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REDAÇÕES NOTA MIL @ B E L L A . M O T I V A Uma compi lação dos textos nota mil que escrev i no ano de preparação da minha nota máxima no ENEM Oi! Meu nome é Isabella, eu tirei 1000 na redação do ENEM 2020 e não sou nada especial por isso: eu apenas aprendi uma estrutura simples que me permitiu redigir um texto que cumprisse as 5 competências de correção. Você, vestibulando, que está lendo esse material, consegue fazer isso também! Sei que parece distante, mas com treino e direção, é muito possível. Espero que consiga percerber os padrões presentes nessas redações e conte comigo para o que precisar. Ah, atualmente eu também corrijo redações e dou aula para ensinar essa estrutura de forma bem detalhada. Pode me chamar no IG se estiver precisando! Beijinhos e bons estudos. @bella.motiva legendas Introdução Contextualização Tese Antecipação Argumentativa desenvolvimento Tópico Frasal Embasamento Aprofundamento Argumentativo Conclusão do argumento conclusão Proposta Desfecho do texto O autor Gilberto Dimenstein - em sua obra "Cidadãos de Papel"- denuncia que a inefetividade constitucional fragiliza a cidadania no Brasil. Nesse sentido, embora a Constituição Cidadã afirme o direito de ir e vir como fundamental, os crescente desafios no que tange à mobilidade urbana no Brasil iniviabilizam a efetivação dessa premissa - o que confirma a tese de Dimenstein. Com efeito, hão de ser analisadas as causas que corroboram esse cenário inconstitucional: a insuficiência do transporte coletivo e a escolha majoritária por automóveis como transporte individual. Em primeiro plano, cabe pontuar que a falta de diversificação dos modais de transporte público - devido à política do rodoviarismo - torna-o caro e ineficiente. Nesse viés, o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda afirma que o interesse privado prevalece sobre o público no território brasileiro.Sob essa ótica, constata-se que, embora as ferrovias e hidrovias possuam melhor custo- benefício e sejam mais adequadas para um país de dimensões continentais, o transporte rodoviário é conveniente aos interesses corporativos, o que faz com que este seja priorizado - tal como denunciado por Sérgio Buarque. Por conseguinte. não há alternativas para atender o excesso de passageiros que dependem do transporte público, além de ocorrer crescente aumento nas passagens: fatores que restringem o direito à cidade àqueles que residem em áreas centrais, intensificando a segregação socioespacial. Ademais, culturalmente os automóveis são vistos como a melhor e mais adequada opção de transporte individual, fato que precisa ser superado, visto que essa percepção causa malefícios ao meio ambiente e aumenta exponencialmente o trânsito. Nessa perspectiva, Max Weber - um dos fundadores da sociologia- afirma que o capitalismo causou inúmeros retrocessos sociais. Assim, a tese de Weber é confirmada no panorama contemporâneo, uma vez que junto a esse sistema econômico surgiu uma atribuição de valores pessoais aos bens materiais: possuir um carro ou uma moto, por exemplo, tornou-se sinônimo de poder e prestígio. Além disso, o Poder Público - também imerso na lógica capitalista - não investe em ciclovias, o que dificulta ainda mais a mudança desse paradigma. Dessa forma, modais particulares sustentáveis, mais baratos e promotores da saúde, como a bicicleta, são subaproveitados. Portanto, o Governo Federal deve promover a diversidade dos modais de transporte por meio do direcionamento das verbas destinadas a esse setor para a construção de ferrovias, hidrovias e ciclovias, com a finalidade de construir cidades mais integradas e, consequentemente, mais democráticas. Somado a isso, a mídia - quarto poder- deve atuar na mudança da mentalidade social acerca da bicicleta e demais transportes alternativos, destacando as vantagens destes -como a queda na emissão de CO2, por exemplo- por intermédio de ficcções engajadas e propagandas, a fim de que os cidadãos possam fazer escolhas mais conscientes. Com essas medidas, a mobilidade urbana será eficiente e sustentável e a cidadania