Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso Avançado de Combate a Incêndio 1 APRESENTAÇÃO Fundada em 2008 em Campos dos Goytacazes/RJ, a FOX Treinamentos dedicava-se exclusivamente ao setor de manutenção. Alcançando uma base técnica e uma aguda visão de mercado, a identificação e aproveitamento de novas demandas foram passos naturais que estenderam suas atividades em Consultoria de Segurança do Trabalho e Treinamentos Industriais em QSMS prática dos no nosso CT, In Company e a Bordo de Plataformas. Pelo seu dinamismo e versatilidade de suas ações, a FOX Treinamentos e Serviços On & Offshore atualmente entrega serviços e pessoas ao talento criativo de sua organização e continua na busca constante da excelência na prestação de seus serviços. Dedica-se ao público alvo não exclusivamente, as empresas que necessitam formar ou atualizar seu quadro operacional visando maior segurança e rendimento, além de profissionais individuais atuantes no mercado de trabalho On e Offshore. Visite nosso site e conheça mais sobre a FOX, além de outros treinamentos de capacitação profissional nas áreas de QSMS e Petróleo e Gás. www.foxtreinamentos.com CACI Curso Avançado de Combate a Incêndio http://www.foxtreinamentos.com/ Curso Avançado de Combate a Incêndio 2 Curso Avançado de Combate a Incêndio (CACI) Curso Avançado de Combate a Incêndio 3 SUMÁRIO 1. CONTROLE DE OPERAÇÕES A BORDO 1.1 - Princípios de segurança............................................................................................ 05 1.2 - Principais áreas de perigo de incêndio..................................................................... 06 1.3 - Precauções contra incêndio...................................................................................... 08 1.4 - Processos e cuidados em destilação seca, reações químicas, incêndio em coletores de gases e caldeiras aquatubulares......................................................... 11 1.5 - Procedimentos de controle de incêndio.................................................................... 21 1.6 - Táticas e procedimentos de controle de incêndio..................................................... 29 1.7 - Agentes extintores.................................................................................................... 40 1.8 - Descrever o emprego da água como agente extintor a bordo, seu efeito na estabilidade, as precauções e os procedimentos corretivos.................................... 46 1.9 - Relatar o uso da comunicação e coordenação durante as operações de combate a incêndio................................................................................................................. 48 1.10- Descrever os procedimentos de controle de ventilação, incluindo o extrator de fumaça, de combustível e dos sistemas elétricos................................................... 49 1.11- Citar as precauções contra o fogo e os perigos associados com a estivagem e o manuseio de certos materiais, como tintas, solventes, vernizes, etc..................... 52 1.12- Descrever os procedimentos de coordenação e controle na remoção de pessoas feridas.................................................................................................................... 56 1.13- Relatar os procedimentos coordenados com equipes de controle de avarias de navios de apoio (Suplay boot) e unidades próximas............................................. 59 2. ORGANIZAÇÃO E TREINAMENTO DE EQUIPES DE COMBATE. 2.1 - Plano de Contingência contra incêndios.................................................................... 61 2.2 - Composição e alocação do pessoal e dos grupos de combate/Brigada de incêndio.................................................................................................. 63 2.3 - Treinamento da tripulação em combate a incêndio................................................... 68 2.4 - Planos de controle de incêndio.................................................................................. 70 2.5 - Organização para a evacuação e o abandono da unidade....................................... 74 2.6 - Controle de incêndios em várias partes da unidade.................................................. 75 3. INSPEÇÃO EM SISTEMAS E EQUIPAMENTOS DE DETECÇÃO E EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS. 3.1 - Alarmes de incêndio................................................................................................. 78 3.2 - Equipamentos de detecção de incêndio................................................................... 79 3.3 - Equipamentos fixos de extinção de incêndio............................................................ 82 3.4 - Tipos de bombas, mangueiras, hidrantes e aplicadores........................................... 83 3.5 - Sistemas Automáticos de Combate a Incêndio........................................................ 86 3.6 - Equipamentos Móveis e Portáteis de Combate a Incêndio...................................... 90 3.7 - Requisitos para qualificação dos vistoriadores de bordo em prevenção de incêndio...................................................................................................... 106 3.8 - Processos de investigação de incêndio..................................................................... 3.9 – Experiência dos treinados em combate ao fogo....................................................... 3.10 – Relatórios de incêndios ocorridos........................................................................... 106 107 108 Curso Avançado de Combate a Incêndio 4 4. NOÇÕES DE CONTROLE DE AVARIAS. 4.1 - Conceito e propósito do controle de avarias............................................................. 112 4.2 - Características de uma embarcação......................................................................... 114 4.3 - Principais componentes estruturais de uma embarcação......................................... 116 4.4 - Espaços reforçados da estrutura para carga e peação de material.......................... 117 4.5 – Prevenção de avarias............................................................................................... 117 4.6 - Água aberta: tamponamento e escoramento............................................................ 118 4.7 – Estanqueidade.......................................................................................................... 122 4.8 - Redes (Canalização), tanques e válvulas................................................................. 126 4.9 - Aparelhos mais comuns da manobra de carga......................................................... 129 4.10 - Composição e atribuições da equipe de "crash" de aeronave................................ 132 4.11 - Fases de uma faina de "crash"................................................................................ 133 4.12 - Procedimentos para o escape de uma aeronave em caso de "crash" a bordo ou n'água..................................................................................................................... Referências Bibliográficas ............................................................................................... Anexo - 1 Tabela Mestra.................................................................................................. Anexo - 2 FISPQ ............................................................................................................ Anexo - 3 FISPQ ............................................................................................................. 135 139 140 142 143 Curso Avançado de Combate a Incêndio 5 1. CONTROLE DE OPERAÇÕES A BORDO. 1.1 - PRINCÍPIOS DE SEGURANÇA. Os objetivos fundamentais da segurança contra incêndio são minimizar o risco a vida e reduzir a perdapatrimonial. Entende-se como risco à vida, a exposição severa a fumaça ou ao calor dos tripulantes e o eventual desabamento de elementos construtivos sobre os tripulantes ou sobre a equipe de combate. Entende-se como perda patrimonial, a destruição parcial ou total da embarcação, dos estoques, dos documentos, dos equipamentos ou dos acabamentos da embarcação sinistrada. Um sistema de segurança contra incêndio consiste em um conjunto de meios ativos (detecção de calor ou fumaça, chuveiros automáticos, brigada contra incêndio, etc.) e passivos (resistências ao fogo das estruturas, compartimentação, saídas de emergência, etc.) que possam garantir a fuga dos tripulantes da embarcação em condições de segurança, a minimização de danos e a segurança das operações de combate ao incêndio, quando essas forem necessárias. A seleção do sistema adequado de segurança contra incêndio deve ser feita tendo por base os riscos de início de um incêndio, de sua propagação e de suas consequências. Não basta identificar o possível dano á propriedade devido ao fogo, mas, por razões econômicas, é necessário também identificar a extensão do dano que pode ser considerado tolerável. A segurança, como bem comum, é divulgada através de um conjunto de convenções sociais, denominadas medidas de segurança. As regras de segurança citadas neste manual devem doravante ser seguidas pelos brigadistas porque são de significativa relevância para a criação do habito do convívio com elas e aplicação sistemáticas delas, em todas as futuras circunstâncias a bordo. A disseminação, a bordo, do sentimento de perigo e consequentes cuidados com a segurança, a todos os tripulantes, é ferramenta indispensável para o desenvolvimento da prática de proteção aos profissionais e ao patrimônio material. PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIO. “Podemos afirmar, com segurança que o mais eficiente método de