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AULA 1 ANÁLISE DE CENÁRIOS FINANCEIROS Prof. Alexandre Francisco de Andrade 02 CONVERSA INICIAL Um bom planejamento estratégico é fundamental para aproveitar as oportunidades que o cenário político e econômico favorecerão. Isso porque ele possibilita que a organização direcione seus recursos para onde realmente são necessários, projete resultados futuros com maior precisão, neutralize riscos e falhas operacionais, aproveitando melhor as oportunidades e desenvolvendo uma vantagem competitiva forte. Esta aula mostra-nos como objetivo a importância de ver e simplificar um futuro complexo, dando a oportunidade de questionar sobre o que fazer e prever como responder a um determinado evento que pode acontecer. Os temas a serem abordados nesta aula de Planejamento Estratégico e Análise de Cenários são: Tema 1: A importância do planejamento estratégico organizacional Tema 2: Tomada de decisões empresarias na visão estratégica Tema 3: Estabelecimento de objetivos empresariais Tema 4: A importância da análise de cenários nos processos decisórios Tema 5: Ampliando seu conhecimento por meio do uso de planilhas do Excel CONTEXTUALIZANDO Este tema mostra-nos a importância do planejamento estratégico e análise de cenários para as empresas. No mundo do planejamento estratégico, a análise de cenários é uma forma de ver e simplificar um futuro complexo, dando a oportunidade de questionar sobre o que fazer e prever como responder a um determinado evento que pode acontecer. Nas organizações, a análise de cenários fornece uma oportunidade de ter uma discussão estratégica em torno dos principais fatores e incertezas. Os cenários são uma ferramenta de gestão para melhorar a qualidade da tomada de decisões organizacionais. Muitos gestores nunca trabalham o tempo necessário para fazer análise de cenários, mas é considerável fazer um esforço para elevar os limites da visão estratégica, principalmente no estabelecimento dos objetivos empresariais. A importância da análise de cenários no planejamento estratégico está ligada aos processos nas seguintes situações: 03 quando a alta administração e seus gestores principais necessitam elevar o planejamento num horizonte além das suas perspectivas; quando a empresa inicia a atualização do planejamento e necessita rever a visão estratégica, especialmente num futuro incerto e de riscos; quando a empresa está começando do zero e quer garantir uma direção estratégica que incorpora todas as projeções financeiras; quando a empresa está tentando fazer com que seus gestores pensem de forma livre das amarras convencionais; e quando a empresa deseja desenvolver planos de ação para os riscos de curto prazo. Com o planejamento estratégico e análise de cenários, cria-se uma variedade de possibilidades futuras, e a grande oportunidade num determinado mercado dependerá de como a empresa está preparada para ameaças inesperadas. TEMA 1 – A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ORGANIZACIONAL O planejamento auxilia uma organização a traçar uma direção para a realização de seus objetivos. O início deste processo consiste em rever todas as operações atuais da organização e identificar as necessidades de melhorias operacionais. Todo planejamento por meio das informações apresenta uma previsão dos resultados que a organização quer alcançar, além de especificar o que é necessário para chegar ao que foi planejado, podendo ser algo medido em termos financeiros ou objetivos específicos que a organização necessite atender de imediato na satisfação do cliente. Para Chiavenato e Sapiro (2003, p. 311), somente existirá um planejamento se houver acesso a determinadas informações: Não há processo de planejamento estratégico sem acesso às informações do ambiente externo e interno da organização. Assim, usando o máximo de informação e conhecimento do presente e passado, procura-se pela inteligência organizacional minimizar as incertezas e os riscos nas decisões tomadas na elaboração de estratégias. 04 Figura 1 - Planejamento estratégico De acordo com Nogueira (2014, p. 5), o planejamento envolve objetivos organizacionais para criar planos a serem alcançados, pois o planejamento deve ter uma orientação para a direção que a empresa deve seguir. Como os recursos são limitados, o processo de planejamento de uma organização deve ter na gestão uma direção precisa, com informações eficazes para uma tomada de decisão. O uso correto dos recursos permite à organização atingir seus objetivos, e com o aumento da produtividade, os recursos não serão desperdiçados em projetos com pouca chance de sucesso. Para Drucker (2006, p. 89), os recursos devem estar alocados com os resultados previstos e necessário conhecimento em: • Como os recursos estão alocados no momento • Como os recursos devem ser alocados no futuro para sustentar as atividades que geram as melhores oportunidades • Quais etapas são necessárias para que o cenário atual se transforme no que deve ser Observando os resultados previstos, as etapas que estabelecem metas na organização para melhorar o desempenho são aspectos-chave do processo de planejamento, pois os objetivos estratégicos devem ser agressivos e realistas para que as organizações não estejam propensas a perder terreno para os concorrentes. Neste processo de objetivos, observa-se uma importância para os gestores no entendimento do ambiente externo e interno, assim como a fixação de metas na previsão de resultados que devem ser comparados com os resultados reais. Analisar desvios significativos nos resultados previstos e tomar medidas para corrigir situações em que as receitas foram inferiores ou de gastos elevados no plano são fatores-chave para permitir a sobrevivência das organizações. A falta de análise ou correção das situações de riscos na gestão pode impactar no sucesso de uma organização, pois nem mesmo as maiores corporações podem controlar o ambiente econômico e competitivo em torno deles. Sabemos que muitos eventos são imprevisíveis e têm que ser tratados rapidamente, para não haver um grande impacto financeiro negativo e grave na organização. Então, o planejamento incentiva o desenvolvimento de cenários 05 nos quais os gestores preveem os possíveis fatores de risco, desenvolvendo planos de contingência. As organizações devem ser capazes de ajustar rapidamente suas estratégias conforme o ritmo acelerado das mudanças nos negócios. Devido a incertezas nas mudanças nos negócios, a construção de equipes especialistas e colaborativas deve ser promovida pelo planejamento, pois todo plano concluído e comunicado aos membros da organização fortalece as responsabilidades de todos, principalmente na assistência de outras áreas competentes da organização para completar as tarefas já atribuídas. Conforme Monteiro e Braga (2005, p. 181), as equipes obtêm melhores resultados se forem compostas por profissionais com características mais administrativas, organizadas e sistematizadas, com outros profissionais criativos, empreendedores e proativos. Para Mintzberg (2004, p. 225), “toda mudança estratégica envolve alguma experiência nova, um passo no desconhecido, uma dose de risco”. O que podemos dizer é que nenhuma organização sabe se uma competência estabelecida será uma força ou fraqueza. O planejamento auxilia competitivamente as organizações a ter uma visão realista de suas fraquezas em relação aos atuais concorrentes. Uma equipe de gestão preparada pode procurar áreas específicas em que os concorrentes podem estar vulneráveis, e então as estratégias de marketing podem aproveitar estas fraquezas. Veja o seguinte exemplo, citado por Nogueira (2014, p. 48): “Uma empresa tem a fraqueza de estar com pouca quantidade de recursos para investimentos. E a crescente abertura para o mercado internacional faz com que um novoconcorrente, poderoso, com fortes disponibilidades de investimentos, se insira no mercado em que nossa empresa atua” (Nogueira, 2014). As ações dos concorrentes também podem ajudar as organizações a identificar as oportunidades, tais como mercados internacionais emergentes ou oportunidades de mercado de produtos para grupos de clientes completamente diferentes. “As decisões em resposta às oportunidades surgem quando gestores respondem às formas de melhorar o desempenho das organizações” (Maçães, 2014). 