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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Higiene do Trabalho: Riscos Químicos Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Fernanda Anraki Vieira Revisão Textual: Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Medidas de Controle para Agentes Químicos; • Ventilação Industrial; • Ventilação Natural; • Ventilação Geral; • Equipamentos de Proteção Individual (EPI); • Programa de Proteção Respiratória (PPR). Fonte: Getty Im ages Objetivos • Demonstrar a sequência de ações a serem tomadas no controle dos agentes químicos (na fonte, trajetória e no trabalhador); • Fornecer ao aluno o conteúdo teórico básico para entendimento das propriedades da ventilação industrial; • Apresentar os tipos de equipamentos de proteção individual e requisitos para cumpri- mento da NR-6. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl- timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial UNIDADE Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial Contextualização Agora que já sabemos como avaliar os agentes químicos no ambiente, é necessário aprender sobre as possíveis medidas de controle dos agentes químicos. Cada caso é único e deve ser avaliado considerando a viabilidade e eficácia das medidas de controle. Medidas de controle mal determinadas podem ocasionar a falsa sensação de prote- ção, além de gerar custos desnecessários às organizações. A prioridade deve ser sempre direcionada para a eliminação/redução das concentrações de agentes químicos na fonte geradora e, por último, a adoção de medidas administrativas ou no trabalhador. Na necessidade da adoção de protetores respiratórios ou para a pele, deve-se realizar um estudo para selecionar os protetores adequados ao risco, treinar os trabalhadores para utilizá-los, substituí-los periodicamente e registrar o fornecimento. Todas as ações mencionadas também impactam diretamente na gestão de risco dos agentes químicos. 6 7 Medidas de Controle para Agentes Químicos Segundo a Norma Regulamentadora 9 (NR-9), o estudo, desenvolvimento e implan- tação de medidas de controle devem obedecer à seguinte hierarquia: • Medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudi- ciais à saúde; • Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de trabalho; • Medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de trabalho; • Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; • Utilização de Equipamento de Proteção Individual – EPI (BRASIL, 2014). Logo, medidas de controle de engenharia, tais como substituição de substâncias por outras menos tóxicas, mudanças ou alterações do processo, enclausuramento da opera- ção, isolamento (no espaço ou no tempo) da operação, uso de sistemas de ventilação e medidas de controles administrativas, como a redução do tempo de exposição, devem ser consideradas prioritariamente ao uso de EPI. Ventilação Industrial A ventilação industrial compreende o processo de retirar ou fornecer ar por meios naturais ou mecânicos de, ou para, um recinto fechado. Tem como objetivo controlar as concentrações de contaminantes e as condições térmicas de referido local. Para que seja possível um estudo das condições de ventilação de um ambiente, é necessário compre- ender a composição do ar atmosférico (aproximadamente 79% de gases inertes e 21% de oxigênio - variam conforme as condições de umidade e temperatura) e as necessida- des humanas de ventilação (OLIVEIRA, 2018). Sistemas de ventilação A classificação dos sistemas de ventilação considera suas finalidades, quais sejam: • Ventilação para manutenção do conforto térmico: refrigera ou aquece um ambiente; • Ventilação para a conservação de materiais e equipamentos: reduz o aqueci- mento de motores elétricos, máquinas etc. a fim de evitar deterioração; • Ventilação para a manutenção da saúde e segurança do homem: mantém as concentrações dos agentes químicos a níveis compatíveis com a saúde (abaixo dos valores referência para ambientes de trabalho) e segurança (fora das faixas de infla- mabilidade ou explosividade) (OLIVEIRA, 2018). 