Buscar

O PERFIL DE PACIENTES HIPERTENSOS ATENDIDOS NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE VILA PRIMAVERA, NO MUNICÍPIO DE BURITICUPU-MA.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MARIA RAUDILENE DA SILVA SIRQUEIRA[footnoteRef:1] [1: Graduada em Biologia (IFMA)] 
JORGE DOS SANTOS SILVA[footnoteRef:2] [2: Graduado em Pedagogia (FAIARA)] 
O PERFIL DE PACIENTES HIPERTENSOS ATENDIDOS NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE VILA PRIMAVERA, NO MUNICÍPIO DE BURITICUPU-MA.
1ª Edição
Buriticupu-MA
Editora IFMA
2021
RESUMO
A presente pesquisa visa analisar os aspectos macrodeterminantes dos casos de microcefalia no município de Buriticupu- MA, e identificar a influência do vírus Zika no diagnóstico da microcefalia no município. Neste sentido, este trabalho se justifica frente ao elevado número de casos de crianças diagnosticadas com microcefalia nos últimos quatro anos no município de Buriticupu-MA e a necessidade de adaptação do município para o atendimento dessas crianças em toda rede de atendimento. O presente estudo foi realizado na cidade Buriticupu, cidade localizada no sudoeste do Estado do Maranhão. Para isso, optou-se pela utilização do método qualitativo do tipo histórico-estrutural, pois tenta-se buscar a origem e relações que a microcefalia possui no município de Buriticupu-MA e quais as suas mudanças e consequências futuras para a população estudada. Ao final desta pesquisa, constatou-se que foram diagnosticados em Buriticupu cerca de 13 casos de microcefalia entre 2015 a 2018. Onde os fatores macrodeterminantes para os casos forma: infecção por ZIKV com mais frequência e a toxoplasmose com menos frequência. 
Palavras-chave: Síndrome congênita. Microcefalia. Zika Vírus.
ABSTRACT
This research aims to analyze the macrodetermining aspects of microcephaly cases in the municipality of Buriticupu- Ma, and to identify the influence of the Zika virus on the diagnosis of microcephaly in the municipality. In this sense, this work is justified in view of the high number of cases of children diagnosed with microcephaly in the last four years in the municipality of Buriticupu-Ma and the need to adapt the municipality to serve these children throughout the service network. The present study was carried out in the city Buriticupu, a city located in the southwest of the State of Maranhão. For that, we opted for the use of the qualitative method of the historical-structural type, because it tries to search for the origin and relationships that microcephaly has in the municipality Buriticupu-MA and what are its changes and future consequences for the population studied. At the end of this research, it was found that about 13 cases of microcephaly were diagnosed in Buriticupu between 2015 to 2018. Where the macro-determining factors for the cases form: ZIKV infection more frequently and toxoplasmosis less frequently.
Keywords: Congenital Syndrome. Microcephaly. Zika Virus.
1 INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) não controlada permanece como importante problema médico-social, nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Mesmo conhecendo a eficácia, de várias medidas preventivas e de controle disponíveis os agravos da doença provavelmente continuarão por décadas, representando um dos maiores desafios sociais da saúde (SILVA et al., 2013).
No Maranhão dados extraídos da pesquisa realizada por Soares et al. (2012), referentes a prevalência de hipertensão arterial no Estado foi constatado que 23,1% da população era hipertensa e maioria dos indivíduos eram do sexo masculino 25,7%. O tratamento da hipertensão arterial é realizado em duas frentes importantes para a diminuição das complicações inerentes ao problema: o controle dos fatores de risco para doenças cardiovasculares como o combate a obesidade e as dislipidemias, envolvendo mudança no estilo de vida do paciente, tais como a adoção de uma alimentação saudável, com diminuição do consumo de álcool; e a realização de prática de atividade física, assim como o controle do peso e abandono do tabagismo (BRASIL, 2013).
