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A RELEVÂNCIA DO COMPORTAMENTO NO BEM-ESTAR ANIMAL Entendendo a definição de comportamento O comportamento pode ser entendido como tudo aquilo que um animal é capaz de fazer (Del Claro, 2004). Em geral, comportamento animal inclui todas as maneiras que os animais interagem com os outros membros de sua espécie, com organismos de outras espécies e com o seu meio ambiente. Comportamento também pode ser definido mais estritamente como uma mudança na atividade de um organismo em resposta a um estímulo, uma sinalização externa ou interna ou uma combinação de sinais. Fatores genéticos e ambientais estão envolvidos no processo de adaptação Padrões de comportamento: representam a resposta animal a um estimulo ambiental. Sistema comportamental: é o grupo de padrões comportamentais. Ex: ingestão, sexual, temperamental, termorregulatório. Etograma O etograma é um instrumento no qual são reunidos os comportamentos de um animal através da observação, ou seja, é o inventário dos padrões de comportamento, o ponto de partida para qualquer investigação de comportamento animal. Para explicar esses comportamentos podemos nos utilizar de quatro perguntas apresentadas por Tinbergen: 1. Causa: quais os estímulos, tanto internos como externos, que provocam o comportamento? 2. Valor de sobrevivência: de que maneira esse comportamento aborda a sobrevivência e o êxito na reprodução da espécie? 3. Ontogenia: como se desenvolve o comportamento do animal ao longo de sua vida? 4. Evolução: de que forma apareceu esse comportamento? Mensurações do comportamento animal têm grande importância na avaliação do bem-estar Para reconhecer que o comportamento é anormal (grau baixo de bem-estar), o observador deve estar familiarizado com os comportamentos normais da espécie em questão. Comportamento anormal é aquele que difere em padrão, frequência ou contexto daquele exibido pela maioria dos membros de uma espécie. Estereotipias São sequências de movimentos repetidos e relativamente invariável que não se tem um proposito aparente (automutilação, mordeduras, bicagem, comportamento agressivo em excesso). Também tem relação direta ao grau baixo de bem-estar, desencadeado por estresse e falta de enriquecimento ambiental. Andar estereotípico: 1. Empregado durante a locomoção, o animal segue um caminho que retorna ao ponto de origem e é repetido em sequências – animais em confinamento. 2. Andar em círculos e perseguir a cauda – animais em confinamento e ocasionalmente resultado de desordem neurológica (mais visto em cães). 3. Balançar – excitado e frustrado ao mesmo tempo. 4. Animal permanece em um mesmo local, mas o corpo é movimentado para frente e para trás ou de um lado para o outro – cavalos, bezerros, bovinos adultos (mantidos amarrados ou em baias pequenas, ausência de variedade no ambiente). Esfregação: 1. Parte do corpo é movimentada para frente e para trás com um objeto sólido repetidas vezes – bovinos confinados por longos períodos, suínos em gaiolas estreitas (focinho). Mastigação falsa: 1. Movimentos de mandíbula como os exibidos ao mastigar alimentos são demonstrados quando o animal não tem nenhum alimento na boca – suínos na redução de fornecimento de palha para mastigarem (rolar de língua). 2. A língua é colocada para fora da boca e movimentada em espiral fora ou dentro da boca, sem a presença de material sólido – bovinos associados a deglutição de ar e formação de espuma na boca. Mordedura de barras: 1. Animal abre e fecha a boca ao redor de barras colocando a língua e dentes na superfície e realizando movimentos de mastigação – porcas gestantes em gaiolas e baixo fornecimento de palha. Pressão de bebedouro: 1. Pressionar o bebedouro automático de maneira repetitiva sem ingestão de água – porcas gestantes. 2. Lamber, arrancar e engolir o próprio pelo – porcas gestantes. Sugação e ingestão de objetos sólidos: 1. Animais recentemente desmamados com frequência sugarão e lamberão as paredes e barras de suas baias de maneira não estereotípica – bezerros e leitões desmamados precocemente. 2. Ingestão de ossos velhos, pedaços de madeira – bovinos e ovinos. Ingestão de ovos: 1. A ave que adquire esse habito tende a aumentar a pratica além ser “exemplo” para outras aves – galinhas mantidas em galinheiro e gaiolas (controle envolve eliminação das aves afetadas). Bicar de penas e de corpo: 1. Forma de comportamento anormal comum em aves criadas em sistema de reprodução intensivo – incidência no dorso, cauda, região ventral e cloacas de aves companheiras. Massagem anal: 1. Realizada com pressão considerável, de forma que o focinho do animal ativo é empurrado profundamente no períneo do animal associado – suínos em crescimento com condições de superlotação. Mordedura de cauda: 1. O comportamento se manifesta inicialmente com um suíno tomando a cauda do outro em sua boca e mastigando levemente (controle: amputação de 2/3 da cauda e redução da superlotação). Fuçar de ventre: 1. Movimento para cima e para baixo do focinho sobre o ventre de outro leitão entre os membros pélvicos e toráxicos - leitões desmamados precocemente.
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