7 UNIDADE Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial Ventilação Natural A ventilação natural ocorre através da movimentação de ar em um ambiente provo- cada pelos agentes físicos pressão dinâmica e/ou temperatura. Quando a temperatura no interior de um determinado ambiente é maior que a temperatura externa, produz-se uma pressão interna negativa e um fluxo de ar frio entra pelas partes inferiores, o que causa em seguida uma pressão interna positiva e um fluxo de ar quente sai nas partes superiores. Pode ser controlada por meio de aberturas no teto, nas laterais e no piso (OLIVEIRA, 2018). Ventilação Geral A ventilação geral consiste em movimentar o ar em um ambiente através de venti- ladores, também chamada de ventilação mecânica. Um ventilador pode insuflar ar no ambiente, tomando ar externo, ou exaurir ar desse mesmo ambiente para o exterior (exaustor) (OLIVEIRA, 2018). Algumas propriedades são fundamentais para compreensão dos sistemas de ventilação: • Vazão (Q): volume de ar que se desloca na unidade de tempo em um ambiente ou em uma tubulação (Equação 1); VQ t = (Eq. 1) Sendo: Q a vazão em [m³/h] ou [m³/min], V o volume em [m³] e t o tempo em [h] ou [min]. • Taxa de renovação de ar ou trocas de ar (T): número de vezes que o volume de ar desse ambiente é trocado na unidade de tempo (Equação 2); QT V = (Eq. 2) Sendo: T a taxa de renovação em [1/h] ou [1/min], Q a vazão em [m³/h] ou [m³/ min] e V o volume em [m³] (OLIVEIRA, 2018). Ventilação geral diluidora A ventilação geral diluidora consiste em insuflar e exaurir ar de um ambiente no intui- to de se reduzir a concentração de agentes nocivos através de sua dispersão ou diluição (SALIBA, 2018). O sucesso da ventilação geral diluidora depende de que: • O contaminante não esteja presente em quantidade que exceda a capacidade que pode ser diluída com determinado volume de ar; 8 9 • A distância entre os trabalhadores e o ponto de geração/emissão do contaminante seja suficiente para garantir que os trabalhadores não estarão expostos a concen- trações médias superiores ao limite de tolerância. • A toxicidade do poluente seja baixa (LT < 500 ppm). • O poluente seja gerado em quantidade razoavelmente uniforme (SALIBA, 2018). A ventilação geral diluidora é mais indicada nos locais de trabalho sujeitos a modifica- ções constantes e quando as fontes geradoras de contaminantes se encontram distribuí- das. Não é frequentemente usada para controle de poeiras e fumos, pois pode requerer uma quantidade excessiva de ar de diluição e seu custo de instalação é relativamente baixo quando comparado com o da ventilação local exaustora (SALIBA, 2018). Ventilação local exaustora Aventilação local exaustora consiste em uma das principais medidas de controle con- tra agentes químicos, pois tem o objetivode captar os contaminantes de uma fonte antes que estes se dispersem no ar do ambiente de trabalho (SALIBA, 2018). 2 4 3 1 Figura 1 – Sistema básico de ventilação local exaustora Fonte: Adaptado de SALIBA, 2018 A Figura 1 apresenta o sistema básico de ventilação local exaustora, onde: • 1 – Captor: ponto de entrada dos contaminantes a serem exauridos do ambiente. Deve ser dimensionado considerando a posição em relação à fonte, vazão de cap- tação, velocidade, perda de carga, entre outros parâmetros, para assegurar a maior captação possível dos contaminantes. • 2 – Sistema de dutos: conduzem os contaminantes ao longo do sistema. Devem ser projetados para reduzir a perda de carga; • 3 – Ventilador: fornece a energia necessária para movimentação dos contaminan- tes ao longo do sistema. Existem diversos modelos, sendo os axiais e centrífugos os mais utilizados; • 4 – Equipamentos de controle de poluição de ar (filtros, lavadores, precipita- dores etc.): responsáveis pela retenção dos contaminantes retirados do ambiente. Impedem que os contaminantes sejam lançados na atmosfera (SALIBA, 2018). Saiba mais sobre os sistemas de ventilação local exaustora em: https://youtu.be/ALroiDldPDo 9 UNIDADE Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial Equipamentos de Proteção Individual (EPI) O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) deve ser considerado quando: • As medidas de controle necessárias estão sendo implementadas; • Outras medidas de controle já foram adotadas, mas elas não foram suficientes para controlar a exposição; • A exposição é ocasional e