06 TEMA 2 – TOMADA DE DECISÕES EMPRESARIAIS NA VISÃO ESTRATÉGICA Neste ponto, observamos que a organização pode ter planejado seu negócio até os detalhes mais minuciosos, mas é importante ressaltar que os processos de suprimento, gestão de pessoas, a produção, os canais de distribuição e as funções de apoio não somam um negócio de sucesso sem uma visão estratégica, pois este é um conjunto de tarefas e ações que orienta as decisões empresariais. Para tanto, formar uma visão estratégica, voltada às tarefas empresariais essenciais, significa agregar um valor inestimável à organização. A visão estratégica abrange o foco holístico, sistêmico e no longo prazo, que permite uma enorme e profunda capacidade de diagnosticar situações e com uma incrível capacidade proativa e intuitiva (Chiavenato, Matos, 2009). A visão estratégica de uma organização deve estar fixada a sua visão no que deve fazer para obter o sucesso, pois rever a visão é começar a pensar nas ações que precisará tomar. Para Chiavenato e Matos (2009, p. 25), o fator de sucesso da organização dependerá da educação empresarial na renovação contínua através de uma liderança renovadora (Figura 1). Figura 2 - Por que as organizações têm sucesso ou fracassam? Fonte: Chiavenato e Matos (2009) A liderança deve começar a formular sua visão estratégica pelo fim das ações de seus processos, pois a organização precisa saber o que vai fazer 07 especificamente quando o resultado das suas ações estiver totalmente amadurecido no mercado. Por exemplo, sua organização pode imaginar distribuir seus produtos para todos os países industrializados ou operar com diversas lojas nestes países. Note que isto são apenas declarações de ação, pois focar no que sua organização está fazendo é o resultado para um sucesso ser alcançado. A organização pode imaginar todas as estratégias necessárias, mas deve evitar assumir mais do que pode controlar. Vamos pensar assim: “Seria bom criar uma visão estratégica da organização que lidará com toda a sua gestão de distribuição, mas se ela não sabe ou tem expertise em gerenciar canais de distribuição, é melhor alterar sua visão estratégica, para que a organização busque terceirizar as áreas que estão fora de suas competências essenciais”. Então, a organização deve ter em sua visão estratégica projetos-chave para que o planejamento cumpra através de determinadas ações e chegue ao sucesso. Por exemplo, se a visão da organização afirma que abrangerá uma maior quota de mercado em determinada região, os projetos-chave ajudam a organização a conseguir isso, pois estes podem incluir a introdução de novos produtos, criando um branding ou estrategicamente abrindo filiais em determinada cidade. O planejamento é o processo que envolve a tomada de decisões em cenários prováveis, visando definir um plano para atingir uma situação futura, com base nas informações de determinadas variáveis (Mosimann; Fisch, 1999, p. 44). Conforme Mintzberg (2004, p. 24), a “decisão significa comprometimento com a ação, e toda decisão considera o futuro por meio de uma promessa de agir, seja ela para comercializar um produto em dez anos ou despachar um em dez minutos”. 08 TEMA 3 – ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS EMPRESARIAIS Para estabelecer seus próprios objetivos empresariais, primeiro devemos entender a natureza e a finalidade destes objetivos. Muitas empresas confundem seus objetivos com uma declaração sobre seu negócio, permitindo que outros saibam o que a empresa tem a oferecer, mas isso não é um objetivo empresarial verdadeiro. Um objetivo empresarial é uma declaração de metas para sua empresa, em vez de uma declaração do que você faz no seu negócio ou produtos que oferece, pois um objetivo empresarial está direcionado num ponto futuro dos negócios a que a empresa quer chegar. Você define metas para ter algum sentido no porquê de tomar decisões sobre os negócios. Saiba mais Kellogg acorda com P&G comprar marca Pringles por US$ 2,7 bi Com sede em Battle Creek (Michigan), a operação representará que a Kellogg avance em seus objetivos empresariais globais tanto no setor de aperitivos quanto no de cereais, no qual já é um dos líderes. A empresa iniciou a expansão nesse setor com a aquisição há mais de uma década da Keebler, que agora reforça com a nova compra as marcas de aperitivos como Cheez-it e Special K Cracker. “Nos Estados Unidos, o negócio representa uma nova fonte de crescimento para a companhia, ao reforçar sua presença nessa categoria”, indicou Kellogg, que ressaltou que internacionalmente a “Pringles é uma marca forte e integra uma plataforma” com condições de continuar crescendo. Conforme o diretor-executivo, John Bryant, o acordo indica ainda a possibilidade de ampliar o negócio nos países da América Latina. [Exame/Negócios] Fonte: Portal Exame, 2012. Um objetivo certo para o negócio da organização indica exatamente o que precisa ser feito hoje, para que no futuro o sucesso seja alcançado. Por isso, os objetivos têm grande importância, pois um plano de negócio empresarial pode ter sucesso ou ser um fracasso, e a organização deve ter algum tempo para pensar nos melhores objetivos para o seu negócio, e estes devem ser tão precisos quanto detalhados. Para Chiavenato (2009, p. 35), os objetivos são importantes por várias razões: • Definem previamente um alvo ou meta a atingir 09 • Funcionam como guias para a ação coletiva • Servem como padrão de referência para avaliar o resultado alcançado • Proporcionam a todos uma ideia sobre aonde se pretende chegar • Permitem integração e coordenação para a união de esforços conjuntos • Servem para monitorar o progresso em relação ao alvo ou meta Ao estabelecer os objetivos empresariais, deve-se ter uma compreensão clara de como será a sua empresa diante do mercado que a espera, e saber: Quem são os seus concorrentes? Onde você imagina que a empresa vai estar daqui a um ano? Daqui a cinco anos? Daqui a dez anos? Em que nível na escala de sucesso sua organização quer estar? Após compreender essas questões, a organização deve certificar-se de que seus objetivos são muito específicos, pois é preciso saber exatamente para onde está apontando, para não apontar para algo indeterminado. Coloque um prazo específico para alcançar estes objetivos, pois isto manterá o foco e dará um sentido de urgência para permanecer o cronograma. Tenha objetivos de longo prazo e trace vários objetivos de curto prazo, pois esta constituirá a base do seu plano de negócios que levará você passo a passo em direção ao sucesso. Um objetivo mais realista pode ser alcançado dentro de seu tempo estimado. Saiba mais Orçamento: um instrumento de gestão para o alcance dos objetivos empresariais O orçamento é um enfoque sistemático e formal na tentativa de organizar e quantificar o futuro, estimando as despesas e receitas monetariamente com base no planejamento da organização, atribuindo responsabilidades e permitindo controle, durante certo período de tempo. Segundo Welsch (1996, p. 63, citado por Souza; Borinelli, 2012, p. 36), “o orçamento deve ser um instrumento de gestão para viabilização do controle que assegure o alcance dos objetivos empresariais”. Fonte: Souza; Borinelli, 2012. 010 Uma organização não pode desenhar seu objetivo emtorno de uma suposição. O objetivo deve ser algo real de atingir, como os objetivos financeiros da organização; caso contrário, estará destinado ao fracasso. Para Álvares; et al. (2008, p. 208), através da definição de objetivos financeiros são alinhadas as metas esperadas aos resultados corporativos que justificam a continuidade dos esforços empresariais. Quando colocar seus objetivos em prática, eles devem atender ao prazo estipulado, ser realistas com o mercado, ter o foco em curto prazo e ser passíveis de ajustes necessários. Lembro que não será fácil chegar ao objetivo pretendido. Quando alguém procura ajuda de um planejador financeiro, qual seu objetivo? De acordo com o artigo da Sophia Camargo, normalmente, um ou vários itens da lista a seguir, segundo os educadores e planejadores financeiros Everton Vieira de Lima, da DSOP, Jailon Giacomelli, do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF) e Mauro Calil, da Academia do Dinheiro. Os dez maiores sonhos financeiros são: comprar ou trocar a casa própria; comprar ou trocar o carro; comprar uma casa para lazer ou investimento; conseguir se organizar financeiramente; estudar fora do país; fazer uma viagem; guardar dinheiro; libertar-se das dívidas; ser independente financeiramente; ter dinheiro para casar. Saiba mais Dez desejos se resumem a dois objetivos principais. Essas dez demandas podem ser resumidas em duas principais, segundo o planejador financeiro Mauro Calil, da Academia do Dinheiro, que tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro e é autor de livros como "Separe uma verba para ser feliz" e o recém-lançado "A Receita do Bolo: os ingredientes necessários para o seu primeiro milhão". Número 1: sou descontrolado financeiramente e preciso de disciplina. Número 2: minhas aplicações financeiras não estão rendendo nada e quero alguém que me ensine onde aplicar para que o dinheiro renda mais. "Em ambos os casos, o que ocorre é que as pessoas têm uma expectativa muito alta e acham que uma planilha vai resolver tudo, ou que uma aplicação vai render tanto quanto na época da inflação de 30% ao mês, o que não acontece." [Portal UOL/Finanças Pessoais]. Fonte: Portal UOL 011 TEMA 4 – A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE CENÁRIOS NOS PROCESSOS DECISÓRIOS Vamos imaginar que a organização está enfrentando uma decisão realmente significativa, lançar um novo produto ou colocar em prática uma alternativa que poderia mudar a projeção de suas vendas atuais, o que poderia afetar profundamente o futuro de seus negócios. Melhor, vamos fazer um paralelo com sua vida, que você esteja pensando em planejar melhor suas finanças para comprar uma casa maior. Você pensa no novo lugar, nas pessoas que estarão com você e em como seria sua vida nesta nova casa. Agora você notou que, ao analisar as variáveis e alternativas que favorecem tudo isto, você acabou de fazer uma análise de cenários. Mas algo ainda perturba: mesmo com todos os números levantados, ainda existe o risco do que poderia dar errado, e qualquer projeção de um cenário futuro é claramente vulnerável às mudanças através de uma série de fatores diferentes. De acordo com Damodaran (2004, p. 228), há uma incerteza considerável que depende de fatores externos, que a empresa não pode controlar e pode decidir considerar diferentes cenários e receitas brutas e despesas do projeto em cada cenário. Figura 3 - Análise de demonstrativos para tomada de decisão Por isso que a análise de cenários ajuda a organização a entender determinados eventos (ver mapa mental - fig. 3) e a ter um quadro nítido para explorar a ocorrência destes fatores como base para a tomada de decisão. 