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Patologia I

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1 LESÕES Nicoly Guimarães 71D 
Patologia envolve a investigação da causa de doenças e as alterações em níveis 
celulares, teciduais, orgânicas, resultantes em sinais e sintoma. Dois termos são 
importantes no estudo patológico: a etiologia, que diz respeito a origem da doença assim 
como as causas fundamentais e fatores modificantes e a patogenia que está ligada as 
etapas do desenvolvimento da doença é por meio dela que se descreve como os fatores 
etiológicos iniciam as alterações moleculares e celulares originarias de problemas que 
caracterizam a doença. 
- Agressão -> defesa -> adaptação 
- Agressão -> defesa -> ação indireta -> lesão 
- Agressão -> ação direta -> lesão 
 
Homeostase: capacidade de suprir as demandas fisiológicas normais, manter a constância 
do meio interno. Enquanto há esse equilíbrio há saúde. 
Uma célula que é submetida a um stress fisiológico sofre adaptações devido a 
essas alterações. Essas adaptações podem ser observadas na sua morfologia e na sua 
fisiologia. Entretanto, há um limite de adaptação, caso ele não seja respeitado pode 
haver risco de morte celular. Essa injúria pode ser de dois tipos: 
 Lesão reversível: o stress a que a célula está sujeita ocorre um nível e tempo que 
não ultrapassa o limite de adaptação. Logo, ela volta ao seu padrão de 
normalidade. 
 Lesão irreversível: se a intensidade for acima do limite, mesmo que o agente 
causador seja retirado não tem como a célula voltar ao seu normal. Corte 
histológico. 
Célula normal pode ser submetida a um stress e se adaptar se sofrer lesões leves e 
transitórias. Porém se o agente atuar por tempo prolongado e de forma intensa ela não 
consegue voltar a homeostasia, morrendo por necrose ou apoptose. 
CAUSAS DAS LESÕES 
- Privação de oxigênio (hipóxia ou anóxia). Ex: infarto -> obstrução de vaso levando a 
isquemia ou pressão muito grande levando a um infarto hemorrágico. Choque -> 
hipovolemia 
 Tem efeito maior em tecido nervoso que no tecido muscular. 
- Agentes físico: trauma, radiação, choque elétrico, pressão e temperatura 
- Agentes químicos: medicamentos, drogas e reagentes 
- Agentes infecciosos: 
- Reações imunológicas 
 
2 LESÕES Nicoly Guimarães 71D 
- Alterações genéticas 
- Desequilíbrios nutricionais 
- Esses agentes podem causar lesões maiores ou menores de acordo com determinados 
fatores como: 
 Tipo, duração, gravidade da lesão 
 Tipo, estado e adaptabilidade da célula lesada 
 Diferentes mecanismos bioquímicos celulares que causam lesão celular 
 Múltiplos mecanismos interconectados 
- Quatro sistemas intracelulares são particularmente vulneráveis: 
 Manutenção da integridade da membrana 
 Respiração aeróbica, envolvendo a fosforilação oxidativa e produção de ATP. 
 Síntese de proteínas enzimáticas e estruturais 
 Preservação do conteúdo genética 
- Apenas após os agentes lesivos atuarem nesse sistema que vai haver manifestações. 
- O tipo, o estado e a adaptabilidade da célula lesionada também determinam as 
consequências das lesões 
Hipóxia e anóxia 
- Queda no suprimento de O2 na célula: imediatamente para a fosforilação oxidativa 
(glicólise, ciclo de Krebs, cadeia transportadora de elétrons), diminuindo o número de 
ATPs (célula gosta mais, pela facilidade de quebra). Isso leva a suspensão também da 
bomba de sódio/potássio, levando a entrada mais de sódio e água para dentro da célula, 
fazendo com que ela inche, originado um edema intracelular chamado de tumefação. Sem 
o ATP vai haver, também, desativação do trocador sódio/cálcio, que é um transporte ativo 
secundário, que funciona liberando o cálcio para o meio toda vez que o sódio entra na 
célula, mantendo os níveis de cálcio baixos dentro da célula. Quando esse trocador para, 
aumenta-se a concentração de cálcio intracelular. Isso, somado a diminuição do pH 
intracelular, ocasionado pela dificuldade de produzir ATP, ativa as enzimas dos 
lisossomos. Começa a ter proteases e fosfolípides ativas, o que compromete a estabilidade 
da membrana. Consequentemente, há, também, o acumulo de ADP e AMP cíclico que 
não estão sendo utilizados, pois está havendo respiração anaeróbia. 
Com a fosforilação oxidativa comprometida, o ciclo de Krebs vai parando de funcionar. 
Logo, há necessidade de outra fonte para dar continuidade ao processo e essa fonte vai 
ser o ácido oxalacético, que atua com o Acetil (coa), formando o ácido cítrico. Esse ultimo 
processo vai ser continuado, pois está havendo reações diversas como a desidrogenação , 
que retira os íons H+ que vão para o NAD e FAD (receptores intermediários de H). Esses 
dois vão mandar os H para a cadeia transportadora de elétrons. Os elétrons passam para 
a cadeia e o H vai para o espaço intramembranoso. 
Sem esse processo há o desvio da atividade para formação de triglicerídeos, o que diminui 
a produção de proteína e aumenta a de gordura. 
 
