitar-nos versos a embalar-nos com canções desafina-
das... Fizeram bem, porque a poesia é o género literário 
que consegue dizer mais coisas com menos palavras e, 
ainda por cima, goza da vantagem de ter música. E, 
se é certo que não temos de gostar todos dos mesmos 
poetas, com Fernando Pessoa podemos ficar descansa-
dos, porque ele, sozinho, é um monte de escritores para 
todos os gostos. Talvez seja por isso que o meu “Pes-
soa & heterónimos” favorito foi mudando ao longo do 
tempo. Até à adolescência, eu gostava mesmo era da 
Mensagem e de ver desfilar nas suas páginas a história 
e as figuras de um Portugal heróico que se atrevera ao 
mar das Descobertas e nos enchia de orgulho; lembro-
-me até de, numa festa da escola, recitar empoleirada 
numa cadeira, o «Mar Português» e, tantos anos decor-
ridos, continuo a sabê-lo de cor. Depois, naquela idade 
em que os nossos sentidos parecem sobrepor-se à razão, 
agarrei-me com unhas e dentes ao Guardador de Reba-
nhos de Alberto Caeiro, no qual li que podíamos pensar 
com os olhos e os ouvidos, as mãos e os pés, o nariz e 
a boca, e que «pensar uma flor é vê-la e cheirá-la». Ele 
é que me entendia... Logo a seguir vieram os primei-
ros desgostos de amor (acontece a todos e faz parte da 
dolorosa maravilha que é crescer) e então foi a vez de 
Álvaro de Campos se tornar o meu poeta de eleição; 
nem precisava de ir ao volante de um Chevrolet pela 
Estrada de Sintra e olhar o modesto casebre na paisa-
gem para perceber que, como ele escrevera, «A vida ali 
deve ser feliz, só porque não é a minha.» As paixonetas 
que chorava nessa altura felizmente passaram, mas dura 
até hoje a minha paixão pelos poemas do senhor enge-
nheiro... Que tem, mesmo assim, um rival: já eu estava 
na faculdade, surgiu o Livro do Desassossego, assinado 
por Bernardo Soares, um maravilhoso texto em prosa 
feito de mil bocadinhos arrumados como as peças de 
um puzzle. Enquanto não o li, foi um desassossego. E 
depois de o ler também: como era possível um livro que 
não tinha sequer uma história ser tudo menos enfado-
nho? Confesso que com Ricardo Reis, que é o preferido 
da minha melhor amiga, não me lembro de sentir uma 
empatia por aí além; mas, enfim, nos anos que me res-
tam sabe-se lá se ele não acaba por me conquistar.
Maria do Rosário Pedreira
(texto inédito, 2017)
Maria do Rosário Pedreira
Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas e foi professora 
durante cinco anos, o que a influenciou a escrever para jovens. 
Ingressou na carreira editorial em 1987, sendo atualmente 
responsável pelo lançamento de novos autores portugueses. 
Escreve poesia, ficção e literatura juvenil, tendo ainda um 
blogue dedicado aos livros. 
22 Unidade 1 // FERNANDO PESSOA
Contextualização histórico-literária
Datas e acontecimentos
1888
Nascimento de Fernando Pessoa, em Lisboa.
1890
Ultimatum Britânico: a Grã-Bretanha exige a retirada 
imediata das tropas portuguesas dos territórios entre Angola 
e Moçambique. O governo português cede e inicia-se uma 
mobilização patriótica a nível nacional.
1891
Revolta republicana a 31 de janeiro, no Porto, na tentativa 
de derrube da monarquia e de implantação da República.
1892
Crise financeira e bancarrota.
1908
Regicídio de D. Carlos e assassínio do seu herdeiro, 
D. Luís Filipe.
Ascensão ao trono de D. Manuel II, segundo filho de D. 
Carlos.
Avanço da causa republicana.
1910
Revolução republicana de 5 de outubro e Implantação da 
República. 
Constituição de um governo provisório, presidido por Teófilo 
Braga, e preparação de eleições.
Início de um conturbado período político (até 1926, tomam 
posse 8 presidentes e são constituídos 45 governos).
1911
Aprovação da Constituição da I República e eleição de 
Manuel de Arriaga para Presidente da República.
1914-1918
I Guerra Mundial. Participação de Portugal na Guerra.
1917
Sidónio Pais é eleito Presidente da República, sendo 
assassinado no ano seguinte.
1926
Início do período de Ditadura Militar, com o general Gomes 
da Costa.
Textos e obras
1910-1932 
Revista A Águia* (5 séries).
1911 
Marânus, Teixeira de Pascoaes.
1914
A Confissão de Lúcio e Dispersão, Mário de 
Sá-Carneiro.
1915
Revista Orpheu* (2 n.os). 
1916
Manifesto Anti-Dantas, Almada-Negreiros.
Revistas Centauro (1 n.o) e Exílio (1 n.o).
1917
Revista Portugal Futurista* (1 n.º).
1922-1926
Revista Contemporânea* (3 séries, 13 n.os).
1924-1925
Revista Athena* (1 série, 5 n.os).
1927-1940
Revista Presença (54 n.os).
1934
Mensagem, Fernando Pessoa.
1928 
O General Carmona é eleito Presidente da 
República.
António de Oliveira Salazar assume a pasta das 
Finanças no governo.
1932 
Salazar ascende a chefe de governo.
1933 
Início do Estado Novo.
