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USO DA ENERGIA EÓLICA COMO ALTERNATIVA PARA MITIGAR O AGRAVAMENTO DE EFEITO ESTUFA

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USO DA ENERGIA EÓLICA COMO ALTERNATIVA PARA MITIGAR O 
AGRAVAMENTO DO EFEITO ESTUFA 
 
 
Thiago Fleury Fernandes de Oliveira1 
Harlen Inácio dos Santos2 
 
Universidade Católica de Goiás – Departamento de Engenharia – Engenharia Ambiental 
Av. Universitária, Nº 1440 – Setor Universitário – Fone (62)3227-1351. 
CEP: 74605-010 – Goiânia - GO. 
 
 
 
 
Resumo: Em uma época em que se discute amplamente a questão ambiental, a geração de energia 
elétrica torna-se uma grande vilã quando o assunto é emissão de gases de efeito estufa e degradação 
ambiental. Dentre as soluções, intensifica-se em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, a 
utilização das fontes renováveis de energia. Entre elas, destaca-se a energia produzida a partir dos 
ventos (eólica) demonstrando competitividade com os sistemas convencionais. Através de amplas 
pesquisas bibliográficas em diversos documentos especializados neste tema, esse artigo visa analisar 
o uso da energia eólica e sua introdução na matriz energética nacional. Ao final, constata-se que 
este tipo de energia está em grande ascendência, e que é de muita valia para reduzir as emissões de 
gases do efeito estufa e incrementar a matriz energética nacional aumentando sua eficiência. 
 
 
Palavras-chave: Energia Eólica, Alternativa, Fontes Renováveis de Energia, Efeito 
Estufa, Aquecimento Global. 
 
 
Abstract: In a time where environmental issues are widely discussed, electric energy generation 
becomes a huge villain when the matter is emission of greenhouse gases and environmental 
degradation. Amongst the solutions, the utilization of renewable energy sources is intensified in 
several parts of the world, Brazil included. Amidst them, the energy produced from the winds 
(eolic) is intensified demonstrating being competitive against conventional systems. Through largely 
bibliographic researches in several specialized documents on the subject, this paper aims to analyze 
the usage of eolic energy and its introduction on the national energetic matrix. In the end, it’s noted 
that this kind of energy is in great growth, and has a great value to reduce the emission of 
greenhouse gases and to increment the national energetic matrix increasing its efficiency. 
 
 
 
Key- words: Eolic Energy, Alternative, Renewable Energy Sources, Greenhouse Effect, 
Global Warming. 
 
 
 
Goiânia, dezembro de 2008. 
 
1 Acadêmico do curso de Engª Ambiental da Universidade Católica de Goiás. (tffoliveira@hotmail.com) 
2 Orientador Profº Dr. Dep. Engª Universidade Católica de Goiás - UCG. (harlen10@uol.com.br) 
 2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A crescente preocupação com as questões ambientais, em especial o aumento ou 
intensificação do efeito estufa, que ficou retratado como aquecimento global, vem estimulando a 
realização de pesquisas de desenvolvimento tecnológico que visam atingir uma sustentabilidade 
ambiental. Por isso, as fontes renováveis de energia terão participação cada vez mais relevante 
na matriz energética global nas próximas décadas. 
A energia dos ventos é uma abundante fonte de energia renovável, limpa e disponível em 
todos os lugares. Ela é obtida pela energia cinética contida nas massas de ar em movimento 
(vento). A utilização desse tipo de energia tem aplicações milenares, e foi uma das primeiras 
formas energéticas de tração não animal utilizada pelo homem para mover os barcos, 
impulsionados por velas, ou fazer funcionar a engrenagem de moinhos (Figura 1), ao mover as 
suas pás. Nos moinhos de vento a energia eólica era transformada em energia mecânica, utilizada 
na moagem de grãos e bombeamento de água. 
 
 
Figura 1: Moinhos de vento na Espanha (http://pt.wikipedia.org/wiki/Moinhos_de_vento, 2008). 
 
A utilização desta fonte energética para a geração de eletricidade, em escala comercial, 
teve início há pouco mais de 30 anos e através de conhecimentos da indústria aeronáutica os 
equipamentos para geração eólica evoluíram rapidamente em termos de idéias e conceitos 
preliminares para produtos de alta tecnologia. No início da década de 70, com a crise mundial do 
petróleo, houve um grande interesse, principalmente, de países europeus e dos Estados Unidos 
em desenvolver equipamentos para produção de eletricidade que ajudassem a diminuir a 
dependência do petróleo e carvão. 
O mundo precisa, portanto, de energia barata e limpa para permitir o crescimento 
econômico sem prejudicar o meio ambiente, ou seja, precisamos conciliar um futuro sustentável 
com o aumento da produção de energia. A solução está na busca da eficiência energética e no 
 3 
 