de curta duração, sendo impraticável a implantação de medidas de controle permanentes (por exemplo, em trabalhos de manutenção, de emergência, fuga e resgate) (BRASIL, 2016). O fornecimento de EPI deve atender, no mínimo, aos requisitos estabelecidos na Norma Regulamentadora 6 (NR-6). Dentre as obrigações do empregador, estão: a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. (BRASIL, 2014) Dentre as obrigações do empregado, estão: a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impró- prio para uso; e, d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. (BRASIL, 2014) O item D do Anexo I da NR-6, lista os equipamentos de proteção individual para proteção das vias respiratórias: D – EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA D.1 – Respirador purificador de ar não motorizado: 10 11 a) peça semifacial filtrante (PFF1) para proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas; b) peça semifacial filtrante (PFF2) para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas e fumos; c) peça semifacial filtrante (PFF3) para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos; d) peça um quarto facial, semifacial ou facial inteira com filtros para ma- terial particulado tipo P1 para proteção das vias respiratórias contra po- eiras e névoas; e ou P2 para proteção contra poeiras, névoas e fumos; e ou P3 para proteção contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos; e) peça um quarto facial, semifacial ou facial inteira com filtros quími- cos e ou combinados para proteção das vias respiratórias contra gases e vapores e ou material particulado. D.2 – Respirador purificador de ar motorizado:... D.3 – Respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido:... D.4 – Respirador de adução de ar tipo máscara autônoma... D.5 – Respirador de fuga... (BRASIL, 2014) Os respiradores podem ser classificados conforme Figura 2. Não motorizadoDependentes da atmosfera ambiente: respiradores purificadores de ar Independentes da atmosfera ambiente: respiradores de adução de ar MotorizadoR E S P I R A D O R E S Máscara autônoma Circuito fechado Circuito aberto Peça semifacial filtrante para partículas Com filtro químico Com filtro para partículas Com filtro combinado Respirador de linha de ar comprimido Respirador de ar natural Respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar Fluxo contínuo Demanda com pressão positiva Demanda sem pressão positiva Sem ventoinha Com ventoinha manual Com ventoinha motorizada Demanda sem pressão positiva Demanda com pressão positiva Figura 2 – Classifi cação dos respiradores Fonte: Adaptado da ABNT NBR12543 11 UNIDADE Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial Dependendo do tipo de respirador, os equipamentos de proteção cobrem partes di- ferentes do corpo do usuário (Figuras 3 a 7). Ainda, caso o agente químico em questão ofereça riscos através da exposição cutânea, deverão ser observados os EPI para prote- ção da pele, tais como vestimentas, luvas ou creme protetor de segurança. Figura 3 – Cobertura das vias respiratórias do tipo bocal com a pinça nasal (ISO 16975.1). Peça semi facial fi ltrante (PFF) sem e com válvula de exalação Fonte: fundacentro.gov.br Figura 4 – Coberturas das vias respiratórias cobrindo a boca, o nariz e o queixo (ISO 16975.1) Fonte: fundacentro.gov.br Figura 5 – Coberturas das vias respiratórias cobrindo a face (ISO 16975.1) Fonte: fundacentro.gov.br 12 13 Figura 6 – Coberturas das vias respiratórias cobrindo a cabeça (ISO 16975.1) Fonte: fundacentro.gov.br Figura 7 – Coberturas das vias respiratórias cobrindo o corpo (ISO 16975.1) Fonte: fundacentro.gov.br Seleção de respiradores A seleção de um respirador consiste em determinar o tipo ou a classe de respirador que proporcione proteção adequada a uma exposição específica. Para tal, deve-se levan- tar informações acerca das substâncias químicas e condições do ambiente de trabalho, da tarefa desenvolvida edo usuário (BRASIL, 2016). O respirador deve ser selecionado considerando: • Se a atmosfera é deficiente em oxigênio; • Se é possível determinar qual o contaminante potencialmente perigoso; • Se é possível determinar a concentração do respectivo contaminante; • Se existe limite de exposição ou valores de orientação da exposição ocupacio- nal disponíveis; • No caso de mais de uma substância, se há efeitos aditivos ou sinérgicos; • A adequação do respirador ao usuário, à tarefa e ao ambiente de trabalho (BRA- SIL, 2016). 