Em Buriticupu, cidade localizada no sudoeste do estado do Maranhão, com uma população de 65.237 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a ineficiência na execução de políticas públicas, que visem melhoria das condições de saúde da população contribui de maneira significativa para o aumento da ocorrência e surgimento de várias doenças, dentre elas a hipertensão arterial sistêmica, neste cenário torna-se de suma importância a execução do presente estudo.
Partindo do pressuposto de que o diagnóstico da hipertensão arterial, bem como o acompanhamento adequado dos pacientes é de suma importância para a diminuição dos agravos associados a esta enfermidade, torna-se de relevante importância o conhecimento dos dados municipais referentes à ocorrência da hipertensão arterial, para que os mesmos possam ser utilizados na análise, elaboração e execução de políticas públicas que visem à melhoria das condições de vida da população.
Em Buriticupu, cidade do Estado do Maranhão a escassez de estudos com o intuito de avaliar a implementação das políticas públicas associadas ao controle da hipertensão arterial e outras enfermidades contribuem para o aumento dos gastos públicos referentes às internações por complicações associadas a esta enfermidade.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) sempre foi considerada como um grave problema de saúde pública e escalonada como um dos principais fatores de risco para a ocorrência de outras doenças, tais como alterações cardiovasculares, cerebrovasculares e de insuficiência renal na população. A HAS é considerada uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados de pressão arterial, sendo denominada de sistêmica, pois pode atingir órgãos e sistemas, estando associada, as alterações funcionais ou estruturais de órgãos-alvo como o coração, o encéfalo, rins e vasos sanguíneos e a alterações metabólicas (ALMEIDA; MOURA; PAIANTINO; ROSI, 2017).
A hipertensão arterial possui natureza multicausal e os seus principais fatores de risco são distribuídos entre não modificáveis e modificáveis (estilo de vida, tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada), entre eles associa-se a obesidade e o excesso de peso, a história familiar pode ser classificada como um fator de risco não modificável (BORGES, et al., 2008). 
Por ser assintomática na maioria dos casos é reconhecida como “assassina silenciosa”, pelas altas taxas de morbidade e mortalidade cardiovasculares relacionadas, envolvendo todas as faixas etárias. Estima-se que no Brasil, atualmente, existem 10 milhões de pacientes portadores de hipertensão arterial sistêmica. Assim, o impacto econômico e social desta enfermidade que pode desencadear sequelas incapacitantes traz um ônus para o sistema de saúde e para a sociedade incalculável (CORDEIRO; PRESOTO, 2012).
A HAS é uma doença de alta prevalência nacional e mundial. Os valores limítrofes para adultos (acima de 18 anos) hipertensos são definidos pela Pressão Arterial Sistólica (PAS) entre 130 e 139 mmHg e Pressão Arterial Diastólica (PAD) entre 85 e 89 mmHg. No mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 7 milhões de pessoas morrem a cada ano e 1,5 bilhão adoecem por causa da HAS. A doença atinge em média de 30% da população brasileira, chegando a mais de 50% na terceira idade e está presente em 5% das crianças e adolescentes no país, sendo responsável por 40% dos infartos, 80% dos acidentes vascular cerebral (AVC) e 25% dos casos de insuficiência renal terminal (CHAGAS; ALMEIDA, 2016).
