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Aula 15 - Farmacologia - Formas Farmaceuticas II

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Beatriz do Prado, 3° P – Renan Fernandes, Aula 15 
1 
 
 FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS 
o CÁPSULAS 
 
 
 
 
No slide: Vantagens -> administração de substâncias 
nauseosas, liberam rapidamente os princípios ativos depois 
da ingestão e possui deglutição mais fácil do que os 
compriidos. Desvantagens -> fácil abertura e possibilidade 
de aderência no esôfago. A gente terminou a nossa aula 
passada discutindo um pouco sobre cápsulas. Falei para 
vocês das vantagens, da existência de várias formas 
farmacêuticas, que será importante para o médico, para o 
paciente, para diversificar as opções de tratamento. 
 
Falei que nós conseguimos dividir as formas farmacêuticas 
em 3 grandes grupos: formas farmacêuticas sólidas, formas 
farmacêuticas líquidas e formas farmacêuticas semisólidas 
ou pastosas, enfim... 
 
Nós temos nas formas farmacêuticas sólidas: comprimidos, 
que temos aí uma infinidade de tipos de comprimidos, 
cápsulas e temos também pós. Quando vamos para as 
formas farmacêuticas semisólidas, temos as pomadas, 
cremes e geis. Existem diferenças entre elas? Existem! É 
uma diferença mais na formulação, digamos assim, do que 
na alteração de suas propriedades, a nível de liberar o ativo 
 
A gente finalizou nossa aula nesse ponto aqui: as vantagens 
e desvantagens das cápsulas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No slide: São constituídas por duas partes cilíndricas, 
arredondadas nos extremos, apresentando diâmetro e 
comprimentos diferentes. As cápsulas gelatinosas duras são 
consideradas uma das melhores formas para acondicionar 
substâncias medicamentosas. Protegem contra a ação da luz, 
são facilmente administradas, possibilitam em alguns casos a 
associação de sustâncias normalmente incompatíveis, 
impedem que se notam o sabor e o odor desagradáveis dos 
fármacos e sua apresentação é atraente. 
Bom, as cápsulas duras tem uma foto ali do lado (seta verde 
ali em cima), ó, para vocês verem e lembrarem. É aquela que 
tem duas partes cilíndricas, arredondadas nos extremos, que 
podem ter diâmetro e comprimento diferentes, na verdade, 
elas têm diâmetro e comprimento diferentes. 
Normalmente, a parte que está por fora, que é essa parte 
verde que está por fora da parte branca, ela é mais larga e 
menor (no slide). Então a parte verde tem que ser mais larga 
para encaixar na parte branca e a parte branca tem que ser 
maior, para que ela chegue até a parte do feixe, da capa. 
Então essas cápsulas gelatinosas duras, são consideradas 
uma das melhores formas para acondicionar substâncias 
medicamentosas. Por quê? 
 Porque elas protegem contra a ação da luz, contra a 
ação do ar e da umidade; 
 São facilmente administradas; 
 Possibilitam em alguns casos a associação de 
substâncias que são normalmente incompatíveis; 
 Impedem que notemos o sabor e o odor 
desagradável dos fármacos; 
 E a sua apresentação é atraente. 
 
Formas Farmacêuticas Parte II 
farmacologia 
 
 
 
Beatriz do Prado, 3° P – Renan Fernandes, Aula 15 
2 
É uma ação também muito barata. A gente tem os pós 
dos ativos, dos recipientes e as cápsulas de gelatina. 
Então, são ações baratas. 
 
o CÁPSULAS MOLES 
 
 
 
No slide: O invólucro é mais espesso que o das cápsulas 
duras. É constituído por uma só parte que pode 
apresentar variadas formas. Pode ser incluído no 
invólucro, uma substância ativa e os líquidos podem ser 
incluídos diretamente, sólidos são normalmente 
dissolvidos ou dispersos em veículos apropriados. 
 
Nas cápsulas moles, nós temos um invólucro único e 
espesso, ele é mais largo; enquanto que na cápsula dura 
eu tenho uma camada fina e gelatina, na cápsula mole 
eu tenho uma camada espessa e flexível, tá? Enfim. 
 
A gente pode encontrar também cápsulas moles de 
várias formas, essa forma (a do slide acima) é a mais 
convencional, que é na forma de ovoide, né... muito 
comum a forma de circunferência, melhor dizendo de 
esfera, né, mas sem dúvidas a mais comum é essa daqui, 
como vocês estão vendo aqui em cima (foto do slide). 
 
Então uma vantagem muito grande em comparação com 
a cápsula dura, é o fato de que a gente pode inserir no 
invólucro uma substância ativa. O que significa isso, 
professor? Significa o seguinte: eu tenho uma cápsula 
mole, ela tem uma parede que é espessa, gelatina com 
um glicerol, sorbitol, alguma coisa assim... e no interior 
eu tenho o ativo, né, geralmente é isso que acontece. Só 
que é possível que nós dissolvamos um ativo nessa parte 
aqui, ó, nessa mistura, no invólucro (seta laranja no slide 
abaixo). 
 