será concreta no Brasil. TEMA: Mobilidade Urbana TEMA: Violência Obstétrica A Declaração Universal dos Direitos Humanos - promulgada pelo ONU em 1948- afirma que a maternidade e a infância têm direito a cuidados e à assistência especiais. No entanto, o panorama brasileiro atual vai de encontro aos ideais presentes nessa Declaração, visto que a permanência da violência obstétrica no país fere a integridade de muitas mães e crianças durante o parto. Com efeito, é necessário analisar os fatores que contribuem para a manutenção dessa forma de opressão: a desinformação da sociedade e a violência institucional sofrida pelos médicos. Em primeiro plano, cabe pontuar que a falta de informação faz com que a violência obstétrica seja uma violência velada, o que dificulta a solução desse impasse. A esse respeito, o documentário "O Renascimento do Parto" - dirigido pelo cineastra brasileiro Eduardo Chauvet- denuncia que os mitos enraizados no senso comum retiram o protagonismo da mulher sobre o próprio parto, uma vez que esta geralmente não conhece seus direitos e possibilidades. Assim, muitas grávidas são induzidas pelos médicos ou pelas gerências hospitalares a optar por cesariana, acreditando ser essa a forma mais segura de parto, quando na verdade causa danos à saúde do bebê e prejuízos no vínculo entre mãe e filho, além de ser extremamente agressiva ao corpo da mulher - essas informações são omitidas em prol da rapidez e lucratividade do método cirúrgico. Ademais, não ter direito a alimentar-se ou mover-se durante o trabalho de parto também são formas sutis de violência muitas vezes naturalizadas. Dessa forma, urge a realização de políticas públicas que esclareçam esse tema tão importante. Além disso, é importante ressaltar que a situação de trabalho dos médicos, em parte expressiva das vezes, é um fator que os leva a praticar a violência obstétrica. Nesse viés, o sociólogo Pierre Bordieu criou o conceito social de "Violência Simbólica", o qual aborda uma forma de violência sem coação física, mas com danos morais e psicológicos que podem resultar na reprodução de atos violentos de de diversas naturezas pelo indivíduo. Sob essa ótica, muitos obstetras sofrem esses danos ao precisarem trabalhar em hospitais com falta de equipe adequada, protocolos atrasados - como os que preveem episiotomia ou restringem o direito ao acompanhante, por exemplo - ou quando recebem o mesmo valor para qualquer parto realializado, desconsiderando sua duração ou dificuldade. Dessa maneira, enquanto a falta de estrutura, os protocolos atrasados e a remuneração desproporcional se mantiverem, a violência obstétrica continuará acontecendo, visto que é reprodução de uma opressão anterior, tal como denunciado na teoria de Bordieu. Portanto, o Ministério da Saúde deve criar campanhas informativas que, por meio de rodas de conversa com especialistas, propagandas midiáticas e ficções engajadas, objetivem esclarecer o que é violência obstétrica e como denunciá-la, além de elucidar a sociedade acerca dos direitos e possibilidades das mulheres grávidas, incentivando-as a fazer o plano de parto - documento em que podem manifestar suas decisões e preferências. Somado a isso, esse mesmo Ministério deve melhorar as condições de trabalho dos obstetras, por intermédio de fiscalizações periódicas, visando à atualização dos protocolos e à garantia de equipe qualificada para acompanhar esses médicos durante o parto. Com essas medidas, o protagonismo da mulher em seu parto será restituído e o Brasil alçará, pois, à posição de país que garante a efetivação dos Direitos Humanos. TEMA: Doação de órgãos No famoso seriado médico "Greys Anatomy", a doutora Bailey - cirurgiã geral - encontra sérias dificuldades para realizar um transplante de rins, devido principalmente à resistência da família do doador e à falta de transporte adequado. Nesse sentido, a ficção aproxima-se da realidade brasileira, visto quea doação de órgãos no país apresenta entraves relacionados não só a altas taxas de recusa familiar, como também à falta de infraestrutura hospitalar em algumas regiões do país. Com efeito, é necessário