012 Segundo Pereira, et al. (2012, p. 415), o primeiro passo em uma análise de cenário é identificar certos eventos: [...] cuidadosamente escolhidos que possam afetar a empresa. O último passo da análise é gerar uma previsão separada para cada cenário. O resultado é um número limitado de projeções detalhadas que descrevem as contingências com que a empresa se depara. (Pereira et al., 2012, p. 415). Saiba mais Planejamento de cenários A projeção de cenários para diferentes setores de atuação de pequenas empresas pode ser uma estratégia para sua sobrevivência e competitividade no mercado. Para os autores Faller e Almeida (2014), no artigo “Planejamento por cenários: preparando pequenas empresas do varejo de móveis planejados para um futuro competitivo”, é por meio da análise contínua das interações entre as empresas e o seu ambiente que serão alcançados os objetivos adequados para aproveitar todos os seus recursos. No artigo apresentado pelos autores, um modelo de construção de cenários atende pequenas empresas do setor de móveis planejados, e que pode ser aplicado a outras empresas, pois o modelo proposto foi construído a partir das ideias e teorias existentes acerca da construção de cenários como ferramentas para a formulação de estratégias empresariais. [Planejamento por Cenários]. Fonte: Faller; Almeida (2012). Com a análise de cenário, a organização pode tomar decisões no contexto dos diferentes futuros que podem vir a acontecer, forçando a organização a enfrentar todas as suposições ao moldar planos de ações e decisões com base nos cenários mais prováveis, garantindo uma certeza na tomada de decisões, mesmo se ocorrerem novas mudanças. Saiba mais Conceito A análise de cenário é um método de previsão de valores futuros de investimentos de portfólio com base em eventos potenciais, ou seja, a gestão procura executar análise de cenários para o processo de tomada de decisão nos negócios e determinar a melhor ação a se tomar para a organização maximizar os lucros. A pior solução possível, como um cenário negativo, que antecipa as potenciais perdas ou problemas operacionais, também é observado pela gestão, 013 ou seja, gerentes de finanças e analistas usam a análise de cenários para estimar o valor esperado, assumindo mudanças nas taxas de juros ou recessões na economia. Saiba mais Exemplo de cenários Cenário 1: Jaqueline quer planejar um plano financeiro que compreende a previsão de receitas e despesas futuras para a sua administração, mas não tem certeza de sua renda. Usando a análise de cenário, ela será capaz de determinar diferentes valores de renda possível e, em seguida, realizar a análise de probabilidade. O pior cenário para Jaqueline é uma renda bruta de R$ 80.000,00 e um custo de mercadorias vendidas no valor de R$ 45.500,00. Isso deixa a Jaqueline com um lucro bruto de R$ 34.500,00. O melhor cenário para Jaqueline é uma renda bruta de R$ 100.000,00 e um custo de mercadorias vendidas no valor de R$ 20.000,00. Isso deixaria Jaqueline com um lucro bruto de R$ 80.000,00. Para comparar os dois cenários, Jaqueline cria um relatório destes cenários com o resumo das duas opções. Cenário 2: vamos ver um exemplo de investimento. Sabrina é uma analista financeira em uma grande empresa de investimentos. Ela utiliza a análise de cenários para determinar as diferentes taxas de reinvestimento dos retornos esperados da carteira de investimentos, considerando o pior e o melhor cenário. O pior cenário seria que as taxas de juros caíssem 5 pontos percentuais, e o melhor cenário seria que as taxas subissem 2 pontos percentuais. Então, ela terá uma probabilidade para cada resultado e ver o risco com o spread em investimento. Com base no risco que está disposta a aceitar, Sabrina pode tomar suas decisões de investimento. Para Higgins (2014, p. 104), a análise de cenário permite que todas as variáveis incertas de entrada variem ao mesmo tempo, e a desvantagem é que os resultados são de difícil interpretação pelos executivos que não estão habituados a pensar em acontecimentos em termos de probabilidades. 014 TEMA 5 – AMPLIANDO SEU CONHECIMENTOATRAVÉS DO USO DE PLANILHAS DO EXCEL Um cenário é um conjunto de valores que pode ser operacionalizado através de uma planilha do Excel, pois esta é uma ferramenta que substitui automaticamente os números disponíveis numa planilha, além de possibilitar fazer a análise para determinadas variáveis de resposta e premissas de um dado modelo. (Pereira et al., 2012, p. 415) Exemplo Exemplo com base no recurso do Gerenciador de Cenários do Excel Confira no Blog LUZ– Planilhas Empresariais, no Post “Aprenda a criar cenários no Excel”, de Rafael Ávila, como é possível salvar grupos de valores diferentes, tendo por objetivo alternar entre os cenários ou através da análise obter um resumo numa tabela do financeiro da empresa para tomada de decisões, já que estes conjuntos são imprescindíveis para operações de gerenciamento. [Blog LUZ / Cenários no Excel]. Fonte: Blog LUZ Por meio destas planilhas, podemos criar novos cenários (atual, otimista e pessimista) e aplicá-las, com o objetivo de tomar decisões no presente baseados em previsões futuras. Vamos imaginar que você esteja numa reunião sobre vendas e vai criar no Excel os cenários atual, pessimista e otimista: Passo 1 – Crie tabelas manuais junto com sua equipe e use os valores de quantidades de produtos, preço por unidade, receita, despesas (considerar 70%) e lucro. Este processo é baseado em hipóteses e possibilidades. (Figura 4). 015 Figura 4 - Tabelas manuais dos cenários atual, otimista e pessimista Passo 2 – Selecione o intervalo de valores que será analisado (variáveis como quantidade de produtos e preço), e depois, na opção Teste de Hipóteses, clique na opção Gerenciador de Cenários. (Figura 5). Figura 5 - Automatizando seus cenários Passo 3 – Após repetir as operações para cada cenário, você poderá, na opção Resumir, apresentar em tabela suas previsões baseada na variável lucro. (Figura 6). Figura 6 - Resumo dos cenários 016 Observamos neste exemplo que os cenários construídos apresentam conjuntos de valores que o Excel salva e pode automaticamente substituir. Por meio de diferentes grupos com suas variáveis de cada cenário apresentado, você pode alternar entre esses cenários e exibir os diferentes resultados. É importante salientar que, se na empresa diversas pessoas tiverem informações específicas, você terá que coletar todas as informações em diferentes planilhas separadas para depois mesclar os cenários em uma única planilha de trabalho. Só assim você poderá criar um relatório de resumo de cenários com as informações necessárias para todos os cenários apresentados. FINALIZANDO Resumindo, para obter sucesso no planejamento estratégico na sua empresa, utilize ferramentas necessárias para auxiliar, monitorar e acompanhar sua visão estratégica inicial, através da missão da empresa, conhecimento do mercado e concorrentes, com o desenvolvimento dos seus produtos e serviços e estabeleça uma visão de futuro através da análise de cenários, traçando a importância nos seus processos decisórios. E você? Já fez o planejamento estratégico da sua empresa para este ano? 017 REFERÊNCIAS ALVARES, E.; GIACOMETTI, C.; GUSSO, E. Governança corporativa. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. ÁVILA, R. 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Barueri: Manole, 2009. DAMODARAN, A. Finanças corporativas: teoria e prática. Porto Alegre: Bookman, 2004. DRUCKER, Peter F. O homem que inventou a Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. FALLER, L. P.; ALMEIDA, Martinho I. R. Planejamento por cenários: preparando pequenas empresas do varejo de móveis planejados para um futuro competitivo. São Paulo, v.49, n.1, p.171-187, 2014. HIGGINS, R. C. Análise para administração financeira. Porto Alegre: Bookman, 2014.MAÇÃES, Manuel A. R. Manual de gestão moderna. Lisboa: Actual, 2014. MINTZBERG, H. Ascensão e queda do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2004. 018 MOSIMANN, C. P.; FISCH, S. Controladoria: seu papel na administração de empresas. 2, ed. São Paulo: Atlas, 1999. NOGUEIRA, C. S. Planejamento estratégico. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. PEREIRA, A. S.; COSTA, L. G. T. A.; COSTA, L. R. T. A. Análise de investimentos. Curitiba: IESDE, 2012. PORTAL EXAME. Kellogg acorda com P&G comprar marca Pringles por US$ 2,7 bi. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/negocios/kellogg-acorda-com-p- g-comprar-marca-pringles-por-us-2-7-bi/>. Acesso em: 15 nov. 2017. PORTAL SEBRAE. Como elaborar um planejamento estratégico. