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Belo Horizonte – Junho de 2018 FUMEC – Fundação Mineira de Educação e Cultura RELATÓRIO III - AULA PRÁTICA DE PROCESSOS INDUSTRIAIS II: GALVANOPLASTIA: RECOBRIMENTO DE SUPERFÍCIES METÁLICAS POR ELETRODEPOSIÇÃO Relatório de Processos Industriais II Experimental em apresentação para solidificar os ensinamentos em laboratório da Universidade FUMEC. Belo Horizonte – Junho de 2018 1.0 Introdução A corrosão é um grande problema que ocasiona enormes prejuízos em todo mundo, acarretando cerca de 20% da produção mundial de ferro. Por esse motivo, o setor industrial envolvido com a fabricação de equipamentos, estruturas, peças ou componentes que contem metais passiveis de corrosão estão sendo obrigadas por seus consumidores a utilizar melhores métodos de prevenção. Por isso, produtos finalizados ou até mesmo nas etapas intermediárias da produção, a utilização de produtos com revestimento de proteção se tornou indispensável. (MANGELS, 20-?) A corrosão ocasiona a falha direta dos materiais quando em serviço elevando o risco de rompimento por algum trabalho (CHIVERINI,1986). Gentil (1983) exemplifica a presença de alguns desses materiais: em estruturas metálicas enterradas ou até mesmo submersas, como minerodutos, oleodutos, gasodutos, adutoras, cabos de comunicação e de energia elétrica. Todos esses materiais representam altos investimentos que exigem uma alta durabilidade e resistência à corrosão para que justifiquem os valores e que consequentemente evitando acidentes com danos materiais incalculáveis ou danos pessoais devastadores (GENTIL,1983) A eletrodeposição tem como finalidade o recobrimento de uma área com um material condutor (geralmente um metal) pela migração e fixação de partículas carregadas eletricamente de uma solução aquosa iônica com a ajuda de corrente elétrica. Este método tem finalidade de impedir o desgaste de peças devido à oxidação, corrosão ou ataque de bactérias. A proteção a partir do recobrimento de uma área metálica em uma determinada peça com o zinco é genericamente chamado de galvanização. (PANNONI, 20-?) Em meados do século XVIII, o químico francês Melouin descobriu que utilizando o recobrimento do aço com o zinco poderia protege-lo do desgaste provocado pela corrosão. Logo depois, o engenheiro Sorel patenteou a galvanização a fogo adotando o termo galvanização (do nome de Luigi Galvani, 1737-1798 um dos primeiros cientistas interessados na eletricidade) pois o que protege é a corrente galvânica. A galvanoplastia é portanto, um tratamento de uma área do material (superfície) que se resume em depositar um metal sobre um substrato, para proteção, melhor condutividade e aumentar a facilidade para se soldar sobre a área tratada Belo Horizonte – Junho de 2018 (REALUM,2012). Nomeamos de zincagem, de acordo com Buzzoni (1991) o trabalho galvanostégico no qual o metal que fornece a proteção é o zinco. A atividade galvânica é essencial nas industrias da área metal-mecânico, em fabricação de peças automotivas, maquinas equipamentos e motores em geral. Também em setores como eletroeletrônico, calçadista entre outros e todos com o mesmo intuito, aumentar a durabilidade ou para melhorar o produto esteticamente. (TOCCHETTO, 2004) A produção anual de produtos com recobrimento (galvanizados) triplicou nos últimos 15 anos, e estudos indicam que este segmento de mercado tende a aumentar consideravelmente nos próximos anos, e a galvanização vem crescendo dentro das industrias por conter boas propriedades anticorrosivas e baixo custo em relação aos demais processos de proteção. (ALMEIDA) Segundo Rodrigues (2005), a dependência da melhoria da otimização de processos e produtos, reduzindo custos e tempo, potencializando o rendimento, produtividade e produtos com melhor qualidade e dentre outros objetivos, pode –se afirmar que as empresas precisam melhorar sua competitividade com um mercado mais concorrido. 2.0 Objetivo Realizar o recobrimento de diferentes superfícies metálicas por deposição eletrolítica de zinco, cobre e prata. 3.0 Materiais e Reagentes • Extrator mecânico; • Garrafinha de 500mL; • 1 béquer de 50mL; • 1 béquer de 100mL; • 3 béqueres de 250mL; • 1 béquer de 1000mL; • Balança analítica; • Chapa de aquecimento com agitador magnético; • 500ml de Suco de Limão; • Termômetro; • Pipeta de 5mL; Belo Horizonte – Junho de 2018 • Pera; • Bureta de 25mL; • Suporte universal e 1 garra para bureta; • 3 erlenmeyers de 125Ml • Solução de Fenolftaleína; • Agua destilada; • Solução de NaOH; • Hidróxido de Cálcio PA • Ácido Sulfúrico; • Proveta; • Funil de Buncher com borracha; • 1 Kitassato; • Papel de Filtro; • Bomba de vácuo; • Funil para filtração; • Cronômetro; • Geladeira (refrigerar) 4.0 Metodologia O procedimento foi executado em 2 fases, sendo a primeira a preparação dos banhos eletrolíticos e a segunda a galvanização e o cobreamento de fato. Para a preparação do banho de galvanização, pesou-se 2 g de ZnCl2 e 10 g de NH4Cl em um béquer de 100 ml. Água destilada foi adicionada, formando-se uma solução com aproximadamente 80 ml. Para a preparação do banho de