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A Constituição Federal de 1988, documento que rege a jurisdição brasileira , prevê, em seu artigo 6º, o direito ao trabalho como inerente a todo cidadão brasileiro. Todavia, tal prerrogativa não tem se concretizado com efetividade quando se trata do catador de lixo na sociedade brasileira, pois a precariedade do seu trabalho e a incompetência do Estado, impedem a pluralização desse direito social tão importante. Perante esse cenário, faz-se essencial o estudo desses fatores. Mormente, deve-se salientar a ausência de medidas governamentais para contrapor-se a grande quantidade de pessoas que trabalham em condições desumanas, tais como as que retiram do lixo o seu sustento. Nesse sentido, de acordo com o índice de GINI, medida que classifica o grau de desigualdade de um país, o Brasil está entre as dez nações mais desiguais do mundo, nessa perspectiva, essa lastimável realidade, obriga muitos indivíduos, que vivem em condições de miséria, a trabalharem em lixões, uma vez que não possuem oportunidades para exercer um trabalho menos insalubre, o que ocasiona na permanência dessas pessoas em ambientes precários de trabalho. Desse modo, parte dos brasileiros são impedidos de usufruir de seus direitos fundamentais, fato que consequentemente agrava esse óbice. Além disso, é importante destacar que o trabalho desumano dos coletores de resíduos é intensificado pela má gestão do Estado, que não cumpre com seu dever de garantir empregos dignos a todos os cidadãos. Segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em sua obra “Globalização e as Consequências Humanas”, “A sociedade caminha para uma desordem mundial, causada, sobretudo, pela má gestão do Estado”. O Brasil segue para um destino semelhante, pois não há investimentos suficientes para acabar com falta de empregos. Tendo em vista isso, enquanto não forem tomadas medidas para erradicar esse entrave, tal condição perdurará sobre o país. Depreende-se, portanto, que há uma carência em combater esses obstáculos. Para isso, é fundamental que o Governo do Estado, amplie o acesso a cursos profissionalizantes, que auxiliam na aquisição de um emprego digno, por meio de verbas governamentais, a fim de capacitar os cidadãos para o mercado de trabalho. Assim, tornar-se-á possível a construção de uma sociedade permeada pela efetivação dos elementos elencados na Carta Magna.
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