3 LESÕES Nicoly Guimarães 71D 
 
ASPECTOS GERAIS DAS LESÕES 
Reversíveis: 
- Membrana: alteração das vilosidades (aumento da água intracelular e alterações no 
citoesqueleto) e formação de figuras em bainha de mielina (figuras em impressão 
digital, alterações dos componentes de membrana – lipídeos e proteínas) 
- Lisossomos: há tumefação, mas sem modificação na permeabilidade para as hidrolases 
- REL: dilatação das cisternas e proliferação induzida por substancias metabolizadas no 
REL 
- Núcleo: vai ter influxo de água (cisterna perinuclear enche), a membrana interna do 
núcleo se espessa 
- Mitocôndria: conserva-se a arquitetura das cristas 
Irreversíveis: 
- Membrana: Formação de bolhas na superfície (destacamento da membrana do 
citoesqueleto), Ruptura (enfraquecimento decorrente da redução da síntese proteica e 
alterações nos ácidos graxos dos fosfolipídios) – membrana tem o modelo de mosaico 
fluido com proteínas intrínsecas e extrínsecas, Junções intercelulares frouxas ou 
desaparecem (alterações estruturais da membrana) – pode interferir na porção osmótica 
e troca de substâncias intercelular. 
- Lisossoma: rompe e libera suas enzimas 
- REL: 
 
4 LESÕES Nicoly Guimarães 71D 
- Núcleo: membrana interna começa a fazer invaginação, levando a sua desintegração 
logo depois, vê-se alteração do DNA: espiração da cromatina. As alterações no núcleo 
podem ser denominadas: 
o Picnose: núcleo se contrai enquanto sua cromatina se condensa em torno do 
nucléolo e em correspondência da membrana nuclear. Em consequência, o núcleo 
reduz seu volume e aparece hipercorada 
 
o Cariorrexis: com a degeneração adicional, o núcleo picnótico torna-se 
fragmentado em várias diminutas partículas que representam pedaços do material 
nuclear degenerado. É a distribuição irregular da cromatina. 
 
o Cromatólise ou cariólise: é a dissolução da cromatina com perda da coloração do 
núcleo. 
 
- Mitocôndria: há desaparecimento da crista mitocondrial, cirstolise, deposito de grânulos 
na matriz mitocondrial, causado pela destruição da crista. 
 ADAPTAÇÕES CELULARES Nicoly Guimarães 71D 5 
MECANISMOS DE ADAPTAÇÃO 
Molécula sinalizadora atua sobre a célula alvo que tem um receptor e vai haver 
mudança no seu comportamento, ativando mecanismos celulares que vão gerar 
adaptações. Entre as fases desse mecanismo tem-se: transdução de sinal, ligação com o 
receptor, transcrição e regulação da síntese. 
 Sinalização autocria: célula sinalizadora e alvo são a mesma. Ex: apoptose, 
célula tumoral 
 Sinalização parácrina: sinalização par célula vizinha. 
 Sinalização hormonal: contato a distancia,a molécula sinalizadora é o hormônio 
 Sinalização neural: sinapses (tipo de sinalização parácrina), mediação é feita por 
meo de neurotransmissor 
Adaptações são lesões reversíveis em resposta as alterações do seu ambiente, 
podem estar relacionadas ao crescimento (hiperplasia), tamanho (atrofia e hipertrofia) e 
a diferenciação (metaplasia). Podem ser: 
 Fisiológicas: normalmente respostas celulares aa estimulação normal pelos 
hormônios mediadores químicos endógenos, como aumento da mama e do útero 
na gravidez 
 Patológicas: resposta ao estresse para fugir da lesão, sendo que se apresentam de 
várias formas: 
Hipertrofia: aumento do tamanho da célula, causado pelo aumento da demanda funcional 
ou por fatores de crescimento ou estimulação hormonal específica e que resulta no 
aumento do tamanho do órgão. Ela não existe em células novas, apenas em células 
maiores e contem quantidades aumentadas de proteínas estruturais e organelas. Pode ser: 
 Patológica: doença de Chagas em que não equilíbrio entre SNA e coração, 
fazendo com que este trabalhe mais aumentando o seu tamanho. Além disso, na 
hipertensão, o coração contrai e o sangue sai sob uma forte pressão que afeta o 
ventrículo esquerdo (ele manda sangue p/ aorta) 
 Fisiológica: aumento do útero durante a gravidez por estimulo hormonal/ físico 
aumentado por levantadores de peso (hipertrofia de células musculares 
esqueléticas) 
Hiperplasia: distúrbio no crescimento causado pelo aumento no número de células, 
estimulado por fatores de crescimento. É uma adaptação em células capazes de 
replicação, o que provoca um aumento no volume do órgão. Pode ocorrer 
simultaneamente com a hipertrofia e sempre em resposta ao mesmo estimulo. 
 Patológica: estimulação excessiva hormonal e de fatores do crescimento, como 
após um período menstrual normal, em que há aumento do epitélio uterino que 
normalmente é regulada pela estimulação de hormônios hipofisários (estrogênio 
ovariano e inibição pela progesterona – desregulação entre eles) 
 Fisiológica: hiperplasia hormonal em que há proliferação do epitélio glandular da 
mama feminina na puberdade e gravidez/ hiperplasia compensatória em que há 
crescimento de tecido tecidual após a remoção ou perda da porção de um órgão 
(tipo em transplantes) 
 ADAPTAÇÕES CELULARES Nicoly Guimarães 71D 6 
Figura 1 - Hiperplasia do endométrio 
 