1935
Morte de Fernando Pessoa, no Hospital de São 
Luís dos Franceses, em Lisboa.
* Algumas das revistas em que Pessoa publicou textos diversos.
23Contextualização histórico-literária
1. Pessoa e a sua época
[E]m 1915, Pessoa declara duas coisas importantes em carta a 
Côrtes-Rodrigues: a primeira é a sua consciência de que «ter uma 
ação sobre a humanidade, contribuir com todo o poder do meu 
esforço para a civilização» se tornaram os «graves e pesados fins» 
da sua vida; a segunda é a sua fundamental «ideia patriótica», 
que ele apresenta como «uma consequência de encarar a sério 
a arte e a vida». […]
É em torno dos anos 20 que Pessoa tem maior atividade 
política. É um período de transição na vida nacional que sucede 
à agitada presidência de Sidónio Pais em 1918. A aura messiânica 
desta figura desperta um grande entusiasmo popular, mas num 
quadro de confusão e violência que culmina com o seu assassinato. 
É também, de novo, um tempo de paz depois do Armistício da Pri-
meira Grande Guerra.
Pode dizer-se que Pessoa vive o apogeu da afirmação nacionalista, movi-
mento e ideologia nascido no século XVIII na Europa Ocidental e na América, 
que vai crescendo ao longo do século XIX e conduz à violência extrema das guerras 
no século XX. No contexto português, e na sequência dos traumas políticosdo Ulti-
matum e do Regicídio, desde a Geração de 70 até à Renascença Portuguesa de 1910, 
a ideia de regeneração nacionalista adquire um tom de urgência que mobiliza todas 
as correntes ideológicas e atravessa todas as práticas culturais.
Por outro lado, a história de Pessoa é de alguém cuja educação se faz em duas 
culturas nacionais, e para sempre fica dividido entre duas línguas e dois mundos. É, 
nisso, uma personagem atípica no drama do nacionalismo português, que tem em 
Antero e Pascoaes dois protagonistas. […]
 Poder-se-ia, então, descrever Pessoa como um republicano sebastianista, ou, tal-
vez melhor, como um nacionalista liberal, mas com variações que podem ir, nada 
menos, que do anarquista ao monárquico. Ou seja, que podem abarcar polos opos-
tos do espectro ideológico. E avulta na sua atuação pública, também, uma vontade 
fundamental de defesa da liberdade de expressão, quer nos manifestos de 1923 quer, 
mais tarde, como a sua violenta recusa de Salazar. 
Fernando Cabral Martins, Introdução 
ao Estudo de Fernando Pessoa, Lisboa, 
Assírio & Alvim, 2014, pp. 154-166.
5
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30
Ilustração do Regicídio de 1 de 
fevereiro de 1908, no Terreiro do Paço, 
em Lisboa (autor desconhecido).
Joshua Benoliel, Proclamação da República, Câmara 
Municipal de Lisboa, 5 de outubro de 1910. 
PROFESSOR
Leitura
7.1; 7.3; 7.4; 8.1; 8.2.
Educação Literária
16.1.
MC
▪ Apresentação em PowerPoint
Contextualização histórico-literária
24 Unidade 1 // FERNANDO PESSOA
2. O Modernismo
Pela sua abrangência cronológica, pela sua dispersão geocultural e até pelas 
suas contradições internas, o Modernismo constitui, antes de mais, um conceito 
difuso. [...]
Numa perspetiva de largo alcance, pode dizer-se que o Modernismo se 
estende desde os finais do século XIX (cerca de 1890, segundo alguns auto-
res), até depois da 2.ª Guerra Mundial, mesmo até ao final dos anos 50, 
quando vão aflorando teorias e práticas culturais classificadas como pós-mo-
dernistas; numa perspetiva mais restrita, o Modernismo estende-se das véspe-
ras da Primeira Guerra Mundial até à segunda guerra mundial, sendo que os 
anos 20 e 30 são o seu tempo mais fecundo. Em Portugal, o aparecimento e a 
maturação do Modernismo relacionam-se com a relevância cultural assumida 
por algumas revistas e naturalmente pelos autores que nelas colaboram; os 
marcos decisivos da afirmação modernista são constituídos, em 1915, pelos 
dois números da revista Orpheu1 (um terceiro, já em provas, acabou por não 
vir a público). A par desta, outras revistas servem de lugar de manifestação 
literária e doutrinária do Modernismo português: Centauro e Exílio (1916), 
Contemporânea (1922-1926) e Athena (1924-1925); entre 1927 e 1940 publica-se 
a revista Presença, que não só faz ecoar o legado cultural da chamada Geração de 
Orpheu como, segundo alguns autores, pode ser considerada o órgão cultural de um 
segundo Modernismo português.
Um outro aspeto problemático da caracterização genérica do Modernismo tem 
que ver com a confluência, nesse tempo histórico-cultural, de múltiplos movimentos 
de uma forma ou de outra envolvidos na dinâmica modernista. Deparamos aqui com 
um importante componente da herança finissecular2 que se prolonga no Modernismo; 
com efeito, se no final do século XIX se multiplicam os «ismos» – uma multiplicação 
que é evidência de grande efervescência cultural e, simultaneamente, de uma certa crise 
ideológica –, no tempo do Modernismo essa tendência chega a assumir contornos 
de paroxismo3 ou então de provocação deliberada. O Ultraísmo4, o Criacionismo5, o 
Imagismo6, o Vorticismo7, o Construtivismo*, o Expressionismo*, o Cubismo* e ainda 
(no contexto do Modernismo português) o Sensacionismo*, o Intersecionismo*, um 
incipiente Paúlismo*, o Neopaganismo* e o Futurismo* [...] são alguns desses «ismos». 
