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Resumo de Neuroanatomia

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NEUROANATOMIA resumo
O SNC central fica no esqueleto axial = crânio + canal vertebral - por onde passa a medula
O SNP fica fora desse esqueleto, porém possui gânglios localizados dentro do esqueleto axial.
O cérebro -> é formado pelo diencéfalo + telencéfalo + mesencéfalo (que compõe o tronco encefálico, junto com o bulbo e ponte).
· SISTEMA NERVOSO PEROFERICO 
SNP se divide sistema somático e sistema autônomo 
SNP – SISTEMA SOMÁTICO - dividido em: AFERENTE - conduz aos centros nervosos os impulsos gerados nos receptores periféricos, que transmitem informações sobre o meio. EFERENTE – leva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos, gerando movimentos voluntários.
SNP – SISTEMA NERVOSO ATUNOMO ou VISCERAL –inervação e controle das estruturas viscerais - responsável pela integração das vísceras e manutenção da homeostase interna - é o sistema que regula os movimentos peristálticos, batimentos cardíacos, respiração, entre outros processos autonômicos (não voluntários)
O sistema visceral também possui 2 divisões: AFERENTE - responsável pela condução dos impulsos gerados nos receptores viscerais EFERENTE - responsável pela condução dos impulsos gerados nos centros nervosos até as vísceras - termina em glândulas, músculo liso ou no músculo cardíaco - é dividido em: a) sistemas simpático b) parassimpático
CÉREBRO - Macroscopicamente se organiza em dois hemisférios: direito e esquerdo separados e unidos pelo corpo caloso (fissura longitudinal). A massa cerebral: formada pelos sulcos e entre eles os giros (aumentam significativamente o volume cerebral)
Sulcos + giros agrupados = lobos cerebrais - divididos por alguns sulcos. 
O sulco central: divide os lobos frontal e parietal
O sulco lateral: divide o lobo temporal dos lobos frontal e parietal 
O Sulco parieto occipital: divide o lobo occipital dos lobos temporal e parietal. 
ÍNSULA -> quinto lóbulo localizado internamente às partes do sulco lateral.
VENTRÍCULOS: Quatro cavidades - dois laterais e terceiro e quarto ventrículos - fornecem flutuabilidade ao cérebro (reduzindo peso) – por essas cavidades que o líquido cefalorraquidiano (líquor) se movimenta.
O cérebro se divide em duas porções internamente: 
a) substância cinzenta = córtex cerebral e núcleos - parte efetivamente funcional do cérebro - onde ficam os corpos celulares dos neurônios. b) substância branca = no centro interno - composta por células nervosas mielinizadas -> conectam as áreas da substância cinzenta – transportam os impulsos nervosos entre eles e entre eles e a medula (por onde são enviados os sinais para os membros – permitindo movimentos voluntários e reflexos).
NEURÔNIOS
Tecido nevoso = Neurônios (unidade funcionais do tecido nervoso) + células gliais (neuroglia) = ocupam os espaços entre + proteção e suporte. Células excitáveis - se comunica eletricamente através dos fenômenos do potencial de ação. 
A maior parte deles se divide em: 
Corpo celular = núcleo + citoplasma (pericárdio) - possui as organelas – É o centro metabólico do neurônio e local de recepção dos estímulos recebidos pelas sinapses. 
Dendritos = são especializados em receber os estímulos -> traduzi-los em alterações do potencial de repouso da membrana - potencial de ação -> se propagam em direção ao corpo do neurônio e daí para o cone de implantação do axônio. 
Axônio = é a porção do neurônio que faz as conexões com outros neurônios ou com células efetoras - como músculos e glândulas. 
Tipos de neurônios:
 
NERVOS: cordões que unem o SNC aos órgãos periféricos. Nervos cranianos = fazem a conexão com o encéfalo Nervos espinhais = fazem conexão com a medula espinhal. 
GÂNGLIOS: dilatações formadas por corpos de neurônios relacionados com alguns nervos e raízes nervosas. Funcionalmente dividem em sensitivos e motores viscerais (participa do sistema nervoso autônomo - parte do SNP). Nas extremidades das fibras que formam os nervos há as terminações nervosas, que podem ser sensitivas (aferentes) ou motoras (eferentes) - A transmissão elétrica dos neurônios ocorre por condução saltatória -> presença da bainha de mielina - forma um isolante elétrico pelo qual o potencial elétrico não é capaz de passar. 
O potencial de ação só ocorre nos nódulos de Ranvier: regiões entre as bainhas de mielina. O sinal salta, entre um nódulo e outro -> condução muito mais rápida. A bainha de mielina é composta pela membrana das células de Schwann.
Doença desmielinizante = qualquer doença no cérebro ou na medula na qual ocorra uma inflamação na bainha de mielina dos nervos. Esta inflamação pode ser secundária a outra causa (vacina, infecção...) ou primariamente autoimune e prejudica a condução de sinais nos nervos afetados - causando sintomas na sensação, nos movimentos, cognição e outras funções, dependendo dos nervos ou áreas envolvida.
CÉREBRO 
2 componentes principais: 
1) Diencéfalo = porção evolutivamente mais rudimentar - composto por núcleos de substância cinzenta = que são o tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. Todas essas partes têm relação com o III ventrículo – se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral, e com os ventrículos laterais pelos forames interventriculares. Sulco hipotalâmico = depressão que se estende do aqueduto cerebral até o forame interventricular - As paredes superiores pertencem ao tálamo e as inferiores ao hipotálamo. A cavidade ventricular é atravessada pela aderência intertalâmica que une os dois tálamos.
2) Telencéfalo = porção predominante do cérebro - - diferencia o ser humano de outros animais. É dividido em: núcleos da base, córtex cerebral e substância branca. 
DIENCÉFALO
No assoalho do terceiro ventrículo dispõem-se de frente para trás, o quiasma óptico, o infundíbulo, o túber cinéreo e os corpos mamilares pertencentes ao hipotálamo. A parede superior desta cavidade é formada pelo epitálamo -> de onde saem as estrias medulares do tálamo - nas quais se insere a tela coroide que forma o teto do III ventrículo. A parede anterior do III ventrículo é formada pela lâmina terminal, que une os dois hemisférios cerebrais.
Tálamo = são duas massas volumosas de substância cinzenta, dispostas uma de cada lado na porção laterodorsal do diencéfalo. Na extremidade anterior -> tubérculo anterior do tálamo - participa da delimitação do forame interventricular. Na extremidade posterior -> pulvinar do tálamo - se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial - O corpo geniculado medial faz parteda via auditiva e o lateral da via óptica. A porção lateral da face superior do tálamo faz parte do assoalho do ventrículo lateral, sendo revestido por epitélio ependimário, e a face medial do tálamo forma a maior parte das paredes laterais do III ventrículo. A face lateral do tála9o09i
+mo -> é separada do telencéfalo pela cápsula interna – que liga o córtex cerebral a centros nervosos subcorticiais. A face inferior é contínua com o hipotálamo e subtálamo. 
O tálamo é responsável pela coordenação das informações do corpo, por onde passam diversas vias como as vias sensoriais, cerebelares, vias associadas aos núcleos da base e vias relacionadas ao comportamento = o tálamo possui muitas alças de comunicação com o córtex cerebral -> para onde manda essas informações e também de onde recebe informações. 
Hipotálamo = fica ao redor do terceiro ventrículo - organizado em núcleos. É responsável principalmente pelas funções autonômicas e pela regulação da homeostase do organismo.
Esta parte do diencéfalo compreende os corpos mamilares, quiasma óptico, túber cinéreo e infundíbulo. O quiasma óptico recebe fibras dos nervos ópticos e então cruzam em parte e continuam nos tratos ópticos, que vão para os corpos geniculados laterais. No túber cinéreo prende-se a hipófise, por meio do infundíbulo.