 
 
(Já foi transcrita a imagem desse slide; é o anterior). 
 
Vocês acham que qual vantagem isso traria, essa 
possibilidade, gente? Ou que característica adicional 
traria essa formulação, se eu colocasse um ativo nessa 
região, onde tá aqui no invólucro e o outro apenas no 
interior? Menor alteração medicamentosa ou dupla 
ação, perfeito, duas possibilidades! A proteção é um 
pouco difícil porque essa gelatina, essa capa aqui, ela 
solubiliza muito rápido, entendeu? A gelatina com 
glicerol, então a gente não consegue ter essa capacidade 
com cápsula mole. 
 
Agora, se eu tiver dois fármacos que são incompatíveis 
quimicamente entre si, se eu deixar um com o outro em 
contato o tempo todo, eles vão reagir, se degradar...? Eu 
posso fazer, posso propiciar o que Nonato sugeriu né, 
coloco um na camada, outro no interior, para que tenha 
uma separação física deles ou então uma dupla ação. 
Sim, eu posso ter um medicamento por fora que queira 
ser absorvido primeiro e depois mais um na camada 
interior. Eu posso colocar aqui uma substância básica, 
que modifique um pouquinho o pH na hora da absorção, 
para facilitar. 
 
Bom, geralmente, dentro de uma cápsula mole nós 
temos um líquido, então esse conteúdo de dentro (seta 
verde no slide acima) geralmente é líquido, mas sólidos 
também podem estar contidos aí de forma dissolvida ou 
dispersa. Então muitas vezes que a gente encontra uma 
cápsula dessa, 90% de chance de ser líquido no interior, 
ou seja, o ativo vai estar completamente solubilizado no 
veículo, mas eu posso ter também uma suspensão aqui 
dentro, partículas sólidas dispersas em um meio líquido, 
dentro de uma cápsula mole, tá bom? 
 
o SUPOSITÓRIOS 
 
No slide abaixo: são formas farmacêuticas 
destinadas à inserção em orifícios corporais nos 
quais amolecem se dissolverem e exercerem efeitos 
sistêmicos ou localizados; são preparações 
farmacêuticas sólidas com formato adequado para 
introdução no reto, devendo fundir à temperatura 
do organismo ou dispensar em meio aquoso; a via 
de administração é retal. Usos: efeito local -> anti-
hemorroidais, laxativos, anestésicos, anti-
inflamatório. Efeito sistêmico -> analgésicos, anti-
reumáticos, espasmódicos, antiasmáticos, 
expectorantes, antieméticos, antigripais. Parte 
vermelha: há diversos princípios ativos que são 
melhor absorvidos por via retal do que por via oral; 
sais de cálcio, vitamina D, meticilina. 
 
 
Beatriz do Prado, 3° P – Renan Fernandes, Aula 15 
3 
 
Supositórios são formas farmacêuticas destinadas à 
inserção em orifícios corporais, especificamente o 
orifício anal, é uma forma que tem um ponto de fusão 
baixo né, em comparação com outros materiais e tendo 
o contato com a temperatura corporal, 37°C, essa 
fórmula amolece, derrete, se dissolve, e aí o ativo é 
absorvido pela mucosa retal e o efeito sistêmico 
geralmente aparece. 
São preparações sólidas com formato adequado para 
introdução no reto, ele deve fundir à temperatura do 
organismo e dispersar em meio aquoso. 
Há diversos ativos que são melhores absorvidos por via 
retal do que por via oral, olha alguns exemplos: sais de 
cálcio, vitamina D e meticilina (antibiótico). Para usos 
locais: Anti-hemorroidais, laxativos, anestésicos, anti-
inflamatórios. Para efeito sistêmico nós encontramos 
sob forma de supositórios, analgésicos, anti-reumáticos, 
espasmódicos, antiasmáticos, expectorantes, 
antieméticos e antigripais. 
Geralmente a administração via retal é uma 
administraçãoreservada para pacientes que não 
conseguem deglutir e precisam fazer o uso de um 
fármaco a nível residencial. Então é comum crianças 
fazerem o uso de supositórios, idosos, ou pacientes de 
alguma condição especial. 
o OVULOS 
 
No slide abaixo: são preparações de forma ovoide, 
com consistência sólida, destinada a serem 
introduzidas na vagina, devendo dispersar ou fundir 
a temperatura do organismo. São obtidos por 
incorporação de princípios medicamentosos em 
excipientes hidrodispersiveis, como a glicerina 
gelatinada, e menos vezes em lipofílicos. Usos: 
efeito local -> fármacos adstringentes e anti-
infecciosos. Desvantagens -> pode ocorrer irritação 
na mucosa vaginal, pode ocorre absorção de 
substâncias que deveriam agir apenas no local de 
aplicação e o mesmo passa a agir sistematicamente, 
a especialidade médica que mais utiliza dos óvulos é 
a ginecologia. 
 