Deles ficou, nalguns casos, testemunho notório da vocação inovadora e experimental 
do Modernismo; noutros casos, eles patenteiam [...] a necessidade de aprofundar e 
especializar facetas específicas da poética do Modernismo. [...]
Do ponto de vista ideológico, o Modernismo incorpora e potencia valores que 
estimulam a reinterpretação da pessoa feita personagem, tendo em atenção um está-
dio civilizacional exteriormente pujante e eufórico, mas atravessado, no seu inte-
rior, por tensões e excessos de muito problemática harmonização. Noutros termos, 
dir-se-á que o tempo histórico-civilizacional do Modernismo é o de uma época de 
acentuada industrialização e de intenso desenvolvimento das comunicações que 
anulam distâncias, tudo congraçado8 num conceito quase obsessivo, traduzido na 
palavra mágica que na época se impõe: a Modernização, semanticamente relacio-
nada com o termo-conceito Modernismo.
Carlos Reis, O Conhecimento da Literatura, Coimbra, 
Edições Almedina, 2008, pp. 453-461.
1 Orpheu: retoma do nome de uma per-
sonagem da mitologia grega. Conhe-
cido pelas suas qualidades musicais, 
é representado na literatura acompa-
nhado da sua lira e como símbolo da 
música, da poesia e da arte. 
2 Finissecular: de fim de século.
3 Paroxismo: excesso, exagero.
4 Ultraísmo: movimento surgido em 
Madrid, em 1918, cujo principal 
objetivo era sintetizar todas as ten-
dências da vanguarda mundial.
5 Criacionismo: filosofia da liber-
dade, radicado nas infinitas 
capacidades criadoras do pensa-
mento, que dinamicamente se 
liberta dos determinismos natu-
rais e sociais.
6 Imagismo: movimento literário 
modernista que teve no poeta 
norte-americano Ezra Pound 
(1885-1972) o seu maior impul-
sionador. Caracteriza-se pela 
produção de poemas breves, que 
recriam sensações visuais.
7 Vorticismo: corrente vanguar-
dista britânica, desenvolvida 
pelo pintor inglês Wyndham 
Lewis (1882-1957), que pro-
curou conceber uma linguagem 
inovadora, capaz de representar 
as sensações de atividade e movi-
mento próprias da civilização 
industrial, através do abstracio-
nismo e da disposição concên-
trica das figuras representadas.
8 Congraçado: harmonizado, in- 
cluído.
* Consultar Glossário no final da 
Unidade 1, p. 151.
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40
O Notícias Ilustrado, 1929.
25Contextualização histórico-literária
3. A Geração de Orpheu
Por inícios da guerra de 1914-18 reuniram-se os fatores de um movimento esté-
tico pós-simbolista em Lisboa. Aí se conheceram, entre outros, Fernando Pessoa, cuja 
adolescência se formara na África do Sul, dentro da cultura inglesa, Mário de Sá-Car-
neiro, que entre 1913-16 passou grande parte do tempo em Paris, Almada-Negreiros 
e Santa-Rita Pintor, que traziam de Paris as novidades literárias e sobretudo plásti-
cas de futurismo e correntes afins. A estas e outras personalidades do grupo atribui 
a opinião pública sinais de degenerescência9, mas hoje é fácil reconhecer que eles 
produzem, em conjunto, a maior renovação poética portuguesa deste século. Parti-
cularidades de formação e temperamento relacionáveis com uma maior instabilidade 
social, e com influências cosmopolitas mais ou menos diretas, haviam-nos alheado 
tanto dos republicanos jacobinos como de um tradicionalismo mais ou menos novir-
romântico. Alguns manifestos como o Ultimatum de Almada-Negreiros e o de Álvaro 
de Campos, no Portugal Futurista, exprimem até o repúdio de todas as formas de 
idealismo romântico da pequena burguesia e também de todas as formas culturais que 
assumiam no tempo, quer esse idealismo, quer as suas mistificações. Pessoa colabo-
rou em A Águia, mas dando do saudosismo uma versão extremista e provocatória, e 
rompendo as últimas amarras que o poderiam, dubiamente, prender ao senso comum 
do tempo.
Neste grupo, e afins, cujos órgãos principais foram Orpheu (2 números, 1915), Eh 
real!/ (1 n.o, 1915), Centauro (1 n.o, 1916), Exílio (1 n.o, 1916), Ícaro (3 n.os, 1916), 
Portugal Futurista (1 n.o 1917), Contemporânea (1922-26, 3 séries, 13 n.os), Athena 
(1 série, 1924-25, 5 n.os), Revista Portuguesa (1923)e Sudoeste (S.W., 3 vols., 1935), 
nada há de definidamente programático: com a irreverência iconoclástica10, que uti-
liza todas as formas possíveis de publicidade, mesmo as mais cabotinas11, alternam 
apenas da metapsíquica12, da astrologia e uma religiosidade heterodoxa13 e esotérica14. 
Em vez do escândalo político à Gomes Leal, é o escândalo dos costumes e do senso 
comum que traz a notoriedade.