Epitálamo = fica numa região mais posterior do diencéfalo - abaixo do corpo caloso, na transição para o mesencéfalo. Sua estrutura mais importante é a glândula pineal - também chamada de epífise -> é uma glândula endócrina que produz melatonina. As principais funções do epitálamo são controle do ciclo sono-vigília, pois a melatonina é um hormônio importante na modulação do sono nos ciclos circadianos e sazonais.
Subtálamo = consiste na zona de transição entre o diencéfalo e o tegmento do mesencéfalo - localizado abaixo do tálamo. A função desta porção é a mediação do movimento - faz parte dos circuitos dos núcleos da base, facilitando ou inibindo os movimentos. Com isso, lesões nessa região geram movimentos involuntários.
TELEENCÉFALO
O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais = compõe os lobos cerebrais, e a lâmina terminal. Os dois hemisférios são unidos pelo corpo caloso, e possui os ventrículos cerebrais. O cérebro é formado por sulcos = depressões que delimitam os giros - Alguns desses sulcos são inconstantes e não recebem nomenclatura, enquanto outros são constantes e possuem nome. Em cada hemisfério cerebral = os dois sulcos mais importantes são: 
1) o sulco lateral = separa o lobo frontal do temporal e se divide em três ramos: ascendente, anterior e posterior. Os ramos ascendente e anterior são curtos e penetram no lobo frontal, enquanto o ramo posterior se dirige para o lobo parietal, separando o lobo temporal dos lobos frontal e parietal. 
2) o sulco central = separa os lobos frontal e parietal, é ladeado por dois giros paralelos -> o giro pré-central (associado à motricidade) e o giro pós-central (associado com a sensibilidade).
Cada lobo possui sulco e giros mais importantes. 
-> O lobo frontal possui três sulcos principais = sulcos pré-central, frontal superior e frontal inferior. Entre os sulcos central e pré-central está o giro pré-central, onde fica a área motora mais importante do cérebro. Acima do sulco frontal superior fica o giro frontal superior - área relacionada com a atenção e 
comportamento social. Entre os sulcos frontal superior e frontal inferior está o giro frontal médio, e logo abaixo do sulco frontal inferior está o giro frontal inferior, chamado de área de Broca, que consiste em uma das áreas de linguagem cerebral. 
-> O lobo temporal apresenta os sulcos temporal superior e temporal inferior. Entre eles está o giro temporal superior - relacionado com a audição primária e o giro temporal médio - associado às funções visuais secundárias (reconhecimento facial). Abaixo do sulco temporal inferior fica o giro temporal inferior, que se limita com o sulco occipito-temporal e também está relacionado com funções visuais secundárias (identificação de objetos e formas). 
O lobo temporal também apresenta os giros temporais transversos – o mais importante é o giro temporal transverso anterior - onde se localiza a área da audição. 
-> O lobo parietal apresenta os sulcos pós-central e intraparietal. Entre os sulcos central e pós-central fica o giro pós-central - onde se localiza a área somestésica - uma das áreas sensitivas mais importantes do córtex. O sulco intraparietal separa os lóbulos parietais superior e inferior – no lóbulo parietal inferior estão os giros supramarginal - associado a propriocepção, sensibilidades auditiva, visual e somatosensoral e o angular - relacionados com linguagem, processamento de números, cognição espacial, resgate de memórias, atenção. 
NÚCLEOS DA BASE (ou Gânglios da base ou Núcleos de Giordano) = O córtex cerebral apresenta ainda os núcleos da base = são um conjunto de corpos de neurônios situados em áreas subcorticais, que participam do planejamento do movimento e de outros comportamentos motores e cognitivos. Eles são formados por núcleos com diferentes estruturas e atividades, que atuam como uma unidade funcional. Desse grupo fazem parte: - O corpo estriado = formado pelo núcleo caudado e o putâmen - O globo pálido, - O núcleo subtâmico - A substância negra
Na face medial do cérebro -> os lobos frontal e parietal apresentam os sulcos do corpo caloso e do cíngulo (separa o corpo caloso do giro do cíngulo - relacionado com evocação de memória e aprendizagem). 
-> O lobo occipital = apresenta os sulcos calcarino e parietoccipital, entre os quais se situa o cúneus = representação cortical das emoções. Abaixo do giro occipito-temporal medial, está o giro para-hipocampal - no lobo temporal, e este giro está associado às funções de memória. 
-> A ínsula = apresenta os sulcos circular e central da ínsula, e os giros curtos e giro longo da ínsula, que participam principalmente do sistema límbico, envolvido com as emoções, além do paladar.
Doença de Parkinson -> comprometimento do circuito dos núcleos da base = por isso os quadros de lentificação dos movimentos e tremores. Esta doença está associada com a morte dos neurônios da substância negra, um dos núcleos do mesencéfalo -> o que torna o cérebro privado de dopamina, gerando os sintomas de Parkinson - que além da lentificação dos movimentos e tremores - também incluem alterações na fala, rigidez muscular e instabilidade postural.
O córtex cerebral é responsável pelas funções superiores - ou seja = pelas funções cognitivas, que medeiam as interações entre o indivíduo com o meio no qual está inserido. A divisão dos hemisférios infere nas diferençasde funções armazenadas em cada um. O lobo parietal esquerdo = está associado ao planejamento de algumas funções motoras (praxia), como saber andar de bicicleta ou andar. A região perisilviana esquerda - especialmente a porção mais próxima ao lobo temporal - é envolvida com a linguagem. O sistema límbico esquerdo é mais associado à memória verbal. O lobo parietal no hemisfério direito está mais relacionado com a atenção espacial. O lobo temporal direito está associado ao reconhecimento de faces. A região perisilviana direita está relacionada à prosódia (entonação da voz) - por isso sua associação com a musicalidade O sistema límbico direito está envolvido com a memória visual, emoção, afeto e empatia.
O sistema límbico = inclui a amígdala, o hipocampo e o giro do cíngulo. Anatomicamente é parte da substância cinzenta do cérebro. (O tálamo não é parte do sistema límbico)
CEREBELO 
A anatomia do cerebelo se dá em foliação e em lâminas - semelhante a um tronco de árvore com ramificações, cujas saídas, folhas cerebelares, constituem o córtex cerebelar. Ele possui conexão com o quarto ventrículo na parte anterior/inferior, com o a cisterna magna na parte inferior, com o crânio (osso occipital) na parte posterior e com a tenda do cerebelo com a parte superior. O cerebelo é dividido em três grandes lóbulos: posterior, anterior e flóculonodular (só pode ser visualizado na visão anterior). Os lobos anterior e posterior são divididos por uma fissura primária, e o lobo posterior é dividido do flóculonodular por outra fissura. Cada hemisfério cerebelar é dividido por uma porção da dura-máter. A região do vermis cerebelar - que fica entre os dois hemisférios - recebe principalmente aferentes espinocerebelares = aferências da medula. Já os hemisférios possuem conexões com fibras mais complexas. 
Organização histológica do cerebelo = córtex - mais superficial, composto por folia e em torno da substância branca profunda, além de três pares de núcleos profundos, em cada hemisfério. 