desenvolvimento de tecnologias limpas, ecologicamente sustentáveis. 
Assim, com a finalidade de contribuir com a discussão sobre este tema, o presente artigo 
tem como objetivo analisar o uso da energia eólica como fonte renovável e limpa, e apresentar o 
seu respectivo potencial gerador de energia elétrica, podendo ser ela uma alternativa energética e 
grande aliada no combate a emissão de gases do efeito estufa. 
 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
Segundo o relatório do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 
2007), o maior aumento das emissões globais de gases de efeito estufa entre 1970 e 2004 se deu 
no setor de oferta de energia (um aumento de 145%). Portanto, sem entrar em previsões funestas, 
podemos constatar que a energia deve ser produzida do modo mais limpo possível, ser gerada o 
mais próximo possível e deverá estar disponível para o futuro. 
Novos investimentos em infra-estrutura na área de energia nos países em 
desenvolvimento, modernização da infra-estrutura de energia nos países industrializados e 
políticas que promovam a segurança energética podem, em muitos casos, criar oportunidades 
para que se alcancem reduções de emissões de gases de efeito estufa em relação aos cenários da 
linha de base. Os co-benefícios adicionais são específicos de cada país, mas envolvem, com 
freqüência, a redução da poluição do ar, melhoria da balança comercial, fornecimento de 
serviços modernos de energia nas áreas rurais e geração de empregos (IPCC, 2007). 
Enquanto o Brasil está em uma situação cômoda, pelo uso de 80% de sua geração de 
eletricidade por meios hídricos que são renováveis, é preocupante a diminuição da 
disponibilidade de locais para grandes obras hidroelétricas. Como resultado, temos distâncias 
cada vez maiores até os centros de consumo, degradação do meio ambiente por inundações e 
linhas de transmissão, e custos cada vez maiores para a sociedade (MARRANGHELLO, 2004). 
Os outros meios de produção de energia e eletricidade são térmicos, usando como 
combustível lenha, carvão, óleo, gás natural e energia nuclear, dos quais somente a lenha pode 
ser considerada renovável. 
As usinas a lenha, carvão e óleo, necessitam cada vez mais de tecnologia de altos custos 
para despoluir os gases de escape, sendo que o carvão e óleo podem produzir fuligem e a temida 
chuva ácida, pelo conteúdo de enxofre, que pode ser espalhado por centenas de quilômetros 
quadrados. 
A energia renovável tem um efeito positivo na segurança energética, na geração de 
 4 
 
empregos e na qualidade do ar. Tendo em vista os custos relativos a outras opções de oferta, a 
eletricidade renovável, que respondeu por 18% da oferta de energia em 2005, pode ter uma 
participação de 30 a 35% na oferta total de eletricidade em 2030 com preços do carbono de até 
50 US$/tCO2 (IPCC, 2007). 
Enquanto se gastam bilhões no desenvolvimento das tecnologias de grande concentração 
de energia, centenas de megawatts por usina com todos os problemas de transmissão e 
distribuição, negligencia-se o desenvolvimento das energias renováveis descentralizadas: solar 
térmica (água quente), solar fotovoltaica (eletricidade), eólica (eletricidade) e biomassa 
(caldeiras) (MARRANGHELLO, 2004). 
Porém, segundo Ocácia (2002), organizações, indústria e empresas de serviço assumem, 
cada vez mais, o seu interessena energia eólica como bom investimento e como solução para os 
problemas energéticos do futuro. No entanto, a viabilidade econômica dos investimentos é muito 
diferente de país para país e de região para região, dependendo essencialmente da distribuição 
geográfica do potencial eólico e dos outros tipos de energéticos disponíveis no local. 
A localização definitiva deve considerar todos os aspectos que de alguma forma 
interferem na velocidade do vento, tais como, acidentes topográficos, árvores, construções; deve 
ser levado em conta a representatividade como lugar típico da região, a de menos interesse 
específico, em lugar promissor, com área adequada para implantação de turbinas eólicas 
(OCÁCIA, 2002). 
A definição de um local para implantação de uma fazenda eólica, requer um processo 
longo para avaliação de todos os condicionantes que determinam qual o melhor ponto. Devem 
ser considerados, além do potencial eólico promissor (condição sem a qual não há projeto), 
espaço disponível para instalação da fazenda eólica, preço da terra, distância em relação à rede 
onde a energia pode ser injetada, acessibilidade, condições para a montagem das turbinas – de 
solo e de infra-estrutura na região, custos de manutenção, remuneração pela energia produzida, 
etc. Este tipo de empreendimento requer necessariamente, análises que considerem longas séries 
de registros de dados de vento, além de pelo menos um ano de medidas no exato local da futura 
instalação. Normalmente, esta análise é conduzida pelos próprios fornecedores de equipamentos 
(OCÁCIA, 2002). 
Os sistemas de conversão à energia eólica exploram a energia contida na movimentação 
das massas de ar atmosféricas que são causadas pelo aquecimento da superfície terrestre pelos 
raios solares. Eles aproveitam a energia cinética dos ventos para movimentar turbinas eólicas 
que por sua vez movimentarão os geradores de energia. Após sua instalação, apresenta um 
mínimo impacto na flora e na fauna terrestre. 
 5 
 