António José Saraiva & Óscar Lopes, «Geração de “Orpheu”» in História da Literatura 
Portuguesa, 16.ª ed., Porto, Porto Editora, 2010, pp. 1039-1040. 
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25
José de Almada-Negreiros, 
Poetas do Orpheu, 1954.
9 Degenerescência: declínio, degra-
dação.
10 Iconoclástica: que rejeita os mo- 
delos literários do passado e qual-
quer inscrição social ou religiosa.
11 Cabotinas: que se acham impor-
tantes, pretensiosas.
12 Metapsíquica: ciência que estuda os 
fenómenos paranormais.
13 Heterodoxa: que abule qualquer 
religião.
14 Esotérica: que é relativa ao 
oculto ou ao sobrenatural.
Frontispício do número 1 da 
revista Orpheu, 1915.
26 Unidade 1 // FERNANDO PESSOA
4. Algumas temáticas modernistas
• A euforia do moderno e da tecnologia.
• A relação poeto-dramática da heteronímia.
• O tédio, a dissolução do sujeito, a morte.
• A crise existencial (a máscara, o retrato, o espelho).
• A exploração da psique (mente) humana.
• A fragmentação, a despersonalização.
• A sinceridade e o fingimento. 
• … 
Fonte: Carlos Reis, O Conhecimento da Literatura, 
Coimbra, Edições Almedina, 2008, pp. 462-468.
CONSOLIDA
1. Elabora tópicos que sistematizem as ideias-chave dos textos 1, 2 e 3, organizando-os 
sequencialmente.
Guilherme de Santa-Rita, Perspetiva 
dinâmica de um quarto ao acordar, 1912.
Pablo Picasso, Menina com Bandolim, 1910. Paul Klee, Caminhos principais e 
caminhos secundários, 1929.
Amadeo de Souza-Cardoso, Retrato 
de Médico, 1917.
PROFESSOR
Consolida
1. Sugestão de tópicos
Texto 1
• Desejo de Fernando Pessoa de agir 
sobre a humanidade, contribuindo 
com a sua arte para a civilização.
• A ideia de patriotismo advém da sua 
forma de encarar a arte e a vida.
• Anos 20: maior intervenção política 
de Pessoa.
• Influência do presidente Sidónio 
Pais: misto de espírito messiânico, 
entusiasmo popular, mas também 
violência, que culminará com o assas-
sinato presidencial.
Texto 2 
• Modernismo: conceito difuso.
• Balizas temporais: latamente, entre 
finais do século XIX até depois da 2.a 
Guerra Mundial (anos 50); restrita-
mente, das vésperas da 1.a Guerra 
Mundial até à 2.a Guerra Mundial.
• Período mais fecundo: anos 20 e 30.
• Em Portugal, os marcos do Moder-
nismo constituem-se em 1915 com os 
dois números da revista Orpheu.
• Várias revistas são lugares de mani-
festação literária e doutrinária do 
Modernismo.
• O Modernismo é confluência de 
múltiplos movimentos – herança 
finissecular mas também conse-
quência quer da grande efervescên-
cia cultural, quer de uma certa crise 
ideológica.
• Alguns «ismos» portugueses: Futu-
rismo, Sensacionismo, Intersecio-
nismo, …
• O Modernismo potencia a reinter-
pretação da pessoa feita persona-
gem, num contexto pujante e eufórico 
exterior, contudo atravessado por 
tensões e excessos interiores.
• O seu tempo histórico-civilizacional 
pauta-se pelo conceito de Moderni-
zação – acentuada industrialização e 
intenso desenvolvimento das comu-
nicações.
Texto 3
• O encontro de personalidades com 
percursos pelo estrangeiro (Fer-
nando Pessoa – África do Sul; Mário 
de Sá-Carneiro, Almada-Negreiros e 
Santa-Rita Pintor – Paris) conduziu ao 
nascimento do movimento estético 
pós-simbolista.
• Na altura, tiveram péssima aceita-
ção por parte do público; atualmente, 
é incontornável o seu contributo na 
maior renovação poética portuguesa 
do século XX. 
• Constituem um grupo avesso ao 
tradicionalismo, ao novirromantismo 
burguês, que repudiam em alguns 
manifestos.
• Órgãos principais deste grupo 
foram, por exemplo, Orpheu, Cen-
tauro, Exílio, … que escandalizam os 
costumes da época.
27Contextualização histórico-literária
[NOTA BIOGRÁFICA] DE 30 DE MARÇO DE 1935
Nome completo: Fernando António Nogueira Pessoa.
Idade e naturalidade: Nasceu em Lisboa, freguesia dos Mártires, no prédio n.º 4 do Largo de S. Carlos 
(hoje do Diretório) em 13 de junho de 1888.
Filiação: Filho legítimo de Joaquim de Seabra Pessoa e de D. Maria Madalena Pinheiro Nogueira. Neto 
paterno do general Joaquim António de Araújo Pessoa, combatente das campanhas liberais, e de D. Dio-
nísia Seabra; neto materno do conselheiro Luís António Nogueira, jurisconsulto e que foi Diretor-Geral do 
Ministério do Reino, e de D. Madalena Xavier Pinheiro. 
Ascendência geral: misto de fidalgos e judeus.
Estado: Solteiro.