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2016), estima que 30% da população adulta e 60% das pessoas com mais de 60 anos de idade sejam hipertensos. No Estado do Maranhão um inquérito de base populacional realizado em São Luís, no ano de 2003, em indivíduos adultos com mais de 18 anos 11 de idade que estimou uma prevalência de 27,4%. Segundo dados de Soares et al., (2012) a prevalência total de HAS foi de 23,1%, com prevalência maior no sexo masculino (25,7%) em relação ao feminino (21,3%). Estando associados à hipertensão arterial sistêmica: idade igual ou superiora 30 anos, cor preta da pele, baixa escolaridade, excesso de peso e circunferência da cintura abdominal alterada.
3 OBJETIVOS
3.1 objetivo geral
Estabelecer o perfil epidemiológico, sociodemográfico e econômico de pacientes hipertensos atendidos na Unidade Básica de Saúde Vila Primavera no município de Buriticupu-MA.
3.2 objetivos específicos
· Identificar os hábitos relacionados aos fatores de risco para hipertensão arterial, nos indivíduos com esta patologia.
4 METODOLOGIA
A presente pesquisa tratou-se de um estudo qualitativo, descritivo, de base populacional, no qual foram pesquisados os registros de pacientes atendidos na unidade de Saúde Posto Primavera, localizados na área urbana do município de Buriticupu– MA, a fim de se identificar o número e o perfil de pacientes hipertensos atendidos nesta unidade. O posto atende a uma grande demanda abrangendo 12 micro áreas, atendendo aproximadamente 830 famílias.
O percurso metodológico adotado foi dividido em dois momentos trabalhados concomitantemente: pesquisa bibliográfica e pesquisa documental. O ponto de partida deste estudo foi o levantamento junto aos arquivos das fichas de acompanhamento de pacientes hipertensos atendidos na Unidade de Saúde do Posto Primavera. Sendo realizada uma amostra de conveniência para aplicação dos questionários com os pacientes hipertensos, por meio de visitas domiciliares, acompanhado do agente de saúde da comunidade.
Em relação à seleção das variáveis de estudo as mesmas foram realizadas com base nas variáveis que são utilizadas para a descrição dos indicadores epidemiológicos e operacionais oficialmente utilizados pelo Ministério da Saúde, tais como o excesso de peso, o sedentarismo, tabagismo, o consumo de bebidas alcóolicas e a cor da pele.
Os dados obtidos no trabalho de campo foram armazenados em bancos de dados construídos com essa finalidade. Os dados foram duplamente digitados no MICROSOFT EXCEL®, armazenados, com a utilização de back-up digital, e impressos periodicamente. Para a análise, foram aplicadas estatísticas descritivas, para realização das análises estatísticas dos dados coletados.
Por se tratar de pesquisa envolvendo seres humanos, o projeto solicitou aos pacientes que concordaram participar do estudo a leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) em duas vias, ficando uma com o usuário e outra com a pesquisadora.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1, observa-se que a maioria dos entrevistados que participaram do estudo pertence ao sexo feminino, mais da metade dos homens e mulheres tinham idade entre 60 e 79 anos. A idade média de todos participantes foi de 65 anos, com idade mínima de 34 e máxima de 89 anos. Entre os participantes, 83% dos indivíduos se autodeclarou pertencer à etnia parda, e 100% dos entrevistados afirmaram ser oriundos de outro município. A maioria dos homens e um pouco mais da metade das mulheres entrevistadas, respectivamente, apresentava apenas o ensino fundamental e possuía renda média de 1.000 reais. Quanto ao estado civil, 79% dos participantes eram casados. A grande maioria dos entrevistados, 85% não trabalhavam.
De acordo com os dados da Tabela 1 é possível identificar que a maioria dos participantes alvo da pesquisa não eram empregados, portanto declaram que possuíam vínculos com instituições, ou eram aposentados. Apenas 1% dos participantes possui ensino superior, explicam que não tiveram acesso ao ensino na idade certa, pois tinham a necessidade de trabalhar e/ou cuidar da família.
Tabela 1. Características da população de estudo, Posto Vila Primavera, Buriticupu-MA (N=100).
	Variáveis
	HOMENS
	MULHERES
	N (%)
	30 (30)
	70 (70)
	Idade (anos) 
	