E temos os óvulos. Os óvulos têm um formato um pouco 
diferente dos supositórios, estão vendo? São 
preparações de forma ovoide, com consistência sólida, 
destinados à serem introduzidos na vagina, devendo 
dispensar ou fundir a temperatura do organismo. Tem 
uma estrutura à nível de interação com o organismo 
muito parecida com o supositório, dispersa, derrete a 
temperatura corporal, tem aí a glicerina gelatinada, 
excipientes que são hidrodispersiveis, e reservados para 
efeitos locais. 
Usos em efeito local: fármacos adstringentes e anti-
infecciosos. Desvantagens: pode ocorrer irritação na 
mucosa vaginal, pode ocorrer absorção de substâncias 
que deveriam agir apenas no local de aplicação e esse 
pode passa a agir sistematicamente e a especialidade 
que mais utiliza é a gineco. Não é de se espantar, 
obviamente. 
Então diferente dos supositórios, que podem ter tanto 
ação local como ação sistêmica (digo “pode ter” de 
interesse, né), no óvulo a irritação na mucosa vaginal ela 
é muito baixa, tanto que os efeitos são mais locais 
quando se utilizam um óvulo. 
 FORMAS FARMACÊUTICAS SEMI-SÓLIDAS 
 
Fechamos as formas sólidas. Falamos de comprimidos, 
cápsulas, seus tipos, supositórios, óvulos e agora as 
formas semi-sólidas. 
o POMADAS 
 
 
Beatriz do Prado, 3° P – Renan Fernandes, Aula 15 
4 
 
No slide: São preparações de consistência semi-sólida, 
de aspecto homogêneo, destinadas a serem aplicadas na 
pele ou em certas mucosas, com a finalidade de 
exercerem uma ação local ou de promoverem a 
penetração dos princípios medicamentosos; tem ação 
emoliete ou protetora. 
A gente começa com as pomadas. As pomadas são 
preparações de consistência semi-sólida, homogêneas, 
com fim de aplicação na pele ou em mucosas, que pode 
ter finalidade ou de ação local ou de penetração 
percutânea dos princípios medicamentosos. 
A própria pomada é constituída por substâncias que têm 
ação emoliente ou protetora, então além do ativo os 
recipientes exercem um tipo de ação no tecido aplicado, 
ação emoliente ou ação protetora. 
 
No slide: As pomadas mantêm-se fixas no local de 
aplicação, devido a sua adesividade, são agentes 
hidratantes muito eficazes e possibilitam a máxima ação 
terapêutica do fármaco incorporado, se adaptam as 
cavidades mucosas e a superfície da pele. As pomadas 
obstruem poros originando a diminuição da 
transpiração, favorecendo os edemas. Parte vermelha: é 
contra indicada em lesões agudas porque determinam 
uma oclusão da pele e acabam diminuindo as trocas 
gasosas cutâneas, acentuando o processo inflamatório. 
 As pomadas têm uma vantagem em relação à gel, em 
relação a creme, que é a sua adesividade. A pomada ela 
é oleosa, ela é viscosa, tem uma característica adesiva, 
ela gruda, ela adere; ela chega até a incomodar. Essa 
adesividade das pomadas se dá a presença de agentes 
hidratantes, que são muito eficazes que possibilitam 
uma ação máxima do fármaco incorporado. Por que, 
gente? Porque se eu estou mostrando uma forma que 
ela é adesiva, que fica aderida à pele, ela, digamos assim, 
otimiza o tempo que aquele fármaco vai ter para 
atravessar as camadas lipídicas e assim aumentar a 
absorção. 
Olha uma desvantagem aqui: as pomadas elas obstruem 
poros, então diminuem a transpiração, favorecendo a 
formação de edemas; justamente por sua alta 
adesividade, elas formam filmes que prejudicam a 
respiração tecidual da pele. Então, é contraindicada em 
lesões agudas, porque determinam a oclusão da pele e 
acabam diminuindo as trocas gasosas cutâneas 
acentuando, por exemplo, o processo inflamatório. 
A Omcilon, aquela pomada para afta, ela é horrível, 
agora ela tem uma constituição particular, não lembro 
agora, ela tem um nomezinho específico, que ela em 
contato com a água da saliva, em ambiente aquoso, ela 
endurece. Repararam isso? Quando a gente passa ela é 
uma pomadinha mesmo, mas quando entra em contato 
com a saliva, ela meio que dá uma endurecida, para ficar 
mais presa. 
o CREMES 
 