combater Incêndios é evitar que eles tenham início”. Excetuados, evidentemente, os incêndios originados por danos em combate, a grande maioria de ocorrências de fogo é derivado de falhas humanas, pela não utilização do material, pela manutenção deficiente dos equipamentos e pelo desconhecimento das precauções de segurança. As principais causas de incêndio a bordo das embarcações, segundo dados estatísticos de fontes oficiais, são as seguintes: - Cigarros e fósforos atirados em locais impróprios; Curso Avançado de Combate a Incêndio 6 - Trapos e estopas, embebidos em óleo ou graxas; - Acúmulo de gordura nas telas e dutos de extração da cozinha; - Serviços com equipamentos de solda elétrica ou oxi- acetileno; - Porão com acúmulo de óleo ou lixo; - Vasilhames destampados contendo combustível voláteis; - Uso desnecessário de materiais combustíveis; - Instalações e equipamentos elétricos deficientes; - Materiais inflamáveis ou combustível de bordo, tais como óleos, graxas, tintas, solventes etc., armazenados indevidamente; - Presença de vazamentos em sistemas de óleo combustível e lubrificante; - Partes aquecidas de máquinas próximas a redes de óleo; - Uso de ferramentas manuais ou elétricas em tanques não devidamente desgaseificados, ou nos compartimentos adjacentes a esses tanques; - Fritadeiras elétricas superaquecidas; - Secadores de roupas das lavanderias, etc. 1.2 - PRINCIPAIS ÁREAS DE PERIGO DE INCÊNDIO. Um dos maiores flagelos a bordo é o incêndio. Felizmente a frequência com que ocorre é baixa, porém em alguns locais necessitam de uma atenção especial devido o serviço e a quantidade de combustíveis a serem usados. É importante que o tripulante tenha sempre em mente que a ocorrência de um incêndio a bordo é uma ameaça constante. Numa embarcação o que não falta é material inflamável. Podemos citar o revestimento das anteparas, as madeiras dos acabamentos, pirotécnicos, cortinas, estofados, combustíveis e o gás dentre outros . Evitar um incêndio depende de alguns cuidados. Sua extinção caso ocorra, depende de procedimentos relativamente simples porém imediatos. Nas embarcações é de fundamental importância dar preferência a extintores que usam gases especiais, e que geralmente possuem capacidade extintora muito superior aos de CO², muito mais leves e fáceis de manusear. Pode-se considerar como pontos mais críticos para se iniciar um incêndio a bordo os curto - circuitos ou sobrecargas do sistema elétrico, vazamentos de combustível oi gás, cigarros acessos que possam cair com algum balanço sem que isso seja percebido e, o maior deles, a COZINHA de bordo! A seguir serão apresentadas algumas áreas a serem observadas como risco de um incêndio a bordo: - Porões e espaços no fundo da embarcação; - Oficinas elétricas; - Cozinha quando utilizada para o preparo de alimentos. - Camarotes; - Oficina de corte e solda; - Praça de Máquinas; - Área de produção; - Lavanderia, etc. Curso Avançado de Combate a Incêndio 7 ÁREAS DE PERIGO DE INCÊNDIO. São as áreas que necessitam de uma maior atenção devido aos riscos ou danos que podem causar a embarcação essas áreas podem ser divididas em: pequeno risco, médio risco e grande risco. 1. ÁREA DE PEQUENO RISCO São aquelas em que o material combustível para incêndio das classes "A", "B" e "C" (incluindo partes estruturais, mobiliário e matérias depositados ou manuseados) se faz presente em pequenas quantidades, sendo disposto de tal forma que não favoreça a rápida propagação das chamas, por exemplo: Casario, salas de TV, escritórios, etc. 2. ÁREA DE MÉDIO RISCO Figura 01 – fonte internet São aquelas em que combustíveis para incêndio das classes "A", "B" e "C" estão presentes em quantidades maiores que no caso anterior, havendo facilidade de propagação de chamas, por exemplo: oficinas, estacionamento, cozinha, etc. Figura 02 – fonte internet Curso Avançado de Combate a Incêndio 8 3. ÁREA DE GRANDE RISCO São aquelas onde existe grande quantidade de combustíveis para incêndio das classes "A", "B" e "C" em estoque ou manuseio, por exemplo: refinarias, plataformas, navios, depósitos em geral, etc. Figura 03 – fonte internet 1.3 - PRECAUÇÕES CONTRA INCÊNDIO. O projeto das unidades marítimas deve prever a mínima utilização de equipamentos e acessórios compostos por materiais combustíveis, limitando a quantidade de materiais inflamáveis ao mínimo necessário a operação em vista e devem ser armazenados em locais apropriados. Se possível não armazenar material combustível acima da linha d’água, inclusive no convés principal. Quando não puder ser evitado o armazenamento de material combustível no convés principal ou na superestrutura, o mesmo deverá ser acondicionado e posicionado de forma que possa ser lançado facilmente ao mar. Deve-se, também, localizá-lo o mais para a popa possível, a fim de que a fumaça e as chamas, não interfiram na manobra do navio. É essencial que não seja deixado nenhum combustível volátil nas proximidades dos dutos de ventilação dos compartimentos de máquinas. Os locais adequados para armazenar material combustível são os compartimentos localizados junto ao casco e o material deverá ser armazenado afastado das anteparas, para evitar risco de propagação por calor irradiado, através das chaparias para os compartimentos adjacentes. Todo o combustível líquido, particularmente aqueles que desprendem vapor altamente inflamáveis, devem ser guardados em recipientes próprios com tampa hermética. A armazenagem de líquidos inflamáveis, tais como tintas, vernizes, óleos e graxas, deve ser feita em compartimento apropriado com ventilação forçada. Especial atenção deve ser dada ao material dos invólucros de sobressalentes, geralmente feitos de material combustível. Curso Avançado de Combate a Incêndio 9 Esses sobressalentes devem ser desempacotados para serem armazenados e os invólucros descartados. Independenteda preocupação de todo residente com a parte operacional, a preocupação com o combate ao incêndio deve ser constante. Cabe aos residentes, principalmente: • Manter equipamentos de combate a incêndio inspecionado frequentemente; • Realizar treinamentos periódicos com as equipes embarcadas; • Manter os equipamentos essenciais sempre operacionais (geradores de emergência, bombas de incêndio, detectores de incêndio, hidrantes, sistema de dilúvio, sprinkler etc); Para evitar incêndios a bordo é importante: • Eliminar materiais desnecessários a bordo; • Manter postura prevencionista; • Planejar as tarefas a serem executadas; • Fazer manutenção periódica nos equipamentos; • Fazer inspeções frequentemente, tomando as medidas necessárias para a redução dos riscos; • Especial atenção às linhas com vazamentos; As principais causas de acidentes a bordo são: • Falha humana: pela não observância na utilização de equipamentos; • Não obediência aos procedimentos de segurança; • Inibição do sistema de detecção; • Não atendimento às recomendações de análise de risco; • Não confinamento das fagulhas durante serviços a quente; e • Resíduos de óleos, trapos etc; Para prevenir incêndio deve-se: • Ter habilidade de reconhecer riscos de incêndio e agir para eliminá-los; • Fumar apenas em áreas seguras; • Não jogar cigarros e fósforos em locais impróprios; Curso Avançado de Combate a Incêndio 10 • Fazer manutenção correta das instalações; • Fechar bem e segregar os líquidos inflamáveis; • Descartar adequadamente trapos e estopas embebidas em óleos ou graxas; • Ter cuidados no serviço com equipamento de solda elétrica ou oxi-acetileno; • Evitar o acúmulo de óleo ou lixo no porão; Trabalhos a Quente. Toda vez que um trabalho com fogo for realizado em uma embarcação, além da obrigatoriedade da Permissão de Trabalho a Quente, uma pessoa qualificada, deve acompanhar o trabalho para intervir imediatamente em caso de princípio de incêndio ou qualquer indicio com a possibilidade disto ocorrer. O observador do fogo (Fire Watch) Pessoa ou pessoas nomeadas para o local do trabalho com fogo, para a tarefa exclusiva de verificar a existência de perigos de incêndio e proporcionar proteção contra incêndios, rápida e eficaz, se necessário. O Fire Watch deve ser qualificado e certificado para desempenhar as suas tarefas, de acordo com o determinado pela pessoa responsável (PIC-Person in Charge). De acordo com a NR 34, item 34.5.3.1 referente a trabalho a quente estabelece que: Cabe aos empregadores tomar as seguintes medidas de proteção contra incêndio nos locais onde se realizam trabalhos a quente: • Providenciar a eliminação ou manter sob controle possíveis riscos de incêndios; • Instalar proteção física adequada contra fogo, respingos, calor, fagulhas ou borras, de modo a evitar o contato com materiais combustíveis ou inflamáveis, bem como interferir em atividades paralelas ou na circulação de pessoas; • Manter desimpedido e próximo à área de trabalho sistema de combate a incêndio, especificado conforme tipo e quantidade de inflamáveis e/ou combustíveis presentes; • Inspecionar o local e as áreas adjacentes ao término do trabalho, a fim de evitar princípios de incêndio; O vigilante do fogo deve ter as seguintes competências: • Ter feito no mínimo o Curso Básico de Combate a Incêndios; • Treino na Utilização do Equipamento de Detecção de Gases; • Treino nos procedimentos da Autorização; Patrulha do Fogo. Curso Avançado de Combate a Incêndio 11 Equipes formadas por tripulantes, normalmente membros da Brigada ou Equipe de CAV, que percorrem a unidade (plataforma ou navio) com a finalidade de identificar possíveis focos de incêndio ou atividades que possam desencadear uma emergência; tomando medidas para controle das emergências e informando ao setor responsável das anormalidades encontradas. 