Outro fator associado aos aerogeradores eólicos (Figura 2) está ligado à poluição visual, 
afetando diretamente o turismo. Também não se pode esquecer da necessidade de grandes áreas 
para instalação, onde ocorre a remoção de árvores para a instalação e para o acesso (em media 
20Km²/MW). Em alguns países, adota-se como alternativa a instalação destes equipamentos 
dentro do mar, próximo à costa, e observam-se alterações sobre a pesca da região, sobre a 
navegação e o turismo (MARRANGHELLO, 2004). 
 
 
Figura 2: Aerogerador Enercon E-30 (http://pt.wikipedia.org/wiki/Aerogerador, 2008). 
 
Não menos importante e, que deve ser considerado, é o risco submetido à população 
humana no caso de algum acidente com o equipamento. Elementos que se desprendam, como 
pás, podem ter efeito danoso sobre a vida próxima. 
Os sistemas eólicos de pequeno porte têm especial importância no meio rural em países 
em desenvolvimento, como o caso do Brasil, China, Índia e alguns países da África, que utilizam 
a eletrificação rural para fornecimento de energia elétrica, principalmente, para iluminação e 
refrigeração de alimentos (MARRANGHELLO, 2004). 
Para inserir tal tecnologia é importante contar com unidades pilotos demonstrativas 
avaliando as reais condições de funcionamento dos sistemas para sua posterior implementação 
(MARRANGHELLO, 2004). 
É importante destacar que atualmente é considerado que a energia eólica pode contribuir 
com ate 20% da energia entregue a uma rede elétrica interligada, para que esta mantenha seu 
padrão de confiabilidade em tensão e freqüência (OCÁCIA, 2002). 
Hoje essa tecnologia está prestes a se tornar economicamente viável para competir com 
as fontes tradicionais de geração de eletricidade em países como Alemanha, Dinamarca, EUA, e 
 6 
 
mais recentemente na Espanha, entre outros. Além disso, é grande o potencial eólico a ser 
explorado em diversos países. Existem oportunidades de melhoramentos tecnológicos, bem 
identificados internacionalmente, que devem levar a reduções de custo e permitem estabelecer 
metas bastante ambiciosas para instalação de sistemas de geração nos próximos 30 anos (WWF-
Brasil, 2007). 
Na China, de acordo com Ocácia (2002), estima-se que estão em funcionamento mais de 
40.000 pequenas turbinas, produzindo entre 100W a 200W. A maior parte destas máquinas é 
utilizada para carregamento de baterias, que fornecem energia elétrica para pequenas moradias 
localizadas no meio rural. Processo similar passa a África, onde grande parte de sua população, 
que habita o interior do país, não dispõem de energia elétrica. Sendo os ventos a única fonte de 
energia disponível para esta população semi-nômade, e de poder aquisitivo muito baixo. 
A produção mundial de pequenos sistemas eólicos, com armazenamento de energia em 
baterias, é aproximadamente de 30 a 50 mil unidades por ano, das quais, 90% têm um limite 
máximo de potência inferior a 200W, sendo os principais mercados mundiais o Reino Unido e a 
China (população semi-nômade na região da Mongólia) (OCÁCIA, 2002). 
A principal aplicação para sistemas de bombeamento mecânico é o abastecimento de 
água potável às populações. Os mercados principais são: EUA, Argentina, África e Nova 
Zelândia. O atual mercado para este tipo de sistema eólico é aproximadamente de 10 a 20 mil 
unidades por ano (OCÁCIA, 2002). 
Sendo o vento, ar em movimento, portanto, uma massa detentora de energia cinética, 
evidentemente seu potencial está definitivamente ligado a sua velocidade. Assim, determinar o 
potencial eólico de um lugar significa, principalmente, determinar a velocidade com que o vento 
sopra nesse lugar. Esta tarefa, a primeira vista simples, em realidade é complexa e trabalhosa, 
pois as características da velocidade mudam de um instante para outro, e, também, de um local 
para outro. 
Para estimativa de potencial eólico local, são utilizadas estações anemológicas que, 
dependendo dos recursos financeiros disponíveis, podem ter as mais diversas configurações, 
desde as mais simples, com um único sensor de velocidade a 10m de altura (que é um padrão 
mundial de agronomia) até as mais sofisticadas, com dezenas de metros de altura, e sensores 
colocados a cada 10m, ou de 5 em 5m, passando pelas específicas (visando a instalação de uma 
determinada turbina eólica), com sensores a altura do eixo das máquinas pré-especificadas para 
instalação no local (OCÁCIA, 2002). 
Os registros são feitos a intervalos regulares de tempo. Quanto menor o intervalo, mais 
precisa será a análise, entretanto menor será a autonomia da estação, que pode ser uma questão 
 7 
 
fundamental na escolha do tipo de instrumento a ser utilizado. 
Aliás, algumas questões muito importantes foram levantadas no trabalho de Halliday et 
all. (1985), sobre o monitoramento eólico do arquipélago de Shetland, quais sejam: 
• Escolha do tipo e número de instrumentos por estação; 
• Calibração dos instrumentos; 
• Suprimento de energia para os instrumentos; 
• Minimização do risco de perda de dados; 
• Acessibilidade da estação; 
• Condições ambientais locais. 
 