No slide: são emulsões contendo substância 
medicamentosa, dissolvida ou suspensa na fase aquosa 
ou oleosa. A maioria dos cremes são emulsões de óleo 
em água, embora se preparem numerosos cremes de 
água em óleo. Na preparação de um creme (água/óleo 
ou óleo/água) a escolha do emulgente é extremamente 
importante, pois o equilíbrio hidrófilo-lipófilo (EHL) é 
uma propriedade aditiva, podendo eleger dois ou mais 
emulsivos de sinal contrário, desde que a mistura 
proporcione o EHL adequado a emulsão água/óleo ou 
óleo/água. 
 Bom, quando a gente fala de creme, os cremes são um 
pouco mais complexos do que as pomadas. Tem muita 
coisa que é legal que vocês saibam, mas não é 
fundamental. Por exemplo, tem dois tipos de cremes, os 
cremes são mais complexos do que as pomadas. Os 
cremes, por eles serem estáveis, eles precisam de uma 
 
 
Beatriz do Prado, 3° P – Renan Fernandes, Aula 15 
5 
proporção exata de óleo/água ou de água/óleo; a gente 
precisa dessas substâncias para fazer essa emulsão, que 
tenha o chamado equilíbrio hidrófilo-lipófilo ideal ou 
adequado para aquela formação. 
Como assim, professor? Os cremes são emulsões. O que 
é emulsão? É uma mistura de substâncias hidrossolúveis 
ou lipossolúveis; se você pegar um copo de água, colocar 
dois dedos de óleo e homogeneizar, ocorre uma 
emulsão, só que essa emulsão ela é instável; quando a 
gente para de homogeneizar, em alguns segundos vai ter 
a separação, do que é oleoso e do que é aquoso. Agora 
se vocês pegarem água, óleo, colocar sabão e 
homogeneizar, a gente vai ter uma emulsão que com 
certeza vai ser mais difícil de separar. Esse sabão é o 
emulgente; então todo creme vai ter uma substância que 
vai fazer a interface, vai fazer a interação entre as 
partículas de óleo da sua formulação e as partículas da 
água. 
Geralmente quando o ativo é lipossolúvel eu tenho uma 
emulsão óleo-água; quando eu tenho, geralmente, um 
ativo que é hidrossolúvel, eu tenho uma emulsão água-
óleo. 
A maioria dos cremes são emulsões de óleos em água, 
embora exista um grande número de cremes que são 
água em óleo. 
Na preparação de um creme, seja ele água/óleo ou 
óleo/água, a escolha do emulgente, a escolha da 
substância, vai permitir essa estabilidade do creme, que 
é emulgente, é superimportante, porque o equilíbrio 
hidrófilo-lipófilo (EHL) dessas substâncias, vai nos 
garantir uma estabilidade do creme. 
Imagina só, se vocês compram aí um creme de pele, 
esses cremes de pele caríssimos aí que vocês usam, para 
chegar nos 40 anos e parecer que tem 20, imagina... 
chega na farmácia, compra esse creme caríssimo, 
quando vou abrir sai óleo na minha mão e depois água. 
Imagina que do tempo que ele ficou na prateleira, ele 
separou, isso não pode acontecer. Isso é uma deficiência 
técnica muito grande e de fato não acontece, tá? 
 O Omcilon (pomada que ele falou mais cedo) é 
orabase; era esse nome que eu estava tentando lembrar. 
Ela é uma pomada; a questão é que essa pomada, 
quando entra em contato com o ambiente aquoso, ela 
endurece. 
Normalmente pele é mucosa e cremes geralmente são 
para uso externoe não nas mucosas. Geralmente, tá? 
Meninas, se vocês tivessem que escolher um protetor 
solar, vamos sair da parte da intimidade né, vocês 
escolheriam um protetor solar que é sob a forma de 
creme, pomada ou gel? A maioria escolheu gel. 
Então, o que é que acontece, pela característica de 
adesividade das pomadas, elas quando possível, foram 
substituídas por cremes, por gerar esse desconforto 
menor na aplicação. Os cremes geram menor 
desconforto nas aplicações e isso vale para todas as 
situações. Pele, mucosa vaginal, axila... 
 
No slide: os cremes óleo/água de emulgente de ânion 
ativo apresentam geralmente elevado poder de 
penetração na pele; tem propriedades umectantes que 
lhes permitem atravessar uma barreira lipídica cutânea 
que emulsionam. Já os emulgentes tensoativos não 
iônicos possuem uma penetração mais difícil e fraco 
poder umectante. Os cremes óleo/água são de fácil 
remoção da pele e da roupa por simples lavagem. Os 
cremes água/óleo são menos penetrantes, possuem 
ação endodérmica ou epidérmica usados como 
protetores cutâneos, e com o seu alto teor de água não 
são desidratantes e espalham-se facilmente na pele, não 
são bem tolerados pela epiderme, são emolientes, muito 
utilizados como veículos para fármacos antissépticos e 
parasiticidas. 
Olha só, algumas características a mais, que tornam os 
cremes queridos do que as pomadas: os cremes, 
principalmente os óleo/água, eles apresentam um 
elevado poder de penetração na pele, tem alta 
propriedade umectante, ou seja, permite que a forma, 
carreando o ativo, ultrapasse as camadas lipídicas 
cutâneas, tá? 
Os cremes óleo/água são de fácil remoção da pele e de 
fácil remoção das roupas. Os cremes água/óleo são 
menos penetrantes, então, geralmente, protetor solar 
em forma de creme são cremes são em forma de 
água/óleo. Eu não quero que o protetor seja absorvido, 
quero que ele permaneça na pele. 
São também muito utilizados para veículos de fármacos 
antissépticos e parasiticidas, mesmo objetivo, porque eu 
quero provocar esse efeito na pele. Agora, pensa 
comigo, diclofenaco (anti-inflamatório), se vocês fossem 
 