1.4 - PROCESSOS E CUIDADOS EM DESTILAÇÃO SECA, REAÇÕES UÍMICAS, INCÊNDIO EM COLETORES DE GASES E CALDEIRAS AQUATUBULARES. DESTILAÇÃO SECA. Quase todos os sólidos que nos rodeiam, tais como madeira, rocha, vidro e outros, são misturados. Alguns podem ter seus componentes separados através da destilação. A destilação de um sólido, feita sem solvente é chamada de destilação seca. A destilação seca é o processo de combustão onde o material inflamável queima com uma quantidade de Oxigênio insuficiente para haver uma completa combustão. Quando este processo é aplicado á madeira, compreende duas fases do aquecimento: a primeira vai até aproximadamente 230°C, quando ocorre a secagem da madeira e a segunda é a destilação propriamente dita que, a partir desta temperatura (230°C), torna-se espontânea, não devendo ultrapassar 350°C, visto que, na destilação, a queima é incompleta. São três as frações recolhidas quando destilamos a madeira: - 1° FRAÇÃO – GASOSA Fase Gasosa: constituída principalmente de metano, eteno, monóxido de carbono, dióxido de carbono e vapor de água. Fase Oleosa (baixa densidade): óleo essencial. - 2° FRAÇÃO – LÍQUIDA Fase Aquosa: ácido pirolenhoso, constituído principalmente de água, ácido acético e acetona. Fase Oleosa (alta densidade): alcatrão constituído principalmente de fenóis de alto peso molecular. - 3° FRAÇÃO – SÒLIDA Constituída na sua maior parte de Carvão. Experimentalmente (quando utilizado o esquema de aparelhagem padrão para este método); podemos verificar após o aquecimento com chama fraca a obtenção das frações (tabela acima) contidas na madeira. Inicialmente, após a secagem total da madeira, observa-se uma fumaça no interior do tubo de ensaio e o desprendimento de gases inflamáveis, pois, ao aproximar um palito de fósforo acesso na extremidade do capilar é possível verificar o aparecimento de um “flash” e a combustão dos gases. Curso Avançado de Combate a Incêndio 12 Na segunda fração é fácil notar a formação do ácido pirolenhoso: é um líquido amarelado obtido da destilação. O alcatrão é um líquido muito viscoso e pardo que fica na parte superior do turbo de ensaio (da região da chama). Além destes também obtemos como produto final o carvão, este por sua vez fica concentrado na parte inferior (onde a chama se encontra) e como nós já sabemos este é um material de cor preta. Um exemplo de destilação seca é a queima do carvão. A sequência de eventos que exemplificam os perigos de uma destilação seca é: - Um incêndio em um compartimento fechado. - Insuficiência de oxigênio em ambiente com certos materiais ali existentes se aquecem, se inflama mas não queimam completamente... - A súbita abertura de um acesso a esse compartimento, nessas condições, introduz um certo suprimento de ar. - O resultado da súbita introdução desse ar é um flash direcionado exatamente para o acesso que foi aberto... - A pessoa que produziu a abertura e que tentava adentrar o compartimento poderá ser queimada pela chama súbita (flash), a menos que esteja protegida. Os perigos da destilação seca podem ser minimizados através: ● Do resfriamento externo do compartimento fechado que está incendiando, com mangueiras e muita água. ● Da entrada no compartimento em posição abaixada, protegido por uma cortina de água produzida por esguicho. ● Direcionando neblinas de água para o teto do compartimento em chamas. É pelos motivos acima expostos que a inadvertida, inoportuna e precipitada ação de entrar em compartimento fechado quando observado que ali há fumaça, sem as devidas providências descritas acima é total e enfaticamente desaconselhada. REAÇÕES QUÍMICAS. É o efeito causado quando certas substâncias (reagentes), na presença de outra ou outras (também reagentes), produz substância, ou substâncias (produtos com características (químicas, físicas e organolépticas) diferentes daquelas queas originaram, sem a possibilidade dos produtos voltarem ás condições anteriores de reagentes. Certas reações químicas podem ser produzidas pelo efeito da adição, a uma substância química, de calor, de água, de vapor, de espuma, de CO2 e até mesmo de areia. Curso Avançado de Combate a Incêndio 13 Efeitos: Entre os mais diversos efeitos produzidos por uma reação química estão - A produção de gás inflamável - A explosão - A combustão espontânea - A produção de vapor tóxicos - A geração de fumaça Reações químicas durante incêndios são mais comum de acontecerem quando o incêndio ocorre nas cargas e nos espaços das acomodações. Alguns exemplos de reações químicas que causam as proporções de incêndios incluem: - A produção de acetileno quando carbonato de cálcio entra em contacto com a água. - A decomposição do vapor quando este é aplicado a combustão de carvão. - A produção de hidrogênio quando a Redução Direta do Ferro ( DRI – Direct Reduced Fire) ocorre do contato com a água. - A oxidação de certas cargas, tais como fertilizantes, sustentam o fogo até mesmo quando o este está sob a ação de um agente extintor. - A combustão espontânea, como a do fósforo quando sua embalagem está avariada. - O auto – aquecimento como acontece com certos grão quando estão úmidos. - A produção de metano no carvão quando o mesmo atinge níveis perigosos de restrições na ventilação. - Quando se trata de incêndios em cargas perigosas, as orientações mais importantes devem ser obtidas nos Procedimentos de Emergência para Carga Perigosa. - Quando se trata de incêndios produzidos em substâncias a granel que produzem perigos químicos, as orientações mais importantes estão contidas no Código de Procedimentos de Emergência e práticas Seguras para Carga sólida a Granel. - Com o auxílio do Índice Geral do IMDG Code e do Emergency Prodedures for Ships Carry Dangerous Goods, pode-se determinar a ação a ser tomada quando de incêndio em determinada substância. Curso Avançado de Combate a Incêndio 14 INCÊNDIOS EM CALDEIRAS. Incêndios em caldeiras, economizadores, aquecedores de ar para sistemas de vapor, exaustores, etc. Devem ser tratados com procedimentos semelhantes. A causa mais comum deste tipo de incêndio é o acúmulo de carbono depositado, com ou sem óleo, que superaquece e produz combustão. A utilização de caldeiras nas mais diversas atividades oferece risco á saúde e a segurança dos trabalhadores que as manipulam, bem como se constitui numa fonte potencial de poluição do ar atmosférico. Evidentemente o grau dos riscos e problemas sanitários apresentados dependem de uma série de fatores, entre os quais podemos destacar: adequado projeto e localização do equipamento, características de funcionamento do equipamento, tipo de combustível utilizado, operação e manutenção adequada, métodos de controle do ar, postos em prática. Do ponto de vista de saúde Pública, o uso de caldeiras em industrias, prestações de serviços, hospitais e em outras atividades representa um aspecto importante pelo grande número em utilização e pela vasta distribuição pela comunidade. ● As principais dificuldades e perigos deste tipo de incêndio são: - Inacessibilidade de todas as seções, especialmente nas que estão a grandes alturas. - A possibilidade de explosão se as portas de acesso ao economizador forem abertas. - A possibilidade da rede do economizador alcançar a temperatura de 700 oC, quando pode acontecer: ● O próprio ferro entrará em combustão, derretendo ● A reação será auto sustentada e produzirá calor - O produto da combustão será óxido escuro de ferro e hidrogênio livre. - A queima do ferro no vapor independerá do suprimento. - O hidrogênio produzido entrará também em combustão se for introduzido ar. - Poderá haver explosão. Os procedimentos corretos para conter e extinguir incêndios desse tipo são: Parar imediatamente o funcionamento da caldeira ou da máquina. Borrifar a superfície externa com água de modo que a temperatura seja reduzida. Acionar necessariamente os abafadores e válvulas que permitam a exclusão do ar. Curso Avançado de Combate a Incêndio 15 Proteger os sistemas elétricos essenciais e outros equipamentos (que fiquem próximos a zona de fogo) da água usada para o controle do fogo. Promover contínuo resfriamento até que seja considerada segura a abertura do sistema para exame, inspeção e limpeza completa. TIPOS DE CALDEIRA. - Caldeira Flamatubulares. - Caldeira Aquatubulares. ♦ CALDEIRA FLAMATUBULAR São caldeiras na sua maioria de médio e grande porte e com elevada capacidade de geração de vapor, e consequentemente do tipo aquatubular, que geralmente é considerada como verdadeiras “caldeirinhas”. As caldeiras Flamatubulares têm o inconveniente de apresentar uma superfície de aquecimento muito pequena, mesmo se o número de tubos for aumentando. A necessidade de caldeiras de maior rendimento, rapidez de geração de grandes quantidades de vapor com níveis de pressão mais elevados, levou ao surgimento da caldeira aquatubular. Nesse tipo de caldeira, os tubos que, nas caldeiras flamatubulares, conduziam gases aquecidos, passaram a conduzir a água, o que aumentou muito a superfície de aquecimento, aumentando bastante a capacidade de produção de vapor. ♦ CALDEIRA AQUATUBULAR Figura 04 – fonte internet Nas caldeiras aquatubulares a água a ser vaporizada circula no interior dos tubos de troca térmica, enquanto o calor proveniente da queima do combustível circula na parte externa. As caldeiras de grande porte que operam em altas e médias pressões são todas aquatubulares. Existem centenas de projetos diferentes para as caldeiras deste tipo, adequando-as ao uso a que se destinam. Devido a sua alta flexibilidade, estas caldeiras foram gradualmente recebendo inovações visando elevar seu rendimento e confiabilidade. Uma destas inovações mais importantes foi à instalação de uma seção tubular para passagem