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/como-elaborar-um- planejamento-estrategico,854836627a963410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 15 nov. 2017. SOUZA, B. C.; BORINELLI, Márcio L. Controladoria. Curitiba: IESDE Brasil, 2012. ZENGER, J. Is A Lack Of Strategic Vision Holding You Back? Disponível em: <https://www.forbes.com/sites/jackzenger/2016/04/21/is-a-lack-of-strategic-vision- holding-you-back/#3c37e04c23bb>. Acesso em: 15 nov. 2017. AULA 2 ANÁLISE DE CENÁRIOS FINANCEIROS Prof. Alexandre Francisco de Andrade 02 CONVERSA INICIAL Um planejamento orçamentário e financeiro pode ajudar uma empresa a ter sucesso financeiro no presente e no futuro, mas isso somente ocorrerá se os dois andarem juntos, pois é importante conhecer determinados pontos decisivos que ajudarão a empresa nesta etapa. Portanto, esta aula tem como objetivo a percepção da importância na realização de um planejamento financeiro com projeção a longo prazo, que direcionará a elaboração de planos em curto prazo, pois estes são essenciais para a organização. Em seguida, discutiremos sobre como a elaboração correta do orçamento compõe uma das etapas de um planejamento empresarial, pois o orçamento é um valioso instrumento de planejamento e controle das operações da empresa, qualquer que seja seu ramo de atividade, natureza ou porte. Os temas a serem abordados nesta aula de Planejamento Orçamentário e Financeiro são: Tema 1 - Planejamento estratégico e orçamento empresarial Tema 2 - Estrutura e demonstração financeira Tema 3 - Organização e alinhamento do orçamento com a estratégia Tema 4 - Projeções financeiras e técnicas de análise Tema 5 - Ampliando seu conhecimento através do uso de simuladores CONTEXTUALIZANDO Vamos apresentar os pontos decisivos para auxiliar a empresa a distinguir seus planos orçamentário e financeiro. O primeiro ponto é saber o rumo que a empresa tomará e onde ela está atualmente. Enquanto um plano orçamentário ajuda a mapear suas principais despesas e a planejar as semanas e meses que virão, um plano financeiro permitirá que a empresa defina um rumo para metas financeiras dentro de cinco, dez ou vinte anos, pois um bom planejamento financeiro pode abordar suas receitas/despesas, impostos, seguros, planejamento imobiliário etc. O segundo ponto é a questão da estratégiae tática que a empresa moldará, de modo que se faz necessário criar um plano financeiro que contemple uma estratégia de longo prazo para chegar onde a empresa quer ir, e construir um plano orçamentário que contemple a gestão do dinheiro no dia a dia dos negócios. Tendo uma visão sobre quanto dinheiro é pago nas despesas da empresa, é 03 possível saber o quanto de dinheiro pode ser estipulado para definir as metas no planejamento financeiro. O terceiro ponto é o horizonte de tempo a longo prazo e a curto prazo. Com um planejamento financeiro, a empresa pode acompanhar o seu progresso numa base trimestral ou semestral. Com um planejamento orçamentário, a empresa consolida suas receitas e despesas numa base semanal ou mensal. Assim, no curto prazo, a empresa acompanha seu orçamento aumentando as responsabilidades nas atividades e terá mais progresso com seu plano financeiro. A empresa deve pensar nos pontos importantes (metas) sobre o quer fazer e onde quer estar em dez, vinte ou trinta anos, e quais medidas ela tomaria para alcançar tais metas. TEMA 1 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E ORÇAMENTO EMPRESARIAL Elaborar um orçamento não é apenas uma atividade dada pelo Diretor do Financeiro aos seus gerentes para lhes fornecer mais trabalho, e sim um plano financeiro mais abrangente para alcançar os objetivos financeiros e operacionais de uma organização. Se usado corretamente, pode se tornar um quadro para planejamento estratégico da empresa. De acordo com Padoveze e Taranto (2009, p. 7), o mais importante é o pensamento estratégico, pois os responsáveis pela organização (o presidente ou a diretoria) têm o objetivo de manter a competitividade e a continuidade da empresa, razão de ser da estratégia. Há muitas vantagens derivadas na elaboração de um orçamento, principalmente na coordenação de atividades entre departamentos. Alinhando todas elas ao quadro estratégico da empresa, é possível afirmar que o orçamento fornece atribuição de responsabilidades na tomada de decisão e aumenta a responsabilidade gerencial, pois, com um planejamento sólido, todas as decisões atenderão aos mesmos objetivos. Para Parsloe e Wright (2001, p. 11), os objetivos na elaboração de um orçamento podem ser resumidos como: Controle: assegurar que as finanças da empresa sejam controladas adequadamente, de modo que esta sobreviva, atinja suas metas financeiras e prospere. Coordenação: assegurar que as despesas necessárias das diferentes partes da empresa somem um total que esta possa pagar e que esses recursos financeiros sejam alocados nos departamentos de maneira 04 consistente, sem que um deles tenha precedência sobre os outros. Comunicação: assegurar que todas as divisões da empresa estejam cientes de suas metas financeiras e dos recursos que podem utilizar para atingir essas metas. Comparação: assegurar que os resultados reais sejam avaliados regularmente, tendo em vista as metas orçamentárias, de modo que a empresa tenha conhecimentos detalhados do progresso alcançado e de quaisquer problemas que possam estar surgindo. Notamos que, no planejamento orçamentário, as avaliações de desempenho melhoram, proporcionando uma visão gerencial no cumprimento dos objetivos, e incentiva a eficiência nas áreas dentro da empresa. Para que a criação de um orçamento eficaz não se torne uma tarefa assustadora, é preciso contar com a participação da equipe no processo orçamentário, pois ele é uma parte importante da comunicação empresarial entre funcionários e gestores, mantendo o foco do grupo nos objetivos do planejamento orçamentário. Para Neto (2011, p. 13), as necessidades orçamentárias das unidades ou dos departamentos se comprometem a respeitar os valores estabelecidos e projetam seus limites para controlar seus desempenhos na execução orçamentária. No campo de ação do planejamento estratégico, verificam-se a viabilidade dos objetivos e as ações no orçamento empresarial. Além disso, ao criar e gerenciar um orçamento, restrições tecnológicas, administrativas, legais e financeiras limitam as ações estratégicas e podem comprometer o alcance de certos objetivos. (Neto, 2011, p. 9). Podemos observar alguns pontos ao criar um orçamento mais eficaz: identificar quem são os tomadores de decisão na organização e envolvê- los neste processo; usar a tecnologia para coordenar e consolidar com a equipe os esforços do que colocar em orçamento; criar um orçamento que reflita o plano estratégico da organização; envolver a equipe na avaliação e comparação do que foi realmente orçado, para destacar os pontos fortes e fracos; identificar as questões críticas e criar um plano de ação imediato; 05 lembrar que o processo orçamental é uma ferramenta com metas estratégias da organização, que fornece oportunidades de trabalhar mais perto da equipe, mantendo a organização no caminho certo. TEMA 2 – ESTRUTURA E DEMONSTRAÇÃO FINANCEIRA As Demonstrações Financeiras representam um registro formal das atividades financeiras de uma entidade, pois são relatórios que quantificam a força financeira, o desempenho e a liquidez de uma empresa, refletindo os efeitos financeiros das transações e dos eventos comerciais de uma organização. A Norma Internacional de Relatório Financeiro (IFRS), citada pelos autores Morais e Lourenço (2013), define demonstrações financeiras, como: [...] uma representação estruturada da posição financeira e do desempenho financeiro de uma entidade que deverão ser elaboradas com o objetivo de proporcionar informação sobre a posição financeira, desempenho financeiro e fluxos de caixa da entidade que seja útil para um vasto conjunto de utilizadores na tomada de decisões econômicas. (Morais; Lourenço, 2013). Requisitos para a classificação e mensuração de ativos e passivos financeiros Conforme conteúdo postado no Portal Dedução, a partir de janeiro de 2018, as empresas financeiras e demais que adotam padrões contábeis internacionais precisarão se adequar à estrutura do IFRS 9 (International Financial Reporting Standards 9), que estabelece diferentes requisitos para a classificação e mensuração de ativos e passivos financeiros. Buscando formas de orientar seus clientes na implementação das novas normas, a Deloitte desenvolveu a pesquisa “Sixth Global IFRS Banking Survey | No time like the present”. Com base em depoimentos de 91 bancos da Europa, Oriente Médio, África, Ásia e Américas, o relatório analisa, em perspectiva, como essas instituições estão respondendo ao desafio de se adequar aos novos requisitos. [...] O IFRS 9 favorece o entendimento das demonstrações financeiras por parte de investidores, órgãos reguladores internacionais e agentes do mercado, além de propor mudanças na forma de apresentação das informações. Por causa dessas mudanças, a nova norma pode afetar de forma significativa as projeções de resultados, pagamento de dividendos e a percepção das empresas já que prevê, entre outras medidas, a substituição do modelo de apuração de perdas incorridas por um modelo de perdas esperadas. A principal inovação deste sistema refere-se à introdução de premissas ligadas a variáveis macroeconômicas 06 e setoriais nos modelos de estimativas de inadimplência, que terá que ser contabilizada antes mesmo do atraso nos pagamentos. “Com a nova norma, a expectativa é que, uma vez que o banco tenha seu modelo de estimativa de perda esperada ajustado, ele ganhe sustentabilidade ao longo do tempo, ou seja, as instituições não poderão rever as premissas constantemente, a fim de gerenciar o impacto no resultado financeiro”, afirma Marcello de Francesco, sócio da área de serviços financeiros da Deloitte. “Espera- se também que os juros cobrados nos empréstimos cresçam para preservar o spread, mas a decisão de repassar ou não o aumento aos clientes é estratégica