13 UNIDADE Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial Adequação do respirador ao usuário Para avaliação da adequação do respirador ao usuário, devem ser considerados os seguintes fatores: • Vedação dos respiradores quanto às características faciais: um respirador com vedação facial não deve ser usado por pessoa que apresente irregularidades na região da face em que será feita a selagem do respirador (por exemplo: cicatrizes, rugas ou dobras profundas, maçãs do rosto exageradas, queixo muito cônico, nariz muito adunco etc.) (BRASIL, 2016); • Vedação dos respiradores com relação aos pelos faciais: um respirador com peça facial não deve ser usado por pessoas cujos pelos faciais (barba, bigode, cos- teletas ou cabelos) possam interferir no funcionamento das válvulas ou prejudicar a vedação na área de contato com o rosto (BRASIL, 2016); • Vedação dos respiradores quanto ao uso simultâneo de outros EPI ou acessó- rios: o uso de EPI (por exemplo: capacete ou máscara de solda) não deve interferir na vedação da peça facial. Se houver a possibilidade de interferência com outros EPI, deve-se optar por equipamentos conjugados. A cobertura dos respiradores com vedação facial deve estar em contato direto com a face (BRASIL, 2016); •Visão: Quando o usuário precisar usar lentes corretivas, óculos de segurança, pro- tetor facial, máscara de solda ou outro tipo de proteção ocular ou facial, eles não devem interferir na vedação do respirador. Necessidades adicionais para aumento de visão, como, por exemplo, uso de lupa, microscópio, lente de aumento, devem ser consideradas também para a escolha do respirador (BRASIL, 2016); • Conforto: Na seleção de um respirador, devem ser considerados o calor e o frio ge- rados por ele. Certos respiradores produzem superfícies quentes ou gás de inalação quente durante o uso. Outros respiradores podem provocar correntes de ar sobre a face do usuário que poderão esfriar a pele, como nos purificadores de ar motori- zados. Dependendo das condições de uso, aquecimento ou esfriamento localizado, pode representar sobrecarga ou desconforto ao usuário (BRASIL, 2016). Adequação do respirador à tarefa A avaliação da adequação do respirador à tarefa deve considerar os seguintes fatores: • Frequência e duração da tarefa: deve-se avaliar o tempo de exposição ao conta- minante, pois, para alguns tipos de respiradores, o tempo máximo de uso e a fre- quência de uso podem ser limitados de acordo com a carga de trabalho e o conforto do usuário. As características de cada respirador o tornam apropriado ou não para uso rotineiro, não rotineiro, emergências ou resgate. Ainda, deve-se considerar a vida útil dos filtros, carga e vida útil de baterias e capacidade de reservatórios de ar/ gás respirável (BRASIL, 2016); 14 15 • Nível de esforço físico: quanto maior é o esforço físico, maior é a quantidade de ar/gás respirável demandada pelo usuário (BRASIL, 2016); • Emprego de ferramentas: o emprego de equipamentos para solda, operações de pintura spray e outros equipamentos elétricos podem influenciar no desempenho do respirador (BRASIL, 2016); • Mobilidade: a mobilidade necessária para realização da tarefa pode limitar a esco- lha do tipo de respirador a ser utilizado de maneira segura (BRASIL, 2016); • Comunicação: deve-se considerar o nível de ruído do ambiente e a necessidade de comunicação do usuário. Falar em voz alta pode provocar deslocamento de algu- mas peças faciais (BRASIL, 2016); • Vida útil dos filtros: deve-se definir os tipos e as classes de filtros, bem como a frequência de troca destes (BRASIL, 2016). Adequação do respirador ao ambiente de trabalho A avaliação da adequação do respirador ao ambiente de trabalho deve considerar os seguintes fatores: • Uso em condições climáticas extremas: condições de temperatura e umidade, aumento ou diminuição da pressão do ambiente e velocidade do vento onde o res- pirador será utilizado; • Perigos não respiratórios: presença de fagulhas, abrasão, compatibilidade eletromagnética, enriquecimento