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História e o Mundo Colonial

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Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Instituto de Humanidades - IH
Licenciatura em História
Disciplina: História e o Mundo Colonial
Docente: Edson Borges
Discente: Carla Pontes
1ª QUESTÃO:
Iniciamos nosso curso com o texto “O conceito de Império”, de Maurice Duverger. Não é
fácil definir o conceito de Império. Contudo, há elementos comuns presentes em cada
experiência imperial. Apresente como M. Duverger aborda: [1] A relação entre Império,
centralização e autonomia; [2] A relação entre Império e divinização do imperador; [3]
A relação dos Impérios com os mundos periféricos; [4] A importância do mundo
euro-asiático como uma ampla região de construção e destruição de Impérios.
R= Como foi exposto de forma sucinta na apresentação da grade curricular do curso de
História e o Mundo Colonial, o objetivo principal não seria elaborar ou encontrar uma
conceituação universal para o termo Império. M. Duverger em “O conceito de Império”
trabalha com perspectivas e espaços que historicamente consolidaram-se enquanto imperiais
de modo a validarem um certo padrão quanto ao que poderia ser considerado um império.
Tendo isso em mente, poderíamos dar origem ao seguinte questionamento: como essas
estruturas adquiriam e mantinham o poder? Aparentemente mediante um articulado sistema
administrativo, militar (de modo especial) e a diversidade entre as populações componentes
desses impérios seja a nível dos costumes ou da religião Obviamente que essa ideia de
governadores e governos tolerantes não pode ser aplicada a todos os “impérios” que existiram
na história da humanidade, bem como não podemos dispor de uma certeza que os eventos
ocorreram dessa maneira. Uma vez que os então “conquistados” encontrassem conforto
mediante as condições oferecidas por quem os “conquistou”, esses últimos acreditavam não
ter que temerem revoltas, guerras e rebeliões que viessem a enfraquecê-los ou ainda,
derrotá-los. O caráter universal de certas religiões contribuiu e muito para a existência de
vastos impérios, sendo atribuídas à figura do rei/imperador/governante desde funções
sacerdotais até o status de seres sagrados; como as divindades dependendo da nação ao qual
pertenciam, costumes, tradições etc.
Duverger trabalha com relação ao aspecto religioso com os termos de um
relacionamento entre o “monarca e a divindade” postulando que não haveria uma forma de
distingui-los sob um panorama que abarcasse as noções de “reino e império”, como um fator
significativo para este âmbito teríamos a questão territorial, citada de forma breve
anteriormente.
Império, a própria palavra poderia nos fazer pressupor uma enorme estrutura
concentrada em uma determinada figura de poder. Logo, seguindo a linha de pensamento de
Duverger e de outros autores, haveria a possibilidade de existência de uma estrutura dotada de
centralidade coexistir, ser composta e “dominar” grupos sociais tão distintos de suas filosofias
a nível político, econômico, social, cultural etc. Teoricamente os impérios, devido às suas
grandes extensões territoriais contariam com a constante da pluralidade cultural, sendo
necessários não apenas um controle sobre as rotas mercantis como também uma boa
capacidade comunicativa assim como relações “razoáveis” com os demais povos de modo a
permitirem um certo nível de autogoverno por parte dos mesmos. Este equilíbrio foi
conquistado por alguns impérios mediante trâmites administrativos como os tributos e uma
eficiente organização militar, esses mecanismos que serviriam como único ponto de ligação
para alguns impérios, com as áreas mais “marginais” dos territórios sob suas jurisdições, dado
que as “elites” continuavam sendo privilegiadas em detrimento das massas populares
“historicamente” subjugadas por seus governantes. Um outro adendo com relação à
pluralidade dos grupos sociais nessa atmosfera imperial seria a ocorrência de uma
incorporação por parte dos impérios de uma determinada crença, contudo não deve cair no
esquecimento tantos outros genocídios marcantes na história a nível religioso, cultural que
mostraram e ainda mostram a pior face da humanidade.
A concentração de poder e autoridade nas mãos de imperadores pode ter sido um
ponto negativo para impérios marcadamente feudais, uma vez que este sistema e seus
representantes conseguiam alcançar um nível de exploração tão elevado ao ponto de os
trabalhadores se verem em melhores condições ao servirem o império. Inclusive, as periferias
em dado momento e com relação a certos governos acabaram dando origem à diluição desses
domínios à medida que buscavam a libertação de suas amarras.