	
	
	34-59
	5 (5)
	22 (22)
	
	60-79
	19 (19)
	43 (43)
	
	≥80
	6 (6)
	5 (5)
	Idade Média
	
	
	65 anos
	30 (30)
	70 (70)
	Cor da pele
	
	
	
	Branco
	3 (3)
	5 (5)
	
	Negro
	6 (6)
	3 (3)
	
	Pardo
	21 (21)
	62 (62)
	
	Índio
	0 (0)
	0 (0)
	Escolaridade
	
	
	
	Superior completo
	0 (0)
	1 (1)
	
	Ensino Médio
	6 (6)
	18 (18)
	
	Ensino Fundamental
	24 (24)
	51 (51)
	Estado civil
	
	
	
	Solteiro
	0 (0)
	5 (5)
	
	Casado
	27 (27)
	52 (52)
	
	Viúvo
	2 (2)
	10 (10)
	
	Separado
	1 (1)
	3 (3)
	Renda familiar (reais)
	
	
	
	Até 500
	3 (3)
	11 (11)
	
	501 a 1.000
	24 (24)
	49 (49)
	
	1001 a 1500
	3 (3)
	6 (06)
	
	Até 3.000
	0 (0)
	4 (4)
	Ocupação atual
	
	
	
	Empregado
	3 (3)
	1 (1)
	
	Desempregado
	2 (2)
	9 (9)
	
	Não trabalha
	25 (25)
	60 (60)
	Nacionalidade
	
	
	Brasil
	30 (30)
	70 (70)
	
	Outro país
	0 (0)
	0 (0)
	Naturalidade
	
	
	Buriticupu
	0 (0)
	0 (0)
	 