do vapor após sua saída da zona de evaporação, permitindo a elevação de sua temperatura acima da elevação de sua temperatura de saturação, ou seja, o seu superaquecimento. Curso Avançado de Combate a Incêndio 16 A caldeira aquatubulares tem a produção de vapor dentro de tubos que interligam dois ou mais reservatórios cilíndricos horizontais: - O tubulão superior, onde se dá a separação da fase líquida e do vapor. - O tubulão inferior, onde é feita a decantação e purga dos sólidos em suspensão. Os tubos podem ser retos ou curvados. As primeiras caldeiras aquatubulares utilizavam tubos retos, solução hoje completamente abandonada, apesar de tubos. A caldeira de tubos curvados, interligando os balões, proporciona arranjo e projeto de câmaras de combustão completamente fechada por paredes de água, com capacidades praticamente ilimitadas. Dada a maior complexidade construtiva em relação ás caldeiras flamatubulares, as aquatubulares são preferidas somente para maiores capacidades de produção de vapor e pressão, exatamente onde o custo de fabricação do outro tipo começa a aumentar desproporcionalmente. Figura 05 – fonte internet INCÊNDIO EM CALDEIRAS AQUATUBULARES. Nessas caldeiras é possível ocorrer incêndio produzido pelo vapor na própria ferragem em virtude de: - Escassez de água na caldeira causando superaquecimento da tubulação acima do nível de água e devido à demora em seu desligamento. - Fogo incontrolável na fuligem e produção de fumaça mesmo após ter a mesma sido desligada já no porto, associada a causa anterior, de escassez de água. Se o incêndio é descoberto antes que a tubulação atinja 700°C de temperatura, método aconselhado para sua extinção é: Curso Avançado de Combate a Incêndio 17 - Direcionar para o bico queimador a maior quantidade de águapossível como jato sólido e, também para a origem do fogo, usando alimentação contínua de água através do uso de bombas, sempre imaginando que os tubos da caldeira estejam fraturados ou derretidos. - Manter as cobertas de ar, abafadores, descargas, etc. Resfriados através de mangueiras com jato sólido de água. - Deve ser evitado o uso de bicos de spray de água, aplicadores de espuma ou Dióxido de Carbono diretamente no fogo. EXPLOSÕES DE CALDEIRAS. As explosões nas caldeiras ocasionam quase sempre acidentes graves e é devido frequentemente a uma sobre pressão acidental ou á ruptura de um elemento qualquer da mesma: as explosões gasosas são mais raras e se produzem pela inflamação acidental de uma mistura detonante, no caso em particular do emprego de combustíveis líquidos ou carvão pulverizado. Ao contrário dos combustíveis sólidos que frequentemente produzem pequenas explosões localizadas, por exemplo, na fornalha, causando neste caso um retorno de chama. As causas mais frequentes de uma explosão numa caldeira são: a falta de água e a corrosão dos tubos de água. Se a primeira das causas é resultado mais frequente de uma falta de controle pode- se dizer que em geral os acidentes com efeitos, as lamas e os depósitos calcários podem obstruir as tubulações dos aparelhos a nível visível e dar uma falsa indicação; a determinação da boia em outros tipos de indicadores traz o mesmo inconveniente; a ausência de uma inspeção, mesmo se as caldeiras possuem dispositivo de aviso ou de alimentação automática, pode provocar as explosões da caldeira. Desde que uma caldeira esteja com incrustação, sua explosão se produz também frequentemente pelo seguinte mecanismo: as superfícies diretas da fornalha (tubos ou chapas), mais ou menos completamente isoladas da água pela película aderente de sais insolúveis, ruborizam-se sob a ação do calor. O metal deforma-se sob o feito da pressão e o conteúdo da caldeira se desprende bruscamente a atmosfera, com liberação de considerável energia. Enfim, a composição da água de alimentação pode conduzir, por sua acidez ou sua alcalinidade excessiva, a corrosão prematura das paredes metálicas e a diminuição consequente da taxa de resistência. O grau hidrométrico da água, isto é, seu conteúdo em calcário (sob a forma principalmente de bicarbonato de cálcio e sulfato de cálcio) tem uma importância fundamental. Sob a influência do calor, o anidrido carbônico precipita o carbonato de cálcio insolúvel, sob a forma de lama, cuja a maior parte é eliminada por extrações periódicas. Curso Avançado de Combate a Incêndio 18 Por outro lado, o sulfato de cálcio se precipita numa película dura e aderente sobre as superfícies as mais aquecidas e provoca avarias mais ou menos graves. É conveniente notar que uma água insuficientemente calmaria pode ser eminentemente corrosiva e que o empregado de uma água tendo um grau hidrométrico excepcionalmente baixo pode ter sobre a caldeira efeitos desastrosos, sobretudo pela presença de oxigênio dissolvido. ► O SUPERAQUECIMENTO COMO CAUSA DE EXPLOSÕES. Quando o aço com que é construída a caldeira é submetido, em alguma parte, a temperaturas maiores àquelas admissíveis, ocorre redução da resistência do aço e aumenta o risco de explosão. Entretanto, antes da ocorrência da explosão podem haver danos; empenamentos; envergamentos e abaulamentos. Na caldeira aquatubulares é muito frequente a ocorrência de abaulamento com a superfície convexa voltada para o lado dos gases, decorrentes da deformação plástica do aço em temperatura da ordem de 400 a 550° C e sob a ação duradoura de pressão interna de vapor. Outra consequência do superaquecimento é a oxidação das superfícies expostas, se o meio for oxidante, ou é carbonetação (formação de carbonetos de ferro), se o meio for redutor. ► AS PRINCIPAIS CAUSAS DO SUPERAQUECIMETO. a) Seleção inadequada do aço da caldeira. Em caldeiras aquatubulares, por exemplo, parte dos tubos das fornalhas poderão estar submetidos a radiação mais intensa que aqueles de outras partes, devendo por isso, ser constituídos por aço de características condizentes com a solicitação. Se no projeto de caldeiras não forem consideradas as condições de não homogeneidade de temperatura de trabalho das superfícies de aquecimento, poderá haver risco de fluência e ou ruptura dessas partes submetidas a pressão, devido ao emprego de aço poucos resistentes ás solicitações impostas. As faixas de temperatura em que e os aços constituintes de chapas e de tubos, respectivamente, resistem as solicitações impostas pela geração de vapor. b) Uso de aço com defeitos. O processo de laminação utilizado na obtenção de chapas e de tubos é aquele que mais pode determinar a inclusão de defeitos. É comum na produção de chapas ocorrer a chamada dupla laminação, consistindo de vazios no interior do aço. Após sucessivas passagens pelos laminadores, esses vazios adquirem um formato longitudinal ao longo da chapa, dando a impressão de se ter chapas sobrepostas. Esses defeitos fazem com que as chapas não resistam ás cargas térmicas e ou mecânicas previstas no projeto. Curso Avançado de Combate a Incêndio 19 c) Prolongamentos excessivos dos tubos. Isso ocorre com muita freqüência nas caldeiras flamatubulares, em que tubos expandidos nos espelho são deixados com comprimento excessivo para dentro das caixas (câmaras) de reversão. Esses prolongamentos exagerados prejudicam a reversão de fluxo dos gases quentes, determinados pontos de superaquecimento, cuja consequência certa é o aparecimento de fissuras nos tubos ou nas regiões entre furos dos espelhos. d) Queimadores mal posicionados. Como visto os aços das chapas e dos tubos de caldeiras admitem aquecimento até algumas centenas de graus Celsius, sem perde totalmente suas propriedades mecânicas. As chamas de queimadores podem atingir valores de temperatura de até 1.000°C, de modo que o mal posicionamento do queimador pode determinar a incidência direta da chama sobre algumas superfície, proporcionando o superaquecimento e a fluência do material. A conseqüencia disso pode ser a deformação lenta e gradual da caldeira ou a explosão eminente da mesma, o que depende da ocorrência de outros fatores. O posicionamento dos queimadores é muito complicado quando esses são do tipo tangenciais, os quais produzem um turbilhonamento intenso dos gases no centro da câmara de combustão. e) Incrustações. Esse é um problema clássico relacionado à segurança de caldeiras. As incrustações são deposições de sólidos sobre as superfícies de aquecimento, no lado da água, devido à presença nessa de impurezas: sulfatos, carbonatos de cálcio ou magnésio, silicatos complexos (contendo Fe. Al, Ca e Na) e sólidos em suspensão. Aparecem ainda, devido à presença de precipitados que resultam de tratamento inadequado da água das caldeiras (borras de fosfato de cálcio ou magnésio) e de óxido de ferro não protetores. A incrustação, se comportando como isolante térmico (a condutividade térmica e cerca de 45 vezes menor que a do aço). Não permite que a água mantenha refrigerada a superfícies de aquecimento. Isso reduz a transferência de calor do aço para a água, fazendo com que o aço para a água, fazendo com que o aço absorva mais calor sensível e aumentando sua temperatura de forma proporcional à quantidade de calor recebido. Nos casos de incrustações generalizadas há um agravamento da situação para manter a água na temperatura de ebulição, pois e necessário o aumento do fornecimento de calor do lado dos gases. Com esse aumento de temperatura, podem ocorre as seguintes consequências indesejáveis com relação à segurança do equipamento: f) O aço, previsto pra trabalhar em temperaturas da ordem de 300° C, fica exposto a temperaturas da ordem de 500°C, fora dos limites de resistência. Portanto, o risco de explosão acentua-se.g) A camada incrustante pode romper–se e soltar-se, fazendo a água entrar em contato direto com as paredes