debater as principais causas da insuficiência de transplantes em território nacional: a falta de informação e a desigualdade regional. Ademais, a concentração da infraestrutura necessária para o transplante de órgãos no Sul e no Sudeste deixa a maior parte do Brasil desassistida. Nesse viés, o filósofo utilitarista Jeremy Bentham afirma que as ações éticas são pluralistas: objetivam a beneficiação do maior número de indivíduos. Dessa forma, a omissão estatal no que diz respeito à democratização territorial de equipe médica especializada e hospitais públicos aptos a realizar o procedimento denuncia que o governo brasileiro distancia-se das ações éticas, tal como descritas por Bentham. Consequentemente, considerando que a maioria dos transplantes é realizado pelo sistema público de saúde, enquanto não houver investimento no Norte, Nordeste e Centro-Oeste brasileiros, um número expressivo de doações potenciais continuará a ser perdido. Portanto, cabe ao Ministério da Saúde criar uma campanha informativa sobre doação de órgãos que, por meio de palestras com profissionais da saúde, rodas de conversa e propagandas televisivas, objetive a desconstrução de mitos e promova a solidariedade pelas pessoas em situação de espera por um doador. Além disso, o Governo Federal deve melhorar a infraestrutura hospitalar para transplantes em estados que carecem desse serviço, por meio de investimento nas reformas desses hospitais e da realização de concursos públicos para médicos especialistas. Com essas medidas, a realidade brasileira será pautada na empatia e na equidade. Em primeiro plano, cabe pontuar que a desinformação da sociedade dificulta a expansão do número dos doadores de órgãos. Nessa perspectiva, o filósofo Platão, em seu texto "Alegoria da Caverna", comprova que, na ausência de conhecimento, os seres humanos perdem sua liberdade e sua capacidade escolha, visto que ficam aprisionados a sombras da realidade. Sob essa ótica. mitos - como a falta de veracidade do diagnóstico de morte encefálica ou o medo da doação desfigurar o corpo do indivíduo - mantêm os familiares, únicos capazes de autorizar o procedimento, sob sombras platônicas, o que justifica o número de recusas superior a 40%. Assim, constata-se a necessidade de políticas públicas que visem ao esclarecimento desse tema tão importante, que desconstruam os mitos e destaquem a empatia e a solidariedade desse ato: valores imprescindíveis na construção de uma sociedade melhor. TEMA: A Educação À distância e a democratização do ensino no brasil O filósofo norte-americano John Dewey afirma que uma das principais funções da educação é a de igualar as oportunidades para todos e, por esse motivo, critica o modelo tradicional de ensino, que perpetua o capitalismo excludente. Nesse sentido, o avanço das tecnologias de informação possibilitou o surgimento de uma potencial solução para as dificuldades denunciadas por Dewey: a educação à distância. No entanto, o Brasil não usufrui plenamente os benefícios dessa modalidade devido, principalmente, ao seu alto índice de desigualdade social. Com efeito, é imprescindível pontuar as potencialidades e os desafios da democratização do ensino por meio da educação à distância no país. Em primeiro plano, é evidente que a instrução à distância favorece a democratização do ensino no Brasil. A esse respeito, Paulo Freire, em sua obra "Pedagogia da Autonomia", define a educação à distância como aquela que abrange a realidade social, econômica e cultural dos indivíduos. Assim, o aprendizado não presencial se encaixa na definição do sociólogo, visto que possibilita aos cidadãos que residem no interior dos estados o estudo nas instituições mais renomadas do país - a despeito da concentração destas nos centros urbanos. Além disso, a flexibilidade de horários característica dessa modalidade de ensino permite àqueles que não possuem o privilégio de apenas estudar conciliarem o trabalho com um curso superior, por exemplo. Dessa forma, as inovações contribuem para uma pedagogia autônoma e libertadora, sendo capazes de reduzir o "apartheid" educacional no Brasil. Por outro lado, o