	Outra cidade
	30 (30)
	70 (70)
Fonte: SIRQUEIRA (2018).
Os resultados constataram a alta prevalência (70%) de HAS no sexo feminino, o sexo masculino apresenta menor frequência (30%). Este resultado também é observado em diversos estudos em diferentes locais, tais como em Florianópolis, onde a maioria da amostra era do sexo feminino (66,3%), predominando a faixa etária de 60 anos ou mais (59,4%) (FAGUNDES; CORSO; GONZÁLEZ-CHICA, 2017). 
Nos últimos anos observou-se com frequência a prevalência da HAS em população de adultos com 40 anos ou mais, onde foi atingido valores entre 40% a 50%, estando relativo a mudanças significativas nos estratos etários acima de 60 anos, isso porque a maioria dos casos da doença são assintomáticas, com isso, a mesma origina diversas complicações cardiovasculares, encefálicas, coronárias, renais e vasculares periféricas (MENDONÇA et al, 2015). 
Cordeiro e Pressoto (2012) destacam também em uma pesquisa feita com 60 entrevistados onde a prevalência permanecem no sexo feminino, com um percentual de 76,7%, a maioria dos sujeitos entrevistados 38,3% está entre sessenta e seis a setenta e quatro anos. Esse predomínio se dá pela idade mais elevada e também pela perda hormonal ocasionadas nas mulheres com idade acima de 40 anos, devido a menopausa, o que leva a insuficiência ovariana (FAGUNDES, CORSO e GONZÁLEZ-CHICA, 2017).
Essa expressiva prevalência da hipertensão determinada ao sexo na pesquisa pode ser explicada pelo fato de as mulheres apresentarem maior adesão a realização de consultas e atendimentos médicos referentes aos aspectos de saúde. Portanto, elas tendem a procurar os serviços de saúde com mais frequência do que os homens, logo elas são diagnosticadas mais rapidamente quando comparadas aos indivíduos do sexo masculino (ALMEIDA et al., 2017). 
Porém a doença não acomete apenas o grupo de pessoas com idade elevada; estudos mostram que na última década que a HAS já tem atingido cerca de 25,7% da população jovem brasileira com 18 anos ou mais (FAGUNDES, CORSO e GONZÁLEZ-CHICA, 2017).
A idade média entre os participantes da pesquisa ficou em torno de 65 anos. Esta incidência cresce extraordinariamente com a idade, pois há prevalência da HAS sobre as pessoas com idade mais avançada, segundo Filho, Azul e Curiati (1983), após os 65 anos essa doença atinge até 50% dos indivíduos, com a permanecia mais elevada nos negros. Para Gazoni et al., (2004), a incidência da HAS se dá pelas diversas alterações no organismo humano e o envelhecimento fisiológico, veja: 
Com o envelhecimento fisiológico, os grandes vasos e as arteríolas aumentam sua espessura da parede, com redução da sua luz, pois há aumento do componente colágeno e diminuição do componente elástico. Essa perda da distensibilidade e elasticidade das artérias diminui sua capacitância com aumento da velocidade da onda de pulso. A rigidez da parede dos vasos tende a elevar a pressão sistólica e o aumento da velocidade da onda de pulso mantém a pressão arterial diastólica (PAD) dentro dos valores normais ou pode até diminuí-la (GAZONI, p. 02, 2004). 
Esta pesquisa confirmou que a maioria dos entrevistados eram autodeclarados de cor parda (83%) em comparação com aqueles de cor branca e negros. Para Colósimo et al., (2015) em sua pesquisa constata que tais resultados da prevalência da HAS em pessoas de cor parda são provenientes da forte miscigenação brasileira, uma vez que indivíduos autodeclarados como pardos tendem a possuircaracterísticas biológicas e herança genética da raça negra.
Na maioria das pesquisas realizadas no Brasil, observa-se que os entrevistados com a HAS são autodeclarados negros, como é observado na pesquisa de Cordeiro e Pressoto (2012), onde 70% dos entrevistados são negros, 15% são brancos e 5% declaram outras etnias. Cruz e Lima (1999) explicam que a etnia negra é um forte fator predisponente à HAS, o que configura uma parte do perfil sociodemográfico dos hipertensos; para eles as pessoas de etnia negra possuem características biológicas defeituosas na captação celular de sódio e cálcio, bem como em seu transporte renal, o que pode ser normalmente atribuído à presença de um gene economizador de sódio que leva ao influxo celular de sódio e ao efluxo celular de cálcio, facilitando deste modo o aparecimento da HAS, Cruz e Lima (2012, apud BARRETO et al., 1993). 
Além das associações genéticas, é possível perceber alguns aspectos de condições de vida entre o público alvo, onde a maior parte dos indivíduos com HAS, cerca de 73% recebem até no máximo R$ 1.000,00 (mil reais), o que identifica baixa renda e poder aquisitivo, sobretudo, em indivíduos pardos e negros o que acentua a precariedade de sua condição de vida. É visto também que o nível de escolaridade ainda é mínimo nesta população, pois 75% destes possuem apenas o ensino fundamental. Resultados próximos foram encontrados em uma pesquisa sobre portadores de HAS e Diabetes de Florianópolis – SC de Fagundes, Corso e González – Chica (2017), referentes ao nível de escolaridade dos pacientes, onde também constatam o nível intermediário do ensino fundamental.
A Tabela 2 mostra a frequência do tabagismo e do consumo de bebidas alcoólicas na população. Em relação ao hábito de fumar, 7% dos entrevistados eram fumantes, 20% ex-fumantes e 73% declararam nunca ter fumado. Esta prevalência entre os não fumantes, destaca-se pela religiosidade. Dos fumantes, 5 afirmaram ter fumado de 1 a 8 cigarros, enquanto 2 relatam ter feito uso de 9 a 10 cigarros nas últimas 24 horas. Em relação aos anos de tabagismo dos fumantes e ex-fumantes os homens relataram ter de 20 a 45 anos, com início aos 14 a 18 anos de idade e as mulheres de 25 a 45 anos que fumam, sendo que iniciaram com 15 a 18 anos. 
Para os ex-fumantes, os homens deixaram de fumar com 38 a 55 anos de idade e as mulheres de 14 a 52 anos. Para aqueles que nuca fumaram, porém conviviam com pessoas que fumavam, foi obtido o total de 23 pessoas. Quanto o consumo de bebidas alcoólicas, 18% da população declarou ter hábito de beber sendo que ingeriram bebidas alcóolicas de aproximadamente 4 a 10 dias nos últimos 30 dias, confira:
Tabela 2. Tabagismo e consumo de bebida alcoólica.
	Variáveis
	N (%)
	Tabagismo
	