Richard Zenith (ed.), «[Nota Biográfica] de 30 de março de 1935», 
in Escritos Autobiográficos, Automáticos e de Reflexão Pessoal, 
Lisboa, Assírio & Alvim, 2003, pp. 203-206.
5. Eu… Fernando Pessoa
CONSOLIDA
1. Procede a uma audição atenta da Nota Biográfica completa, escrita pelo próprio Fer-
nando Pessoa. Redige uma ideia-chave para cada um dos tópicos apresentados.
Tópicos
a) Ideologia política:
b) Posição religiosa:
c) Posição patriótica:
d) Posição social:
1.1 Depois de uma segunda audição do texto, verifica as tuas respostas.
Bilhete de Identidade de Fernando Pessoa.
g , j q
a.
CD 1
Faixa n.0 2 
PROFESSOR
Oralidade
2.1. 
Educação Literária
16.1. 
MC
▪ Link 
Grandes Portugueses – Fernando 
Pessoa
▪ Link 
Fernando Pessoas – Um texto sobre 
Pessoa de José Saramago
▪ Áudio 
[Nota Biográfica] de 30 de março de 
1935, de Fernando Pessoa
Consolida
1. a) defensor do sistema monárquico, 
mas, sendo inviável em Portugal, vota-
ria pela República; b) cristão gnóstico; 
c) partidário de um nacionalismo 
rústico e defensor de um novo Sebas-
tianismo; d) anticomunista e antisso-
cialista.
28 Unidade 1 // FERNANDO PESSOA
6. Ele… Fernando Pessoa
Nasceu em Lisboa no dia 13 de junho de 1888. Após a morte do pai, em 1893, 
a mãe casa com o cônsul de Portugal em Durban, África do Sul. Vive e estuda em 
Durban até 1905; neste ano regressa a Portugal, instalando-se em Lisboa onde viverá, 
até à sua morte, em casa de familiares ou em quartos alugados.
Trabalha como correspondente comercial em firmas diversas, na área da Baixa de 
Lisboa, junto ao Tejo. Publica em revistas e jornais textos poéticos e de estética ou 
filosofia que assina com o seu nome, o ortónimo Fernando Pessoa, ou com os nomes 
de Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, a quem ele atribui biografia e 
personalidade distintas da sua, procurando impô-los como seres reais: os heterónimos.
Nunca se preocupou em fazer uma carreira literária, e era praticamente ignorado 
pelo público à data da sua morte em 1935. Só em 1942, sob a direção de João Gaspar 
Simões e Luís de Montalvor, a sua obra poética começa a sair em volume.
Para Octavio Paz1, o seu segredo está escrito no seu nome: Pessoa quer dizer 
pessoa em português e origina-se de persona, máscara dos atores romanos. Roman 
Jakobson2 considera-o um dos grandes artistas mundiais nascidos durante a penúltima 
década do século [XIX] […]. Para Alain Bosquet3, ele é um dos temperamentos líri-
cos mais consideráveis da nossa época […]. Antonio Tabucchi4 atribui-lhe um radica-
lismo intelectivo […]. Para Álvaro de Campos, Fernando Pessoa é o mais puramente 
intelectual da sua geração: «a sua força reside na análise intelectual do sentimento e da 
emoção, por ele levada a uma perfeição que quase nos deixa com a respiração suspensa.»
Nuno Júdice, PESSOA, ETC…, Lisboa, Instituto Português do Livro,
 Ministério da Cultura, 1985, pp. 11-12.
CONSOLIDA
1. Com base no texto, classifica as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F). Corrige 
as afirmações falsas.
a) Fernando Pessoa estudou na África do Sul e, após o seu regresso a Portugal, vive em 
Lisboa, cidade onde nasceu, até à data da sua morte, em 1935.
b) Pessoa dedicou-se à escrita, publicandonumerosos livros ao longo da sua vida.
c) As suas publicações, em jornais e revistas, foram assinadas com o seu nome ou com 
os nomes dos seus heterónimos, seres reais, com biografia e personalidade próprias.
d) Pessoa é considerado um grande escritor por individualidades de renome mundial 
da literatura.
1 Octavio Paz: Octavio Paz 
Lozano (1914-1998), poeta, 
ensaísta, tradutor e diplomata 
mexicano. Recebeu o Nobel de 
Literatura de 1990. 
2 Roman Jakobson: pensador 
russo (1896-1982), que se tor-
nou num dos maiores linguistas 
do século XX e pioneiro da aná-
lise estrutural da linguagem.
3 Alain Bosquet: jornalista, poeta, 
ensaísta e romancista francês de 
origem russa (1919-1998).
4 Antonio Tabucchi: escritor ita-
liano (1943-2012), professor 
de Língua e Literatura Por-
tuguesa na Universidade de 
Siena. Dedicado ao estudo da 
figura de Fernando Pessoa, 
produziu ensaios sobre o autor 
e traduziu obras suas.
5
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15
20
PROFESSOR
Consolida
1. 
a) V.
b) F. Pessoa publicou textos poéticos 
e de estética ou filosofia em revistas 
e jornais; somente em 1942 a sua obra 
poética começa a sair em volume.
c) F. [...] seres que procurou impor 
como reais [...].
d) V.
