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DIREITO ADMINISTRATIVO III PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO ➢ PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: Esse princípio condiciona o administrador público a agir apenas de acordo com a lei. Existem dois tipos de legalidade: - Legalidade para o particular: é a legalidade em sentido amplo, em que se pode fazer tudo aquilo que não está proibido por lei. Art. 5º, II CF/88 - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; - Legalidade para o administrador: é aquela que apenas permite a atuação a partir daquilo que está na lei, se a lei não autoriza, não pode fazer. ➢ PRINCÍPIO DA FINALIDADE: O princípio da finalidade determina que a atuação da administração pública deve ser de modo a atingir o bem-estar social, em promoção do interesse público. Esse princípio está diretamente ligado ao da IMPESSOALIDADE, visto que, ao agir de forma correta e imparcial, ele atinge a sua finalidade (buscar o bem-estar social e agir pelo interesse público e não próprio). ➢ PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO O princípio da motivação determina que todos os atos e decisões da Administração Pública seja devidamente motivada, especificando os motivos de fato e de direito que o levou a tomar tais decisões. FUNÇÃO DOS PRINCÍPIOS INTERPRETATIVA: são necessários para buscar o real sentido dos dispositivos legais, servindo como fonte de interpretação INTEGRADORA: fazem parte do ordenamento, servindo como preenchedor de possíveis lacunas DIREITO ADMINISTRATIVO III A Lei 9.784/99 estabelece algumas hipóteses em que essa motivação é obrigatória e indispensável: Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - Imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV - Dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - Decidam recursos administrativos; VI - Decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. É importante destacar que essa motivação não pode ser evasiva e nem baseada em fatos que não podem ser provados, devendo ser feita forma objetiva e determinada. § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. MOTIVAÇÃO MOTIVO ➢ PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE A razoabilidade limita a discricionariedade do administrador, impedindo que ele atue de forma imoderada e arbitrária. A proporcionalidade visa coibir excessos nos atos e decisões, devendo haver adequação e necessidade. Em suma, esses dois princípios é a adequação entre os meios e os fins. ➢ PRINCÍPIO DA MORALIDADE Impõe ao administrador uma atuação baseada na ética, probidade (honestidade) e boa-fé. Visando coibir a existência de corrupção por parte do agente público. É a fundamentação da decisão/ato É a própria causa que levou à decisão/realização do ato DIREITO ADMINISTRATIVO III ➢ PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA O princípio da ampla defesa é de extrema importância para os processos judiciais e não seria diferente no processo administrativo. Esse princípio decorre do devido processo legal, em assegurar uma atuação séria e justa, seguindo todas as regras. Com a ampla defesa, fica assegurada à parte o direito de provar suas alegações por meio de todas as provas admitidas em direito, em busca da verdade material. ➢ PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO Assim como a ampla defesa, este princípio também decorre do devido processo legal. O contraditório garante as partes a “paridade de armas”, ou seja, garante que todos tenham os mesmos recursos para defender-se e fazer suas alegações no processo. É uma garantia de bilateralidade. ➢ PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA Esse princípio busca a estabilidade entre administrador e administrado, sendo assim, busca-se evitar que mudanças abruptas venham causar prejuízos aos particulares. Exemplo: Artigo 2 da Lei nº 9.784/99, XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. Nesse sentido, a vedação da retroatividade garante uma segurança e estabilidade jurídica de as decisões e atos anteriores não sofrerão alterações, sem causar prejuízos ➢ PRINCÍPIO DO FORMALISMO MODERADO Esse princípio garante a adoção de formas simples para o processo administrativo, não trazendo a obrigatoriedade do uso de formas que não estejam expressamente previstas em lei. Além disso, procura, acima de tudo, facilitar o acesso dos cidadãos à Administração e atua sempre em favor do administrado. Exemplo: Art. 3º São princípios e diretrizes do Governo Digital e da eficiência pública: XIII - a vedação de exigência de prova de fato já comprovado pela apresentação de documento ou de informação válida; ➢ PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA DIREITO ADMINISTRATIVO III Este princípio visa otimizar a realização dos atos, com base no uso de tecnologias, desburocratização e eficiência, além de proporcionalizar economicidade e produtividade. Art. 3º São princípios e diretrizes do Governo Digital e da eficiência pública: I - a desburocratização, a modernização, o fortalecimento e a simplificação da relação do poder público com a sociedade, mediante serviços digitais, acessíveis inclusive por dispositivos móveis; ➢ PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE O princípio da publicidade impõe a Administração Pública a divulgação de atos administrativos. Seu intuito é garantir uma fiscalização da atuação administrativa, externando a vontade da ADM P., dando transparência para que todos tenham o acesso, proporcionar eficácia aos seus atos, iniciar contagem de prazos e, não menos importante, facilitar o controle. Esse princípio não é absoluto, visto que, há algumas hipóteses de sigilo na Constituição (sigilo para segurança do Estado, da sociedade e inviolabilidade da intimidade), dentre outras regras a serem observadas. ➢ PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE Refere-se ao impulso oficial, ou seja, o processo terá sua instrução concluída e decisão prolatada, independentemente da provocação da parte, impondo ao ente público o dever de atuar de ofício. ➢ PRINCÍPIO DA GRATUIDADE Determina a proibição de cobrança de despesas processuais no processo administrativo. Súmula vinculante 21 (STF) É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
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