Como em qualquer trabalho de engenharia, o ideal é trabalhar com os menores custos 
possíveis, sem que haja prejuízo ao atendimento dos requisitos técnicos (HALLIDAY, 1985). 
No trabalho supra citado, foram utilizadas torres de 45m de altura, com a colocação de 
anemômetros a cada 5m, a partir dos 10m de altura. Naturalmente, as grandes fazendas eólicas 
não usam máquinas que retiram energia do vento a alturas tão pequenas quanto 10m, entretanto 
as medidas nesse nível são importantes para as análises de correlação que permitem a 
transposição de dados de estações locais próximos com a conseqüente utilização de suas séries 
históricas, viabilizando levantamentos com pequenos períodos de medição. As análises foram 
feitas com velocidades médias horárias, e os dados enviados por rádio transmissor para a central 
de processamento. Os anemômetros eramaferidos a cada seis meses. A energia para os 
instrumentos era suprida por um aerogerador e/ou motogerador através de um banco de baterias. 
A determinação do número de estações depende muito das características geográficas da 
região, sendo necessária uma densidade maior quanto mais heterogênea for a região, seja nos 
seus aspectos gerais, como nos micro-regionais. 
Para a realização do trabalho de levantamento de potencial eólico, é fundamental o 
conhecimento sobre a área de estudo, pois esta condição é essencial desde a determinação do 
número e posição das estações anemométricas, até o traçado dos perfis de velocidade e sua 
distribuição na área em estudo. Normalmente, são utilizados mapas com escala 1:50.000, de 
preferência com curva de nível, e o maior número possível de informações, tais como, áreas de 
florestas, lagoas, núcleos urbanos, etc., para uma pré-determinação do número e localização dos 
pontos de medição a serem referendados, posteriormente, através de análises “in loco”, em 
quantas visitas se fizerem necessárias (OCÁCIA, 2002). 
A energia eólica parece tão atraente quanto a solar. Afinal, vento para movimentar as 
turbinas é algo que não falta. Mas o seu potencial é bem maior para grande escala (cidades, por 
 8 
 
exemplo) do que a solar. Nos últimos anos, alguns países europeus começaram a investir pesado 
na tecnologia e construir imensos complexos. A Alemanha já gera 30 GW de energia com suas 
turbinas, mais que o dobro da capacidade de Itaipu (responsável por 24% da demanda do 
mercado brasileiro), ainda a maior hidrelétrica do mundo (BURGOS, 2007). 
Resumindo, a geração de energia elétrica a partir da força do vento veio para ficar. Está 
crescendo vertiginosamente tanto em instalações terrestres como no mar, próximo à costa 
(MIRANDA, 2005). 
A técnica de conversão da energia dos ventos em energia mecânica é relativamente 
simples, bastando apenas que se tenha um potencial eólico disponível e um equipamento que 
resista aos caprichos da natureza. Essa técnica foi primeiramente explorada para propulsão de 
navios, movimentação de moinhos de cereais, para bombas de água e, na idade média, para 
mover a indústria de forjaria. 
No final do século XIX, quando o uso de energia elétrica começou a crescer rapidamente 
no planeta, as principais turbinas eólicas foram aplicadas na conversão da energia dos ventos 
diretamente em energia elétrica. No inverno de 1887-1888, Charles F. Brush colocou em 
operação a primeira turbina eólica automática, com diâmetro do rotor de 17m e 144 pás de 
madeira, para gerar energia elétrica (RÜNCOS, 2005). 
A geração de energia elétrica em grande escala, alimentando de forma suplementar o 
sistema elétrico através do uso de turbinas eólicas de grande porte, evoluiu muito nas ultimas 
décadas. Rüncos (2005) afirma que a moderna tecnologia das turbinas eólicas surgiu na 
Alemanha, na década de 1950, já com pás fabricadas com materiais compostos, controle de 
passo e torres de forma tubular e esguia. 
A partir da primeira grande crise do petróleo, em 1973, e até meados da década de 1980, 
diversos países, inclusive o Brasil, preocuparam-se em desenvolver pesquisas para utilização da 
energia eólica como fonte alternativa de energia. Entretanto, foi a partir de experiências de 
estímulo ao mercado realizadas na Califórnia, na década de 1980, e na Dinamarca e Alemanha, 
na década de 1990, que o aproveitamento da energia eólica como alternativa de geração de 
energia elétrica atingiu escala de contribuição mais significativa para o sistema elétrico, em 
termos de geração, eficiência e competitividade (RÜNCOS, 2005). 
O principal problema ambiental inicial – impactos das pás em pássaros – praticamente 
desapareceu com as turbinas de grande porte e menores velocidades angulares dos rotores. Os 
diâmetros de rotores no mercado atual variam entre 40m e 80m, o que resulta em rotações da 
ordem de 30rpm a 15rpm, respectivamente. Quanto aos níveis de ruído, turbinas eólicas 
satisfazem os requisitos ambientais mesmo quando instaladas a distâncias da ordem de 300m de 
 9 
 