edeverá ser analisada por cada uma das instituições financeiras”, finaliza Gilberto. O IFRS 9 teve origem na grande crise econômica internacional de 2007 e 2008. Na ocasião, o mercado financeiro observou que o modelo de perda incorrida adiava demais a contabilização de perdas com empréstimos imobiliários de baixa qualidade (conhecidos como subprime nos Estados Unidos), ainda que parte dos dirigentes dos bancos e dos investidores tivessem consciência de que a deterioração do cenário macroeconômico resultaria no crescimento da inadimplência. [Portal Dedução/Gestão] Fonte: Portal Dedução (2016). De acordo com Blatt (2001), as demonstrações financeiras de uma organização representam um cenário de sua situação econômica-financeira e apresenta um conjunto que envolve: Relatório da Diretoria/Administração Balanço Patrimonial Demonstrativo de Resultados Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Demonstração das origens e Aplicações de Recursos Notas Explicativas Parecer dos Auditores Independentes Uma equipe financeira, um novo investidor ou sócio, pode tomar decisões seguras por meio das demonstrações financeiras, pois elas possibilitam a discriminação dos recursos disponíveis em caixa e das dívidas. Além disso, aponta os gastos, o retorno sobre o investimento, os faturamentos previstos e a saúde financeira. Assim, os tipos de demonstrações financeiras podem ser: 07 1. Demonstração da Posição Financeira ou Balanço Patrimonial: apresenta a posição financeira de uma entidade em determinada data e é composto pelos seguintes elementos: ativos - algo que uma empresa possui ou controla (por exemplo, caixa, estoque, instalações e máquinas etc.); responsabilidades - algo que uma empresa deve a alguém (por exemplo, credores, empréstimos bancários etc.); equidade - o que o negócio deve a seus proprietários, pois representa o montante de capital que permanece no negócio depois que seus ativos são usados para pagar suas obrigações pendentes; e o patrimônio - representa, portanto, a diferença entre os ativos e passivos. “Trata- se de uma demonstração estática da situação financeira de um patrimônio em determinado momento e deve ser apresentado sempre em comparação com os valores relativos ao exercício imediatamente anterior” (Luz, 2014, p. 3). 2. Demonstração de Resultados ou DRE: apresenta o desempenho financeiro da empresa em termos de lucro líquido ou perda durante um período especificado, e é composta pelos seguintes elementos: rendimento - o que a empresa ganhou ao longo de um período (por exemplo, receita de vendas, renda de dividendos etc.); despesa - o custo incorrido pela empresa durante um período (por exemplo, salários e salários, depreciação, taxas de aluguel etc.). Para Luz (2014, p. 11), o uso do DRE pode permitir análise de desempenho econômico e financeiro de uma empresa: Pela utilização da Demonstração do Resultado do Exercício, podem ser efetuados estudos, análises e interpretações de variações ocorridas entre um período e outro, analisadas a evolução econômica e financeira do negócio, elaborados novos planos e objetivos. (Luz, 2014, p. 11). 3. Demonstração do fluxo de caixa: apresenta o movimento em dinheiro e saldos bancários ao longo de um período, e a movimentação dos fluxos de caixa é classificada nos seguintes segmentos: atividades operacionais - representam o fluxo de caixa das atividades primárias de uma empresa; atividades de investimento - representam o fluxo de caixa da compra e venda de ativos não estoques (por exemplo, compra de uma fábrica); atividades de financiamento - representam o fluxo de caixa gerado ou gasto na captação e reembolso de capital e dívida, juntamente com os pagamentos de juros e dividendos. Conforme Luz (2014, p. 18), a demonstração do fluxo de caixa incorre nos benefícios de acesso a informações sobre mudanças na estrutura de ativos líquidos da entidade e sobre sua capacidade de geração de caixa líquido. 08 4. Demonstração das Alterações no Patrimônio Líquido ou Demonstração de Lucros Acumulados: detalha o movimento no patrimônio líquido dos proprietários ao longo de um período, que é derivado dos seguintes componentes: lucro ou prejuízo líquido do período; capital emitido ou reembolsado durante o período; pagamentos de dividendos; ganhos ou perdas reconhecidos diretamente no patrimônio líquido (superávits de reavaliação); efeitos da alteração política contábil ou correção do erro contábil. TEMA 3 – ORGANIZAÇÃO E ALINHAMENTO DO ORÇAMENTO COM A ESTRATÉGIA É essencial alinhar seu orçamento com sua estratégia de negócio. Para que a relação se organize melhor e sem problemas, é necessária a aplicação de diretrizes específicas no que diz respeito às etapas para alcançar seus objetivos. Ou seja, as empresas precisam ser capazes de gerenciar seus recursos financeiros para lidarem com desafios imprevistos. Caso não haja uma boa conexão entre o orçamento e a estratégia de negócios, pode resultar em um orçamento insignificante e uma deficiente estratégia, o que poderia representar um desastre para o negócio. A importância do orçamento ajustado com a estratégia de negócios resultará num impacto de maior eficácia, alocando melhor os gastos e investimentos. Exemplo de um orçamento comprometido: Sua empresa planeja estocar além do necessário, comprando muitos produtos de uma linha nova de uma só vez, devido ao indicador de “perda da venda pela falta de estoque”. Em determinado período, o mercado reage e o pior acontece: Você acabou de adquirir um estoque excessivo. Tudo porque não analisou a demanda em manter um estoque enxuto, e agora seu orçamento está comprometido por gastos que eram evitáveis. Conforme Mintzberg (2007, p. 152), “da mesma forma que se supõe que a estratégia dirija o orçamento, o orçamento também restringe a estratégia”. Para buscar um alinhamento do orçamento com a estratégia corretamente, é preciso considerar alguns pontos: 1. Para obter o máximo de informações possíveis e ter uma estratégia infalível, certifique-se de que todos os executivos tragam diversas ideias de como a estratégia e a previsão financeira estão relacionadas com as 09 políticas de negócios, pois o orçamento deve ser tratado como um mecanismo para destinar recursos que ajudem a alcançar resultados estratégicos. 2. Para ter uma visão de longo prazo com orçamentos anuais, deve-se levar em consideração que várias iniciativas empresariais demoram mais tempo até chegar ao ponto de equilíbrio. Neste cenário, você pode garantir que os aspectos orçamentais se alinhem com os objetivos organizacionais para ser uma parte significante no crescimento da estratégia global. 3. Para medir seus indicadores de desempenho e manter a saúde financeira de sua organização, pesquise por softwares de contabilidade, pois eles ajudam na gestão, no monitoramento do dinheiro, das transações, de enviar e receber faturas. Além disso, conhecer os principais indicadores de desempenho (KPI) é essencial para incluir parâmetros financeiros e não financeiros. Esses parâmetros precisam ser bem definidos, mensuráveis e distribuídos aos principais interessados. De acordo com Marques (2009, p. 97), o cálculo e o estudo dos indicadores de desempenho indicam a saúde financeira da organização e sua análise apresenta as possibilidades de sucesso do sistema financeiro. 4. Quando definir metas realistas, uma das decisões de negócios mais importantes é se certificar de que seus objetivos são atingíveis. Faça projeções considerando o ambiente econômico e competitivo, pois um orçamento infalível é fator decisivo do posicionamento de sua organização em relação aos seus concorrentes, e seja específico quanto ao modo como você planeja usar os ativos da empresa e alocá-los de forma a garantir o sucesso. 5. Para ajustar sua estratégia de “como” e “quando”exigir, certifique-se de lidar com as situações dos seus planos a cada trimestre e modificá-los conforme necessário, pois você será capaz de detectar seus erros e saber como corrigi-los antes que um pequeno problema se torne uma grande crise. A saúde financeira de sua organização de longo prazo pode contribuir com o desenvolvimento da estratégia da companhia, bem como se transformar em uma força principal na sua execução. Na maioria das empresas, o orçamento não tem muita relação com a estratégia, pois a gestão está concentrada em detalhes operacionais de curto prazo. Para um excelente desempenho das operações, é necessário que a gestão 010 dê importância à implementação da estratégia de longo prazo. (Kaplan; Norton, 2000, p. 287). Dicas para controlar seu orçamento na palma da mão: Muitas empresas disponibilizam softwares (aplicativos) para os empreendedores que não querem perder tempo procurando em pilhas de papéis as informações necessárias para o controle do orçamento empresarial. Os apps para smartphones e tablets (além de terem extensões de programas para desktops) são uma opção para o empreendedor saber de trás para frente como está o orçamento do seu empreendimento. Confira no Portal da Exame, PME, no artigo “12 erros que acabam com as contas do seu negócio”, de Mariana Fonseca, ano 2015, onde a autora cita dez aplicativos necessários para o empreendedor para o controle do orçamento. [Orçamento / Estratégia]. Fonte: Portal Exame (2015). Uma empresa adiantada e focada em sua estratégia deve estar preparada para o mercado e encarar suas dificuldades como um desafio a ser superado, pois é importante que o empreendedor esteja focado nos objetivos para as contas da empresa. Dessa