29Poesia do ortónimo
1•1
FERNANDO 
PESSOA
POESIA DO ORTÓNIMO
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Poesia do ortónimo
• O fingimento artístico 
• A dor de pensar 
• Sonho e realidade
• A nostalgia da infância
• Linguagem, estilo e estrutura
– recursos expressivos: a anáfora, a 
antítese, a apóstrofe, a enumeração, 
a gradação, a metáfora e a 
personificação
LEITURA
Textos informativos
Apreciação crítica
COMPREENSÃO DO ORAL
Registos áudio e audiovisuais
EXPRESSÃO ORAL
Texto de opinião
ESCRITA
Apreciação crítica
Texto de opinião
GRAMÁTICA
Classes e subclasses de palavras
Sintaxe
– funções sintáticas
– classificação de orações
Discurso, pragmática e linguística textual
– coesão textual
– deixis 
Júlio Pomar, Fernando Pessoa, 1988.
30 Unidade 1 // FERNANDO PESSOA
Contextualização literária
1. Fernando Pessoa ortónimo
Pessoa ortónimo distingue-se por traços peculiares: avesso ao sentimentalismo, 
as suas finas emoções são pensadas, ou são já vibrações da inteligência, vivências de 
estados imaginários: «Eu simplesmente sinto / Com a imaginação. / Não uso o cora-
ção.» Com musical suavidade, em breves poesias de metro geralmente curto, e através 
de símbolos consagrados (a noite, o rio, o mar, a brisa, a fonte, as rosas, o azul), mais 
raro de cunho moderno (o andaime, o cais), fiel à tradição poética «lusitana» e não 
longe, por vezes, da quadra popular, Pessoa exprime ou insinua a solidão interior, 
a inquietação perante o enigma indecifrável do mundo, o tédio, a falta de impulsos 
afetivos de quem, minado pelo demónio da análise, já nada espera da vida – ou então 
os vagos acenos do inefável, o breve acordar da infância, a magia da voz que se cala, 
mal o poeta se põe a escutar.
Jacinto do Prado Coelho, «Pessoa», in Dicionário de Literatura: Literatura Portuguesa, Literatura Brasi-
leira, Literatura Galega, Estilística Literária, 4.ª ed., vol. 3, Porto, Figueirinhas, 1989, pp. 821-822.
2. Pessoa: entre esta vida e a outra
Em Fernando Pessoa há a expressão musical e subtil do frio, do tédio e dos anseios 
da alma, de estados quase inefáveis em que se vislumbra por instantes «uma coisa 
linda», nostalgias de um bem perdido que não se sabe bem qual foi, oscilações quase 
impercetíveis de uma inteligência extremamente sensível, e até vivências tão profun-
das que não vêm «à flor das frases e dos dias» mas se insinuam pela eufonia dos versos, 
pelas reticências de uma linguagem finíssima. Lirismo puro (se impura, no dizer do 
poeta, é a humanidade em que se enraíza), voz de anima1 que se confessa baixinho, 
num tom menor, melancólico de uma resignação dorida, agravada, de quem 
sofre a vida incapaz de a viver. [...]
Quando lhe chega aos ouvidos uma vaga música desconhecida que não parece 
ser deste mundo, agradece e sorri, embora com tristeza, porque essa música vem 
sempre do outro lado do muro intransponível [...]. Existiu ou foi imaginada? 
Não sabe responder. Hesita entre uma fé ocultista [...] e a suspeita de que tudo 
é sonho ou aparência sem fundo, esta vida e a outra que pressentiu. 
Jacinto do Prado Coelho, Unidade e Diversidade em Fernando Pessoa, 
8.ª ed., Lisboa, Editorial Verbo, 1985, pp. 41-42.
CONSOLIDA
1. Explicita as características pessoanas que os textos evidenciam. 
1 Anima: (latim) alma.
5
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5
10
Fernando Pessoa na Baixa de Lisboa.
PROFESSOR
Leitura
7.1; 7.2; 8.1. 
MC
Consolida
1. O primeiro texto enfatiza a questão 
do fingimento artístico, em que as 
emoções são transfiguradas, inte-
lectualizadas. É desta forma que 
exprime as suas permanentes inquie-
tações sobre o mundo. 
O segundo texto remete para a 
demanda permanente de Pessoa – a 
ânsia de alcançar «esta vida e a outra 
que pressentiu». Entre a sensação (da 
«música») e o que está «do outro lado» 
há um «muro intransponível»; esta 
constante inquietação resulta em 
insatisfação e tristeza.
▪ Apresentação em PowerPoint 
Contextualização Literária
31
O fingimento artístico
PONTO DE PARTIDA
1. Partindo do título do poema – «Autopsicografia» –, analisa os constituintes da palavra e 
esclarece o seu significado global. 
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.1
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa, Poesia do Eu – Obra Essencial 
de Fernando Pessoa (ed. Richard Zenith), 3.ª 
ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 2014, p. 241.
1. Identifica a proposição presente no primeiro verso do poema, justificando o uso da ter-
ceira pessoa do singular.
2. Explica como se processa o ato de «fingir», tendo em conta os três últimos versos da 
primeira estrofe. 
3. Indica o recurso expressivo que introduz uma nova entidade no 
poema, esclarecendo a sua relevância para o processo literário. 
4. Explicita como se processa a fruição artística por parte desta nova entidade.
1 Fingidor (do latim): aquele 
que modela, forma, representa, 
esculpe.
SIGA
Recursos expressivos
p. 383
5
10
auto psico grafia
René Magritte, A Arte da Conversação, 1963.
Poesia do ortónimo – O fingimento artístico
CD 1
Faixa n.0 3
PROFESSOR
O fingimento artístico
Leitura
8.1; 8.2.