cobreamento, pesou-se 25 g de CuSO4.5H20 em um béquer de 100 ml, adicionou-se água destilada até formar aproximadamente 80 ml de solução e 5,3 ml de ácido sulfúrico foram acrescentados e agitados lentamente. Todo o conteúdo foi homogeneizado. Como objetos a serem revestidos, o grupo optou por utilizar uma peça de aço inox (com massa de 5,79 g – obtida através de balança analítica) e uma chave de aço (com massa inicial de 13,51 g – obtida através de balança analítica). Para a realização dos banhos, os eletrodos foram limpos, juntamente com as placas de cobre e de zinco. Duas montagens foram realizadas, com uma fonte de alimentação Belo Horizonte – Junho de 2018 em cada uma e um agitador magnético, cada montagem foi utilizada para cada um dos banhos, previamente preparados. O polo negativo foi conectado na peça a ser revestida (catodo) e o outro polo foi colocado na placa de cobre ou zinco (anodo). Para a peça de aço inox, optou-se pelo banho de cobre. A alimentação foi regulada em 1,22 A e 1,3 V. A peça foi deixada no banho de cobre, previamente preparado e disposto conforme informado no parágrafo anterior, por 10 min. Para a chave, optou-se pelo banho de zinco. A alimentação foi regulada em 0,38 A e 0,05 V. A peça foi deixada no banho de zinco, previamente preparado, por aproximadamente 10 min. Após a execução do experimento foram calculados a velocidade média do recobrimento (mg/min), a massa teórica a ser depositada (g), o rendimento da eletrodeposição e definidos os parâmetros que influenciaram o processo e as possíveis alterações que poderiam ser realizadas para melhorar as condições de deposição. 5.0 Resultados e Discussão Passados os 10 minutos em cada banho, retirou-se as peças devidamente recobertas e as massas das mesmas foram obtidas. A peça de inox, que pesava inicialmente 5,79 g, após o banho de cobre, passou a pesar 6,04 g, aumentando sua massa em 0,25 g. Já a chave, que inicialmente pesou 13,51 g, após o banho de zinco, passou a pesar 13,59 g, aumentando sua massa em 0,08 g. Para o cálculo da velocidade média de recobrimento, foi utilizada a equação abaixo: Velocidade = (massa depósito / tempo de deposição). Obteve-se os seguintes resultados: Tabela 1 – Dados Experimentais Belo Horizonte – Junho de 2018 Material Massa Inicial Massa final Massa Depósito Tempo de deposição Velocidade de deposição Peça Inox 5,79 g 6,04 g 0,25 g 10 min 0,0025 mg/min Chave 13,51 g 13,59 g 0,08 g 10 min 0,0008 mg/min Para a determinação da massa teórica, foi utilizada a seguinte equação: Massa teórica = (i x t / z x f) x MM metal • Massa teórica do banho de cobre na peçade aço inox: Massa teórica = (1,22 x 600 / 2 x 96845) x 63,64 = 0,24 g • Massa teórica do banho de zinco na chave: Massa teórica = (0,38 x 600 / 2 x 96845) x 65,38 = 0,077 g Observou-se que em ambos os casos, as massas teóricas foram bem próximas da massa obtida no experimento, e em ambos os casos a massa teórica foi um pouco menor do que a massa obtida no experimento. Por esse motivo, o rendimento da eletrodeposição experimental, que pode ser obtido através da equação: R = (massa depósito / massa teórica) x 100; foi maior que 100% em ambos os casos, como pode ser observado abaixo: Tabela 2 – Rendimento experimental Material Massa depósito (g) Massa teórica (g) Rendimento (%) Peça Inox 0,25 0,24 104,17 Chave 0,08 0,077 103,89 6.0 Conclusão Os rendimentos da eletrodeposição foram em ambos os casos, maiores que 100%, porém bem próximos a esse valor, o que demonstra que não houve outra reação, a não ser a de redução do metal. Além disso, observou-se que o valor das massas de Belo Horizonte – Junho de 2018 deposição foram muito semelhantes aos valores teóricos, evidenciando a aproximação do rendimento com a idealidade. Os possíveis fatores que explicam o rendimento maior que o ideal são o controle exato da corrente elétrica, a medição do tempo e da temperatura e o PH. É válido ressaltar que, inicialmente, tentou-se utilizar um material de estanho para sofrer deposição, porém o cobre reduz com muito mais facilidade, o que torna a reação muito rápida e aumenta a velocidade de deposição, fazendo com que o mesmo deposite de forma irregular. 7.0 Referências AZEVEDO, M. Tratamento de superfície: apelo ecológico predomina nos novos produtos. Revista Química e Derivados , n. 459, mar. 2007. Disponível em:<http://www.quimica.com.br/revista/qd427/superficie1.htm>. Acesso em: 26 de março de 2018. BUZZONI, H.A. Galvanoplastia. 2° Ed. São Paulo. Editora Ícone, 1991. CHIAVERINI, Vicente. Tecnologia Mecânica: Processos de Fabricação e Tratamento. 2° Ed. São Paulo: Editora McGraw-Hill, 1986 GENTIL, Vicente. Corrosão: Corrosão e Anti Corrosivos. 2° Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Dois S.A, 1983. MANGELS. Galvanização. Disponível em: <http://www.mangels.com.br/galvanizacao/g_intro.asp>. Acesso em: 26 de março de 2018. PANNONI, F. D. A proteção frente à corrosão é realmente sempre necessária[S. l.]:Gerdau Açominas. Apostila. REALUM. Galvanoplastia/Tratamento de Superfície. 2012. Disponível em: Acesso em 26 de março 2018.
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