acesso à educação não pode ser ampliado enquanto a desigualdade do acesso à internet e aos dispositivos eletrônicos se mantiver. Nessa perspectiva, o geógrafo Milton Santos expõe a face perversa da globalização: embra haja progresso com as novas tecnologias, esse progresso gera exclusão, aprofundando, pois, os abismos sociais. Sob essa ótica, a população brasileira de baixa renda sofre essa exclusão, visto que um em cada quatro basileiros não possui acesso à internet, segundo o IBGE - o que denuncia que os custos da estrutura necessária para a educação à distância são inacessíveis para grande parte da população. Consequentemente, a desigualdade social resulta na desigualdade de oportunidades que, por sua vez, dificulta a ascensão financeira, como um círculo vicioso que inviabiliza a democratização do ensino. Portanto, cabe ao Ministério da Educação criar um projeto que amplie o acesso à educação a distância, por meio de parcerias público-privadas com empresas de telefonia, para que ofereçam internet a baixo custo aos estudantes e concedam financiamento a estes na compra de computadores, a fim de quebrar o círculo vicioso das desigualdades. Além disso, a mídia deve informar a população acerca do novo projeto, bem como das vantagens do ensino não presencial, por meio de propagandas, visando a uma adesão cada vez maior a esse modelo inovador. Com essas medidas, a educação a distância se consolidará como solução dos infortúnios denunciados por Dewey e o Brasil será um país socialmente justo. TEMA: combate ao tabagismo entre os jovens no brasil No filme "Obrigado por Fumar", Nick Naylor -porta voz da indústria do tabaco nos Estados Unidos- manipula informações para atenuar a visão negativa do cigarro na sociedade, sobretudo entre os jovens - considerados alvo principal desse segmento. Nesse sentido, a realidade brasileira está intimamente relacionada à temática da obra, visto que o tabagismo na juventude é um problema de saúde pública no país. Com efeito, hão de ser analisadas as causas que corroboram esse grave infortúnio: a má influência midiática e a facilidade de acesso ao tabaco pelos adolescentes no Brasil. Nesse viés, embora a propaganda explícita de cigarro seja proibida há 20 anos no território nacional, a mídia continua a incentivar seu consumo de forma indireta. A esse respeito, uma pesquisa realizada pela organização antitabaco estadunidense "Truth Orange" demonstra que parte expressiva dos jovens fumantes foram influenciados por filmes e séries cujas personagens possuíam tal hábito. Nessa perspectiva, constata-se que as ficções que "glamourizam"o uso do tabaco - como a série "Stranger Things", por exemplo - aumentam os índices de tabagismo na juventude, uma vez que nessa faixa etária não há senso crítico plenamente formado e a busca pela identidade ou pela inserção em grupos sociais são mais latentes. Consequentemente, doenças respiratórias e câncer de pulmão surgem em idade cada vez mais precoce no país. Dessa forma, é importante que haja uma educação crítica para que a juventude brasileira seja mais consciente. Ademais, a venda de cigarros a menores de idade no Brasil é frequente - apesar de ser ilegal. Nesse raciocínio, Gilberto Dimenstein, em sua obra "Cidadãos de Papel", afirma que a ineficiência legislativa fragiliza a cidadania na sociedade brasileira. Sob essa ótica, embora o artigo 6° da Constituição Cidadã afirme o direito à saúde como fundamental, a falta de fiscalização - e, por conseguinte, de penalização - dos bares, bancas de jornais e demais estabelecimentos comerciais que vendem tabaco para os adolescentes atesta que o Estado não garante a eficácia constitucional, tal como denunciado porDimenstein. Assim, enquanto a negligência governamental se mantiver, o lucro resultante da comercialização irrestrita do cigarro continuará a se sobrepor às questões de saúde pública, o que aumentará o número de fumantes precoces, inviabilizando, pois, a solução dessa problemática. Portanto, cabe ao Ministério da Educação promover maior senso crítico desde os primeiros anos da vida escolar, por meio da adição de uma disciplina de saúde