do tubo em alta temperatura, o que pode provocar a expansão repentina da água e, em conseqüencia, a explosão. Curso Avançado de Combate a Incêndio 20 h) Formação de zonas propícias á corrosão, em virtude da porosidade da camada incrustante e a possibilidade da migração de agentes corrosivos para sua interface com o aço. i) Operação em marcha forçada. Isso ocorre quando a caldeira possui potência insuficiente para atender as necessidades de vapor do usuário, que na expectativa de ver sua demanda atendida, intensifica o fornecimento de energia á fornalha. Nessas circunstancias, dadas as limitações da caldeira, em vez de alcançar a produção desejada, o que é conseguido é o superaquecimento das várias partes da caldeira, determinando a deformação das mesmas ou até a ruptura. Portanto, isso constitui em risco eminente de explosão do equipamento. No caso das caldeiras flamatubulares, a intensificação de energia á fornalha podem também determinar riscos de fissuras no espelho traseiro, nas regiões entre furos, de forma similar aos prolongamentos excessivos mencionados. j) Falta de água nas regiões de transmissão de calor. O contato da água com o aço e fundamental para mantê-lo refrigerado. Por isso, é essencial que o calor recebido pelas superfícies de aquecimento seja transferido para água, sem provocar aumento excessivo da temperatura do aço, pois no lado da água, o processo de vaporização acontece a pressão constante. No caso de falta de água em alguma parte da caldeira, o processo da temperatura constante cessará neste local, a partir do que se dará início uma transferência de calor (com o aumento da temperatura). Isso provocará o superaquecimento do metal e, em conseqüencia, transferência de calor. Os principais motivos para a falta de água são a circulação deficiente de água e a falha operacional que serão discutidos a seguir: k) Má circulação de água. Nas caldeiras aquatubulares em que a circulação da água se faz de modo natural, a diferença de densidade entre as partes mais quentes da água e as partes menos quentes, é a força motriz responsável pela movimentação da água no interior do equipamento. Essa força motriz é tanto menor, quanto mais a pressão da água se aproxima do ponto crítico (220,9 bar). Na prática, para pressões de trabalho superiores a 150 bar, é justificável o uso de ambas para força a circulação da água. É necessário que cada tubo seja atravessado por uma quantidade de água suficientemente para refrigerá-lo, pois é preciso encontrar um bom equilíbrio da vazão de água. A rugosidade, as corrosões e os outros depósitos internos são fatores que reduzem a vazão de água nos tubos, podendo prejudicar a refrigeração. Nas caldeiras flamatubulares é estabelecido em regime normal uma circulação de água. Se no ponto A e B em particular, os quais correspondem os pontos mais baixo e mais alto da fornalha, a velocidade da água for deficiente, pode determinar nesses pontos aumento de temperatura. Isso tende a se agravar, se no ponto. A formam-se bolhas de vapor, isolando, termicamente, a parede da fornalha da água da caldeira. Curso Avançado de Combate a Incêndio 21 M) falha operacional. As caldeiras industriais de última geração operantes com combustível líquido ou gasosos são totalmente automatizadas, cujos parâmetros de funcionamento são controlados por meio de malhas de instrumentação. Isso tem exigido dos operadores pouca intervenções exigindo, porém, maior qualificação do pessoal e maior precisão nas decisões. A lógica do automatismo das caldeiras, obtido através de pressostatos e do sistema regulador de nível da água, que comandam respectivamente, o funcionamento dos queimadores e das bombas de alimentação de água. A atuação desses dispositivos, indispensáveis a segurança das caldeiras, podem interromper, subitamente, o funcionamento das mesmas, através de válvulas solenoides que bloqueiam o suprimento de combustível, desligando totalmente os queimadores. Não obstante o automatismo das caldeiras modernas, os períodos de acendimento e de desligamento das mesmas acontecem, em geral, de forma manual. Se o acendimento se realizasse em posições automática, os controles admitiriam o máximo fornecimento de energia, pois são comandados pela pressão de vapor e isso pode ser desastroso para a caldeira. Na posição de manual, o risco de falta de água esta relacionada á procedimentos inadequados do operador, que, por exemplo, não aumenta a vazão de água quando o nível tende a baixar. Falhas desse tipo em geral acontecem por falsas indicações de nível ou por imperícia na operação da caldeira. Riscos de obstruções ou acúmulo de lama na coluna de nível, geralmente acontecem, quando a limpeza ou a manutenção preventiva ou tratamento de água são realizados de forma deficiente. Isso poderá fornecer indicações de nível incorretas para o operador ou para os instrumentos responsáveis pelo suprimento de água. De forma similar, obstruções em tubulações de água de alimentação de caldeira podem conduzir a riscos de acidentes, pois a vazão de ingresso da água do vapor. Em casos de variações no consumo, ocorrer um aumento brusco na vazão de vapor, a instrumentação pode ser responsável por falta de água, pois em virtude da queda brusca de pressão, bolhas de vapor que se formam sob a superfície da água se expandem, dando origem a uma falsa indicação de nível alto, o que reduz a vazão de entrada de água. Além disso, como o pressostato sente a baixa pressão, o sinal que ele envia para os dispositivos de combustão é no sentido de fazer aumentar o fornecimento de combustível, isso tenderá a agravar a condição de risco de acidente. 1.5 - PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DE INCÊNDIO. São os métodos ou atos que o brigadista tem de realizar para executar sua tarefa, durante o atendimento a emergência. Quando uma embarcação em operação ou fundeada for detectado um incêndio, seja ela pelos sensores ou por qualquer tripulante, o alarme sonoro de emergência deverá ser acionado para que a brigada entre em ação exercendo suas atividades conforme o plano de contingência. Ação da brigada durante o atendimento a emergência: Curso Avançado de Combate a Incêndio 22 - A Brigada deve deslocar-se junto com os Técnicos de Segurança e Líder da Equipe(Coordenadores) munidos dos equipamentos de segurança apropriados. Verificarão a direção do vento e quais recursos apropriados deverão ser utilizados para o controle e combate ao fogo. - Solicitar aos Coordenadores os medidores de gás (Multigás) e rádios trasnceptores para entrar em contato com os operadores da sala de controle a fim de obter informações referentes ao sinistro. - Planejar a estratégia de combate visando a maneira mais segura. - Atender as orientações do líder sem interferências. - Realizar Comunicação com o coordenador geral da emergência informando a situação do sinistro e solicitar recursos externos se for necessário, e - Em caso de abandono, certificar-se de que tenha sido tomadas todas as providências necessárias e possíveis para minimizar os impactos decorrentes do fogo, que constam no Plano de Contingência de cada embarcação. Se o incêndio ocorrer quando a embarcação estiver docada ou atracada, deverá ser acionada o Plano de Contingência do porto. ATIVIDADE DE COMBATE A INCÊNDIO. ►ATAQUE INICIAL O colaborador que descobrir o incêndio deve disseminá-lo imediatamente, utilizando os meios de comunicações disponíveis; assim que tiver certeza de que alguém tomou conhecimento do alarme, deve dirigir-se para o ponto de reunião conforme o plano de emergência. A informação do incêndio deve chegar a um dos locais da embarcação que possua fonoclama, onde será disseminada, devendo ser especificada: a classe do incêndio; o local, dizendoo nome do compartimento e o número se houver. Os incêndios ou grandes vazamentos de óleo em praça de máquinas devem ser combatidos imediatamente. A descoberta com atraso da existência de um incêndio é caracterizada pela presença de fumaça ou de seu cheiro, já se espalhando pela embarcação através de dutos de ventilação e de ar condicionado e corredores, sendo quase sempre impossível determinar a origem do mesmo trazendo dificuldades para o pessoal. No caso de um incêndio (ou alagamento) a bordo e importante lembrar que a rapidez no ataque inicial e fundamental, e a ameaça a embarcação nesse momento é o incêndio(alagamento), portanto não adianta abandonar a área. O que foi exposto acima não significa que todos devem se dirigir ao local da avaria, mais o que se pretende é que pelo menos alguns colaboradores deem apoio a tarefa de combate a incêndio conforme a tabela mestra. Curso Avançado de Combate a Incêndio 23 O brigadista que participa do ataque inicial, para sua própria proteção e para permitir um ataque mais eficiente. É comum quando da realização de treinamentos, componentes da brigada se dirigirem ao local do sinistro com macacão operacional, pretendendo diminuir o tempo de reação. Tal procedimento, num caso real, colocará em risco o homem e causará atraso ao início da atividade de combate a incêndio. Os componentes da brigada, quando fora do turno de trabalho, devem estar especialmente preocupados com o uniforme que estiverem usando. Salienta-se que as estatísticas de incêndios nas grandes embarcações mostram que cerca de 90% dos incêndios são extintos nos primeiros dois minutos, 5% restantes ultrapassam 5 a 10 horas, sendo metade destes últimos ocorridos em Praça de Máquinas. Não se deve esquecer que: Todos a bordo, do colaborador tripulante, tripulação ao Comte, GEPLAT/OIM, devem conhecer os procedimentos básicos de controle de incêndio e os principais equipamentos de combate a incêndio e sua utilização. Ao encontrar muita