de oxigênio etc. (BRASIL, 2016). Treinamento para Uso de Respiradores Para garantir o uso correto do respirador, os usuários devem receber treinamento específico que inclua: • As medidas de proteção coletivas e administrativas já adotadas; • A necessidade do uso de respiradores; • As normas e os regulamentos sobre o uso de respiradores; • O tipo de respirador adotado e sua justificativa; • Os perigos, os riscos e as consequências da não utilização do respirador de mo- do correto; • O funcionamento, as características e as limitações do respirador selecionado, in- cluindo a vida útil dos filtros; • Realização de exercícios práticos referentes à colocação, uso, verificação da veda- ção, inspeção, manutenção, higienização e guarda dos respiradores; • A necessidade de informar ao supervisor qualquer problema que tenha ocorrido con- sigo ou com seus colegas de trabalho devido ao uso do respirador (BRASIL, 2016). 15 UNIDADE Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial Além dos usuários, outros profissionais, tais como supervisores, pessoas irão distribuir os respiradores, e outros envolvidos, também deverão receber treinamento para possibilitar o acompanhamento adequado dos usuários (BRASIL, 2016). Uso de Respiradores Os respiradores devem ser utilizados de acordo com as instruções do fabricante e sem qualquer modificação. Deve-se fazer a inspeção preliminar no respirador antes do uso, que inclui: • Verificação da integridade do respirador (estado da superfície de selagem no rosto, tirantes, válvulas etc.); • Confirmação de que os filtros são do tipo e da classe selecionados, se estão fixados corretamente e se estão em bom estado; • Confirmação de que a selagem no rosto é aceitável pela realização da verificação de vedação pelo teste de pressão positiva ou negativa. Para fazer o teste de pres- são negativa, o usuário deve bloquear as aberturas de entrada de ar (filtros) com a palma da mão, colocar um selo na entrada do filtro ou estrangular a traqueia ou mangueira. Em seguida, deve inalar suavemente e segurar a respiração por alguns segundos. Se a peça facial aderir ao rosto e permanecer por alguns segundos, pode-se afirmar, com razoável segurança, que a vedação da peça facial é satisfató- ria. Se a peça facial não permanecer aderida ao rosto enquanto o usuário segurar a respiração, ele deve reajustar o respirador e refazer o teste. No teste de pressão positiva, a válvula de exalação ou traqueia, ou ambas, são bloqueadas e o usuário deve exalar suavemente. A vedação será considerada satisfatória quando o usuário sentir ligeira pressão dentro da peça facial e não conseguir detectar nenhuma fuga de ar na zona de vedação entre a peça facial e o rosto. Se ocorrer alguma fuga, o usuário deve reajustar o respirador e refazer o teste (BRASIL, 2016). O link a seguir mostra como colocar adequadamente um respirador, segundo a fabricante 3M do Brasil. Para visualizar o passo a passo de como colocar adequadamente um respirador, confira a página 16, disponível no link: http://bit.ly/2whrqbo Substituição dos filtros Os filtros para partículas ou químicos devem ser substituídos periodicamente de acor- do com a frequência definida pelo responsável ou quando o indicador do fim de vida útil do filtro alertar. Os filtros usados aos pares devem ser substituídos simultaneamente (BRASIL, 2016). 16 17 O responsável deverá ser informado caso alguns trabalhadores detectem odor ou sinais de irritação antes do tempo de troca definido. Dessa forma, será possível reavaliar o tempo de troca, a concentração de exposição, a umidade relativa, a taxa de trabalho etc. (BRASIL, 2016). Limpeza, higienização, inspeção, manutenção, descarte e guarda de respiradores Os procedimentos de limpeza, higienização, inspeção, manutenção, reparo, descarte e guarda dos respiradores devem seguir as orientações do fabricante e atender às exi- gências do Anexo 12 do PPR. Quanto à limpeza e higienização dos respiradores, os de uso individual devem ser lim- pos e higienizados quantas vezes forem necessários para serem mantidos em boas condi- ções de higiene. Já os respiradores utilizados por mais de um indivíduo devem ser limpos e higienizados antes de ser usado pelo outro. Os respiradores