O córtex cerebelar é composto por três camadas: camada molecular externa, camada média das células de Purkinje e camada mais interna de células granulares. A substância branca cerebelar é formada por dois neurônios diferentes: a) fibras trepadeiras = são fibras terminais provenientes dos tratos olivocerebelares (complexo olivar bulbar), as quais fazem inúmeras sinapses com célula de Purkinje. B) fibras musgosas = compreendem todos os outros tratos aferentes cerebelares, sendo bem difusas e com muitos ramos, e cada uma delas pode estimular milhares de células de Purkinje (ou seja, é tecnicamente o contrário das fibras trepadeiras). Há ainda fibras em multicamadas, que incluem aferências do hipotálamo, núcleos da rafe e locus coeruleus -> essas fibras também se projetam para o córtex e para os núcleos profundos do cerebelo, apresentando algumas funções associadas ao componente cognitivo não associada com o controle motor. *O cerebelo é o grande modulador da motricidade, a qual é “originada” em outros centros cerebrais (córtex motor) – Porém - além o cerebelo, outras regiões cerebrais também modulam a motricidade, como as áreas envolvidas com a visão. *O cerebelo regula a motricidade através da regulação do tônus muscular, da postura e do equilíbrio, sendo uma de suas principais funções a excitação automática dos músculos antagonistas no final de um movimento e a inibição simultânea dos músculos agonistas que iniciaram o movimento = tornando o movimento mais preciso e refinado. Todas as informações recebidas pelo cerebelo vão diretamente para os três pares de núcleos profundos - recebem a informação do córtex cerebelar e são a principal fonte de eferentes cerebelares. Todas as projeções eferentes são excitatórias, exceto projeções para a oliva inferior (bulbo), que são inibitórias. De medial para lateral, os núcleos são: núcleo fastigial, núcleo interpósito, formado por parte emboliforme (externa) e globosa (interna) e núcleo denteado - Esses núcleos também podem ser subdivididos longitudinalmente relacionando com a divisão embriológica/ filogenética do cerebelo, assim, na zona da linha média (vermal) o núcleo fastigial se relaciona com o arquicerebelo, na zona intermediária (paravermal) o núcleo interpósito se associa ao paleocerebelo, e na zona lateral (hemisfério) o núcleo denteado se associa ao neocerebelo.
-> o núcleo fastigial = auxilia a postura e a marcha - controla só músculos apenas nos modos de sentar, ficar de pé e andar - lesões nesse núcleo pode causar abasia = distúrbios da marcha e do controle da postura. 
-> O núcleo interpósito = auxilia os reflexos segmentares, promovendo estabilidade e com isso também participam do equilíbrio + acelera o início de movimentos desencadeados por estímulos somatossensoriais - que guiam a resposta, interrompem movimentos indesejáveis e promovem oscilações desejadas e maior controle posterior - Lesões no núcleo interpósito causam rebote = descontrole na sinergia entre os músculos agonistas e antagonistas, titubeação troncular, movimentos alternados rápidos anormais, tremor de ação, oscilação das extremidades estendidas e ataxia nas manobras. 
-> O núcleo denteado = está envolvido com atividades que requerem maior destreza e planejamento motor - atua na porção mais refinada no controle da musculatura apendicular (mãos e pés) - Lesões no núcleo denteado = associadas a atrasos no início e término dos movimentos, tremor terminal e de intenção, incoordenação temporal em movimentos que exigem múltiplas articulações e anormalidades na coordenação espacial dos movimentos da mão e dos dedos. 
O cerebelo se conecta ao tronco cerebral através de três pedúnculos cerebelares: pedúnculo cerebelar inferior -> que o conecta ao bulbo + pedúnculo cerebelar médio -> que o conecta à ponte + pedúnculo cerebelar superior -> que o conecta ao mesencéfalo
O equilíbrio
O controle do equilíbrio é resultado da interação de vários sistemas do organismo, sendo o cerebelo uma delas, porém o sistema vestibular e visual também estão envolvidos, além de outros componentes. 
Para entender o equilíbrio é importante entender a definição de controle postural - que não é um sistema ou conjunto de reflexos de equilíbrio - e sim uma habilidade motora complexa derivada de múltiplos processos sensório-motores -> apresenta dois objetivos funcionais principais: a orientação postural e o equilíbrio. 
A orientação posturalé um alinhamento ativo do equilíbrio do corpo e do tônus relacionado com a gravidade, superfície de apoio, ambiente visual e referências internas -> Esse processo se baseia nas informações provenientes de várias fontes sensoriais convergentes de sistemas somatossensoriais (posição dos membros e tronco), vestibulares (posição da cabeça) e visuais. 
O equilíbrio é a coordenação de algumas estratégias sensório-motoras, que tem o objetivo de estabilizar o centro de massa corporal durante qualquer perturbação na estabilidade postural. Essas estratégias incluem: restrições biomecânicas, processamento cognitivo, relacionado à atenção e ao aprendizado motor, controle de dinâmica, orientação no espaço, além de estratégias sensoriais e estratégias de movimento. 
A orientação espacial -que se refere à capacidade de orientar as partes do corpo - depende da gravidade, da superfície de suporte, da ambientação visual e de referências internas. Dessa forma, a orientação espacial é um componente crítico no controle postural. 
O controle dinâmico se refere ao controle durante a marcha e mudança de posição, e com isso o complexo do movimento do centro de massa corporal vai mudando, necessitando de uma estabilidade postural para frente durante a marcha - Esse controle depende do membro em balanço para compensar o deslocamento do centro de massa. 
A estabilidade lateral durante a marcha depende da combinação de controle de tronco lateral e posição lateral dos pés. 
O controle postural também depende de recursos cognitivos. Quanto mais complexa a tarefa, mais processamento cognitivo é necessário, sendo que o tempo de reação e performance caem quando a dificuldade da tarefa aumenta. Quando se está realizando múltiplas tarefas, por exemplo, o equilíbrio é diminuído.
A marcha dos bebês é instável não só por conta dos seus pés muito pequenos, mas também devido a outros sistemas que ainda estão imaturos, como o controle da sinergia dos músculos antagonistas e agonistas
MEDULA ESPINAL
A medula espinal é o componente “distal” do sistema nervoso -> consistindo em um órgão segmentar, de onde saem e chegam raízes nervosas que dão origem ao sistema nervoso periférico através dos plexos nervosos. 
A medula é uma massa cilindroide de tecido nervoso, situada no canal vertebral, mas não o ocupa completamente. 
Em mulheres, este órgão mede aproximadamente 42 cm, e em homens 45 cm. 
Na porção caudal, a medula se afila formando o cone medular de onde sai o filamento terminal, que conecta a medula à parte óssea, possibilitando sua fixação. 
Na porção cervical, a medula apresenta uma dilatação de onde se originam o plexo braquial e inerva os membros superiores, e há outra dilatação na região lombossacral, de onde saem as fibras que formam o plexo lombossacral, que inerva os membros inferiores. 
Em um corte torácico da medula, é observada a menor presença de corpos neuronais, a substância cinzenta fica menor -> isso ocorre porque as regiões cervical e lombossacral precisam de mais corpo neuronal para formar os plexos cervical e lombossacral
Histologicamente, a medula se organiza em um formato de H interno -> formado por substância cinzenta, que possui um canal e 3 colunas de cada lado, anterior, posterior e lateral (apenas na coluna torácica). 
Cada região da medula é segmentada - sendo as raízes anteriores aferentes e as raízes anteriores eferentes. 
A organização em lâminas também pode ser entendida como organização em núcleos. 
Os núcleos do corno anterior, a parte mais medial, percorre toda a medula e inervam a musculatura axial (tronco). 
Os núcleos laterais inervam a musculatura apendicular, e estão presentes apenas nas regiões da intumescência cervical e lombar -> os locais de onde se formam os plexos cervical e lombossacral. 
Os núcleos do corpo posterior são a substância gelatinosa, e possuem organização complexa -> recebendo fibras sensitivas pela raiz dorsal. Eles estão envolvidos com a regulação da entrada de impulsos dolorosos (portão da dor). 