áreas residenciais (AMARANTE, 2001). 
Por se mostrar uma forma de geração praticamente inofensiva ao meio ambiente, sua 
instalação passou a simplificar os minuciosos – e demorados – estudos ambientais requeridos 
pelas fontes tradicionais de geração elétrica (AMARANTE, 2001). 
Usualmente, a geração elétrica inicia-se com velocidades de vento da ordem de 2,5 - 
3,0m/s; abaixo desses valores, o conteúdo energético do vento não justifica aproveitamento. 
Velocidades superiores a aproximadamente de 12,0m/s a 15,0m/s ativam o sistema automático 
de limitação de potência da máquina. Em ventos muito fortes (v > 25m/s no exemplo), atua o 
sistema automático de proteção (AMARANTE, 2001). Considerando o levantamento dos 
regimes de vento no Brasil, praticamente todo território nacional apresenta potencial para 
instalação de plantas geradoras de energia eólica, conforme ilustra a Figura 3. 
De acordo com o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro (AMARANTE, 2001), 
considerando somente velocidades de vento maiores do que 7 m/s, o Brasil possui um potencial 
de geração de eletricidade de 272 TWh/ano para uma capacidade instalável de 143,5 GW, o que 
ocuparia uma área de 71.735 km2 (utilizando-se de uma estimativa de densidade média 
conservadora de 2 MW/km2 ). 
 
Figura 3: Potencial eólico brasileiro (AMARANTE, 2001). 
 10 
 
Sendo uma forma limpa de gerar energia, e em razão do forte crescimento na escala 
industrial de produção e montagem de turbinas, com custos progressivamente decrescentes, a 
energia eólica tornou-se uma fonte energética com uma das maiores taxas de crescimento em 
capacidade geradora de energia elétrica (da ordem de 28% nos últimos anos) (RÜNCOS, 2005). 
Segundo a WWF-Brasil, o mercado de energia eólica é o que cresce mais rápido dentre as 
chamadas fontes alternativas de energia, a uma taxa média anual de 40% no mundo. A Figura 4 
apresenta a evolução cumulativa da capacidade eólio-elétrica instalada no mundo, até final do 
ano 2000. 
 
 
Figura 4: Evolução mundial da capacidade eólico-elétrica instalada, em GW 
(AMARANTE, 2001). 
 
Com acentuada expansão das estações eólicas no mundo nos últimos anos, os geradores 
eólicos encontram-se em franco desenvolvimento tecnológico, tendo como objetivo o aumento 
progressivo nas dimensões e capacidades de geração das turbinas. 
As turbinas eólicas de potência até 2 MW podem ser consideradas tecnologicamente 
desenvolvidas. As de potência maior que 2 MW, apesar de já disponíveis no mercado, ainda 
podem ser consideradas como em desenvolvimento (RÜNCOS, 2005). 
No cenário mundial, Schultz (2005) afirma que a tecnologia eólica atingiu um estágio de 
maturidade que a coloca como participante da matriz energética em vários países onde o recurso 
natural é disponível, com projeção para vir a ter participação expressiva na matriz mundial nas 
 11 
 