O processo hiperplásico permanece controlado, se os sinais que a iniciam cessam, a 
hiperplasia desaparece. Essa sensibilidade aos mecanismos de controle de regulação 
normal que diferencia as hiperplasias patológicas benignas do câncer, no qual os 
mecanismos de controle do crescimento tornam-se desregulados ou ineficazes. 
Atrofia: diminuição do tamanho da célula pela perda de substancia celular. Quando um 
número suficiente de células está envolvido, todo o tecido ou órgão diminui em tamanho, 
tornando-se atrófico. Suas causas inclue a diminuição da carga de trabalho (engessar um 
braço), perda de inervação, diminuição do suprimento sanguíneo, nutrição inadequada, 
perda de estimulação endócrina, envelhecimento. Há um retração da célula para um 
tamanho menor, no qual a sobrevivência ainda seja possível, é estabelecido um novo 
equilíbrio entre tamanho celular e suprimento sanguíneo. 
 Patológico: desnervação 
 Fisiológico: queda da estimulação hormonal na menopausa 
O mecanismo da atrofia consiste em uma combinação de síntese proteica diminuída 
(redução da atividade metabólica) e degradação proteica (pela via ubiquitina-
proteossoma, que parece ser responsável também pela proteólise acelerada observada em 
várias condições catabólicas). Em muitas situações a atrofia é acompanhada também pelo 
aumento da autofagia, que resulta no aumento de vacúolos fagocíticos. 
 
 
Figura 2 - atrofia muscular na poliomielite 
Metaplasia: distúrbio em que a modificação da célula é causada por um processo 
irritativo e crônico que altera a diferenciação celular, fazendo com um tecido adulto vire 
outro que possa suportar o ambiente hostil que foi criado. É reversível. Suas 
consequências são tecidos mais resistente ao ambiente adverso, lesão pré-neoplasica, 
neoplasmas e displasias. 
 ADAPTAÇÕES CELULARES Nicoly Guimarães 71D 7 
 
Displasias: é um distúrbio de crescimento e diferenciação que leva ao aumento de índice 
de proliferação (mitoses) e está associado a atipias celulares (ploidias). Indica processos 
de patogêneses variada e pouco conhecida. Ex: mucosa do colo uterino, mucose de 
brônquios, mucosa gástrica, - consequências: lesão pre neoplásica e neoplasias 
 
Figura 3 - Displasia epitelial 
 
 
DEGENERAÇÕES Nicoly Guimarães 71D 8 
Lesões reversíveis decorrentes de alterações bioquímicas que resultam em 
acumulo de substancias no interior das células. Morfologicamente, uma degradação 
aparece como deposição (ou acumulo) de substancias em células. ** qnd a substancia 
acumulado é um pigmento, a lesão é estudada em pigmentações. 
DEPOSIÇÕES INTRACELULARES: 
1. Componente celular normal: agua, eletrólitos, lipídeos, proteínas e carboidratos 
2. Substancia anormal - endógeno: produto de síntese ou metabolismo anormal, 
exógena: mineral ou produtos de microrganismo 
3. Pigmentação: exógenos ou endógenos 
DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA 
Lesão celular reversível causada por desequilíbrio eletrolítico que resulta no 
acumulo de água e eletrólitos no interior da célula, tornando-as tumefeitas, com o 
aumento de volume. É a lesão não letal mais comum. A entrada e saída de eletrólitos pelas 
membranas depende de mecanismos de transportes, como as bombas eletrolíticas, que 
fazem transportes contra gradientes de concentração, mantendo constante as 
concentrações de eletrólitos nos vários compartimentos celulares. Uma agressão pode 
diminuir o funcionamento da bomba eletrolítica quando: 
 Altera produção ou consumo de ATP 
 Interfere na integridade de membranas 
 Modifica a atividade de uma ou mais moléculas formadoras da bomba. 
Essa degeneração pode ser causada por diversos mecanismos que tem como 
consequência a retenção de sódio, redução de potássio e aumento da pressão osmótico 
intracelular, levando a entrada de água no citoplasma e a expansão isosmotica da célula: 
 Hipóxia, desaclopadores da fosforilação mitocondrial, inibidores da cadeia 
respiratória e agentes que lesam a membrana mitocondrial por reduzirem a 
produção de ATP. 
 Hipertermia exógena ou endógena (febre) – aumenta o consumo de ATP. 
 toxinas com atividade de fosfolipase e agressões geradoras de radicais livres, que 
lesam diretamente membranas 
 substâncias inibidoras da ATPase Na+/K+ dependente (é o caso da ouabaína, 
utilizada no tratamento da insuficiência cardíaca 
Macroscopicamente: o órgão aumenta o peso e volume, células são mais salientes na 
superfície de corte, coloração pálida. 
Microscopicamente: células tumefeitas, com citoplasma mais acidófilo. Em casos mais 
avançados, as células apresentam vacúolos de agua distribuídos regularmente no 
citoplasma. Há redução de vilosidades, formação de bolhas na membrana plasmática, 
dilatação do reticulo endoplasmático, contração da matriz mitocondrial. 
 
