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Exame Físico Geral – Casos clínicos CASO CLÍNICO 1 Você está de plantão no PS infantil do Hospital Antônio Giglio, e no fim da tarde é trazido pelo SAMU um lactente de 8 meses. O responsável pelo transporte informa que o pai foi encarregado pela mãe de levar o filho para a creche, mas esqueceu e foi direto para o trabalho, trancando o menino no carro sem perceber. No local, desacordado, hipoativo. FR 60 irpm, FC 130 bpm, PA 66 x 30 mmHg, T = 38,3 ºC. Trazido com nebulização de O2. Não foi possível obter acesso venoso, por isso não fez nenhum medicamento. Tempo até chegar ao hospital: 15 min. Pouco depois chegam os pais (o pai assustado e a mãe histérica). Seu colega está dando o atendimento inicial na sala de emergência. ID: João Henrique, 8m. HMA: Pai refere que o menino dormiu enquanto saíam de casa. Estava preocupado com a entrega de um relatório, e durante a viagem recebeu uma ligação do chefe, que o fez ir direto para o trabalho, esquecendo que o filho estava no carro. O estacionamento é a céu aberto. Nega que a criança estivesse com febre, vômitos, diarreia ou qualquer outro sintoma antes de hoje. Alimentação: mamadeira de leite Nan antes de sair de casa, normalmente come fruta de manhã e 2 papas salgadas. Vacinas em dia, sem antecedentes dignos de nota. Pai muito nervoso e com sensação de culpa, diz que nunca aconteceu nada disso antes. Ao entrar na sala de emergência, você observa o paciente em: MEG, descorado, hipoativo, hiporreativo. Cianose de extremidades. O monitor indica FC 170 (taquicardíaco), FR 66 (taquipneico), Sat 97%, PA 66 x 40 (hipotenso), T 38°C (hipertérmico). Hipotensão em crianças: Pressão sistólica mínima: 70 + (idade x 2). A partir de 10 anos, sempre 90 mmHg. Pulmão: MV+ sem RA. Cardio: BRNF ss, FC 170 bpm, enchimento capilar 10 segundos, pulso filiforme, extremidades frias. Abd: RHA + sem VMG. Hipoativo, hiporreativo, sem sinais meníngeos. Otoscopia normal. Orofaringe mucosa ressecada sem lesões. Olhos fundos. Pele com turgor reduzido. Diagnóstico Sindrômico: Hipertermia. Desidratação (perda excessiva de fluidos e eletrólitos). - Causas: diarreia, vômitos, sudorese excessiva, privação de água, diabetes, queimaduras e sangramentos. - Complicações: Insuficiência renal, acidose metabólica, choque hipovolêmico, dano cerebral, convulsões, coma e morte. Choro sem lágrima sinal de desidratação grave. DESIGRATAÇÃO GRAVE Olhos fundos, mucosas secas, fontanela deprimida, hipoativo. Desidratação leve em paciente sem estar vomitando Hidratação oral. Dificuldade de acesso venoso ou paciente rebaixado Hidratação oral. Desidratação grave, risco de broncoaspirar Hidratação endovenosa. Contraindicações à Terapia de Reidratação Oral Desidratação grave, Íleo ou obstrução intestinal, Vômitos persistentes, Rebaixamento de nível de consciência, Diagnóstico não esclarecido, Motivos sociais. CASO CLÍNICO 2 ID: Benício, 6 dias, masculino, branco, natural e procedente de Osasco. Pais budistas. QD: Amarelinho há 2 dias. HPMA: Há 3 dias os pais notaram que está ficando com os olhos e tronco amarelados. Nega febre, dor ou irritabilidade. Mama bem, evacua uma vez por dia. - Amarelo há quando tempo? Começou a ficar amarelo nas primeiras 24 horas (icterícia fisiológica) ou após as primeiras 24 horas (icterícia patológica)? Tem distensão abdominal? Está mamando normalmente? ISDA: Discreta irritação de pele na região da fralda. Regurgita um pouco após as mamadas, restante NDN. - Alguma alteração respiratória? Qual a cor da urina e das fezes? Qual o voluma da urina? Há alguma alteração do hábito intestinal? O abdome está distendido? Antecedentes: Paciente nasceu de parto normal há 6 dias no hospital Amador Aguiar, peso de nascimento 3200g, estatura 48 cm, sem intercorrências neonatais, Apgar 9/10, alta com a mãe no 3º dia de vida, com 2980g. Mãe primigesta, gestação sem intercorrências. Mãe e bebê O+. Filho único, pais saudáveis. Vacinas em dia. - Questionar sobre a gestação, se a mão foi exposta a algum estresse. Alimentação, DNPM e ambiente: Aleitamento exclusivo em livre demanda. Apartamento de classe média com rede na janela. Sem animais nem fumantes. - Mamando leite materno ou fórmula? Qual o tipo de complemento? Exame físico: - Peso: 3,1kg, h=48cm BEG, corado, hidratado, acianótico, icterícia em olhos, cabeça e tronco, afebril, eupneico. FR 45 imp. Gânglios não palpáveis. - Pulmonar: - MV+ sem RA. - Cardio: BRNF sem sopros. - Abdome: globoso, RHA+ sem VMG, fígado no RCD (normal em lactentes jovens), Traube livre. - Coto umbilical mumificado. - Neuro: ativo, reativo, sem sinais meníngeos. - Pele e anexos: Sem alterações. - Otoscopia e orofaringe: sem alterações. Hipótese diagnóstica sindrômica: Icterícia neonatal. - Causas: hemólise, etc. Causas de icterícia: Pré-ductal (ex: hemólise) acúmulo de BI, antes da conjugação. Lesão de hepatócitos (ex: hepatite) inicialmente BI + BD, com o tempo predomínio de BI. Pós ductal (ex: colestase) acúmulo de BD, já conjugada, problema na excreção. Icterícia neonatal: Hemólise da hemoglobina fetal. Imaturidade enzimática do fígado. - Predomínio de bilirrubina INDIRETA.
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