Há ainda o núcleo dorsal de Clarke, relacionado com a propriocepção inconsciente dos membros inferiores (aferentes cerebelares).
A parte externa da medula é constituída por substância branca -> dividida em três funículos (ou cordões): anterior, lateral e posterior, que ficam entre as colunas ventral e lateral. 
Na medula lombossacral e torácica -> apenas um fascículo - que passa pelo funículo posterior -> o fascículo grácil. 
Na medula cervical, há o fascículo grácil cuneiforme, um em cada lado na região posterior.
A informação chega do sistema nervoso periférico pela raiz dorsal, faz conexão na substância cinzenta, e daí ascende pela substância branca ao redor para o encéfalo ou retorna ao SNP para realizar um ato motor ou um ato reflexo. Assim, a substância branca é dividida em vias descendentes e vias ascendentes, que levam e trazem informações para e do SNP, respectivamente.
Maioria das fibras das vias descendentes -> se originam no córtex cerebral - outras têm origem no tronco encefálico -> fazem sinapse com neurônios medulares. Algumas fibras terminam nos neurônios pré ganglionares do sistema nervoso autônomo - como as vias descendentes viscerais - outras fazem sinapse com neurônios da coluna posterior -> participam de mecanismo regulatórios da própria medula - como o controle de reflexos -> ficam exagerados quando essas vias são lesionadas. 
Há vias descendentes que formam a conexão com os neurônios motores somáticos - permitindo a interação com o meio externo-> Essas vias são divididas em dois grupos: a) neurônio piramidais b) neurônios extrapiramidais. 
As vias ascendentes se relacionam direta ou indiretamente com fibras que penetram pela raiz dorsal, transmitindo impulsos aferentes de várias partes do corpo. 
Cada filamento radicular da raiz dorsal, ao chegar ao sulco lateral posterior, divide-se em uma parte medial e outra lateral. Os filamentos laterais são mais finos e se dirigem ao ápice da coluna posterior do H interno -> Daí se direcionam para o funículo lateral, levando informações de dor e temperatura. Os filamentos mediais se dirigem à face medial da coluna posterior -> muitas dessas fibras seguem para o bulbo e formam os fascículos grácil e cuneiforme - Essas fibras levam informações de propriocepção consciente e tato fino. 
Antes de penetrar a coluna posterior, cada uma dessas fibras se bifurca em ramo ascendente, ramo descendente e colaterais finos -> todos esses ramos terminam na coluna posterior, exceto os que seguem para os fascículos grácil e cuneiforme, pois isso permite uma regulação maior das funções da medula espinhal. 
A medula é responsável pelos reflexos do tronco e membros -> São respostas a estímulos mediados a nível medular porque precisam ser uma resposta bastante rápidas, para a proteção do organismo. Esses reflexos podem ser monossinápticos ou polissinápticos, segmentares ou intersegmentares, ou podem ser reflexos de alça longa, que manda informações até próximo ao tronco encefálico. Além disso, esses reflexos também envolvem circuitos que podem chegar até o córtex cerebral, mas que permitem a modulação dos reflexos espinais por mecanismos suprasegmentares. 
Basicamente, os reflexos são respostas motoras a estímulos sensoriais. 
A medula também é responsável pelo controle autonômico = controle do peristaltismo, respiração, controle cardiovascular, entre outras funções fisiológicas. 
Lesões a nível de C3 a C5 = podem envolver o núcleo frênico -> envolvido com a regulação do diafragma – causandotranstornos respiratórios por paralisia diafragmática -> gera limitação da expansão da caixa torácica. Lesões na medula cervical superior = podem estar envolvidas com a bradicardia, hipotensão (interrupção das fibras simpáticas descendentes). 
A medula apresenta ainda importante função no controle das pálpebras, pupilas, glândulas sudoríparas, função vesical, função retal e função sexual (ereção e ejaculação). 
Resumindo: a medula é um órgão do SNC central envolvida com a motricidade, sensibilidade e funções autônomas, que envolvem os reflexos.*
TRONCO ENCEFÁLICO 
O tronco encefálico constitui a conexão do encéfalo com a face e parte do pescoço. O tronco encefálico é formado pelo bulbo, ponte e mesencéfalo -> faz parte do sistema nervoso segmentar do SNC, assim como a medula, porém essas estruturas possuem diferenças. Uma delas é a fragmentação longitudinal e transversal da substância cinzenta no tronco encefálico, formando os núcleos dos nervos craniano - correspondem a áreas de substâncias cinzenta homóloga à da medula, porém outros núcleos do tronco encefálico não têm relação com a substância cinzenta da medula, constituindo a substância cinzenta própria do tronco encefálico. 
Outra diferença entre a medula e o tronco encefálico é a presença de fibras e corpos de neurônios no tronco encefálico, que é a formação reticular, que preenche o espaço situado entre os núcleos e tratos mais compactos. Muitos dos comportamentos humanos complexos são respostas motoras estereotipadas programadas no tronco encefálico e não do prosencéfalo. Essas respostas são comportamentos fixos, invariantes, como reflexos, processo que ocorre, por exemplo, na alimentação em um recém-nascido. 
BULBO 
O bulbo é a porção mais caudal do tronco encefálico. Sua organização interna nas porções caudais (mais próximas à medula) é muito semelhante à da medula. O bulbo se difere da medula devido a diversos fatores, como o aparecimento de novos núcleos próprios do bulbo, decussação das pirâmides, decussação dos lemniscos e abertura do IV ventrículo.
Os núcleos bulbares são os núcleos grácil, cuneiforme e núcleo olivar inferior.
A decussação das pirâmides ou decussação motora é formada por fibras do trato corticoespinhal - que percorrem as pirâmides bulbares - que mudam de direção, cruzando o plano mediano para continuar como trato corticoespinhal lateral - nesse trajeto as fibras atravessam a substância cinzenta, separando a cabeça da base da coluna anterior. 
A decussação dos lemniscos ou decussação sensitiva = formada pelas fibras dos fascículos grácil e cuneiforme da medula - terminam fazendo sinapse em neurônios dos núcleos grácil e cuneiforme - que aparecem no funículo posterior. Nos níveis mais baixos do bulbo - as fibras desses núcleos são chamadas de fibras arqueadas internas - mergulham ventralmente - passando através da coluna posterior -> contribui para fragmentá-la - e cruzando o plano mediano (decussação sensitiva) de onde infletem cranialmente para formar - de cada lado - o lemnisco medial. 
O lemnisco medial conduz ao tálamo os impulsos advindos dos fascículos grácil e cuneiforme da medula do lado oposto - relacionados com a propriocepção consciente, tato epicrítico e sensibilidade vibratória.
Em níveis mais altos do bulbo - o número de fibras dos fascículos grácil e cuneiforme vai diminuindo, à medida que vão terminando em seus núcleos -> Esses fascículos e seus núcleos desaparecem -> com isso abre-se o canal central que forma o IV ventrículo - cujo assoalho é formado principalmente de substância cinzenta (homóloga à medula) -> são os núcleos dos nervos cranianos. 