DEGENERAÇÕES Nicoly Guimarães 71D 9 
 Figura 4 - Degeneração hidrópica de hepatócitos 
DEGENERAÇÃO POR ACUMULO DE LIPÍDEOS 
Ácido graxo livre vem da lipólise de tecido adiposo ou da ingestão – isso é a 
captação. No fígado podem passar por oxidação ou esterificação, sendo transformado em 
éster de colesterol ou fosfolipídio (vai entrar na formação de proteínas). Logo qualquer 
problema em alguma dessas etapas pode levar ao acumulo de lipídeos. 
Esteatose: esteatose leva ao acumulo de triglicerídeos (tambémmono ou di), no núcleo 
da célula – causado por diabetes, toxinas, hepatotoxinas, desnutrição proteica, entre 
outros. Ocorre mais em fígado, tecido muscular estriado, mas pode ser encontrada no 
tecido muscular, cardíaco e renal. Ex: 
Figura 5 - esteatose microvesicular cardiomocitica - Chagas 
 
 Figura 6 - esteatose microvesicular dos hepatocitos 
 
Lipidoses: podem ser locais, há acumulo de colesterol (colesterol e éster de colesterol), 
ou sistêmicas. São: 
 Xantomas: há deposito excessivo de colesterol no tecido conjuntivo subepitelial 
da pele e dos tendões, o macrófago tenta fagocitar isso gerando as células em 
espuma, que formam nódulos ou placas. em algumas patologias como doença de 
Wilson e hipercolesterolemia familiar são essenciais para o diagnóstico 
 
 Placa de ateroma: acumulo de colesterol. Quando há níveis alto de LDL no 
sangue ele tende a se acumular na camada intima das artérias, o que causa uma 
ação do endotélio que libera citocinas que atraem os monócitos. Esses chegam na 
camada intima e se diferenciam em macrófago que vão fagocitar o LDL, ele 
liberar citocinas e fatores de crescimento que vão atuar na camada muscular que 
DEGENERAÇÕES Nicoly Guimarães 71D 10 
vai invadir outras camadas, como a intima, o que vai levar a um processo 
inflamatório. A angiogênese é estimulada pelo processo inflamatório, e esse 
vasos podem quebrar, fazendo com que haja um processo de coagulação, tendo a 
entrada de plaquetas e outras substancias que enchem o o local, gerando uma 
placa de ateroma. Essa pode se deslocar e ir para a corrente sanguínea. 
Outras lipidoses podem ocorrer com acumulo de lipídeos mais complexos que se 
acumulam por mutação em enzimas que degradam esses lipídeos. São esses problemas: 
 doença de Gaucher (causa cerebrosídeos – afeta histiócitos e SNC) 
 Niemann Pick (causa esfingomielina e lecitina – afeta histiócitos e SNC) 
 Tay-Sachs (causa gangliosídeo – criança não consegue se sustentar, ficando todo 
mole, outro sinal é pelo exame de fundo de olho – afeta SNC e autônomo ). 
- daqui até o fim dessa parte é do resumo luiza balestrini perfeita - 
DEGENERAÇÃO POR ACUMULO DE PROTEÍNAS 
Degeneração hialina: acumulo de material proteico e acidófilo no interior das células. 
Ela pode resultar da condensação de filamentos intermediários e proteínas associadas que 
formam corpúsculos no interior das células, ou acumulo de material de origem viral, ou 
proteína endocitada. 
Microscopicamente é marcada pela formação de corpúsculos: 
 corpúsculo de mallory: encontrado em hepatócito de alcoólatra crônico. 
Formado a partir de radicais livres que induzem a peroxidação; 
 corpúsculo de councilman rocha lima: corresponde a hepatócitos em apoptose. 
Presente na febre amarela (hepatite viral); 
 corpúsculo de russel: frequente em processos inflamatórios. É o acúmulo de Ig 
nos plasmócitos; 
 corpúsculo de Zenker: encontrado em músculo estriado esquelético. Acontece 
devido a ação de toxinas bacterianas e ação dos LT; 
 corpúsculo de magarino torres: encontrado no músculo cardíaco. Nesse caso 
também tem alterações macroscópicas → formação de estrias no coração 
(coração tigrado); 
DEGENERAÇÃO POR ACUMULO DE CARBOIDRATOS 
 Glicogenoses: 
-Acúmulo de glicogênio; 
-Comum no fígado, rim ,músc. esquelético e cardíaco; 
-Causada por deficiência de enzimas envolvidas no processo de degradação do 
glicogênio; 
 Mucopolissacaridose: 
-Depósito anormal de proteoglicanos; 
-É devido a doenças genética → mucopolissacaridose; 
 