 
Beatriz do Prado, 3° P – Renan Fernandes, Aula 15 
6 
pensar entre creme óleo/água e creme água/óleo, quais 
vocês teriam preferência? O água/óleo tem ação menos 
penetrante, então é o óleo/água. 
Ah, eu não coloquei o slide dos géis aqui, mas os géis são 
basicamente constituídos de água e álcool. Água, álcool, 
algumas substâncias que dão aspecto gelatinoso, então 
são duas substâncias, que fornecem esse aspecto 
gelatinoso, principalmente na parte da dermatologia, 
eles têm sido os grandes atores da troca da pomada para 
o creme e do creme para o gel. Por quê? Porque eles 
volatilizam com uma solubilidade maior, hidratam a pele 
também, por terem água e deixam o ativo na pele, sem 
a necessidade da sua presença na forma física. 
 FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS 
 
E agora tem as formas farmacêuticas líquidas, que 
podemos destacar a suspensão, solução e xarope. Agora 
eu quero saber o que vocês entendem da diferença 
entre suspensão, solução e xarope. A Marie fez um 
resumo ali; ela acha que o xarope é um extrato, que a 
suspensão não há admissão do ativo e a solução há 
admissão. A K (não consegui entender o nome da aluna 
que o professor mencionou) colocou que o xarope tem 
muito açúcar; por isso o xarope é viscoso. O xarope é 
como se fosse um mel, um melaço, porque é grudento, 
tem muito açúcar. O xarope é um tipo específico de 
solução. 
Pessoal, a gente fala de suspensão, falando de formas 
farmacêuticas líquidas, usando o mesmo conceito da 
química. O que é uma suspensão? É uma forma líquida, 
um meio dispersante líquido, que tem partículas 
heterogêneas sólidas, que não se solubilizam. Então a 
gente pode deixar o tempo que for essas partículas 
sólidas em contato com esse líquido, que essas partículas 
não vão se solubilizar. Quando a gente pega um frasco, 
pode ser um medicamento, pode ser um suco, pode ser 
um leite, qualquer coisa, que tem lá: agite antes de beber 
ou homogenize antes de usar, o que significa isso? É uma 
suspensão. Um exemplo: eu tenho aqui dois frascos, um 
azul e um vermelho na prateleira da farmácia há 1 
semana, há 1 semana ele está lá parado, não me 
encontrou e esse líquido está assim (o frasco vermelho 
na foto abaixo) e o azul tá assim (foto abaixo). Qual seria 
uma suspensão e qual seria uma solução? 
 
O que está de azul e o que está de vermelho é um ativo, tá? 
Solução o vermelho e suspensão o azul. Quando você pega 
um copo de água e adiciona uma colher de açúcar, você vai 
mexer, mexer, mexer e o açúcar vai sumir, não vai ser visível, 
as partículas vão se solubilizar no veículo, na água. 
Independentemente do tempo que você deixe esse na 
cabeceira da cama, a água não vai se separar mais do açúcar, 
concordam? No frasco vermelho, se eu tenho uma forma 
farmacêutica líquida, uma solução é uma forma líquida em 
que os ativos, os recipientes, estão solubilizados 
completamente no veículo. Então eu posso deixar o tempo 
que for, o meu ativo não vai se separar de fase do veículo. Do 
lado azul, imagina que você tem terra, colocou no copo com 
água e homogeneizou e mexeu, mexeu, mexeu. Tem 
partículas ali que não vão se solubilizar na água, tanto que se 
você parar de mexer, o que vai acontecer com essas 
partículas? Elas vêm pra baixo, porque não são solúveis na 
água. 
o SOLUÇÕES 
 
No slide: são misturas homogêneas de duas ou mais 
substâncias, resultando em um produto final com uma única 
fase, de aspecto límpido. Solvente -> maior quantidade; 
soluto -> menor quantidade. Contém uma ou mais 
substâncias ativas dissolvidas em água ou em um sistema 
água-co-solvente. Pode conter adjuvantes farmacotécnicos 
para provar maior estabilidade (antioxidades, conservantes) 
e/ou palatabilidade (edulcorantes, flavorizantes). 
Soluções são misturas homogêneas de duas ou mais 
substâncias resultando em um produto final com uma única 
fase de aspecto límpido. Isso aqui também é fundamental, 
gente. Voltando para o exemplo da terra, a terra, quando a 
gente homogeniza, ela deixa a água marrom, né? Parte vai 
decantar, partículas mais grossas, mas a parte marrom vai 
continuar, parecendo que sujou a água. Quando uma 
 