individual e coletiva à Base Curricular, que aborde os malefícios do fumo e alerte os estudantes a respeito das formas sutis de manipulação midiática, a fim de que o tabagismo entre os jovens seja mitigado. Somado a isso, o Governo Federal deve atenuar o problema da venda ilegal de tabaco a menores de idade, por intermédio de maior investimento em fiscalização, bem como da criação de um canal de denúncias - disponível online e por ligação telefônica- objetivando uma melhor eficácia legislativa. Com essas medidas, o filme "Obrigado por Fumar" será uma história distante da realidade brasileira, que se tornará promotora da saúde de seus cidadãos. Ademais, a ineficiência do governo brasileiro no que tange à destinação correta do lixo agrava essa problemática. A esse respeito, o artigo 225 da Constituição Cidadã de 1988 afirma que é dever do Estado e da coletividade preservar o meio ambiente. No entanto, observa-se que a ausência de políticas públicas que informem aos cidadãos como separar o lixo e incentivem a contribuição individual na coleta seletiva, evidenciando a inefetividade das premissas constitucionais. Além disso, os programas de reciclagem não contemplam todas as regiões do país, fato que precisa ser superado, visto que, mesmo que as pessoas realizem a separação de seus resíduos, de nada adiantará se estes continuarem a ser destinados a lixões a céu aberto - que causam poluição e proliferação de doenças. Dessa forma, enquanto a displicência governamental se mantiver, a questão do lixo continuará a ser um grave problema. TEMA: a questão do lixo na sociedade brasileira O filme "Wall-e" - vencedor do Oscar de melhor animação em 2009- tem como cenário a Terra no ano de 2700: um planeta inabitável devido ao acúmulo de resíduos humanos. Nesse sentido, o problema do lixo não se restringe à ficção: no Brasil, a produção deste é muito alta e o descarte não é realizado de forma correta, o que ameaça o meio ambiente e a saúde humana. Com efeito, hão de ser analisadas as causas que corroboram essa grave cenário: o consumismo e a insuficiência estatal. Nesse viés, cabe pontuar que os hábitos de consumo da sociedade atual geram uma quantidade absurda de lixo, incompatível com a sustentabilidade ambiental. Sob essa ótica, Max Weber - um dos fundadores da sociologia - afirma que o capitalismo, apesar de representar avanço material, acarretou inúmeros retrocessos civilizatórios. Assim, no panorama atual, a tese de Weber é confirmada, uma vez que parte expressiva dos cidadãos carece de reflexão e postura crítica acerca da real necessidade do que consome, o que os torna mais vulneráveis às propagandas e ao infortúnio do consumismo - mazela criada propositalmente no corpo social, a fim de favorecer interesses corporativos. Por conseguinte, o desperdício e a quantidade de resíduos gerados pelos indivíduos aumentam a cada ano, denunciando a necessidade de mudança na mentalidade social. Portanto, cabe ao Ministério da Educação criar um projeto nas escolas que explique aos alunos a importância do consumo consciente para a preservação dos recursos do planeta, por meio de debates transdisciplinares recorrentes e ações locais periódicas - como exposição de feiras para a comunidade local, por exemplo - a fim de que o exercício da cidadania seja incentivado desde os primeiros anos da vida escolar. Além disso, o Governo Federal deve ampliar os programas de reciclagem a todo país, por intermédio de parcerias público-privadas, objetivando tornar possível o descarte adequado do lixo. Com essas medidas, o Brasil contribuirá para que a Terra em 2700 seja diferente daquela retratada em "Wall-e": cheia de vida e consciência socioambiental. TEMA: desafios de um envelhecimento saudável no brasil De acordo com os estudos da "Teoria da Transição Demográfica", de Warren Thompson, a população brasileira encontra-se numa fase caracterizada pela reducão da taxa de natalidade e pelo aumento da expectativa de vida, fatores que, somados, ocasionam o envelhecimento populacional. Contudo, embora haja um aumento na proporção de idosos na sociedade, este não foi acompanhado de poíticas