A substância cinzenta do bulbo se divide em 1) substância cinzenta homóloga à medula = estão presentes a) os núcleos ambíguo = é um núcleo motor para a musculatura estriada - de onde saem as fibras aferentes viscerais especiais dos nervos IX, X e XI pares cranianos, que inervam a laringe e faringe. Este núcleo fica profundo na parte interior do bulbo. b) O hipoglosso = núcleo motor - onde se originam as fibras eferentes somáticas para a musculatura da língua. Situa-se no trígono do hipoglosso, no assoalho do IV ventrículo, e suas fibras se dirigem ventralmente, emergindo no sulco lateral anterior do bulbo, entre as pirâmides e a oliva c) O núcleo dorsal vago = pertence ao parassimpático - nele estão situados os neurônios pré-ganglionares cujos axônios saem pelo nervo vago. Este núcleo é correspondente à coluna lateral da medula, e situa-se no trígono do vago, no assoalho do IV ventrículo. d) Os núcleos vestibulares = são núcleos sensitivos que recebem as fibras que penetram pela porção vestibular do VIII par craniano. Eles ficam na área vestibular do assoalho do IV ventrículo, alcançando o bulbo apena os núcleos vestibulares inferior e medial. e) O núcleo do trato solitário = núcleo sensitivo - recebe fibras aferentes viscerais gerais e especiais -> entram pelo VII, IX e X pares cranianos. Antes de penetraram no núcleo, as fibras têm trajeto descendente no trato solitário. As fibras aferentes viscerais especiais deste núcleo estão associadas com a gustação. f) O núcleo do trato espinhal do nervo trigêmeo = recebe fibras aferentes somáticas gerais - trazendo a sensibilidade de quase toda a cabeça pelos pares dos nervos V, VII, IX e X. porém, as fibras dos nervos VII, IX e X trazem apenas a sensibilidade geral do pavilhão e conduto auditivo externo. Este núcleo corresponde à substância gelatinosa da medula, com a qual é contínua. g) O núcleo salivatório inferior = origina fibras pré ganglionares que emergem pelo nervo glossofaríngeo para inervação da glândula parótida (glândula salivar).
A memorização dos núcleos da substância cinzenta homóloga à medula pode ser facilitada a partir da dedução dos núcleos envolvidos com as várias etapas do ato de tomar um sorvete: Ao lamber o sorvete, age o núcleo do hipoglosso. A identificação da temperatura do sorvete (ou seja, se é realmente um sorvete) é feita pelo núcleo do trato espinhal do trigêmeo. O gosto do sorvete relaciona-se com o núcleo do trato solitário. Ao tomar o sorvete, a boca “enche de água”, com isso, está agindo o núcleo salivatório inferior. O ato de engolir o sorvete é controlado pelo núcleo ambíguo. Finalmente, ao chegar ao estômago, o sorvete sofre a ação do suco gástrico, e nesse processo está envolvido o núcleo dorsal do vago. Os núcleos vestibulares estão aqui envolvidos no caso do indivíduo tomar o sorvete na posição em pé, mantendo o equilíbrio.
2) substância cinzenta própria do bulbo = possui os núcleos: Os núcleos grácil e cuneiforme originam as fibras arqueadas internas, que cruzam o plano mediano para formar o lemnisco medial a) Núcleo grácil = conduz impulsos nervosos provenientes dos membrosinferiores e da metade inferior do tronco - relacionados a propriocepção consciente, tato epicrítico, sensibilidade vibratória e estereognosia. 
b) Núcleo cuneiforme = O fascículo cuneiforme conduz impulsos nervosos provenientes dos membros superiores e da metade superior do tronco - relacionados a propriocepção consciente, tato epicrítico, sensibilidade vibratória e estereognosia 
c) Núcleos olivares inferior = é uma grande massa de substância cinzenta que corresponde à oliva. As conexões olivocerebelares estão envolvidas na aprendizagem motora - permite realizar tarefas com maior velocidade e eficiência à medida que são repetidas várias vezes.
d) Núcleos olivares acessórios medial e dorsal = têm praticamente a mesma estrutura, conexão e função do núcleo olivar inferior, formando, junto com o olivar inferior, o complexo olivar inferior. 
A substância branca do bulbo possui fibras transversais e longitudinais. 
As fibras transversais, também chamadas de arqueadas, podem ser divididas em internas e externas. 
As fibras arqueadas internas formam dois grupos principais diferentes -> algumas constituídas pelos axônios dos neurônios dos núcleos grácil e cuneiforme no trajeto entre esses núcleos e o lemnisco medial, e outras constituídas pelas fibras olivocerebelares, que no complexo olivar inferior, cruzam o plano mediano, penetrando no cerebelo do lado oposto, pelo pedúnculo cerebelar inferior. 
As fibras arqueadas externas se originam no núcleo cuneiforme acessório, e têm trajeto próximo à superfície do bulbo, penetrando no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar inferior.
As fibras longitudinais formam as vias ascendentes, descendentes e de associação do bulbo. 
As vias ascendentes são constituídas pelo lemnisco medial, originado no próprio bulbo, e pelos tratos e fascículos ascendentes da medula, que terminam no bulbo ou passam por ele em direção ao tálamo o cerebelo -> Essas vias são os fascículos grácil e cuneiforme, o lemnisco medial, os tratos espinotalâmicos lateral e anterior, tratos espinocerebelares anterior e posterior e pedúnculo cerebelar inferior. 
As principais vias descendentes são os tratos do sistema lateral da medula, tratos do sistema medial da medula, trato corticonuclear, trato espinhal do nervo trigêmeo e trato solitário -> Os tratos do sistema lateral da medula são o corticoespinhal e o trato rubroespinhal. 
Trato corticoespinhal = é motor voluntário - formado por fibras advindas do córtex cerebral, que passam no bulbo para chegar à medula, ocupando as pirâmides bulbares, e por isso também é chamado de trato piramidal. 
O trato rubroespinhal = também é motor voluntário e se origina nos neurônios do núcleo rubro do mesencéfalo e chega à medula sem passar pelas pirâmides bulbares. 
Os tratos do sistema medial da medula são formados por fibras de várias áreas do tronco encefálico, que se dirigem para a medula. Deste grupo fazem parte: a) tratos corticoespinhal anterior = é composto por fibras que vêm do córtex e terminam em núcleos motores do tronco encefálico - no bulbo, essas fibras terminam nos núcleos ambíguo e do hipoglosso, participando do controle voluntário dos músculos da faringe, laringe e língua. b) trato tetoespinhal do nervo trigêmeo = composto por fibras sensitivas que penetram no tronco encefálico pela ponte através do nervo trigêmeo - direcionando-se pelo trajeto descendente ao longo do núcleo do trato espinhal do nervo trigêmeo. Situa-se lateralmente a este núcleo e o número de suas fibras diminui à medida que chegam ao núcleo do trato espinhal, nas regiões mais caudais, onde terminam c) tratos vestibuloespinhais d) trato reticuloespinhais. 
-> Trato solitário = é constituído por fibras aferentes viscerais - penetram no tronco encefálico pelos nervos VII, IX e X, tomando trajeto descendente ao longo do núcleo do trato solitário, onde terminam nas áreas mais caudais. 
A formação reticular do bulbo - preenche todo o espaço não ocupado pelos núcleos dos tratos mais compactos -> Nessa região, localiza-se o centro respiratório, que regula o ritmo respiratório, além do centro vasomotor e centro do vômito. Como o bulbo é percorrido por muitos tratos motores e sensitivos situados nas proximidades de importantes núcleos de nervos cranianos, lesões neste órgão geram sinais e sintomas variados, que caracterizam as diversas síndromes bulbares.
Os sintomas mais característicos das lesões bulbares são a disfagia e alterações da fonação por lesão do núcleo ambíguo, bem como alterações do movimento da língua por lesão do núcleo do hipoglosso. Esses quadros podem ser acompanhados ainda de paralisias e perdas de sensibilidade no tronco e membros por lesões das vias descendentes ou ascendentes que passam pelo bulbo. Lembrando, as vias ascendentes são aquelas que levam informações advindas da medula para o sistema nervoso superior, enquanto as vias descendentes são aquelas que levam as respostas do centro superior para a medula
A Ponte
A ponte é formada por: 1) Uma parte ventral - base da ponte: estrutura semelhante ao bulbo e ao tegmento do mesencéfalo 2) Uma parte dorsal - tegmento da ponte: apresenta estrutura muito diferente das outras áreas do tronco encefálico.