 
 PIGMENTAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 11 
Pigmentos são substancias que apresentam cor e são depositados 
intracelularmente. Existe uma pigmentação normal das células, mas também uma 
deposição anormal causada pela alteração na sua formação (hiper ou hipoprodução), ou 
pela localização anormal no corpo. Esse deposito de pigmentos pode ocorrer por causas 
exógenas (inoculação, via oral, via área) ou endógena que pode ser as que não tem origem 
hemoglobina, como melanina e lipofuscina e as que são produto da produção de 
hemoglobina, como hemossiderina, bilirrubina, hematinas, hamatoidina. Bom lembrar 
que apenas a deposição de pigmentos não causa alteração histológica a ponto de causar a 
doença, mas sim um sinal de um problema 
PIGMENTAÇÕES EXÓGENAS 
Podem ser obtidas por via cutânea, como é o caso das tatuagens em que com o uso 
de uma agulha é depositado na pele um pigmento insolúvel como carvão, nanquim e etc. 
que vai, posteriormente, ser fagocitado pelos macrófagos. Pela via oral, há a entrada de 
pigmentos que podem gerar alterações como: 
- Argirismo ou argiria: intoxição por sais de prata formado por um complexo rico de 
prata e proteína que deposita nos glomérulos renais, glândulas sudoríparas e sebáceas, 
derme superficial e promove alteração da cor, irreversível, que fica cinza azulada, na pele 
e mucosa oral. 
- Pumblismo ou saturnismo: deposição de sais de chumbo na forma de sulfeto de 
chumbo. É depositado nos ossos e na mucosa odontogengival, formando a linha do 
chumbo (escura) que leva a alteração do sistema hematopoiético, do SNC e nos rins 
- Pigmentação bismútica: intoxicação com sais de bismuto, mais comumente associada 
ao tratamento com compostos bismútico ou como doença profissional. O deposito de 
sulfureto de bismuto vai ser na mucosa levando ao aparecimento da linha bismútica 
- Carotenose ou lipocromatose exógena: deposição de caroteno e xantofila, vai alterar 
a cor que vai ficar amarelo pálida. 
Por via respiratória (inalação): pneumoconioses, não há deposito de pigmentos 
típicos, pois vai, na verdade, levar a uma patologia com fibrose local. Gera alterações 
pulmonares e de linfonodos regionais decorrente da inalação de partículas provindas do 
ambiente (poeira/poluição do ar). 
- Antracnose: inalação de partículas de carvão, que vão ser fagocitados pelos 
macrófagos. Essas células podem migrar para outras regiões do corpo espalhando essa 
substancia, gerando alterações macro e micro. As macros são pontilhados preto 
acinzentado, já as micro deposições nos macrófagos de grânulos enegrecidos 
histoquimicamente resistentes a todos os solventes, é possível ver também nos alvéolos e 
nos septos interalveolares 
 
- Outras que podem ser citadas são: silicoses, asbestose (inalação de silicato de 
magnésio -amianto), silicossiderose (minério de ferro – hematita), calcinose (carbonato 
de cálcio – cal), beriliose, cadmiose (de cádmio). 
 PIGMENTAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 12 
PIGMENTAÇÃO ENDÓGENA(não é de Hb) 
- Melanina: produzida pelos melanócitos pela presença da tirosinase em uma série de 
etapas. A síntese ocorre dentro de organelas como o melanossomos que vão ser 
fagocitados pelos queratinócitos e depois vai ter o pigmento depositado supra 
nuclearmente protegendo o material genético contra a radiação radioativa. Pode ser alta 
ou baixa nas alterações. Aumentada localizada: 
 Lentigo: mancha acastanhada, circunscrita com borda regulares ou não que não 
está relacionada apenas a exposição ao sol é semelhante a sarda. É composta por 
acumulo maior de melanócito localizado. Pode ser de três tipo: simples, solar ou 
maligno. 
 Nevos: manchas hiperpigmentadas, composto por ninhos de células neviscas ou 
melanócitos. São semelhantes ao melanoma e devem ser acompanhados de perto 
para ver se é uma evolução benigna ou maligna (melanoma). 
 Melanoma: são neoplasias frequentes na pele que tem uma importância na saúde 
pública, mais perigosa para homens. Varia de acordo com a quantidade de 
deposição, é diferente dos nevos, em tamanho, cor e ?. 
 Melanose ou mancha senil: semelhantes a sardas e aparecempor uma exposição 
inadequada ao sol, é mais frequente em pessoas mais velhas 
 Melasma: é uma mancha na pele causada por distúrbios hormonais, tem um fator 
genético, mas podem estar ligados a exposição de substancias de risco. Acomete 
geralmente, o rosto, o braço e as costas. 
 Acontose nigricans: deposito de manchas escuras acompanhadas de espessamente 
da pele (hiperceratose) e lesões de cor cinza e engrossadas que dão aspecto 
verruco (hiperpigmentação). Pode afetar pessoas saudáveis ou estar relacionadas 
a outras doenças como diabetes, obesidade, doenças tireoidianas, câncer de 
aparelho digestivo entre outros. Podem ser de 4 tipos: 
o Pseudoacontose: benignas associados a obesidade 
o Alcantose maligna: associadas a câncer do tubo digestivo e fígado 
o Síndrome de Gougerot Carteaud: benigna e possivelmente hereditária, 
acomete mulheres jovens 
o Síndrome de Miescher: hereditária e benigna 
Aumentadas generalizadas: 
 Melanodermias secundárias (gestação, hipoadrenalismo, radiações UV) 
Diminuídas localizada: 
 Vitiligo: adquirido, pode ser idiopática, ocorre pela incapacidade dos melanócitos 
de terem a ação da tirosinase. Mais local, com manchas hipocromicas notadas 
geralmente nas áreas fotoexpostas com a face, dorso das mãos e ao redor dos 
orifícios corporais, com tendência a distribuição simétrica. Os pelos podem ser 
acometidos (leucotriquia), incluindo sobrancelhas, cílios e pelos pubianos. O 
prurido ou inflamação raramente está presente. Existem vários etiopatogenias que 
tentam explicar o processo de despigmentação: a presença de autoanticorpos; 
participação de células T citotóxicas; a “autodestruição” dos melanócitos por 
produtos intermediários da melanogenese; defeitos intrisecos e extrínsecos dos 
próprios melanócitos ou da unidade epidermo-melanica, além de prováveis 
alterações nas terminações nervosas 
 PIGMENTAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 13 
 Acromia cicatricial: decorre da exaustão dos melanócitos ou de sua destruição 
 Acromotriquias: há despigmentação causada por deficiências nutricionais, mais 
comum no homem e mesmo em algumas deficiências nutricionais, como cobre, 
ácido paraminobenzóico e ácido pantatênico 
Diminuídas generalizadas: 
 Albinismo: relacionado a incapacidade dos melanócitos de sintetizar a tirosinase, 
levando a diminuição da produção de melanina. É uma despigmentação 
generalizada congênita 
- Lipofuscina (pigmento ceróide, lipocromo, pigmento do desgaste, pigmento do 
envelhecimento): é um marcador biológico de envelhecimento celular que aparece como 
grupo homogêneo de pigmento pardacentos, derivados da oxidação de lipídeos ou de 
lipoproteínas, geralmente insaturadas. Suas alterações ocorrem em caso de senilidade ou 
caquexia (caracterizando a “atrofia parda”) e acometem diversos tecidos como coração, 
músculos esqueléticos, fígado, adrenais, neurônios, tireoide e paratireoide, rins, ovários, 
testículos e até linfonodos. 
Macroscopicamente: é observado o empardecimento do órgão (atrofia parda) 
Micro: grânulos pardo-amarelados ou marrom escuros, distribuídos esparsamente no 
citoplasma ou próximo aos pólos dos núcleos nas fibras musculares 
PIGMENTAÇÃO ENDOGENA (relacionada a Hb) 
Pigmentos ferruginosos (quando cora com Azul de Prussia a reação é postivo) 
- Hematina (hematinoses): pigmentos resultantes de alteração do metabolismo da 
hemoglobina, sob ação de enzimas digestivas ou ácidos, seja de parasitos ou situações de 
exposição dos tecidos a pH variados ou acompanhados de hemorragia. Existe vários tipos 
de hematina. 
 ácido formolínica ou “Pigmento do formol”: é comum em tecidos hemorrágicos 
quando se fixa com formal vaia aprecer um granulo esverdeado, escuro – isso não 
indica nenhuma patologia. 
 ácido hidroclorídrica ou “pigmento da ulcera”: é formada pela ação do ácido 
clorídrico sobre a Hb, normalmente em caso de excesso desse ácido, como ulcera, 
gera-se um problema. 
 hematina malárica ou “hemozoina” ou “pigmento palúdico”: resulta da digestão 
enzimática da Hb pelo Plasmodium, então quando há ruptura das hemácias vai ser 
liberado o granulo castanho escuro no interstício ele vai ser fagocitado pelos 
macrófagos. 
 hematina esquistossomótica é resultado da digestão da Hb no tubo digestivo do 
Schistosoma mansoni (que ingere a hemácia, digere e regurgita, 
intermitentemente), levando a formação de grânulos castanhos escuros, 
principalmente nos macrófagos do fígado (Celulas Kupffer) 
- Hemossiderina (hemossiderose): pigmento se deposita no macrófago e esse pode ir 
para qualquer lugar do corpo, levando consigo essa deposição (pulmão, fígado, baço). A 
hemossiderina é um cristal brilhante, amarelo ouro, resultante da degradação da 
hemoglobina. A doença ocorre pela degradação excessiva da hemoglobina, seja ela local 
ou geral. Gera cristais e determina a mudança de cor. Macroscopicamente, é observada a 
mudança de cor dos órgãos antigidos que se torna amarronzados. Microscopicamente, é 
possível os cristais com reação positiva ao Azul de Prussia. 
 PIGMENTAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 14 
 