 
Beatriz do Prado, 3° P – Renan Fernandes, Aula 15 
7 
substância se solubiliza na água, a água fica límpida. Se eu 
altero a liquidez da água, é porque as partículas não se 
solubilizaram, tá? 
Então, em uma solução, nós temos o solvente e o soluto. O 
solvente na maioria das vezes vai ser a água, que vai tá em 
maior quantidade na formulação e o soluto, aí tem o ativo, 
substâncias que dão cores, sabor, em menor quantidade. 
Muitas vezes, unicamente a água, não é capaz de solubilizar 
um ativo. Se você tiver água e dipirona, por exemplo, a água 
não vai conseguir solubilizar a dipirona. Agora se eu tiver, 
água, 5% de etanol e dipirona, eu consigo solubilizar a 
dipirona, é o chamado co-solvente. 
Vantagens das soluções: rapidez de absorção no trato 
gastrointestinal, em relação a cápsulas e comprimidos, 
facilidade de deglutição, homogeneidade na dose (?) –
coloquei uma interrogação para a gente discutir–, 
flexibilidade de doses. Desvantagens: dificuldades de 
acondicionamento e transporte, apresentam menor 
estabilidade físico-química e microbiológica do que as formas 
sólidas. A solubilização realça o sabor do fármaco, então isso 
para princípios ativos com sabor ruim, é péssimo; e o difícil 
acesso ao sistema de medida de volume uniforme. 
Homogeneidade nas doses. Vocês concordam com essa 
frase? Isso é 100% verdadeiro, 100% falso, mais ou menos? 
Colocaram no chat: quando comparamos com a suspensão, 
sim. Se comparado ao comprimido, não. A solução ela pode 
ficar parada o tempo que for, ela não vai separar em duas 
fases; o ativo vai continuar aqui, disperso com o veículo. 
Se vocês prescrevem para o paciente tomar 5mls de dipirona, 
250mg de dipirona; todo mundo que pegar o comprimido de 
dipirona vaitomar 250mg de dipirona. Agora vocês acham 
que todo mundo que colocar 5mls do copinho dosador, vai 
colocar seus 5mls? Não. 
Essa desvantagem é meio que uma vantagem, né? O fato de 
o indivíduo poder flexibilizar as doses, é uma vantagem 
também, porque a gente consegue fazer que, conforme a 
criança vá crescendo, ela vai aumentando a dose, por 
exemplo. 
Por que, que as soluções têm a desvantagem de menor 
estabilidade físico-química e menor estabilidade 
microbiológica? Porque tem água. 
A solubilização ela realça o sabor do fármaco. Concordam? 
Por quê? Por causa de uma maior superfície de contato com 
as papilas gustativas. Então, numa fórmula líquida, o ativo vai 
se interagir mais com essas papilas e você vai sentir mais o 
sabor desagradável, ok? 
E essa desvantagem aqui, que é o difícil acesso ao sistema de 
medida de volume uniforme, é totalmente incoviniente. Tipo 
assim, gente, imagina que vocês compraram um antibiótico 
para o cachorro de vocês, na forma de solução/suspensão e 
vocês perderam o copinho dosador. E aí? Faz como? Senta e 
chora, né? Vai na colher, no olhometro. Isso é muito ruim. 
o SUSPENSÕES 
 
No slide: forma farmacêutica líquida que contém 
partículas sólidas dispersas em um véiculo líquido, 
no qual as partículas não são solúveis. As suspensões 
são muito utilizadas por via oral e também 
suspensões para administração parental. 
Apresentam-se geralmente prontas para o uso; 
aumenta ou prolonga a ação de medicamentos em 
comparação com as soluções. Além das suspensões 
líquidas prontas, existem granulados oupós 
apresentados em sachês, possibilitando a obtenção 
fácil da suspensão. 
 
Suspensão são formas farmacêuticas líquidas que contém 
partículas sólidas dispersas num veículo líquido, no qual as 
partículas não são solúveis. As suspensões são muito 
utilizadas por via oral, mas também são muito usadas por via 
parenteral. Isso aqui é muito interessante, né? 
Pessoal, qual o volume de um frasco desse aqui (no slide 
acima)? 100mls aqui embaixo, ó. 250mg do ativo em 5mls da 
suspensão, dessa concentração aqui. Então a cada 5mls de 
suspensão, eu tenho 250mg do ativo. Vamos colocar aí que 
juntando o recipiente com o ativo, eu tenha 500mg da 
formulação, dos sólidos. Em 5mls de suspensão, eu não 
consigo solubilizar 500mg de sólidos. Imaginem que eu tenho 
 