próximas décadas. 
Após um início pouco frutífero nas décadas de 70 e 80, centrado em pesquisas 
acadêmicas e/ou dependentes de programas governamentais, a geração eólio-elétrica adquiriu 
escala e eficácia com o surgimento de programas de incentivo ao mercado na década de 90, 
podendo-se dizer que hoje ela tenha atingido limiares de competitividade comercial frente a 
fontes convencionais, em vários países. Isto vem permitindo que o seu mercado venha tendo um 
crescimento sustentado de 25-30% ao ano, o maior entre as formas de geração de energia 
concorrentes (SCHULTZ, 2005). 
Simultaneamente, o custo da energia gerada por usinas eólicas vem caindo também de 
forma contínua, da ordem de 5% a cada dois anos. Tal queda deve-se principalmente às 
economias de escala advindas do crescimento do mercado e ao avanço tecnológico, com a 
tendência de domínio do mercado pelos equipamentos da classe de 1 a 3 MW (SCHULTZ, 
2005). 
Em 1997 e 1998 foi realizado um estudo com simulações em resoluçãohorária para dois 
cenários de inserção de energia eólica no sistema dinamarquês, interligado ao sistema elétrico 
europeu. Tais estudos foram realizados na Universidade de Roskilde na Dinamarca, com 
contribuições de concessionárias de energia e transmissão da Dinamarca, Suécia e Noruega 
(WINDPOWER MONTHLY, 1998). 
No primeiro cenário, uma inserção eólica de 37% em consumo (54% da demanda) na 
Dinamarca encontraria complementaridade no sistema hidráulico da Suécia e Noruega, firmando 
a oferta de energia nos meses “secos” daqueles países, sem prejuízo aos níveis de segurança na 
estabilidade de fornecimento regional (WINDPOWER MONTHLY, 1998). 
No segundo cenário, foi analisada uma inserção eólica próxima a 100% do consumo no 
sistema elétrico nórdico, incluindo Alemanha, Finlândia e Holanda. Segundo as simulações, este 
cenário seria tecnicamente viável, sem prejuízos aos níveis de segurança do fornecimento 
regional, desde que realizados investimentos suplementares em reforço ao sistema de 
transmissão Dinamarca/Suécia (WINDPOWER MONTHLY, 1998). 
Uma característica marcante da geração eólica é a capacidade de atender rapidamente ao 
aumento real da demanda e em sua medida exata, evitando-se pesados investimentos com base 
em projeções econômicas de longo prazo, que nem sempre se confirmam. Como a potência das 
turbinas eólicas se situa na faixa de 1MW e o prazo de implantação de uma planta eólica é 
inferior a um ano, a expansão do sistema pode ser adequada à conjuntura de curto prazo e não à 
de longo prazo, como no caso das hidrelétricas. Isto permite planejamento da expansão do 
sistema exatamente de acordo com a expansão da demanda, acabando com um dos permanentes 
 12 
 
desafios do planejamento do setor (SCHULTZ, 2005). 
A inserção da energia eólica na matriz energética tem o potencial de criação de uma 
indústria nacional e respectiva criação de empregos, respaldada nas experiências similares no 
mercado mundial. Os casos da Índia e da Espanha são os exemplos mais marcantes deste 
histórico. Em ambos os países, as empresas locais, em conjunto com empresários, possibilitaram 
o nascimento de uma nova indústria e a formação de mão-de-obra especializada (SCHULTZ, 
2005). 
De acordo com a WWF-Brasil (2007), o futuro cenário elétrico, que busca ser ao máximo 
sustentável, priorizará tecnologias e práticas que busquem: 
• Redução de impactos ambientais causados pelo setor elétrico; 
• Redução de conflitos sociais causados por novas plantas geradoras de energia; 
• Maior eficiência energética; 
• Redução dos gastos de eletricidade dos consumidores; 
• Redução da necessidade de expansão de capacidade instalada de tecnologias 
convencionais; 
• Aumento da oferta de energia de maneira descentralizada; 
• Maior espaço para fontes renováveis; 
• Preservação ambiental. 
 
Finalmente, são sugeridas ações necessárias para agilizar a inserção em curto prazo de 
grandes blocos de geração eólica, de caráter técnico, econômico e institucional (legislação), de 
forma a viabilizar economicamente esta participação (SCHULTZ, 2005). 
 
 
3 METODOLOGIA 
 
 A metodologia utilizada nesse trabalho teve por base o levantamento de 
informações e dados através de amplas pesquisas e revisões de livros, revistas e artigos técnicos 
e científicos, pesquisas dedutiva, comparativa e em arquivos digitalizados na internet por sites 
especializados no tema e de renome nacional e internacional. Esses métodos permititam 
conhecer, compreender e analisar os conhecimentos já existentes sobre o assunto. Após esta fase, 
foi feita a compilação dos dados e a redação do artigo final. 
 
 
 13 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Recentemente, a preocupação com as emissões de gases de efeito estufa provenientes da 
queima de combustíveis fósseis vem mobilizando a comunidade e os governos mundiais no 
sentido de mudar o perfil de suas matrizes energéticas, com maior participação das energias 
renováveis. 
As tecnologias renováveis são ideais para o aproveitamento de recursos locais de matéria 
prima e mão de obra, evitam perda de transmissão, e aliviam as responsabilidades das 
autoridades e das concessionárias pelo bom funcionamento das malhas da rede elétrica. 
O uso de sistemas eólicos é uma opção energética que se torna cada vez mais competitiva 
à medida que seus custos de investimento diminuem, os custos dos combustíveis fósseis 
aumentam e o impacto ambiental é cada vez mais relevante para a sociedade. Também se 
apresenta como uma solução adequada para energização rural através da instalação de pequenas 
unidades, naturalmente em locais com ventos consistentes, combinado, ou não, com outras 
fontes locais de energia. A energia eólica pode ser usufruída, também, em pequenas 
concentrações urbanas, como apresentado na Figura 5 onde um aerogerador atende a demanda de 
aproximadamente 1500 estabelecimentos entre residências e comércios. 
Isso contribuiria para a conservação dos recursos naturais; reduziria custos com a geração 
e transmissão de energia e aumentaria a eficiência da relação entre geração e consumo, levando 
em consideração que o gerador elétrico seria instalado junto ao ponto de consumo evitando 
perdas com a transmissão. 
 