	
	Nunca fumou
	73 (73)
	
	Ex-fumante
	20 (20)
	
	Fumante
	7 (7)
	Nº cigarros por dia (N=7), min-max
	4 -10 (7)
	Quantidade de cigarros nas últimas 24 horas
	
	Nenhum
	93 (93)
	
	1-8
	5 (5)
	
	9-10
	2 (2)
	Anos de tabagismo (N=27)
	
	
	20-45
	27 (27)
	Mora ou trabalha com fumantes (N=73)
	
	
	Sim
	23 (23)
	
	Não
	50 (50)
	Consumo de bebida alcoólica
	
	
	Sim
	18 (18)
	
	Não
	82 (82)
	 
	Nº de dias por mês, consumo de bebidas alcóolicas (N=), min-max
	4 a 10
Fonte: SIRQUEIRA (2018).
Sobre os fatores de riscos analisados nesta pesquisa, constatou-se que 27 pessoas fumam ou já fumaram alguma vez na vida, sendo que 73 pessoas nunca fumaram. Dentre os fumantes houve o relato de terem fumado de 8 a 10 cigarros nas últimas 24 horas. Quando foi perguntado aos entrevistados quantos anos de tabagismo eles possuíam a idade ficou relativa entre 20 a 45 anos. Das pessoas que nunca fumaram 23 relatam morar com familiares dependentes do tabagismo.
Para a Organização Mundial da saúde (2013), o uso continuo do tabagismo tende a aumentar a probabilidade de complicações naqueles que já possuem hipertensão, haja visto que em 2008, haviam 1 bilhão de pessoas fumantes, em conseguinte a obesidade teve prevalência quase que dobrada desde 1980.
Em relação ao alcoolismo, 18% dos entrevistados relataram consumirem bebidas alcóolicas, sendo que os mesmos fazem a ingestão entre 4 a 10 dias por mês. Como é visto nas indicações da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2013), que para manter o controle da hipertensão é necessário a mudança dos hábitos de vida, porém o que se nota é a adesão ou continuação dos hábitos que se constituem como fatores de risco para o acometimento da doença. Desta forma, é possível observarmos que boa parte das pessoas ainda resistem à essas mudanças que são vitais para o controle da hipertensão. Portanto, evidencia-se neste estudo, conforme já descrito no referencial teórico, a presença de fatores de riscos que constituem o aparecimento ou dilatação da doença, tais como: o sedentarismo, tabagismo, o consumo de bebidas alcóolicas.
De acordo com os dados da Tabela 3 que evidencia alguns aspectos sobre o estado nutricional e os hábitos de vida dos participantes, a maioria afirmou não realizar atividade física, boa parte relatou que não possuía condições físicas de se exercitar, mesmo com a adoção de alguns projetos municipais que incentivam a prática regular de atividade física para o público com idade avançada do município, os mesmos dizem não se sentirem bem para a realização da prática dos exercícios. 
Tabela 3. Estado nutricional e hábitos de vida dos pacientes
	Variáveis
	
	 HOMENS
	MULHERES
	N (%)
	
	30 (30)
	70 (70)
	
	Peso atual
	
	
	
	
	30-49kg
	
	0 (0)
	7 (7)
	
	50-69kg
	
	22 (22)
	44 (44)
	
	70-89kg
	
	11 (11)
	17 (17)
	
	> 90kg
	
	1 (1)
	2 (2)
	Altura
	
	
	
	
	variação
	
	1,39 – 1,73 (30)
	1,42 – 1,76 (70)
	Faz atividade física 
	
	
	
	
	Sim
	
	4 (4)
	11 (11)
	
	Não
	
	26 (26)
	59 (59)
	Atividade que realiza
	
	
	
