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Resumo Hematopoiese

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Hematopoiese 
 
Introdução: 
Essa hematopoiese é iniciada desde o 150 dia 
a 60 semana de gestação pelo saco vitelínico, 
depois a placenta se responsabiliza, passa a 
função para o fígado/baço até chegar na 
medula óssea. 
Quando essa medula óssea passa a ficar 
inativada por algum motivo, o fígado e o 
baço passam a compensar a produção dessas 
células do sangue. Nesse momento em que o 
fígado e o baço passam a fazer a função da 
medula óssea após a vida adulta, é chamada 
de hematopoiese extracelular. 
Na infância, a medula óssea possui uma 
celularidade bem maior do que na vida 
adulta. 
 
 
Existe uma célula mãe que é capaz de 
diferenciação, multiplicação e autorenovação, 
podendo se diferenciar em todas as células do 
sangue. Então essa célula mãe, de acordo com 
fatores estimuladores ou inibidores, vão se 
diferenciar em dois fatores: linfoide e 
mieloide. 
 
1)Setor plaquetário: 
Existe uma célula jovem chamada de 
megalocarioblasto que vai ser transformado 
em promegacariócito e no final se torna o 
megacariócito (precursor da plaqueta), sendo 
a maior célula da medula óssea. 
As plaquetas são fragmentos citoplasmáticos 
do megacariócito. Para que isso aconteça, é 
preciso de um fator estimulador (hormônio 
trombopoietina) 
 
2)Setor eritropoiese: 
A eritropoietina vai ser produzida 90% no 
córtex renal e 10% no fígado. Ela vai na célula 
indiferenciada mieloide e faz com que a 
maturação dela desvie para o setor eritróide 
para que ocorra a eritropoiese. A célula mais 
jovem é um proeritroblasto que vira o 
eritroblasto basófilo, depois passa r ser um 
eritroblasto ortocromático e por último chega 
no eritrócito (glóbulo vermelho). 
Importante compreender que ao tempo em 
que vai sendo maturado, vai ocorrer uma 
extrusão do núcleo que vira um reticulócito. 
Dentro da medula óssea vai ter esse 
reticulócito que é o precursor da hemácia, e 
permanece em torno de 72 horas na medula 
óssea e depois disso migra para corrente 
sanguínea até virar a hemácia após 24 horas 
na corrente sanguínea. 
RETICULÓCITO = HEMÁCIA JOVEM 
 
3)Setor mieloblasto: 
 
 
Vai sofrer influência do fator para que a 
maturação ocorra, que é o GCSF (fator 
estimulador de colônia de granulócitos). Vai 
ser ele quem vai atuar célula indiferenciada e 
transformando em mielocitos e mieloblastos 
para produção de basófilo (célula relacionada 
com processos alérgicos – liberação de 
histamina), neutrófilo (primeira linha de 
defesa contra infecção bacteriana), eosinófilos 
(célula relacionada a processos alérgicos e 
infecções parasitárias) e de monócitos. 
 
ATENÇÃO: 
Quando o hemograma mostrar desvio a 
esquerda, quer dizer que há presença de 
células jovens no sangue periférico, porém 
elas não devem ser encontradas no sangue 
periférico. Logo, se continuar a aparecer 
células jovens precursoras de mieloides, é 
sinal de que há desvio a esquerda. 
(ex. de células: bastonetes, mielócito, 
promielócito). 
 
 
 
Caso Clínico: 
Um paciente com anemia hemolítica – 
A meia vida de um glóbulo vermelho é de 
120 dias. Se o paciente tem anemia 
hemolítica, essa meia vida diminui para em 
torno de 70 dias. Se há essa perda/deficiência 
maior dessas células, a medula óssea precisa 
aumentar a produção, ou seja, começa a 
liberar reticulócitos no sangue periférico de 
maneira mais intensa, então nesse sangue 
periférico pode haver um aumento de 
reticulócitos. Dessa mesma forma, pode-se 
pensar em uma possível hemorragia caso no 
hemograma indique esse aumento de 
reticulócitos, por exemplo. 
 
Poiquilociotose: 
É uma alteração da forma da hemácia, como 
por exemplo, a anemia falciforme. 
 
 >ESFERÓCITOS 
>HEMÁCIA EM 
ROULEAUX (as hemácias estão juntas, em 
empilhamento). Ela vai estar relacionada com 
as doenças relacionadas com os plasmócitos, 
que produzem anticorpos e imunoglobulinas 
– mieloma múltiplo. 
Nas hemácias existe um potencial elétrico que 
repulsa umas das outras (potencial zeta). 
Quando o paciente tem mieloma múltiplo, ou 
 
 
seja, esse câncer no plasmócito, esse 
plasmócito sofre mutação, que ao invés de 
produzir outros tipos de imunoglobulinas 
(IgA, IgM, IgG), acaba produzindo apenas 
um tipo. Esse excesso de uma única 
produção, chamada de produção monoclonal 
vai alterar o potencial zeta da membrana das 
hemácias e com isso acabam se juntando. 
 
>ELIPTÓCITOS 
 
>DACRIÓCITO 
Conhecida como hemácia em lágrima. Elas 
surgem quando por algum outro motivo 
acontece fibrose na medula óssea e com isso o 
fígado e baço acaba assumindo a função da 
medula, ou seja, extracelular. Então o achado 
celular desse problema é hemácia em 
lágrima. Ex: Na Mielofibrose hematopoiese 
extramedular (vista acima). 
 
>ANCANTÓCITOS 
Os acantócitos ocorrem nas doenças hepáticas 
crônicas: 
a) Doença hepática crônica alcoólica 
b) Doença hepática crônica com deposito de 
cobre, ferro (hemocromatose hereditária) no 
fígado. 
 