 
Figura 5: Aerogerador instalado no interior de uma pequena cidade na Inglaterra 
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Greenpark_wind_turbine_arp.jpg, 2008). 
 
 14 
 
A energia eólica pode ser considerada como uma das formas em que se manifesta a 
energia proveniente do Sol, isto porque os ventos são causados pelo aquecimento diferenciado 
da atmosfera. Essa não uniformidade no aquecimento da atmosfera deve ser creditada, entre 
outros fatores, à orientação dos raios solares e aos movimentos da Terra. 
Embora o emprego da energia eólica apresente alguns fatores inconvenientes como a 
questão da disponibilidade, pois o vento não sopra todo o tempo, e as plantas eólicas exijam 
elevado investimento inicial, há uma série de fatores favoráveis a sua utilização, tais como: 
• Combustível: não há necessidade, portanto não há emissões de CO2; 
• Variação de preços: imune a choques, indisponibilidade ou importação de 
combustíveis; 
• Instalações: modulares e rápidas; 
• Capacidade: interligada à rede pode suprir grandes demandas; 
• Economia no entorno: as atividades agrícolas ou industriais não são afetadas; 
• Meio rural: permite o aproveitamento energético em pequenas instalações 
isoladas. 
 
Pode-se acrescentar como ponto positivo, a facilidade e capacidade de implantar e/ou 
expandir as fazendas eólicas de acordo com a demanda real e sua respectiva evolução, o que não 
ocorre com as hidrelétricas, por exemplo. 
Como em qualquer outra forma de geração de energia elétrica, não há um aproveitamento 
total do recurso utilizado, ou seja, não se pode converter toda energia dos ventos em energia 
elétrica. Isso ocorre devido às perdas mecânicas e elétricas. 
Outro fator negativo para implantação de um parque eólico é a grande área requerida para 
instalação das turbinas geradoras de energia elétrica, além de restrições ambientais sobre a 
utilização do solo. Em contrapartida, a indústria eólica tem investido no desenvolvimento 
tecnológico da adaptação das turbinas eólicas convencionais para uso no mar, como já existe em 
outros países, conforme demonstra a Figura 6. 
 15 
 
 
Figura 6: Parque eólico instalado no mar do norte (BRITSC, 2005). 
 
Esse avanço tecnológico da energia eólica é cada vez mais ascendente, propiciando uma 
redução dos aspectos negativos da sua implantação. As turbinas, por exemplo, estão adquirindo 
dimensões cada vez maiores reduzindo a rotação. As baixas rotações atuais tornam as pás 
visíveis e evitáveis por pássaros em vôo. Quanto aos níveis de ruído, turbinas eólicas satisfazem 
os requisitos ambientais mesmo quando instaladas a distâncias da ordem de 300m de áreasresidenciais. Esses aspectos contribuem para que a tecnologia eólio-elétrica apresente o mínimo 
impacto ambiental, entre as fontes de geração na ordem de gigawatts. 
 Existe, também, uma tendência descendente da evolução dos custos de geração da 
energia elétrica a partir de turbinas eólicas, em comparação com os custos da energia gerada nos 
padrões atuais. 
Além disso, os avanços obtidos com os novos materiais contribuem para reduzir a fadiga 
e o “stress” dos componentes das turbinas (rotor, transmissões, gerador e torre) com reflexo nos 
custos de manutenção. Isto contribui para o aumento da eficiência energética que é outro fator 
importante na geração de energia e preservação ambiental. 
A redução da emissão de milhares de toneladas de CO2 com a implantação da energia 
eólica é outro ponto positivo. Esse déficit de emissão fomenta os mecanismos de 
desenvolvimento limpo e alimenta o mercado de créditos de carbono, que está em ascensão com 
perspectivas de movimentações financeira monstruosas. Isso poderia ajudar a sanar o custo do 
investimento inicial, além de contribuir para a manutenção da planta eólica. 
Apesar de tudo, esse tipo de geração de energia seria viável para complementar o 
abastecimento de energia já existente, sendo interligada à rede elétrica. Isto é, poderia ser 
utilizada como uma complementaridade sazonal entre os regimes naturais de vento e as vazões 
 16 
 
naturais hídricas na parcela hidrelétrica predominante do sistema elétrico brasileiro atual. Nesse 
sistema, a inserção de energia eólica potencializa uma maior estabilidade sazonal na oferta de 
energia, conforme o exemplo da Figura 7. 
No Brasil, por exemplo, particularmente na região Nordeste, a energia eólica é uma 
alternativa para complementar a hidreletricidade, já que o período com maior regime de ventos 
ocorre quando há baixa precipitação de chuvas. Além do mais, o maior potencial eólico 
brasileiro encontra-se nessa região (WWF-Brasil, 2007). 
 