	
	Caminhada
	
	4 (4)
	11 (11)
	
	Multifuncional 
	
	4 (3)
	8 (8)
	
	Outros 
	
	0 (0)
	0 (0)
	Vezes que realiza atividade na semana
	
	
	
	
	Uma vez por semana 
	
	0 (0)
	0 (0)
	
	Duas a três vezes por semana 
	
	4 (4)
	11 (11)
	 
	Mais de três vezes
	
	0 (0)
	0 (0)
Fonte: SIRQUEIRA (2018).
Um significativo número de pessoas participantes desta pesquisa declarou não praticar exercícios e atividades físicas, em torno de 85% delas não praticam ou deixam de praticar, sendo que apenas 15% fazem práticas educacionais físicas. A ausência dessas atividades é classificada neste estudo como sedentarismo. As 15 pessoas que praticam atividades físicas, encontrados nesta pesquisa, afirmam praticarem apenas duas a três vezes por semana. 
A prática regular de atividades físicas tem a ação promotora de adaptações autonômicas, além de hemodinâmicas, desta forma interferem na autorregulação ou auxílio da PA, além desta ação benéfica a prática de exercícios físicos possibilita a perca de peso corporal, auxilia no tratamento de dislipidemias, e controla o estresse, cita-se também que reduz a incidência da evolução do desenvolvimento da HAS em pessoas normotensas (FERREIRA, COSTA e SOUSA, 2011).
A V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2015), informa que o sedentarismo deve ser combatido desde a infância, sem privilégios para nenhum dos sexos, além disso os sedentários possuem 30% a mais de chance de desenvolver a HAS. É através desta ótica que podemos observar que, no presente estudo onde 85 indivíduos hipertensos não realizam qualquer prática de atividade física, são consideradas, portanto, sedentários, e possuem maiores riscos de agravos na saúde.
Diante dos dados expostos, depreende-se que a hipertensão tem tomado grandes dimensões, em primazia no sexo feminino e está normalmente associada a outros fatores de riscos, tendo prevalência a diabetes, sedentarismo. Para tanto, a mudança dos hábitos de vida se faz necessário para que haja a redução dos impactos das doenças crônicas e seus agravos, em especial a hipertensão arterial, além da redução da morbimortalidade e melhoria da qualidade de vida dos pacientes com HAS, bem como é necessário também a atenção maior e mais planejada no acompanhamento dos profissionais de saúde aos pacientes.
6 CONSIDERAÇÕESFINAIS
Os resultados desta pesquisa demonstraram a prevalência de HAS em mulheres, idosos, em pessoas com cor da pele parda, vivendo com companheiro, com baixa escolaridade e com classe econômica intermediária. Em sua maioria foi encontrado um elevado número de antecedentes familiares com a doença. Constatando-se também que grande parte dos hipertensos possuem outras doenças associadas à hipertensão, com prevalência o diabetes mellitus.
Para os pacientes, o controle da hipertensão está mais associado ao uso continuo dos medicamentos do que a apropriação de melhores hábitos de vida, com vista nisso é perceptível que se faz necessária, mudanças comportamentais a serem tomadas e incorporadas pelos pacientes.
Então, é necessário a elaboração de programas educacionais/ culturais que incentivem a prática de exercícios com vista às pessoas da segunda idade afim de melhorar a qualidade de vida e fomentada por uma equipe multiprofissional e que incentivem a sensibilização ao autocuidado como um processo necessário e continuo.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A.S.; MOURA, J.P.M.; PIANTINO, C.B.; ROSSI, V.E.C. Estilo de Vida e Perfil Socioeconômico de Pacientes Hipertensos. Rev. Enferm. UFPE on line., Recife, 11(12):4826-37, dec., 2017.