 
Beatriz do Prado, 3° P – Renan Fernandes, Aula 15 
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que administrar 250mg do ativo na corrente sanguínea. Não 
to dizendo que eu vou pegar essa formulação aqui e colocar 
na veia do cara não, to dizendo que é possível que 500mg não 
sejam solúveis em 5mls, mas podem ser solúveis num volume 
de sangue. 
Cada forma para sua via. 
São formulações que geralmente se apresentam prontas para 
o uso. O comprimido efervescente eu não sei se solubiliza 
100%, não tenho certeza, já o pó vinha assim “complete com 
água filtrada até a marca tal”. A gente ia lá, homogeneizava 
e deixava pronto para uso. Qual é a vantagem, gente? Qual a 
vantagem de pedir para o paciente fazer isso? Isso mesmo, a 
durabilidade. Quanto mais água um ativo tem, menor a 
durabilidade. Então imagina que, um antibiótico feito com a 
água, já vem na suspensão, ele dure seis meses; quando a 
indústria faz isso, quando a indústria coloca o pó para o 
paciente acrescentar, não tenha dúvidas de que esse tempo 
de prateleira aumentou e muito, sei lá, 12 meses. Então isso 
é muito bom, né? 
Me explica isso aqui, gente. Uma suspensão ela aumenta ou 
prolonga o tempo de ação do medicamento em comparação 
com as soluções. É verdade isso? Por quê? Ocorre um afeto 
na absorção. Eu vou desenhar aqui um estômago, tá? Esse 
indivíduo tomou aí uma solução. Esse fármaco já está 
solubilizado no veículo e é rapidamente absorvido, né? Já é 
solubilizado, já está em meio aquoso... 
Agora imagina, uma outra situação, em que essa formulação 
está sob a forma de suspensão. Então aqui eu tenho as 
partículas do ativo; essas partículas vão precisar se solubilizar 
para depois serem absorvidas. Então elas vão se solubilizando 
e vão ser absorvidas à medida que vão se solubilizando. Isso 
tem só vantagens ou tem desvantagens também? Uma das 
vantagens é essa, né. Aumenta ou prolonga a ação. Se vai 
absorvendo lentamente, eu vou mantendo uma 
concentração sempre ativa do fármaco. E a desvantagem? A 
principal desvantagem em comparação com a solução, é que 
o efeito demora mais para começar. 
O que vai caracterizar a suspensão, quando vocês lerem? A 
frase “AGITE ANTES DE USAR”. Uma solução não vai ter essa 
informação, porque não é necessário. 
 
Vamos lá, vantagens. Melhoram a estabilidade dos fármacos 
que são instáveis na forma de solução, mas são estáveis na 
forma de suspensão. Então, tem muita substância aí, muito 
fármaco, muita molécula ativa, que solubilizada em água é 
instável, mas sob a forma de sal, um sal insolúvel ou em sua 
forma livre, faz com que esse fármaco tenha menor contato 
com o solvente, diminuindo a reação química que possa 
acontecer no meio aquoso. Muitas vezes as suspensões 
existem para ter maior estabilidade do fármaco. 
Mascara sabor e odor desagradável. Olha só, pelo mesmo 
motivo que a solução aumenta o sabor e odor desagradável, 
superfície de contato. O fármaco em suspensão está em 
partículas insolúveis. O cloranfenicol é um excelente 
exemplo! É uma das substâncias já descobertas, que tem o 
pior gosto numa escala de gosto. É praticamente impossível 
tomar o cloranfenicol em solução, porque ele tem um sabor, 
como eu falei, um dos piores sabor que já foi descrito. O que 
a indústria fez? Fez o sal do cloranfenicol; o palmitato de 
cloranfenicol, ele é insolúvel em água, forma suspensão e não 
tem sabor algum, é insípido. 
Eu alterei um pouco a estrutura da molécula, transformei ela 
num sal, deixei esse sal insolúvel e isso foi suficiente para 
garantir a não percepção completa do sabor do cloranfenicol. 
Bom, assim como todas as formas farmacêuticas líquidas, é 
de fácil deglutição e indicada para crianças, idosos, que tem 
dificuldade de deglutir cápsulas e comprimidos e permite 
administração de altas doses do fármaco. Isso é muito legal, 
porque assim, muitas vezes o agente limitante da dose é a 
solubilização. Como eu falei pra vocês, é possível solubilizar 
250mg do ativo em 5mls, agora se eu quiser uma formulação 
da concentração de 500mg a cada 5mls, esse ativo já não é 
mais solúvel. Eu posso fazer formulações de concentrações 
altas pensando em suspensão; eu não dependo da 
solubilização do ativo. 
Imaginem um fármaco A, ele é solúvel em água, ele é solúvel 
5mg por ml. 5mg do fármaco é solúvel em 1ml de água; 
imagina que a dose é um analgésico. A dose analgésica dele 
é 500mg. Quanto de solução esse indivíduo vai ter que 
consumir? 100mls, um frasco inteiro praticamente, de 8h em 
8h. É viável isso? Não, não é viável. Qual uma das soluções 
para isso? Uma das soluções para isso é trabalhar como a 
suspensão. 
 