forma, ferramentas necessárias e atualizadas nas tendências do mercado podem ajudar você a ganhar oportunidades, por exemplo, num acordo com o banco ou numa venda para um cliente exigente. TEMA 4 – PROJEÇÕES FINANCEIRAS E TÉCNICAS DE ANÁLISE Cada serviço para projeções financeiras é um modo de ver seu plano de negócios em números, pois, ao criar tais projeções por meio de determinados modelos, percebe-se certa facilidade de aplicação num nível de sofisticação adequado a cada situação empresarial. Os modelos de projeções financeiras são usados como ferramenta para entender o futuro financeiro de uma empresa, ou seja, um bom planejamento auxilia o cálculo do dinheiro existente em caixa e abre a possibilidade de rever estratégias de acordo com mudanças no cenário macroeconômico. O processo de modelagem financeira refina a essência do negócio empresarial em um número gerenciável fundamentado, a partir de relações de causa e efeito para distinguir o que é ou não é importante. Projeção financeira sólida 011 No artigo escrito por Laura McCamy, no Portal da Quickbooks, “5 dicas para elaborar uma projeção financeira sólida”, mostra que empreendedores enfrentam muitas dificuldades antes de conseguir construir uma empresa de sucesso. É exatamente por isso que o otimismo é uma característica positiva. Porém, quando se trata de fazer projeções financeiras, uma dose saudável de pessimismo vem a calhar. Previsões muito favoráveis podem levar você a tomar decisões que comprometam seu negócio. Quer você faça projeções para o ano seguinte ou para vários anos no futuro, projeções financeiras sólidas e com base na realidade proporcionam um roteiro crucial para o crescimento de pequenas empresas. Confira a seguir algumas dicas que podem ajudar você a avaliar seu sucesso e a tomar decisões inteligentes nos seus negócios: 1 - Prepare-se para o pior cenário: Se por um lado seria ótimo que suas vendas este ano fossem altíssimas, é mais provável que seu crescimento siga uma curva mais lenta e previsível. Previsões de receita otimistas demais podem levar a armadilhas como comprar muito estoque desnecessariamente ou contrair uma dívida que sua empresa não conseguirá pagar facilmente. 2 - Use sua projeção de fluxo de caixa para prever problemas: A projeção do fluxo de caixa é uma das etapas mais úteis para planejar um caminho mais tranquilo do ponto de vista financeiro. 3 - Identifique o ritmo do seu ciclo financeiro: Se sua empresa já está no mercado há algum tempo, estude seus demonstrativos de lucros e perdas dos últimos anos para prever o que pode acontecer. 4 - Baseie as decisões no seu ponto de equilíbrio: A análise do ponto de equilíbrio é um elemento crucial para as projeções financeiras de pequenas empresas. Ponto de equilíbrio (em unidades) = Total das despesas fixas (em R$) / Margem de lucro bruto por unidade (em R$) ou Ponto de equilíbrio (em R$) = Total das despesas fixas (em R$) / Taxa de margem bruta (em %) 5 - Faça projeções, revise, repita: Monitore atentamente suas projeções financeiras ao longo do ano para avaliar o desempenho dos seus negócios. [Quickbooks/Planejamento financeiro e Projeção Financeira]. Fonte: Portal Quickbooks. Os modelos de projeções financeiras mais detalhadas incluem: Principais premissas documentadas e organizadas por categorias, como: crescimento de clientes, fontes de receita, preços, custos, condições de 012 pagamento, despesas de capital e pessoal. Todas são colocadas em uma única planilha codificada por cores, e toda empresa deve identificar e quantificar os pressupostos e valores mais significativos para o tipo de negócio. Todas as demonstrações financeiras padrão, incluindo a demonstração de resultados (lucros e perdas), balanço e demonstração do fluxo de caixa. Fluxos de caixa independentes (a demonstração padrão de fluxos de caixa, recebimentos e desembolsos de caixa, e fontes e usos de caixa), pois é mais fácil observar os dados a partir de novas perspectivas, bem como verificar possíveis erros. Todos os cálculos do fluxo de caixa mensalmente detalhados para garantir que a empresa aumente capital suficiente para suportar picos de fluxo de caixa, devido a fatores como reposição de estoques, ciclos menores de contas a receber, altos pagamentos de impostos trimestrais, compras importantes e outros eventos. Relatórios impressos trimestrais para os dois primeiros anos, e anuais para os cinco anos seguintes. É um detalhe mais confortável para os investidores e credores. Despesas operacionais agrupadas por departamentos. Isso é apropriado para toda empresa, pois permite que se comparem as despesas do departamento como uma porcentagem do total de despesas para comparar com outras unidades. Índices-chave que permitem comparações das projeções com outras empresas da sua indústria. Vários cenários de financiamento, para comparar os efeitos de diferentes estratégias de financiamento. Análise de sensibilidade, que mostre o impacto da alteração de seus principais pressupostos em quantidades iguais, em termos percentuais e que permita aos interessados (investidores e credores) se concentrarem nos pontos importantes. Resumo com uma tabela de gráficos coloridos que apresente uma projeção para cinco anos. Conceituando uma projeção financeira, podemos dizer que ela consiste em uma previsão das receitas e das despesas futuras, que contabiliza dados internos ou históricos e inclui a previsão de fatores externos do mercado. Uma projeção de 013 curto prazo leva em consideração o primeiro ano da empresa (traçado mês a mês), e uma projeção financeira de médio prazo contabiliza os próximos três anos da empresa (traçado ano a ano). Conceitos Os principais elementos da sua projeção financeira: No Portal da Quickbooks, o artigo “Projeções financeiras: saiba como interpretar”, de Megan Sullivan, descreve três tipos de demonstrativos financeiros incluídos nas projeções financeiras: 1 - Demonstração de resultado do exercício (DRE): uma demonstração de resultado do exercício exibe suas receitas, despesas e lucro durante umperíodo específico. Se você estiver desenvolvendo essas projeções antes de abrir sua empresa, é aqui que você fará a maior parte da previsão. As principais seções de uma demonstração de resultado do exercício são: Receita (esse é o dinheiro que você ganhará com os bens ou os serviços que oferece); Despesas (certifique-se de contabilizar todas as despesas que terá, incluindo custos diretos e custos gerais e administrativos); Lucro total (sua receita menos suas despesas, antes dos impostos de renda); Imposto de renda; Lucro líquido (seu lucro total menos os impostos de renda). 2 - Projeção de fluxo de caixa: uma projeção de fluxo de caixa demonstra a um agente de empréstimos ou investidor que você dispõe de um bom risco de crédito e conseguirá quitar o financiamento. A projeção de fluxo de caixa inclui três seções: Receitas de caixa (visão geral das vendas estimadas para determinado período de tempo), contabilize apenas as vendas cobradas (e não feitas a prazo); Desembolsos de caixa (analise seu livro razão e liste todas as despesas de caixa que você espera pagar no mês); Conciliação de receitas de caixa e de desembolsos de caixa (esse é fácil, basta subtrair o valor dos desembolsos da sua receita de caixa total). Se você tiver um saldo no mês anterior, transfira esse valor e adicione-o à sua receita total de caixa. Nota: uma das armadilhas mais comuns ao trabalhar com projeções de fluxo de caixa é manter uma atitude otimista demais em relação à receita. 3 - Balanço patrimonial: essa visão geral apresenta um resumo do valor líquido da sua empresa em determinado momento. É um resumo de todos os dados financeiros da sua empresa em três categorias: ativos, passivos e patrimônio líquido. Ativos (objetos tangíveis de valor financeiro que a empresa possui); Passivos (débitos da empresa com um credor); Patrimônio líquido (a diferença 014 líquida entre o total de passivos e o total de ativos da sua empresa). Nota: certifique-se de que as informações contidas no balanço patrimonial são um resumo das informações previamente apresentadas na demonstração de resultado do exercício e na projeção de fluxo de caixa. Nessa etapa, faça uma verificação final dos dados: Investidores e credores procurarão inconsistências, e isso pode afetar (e muito) a disposição deles de estender a linha de crédito da sua empresa. [Quickbooks / Projeção Financeira]. Fonte: Adaptado de Portal Quickbooks. São exemplos de previsões financeiras mais detalhadas: Estratégia de Formação de Capital (avaliar oportunidades de crescimento para o um plano de negócios e desenvolver uma estratégia apropriada de formação de capital, como análise das necessidades de capital, avaliação da estrutura de capital e identificação das fontes de capital apropriadas); Avaliações (estimar o valor de uma empresa para fins de investimento, venda, fusão ou aquisição); Análise e Gestão de Riscos (identificar e quantificar riscos por meio de uma auditoria de risco e do desenvolvimento de modelos de risco sofisticados); Auditoria de Planilha (examinar falhas significativas, encontrar e corrigir tais problemas). Uma dica importante para suas projeções financeiras está em fornecer uma visão geral para uma análise rápida das informações a serem incluídas, e, principalmente, ser o mais realista possível e pedir auxílio de um parceiro de negócios de confiança para revisar suas projeções financeiras, não deixando de aproveitar todos os recursos on-line disponíveis. TEMA 