É uma doença autossômica recessiva em que tem uma alteração do metabolismo do ferro. 
Por um defeito na barreira intestinal tem sua absorção prejudica, de forma que ele fica 
acumulado no fígado (processo que dura a vida inteira) e em outras áreas do corpo 
(pâncreas, rim, glândulas), uma vez que ele não é eliminado facilmente, apenas pela 
menstruação, fezes e descamação de células do intestino. O acumulo intenso lá pela 
quinta/sexta década de vida, gera problemas como cirrose hepática, aumento de chance 
de câncer hepático, atrofia do pâncreas (promovendo Diabetes Mellitus - diabetes 
bronzeada, pois vai mudar a cor da pele), atrofia de túbulos seminíferos, problemas 
cardíacos (lesão dos parênquimas é causado pela reação do ferro). É mais perigoso em 
homens, pq nas mulheres saem um pouco na menstruação. Deve ser acompanhada e 
removida 
Pigmentos não ferruginosos 
- Porfirinas (porfirias): distúrbio na síntese do grupo Heme gera um acumulo da 
porfirina e dos anéis porfíricos. Pode ser hereditária (autossômica dominante) ou 
adquirida por intoxicação com hexaclorobenzeno (fungicida da de trigo e cerais) ou com 
Alil isopropil carbamida. 
As características clinicas e anato patológicas: pode ocorrer uma hiperporfirinemia e 
hiperporfirinúria e essa eliminação na urina faz com que esse excremento ao ser exposto 
ao sol fica com uma cor vermelho escura, pois, esses pigmentos apresentam uma foto 
sensibilização e quando está na pele gera uma dermatite. Há também mudança na cor do 
rim, pelo deposito de pigmento no parênquima renal. Pode haver deposição nos ossos e 
dente (dentes rosas) 
- Hematoidina: pigmentos derivados da metabolização das porto porfirinas, mas não há 
ferro aqui (azul de Prússia negativo). Ela tem estrutura semelhantes a bilirrubina e há 
deposito dela em lugares em que previamente houve uma hemorragia, ou necrose 
formando grânulos amarelados e placas flamboidais. Traduzem um processo localizado, 
o que diferencia um quadro de acumulo de bilirrubina 
- Pigmentos biliares (biliverdina , bilirrubina, urobilinogenio, urobilina, estercobilina): 
originado pelo metabolismo de protoporfirinas III, ocorrendo normalmente em células do 
sistema monócitico fagocitário em decorrência da hemocaterese. 
 
 PIGMENTAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 15 
 
A icterícia é uma desordem importante caracterizada por uma coloração amarelo-
esverdeada nos tecidos, causada pela elevação dos níveis séricos de pigmentos biliares. 
Macroscopicamente é visível a coloração, já microscopicamente bilirrubina impregnada 
nos tecidos nem sempre atinge concentrações suficientes p/ permitir a precipitação e 
assim ser visível a microscópicaótica. 
 
 
 
 CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS Nicoly Guimarães 71D 16 
Causadas pela deposição de cálcio dm locais onde não é normal a calcificação. É 
uma lesão muito frequente, porém, não traz graves consequências. Tanto nos tecidos 
ósseos quanto nas calcificações, é formado hidroxiapatita. Porém, a diferença entra essa 
formação é que nos ossos ela se dá sobre o colágeno, já nas patologias é feito no sobre 
outros substratos celulares. As calcificações podem ser: 
- Distróficas (ou local): afeta tecidos lesados e não depende dos níveis plasmáticos de 
cálcio - mais frequente e localizada. Restos necróticos são suscetíveis de deposição de 
cálcio, que ocorre sobretudo em locais com: 
 necrose caseosa: tuberculose 
 necrose por coagulação ou necrose gordurosa: esteatonecrose 
 combinação de cálcio + ácidos graxos. 
Há calcificação também nas cicatrizes, ateromas, cartilagens, válvulas cardíacas e 
tumores. Trombos venosos se calcificam formando flebólitos, e nas glândulas pode haver 
obstrução ductal pelos sais. Ocorrem também em casos de infarto antigos, ao redor de 
parasitas e larvas mortas, abscessos crônicos de difícil resolução. * em órgãos tubulares 
pode formar cálculos 
Em tecidos necróticos a deposição de cálcio é gradativa, iniciando por pequenos 
grânulos biofílicos periféricos, resultantes da deposição concêntrica de cristais de 
hidroxiapatita. A sua ocorrência é explicada por: 
 aumento local na concentração de fosforo/ cálcio, remoção de inibidores de 
calcificação e exposição de núcleos primário. Esta última é necessária para iniciar 
o processo. 
- Metastática (ou geral ou discrásia ou gota cálcica): resultante, nos tecidos normais, 
da hipercalcemia, em raros casos pode ser por hiperfosfatemia; - mais disseminadas 
A principal causa é a hipersecreção de paratormônio ou de moléculas 
semelhantes. Ele vai elevar a calcemia, por estimular a atividade osteoclástica e a 
reabsorção óssea. No hiperparatireoidismo primário, tumores como adenoma e 
hiperplasia do órgão são os responsáveis pela hipersecreção. Já no secundário 
decorrente de insuficiência renal, tem-se hiperplasia das paratireoides pela redução e 
cálcio sérico (insuficiência renal retém o fosfato e diminui o cálcio). Por ultimo pode ser 
por produção ectópica do hormônio decorrente de neoplasias. Outra causa é pela 
absorção excessiva de cálcio no tubo digestivo por intoxicação com vitamina D ou 
plantas calcinogênicas. Macroscopicamente: a área calcificada possui consistência 
firme, pétrea ou arenosa é resistente ao corte, com coloração brancacenta ou 
acinzentada. Faca range ao corte, é radio opaca (raio x) 
 
Microscopicamente: grumos basófilos irregulares (muitas vezes confundidos com 
bactérias) que confluem ou crescem formando grânulos maiores, as vezes fragmentados 
 CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS Nicoly Guimarães 71D 17 
devido a microtomia. Pode ocorrer também a formação de lamelas de deposição 
concêntricas, os corpos psamomatosos 
 
A evolução dessa patologia depende do lugar afetado e da intensidade, 
normalmente os depósitos são inócuos e inertes. Os casos sem complicações podem ser 
granulomas tuberculosos, abcessos crônicos, parasitos. Em casos graves, as 
consequências podem ser: 
 calcificação de válvulas cardíacas (estenose e insuficiências), complicações de 
ateroscleroses, potencialização da ocorrência de litíases, nefrocalcinose extensa 
(insuf. Renal), calcificação pulmonar extensa (insuf. Respiratória). A metaplasia 
óssea ou ossificação heterotópica é bastante comum, havendo metaplasia dos 
fibroblastos e das células mesenquimais indiferenciadas em osteoblastos e a 
formação de tecido osteopide. 
 