Corpo trapezoide = Conjunto de fibras mielínicas de direção transversal entre essas duas partes da ponte. 
1) A base da ponte é uma área própria da ponte - não possuindo correspondente em outros níveis do tronco encefálico - apresenta conexões com o neocerebelo e neocórtex. Possui fibras longitudinais, fibras transversais e núcleos pontinos. As fibras longitudinais que passam pela ponte são a) os tratos corticoespinhal: formado por fibras que saem das áreas motoras do córtex cerebral e se dirigem aos neurônios motores da medula. Na base da ponte, esse trato forma vários feixes dissociados. b) os tratos corticonuclear: formado por fibras que também saem das áreas motoras do córtex e vão para os neurônios motores que ficam acima dos núcleos motores de nervos cranianos (núcleos do facial, trigêmeo e abducente) c) os tratos corticopontino = formado por fibras que saem de várias áreas do córtex cerebral e terminam fazendo sinapses com os neurônios dos núcleos pontinhos -> que estão dispersos em toda a base da ponte – Os axônios dos neurônios desses núcleos constituem as fibras transversais da ponte, também chamadas de fibras pontinas ou pontocerebelares -> essas fibras cruzam o plano mediano e penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar médio. 
2) A parte dorsal ou tegmento da ponte: estrutura semelhante ao tegmento do mesencéfalo, com o qual é contínuo. Possui fibras ascendentes, descendentes e transversais, substância cinzenta (homóloga à medula) que são os núcleos dos pares cranianos III, V, VI, VII e VIII, além da substância cinzenta própria da ponte e formação reticular. As fibras sensitivas das partes coclear e vestibular do nervo vestibulococlear terminam, respectivamente, nos núcleos cocleares e vestibulares da ponte. Os núcleos cocleares são dois = o dorsal e o ventral - nos quais terminam as fibras que formam a parte coclear do nervo vestibulococleare são os prolongamentos centrais dos neurônios sensitivos do gânglio espiral situado na cóclea. A maioria das fibras dos núcleos cocleares cruza para o lado oposto -> formando o corpo trapezoide - e então essas fibras contornam o núcleo olivar superior e infletem-se cranialmente compondo o lemnisco medial, terminando no colículo inferior, de onde os impulsos seguem para o corpo geniculado medial. 
Na formação reticular da ponte fica o locus coeruleus -> que possui neurônios ricos em noradrenalina, e os núcleos da rafe -> que possuem neurônios ricos em serotonina. Esses núcleos estão envolvidos com a modulação da atividade do córtex cerebral.
Os sinais e sintomas característicos das lesões na ponte: ocorrem com o comprometimento dos núcleos dos nervos cranianos V, VI, VII e VIII, gerando:
 - Alterações da sensibilidade da face (V) - Motricidade da musculatura mastigadora (V) - Motricidade da musculatura mímica (VII) - Motricidade da musculatura do músculo reto lateral (VI) - Tonturas e alterações de equilíbrio (VIII)
Mesencéfalo 
O mesencéfalo é composto por uma parte dorsal -> o teto do mesencéfalo, e outra ventral -> os pedúnculos cerebrais - separados pelo aqueduto cerebral -> que é circundado pela substância cinzenta central (chamada de periaquedutal) importante na regulação da dor. Cada pedúnculo é dividido por uma parte ventral - a base do pedúnculo: formada por fibras longitudinais, e uma parte dorsal -> o tegmento do mesencéfalo. 
Entre o tegmento e a base do mesencéfalo há a substância negra = lâmina de substância cinzenta pigmentada. 
O teto do mesencéfalo é muito importante por ser relacionado com a integração de várias funções sensoriais e motoras. Ele é formado por quatro eminências: 1) os colículos superiores - relacionados com a via visual 2) os colículos inferiores - relacionados com a via auditiva 3) área pré-tetal ou núcleo pré-tetal - relacionada com o controle dos reflexos das pupilas. 
A base do pedúnculo cerebral é formada por fibras descendentes dos tratos corticoespinhal, corticonuclear e corticopontino. Lesões nesse compacto causam paralisias que se manifestam do lado oposto da lesão. 
O tegmento do mesencéfalo é uma continuação do tegmento da ponte - ele apresenta a formação reticular e as substâncias cinzenta - homóloga à da medula e própria do mesencéfalo- e substância branca. 
A substância cinzenta homóloga à da medula: formada pelos núcleos dos pares cranianos III, IV e V, sendo que deste último há apenas o núcleo do trato mesencefálico, que contínua da ponte e recebe as informações proprioceptivas que entram pelo nervo trigêmeo. 
O núcleo do nervo troclear possui fibras que contornam a substância cinzenta central, cruzam para o lado oposto e emergem do véu medular superior -> Este nervo apresenta duas peculiaridades: suas fibras são as únicas que saem da face dorsal do encéfalo e é o único cujas fibras decussam antes de emergir do SNC. Lembrando que o nervo troclear inerva o músculo oblíquo superior. 
O núcleo do nervo oculomotor está intimamente relacionado com o fascículo longitudinal medial, sendo formado por várias partes, e por isso é chamado de complexo oculomotor - O complexo oculomotor pode ser funcionalmente dividido em uma parte somática e outra visceral. A parte somática possui os neurônios motores responsáveis pela inervação dos músculos reto superior, reto inferior, reto medial e levantador da pálpebra. As fibras que compõe esta parte formam o nervo oculomotor. A parte visceral é o núcleo de Edinger-Westphal, que contém os neurônios pré-ganglionares, cujas fibras fazem conexão com no gânglio ciliar e estão relacionadas com a inervação dos músculos ciliar e esfíncter da pupila. Essas fibras fazem parte do sistema parassimpático e são importantes para o controle reflexo do diâmetro da pupila em resposta a diferentes intensidades de luz. 
A substância cinzenta própria do mesencéfalo possui dois principais núcleos: o núcleo rubro e a substância negra - ambos relacionados com a atividade motora somática. 
O núcleo rubro, ou núcleo vermelho = recebe em suas extremidades caudais fibras do pedúnculo cerebelar superior que o envolve, e a maioria delas termina no tálamo. Este núcleo participa do controle da motricidade somática, recebendo fibras do cerebelo e das áreas motoras do córtex cerebral, e dá origem ao trato rubroespinhal, que termina nos neurônios motores da medula e são responsáveis pela motricidade voluntária da musculatura distal dos membros. O núcleo rubro se liga ao complexo olivar inferior pelas fibras rubro-olivares, que integram o circuito rubro-olivo-cerebelar, importante na aprendizagem motora. 
A substância negra = é um núcleo compacto formado por neurônios que apresentam a peculiaridade de conter inclusões de melanina (o que lhe confere coloração escura nas preparações histológicas e por isso essa nomenclatura). A maioria dos neurônios da substância negra utilizam a dopamina como neurotransmissor (neurônios dopaminérgicos). As conexões mais importantes deste núcleo são com o corpo estriado - elas ocorrem por dois sentidos, através das fibras nigro-estriatais (dopaminérgicas) e estriato-nigrais. Diminuições dos neurônios dopaminérgicos da substância negra causam diminuição de dopamina no corpo estriado, provocando as alterações motoras características da doença de Parkinson. 
A substância branca do mesencéfalo possui uma maioria de feixes que não passam pelo tegmento, mas pela base do pedúnculo cerebral. Já as fibras ascendentes percorrem o tegmento e representam a continuação dos segmentos que sobem a ponte: os quatro lemniscos e o pedúnculo cerebelar superior, que ao nível do colículo inferior, cruza para o lado oposto na decussação do pedúnculo cerebelar superior e sobe envolvendo o núcleo rubro. 