5 – AMPLIANDO SEU CONHECIMENTO POR MEIO DE MÉTODOS DE PROJEÇÕES O objetivo principal da projeção financeira é fazer estimativas para o futuro. Com uma boa projeção, você não perderá oportunidades, pois conseguirá alocar todos os seus recursos nas áreas certas. O método mais simples de demonstrações de resultados e balanços patrimoniais financeiras projetados é o método das porcentagens de vendas, que tem a vantagem de utilizar poucos dados ou variáveis para a sua projeção. Para tanto, neste método, os muitos itens da demonstração de resultado do exercício e do balanço patrimonial contêm relação com o nível de vendas, ou seja, se o custo das mercadorias vendidas apresenta uma média de 71% das 015 vendas nos anos anteriores, então acreditamos que se manterá no próximo ano. Observe como ficaria: Vendas esperadas = R$ 20 milhões para o próximo ano. Projeção do custo das mercadorias = R$ 14,2 milhões (para nível de vendas projetado e conhecido). Existem outras técnicas de projeções mais sofisticadas, construídas em planilhas do Excel, observe alguns exemplos: Extrapolação de tendência linear: análise de projeção das vendas com base no histórico de “vendas x anos”, para determinar se as vendas cresceram em uma razão constante. (Fig. 1). Figura 1 - Projeção linear das vendas para cinco anos Análise de regressão: técnica de ajustamento para determinar a relação entre variáveis e para projeção, para obter uma projeção melhor dos custos das mercadorias vendidas para o próximo ano. (Fig. 2). Figura 2 - Projeção de gastos com propaganda FINALIZANDO Resumindo, para obter sucesso no planejamento orçamentário e financeiro da sua empresa, o planejamento financeiro precisa ser estrategicamente 016 essencial. Vale lembrar que o orçamento é um instrumento muito valioso para o planejamento financeiro e para o controle das operações da sua empresa. Todo este processo leva ao conhecimento, pois o orçamento contribui na geração de novos questionamentos a cada parte do negócio, e o financeiro terá um melhor desempenho se as formas de implementação das atividades do negócio forem repensadas. E você? Já definiu um processo de planejamento orçamentário e financeiro para mitigar possíveis riscos durante o ano para sua empresa? 017 REFERÊNCIAS BENDO, J. M. et al. Controladoria financeira: uma análise da vinculação com o planejamento estratégico para o orçamento empresarial no alinhamento da estratégia. Espacios, v. 36, n. 11, 2015. BLATT, A. Análise de balanços: estrutura e avaliação das demonstrações financeiras e contábeis. São Paulo: Makron Books, 2001. CALVO, I. P. et al. Orçamento empresarial. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012. DAMODARAN, A. Gestão estratégica do risco. Porto Alegre: Bookman, 2009. IAVELBERG, M. Como fazer um bom planejamento orçamentário? Exame, 30 ago. 2011. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/como-fazer-um-bom- planejamento-orcamentario/>. Acesso em: 15 nov. 2017. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. Organização orientado para a estratégia: como as empresas que adotam o Balanced Scorecard prosperam no novo ambiente de negócios. 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Como criar projeções financeiras confiáveis. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/como-criar-projecoes-financeiras-confiaveis/2/>. Acesso em: 15 nov. 2017. _____. 12 erros que acabam com ascontas do seu negócio. 2015. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/12-erros-que-acabam-com-as-contas-do- seu-negocio/>. Acesso em: 15 nov. 2017. PORTAL Quickbooks. 5 dicas para elaborar uma projeção financeira sólida. Disponível em: <http://www.quickbooks.com.br/r/planejamento-financeiro/dicas- criar-projecao-financeira>. Acesso em: 15 nov. 2017. _____. Projeções financeiras: saiba como interpretar. Disponível em: <http://www.quickbooks.com.br/r/conceitos-financas/projecao-financeiras-como- entender/>. Acesso em: 15 nov. 2017. AULA 3 ANÁLISE DE CENÁRIOS FINANCEIROS Prof. Alexandre Francisco de Andrade 02 CONVERSA INICIAL As técnicas de análise financeira aplicadas nas empresas são importantes ferramentas para estudo da viabilidade, estabilidade e capacidade de lucratividade de um negócio. Tais técnicas realizam diagnósticos necessários para saber como está a situação financeira de uma empresa e prever seu desempenho futuro. Podemos, em uma demonstração financeira percentual, realizar uma comparação rápida do desempenho da empresa ao longo de dois ou mais períodos. Ainda, por meio de uma análise financeira, é possível investigar o desempenho da empresa com base em índices financeiros, como as variáveis financeiras extraídas do balanço, da demonstração do fluxo de caixa ou da demonstração dos resultados. Portanto, esta aula tem como objetivo reconhecer a importância das técnicas de análise financeira, os pontos que influenciam a rentabilidade de uma empresa, as perspectivas quanto a decisões financeiras e relações econômicas quantificadas por aspectos operacionais nos negócios de uma empresa. Os temas a serem abordados nesta aula de Estrutura e Técnica de análise financeira são: Tema 1 – Técnicas de análise horizontal e vertical Tema 2 – Contextualização de análise por indicadores Tema 3 – Análise das atividades e gestão do capital de giro Tema 4 – Dinâmica operacional de estoques e ativo Tema 5 – Análise de indicadores de desempenho por meio dos indicadores de liquidez CONTEXTUALIZANDO De todos os aspectos da operação da empresa, o modelo financeiro (conjunto de técnicas) é utilizado para analisar e gerir a futura direção dos investimentos e financiamentos da empresa. Os gerentes de todos os níveis devem tomar decisões financeiras difíceis, e o uso de ferramentas ou técnicas analíticas são importantes nessa tomada de decisão. Assim, o planejamento e o controle fazem parte da gestão financeira e são realizados por muitos gerentes de hoje, estes que têm importância na aplicação das técnicas analíticas aos seus específicos problemas financeiros para que sejam tomadas as devidas decisões. Entretanto, é impossível dizer qual das várias técnicas de análise financeira 03 é a melhor, pois todas são ferramentas para serem utilizadas nas decisões financeiras e, como tal, serem aplicadas de acordo com cada situação. TEMA 1 – TÉCNICAS DE ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL Uma boa maneira de fazer um trabalho de análise de relação e tendência é preparar análises horizontais e verticais da demonstração de resultados, pois ambas envolvem a comparação das contas das demonstrações de resultados entre si, em reais e em percentuais. Entender as análises horizontal e vertical é essencial para a contabilidade gerencial, porque esses tipos de análises são úteis para demonstrações financeiras na administração da empresa, tanto interna como externamente. Se, na análise, forem reveladas quaisquer diferenças inesperadas nas contas da demonstração de resultados, os gestores responsáveis pela contabilidade na empresa devem isolar as razões e tomar medidas para corrigir o problema. Conceitos e fórmulas Técnica Análise Horizontal: permite o exame da evolução histórica de cada uma das contas que compõem as demonstrações contábeis, por exemplo, qual o comportamento da receita de venda, do custo dos produtos vendidos e do ativo circulante ao longo do tempo. (Luz, 2014, p. 34). ( 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜 𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒 − 1) 𝑥 100 Técnica Análise Vertical: pode-se inferir a estratégia da empresa, no período examinado, quanto à aplicação de recursos (investiu mais estoques, em duplicatas a receber ou em imobilizados), ou seja, permite saber qual o percentual de participação do ativo imobilizado sobre o total do ativo. (Luz, 2014, p. 35). 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑐𝑜𝑛𝑡𝑎, 𝑠𝑢𝑏𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜) 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜 𝑥 100 Para a Técnica Análise Horizontal, devemos, obrigatoriamente, ter mais de um ano de demonstração para verificar a evolução de cada item. O primeiro ano de demonstrações é o que chamamos de Ano Base e todo o cálculo será feito sobre esse ano. Para a Técnica Análise Vertical, podemos verificar qual é a participação percentual de cada item do Balanço Patrimonial ou da Demonstração do Resultado em relação a um total que denominamos Valor Base. 04 Lembre-se de que o Valor Base para fins de Análise das Demonstrações Financeiras normalmente refere-se: ao Total do Ativo, para todas as contas do Ativo de uma empresa; ao Total do Passivo + Patrimônio Líquido, para todas as contas do Passivo e do Patrimônio Líquido; à Receita Líquida, para todas as contas que compõem a Demonstração do Resultado do Exercício. 1.1 Exemplo de Análise Horizontal A planilha abaixo (Figura 1) é um exemplo de como preparar uma análise horizontal por três anos (análise de tendências). A maioria dos investidores usa cinco anos, mas este exemplo considera a evolução das receitas de vendas e dos lucros brutos de uma empresa, apurados pelas demonstrações contábeis publicadas no encerramento dos exercícios de 2014, 2015 e 2016. Figura 1 – Exemplo de Análise Horizontal Nesta análise, a data 31/12/2014 é nossa base, e observamos que o faturamento cresceu 5,88% (105,88 – 100) em 2015 e 41,46% (141,46 – 100) em 2016. Já o lucro bruto cresceu 3,75% (103,75 – 100) em 2015 e 59,11% (159,11 – 100) em 2016. Podemos observar que o resultado bruto não acompanhou a evolução verificada no faturamento no exercício de 2015, pois denota-se um maior consumo dessas receitas pelos custos, ou seja, a receita cresceu mais que o lucro. No exercício de 2016, houve uma evolução maior do lucro bruto em relação às vendas; com base em 31/12/2015, observa-se o faturamento evoluído de 33,60% (R$ 13.944 / R$ 10.437 * 100 – 100) e o lucro bruto, de 53,35% (R$ 5.976 / R$ 3.897 * 100 – 100). 