Educação Literária
14.1; 14.2; 14.3; 14.4; 14.8; 
14.9; 15.3.
Gramática
17.1.
MC
▪ Apresentação em PowerPoint
Texto poético (características)
Ponto de Partida
1. Os radicais AUTO- (próprio); 
PSICO- (espírito) e -GRAFIA (escrita, 
descrição) sugerem as várias partes 
envolvidas no processo de escrita e 
que são indissociáveis. 
Educação Literária
1. A proposição que se expõe é a de 
que o poeta é um «fingidor», no sen-
tido de construtor de imagens poé-
ticas. O uso da terceira pessoa do 
singular torna a proposição univer-
sal, válida para todos os poetas. 
2. O ato de fingir, a dor sentida, em 
imagens poéticas, atinge um grau 
de perfeição estética de tal ordem 
(«finge tão completamente»), que a 
«dor fingida» (a da escrita) se afigura 
mais real ao eu lírico do que a que 
sentiu (na realidade) e intelectuali-
zou.
3. O recurso expressivo é a perífrase 
(«os que leem o que escreve», v. 
5), introduzindo os leitores como 
elementos fundamentais para o 
processo literário. A poesia só faz 
sentido se for lida e interpretada 
pelos leitores.
4. A fruição da obra de arte dá-se 
pela intelectualização da dor fingida 
do poeta, isto é, a «dor lida», cuja 
intensidade é expressa pelo advérbio 
«bem», é fruto da interpretação do 
leitor.
32 Unidade 1 // FERNANDO PESSOA
5. Considerando as «dores» referidas nas duas primeiras estrofes, estabelece as corres-
pondências adequadas,relativamente ao processo de criação artística.
Dores Processo de criação artística
a) dor sentida 1. interpretação/fruição subjetiva.
b) dor fingida 2. experiência emocional, imprescindível à criação literária.
c) «dor lida» (v. 6)
3. intelectualização da experiência, filtragem da emoção 
espontânea.
6. Expõe, por palavras tuas, o processo de criação poética, na pers-
petiva de Fernando Pessoa. 
7. Explicita o sentido da última estrofe enquanto conclusão do poema.
GRAMÁTICA
1. Classifica as orações destacadas nos seguintes versos:
a) «Não as duas que ele teve» (v. 7).
b) «Mas só a que eles não têm» (v. 8).
c) «Que chega a fingir que é dor» (v. 3).
2. Identifica a função sintática dos elementos destacados.
a) «O poeta é um fingidor» (v. 1)
b) «Na dor lida sentem bem» (v. 6)
c) «E assim nas calhas de roda» (v. 9)
d) «Esse comboio de corda» (v. 11)
3. Estabelece as correspondências corretas entre os exemplos textuais 
da coluna A e os mecanismos de construção da coesão textual aciona-
dos na coluna B.
A
a) «Que chega a fingir que é dor / A dor 
que deveras sente» (vv. 3-4)
b) «E os que leem o que escreve» (v. 5)
c) «Mas só a que eles não têm» (v. 8)
FI
O fingimento artístico
p. 35
SIGA
Funções sintáticas
pp. 372-373
SIGA
Coesão textual
pp. 377-378
SIGA
Coordenação e 
subordinação
pp. 373-374
B
1. Coesão gramatical: interfrásica.
2. Coesão gramatical: referencial.
3. Coesão gramatical: frásica.
4. Coesão lexical: reiteração.
5. Coesão lexical: substituição.
PROFESSOR
5. a) – 2; b) – 3; c) – 1.
6. O ato de fingimento, de intelec-
tualização, é de tal modo intenso e 
completo que a primeira dor (a dor 
sentida) deixa de o ser para se trans-
formar numa dor elaborada intelec-
tualmente (a dor fingida). Em suma, 
o poeta transmuta as emoções e 
experiências vividas no real para o 
plano do intelecto e das ideias, trans-
formando-as em imagens poéticas, 
disponibilizadas para a fruição e inter-
pretação dos leitores.
7. O conector adverbial «assim» apre-
senta um valor inferencial, conclu-
sivo, procedendo-se, nesta estrofe, à 
sistematização da teoria da criação 
poética, a partir de uma sucessão 
de metáforas. O «coração», ligado à 
emoção, é «um comboio de corda», 
um brinquedo sem autonomia, que 
alimenta a razão, fornecendo-lhe 
matéria-prima para a criação. A 
razão condiciona o movimento desse 
«comboio», mantendo-o entretido e, 
ao mesmo tempo, disciplinado «nas 
calhas de roda». Deste modo, o fingi-
mento poético, a criação artística, é 
a transformação intelectual da emo-
ção, a matéria-prima do intelecto, em 
imagens poéticas, sendo o poema um 
produto da intelectualização. 
Gramática
1. a) Oração subordinada adjetiva rela-
tiva restritiva; b) Oração subordinada 
adjetiva relativa restritiva; c) Oração 
subordinada adverbial consecutiva.
2. a) Predicativo do sujeito; b) Modi-
ficador; c) Modificador restritivo do 
nome; d) Sujeito.
3. a) – 4; b) – 1; c) – 2.
33Poesia do ortónimo – O fingimento artístico
EDUCAÇÃO LITERÁRIA
Isto
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra cousa ainda.
Essa cousa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério1 do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Fernando Pessoa, op. cit., p. 262.