Em resumo, atravessam o mesencéfalo todas as vias ascendentes que vão ao diencéfalo e cinco tratos descendentes relacionados com a motricidade. As lesões dessas vias geram perda de sensibilidade ou paralisias associadas a lesões do nervo oculomotor. Além disso, processos patológicos que comprimem o mesencéfalo, como tumores nessa região, lesam a formação reticular e podem levar ao coma (perda da consciência).
MENINGES 
As meninges formam um envoltório do sistema nervoso central - que o separa o encéfalo do crânio e a medula espinhal das vértebras da coluna - protegendo essas estruturas. São três meninges - organizadas do exterior para interior: dura-máter, aracnoide e pia-máter.
A dura-máter - meninge mais externa - é composta por tecido conjuntivo denso, é formada por duas partes, um folheto que fica em contato com a calota craniana e um folheto que fica em contato com a aracnoide -> o qual possui algumas clivagens, que formam as estruturas como foice do cérebro, tenda do cerebelo e seio cavernoso -> nessas regiões os dois folhetos da dura-máter se separam para formar essas invaginações. Além disso, a dura-máter tem uma parte craniana - é contínua com o periósteo cranianos - e uma parte espinal - a parte em contato com a aracnoide é separada do periósteo das vértebras -> formando entre os dois (dura-máter e canal vertebral) o espaço peridural -> no qual há veias delgadas, tecido conjuntivofrouxo e tecido conjuntivo adiposo. 
Entre a dura-máter e a aracnoide há o espaço subdural -> este espaço é virtual, não existindo em condições normais, apenas quando há o hematoma subdural, por exemplo. 
A superfície interna da dura-máter (externa do canal vertebral) é formada por epitélio simples pavimentoso de origem mesenquimatosa. 
Hematoma subdural = consiste na acumulação de sangue no espaço subdural, o que após trauma cranioencefálico. É uma complicação grave, que cursa com cefaleia, confusão mental, síncope/pré-síncope, náuseas e vômitos. 
A aracnoide - também é dividida em duas partes = uma parte que fica em contato com a dura-máter, em forma de membrana, e uma parte formada por trabéculas que a ligam à pia-máter. Esta meninge é formada basicamente por tecido conjuntivo sem vasos sanguíneos revestido por epitélio simples pavimentoso. 
Entre a aracnoide e a pia-máter há as trabéculas aracnoides -> essa região é chamada de espaço subaracnoide -> é preenchido por um líquido chamado de líquido cefalorraquidiado (LCR) ou líquor. Essa porção tem contato íntimo com os ventrículos cerebrais, que são as cavidades por onde o líquor circular. Este líquor é importante porque funciona como um colchão hidráulico, protegendo o SNC de traumas e confere a característica de flutuabilidade do sistema nervoso. A aracnoide possui ainda expansões que perfuram a dura-máter, como nas saliências em seios venosos e nas vilosidades ou granulações da aracnoide = dilatações fechadas, cuja função é transferir líquor para o sangue no processo de reabsorção deste líquido que está sendo produzido constantemente pelo plexo coroide - O líquor atravessa a parede da vilosidade e seio venoso, entrando para a circulação sanguínea. 
A pia-máter - é a aderida ao sistema nervoso (encéfalo e medula) - sua principal característica é o fato de ser extremamente vascularizada. Porém não entra em contato com células ou fibras nervosas - havendo entre essas estruturas prolongamentos de astrócitos (células da neuroglia, que são responsáveis pelo suporte e nutrição dos neurônios) que separam a pia-máter dos elementos nervosos. A superfície externa da pia-máter é formada por células achatadas do mesênquima embrionário, a superfície interna possui os vasos sanguíneos, que penetram o tecido nervoso por túneis revestidos por pia-máter (espaços perivasculares) = a pia-máter envolve o vaso até o momento em que ele se torna capilar (espaços perivasculares somem), protegendo o tecido nervoso do contato com o vaso sanguíneo, e isso auxilia na formação da barreira hematoencefálica. Os capilares também são envolvidos pelos astrócitos. 
A barreira hematoencefálica = é uma barreira funcional (não é uma barreira anatômica) que confere menor permeabilidade dos capilares sanguíneos no tecido nervoso, dificultando a passagem de substâncias do sangue para o tecido nervoso, protegendo o sistema nervoso de alguns antibióticos, toxinas e agentes químicos - pois ou neurônios são muito sensíveis. 
Os principais componentes dessa barreira são o capilar, pois o endotélio do capilar nervoso é totalmente ocluído (junções oclusivas), além dos prolongamentos dos astrócitos.
O plexo coroide: é formado por dobras da pia-máter, ricas em capilares fenestrados e dilatados, que provocam uma saliência para o interior dos ventrículos, localizados assim no teto do III e IV ventrículos e em parte dos ventrículos laterais. É nessa região que o líquor é produzido e secretado - além de proteger contra traumas no SNC, é importante para o metabolismo do SNC. O plexo coroide é formado por tecido conjuntivo frouxo da pia-máter, células transportadoras de íons, para permitir a produção do LCR, e revestimento de epitélio simples cúbico ou colunar baixo. 
A quantidade estimada de líquor no adulto é cerca de 140 a 160 mL - sendo produzido continuamente nos plexos coroides (500mL por dia) e sendo renovado (produzido e reabsorvido) a cada 7 horas = todo o líquor é trocada cerca de 4 vezes ao dia. Este líquido possui extrema baixa densidade, e é límpido e incolor, possuindo algumas células (poucos), como linfócitos (2 a 5/ mL) e células descamadas. Em resumo, o LCR tem a função de proteção mecânica, pois forma um tampão fluido, que absorve impactos no SNC. Além disso, fornece a flutuabilidade, que diminui o peso do cérebro - o peso médio do cérebro é de 1,4 a 1,5 kg, enquanto o peso em suspensão é de 25 a 50g -> isso evita a ocorrência de isquemias, pois melhora a perfusão, visto que a circulação cerebral começa de baixo para cima (diferente do restante do corpo) = um peso maior sobre esses vasos causaria oclusão e isquemia. 
 O líquor também fornece suprimento nutricional e homeostase, permitindo a distribuição de substâncias, e permitindo o ajuste da pressão intracraniana (PIC) para se adaptar a estados alterados, como um tumor cerebral. Também há fatores neuroendócrinos associados ao LCR e permite a limpeza de metabólitos, através da retirada de produtos do metabolismo cerebral com a reabsorção.
A hidrocefalia é uma patologia caracterizada pelo acúmulo do líquido cefalorraquidiano nos ventrículos cerebrais, gerando sua expansão e consequente aumento da pressão intracraniana, pois o crânio não expande, então a presença do líquido comprime as estruturas internas - o encéfalo. Isso pode causar deficiência mental e convulsões, além de outras complicações.
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
O sistema nervoso periférico é o componente do sistema nervoso que permite a transformação dos estímulos e experiências sensoriais em impulsos nervosos e encaminhamento para o sistema nervoso central, para processamentos e mediação de reflexos, e que também permite o retorno dessa informação processada para a função motora. 
O SNP é composto pela raiz nervosa, plexo nervoso e nervo, que formam assim o feixe nervoso (fibra nervosa) = conjuntos de axônios que se juntam para levar e trazer informações. As raízes nervosas podem ser simplesmente motoras ou simplesmente sensitivas (única parte do SNP que existe essa divisão). Além disso, o SNP também conta com a placa motora, músculos, receptores sensoriais e gânglios. 
O conhecimento desses componentes é importante para identificar a origem de um distúrbio do sistema nervoso periférico, com o paciente apresenta alguma anormalidade. 