fumaça ou outra indicação de um grande incêndio através de uma porta ou escotilha, o descobridor deve dar o alarme e iniciar imediatamente a limitação da fumaça na área, a contenção e a preparação do material de combate a incêndio, será feita pelos brigadistas devidamente equipados, para iniciar o ataque. Se as indicações são de um pequeno ou grande incêndio, o descobridor deve ter cautela e proteger-se seguindo em direção ao ponto de reunião para que possa ser tomada qualquer medida para extinção desse incêndio. A velocidade do ataque inicial é essencial, mas se essa ação falhar, uma avaliação cuidadosa da situação é tão importante quanto a velocidade da mesma. Em um incêndio classe “A” ou “B”, caso seja difícil efetuar o ataque inicial com extintor devido à presença excessiva de figo ou fumaça, o brigadista deve tentar utilizar a mangueira mais próxima em neblina. Em qualquer situação deve ser mantida uma distância de pelo menos 2 metrôs do incêndio, evitando o risco de choque elétrico, caso haja algum circuito de 440VAC alimentado nas proximidades do fogo do incêndio. Em um incêndio classe “C”, tal ação deve ser evitada, para que não se utilize água em um compartimento como a Estação Rádio, Compartilhamento Computadores, Compartilhamento dos Conversores, Quadros Elétricos, Geradores, etc. Que podem tornar a embarcação inoperante. Não sendo possível esse ataque inicial, o brigadista deve pesar a situação e considerar que, se existe o risco de propagação de incêndio, deve isolar o compartimento. Tal situação no entanto deve ser evitada, pois após o fechamento da porta não teremos mais conhecimento do que está ocorrendo no interior do compartimento, e o ataque só poderá ser continuado com toda brigada de incêndio equipada (reentrada). O brigadista dando o combate inicial só se retira da área após o revezamento pelo back (também brigadista), devendo transmitir, nesse momento o máximo de informações a respeito da origem e localização do fogo, perigos no compartimento, ações já tomadas, etc. O back realiza ações necessárias, como já citadas anteriormente. Curso Avançado de Combate a Incêndio 24 ►ATAQUE CONTÍNUO A. AÇÕES IMEDIATAS As seguintes ações devem ser implementadas, pela embarcação, nesses primeiros um ou dois minutos do combate a incêndio: 1) O Motormen (Mecânicos) coloca a bomba de incêndio na linha, caso esteja no manual. A seguir desalimenta os equipamentos em funcionamento no local da avaria, se houver, e providenciam o isolamento; 2) Os Eletricistas têm as seguintes responsabilidades: a) Executar o “CRASH STOP” dos sistemas de Ar Condicionado e de Ventilações e Extrações da embarcação, exceto no caso de incêndio em Praça de Máquinas (Incêndio em Praça de Máquinas: conforme o Combate de Incêndio em Praça de Máquinas, extração permanente em funcionamento no início do combate); b) Partir outro gerador, ou passar a energia para bordo (no caso de embarcação atracada), se possível colocando dois geradores em funcionamento: c) Dividir a planta elétrica com cada gerador alimentando uma bomba de incêndio; d) Realizar o isolamento elétrico do compartimento sinistrado, e logo após dos compartimentos dos limites primários do incêndio, onde serão feitas as contenções, se necessário. Especial atenção deve ser dada a iluminação, que deve permanecer alimentada; e e) Fechar os flapes dos dutos de ventilação e extração que servem a área sinistrada. B. AÇÕES SUBSEQUENTES A sequência de ações subsequentes prevê: - Após ser rendido pelo back o brigadista reporta as ações já tomadas, e se conduz a te o líder, no local de controle do combate ao incêndio. - Equipamentos não necessários diretamente ao combate do incêndio não deveram ser trazidos para o local do sinistro. - O Chefe da Brigada orienta as atividades na área, auxiliado pelo Líder da Brigada, quanto ás contenções, e mantém contato constante com o Comte, GEPLAT/OIM, através de transceptor de VHF portátil. - O Líder da Brigada fará contínuo relato da situação do incêndio. A troca de informações entre o Líder da Brigada, o Chefe da Brigada inclui (mas não se limita a) Informações sobre: ● Localização de incêndio; ● Classe de incêndio; ● Chegada da brigada de incêndio ao local; ● Localização da fumaça; Curso Avançado de Combate a Incêndio 25 ● Material necessário para o combate a incêndio; ● Isolamento mecânico; ● Isolamento elétrico; ● Limite de incêndio e fumaça estabelecidos e localização; ● Necessidade de pessoal e material de apoio; ● Envio/ chegada de backs, revezamento, material de apoio, etc.: ● Tempo de máscara do pessoal; ● Necessidade de ventilar áreas com fumaça, para contenção ou concentração de pessoal; ● Situação do incêndio: fora de controle, sob controle, fogo extinto; ● Utilização de algum sistema fixo: espuma, borrifo, CO2 / Gás Halogenado, etc.; ● Equipe de vigilância estabelecida; ● Solicitação de remoção de fumaça, método e rota a serem utilizados; ● Compartimento resfriado; ● Resultados de teste de atmosfera; e ● Avarias na área. - O Chefe da Brigada estabelece as contenções as contenções nos limites primários de incêndio, executando o resfriamento das anteparas, e providencia o esgoto de compartimentos e diminuição de superfície livre, sempre que necessário. O brigadista que fará as contenções deverá solicitar ajuda para retirar anteparas falsas ou tetos rebaixados, permitindo realizar uma contenção mais efetiva. Por exemplo, o fogo pode ser alastrar pela borracha isolante da cabeação elétrica oculta pelas placas de acabamento decorativo. - O líder da brigada determina a verificação de todos os compartimentos da área quanto á presença de fogo ou fumaça. Um brigadista sob determinação do líder da brigada irá constantemente circular o perímetro do incêndio, informando a situação dos limites do incêndio e solicitando ajuda, conforme necessário, de modoa manter estes limites. - O Chefe da Brigada e o Comte, GEPLAT/OIM devem determinar os limites de fumaça, disseminar em fonoclama e escalar vigias. - Por ordem do Chefe da Brigada será determinado às ventilações e extrações que possam se alimentadas para: extrair a fumaça e permitir a permanência da brigada entre os limites primários e secundários de fumaça; restabelecer as condições de habilidade fora dos limites secundários de incêndio; restabelecer as condições de manobrabilidade, por exemplo, renovando o ar e resfriando compartimentos; e ventilar locais com homens presos necessitando de ar. - As necessidades de pessoal e material de apoio já devem começar a ser levantadas pelo Líder da Brigada junto ao Chefe da Brigada. - Nessa altura da atividade, caso o incêndio se verifique num compartimento com sistema fixo de CO2 ou HALOGENADO, O Líder deve se certificar se o incêndio pode ser controlado ou não, e se e passível de causar avarias maiores. Nesse caso, solicita ao Comte, GEPLAT/OIM para dispara o sistema. O Comte, GEPLAT/OIM analisando a situação, pode efetuar ou não a utilização do Sistema fixo. Curso Avançado de Combate a Incêndio 26 - Os seguintes aspectos devem ser analisados para considerar um incêndio fora de controle e a possibilidade ou não de continuar o ataque: ● O incêndio ocupa uma área grande do compartimento? ● A temperatura interna está muito elevada? ● O fogo está colocando em risco a vida do pessoal combatente o incêndio? ● A quantidade de fumaça no compartimento é grande e está se espalhando rapidamente? ● Existe risco de explosão ou propagação do incêndio? ● É possível controlar o incêndio? ● Existe alguma dúvida em relação a alguma das situações acima? Respostas afirmativas para essas questões classificam a situação, como incêndio fora de controle, determinando a evacuação do compartimento. - Novas tentativas podem ser feitas em melhores condições, ou após o uso de algum sistema fixo, quando disponível. - Um preparo do pessoal de combate ao incêndio com melhor roupa de proteção, estudo do melhor acesso a ser utilizada, abertura de acessórios para descompressão (redução da temperatura e pressão no interior do compartimento) etc., podem ser necessários nessa situação. - Todos os esforços devem ser enviados para que a avaria seja limitada na sua progressão, até a extinção do material combustível naquele compartimento ou a ordem de abandono da embarcação... - O Comte, GEPLAT/OIM deve utilizar o circuito de fonoclama sempre que for determinar ações a serem executadas, imediatamente, por equipes situadas em locais de difícil trânsito ou de difícil contato para o Líder da Brigada, sempre que uma ordem for dada pelo fonograma, deve ser cobrada a “ciência” dos colaboradores designados para a tarefa. CONTROLE DA SITUAÇÃO. ► LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA O CONTROLE DA SITUAÇÃO DO SINISTRO O controle do sinistro, tanto de combate a incêndio como de alagamento são, em geral, atividades que demandam grande quantidade de pessoal e material, complexidade de ações necessita de boas comunicações e boa coordenação. Qualquer atividade, por mais complexa que seja, como um combate a incêndio em Praça de Máquinas, por exemplo, pode ser analisada sob alguns aspectos que possibilitam se acompanhados com cuidado, determina o andamento da situação. Esses itens, se associados a uma constante reavaliação, permitem o Controle da Situação, verificando se as ordens determinadas estão sendo cumpridas e se, depois de cumpridas, estão alcançando o efeito desejado. Os pontos a serem considerados para avaliar o controle da situação do sinistro são: a) Situação do incêndio / alagamento: Chegada da brigada de incêndio no local; limites de incêndio; contenções; isolamento mecânico e elétrico. Curso Avançado de Combate a Incêndio 27 b) Situação da fumaça: Limites de fumaça, colocação