1. O poema parece ser uma resposta a possíveis reações à teoria da criação poética 
expressa em «Autopsicografia». 
1.1 Confirma esta hipótese com elementos textuais.
2. Explicita a dicotomia imaginação/emoção presente nos três últimos versos da primeira 
estrofe.
3. Comprova que o sujeito poético, na segunda estrofe, utiliza um 
recurso expressivo para desenvolver esta dicotomia e reforçar a 
sua teoria. 
4. Atenta nos quatro primeiros versos da última estrofe e explica como se processa o ato 
de criação artística.
5. Relaciona o sentido do último verso do poema com os papéis do poeta e do leitor.
6. Refere a relação estabelecida entre o título do poema e o seu conteúdo. 
7. Caracteriza o texto poético quanto à estrofe, métrica e rima.
SIGA
Recursos expressivos
p. 383
1 Sério: certo.
Norberto Nunes, Dizem que 
finjo ou minto, 2011. 
5
10
15
CD 1
Faixa n.0 4 
PROFESSOR
Educação Literária
14.2; 14.3; 14.4; 14.8; 14.9; 
15.2; 15.3.
Gramática
17.1.
Esrita
10.1; 11.1; 12.1; 12.2; 12.3; 12.4; 
12.6; 13.1.
MC
Educação Literária
1.1 Os dois primeiros versos confirmam 
esta hipótese – «Dizem que finjo ou 
minto / Tudo que escrevo»: o sujeito 
indeterminado («Dizem») sugere que 
houve reações (erróneas e negativas) 
à sua teoria poética apresentada em 
«Autopsicografia». A essas «críticas» 
responde com um incisivo «Não», pas-
sando, seguidamente, a esclarecer o 
motivo por que «fingir», no seu enqua-
dramento teórico, não é «mentir».
2. O sujeito poético refuta a acusação 
de que é alvo, afirmando a sinceridade 
e espontaneidade do ato de criação 
poética («simplesmente»), ao sentir 
«com a imaginação», não usando «o 
coração». Reforça a ideia de que a cria-
ção poética implica, apenas, a emoção 
intelectualizada, a que foi filtrada pela 
inteligência, ou seja, as sensações/
emoções são somente matéria poética 
«em bruto», que devem ser, primeiro, 
ficcionadas/imaginadas e só poste-
riormente materializadas em poesia.
3. O sujeito poético compara as suas 
emoções (os seus anseios, vivências, 
insucessos, isto é, a realidade que vive e 
experiencia) a «um terraço», uma espé-
cie de capa («Sobre outra cousa ainda»), 
sobre aquilo que considera ser perfeito 
e que o fascina: a poesia, o produto da 
intelectualização dessas emoções .
4. O sujeito poético conclui, argumen-
tando que, ao escrever, se distancia da 
realidade, liberta-se «[d]o que […] está 
ao pé» (o mundo material, o «coração», 
as aparências, o «terraço»), pois está 
ciente de que a criação da obra de arte, 
aquilo que é realmente verdadeiro e 
belo, só se pode concretizar através 
deste distanciamento. 
5. Através da interrogação retórica 
«Sentir?» e da exclamação «Sinta quem 
lê!», ambas de clara intenção irónica, 
o sujeito poético vem, uma vez mais, 
reforçar a sua teoria: o distanciamento 
do poeta do «coração» no ato de criação, 
pela intelectualização das sensações, 
introduzindo um novo interveniente, o 
leitor, a quem reserva as emoções sus-
citadas pela leitura do poema.
34 Unidade 1 // FERNANDO PESSOA
GRAMÁTICA
1. Identifica os deíticos presentes no poema e indica o respetivo referente. 
2. Classifica as orações subordinadas presentes na frase «Dizem que 
finjo ou minto / tudo que escrevo.» (vv. 1-2).
ESCRITA
Apreciação crítica
1. Observa com atenção a pintura.
1.1 Prepara uma apreciação crítica, tendo em conta os seguintes tópicos:
• descrição sucinta;
• descrição simbólica;
• relação com os poemas de Pessoa estudados;
• comentário crítico.
No final, faz a revisão do teu texto. Verifica a construção das frases, a clareza 
do discurso, as repetições desnecessárias e a utilização dos conectores.
SIGA
Apreciação crítica
pp. 362-363 
SIGA
Deixis
p. 378
SIGA
Coordenação e 
subordinação
pp. 373-374
Marc Chagall, O Poeta, 1911.
PROFESSOR
6. A teoria poética que apresenta, tudo 
aquilo que escreve e como escreve, 
pode resumir-se no pronome demons-
trativo «Isto», que intitula o poema.
7. A composição poética é constituída 
por três quintilhas, apresenta versos 
hexassilábicos («Di/zem/ que/ fin/jo ou/
min/to»), com rima cruzada e empare-
lhada, segundo o esquema ababb.
Gramática
1. Deíticos pessoais e temporais: 
«finjo», «minto», «escrevo», «sinto», 
«uso», «sonho», «passo», «escrevo» 
(referente: o momento do ato enun-
ciativo); deíticos pessoais: os prono-
mes «eu» e «me» e o determinante 
possessivo «meu» (referente: sujeito 
poético).
2. Subordinada substantiva comple-
tiva e subordinada adjetiva relativa 
restritiva .
Escrita
Sugestão de resposta:
1.1 Podemos observar,

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