públicas que garantissem a qualidade de vida desses indívuos - o que denuncia o despreparo do Brasil em relação a essa mudança. Com efeito, é imprescindível analisar os fatores que impedem o envelhecimento saudável no país: a insuficiência da saúde pública e a dificuldade de integração social. Em primeiro plano, cabe ressaltar que o acesso à saúde pública de qualidade não é realidade da população senil brasileira. Nesse viés, o autor Gilberto Dimenstein, em sua obra "Cidadãos de Papel", afirma que a ineficiência legislativa fragiliza a cidadania no Brasil. Nessa perspectiva, embora o Estatuto do Idoso afirme o direito à saúde ao senis, observa-se a falta de ações que visem à prevenção de doenças crônicas comuns nessa faixa etária - como diabetes e problemas cardíacos - bem como a insuficiência de médicos geriatras no território nacional, o que demonstra a insuficiência das leis - tal como denunciado por Dimenstein. Dessa forma, constata-se a necessidade de uma mudança de paradigma da saúde pública, para que essa possa contemplar o envelhecimento populacional. Ademais, é válido pontuar que existe um estigma negativo acerca da velhice, o que gera exclusão social dos idosos. Nesse sentido, o sociólogo Zygmunt Bauman afirma que o individualismo é a principal característica - e a maior mazela - do mundo contemporâneo. Sob essa ótica, os indivíduos da terceira idade são constantemente vítimas de preconceito, negligência familiar, violência e dificuldade de integração no mercado de trabalho e na sociedade, por exemplo, o que confirma a tese de Bauman. Com isso, a possibilidade de um envelhecimento saudável é inviabilizada, uma vez que a saúde plena pressupõe saúde psicológica e emocional, evidentemente afetadas pela falta de empatia marcante no contexto atual. Assim, há de ser desenvolvida uma cultura que respeite e valorize os idosos, reconhecendo-os como parte importante da sociedade. Portanto, o Ministério da Saúde deve garantir o bem-estar da população senil, por meio de projetos que ofereçam bolsas de maior valor a residentes de geriatria no SUS, visando ao aumento de médicos geriatras no país - além de promover atividades físicas e educação alimentar voltadas para a terceira idade, para previnir doenças crônicas - a fim de que o direito presente no Estatuto do Idoso seja efetivado. Somado a isso, o Ministério da Educação deve incentivar a valorização dos mais velhos na sociedade, por intermédio de implantação de atividades na escola que tenham essa parcela da população como protagonista - como oficinas de leitura, por exemplo - objetivando dirimir o preconceito e promover a empatia e a admiração pelos idosos. Com essas medidas, a transição demográfica ocorrerá junto ao aumento de qualidade de vida dos senis, garantindo, pois, a coesão social. TEMA: gravidez na adolescência O autor Gilberto Dimenstein, em sua obra "Cidadãos de Papel", denuncia que a inefetividade constitucional fragiliza a cidadania no Brasil. Nesse sentido, embora o artigo 227 da Constituição Cidadã afirme que a proteção à infância e à adolescência é dever do Estado e da sociedade, os índices de gravidez precoce ainda são alarmantes no país - o que confirma a tese de Dimenstein e expõe um problema social e de saúde pública. Com efeito, hão de ser analisadas as causas que corroboram esse grave cenário: a falta de educação sexual para os jovens e a desigualdade social existente no território brasileiro.Em primeiro plano, cabe pontuar que a desinformação e a fragilidade da educação sexual fomentam a ocorrência da gravidez na adolescência. Nesse viés, o educador Paulo Freire defende que uma educação libertadora é aquela que prepara os indivíduos para os desafios da vida contemporânea, considerando suas necessidades e particularidades. No entanto, o sistema conteudista das escolas faz com que estas não abordem temas como sexualidade e gravidez precoce, por exemplo, privando os estudantes do conhecimento seguro acerca dos métodos contraceptivos e dos riscos físicos e psicológicos desse tipo de gestação, o que vai de encontro à função da educação tal como proposta por Freire. Além