de vigias; sistemas de ventilação e ar condicionado; fechamento de válvulas, flapes e tampas para isolamento de áreas. c) Situação dos sistemas de incêndio: Pressão da rede de incêndio; disponibilidade de energia elétrica; disponibilidade de ar comprimido para máscaras (compressores de ar, estações de recarga); disponibilidade de edutores para esgoto. d) Controle do apoio logístico para a cena de ação: Pessoal e material; rotas a utilizar; apoio de grupos de socorro externo. e) Comunicações: Comunicação eficaz com as pessoas envolvidas; recursos alternativos de comunicações; controle através do fonoclama; informação ao comando e ao Chefe de Máquinas do andamento das ações. f) Coordenação: Coordenação correta das ações ordenadas entre as pessoas envolvidas; atendimento ás prioridades do comando. Esses pontos podem ser utilizados para qualquer tarefa. É recomendável possuir afixado próximo ao Plano de Emergência uma lista de verificação contendo esses itens. Um questionamento frequente desses itens vai permitir correções em ordens mal interpretadas e procedimentos incorretos. Outros pontos relativos ao controle eficiente do pessoal e matéria envolvidos são: - Durante uma atividade de combate a incêndio de longa duração, o revezamento e a reutilização de pessoal já empregado são fundamentais. Ter homens prontos para o revezamento não depende somente do tempo de ar das máscaras, mas também da fadiga do brigadista exposto ao calor intenso. Esse mesmo homem, ao ser revezado, deve ser colocado pronto para ação o mais breve possível, através do fornecimento de água fresca e alimentos; - Uma quantidade suficiente de água e gelo deve estar disponível nas proximidades da brigada ou local de concentração do pessoal (ponto de reunião); - A utilização de transceptores portáteis de UHF/VHF permite um melhor controle e coordenação das tarefas. ► LISTA DE VERIFICAÇÃO PARA ATIVIDADE DE COMBATE A INCÊNDIO ● CONSIDERAÇÕES IMEDIATAS 1) Qual a classe do incêndio? 2) Qual a localização exata do incêndio? 3) Qual a situação da Rede de Incêndio (bombas na linha, pressão)? 4) Qual a situação do acesso ao local do incêndio? Curso Avançado de Combate a Incêndio 28 5) Que acessórios de combate á incêndio serão necessários? Estão disponíveis? 6) O que está sendo ameaçado de imediato? 7) Estabelecimento dos limites de incêndio: Onde devem ser feitas as contenções para que o fogo não se alastre? Há algum compartimento em especial (almoxarifado, paiol de tintas, etc.)? 8) Estabelecimento dos limites de fumaça: Existe alguma limitação para o estabelecimento dos limites previstos para a área do sinistro? 9) Foi feito “CRASH STOP” de ventilações e extrações? As válvulas dos dutos de ventilação e extrações foram fechadas? 10) Isolamento elétrico: Os circuitos elétricos foram desalimentados? 11) Foi realizado o isolamento mecânico do compartimento? ● CONSIDERAÇÕES CONCORRENTES 1) A quantidade de homens e máscaras é suficiente no ponto de encontro da brigada/ sinistro? 2) É aconselhável o alagamento preventivo de paios de tintas e inflamáveis existentes na área do combate ao incêndio? 3) A fumaça está dando uma falsa estimativa do verdadeiro local da base do incêndio? 4) O Comte, GEPLAT/OIM está bem informado da situação? 5) Serão necessários reforços de homens e materiais de outras áreas? 6) A estabilidade da embarcação está sendo considerada? A água embarcada (CBINC + CONTENÇÃO) está sendo esgotada? 7) Algum equipamento elétrico ou eletrônico deve ser coberto ou retirado para realização de contenção? ● CONSIDERAÇÕES QUANDO O INCÊNDIO ESTIVER EXTINTO 1) A equipe de prevenção foi estabelecida? 2) O fogo está realmente extinto? A equipe de remoção de escombros verificou possíveis focos de incêndio? O material inflamado foi separado e molhado? 3) Pode ser iniciada a remoção de fumaça? Qual o melhor método e a melhor rota de remoção de fumaça? 4) É seguro partiras ventilações ou ar condicionado da área? Vão auxiliar a tarefa? 5) Foram realizados os testes de atmosfera? 6) Quais as limitações impostas à embarcação decorrentes de um sinistro? Curso Avançado de Combate a Incêndio 29 1.6 - TÁTICAS E PROCEDIMENTOS DE CONTROLE DE INCÊNDIO. TÁTICA É o conjunto de normas e procedimentos empregados no desenvolvimento de determinada operação, visando o cumprimento da tarefa. A tática é o estudo do emprego adequado, no momento do incêndio, de todos os meios providenciados na preparação, conjugando-os de modo a se obter o máximo de eficiência, no mais curto tempo possível. Quando o alarme de incêndio é ouvido a bordo, imediatamente são postas em prática procedimentos contra incêndio e táticas através das estações, tais como: - A tripulação se reúne obedecendo a pré organizada distribuição pelas estações designadas. - Os grupos de combate reúnem-se, sob o comando da embarcação, e levam a cabo suas tarefas pré- exercitadas para combater o fogo. - As bombas são acionadas de modo a garantirem suprimento contínuo de água. - O comando da operação decide o método mais apropriado para combater o fogo e essa decisão é imediatamente divulgada pelo responsável ao combate. - Em na Praça de Máquinas, são imediatamente preparadas às embarcações salva-vidas. PROCEDIMENTO É o método adotado pela equipe de brigada com a finalidade de controlar o incêndio usando as táticas e técnicas no combate a incêndio. PROCEDIMENTO TÁTICO O procedimento tático tem a finalidade de armar o material que se dispõe de maneira a controlar o fogo, imediatamente, impedindo o seu progresso, através das aberturas verticais e internas (poços de elevadores, escadas, dutos de ventilação, e etc.), transmissão do calor e vento forte. Numa embarcação a incidência dos incêndios ocorre na maioria das vezes em equipamentos instalados na planta de produção, bombas de transferência de óleo, flanges e tubulações de tanques com materiais combustíveis ou produtos químicos, os quais estão normalmente interligados aos equipamentos pressurizados, o que exige por parte da brigada o conhecimento técnico e habilidade no combate e controle do incêndio nestes equipamentos. TÁTICAS ASSOCIADAS DE COMBATE A INCÊNDIO Pequenos incêndios descobertos nos estágios iniciais são relativamente fáceis de lidar por um membro da tripulação usando um pequeno extintor portátil. Velocidade, abordagem tranqüila e habilidade são necessárias pela pessoa para evitar que o fogo inicial ganhe um vulto que altere as características do incêndio. Curso Avançado de Combate a Incêndio 30 Figura 06 – fonte internet Como já dito anteriormente o membro da tripulação em qualquer evento deve acionar o alarme para iniciar a formação dos grupos de combate ao incêndio e começa pelos procedimentos essenciais para evitar que o fogo se espalhe ainda consiste em sua própria segurança em quanto efetua uma tentativa de apagar o fogo. Com incêndios maiores, os grupos de combate a incêndio devem concentrar conjuntamente todas as informações necessárias, equipamentos e suporte para tornar o incêndio sob controle. Poderá não ser fácil apagar o fogo diretamente. Consequentemente uma ordem de prioridades precisa ser adotada. AÇÕES E TÁTICAS A providência inicial consiste em identificar o combustível e, assim, definir a classe do incêndio, o que permite selecionar o agente extintor, os equipamentos a empregar devem ser guarnecidos e é iniciada a investida contra o fogo. Talvez, mais importante do que combater o incêndio propriamente dito, seja evitar sua propagação. Um incêndio perfeitamente circunscrito e, portanto, incapaz de ser alastrar, é um incêndio dominado, pois, em último caso, terminará quando acabar o combustível que o alimenta. A bordo, para se circunscrever um incêndio, é necessário fechar todas as ventilações que se dirigem para área incendiada e inspecionar os compartimentos vizinhos, não esquecendo os que ficam por cima e por baixo do compartimento em chamas. ATAQUE DIRETO Ocorre quando a equipe consegue adentrar no compartimento e atacar o incêndio. Alguns procedimentos para um ataque direto são: ● Ao entrar no compartimento aplicar a água diretamente no foco do incêndio; ● Manter-se sempre abaixado e, se possível seco; ● Resfriar os gases quentes da combustão atingindo a base do fogo; ● Estabelecer as contenções e resfriar, quando necessário; ● Não aplicar água nas anteparas e teto desnecessariamente. Curso Avançado de Combate a Incêndio 31 Figura 07 – fonte internet ATAQUE INDIRETO Quando a equipe se aproxima do compartimento, mas não possuem condições de acessarem a base do fogo devido ás condições perigosas do incêndio, fica impossibilitado o ataque direto. A água em forma de neblina é lançada para o interior do compartimento através de qualquer abertura, afim de que sejam melhoradas as condições para uma entrada. Alguns procedimentos para um ataque direto são: - Forçar o ataque através de uma abertura (improvisar ou fazer); - Aplicar água de forma indireta para a redução da temperatura; - Utilizar o esguicho na posição de neblina; - Estabelecer as condições, passar para um ataque direto. Figura 08 – fonte internet TÉCNICAS RECOMENDADAS - O ataque deve ser feito, preferencialmente, em uma única direção, e sempre de forma coordenada; - A Ventilação deverá ser imediatamente interrompida. Qualquer demora que permita ao fogo ganhar vulto e, em consequência a fumaça se espalhar nas proximidades do sinistro, a transmissão do calor através de convecção aumentará o números de locais afetados pelo fogo, deixando de ser um incêndio local e passado a ser um incêndio em larga escala. Curso Avançado de Combate a Incêndio 32 - O ataque conjunto (duas mangueiras ou dois extintores) é sempre mais eficaz; - Na impossibilidade de ser efetuar um ataque