 
 
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Continuação das vantagens. Permite ajuste de dose pelo 
volume, assim como a solução. Possibilidade de injeção 
intramuscular para ação liberação lenta e ação prolongada, 
isso é muito legal, né? E eu posso ter um ativo em forma de 
suspensão. No tecido muscular, esses grânulos vão se 
solubilizando lentamente. Também posso adicionar 
edulcorantes, flavorizantes, corantes, para aumentar aí a 
palatabilidade e aspectos visuais. 
A única desvantagem diferente da solução é pelo sistema 
instável. As partículas sofrem sedimentação. Então, é 
necessário, ó, a agitação para que a gente uniformize as 
partículas antes do uso. Quem não agita, vai estar 
consumindo, no primeiro minuto, vai estar consumindo mais 
soluto do que solvente e nas últimas doses, mais solvente do 
que soluto. Então o indivíduo vai, nos primeiros momentos, 
tomar uma dose menor e nos últimos, final do frasco, uma 
dose muito maior do que a desejada. 
Todo mundo entende isso? Vou colocar aqui um frasco, 
paciente não homogeniza, então no primeiromomento ele 
vai consumir o que vai estar aqui em cima e no final vai sobrar 
a concentração do fármaco em uma quantidade menor de 
solvente. 
o XAROPE 
 
E chegamos no Xarope; tecnicamente chamados de 
sacaróleos líquidos. O xarope ou os sacaróleos líquidos foram 
as primeiras formas farmacêuticas líquidas que surgiram. São 
formas líquidas específicas e especiais. No geral são soluções, 
tá? Então os ativos-recipientes estão completamente 
solubilizados no veículo, ok? 
A grande sacada do xarope ou da diferença do xarope, é que 
eles são formulações que contém açúcares, como por 
exemplo, a sacarose, em concentração próxima da saturação. 
Que concentração é essa? Aproximadamente 75% açúcar. 
Então se você tiver 100ml da formulação, você vai ter 
aproximadamente 75g de açúcar, certo? Aproximadamente 
75g de açúcar em cada 100ml da formulação, tá? É uma 
solução hipertônica, por isso que ela é “visguentinha”, 
pegajosa, melosa, grudenta. 
Bom, além da água e do açúcar, a gente pode ter também 
flavorizantes, os aromatizantes; vão ter: água, açúcar, ativo, 
um corante e uma substância para dar um sabor de morango, 
framboesa, uva, maracujá, abacaxi, melancia... seja o que for. 
Tá, professor, mas eu ainda não vi a vantagem de fazer a 
formulação desse tipo. Eu falei que elas foram uma das 
primeiras formulações, né? Das líquidas. A primeira, na 
verdade. Se eu tivesse um ambiente aquoso, um veículo 
aquoso, e um ambiente hipertônico com açúcar, eu diminuía 
a probabilidade de crescimento bacteriano. 
Pensem que antigamente não existiam estabilizadores como 
existem hoje. O que existiam antigamente? Sal ou açúcar, 
como agentes que diminuíam o crescimento bacteriano. O 
açúcar diminui nessa concentração. Isso só é verdade em 
soluções hipertônicas. Se você colocar um pouquinho de 
açúcar na água, você está fazendo o efeito contrário, né? 
Você está aumentando a chance do crescimento bacteriano. 
Agora quando você satura a água com açúcar, você meio que 
captura as moléculas de água e tira elas da disponibilidade 
para criar o meio de cultura para os microrganismos. Então, 
além dessa estabilidade microbiológica, físico-química, o fato 
de você ter uma solução que tem 70% de açúcar, faz com que 
nós mascaremos as características organolépticas (sabor 
ruim, cheiro ruim...). 
Antigamente, quando não existia corante, flavorizantes, 
aromatizantes... O xarope era algo muito útil na época. Era 
algo revolucionário na aplicação de medicamentos. A gente 
utilizava muitos extratos antigamente, muitas coisas assim, 
que tinha um sabor horrível e a gente tinha que consumir. 
Fazia como? Aí a galera teve a ideia de saturar com açúcar, 
para melhorar as características de sabor, de cheiro e 
também aumentar a estabilidade. Então é um avanço muito 
tecnológico para a época. 
 
Vantagens do xarope: possibilidade de correção do sabor, 
sem adicionar nenhuma outra substância, pelo seu efeito 
edulcorante (está relacionado ao seu sabor de açúcar, é doce, 
não tem nada a ver com cor não) e boa conservação. Então é 
uma formulação auto-preservante. 
E a principal desvantagem é a restrição de uso em diabéticos. 
Imaginem, 70g de açúcar em 100ml. É uma bomba de açúcar, 
né?

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