Com base em conceitos como história comparada e história conectada penso que a
Europa e a Ásia ou Eurásia acabaram sendo significadas por Duverger a partir da exaltação e
detalhamento de caracteres dos impérios romano e chinês (e sua visão ocidentalista), haja
vista que nem todos os impérios mencionados seriam de fato impérios, apesar da ocorrência
de semelhanças nas estruturas, haviam ainda muitos pontos contraditórios. Ao mesmo tempo
que um maior território poderia ser visto como uma grande margem de poder, também foi
uma grande cruz para imperadores que não detinham a seu dispor uma grande força militar
dado que um ideal de “imperialismo”, antes de qualquer perspectiva administrativa, advinda
“dos cavalos”. A violência daria início e também poderia colocar um ‘ponto final’, sendo que
as estruturas poderiam ser consideradas elementos permanentes que se modificam, mas
mantém uma essência apesar de novas nomeações ou roupagens.
2ª QUESTÃO:
O texto de Peter Frankopan (``A criação da Rota da Seda”) nos apresenta uma
narrativa histórica assentada na perspectiva da história conectada. O texto de Ivan
Hrbek (“A África no contexto da história mundial”) segue a mesma linha ao abordar a
África inserida nas redes do Império e mundo muçulmano durante a Idade Média. [1]
Como a geografia está presente na narrativa histórica de Herbek, na mesma linha de um
“colar de pérolas”? [2] Quais os elementos centrais da relação entre o mundo islâmico e
a África? [3] Quais os elementos centrais da relação entre a África, a Ásia e o Oceano
Índico?
R= Ao ingressarmos na disciplina História e o Mundo Colonial o professor logo nos
primeiros encontros enfatizava expressões como “história conectada”, “história comparada” e
em dado momento a metáfora do “colar de pérolas” que poderia originar uma boa combinação
com relação às outras duas expressões nos estudos sobre a Eurásia. A expressão “fio de
pérolas” ou “colar de pérolas” foi utilizada para melhor visualizar a narrativa histórica do
historiador Peter Frankopan, denominada de história conectada. Sendo assim, as diversas
cidades, ecossistemas e regiões da Eurásia – mar Mediterrâneo, mar Negro, Egito, Pérsia,
Ásia Central, os Himalaias, Mongólia, China - são como pérolas interconectadas no fio que
sustenta o colar do espaço euroasiático.
Através da disseminação do Islã em meio ao continente africano Ivan Hrbek ressalta
alguns pontos marcantes desse período de conexões entre o Mundo Islâmico e a África, uma
vez que tal relação resultou em uma maior abertura política, cultural, econômica para
territórios como Magreb, Nubia, e com especial olhar, para o Egito e África do Norte. O
grande marco dessa relação da África e Império Mulçumano teria sido a integral ‘anexação’
de sua parte entre terras e a porção adjunta aquática ao território então islâmico contribuindo
também para a propagação da religião islâmica em outras regiões próximas, seja pelo mar ou
pela terra.
A rede de relacionamento entre África, Ásia e o Oceano Índico conta com algumas
barreiras relacionadas ao próprio material que auxiliaria no entendimento de suas nuances e
intercâmbios materiais e culturais. O autor garante seu enfoque mediante os séculos VII e XI,
salientando a importância do mercado de natureza islâmica no Oceano Índico uma vez que os
mercadores buscavam evitar posturas que pudessemincitar conflitos, porque já haviam
problemas relacionados ao tráfico negreiro e ao contrabando de objetos advindos de furtos,
saques etc. Obviamente este contexto “pacífico” não contaria com conflitos como a Revolta
dos Zandj e o Saque em Cantão entre outros tantos episódios catastróficos a nível comercial,
cultural e, consequentemente, humano também.
No que se refere aos contatos Ásia – África, mais uma vez os intercâmbios ocorriam
mediante a comercialização de produtos como seda, marfim, porcelana entre outros. Tal
desdobramento teria uma dívida com questões organizacionais e relativas aos costumes.
Como foi possível perceber a área comercial bem como o império islâmico e o Oceano Índico
tiveram papeis fundamentais nas relações continentais, haja vista que os contatos de povos
com povos eram feitos indiretamente e ainda assim houveram transações como do marfim
entre indianos, africanos e chineses; exportação de ferro da África para a Índia contando
ainda com contribuições referentes à linguagem pelos indianos e a presença dos indonésios
enquanto participantes de um ”ciclo integrativo” com os africanos através de um possível
povoamento de Madagascar, a construção de poderosas “linhagens” bem como êxito com
relação às navegações.

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