disso, muitas famílias não sabem como abordar o tema "sexo", que ainda é um tabu, e deixam de instruir seus filhos, deixando-os mais suscetíveis a esse problema. Dessa forma, enquanto a insuficiência da educação sexual se mantiver, o número de maternidades precoces no Brasil continuará alto. Outrossim, a gravidez na adolescência ocorre com mais frequência entre jovens em situação de vulnerabilidade social - o que faz da sociedade brasileira um campo fértil para esse infortúnio devido aos seus altos índices de desigualdade. Sob essa ótica, o livro "Quarto de Despejo", escrito por Carolina Maria de Jesus, demonstra que a população de baixa renda é vítima de uma cruel realidade, visto que é negligenciada pelo Estado. Assim, parte expressiva das adolescentes que integram essa parcela da sociedade não possuem planejamento familiar ou sequer vislumbram outras possibilidades de realização pessoal, entendendo a maternidade e o matrimônio precoces - muitas vezes forçados pela própria família e marcados pela pobreza e opressão - como seu único destino. Dessa maneira, contata-se que o Estado brasileiro carece de políticas públicas que promovam oportunidades e autonomia a essas jovens, o que perpetua o triste cenário descrito por Carolina Maria. Portanto, o Ministério da Educação deve promover a educação sexual por meio de rodas de conversa regulares com profissionais da saúde que orientem os alunos, de forma dinâmica e interessante, sobre sexo seguro e sobre os perigos da maternidade precoce, objetivando mitigar a desinformação sobre esse tema, além de de realizar reuniões periódicas com pais e psicólogos, para que ocorra uma efetiva intervenção familiar no enfrentamento desse problema. Somado a isso, o Governo Federal deve atenuar a vulnerabilidade social por intermédio de investimentos em saúde e educação, visando ao aumento da autonomia e da perspectiva de futuro dos jovens brasileiros de baixa renda. Com essas medidas, a cidadania no Brasil não será mais "de papel" - como denunciado por Dimenstein - será concreta, pautada na equidade e na informação. TEMA: desaparecimento de pessoas Ademais, o apoio da comunidade local aumenta exponencialmente as chances de solucionar desaparecimentos, o que pode ser comprovado com a instauração do "Alerta Amber" nos Estados Unidos e o consequente avanço na mitigação desse problema. No entanto, o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda afirma que o interesse particular se sobrepõe ao público no Brasil. Sob essa ótica, parte expressiva da sociedade brasileira negligencia as famílias desesperadas à procura de seu parente, ignorando os anúncios e em nada cooperando para encontrar a pessoa em situação de vulnerabilidade, o que expõe a veracidade da tese de Sérgio Buarque. Assim, é necessário criar uma cultura de solidariedade e cuidado com o próximo, destacando que o progresso individual é melhor quando pautado no coletivo. No período da ditadura militar no Brasil - marcado pela censura e pela opressão - havia um grande número de desaparecimento de cidadãos, o que deixava os familiares e os amigos destes sem respostas e em profundo sofrimento. Nesse viés, embora o país seja atualmente uma democracia e a difusão de informações tenha sido facilitada, outras razões fazem com que o problema da desaparição de pessoas ainda persista, visto que os índices são alarmantes e muitos casos não são resolvidos. Com efeito, hão de ser analisadas as causas que corroboram esse grave cenário: a insuficiência estatal e a falta de engajamento social. Em primeiro plano, cabe pontuar que o governo brasileiro é ineficiente no que tange à efetivação de políticas públicas que solucionem os casos de desaparecimento no país. Nesse sentido, segundo o filósofo contratualista Thomas Hobbes, a principal função do Estado é garantir a segurança de seus cidadãos. Entretanto, ao observar que o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas é desatualizado e não produz estatísticas confiáveis, constata-se que o poder público do Brasil distancia-se de sua principal função, tal como proposta por Hobbes. Além disso, apenas o Paraná possui