As células que compõe esse sistema são os neurônios, células de suporte, sendo a principal delas a célula de Schwann, que forma a bainha de mielina. 
A informação é colhida pelos receptores sensoriais, presente nos ouvidos, olhos, pele, entre outros, percorrendo então todo o nervo, passando pelo plexo nervoso, chegando até a raiz nervosa, onde há o gânglio sensorial, entrando assim no sistema nervoso central (medula) -> essa informação gera então uma resposta ao sistema periférico - que é recebida pela raiz ventral, fazendo o caminho inverso (raiz, plexo, nervo), chegando ao músculo efetor do movimento, que pode ser um músculo estriado esquelético ou músculo liso de uma glândula. 
As raízes, plexos e nervos que formam as fibras nervosas, são constituídos basicamente por axônios e algumas bainhas envoltórias. Esses axônios podem ser envolvidos por dobras únicas ou múltiplas da célula envoltória, derivada da membrana plasmática das células de Schwann, que faz com que o axônio seja mielinizado ou não. 
Os axônios de pequeno diâmetro geralmente são envolvidos por uma única dobra da célula envoltória, formando as fibras nervosas amielínicas - por não possuir mielina, esses axônios apresentam uma velocidade menor de condução nervosa -> essas fibras comumente transportam informação de dor. 
Os axônios mais calibrosos possuem vários revestimentos- formados por uma dobra enrolada em espiral em torno deles - quanto mais calibrosos, mais camadas da célula de revestimento. Esse conjunto de envoltórios concêntricos que é chamado de bainha de mielina (membrana plasmática da célula de Schwann enrolada, fundindo-se) -> forma assim as fibras mielínicas - nas quais a condução nervosa é extremamente mais rápida, como as fibras motoras. 
A mielina é assim, um complexo lipoproteico, com maior proporção de lipídios do que as membranas celulares em geral, sendo que na maioria das técnicas histológicas são perdidos. Vale ressaltar que a mielina do sistema nervoso central é diferente da mielina do sistema nervoso periférico - quem produz mielina no SNC são os oligodendrócitos e não a célula de Schwann -> por isso há doenças que acometem a substância branca só do SNC, como a esclerose múltipla, e doenças que afetam apenas as fibras do SNP, como a síndrome de Guillan-Barret. Entre as regiões onde há a bainha de mielina, há os nódulos de Ranvier, onde efetivamente ocorre a transmissão dos impulsos, e por isso a condução nervosa é saltatória, visto que nas regiões onde há a bainha de mielina não passam os impulsos, pois este envoltório funciona como um isolante elétrico. O intervalo entre dois nódulos de Ranvier é chamado de internódulo. 
O nervo periférico, assim como o plexo nervoso e a raiz nervosa possui as mesmas composições histológicas, ocorrendo apenas uma redistribuição das fibras. A raiz nervosa segue o seguimento da medula, existindo uma raiz motora e outra sensorial. Essas duas raízes formam o nervo espinhal, que se une com outros formando um plexo nervoso, onde as fibras se reorganizam e do qual se origina o nervo periférico. Todos os nervos possuem a mesma estrutura, que basicamente é uma coleção de axônios e tecido de suporte em um tronco definido - esses axônios podem ser motores ou sensoriais, mielinizados ou não-mielinizados. 
A composição do nervo periférico é: o feixe de axônios associados ao tecido de suporte -> o qual consiste em células de Schwann, fibroblastos fusiformes e vasos sanguíneos. Este nervo também tem tipos de tecido de suporte diferentes, que são o epineuro, endoneuro e perineuro.
O endoneuro é o mais interno = composto por fibras nervosas mielinizadas (tamanho grande ou intermediário) e fibras nervosas não mielinizadas (pequenas) - envolve cada axônio e suas células de Schwann associadas. O endoneuro é envolvido pelos fibroblastos, que produzem as fibras colagenosas, as quais dão resistência ao nervo, e material da matriz extracelular, que é rico em GAGs e que envolve os capilares. 
O perineuro envolve grupos de axônios e o endoneuro, formando feixes, compondo os fascículos dos nervosos a partir de um revestimento fibroso em torno de um grupo de fibras ou axônios, que tem sete a oito camadas concêntricas de células achatadas semelhante a epitélio, separadas por camadas de colágeno - Essas células são unidas por complexos juncionais e cada camada de células é envolvida por uma lâmina externa. 
O epineuro é a camada mais externa - os fascículos nervosos do perineuro em um tronco nervoso, e confere, através de bainha externa de tecido fibrocolagenoso mais solto, maior proteção ao nervo. Esse tecido é composto por tecido conjuntivo e costuma apresentar vasos sanguíneos de tamanho médio, podendo incluir tecido adiposo ou incluir a artéria muscular principal que irriga o tronco nervoso. 
Os gânglios = são agrupamentos de corpos celulares de neurônios do SNP, associados às células de suporte - células satélites e células de Schwann. Além disso, pelos gânglios também passam alguns axônios e há o tecido de suporte fibrocolagenoso frouxo. São divididos em três tipos: gânglios da raiz dorsal dos nervos espinhais, gânglio dos nervos cranianos e gânglios autonômico (simpáticos e parassimpáticos). A importância dos gânglios é que eles constituem acúmulos de corpos de neurônios fora do SNC, sendo a maioria órgãos esféricos, protegidos por cápsulas conjuntivas e associados a nervos. 
Os gânglios sensoriais da raiz dorsal = recebem fibras aferentes, que mandam impulso para o SNC, podendo ser cranianos ou espinhais - geralmente são unipolares. 
Os gânglios autonômicos = são formações bulbosas dos nervosos do SNA - localizados no interior de determinados órgãos, como na parede do tubo digestivo. Não apresentam cápsula conjuntiva e seu estroma é a continuação do próprio estroma do órgão em que estão situados. Geralmente esses neurônios são multipolares, aparecendo com aspecto estrelado nos cortes histológicos, com camada incompleta de células satélites envolvendo o neurônio. 
O último componente da porção somática do SNP é o músculo esquelético -> o qual é composto por fascículos compactos de fibras musculares, revestidas por tecido conjuntivo, formado por endomísio, perimísio e epimísio, organização semelhante à estrutura do nervo. 
Cada músculo é poligonal ou de forma hexagonal. A membrana celular externa é o sarcolema e o citoplasma interno é o sarcoplasma. O núcleo fica próximo à membrana celular, dispostos na periferia, e apresenta ainda as proteínas contráteis, como actina e os filamentos de miosina. O endomísio fica entre cada fibra muscular, o perimísio envolve grupos de fibras musculares formando um fascículo, e o epimísio envolve grupos de fascículos. Há dois tipos de fibras musculares, tipo I, de fibras lentas (a contração das fibras lentas dura mais tempo) e tipo II, de fibras rápidas. 
Os receptores sensoriais = responsáveis pela transdução das experiências sensoriais, estando presentes em todos os órgãos do corpo. 
A pele é o órgão mais somestésico do corpo -> identifica as sensações de dor, pressão, toque e temperatura. Esses receptores são estruturas histológicas especializadas - detectando diferentes estímulos que incidem sobre o organismo, por dentro e por fora. São compostos por uma extremidade de fibra nervosa, que pode estar livre ou associada a células não neurais, formando um miniórgão. Essas fibras podem ser mielinizadas ou não, e se juntam em filetes nervosos e nervos periféricos, até penetrar no SNC através das raízes dorsais da medula espinhal ou através de nervos cranianos diretamente no encéfalo. 
Os impulsos desses receptores também passam pelos corpos celulares, que dão origem a essas fibras, pelos gânglios espinhais ou gânglio trigêmeo.