com duas linhas de mangueira, pode ser utilizada apenas uma, deixando a segunda já de prontidão, guarnecida e pressurizada para entrar em ação; - O ataque conjunto não deve ser efetuado a partir de direções opostas, sob o riscos de afetar a segurança das equipes, podendo uma atingir gravemente a outra; - Durante o ataque no foco do incêndio com água ou espuma, o jato deverá ser dirigido sobre o fogo de baixo para cima, fazendo movimentos de modo a afastar dos combatentes, e dirigindo para cima os gases quentes e o vapor reduzido; - Quando se ataca com água ou espuma é esperado uma violenta reação da combustão, deslocando os gases quentes e produzindo uma “bola de fogo” (Roolover) que poderá se deslocar em direção da equipe. Por isso devem sempre permanecer abaixados; - A equipe durante o combate ao fogo deve sempre se proteger do calor irradiado atrás de obstáculos; - A água não deve ser aplicada incessantemente. Sua utilização intermitente reduz a formação de vapor, a quantidade de água embarcada e permite uma reavaliação constante sobre o comportamento do incêndio; - A água deve ser dirigida para a área que ocorre o combustão e não cegamente em meio a fumaça. A pratica de se aplicar água continuamente e sem um padrão estabelecido com todos os esguichos deve ser evitada. Esse procedimento provoca um distúrbio térmico do compartimento, fazendo com que seja produzida grande quantidade de vapor antes que os combatentes tenham a possibilidade de avançar em direção ao foco do incêndio, reduzindo ainda mais a sua visibilidade, além de criar mais problemas de alagamento e afetar a estabilidade do navio; - A fumaça e os gases quentes que se concentram na parte superior de compartimentos e dos corredores; - O tempo de permanência geralmente será limitado pela resistência da equipe em permanecer na área, devendo ser previsto o revezamento entre as equipes; - As anteparas metálicas são ótimoscondutores de calor e propagam facilmente um incêndio, pelo que devem ser resfriadas com neblina. Deve ser afastado de suas proximidades qualquer material combustível porventura existente. - A elevação da temperatura em um incêndio provoca um aumento de pressão em locais confinados. A água em se transformar em vapor irá ser expandir 1700 vezes, elevando ainda mais essa pressão e forçando violentamente os gases quentes e a fumaça a se deslocarem pelos dutos de ventilação, passagens de portas, escotilhas, etc. - Quando o ataque estiver sendo feito desde o convés acima, considere as seguintes informações: Curso Avançado de Combate a Incêndio 33 ● O piso desse convés estará muito quente, aumentando o desgaste do pessoal; ● O revezamento do pessoal de ataque deverá ser feito em menor tempo; ● Cuidados com a utilização do corrimão; ● O ataque deve ser feito através de uma escotilha e não através de um agulheiro, pois a evacuação, de um compartimento através do agulheiro poderá ser extremamente difícil; PREPARAÇÃO PARA A ENTRADA EM UM COMPARTIMENTO Após uma tentativa inicial de combate a um incêndio em um compartimento ou em uma área, dependendo das proporções do mesmo, pode ser necessário adotar os seguintes procedimentos: isolar o compartimento, incrementar as contenções, realizar o isolamento mecânico e elétrico, empregar algum tipo de Sistema fixo, se disponível e reiniciar o ataque ao incêndio com pessoal melhor protegido e melhor equipado. A preparação do pessoal e material para esse novo ataque deve ser a mais rápida possível. As mangueiras devem ser preparadas sob orientação do líder ou investigador, que verificam se as linhas não estão se cruzando, formando cocas etc. O ideal é a preparação das linhas estendidas fazendo um “S” na extensão da área de acesso. Dependendo da embarcação, pode ser necessária a preparação de três linhas de mangueira, sendo uma linha de proteção”, que deve ser posicionada no ponto de acesso ao compartimento, fazendo a proteção através da selagem do mesmo, reduzindo a saída do fogo, gases quentes e fumaça. Essa linha pode correr pelo alto, fixada através de ganchos tipo “S” para não interferir com as linhas das mangueiras de combate a incêndio. As mangueiras só devem ser pressurizadas após levadas o mais próximo possível do local de início do ataque, pois é mais fácil seu manuseio enquanto sem pressão. As mangueiras, após terminada a preparação, são pressurizadas e o equipamento é testado. Em diversas situações, como em fainas de combate a incêndio em Praças de Máquinas ou em outros locais sensíveis, é recomendável que as embarcações preparem um esquema do dispositivo de mangueiras a ser utilizado, incluindo as tomadas de incêndio que serão empregadas, estabelecendo a função de cada mangueira, inclusive para as contenções, lembrando que é grande a possibilidade da existência de fumaça nas proximidades da área afetada, sendo necessário existir um esquema alternativo, utilizando extensões com mangueiras de 2 ½ pol. Ou passagem de mangueiras por anteparas. As condições do compartimento afetado devem ser verificadas antecipadamente, sentindo a temperatura das anteparas próximas ao acesso que será utilizado. Além disso, é necessário confirmar se esse é o acesso mais seguro. As condições poderão ser verificadas através do visor existente na porta, se houver. NOTA: Se após o abastecimento do compartimento for efetuado o lançamento do gás halogenado ou CO2 através de Sistema Fixo, serão necessários pelo menos 15 minutos, ou três quedas de tempera. Curso Avançado de Combate a Incêndio 34 Sendo a última temperatura inferior a 100°C, para essa reentrada aguardando a reação química e extinção pelo gás halogenado ou a extinção total por abafamento pelo CO2. ► PROCESSO DE ABERTURA DO ACESSO E ENTRADA NO COMPARTIMENTO A) Portas A abertura de um acesso do tipo porta vertical pode ser feita de duas maneiras: - Se a abertura for para fora (FIG.1), um dos homens deve garantir uma abertura gradual, utilizando as mãos (com luvas) ou os pés (com botas), também sob proteção de uma linha de mangueira em neblina de alta velocidade ou padrão semelhante: Figura 09 – fonte internet - Se a porta abrir para dentro (FIG.2), é recomendável passar um cabo de segurança para garantir uma abertura gradual, sob proteção de uma linha de mangueira em neblina de alta velocidade ou padrões semelhante. Figura 10 – fonte internet Na existência de uma linha de proteção essa já deve estar posicionada para fazer a proteção quando da abertura do acessório. O posicionamento dos brigadistas (dos esguichos) vai depender da classe do incêndio e do tipo de esguicho utilizado. Em um incêndio classe “B" , quando empregando esguichos tipo FB5(X) ou canhão de espuma, essa linha de mangueira sempre precisa de uma linha de proteção, pois o tipo de jato não provê proteção ao brigadista. Curso Avançado de Combate a Incêndio 35 A linha de proteção se posiciona ligeiramente adiantada, sendo o jato d espuma utilizada através da mesma. Uma distância suficiente deverá ser mantida entre as linhas de mangueiras para permitir-lhes manobrabilidade. Quando por problemas de dificuldades de acesso for necessário empregar apenas uma linha de mangueira com esguicho variável, antes da mangueira de ataque penetrar no compartimento, uma segunda mangueira deve estar pronta a guarnecida de modo a prestar auxílio á primeiro, como reserva. B) Escotilhas O acesso vertical a um compartimento é o mais difícil. Quando da abertura do mesmo, grande quantidade de fumaça e gases quentes (e chamas) vão se espalhar para a aréa de acesso. Os brigadistas devem estar protegidos, e uma linha de proteção ou umas da linha de mangueira deve imediatamente se posicionar para reduzir tal efeito. O processo de descida a ser apresentado aqui considera a existência de um acesso vertical ou quase vertical. Para o ataque quase vertical, se a escada permitir que o brigadista desça de frente, a posição ideal é trazer o esguicho sobre o ombro. Figura 11 – fonte internet Figura 12 – fonte internet l) INCÊNDIO CLASSE "A" - Estabelecer uma linha de proteção ou linha de selagem (neblina de água) no acesso a ser aberto. Essa linha permanece nessa posição durante todo o combate, prevenindo ou reduzindo a passagem do calor e fumaça para a área da reentrada. Essa linha corre pelo teto, fixada com ganchos tipo "S" se possível, para facilitar o transito da brigada; - Com o dispositivo pronto, equipamento testado e brigadista posicionados, faz se o resfriamento da escotilha de acesso. O Líder da Brigada ("Team Leader") determina a abertura e travamento da escotilha, enquanto o número 1 da linha de proteção e o homem da linha de selagem mantém a água aberta resfriando o acesso; Curso Avançado de Combate a Incêndio 36 - A mangueira de ataque é arriada aberta, através da neblina produzida pelas linhas de proteção e linha de selagem, até cerca da metade da altura do compartimento e feito um movimento circular na mesma, de modo que a água do esguicho cubra uma grande área próxima ao acesso, resfriando o compartimento; - A mangueira de ataque então é içada, e o número 1 dessa linha assume o lugar do número 1 da linha de proteção. - O número 1 da linha de proteção passa a mangueira para o seu número 2 (ou "team leader", na falta deste), e se posiciona na parte superior da escada (sob proteção da linha de selagem, se houver). Quando seus ombros estiverem na altura da gola da escotilha, o número 1 recebe o esguicho aberto e o prende com seus braços, de modo que a neblina seja direcionada para trás de seu corpo, protegendo- o. Inicia a descida. Ao chegar na parte inferior da escada, dá três chutes na mesma ou informa por rádio VHF/UHF se houver, sinalizando que está em posição, se posiciona de frente e direciona
Compartilhar