BORGES, H.P.; CRUZ, N.C.; MOURA E.C. Associação entre Hipertensão Arterial e Excesso de Peso em Adultos, Belém, Pará, 2005. Arq. Bras. Cardiol. 91(2):110-8, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS Nº 571 de 05 de abril de 2013. Diário Oficial da União de 08 de abril de 2013, p. 56 e 57. Brasília, Distrito Federal.
______. Ministério da Saúde. Síntese de evidências para políticas de saúde: Prevenção e controle da hipertensão arterial em sistemas locais de saúde. Brasília – DF, ed. 1. 2016. 
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 128 p.: il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37).
CHAGAS, J.A.S.; ALMEIDA, A.N.F. Caracterização epidemiológica de pacientes hipertensos usuários de uma unidade básica de saúde da região Norte. DOI: 10.18468/estcien. v6n2.p105-116, 2016.
COLÓSIMO, F.C.; SOUS, A.G.; SILVA, G.S, PIOTTO, R.F.; PIERIN, A.M.G. Hipertensão arterial e fatores associados em pessoas submetidas à cirurgia de revascularização do miocárdio. Rev. Esc. Enferm. USP. 49(2):201-208, 2015.
CORDEIRO, M.A.; PRESSOTO, L.H. Caracterização do perfil de pacientes hipertensos atendidos pela enfermagem no ambulatório de um hospital público. São Paulo: Revista Recien.; 2(5):26-30, 2012. 
CRUZ, I.C.F.; LIMA, R. Etnia negra: Um estudo sobre a hipertensão arterial essencial (HAE) e os fatores de risco cardiovasculares. Rev. enferm. UERJ ; 7(1): 35-44, jan.-jun. 1999.
FAGUNDES, C.N.; CORSO, A.C.T.; GONZÁLEZ-CHICA, D.A. Perfil Epidemiológico de Hipertensos e Diabéticos Cadastrados na Atenção Básica em Saúde, Florianópolis – SC. Rev. Pesq. Saúde, 18(1): 28-34, jan-abr, 2017.
FEEREIRA, L.N.; COSTA, M.C.; SOUSA, H.S. Perfil sociodemográfico e variáveis clínicas dos hipertensos atendidos na clínica escola de fisioterapia da UESB. Rev.Saúde.Com; 7(1): 23-32, 2011.
GAZONI, F. M; BRAGA, I. L. S; GUIMARÃES, H. P; LOPES, R. D. Hipertensão sistólica no idoso. Rev Bras Hipertens vol.16(1):34-37, 2009.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2018). Cidades. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ma/buriticupu/panorama>. Acesso em 12 de Julho de 2018.
MENDONÇA, E.T; ALMEIDA, L.C; AMARO, M.O.F; MOREIRA, T.R; DIOGO, N.A.S; RIBEIRO, R.C.L. Perfil sociodemográfico, clínico e cardiovascular adicional de Indivíduos hipertensos. Revista de enfermagem UFPE on line., Recife, 9(12):1182-9, dez., 2015.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Um resumo global sobre hipertensão: Assassino silencioso, crise mundial de saúde pública. OMS, 2013.
SILVA, L.O.L.; SOARES, M.M.; OLIVEIRA, M.A.; RODRIGUES, S.M.; MACHADO, C.J.; DIAS, C.A. “Tô sentindo nada”: percepções de pacientes idosos sobre o tratamento da hipertensão arterial sistêmica. Physis: Revista Saúde Coletiva; 23(1):227-42. 2013.
SOARES, N.J.S.; REGO, A.S.; CHAGAS, D.C.; LOUREIRO, F.H.F.; ROCHA, P.C.; ALVES, M.T.S.S.B. Hipertensão Arterial Sistêmica no Maranhão: Prevalência e fatores associados. Rev. Pesq Saúde, 2012.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. 7º Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial. Rio de Janeiro-RJ, SBC, Vol. 107, Nº 3, 2016.
______. V Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre tratamento do infarto agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST. Rio de Janeiro-RJ, SBC, Vol.105, Nº 2, Supl. 1, Agosto, 2015.

Outros materiais