>HEMÁCIA EM ALVO 
O achado de um eritroblasto (hemácia pouco 
madura/jovem) juntamente com hemácias 
em alvo deduz uma relação com 
hemoglobinopatias – falciforme, talassemia. 
 
 
Formação da hemoglobina: 
A hemoglobinização ocorre dentro da 
mitocôndria dos glóbulos vermelhos. Na 
medida que o glóbulo vermelho vai 
maturando, desde o proeritroblasto -> 
passando pelos eritroblastos -> reticulócitos 
até chegar na hemácia. Então todo esse 
processo vai ocorrendo esse processo de 
“hemoglobinização”. 
As hemácias nada mais é que um pacote de 
hemoglobina. Cada molécula de hemoglobina 
é formada por 4 cadeias globínicas. 
Existem 3 tipos de hemoglobina: 
HbA1 = 2 cadeias alfas + 2 cadeias beta 
Hb2A = 2 cadeias alfas + 2 cadeias delta 
HbF (fetal) = 2 cadeias alfa + 2 cadeias gama 
 
 
 
 
Cada cadeia globínica dessas vão se ligar com 
o grupo HEME. Esse grupo é formado pela 
protoporfirina (4 anéis aromáticos e no meio 
deles tem 1 átomo de ferro). Vai ser esse ferro 
que vai se ligar ao oxigênio. Se cada molécula 
globínica se liga a uma molécula de oxigênio, 
então uma molécula de hemoglobina se liga a 
4 moléculas de oxigênio. 
ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS: 
Vão ser importantes para interpretação de 
uma anemia no hemograma. 
 
 
1)VCM – Volume corpuscular médio 
 
Vai avaliar o tamanho/volume do glóbulo 
vermelho. 
Esse volume vai de 80 até 100 fL. 
 
 
 Ex: de microcitose 
Ex: de macrocitose (causas – 
anemia megaloblástica, hipotireoidismo, 
doença hepática crônica, paciente com 
anemias hemolíticas) 
 
2)HCM – Hemoglobina corpuscular média 
 
 
Vai avaliar a hemoglobina que está dentro do 
glóbulo vermelho. Então HCM alto quer 
dizer maior quantidade de hemoglobina no 
interior da hemácia. 
Seu valor de referência é entre 27 e 31 pg. 
 
 
 
EX: Normocrômica (região 
branda no interior da hemácia é considerada 
“normal”. 
Ex: Hipocrômica (região branca 
do interior é considerada maior do que a 
vermelha) 
EX: Hipercrômica (região branca 
é considerada menor que a vermelha). 
 
() Tentando entender a anemia ferropriva – 
Se existe pouco ferro, a tendencia é que a 
hemácia fique pálida, devida a pouca 
formação de hemoglobina, e que fique menor, 
ocasionando uma anemia microcítica e 
hipocrômica com RDW aumentado 
3)CHCM – Concentração de Hb corpuscular 
média 
 
Vai pegar a quantidade de hemoglobina 
dentro do glóbulo vermelho e faz uma 
divisão com o volume de sangue. De modo 
geral, é proporcional ao HCM. 
O valor de referência é de 32 – 36 %. 
 
 
 
4)RDW – Amplitude de distribuição dos 
eritrócitos 
 
É o índice de anisocitose, ou seja, marca no 
hemograma que existem hemácias de 
tamanhos diferentes. 
O valor de referência é de 11 – 15 %. 
 
 
Ex: Anisocitose 
(hemácias de tamanhos diferentes). 
Ex: Normocítico (hemácias 
do mesmo tamanho). 
() Tentando entender a anemia ferropriva – 
 
 
Se existe pouco ferro, a tendencia é que a 
hemáciafique pálida, devida a pouca 
formação de hemoglobina, e que fique menor, 
ocasionando uma anemia microcítica e 
hipocrômica com RDW aumentado. Esse 
RDW fica aumentado por conta que existiam 
hemácias que antes tinha seus tamanhos 
iguais, porém com a pouca quantidade de 
ferro foi fazendo com que ficassem pequenas 
e com isso existisse uma diversidade de 
hemácias, o que ocasiona uma anisocitose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliando Hemograma: 
1) 
 
 
→Hemoglobina baixa (ANEMIA) 
O VCM está “normal”, logo é uma anemia 
normocítica. 
O HCM está normal, logo é uma anemia 
normocrômica. 
O RDW está normal, sem anisocitose. 
 
 
2) 
 
 
 
 
→ Anemia microcítica, hipocrômica com 
anisocitose. Isso pode ser uma possível 
anemia ferropriva. 
 
 
(OBS) 
Existe uma doença hereditária chamada 
talassemia. Na alfa talassemia, por exemplo, 
o paciente possui dificuldade de produzir a 
cadeia alfa, já a beta talassemia tem 
dificuldade de produzir a cadeia beta. Então 
de modo geral, a talassemia vai ter 
dificuldade de produzir a hemoglobina, e se 
isso acontece, a hemácia fica pequena e clara 
(microcítica e hipocrômica), mas como é algo 
hereditário, não existe diferença no tamanho 
dessas hemácias, ou seja, desde cedo essas 
hemácias já são pequenas, e portanto, não 
apresenta anisocitose (RDW normal) 
 
 
3) 
 
 
→ Anemia macrocítica, hipercrômica com 
anisocitose. Então anemia macrocítica com 
anisocitose, até que se prove ao contrário, é 
deficiência de vitamina B12 e ácido fólico – 
Anemia megaloblástico.

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