uma delegacia especializada em desaparição, a Sicride, enquanto nos demais estados essses casos são levados às delegacias comuns, o que contribui para a morosidade do processo de denúncia e diminui consideravelmente a probabilidade de encontrar o indivíduo desaparecido. Dessa maneira, enquanto a omissão estatal se mantiver, não será possível superar essa grave disfunção social. Portanto, o Governo Federal deve tornar o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas mais eficaz por meio de parcerias com universidades que sejam referência em tecnologia da informação, visando à contribuição de alunos e professores na melhoria desse sistema, além de tornar as delegacias especializadas na investigação de desaparecimentos uma realidade em todo o país, para que mais casos possam ser solucionados. Somado a isso, a mídia - quarto poder- deve incentivar a solidariedade e a empatia por intermédio de propagandas com histórias reais de pessoas que foram encontradas com a ajuda da comunidade, objetivando a reflexão da importância da ação coletiva nesse contexto. Com essas medidas, o Brasil alçará a posição de país verdadeiramente democrático, vivenciando um desenvolvimento honrado e socialmente justo. TEMA: os prejuízos do agronegócio ao meio ambiente A Revolução Verde, ocorrida na década de 1960, foi caracterizada pela invenção e disseminação das tecnologias agrícolas pelo mundo. Embora a produtividade tenha aumentado com essas inovações, os danos ambientais cresceram na mesma proporção. Nesse cenário, o Brasil - por ser um dos maiores exportadores de gêneros primários - sofre as consequências dessa produção irresponsável com ainda mais intensidade. Com efeito, hão de ser analisados os dois principais prejuízos causados ao meio ambiente pelo agronegócio: o desmatamento e o uso indiscriminado de agrotóxicos. Em primeira análise, é urgente que o desmatamento seja controlado no Brasil. A esse respeito, o Código Florestal de 2012 estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação nativa, que proíbem a retirada da cobertura vegetal dos biomas brasileiros - considerados patrimônios naturais do país. No entanto, após o agronegócio ter sido responsável pelo desmatamento de mais da metade do Cerrado no século XX, a fronteira agrícola avança em direção à Amazônia, ocasionando crescentes números de queimadas e desmatamento. Assim, observa-se a inefetividade do novo Código Florestal e, consequentemente, prejuízos alarmantes - como risco extinção de espécies, intensificação do efeito estuda e alterações no ciclo hidrológico - ao país que ainda possui a maior biodiversidade do mundo. Ademais, o uso imprudente dos agrotóxicos é causado pela fragilidade das leis de controle desses produtos no território brasileiro. Nesse sentido, Sérgio Buarque de Holanda, em sua obra "O Homem Cordial", afirma que os limites entre o público e o privado não foram bem estabelecidos no Brasil. Sob essa ótica, constata-se a veracidade da tese do sociólogo, uma vez que os beneficiários do agronegócio contam com representatividade expressiva no Congresso, perpetuando a insuficiência legislativa acerca dos agrotóxicos em prol de interesses financeiros particulares. Dessa forma, a saúde humana e o meioambiente são prejudicados, o que denuncia a necessidade de medidas que viabilizem uma mudança na legislação. Portanto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - cuja função é formular e implementar políticas para o desenvolvimento do agronegócio - deve criar um projeto que controle o desmatamento ilegal por meio de um aumento na fiscalização, bem como da concessão de incentivos fiscais às corporações que respeitarem a lei, com o objetivo de proteger os biomas brasileiros. Além disso, o Governo Federal deve restringir o uso de agrotóxicos por meio de uma medida provisória, enquanto investe em pesquisas sobre controle biológico de pragas, a fim de conciliar os interesses públicos e privados. Assim, o Brasil será palco de uma revolução verdadeiramente "verde", que protegerá a natureza e, por consequinte, a humanidade.
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