usados no ensaio de vedação e no treinamento devem ser limpos e higienizados após cada uso (BRASIL, 2016). A inspeção de respiradores de uso rotineiro deve ser feita conforme orientações do fabricante imediatamente antes e depois de cada uso; depois da limpeza e higienização e pelo menos mensalmente. Com relação à guarda, os respiradores devem ser guardados de acordo com as orientações do fabricante, de modo que estejam protegidos contra agentes físicos e químicos e que as partes de borracha não se deformem (BRASIL, 2016). Saiba mais sobre as medidas de controle e uso de EPI em: https://youtu.be/W4_7Y-3ty5c Programa de Proteção Respiratória (PPR) O objetivo do Programa de Proteção Respiratória (PPR) é auxiliar os profissionais responsáveis pela elaboração, implementação e administração de um programa que abrange a seleção, a utilização e a manutenção corretas dos equipamentos de proteção respiratória (EPR) (BRASIL, 2016). O conteúdodo PPR deve detalhar, na forma de procedimentos operacionais escritos, no mínimo: a) política da empresa na área de proteção respiratória; b) abrangência; c) indicação do administrador do programa; d) regras e responsabilidades dos principais atores envolvidos; e) avaliação dos riscos respiratórios; 17 UNIDADE Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial f) seleção do respirador; g) avaliação das condições físicas, psicológicas e médicas dos usuários; h) treinamento; i) ensaio de vedação; j) uso do respirador e política da barba; k) manutenção, inspeção, limpeza e higienização dos respiradores; l) guarda e estocagem; m) uso de respirador para fuga, emergências e resgates; n) qualidade do ar/gás respirável; o) revisão do programa; p) arquivamento de registros (BRASIL, 2016). Ainda, os procedimentos operacionais para o uso rotineiro de respiradores devem incluir, no mínimo: a) seleção dos respiradores para cada operação em que seu uso seja considerado necessário; b) avaliação da condição médica dos usuários; c) treinamento dos usuários; d) ensaios de vedação adotados; e) distribuição dos respiradores; f) limpeza, higienização, inspeção, manutenção, descarte e guarda dos respiradores; g) monitoramento do uso; h) monitoramento do risco (BRASIL, 2016). • Explore o Programa de Proteção Respiratória (PPR) disponível em: http://bit.ly/2wdLTO6 • Saiba mais sobre a proteção respiratória disponíveis em: http://bit.ly/2whrqbo e http://bit.ly/2wgiL92 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Sistema de ventilação local Exaustora https://youtu.be/ALroiDldPDo EPI – Proteção respiratória https://youtu.be/W4_7Y-3ty5c Leitura Cartilha de proteção respiratória 3M http://bit.ly/2whrqbo Guia de seleção de respiradores 3M http://bit.ly/2wgiL92 Programa de proteção respiratória (PPR) http://bit.ly/2wdLTO6 19 UNIDADE Medidas de Controle e Noções de Ventilação Industrial Referências 3M do Brasil. Cartilha de Proteção Respiratória. Disponível em: <https://docplayer. com.br/2459504-3m-saude-ocupacional-protecao-respiratoria-cartilha-de-protecao- respiratoria.html>. Acesso em: 18/12/2018. BRASIL. Leis e Decretos. Segurança e medicina do trabalho. 73.ed. São Paulo: Atlas, 2014. BRASIL. Programa de proteção respiratória. Recomendações, seleção e uso de respiradores. São Paulo: Fundacentro, 2016. BREVIGLIERO, E.; POSSEBON, J.; SPINELLI, R. Higiene ocupacional: agentes biológicos, químicos e físicos. 6.ed. São Paulo: Senac, 2011. 452 p. CELSO, A. R. Segurança e Higiene do Trabalho. São Paulo: Person Education do Brasil, 2014. (e-book) EDITORA SABERES - Saúde e segurança do trabalho (livro eletrônico). São Paulo, 2014. (e-book) JUNIOR, A. S. M. Higiene e segurança do trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier: Campus, 2011. OLIVEIRA, J. M. Noções de ventilação industrial. 2018. Disponível em: <http:// ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/VENTILACAO_INDUSTRIAL.pdf>. Acesso em: 18/12/2018. SALIBA, T. M. Manual prático de higiene ocupacional e PPRA: avaliação e controle dos riscos ambientais. 4. ed. São Paulo: LTr, 2018. STELLMAN, J. M.; DAUM, S. M. Trabalho e saúde na indústria: riscos físicos e quí- micos e prevenção de acidentes. São Paulo: EPU, 1975. 20
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