05 1.2 Exemplo de Análise Vertical Na técnica de Análise Vertical (ou Análise da Estrutura), observa-se a avaliação da estrutura das demonstrações financeiras (Balanço Patrimonial e DRE) e a representatividade de cada conta em relação ao total do Ativo e Passivo, bem como a participação de cada conta do demonstrativo de resultado na formação do lucro ou prejuízo do período analisado. De acordo com Luz (2014, p. 35), é preciso obter uma medida de representatividade da parte calculada: No passivo, a análise dos percentuais de participação de cada grupo sobre o passivo total possibilita conhecer a estratégia da empresa na busca de recursos para financiamento de sua atividade. Na análise do resultado, essa técnica indica como está composto: margem bruta (lucro bruto sobre a receita líquida), lucratividade operacional (lucro operacional sobre a receita líquida), parcela da receita líquida consumida com a remuneração dos capitais de terceiros onerosos (despesas financeiras sobre receita líquida). (Luz, 2014, p. 35). A planilha de análise vertical (Figura 2) é um exemplo de que, com base no Ativo Total da empresa, em cada ano, verificou-se um decréscimo gradativo dos investimentos de curto prazo. Ou seja, o Ativo Circulante noexercício de 2014 era de 51,97%, em 2015 foi para 50,59%, e em 2016 passou para 45,60%. No entanto, nas aplicações de longo prazo e permanente, a situação ocorre de maneira inversa nos mesmos períodos. Podemos ver, no exemplo, que prevalece uma preferência por ativos de longo prazo em detrimento da sua liquidez (curto prazo). Figura 2 – Exemplo de Análise Vertical Neste exemplo, é de se esperar a opção pela participação de recursos permanentes na sua composição passiva para financiar suas aplicações mais elevadas em ativos de longo prazo. Entretanto, na avaliação da estrutura do 06 passivo, o exemplo apresenta uma evolução na participação em seu financiamento de curto prazo, ou seja, no passivo circulante, que apresentava 40% em 2014 e passou a financiar 42,45% das aplicações totais processadas em 2016. Vale lembrar que os instrumentos de Análise Horizontal e Vertical são extremamente importantes, mas é prioritária uma posição adequada durante a interpretação dos dados e seus indicadores. TEMA 2 – CONTEXTUALIZAÇÃO DE ANÁLISE POR INDICADORES Não podemos considerar apenas os números que constam num balanço patrimonial, demonstrativo de resultados ou demonstrativo de origem e aplicação de recursos, pois é na análise por indicadores que obteremos um cenário mais claro da situação e do desempenho de uma empresa. Os métodos de análise financeira calculados a partir dos dados disponíveis são: Análise de indicadores absolutos; Análise de indicadores diferenciais; Análise de índices financeiros; e Grupo de indicadores. Os indicadores de análise financeira podem ser classificados nos seguintes grupos básicos: Indicadores de rentabilidade: formam um grupo de análise financeira utilizado para avaliar a rentabilidade e a eficiência da gestão da empresa, isto é, a capacidade de a empresa produzir mais (margem ou lucro) usando menos insumos. São eles: margem bruta; margem operacional; margem líquida; retorno sobre o ativo total e sobre o ativo operacional; retorno sobre o patrimônio líquido. Indicadores de liquidez: mostram até que ponto os ativos da empresa em diversas formas cobrem as suas obrigações de curto prazo. Assim, é possível identificar o número de vezes em que a entidade é capaz de liquidar seu passivo circulante na conversão do ativo circulante para o caixa. São eles: liquidez corrente; liquidez seca; liquidez geral; e liquidez imediata. Indicadores operacionais: medem a eficiência com que a organização conduz as suas operações, ou seja, observa-se a geração de resultados da empresa e o quanto ela está gastando para isso. Seus resultados são apresentados em dias, meses ou períodos maiores. São eles: rotação de estoques; prazo médio de estocagem; rotação das duplicatas a receber (DR); prazo médio de recebimento; rotação das duplicatas a pagar ou fornecedores; 07 prazo médio de pagamento; ciclo operacional; ciclo financeiro ou ciclo de caixa; giro do ativo operacional; e giro do ativo total. Indicadores de estrutura financeira e endividamento: a empresa pode ser financiada por capital próprio e por dívidas. Os indicadores de endividamento e de estrutura financeira monitoram como a empresa é financiada e qual é a sua capacidade para cobrir o passivo de longo prazo. São eles: dependência financeira; independência financeira; garantia de capital de terceiros; participação de capital de terceiros; composição das exigibilidades; imobilização dos recursos permanentes; imobilização de recursos próprios; e cobertura de juros. Mercado ou indicadores de mercado de capitais: os investidores aplicam seu dinheiro em empresas principalmente com o intuito de obter dividendos ou ganhos de capital por venda de negócios ou suas ações (se o valor de mercado das ações aumenta, o potencial produto da venda também aumenta). O grupo de indicadores de valor de mercado e de mercado de capitais inclui: lucro por ação; preço/lucro; e valor patrimonial da ação. Grupo de indicadores para uma análise mais ampla da empresa: análise DuPont (fórmula que calcula o ROE – retorno sobre o PL, ou seja, os retornos que os investidores recebem da empresa); testes de falência; e testes de credibilidade. 2.1 Análise de indicadores absolutos A análise de indicadores absolutos é usada para avaliar o nível absoluto de vários itens, como: quantidade de ativos, capital próprio e dívida, lucro, receita, número de funcionários etc. 08 2.2 Análise de indicadores diferenciais A análise de indicadores diferenciais é usada para calcular e analisar a diferença de certos itens. Inclui nesta análise: Margem bruta (indicadores de rentabilidade): muitas vezes confundida com mark-up, indica quanto do preço do produto está acima do seu custo de produção e distribuição, ou seja, é um pouco maior do que a margem. Valor adicionado: é um dos indicadores diferenciais de rentabilidade, e mostra o valor que a entidade adicionou aos insumos externos, ou seja, é obtido por uma diferença entre as receitas de vendas de bens / serviços e os custos de insumos (geralmente custos diretos). Existem duas alternativas para o valor adicionado. Valor Econômico Adicionado (EVA): avalia o valor (lucro) gerado pela empresa durante o ano em excesso do custo de capital. Fórmula de cálculo: Resultado Operacional Líquido após Imposto – (capital investido * Custo Médio Ponderado do Capital) Explicação dos termos: Resultado Operacional Líquido após Imposto (Resultado Operacional após Tributos): existem muitas definições, e o uso deste indicador pode ser enganoso. Definição comum é: lucro / perda em atividades ordinárias após a tributação sem despesas de juros tributadas (ou seja, despesa de juros é ajustada para o efeito de poupança fiscal resultante da despesa de juros). Capital investido: patrimônio líquido total e passivo. Custo Médio Ponderado do Capital: o que deve ser calculado é a taxa de custo misto de todas as fontes possíveis de financiamento que a empresa usa (capital, dívida, ações preferenciais, lucros acumulados etc.), ou seja, representa o retorno mínimo que é exigido de um projeto de investimento. Valor de mercado adicionado (MVA): mostra o valor que a empresa entrega aos seus acionistas. Ao contrário do EVA, o MVA avalia o desenvolvimento a longo prazo e a contribuição é avaliada ao longo de toda a vida da empresa; o MVA é utilizado para avaliar a qualidade do trabalho de gestão. 09 Lucro contábil. Capital de giro (indicador de liquidez). 2.3 Análise de razão A análise de razão é formada pelas razões de certos itens das demonstrações financeiras, constituindo-se o método mais comum de análise financeira. Os resultados podem ser apresentados como um índice decimal ou em percentual. A comparação do índice da sua empresa com o de outras empresas do mesmo setor, ou área de atuação, se faz importante, pois os indicadores podem variar de acordo com as condições das taxas de juros, crescimento da economia, comportamento da produção etc. TEMA 3 – ANÁLISE DAS ATIVIDADES E GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO Os indicadores de atividade apresentam informações importantes sobre o comportamento da empresa no seu setor de atuação, nas vendas efetuadas em determinado período, na comparação dos prazos médios de pagamento e recebimento, identificando se há incoerências, na indicação do retorno sobre o ativo e na renovação do estoque. O capital de giro, por sua vez, mede a eficiência de operação de uma empresa e a saúde financeira a curto prazo. Quando positivo, mostra que uma empresa tem fundos suficientes para satisfazer o seu passivo de curto prazo, mas sendo negativo mostra que uma empresa tem dificuldade em encontrar seus passivos de curto prazo com seu circulante; pois o capital de giro fornece informações muito importantes sobre a situação financeira de uma empresa para
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