 
 
Figura 7: Comparação entre o fluxo de água do Rio São Francisco e o regime 
de vento no nordeste do Brasil (CBEE, 2008). 
 
Com isso, esse suprimento e a descentralização energética poderiam colaborar para o 
acarretamento da estabilização nas emissões de gases causadores do efeito estufa, além de afastar 
os riscos de possíveis apagões. 
 
 
5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Energia é um elemento fundamental para garantir nosso desenvolvimento. Porém, para 
assegurar a sustentabilidade das fontes energéticas, devemos buscar opções de energia limpas e 
renováveis, que sejam também economicamente viáveis e socialmente justas. 
Com o Programa de Incentivos a Fontes Alternativas – PROINFA, criado em 26 de abril 
de 2002, pela Lei nº 10.438, do Ministério de Minas e Energia, que assegura, através da 
 17 
 
Eletrobrás, a compra da energia produzida no período de 20 anos, espera-se ampliar a 
participação das chamadas fontes alternativas de energia – eólica, biomassa e pequenas centrais 
hidrelétricas (PCH’s) – na matriz energética, com o incremento de 3.300 MW de capacidade 
instalada. Ou seja, este programa tem como objetivo garantir 10% da produção de eletricidade a 
partir de fontes renováveis, até 2010, e chegar a 20% em 2020. 
Com isso, espera-se um aproveitamento maior da energia eólica, que vem se 
consolidando cada vez mais no mundo como uma alternativa viável e limpa. Esse tipo de energia 
compõe complementarmente matrizes energéticas de muitos países e, uma vez que os ventos 
oferecem uma opção de suprimento no século XXI, em conjunto com outras fontes renováveis, 
poderá conciliar as necessidades de uma sociedade industrial moderna com os requisitos de 
preservação ambiental. 
No Brasil, embora o aproveitamento dos recursos eólicos tenha sido feito 
tradicionalmente com a utilização de cata-ventos multipás para bombeamento d’água, algumas 
medidas precisas de regimes de vento, realizadas recentemente em diversos pontos do território 
nacional, indicam a existência de um imenso potencial eólico ainda inexplorado. 
Fontes alternativas são muito mais do que opções energéticas, são alternativas 
estratégicas para ampliar a segurança de fornecimento de eletricidade ao mercado nacional e são, 
ainda, os principais vetores de atuação dos países na temática das mudanças climáticas devido à 
redução de emissão de gases de efeito estufa que elas proporcionam. Além disso, o avanço da 
energia eólica contribui também para a capacitação e absorção de novas tecnologias 
contribuindo, assim, para o aumento da eficiência energética. 
Outro fator que adere grande competitividade a esse tipo de geração de energia é a 
inserção de taxas de emissão de gases do efeito estufa em discussão em vários parlamentos e 
fóruns já que a implantação de plantas eólicas reduz drasticamente este tipo de emissão, sem 
contar os baixos riscos econômicos e ambientais a ela associados. Com isso, as oportunidades 
econômicas nas tecnologias limpas e a ‘energia verde’ prosperarão e gerarão dinheiro. 
Para inserir tal tecnologia se faz necessário a realização de estudos prévios de viabilidade 
e custo-benefício para o país poder tirar maior proveito do potencial dessa energia, contando 
com unidades pilotos demonstrativas avaliando as reais condições de funcionamento dos 
sistemas para posterior implementação. 
Porém, não basta apenas realizar estudos e elaborar projetos para implantar energias 
renováveis. Mudanças no comportamento dos moradores, nos padrões culturais, escolhas dos 
consumidores em relação aos equipamentos que menos consomem energia, e o uso de novas 
tecnologias podem promover uma redução considerável das emissões de CO2. 
 18 
 
 Enfim, com base em dados reais, pode-se comprovar efetivamente a contribuição que a 
energia eólica pode trazer ao sistema elétrico brasileiro, uma vez que possibilita um equilíbrio na 
oferta de energia quando associado à geração hidráulica, permitindo uma maior disponibilidade 
da água acumulada e otimização do uso dos reservatórios, com o aproveitamento desse recurso 
em períodos secos e em horários de ponta do sistema. 
Pode-se concluir, portanto, que a tendência futura é a passagem de um mundo movido 
por poucas fontes energéticas para um cenário diversificado, onde a energia eólica, a que 
apresenta maior crescimento de acordo com dados obtidos, é uma das alternativas mais viáveis, 
já que concilia desenvolvimento sustentável com eficiência energética atendendo às 
especificidades de cada região. 
 
 
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