 
CALCULOS OU CONCREÇÕES OU LITÍASES 
Massas solidas, esféricas, ovais ou facetadas, compactas e de resistência argilosa 
ou pétrea. Sua composição varia de acordo com o órgão onde ele está, sendo que eles são 
originados em órgãos ocos, cavidades naturais do organismo, condutos naturais e no 
interior de vasos. ** núcleo orgânico (células descamadas, grumos bacterianos, massas 
de fibrina ou mucina, corpos estranhos) + sais inorgânicos precipitados 
- Os cálculos microscópicos ou microconcreções são também chamadas de corpos 
amiloides ou amilaceos, sendo geralmente concêntricos e hialinos sendo frequente nos 
ácinos prostáticos e nos alvéolos mamários. 
 CALCIFICAÇÕES PATOLÓGICAS Nicoly Guimarães 71D 18 
 
Figura 7 - cálculos biliares Figura 8 - hiperplasia benigna de próstata 
- Pseudoconcreções ou “fecálitos” ou cibalos ou fecalomas: material fecal dessecado, 
endurecido em consequência da constipação crônica. Não deve ser confundido com os 
enterólitos (raros) 
 
 
 
 
 
 
 MORTE CELULAR – APOPTOSE E NECROSE Nicoly Guimarães 71D 19 
 
 
APOPTOSE 
Morte celular programada em que a célula é estimulada a acionar mecanismos que 
vão levar a sua morte. Aqui ela não sofre autólise nem ruptura da membrana 
citoplasmática, mas sim uma fragmentação que fica envolvida pelas próprias membranas 
e que leva a célula a ser endocitada por células vizinhas, tendo seus fragmentos 
fagocitados. Nesse processo não é desencadeado uma inflamação, nem um inchaço da 
célula, pelo contrário, ela encolhe. Ela importante em situação fisiológica: 
 Destruição programada de células durante a embriogênese: o 
desenvolvimento normal está associado a morte de algumas células para o 
surgimento de novas células e tecidos. 
 Involução de tecidos hormônios-dependentes sob privação de hormônio: 
como célula endometrial que se desprende durante o ciclo menstrual e a regressão 
da mama após o desmame (terminada a fase de lactação, as células dos ácinos que 
proliferaram e secretaram leite entram em apoptose, restando apenas as células do 
ducto mamário. O que desencadeia o sinal da apoptose é a desestimulação dos 
hormônios que mantinham a secreção do leite). 
 Perda celular em populações celulares proliferativas: como o epitélio de cripta 
intestinal, mantendo assim um número constante 
 Morte de células que já tenham cumprido seu papel: neutrófilos na resposta 
inflamatória aguda e os linfócitos ao termino da resposta imune. Aqui elas estão 
privadas dos sinais de sobrevivência necessários, como os fatores de crescimento. 
 Eliminação de linfócitos autorreativos potencialmente nocivos: antes ou 
depois deles terem completado sua maturação para impedir reações contra os 
tecidos da própria pessoa. 
 Morte celular induzida por linfócito T citotóxico: defesa contra vírus e 
tumores. 
 MORTE CELULAR – APOPTOSE E NECROSE Nicoly Guimarães 71D 20 
 
 
Pode ocorrer também em condições patológicas: 
 Lesão de DNA: a radiação, as drogas citotóxicas anticâncer, as temperaturas 
extremas, e até hipóxia podem lesar o DNA diretamente ou através da produção 
de radicais livres. Aqui a apoptose, a eliminação das células é melhor do que 
arriscar uma mutação. 
 Acumulo de proteínas anormalmente dobradas: podem surgir de mutações nos 
genes que codificam essas proteínas ou por fatores extrínsecos como radicais 
livres. O acumulo dessas proteínas levam a um estresse do RE, que culminam em 
morte apoptótica das células 
 Lesão celular em certas infecções: vírus ou resposta imune do indivíduo pode 
induzir a apoptose 
 
 Atrofia patológica no parênquima de órgãos após a obstrução de ductos, como 
no pâncreas, rim e parótida. 
Alterações morfológicas e bioquímicas no apoptose: 
Externamente: célula encolhe e reduz o volume, formação de vesículas e bolhas 
na membrana, fosfatidilserina na monocamada externa. 
Internamente: citoplasma vacuolizado e condensado, desorganização da 
mitocôndria com liberação defatores pró- apoptóticos (citocromo C), ativação da via das 
caspases, agregação e fragmentação da cromatina, degradação de enzimas e do 
citoesqueleto. 
 MORTE CELULAR – APOPTOSE E NECROSE Nicoly Guimarães 71D 21 
 
 
Importância da apoptose 
- Condições fisiológicas: desenvolvimento embriológico e adulto 
- Regulação defeituosa (doenças): diminui em cancro, doenças autoimunes e aumenta 
em doenças neurodegenerativas, SIDA, osteoporose, envelhecimento 
Fases da apoptose 
 Iniciação: conta com os mecanismos de sinalização em que se tem diferentes 
moléculas sinalizadoras, como estresse oxidativo com a liberação de radicais 
livres, produção de glutamato, diminuição de fatores de crescimento e mutações 
genéticas. Esses levam ao aumento de radicais livres e aumento do cálcio 
intracelular que ativam uma via intracelular de moléculas pro apoptóticas (como 
BCL II- BAD e BAX). Essas moléculas levam ao aparecimento de canais na 
mitocôndria, levando a sua disfunção. 
 Efetora: com o desequilíbrio da membrana da mitocôndria leva a liberação de 
moléculas como o citocromo C que ativa a via das caspases e essas enzimas atuam 
sobre os substratos, núcleos e DNA celulares, fragmentando-os 
 Degradação: estruturas celulares sendo degradadas, proteólises, fragmentando 
citoplasma e núcleos, gerando todas aquelas alterações morfológicas externas. 
O DNA na apoptose é fragmentado em determinados sítios que são reconhecidos 
pelas caspases. Pode-se usar marcadores moleculares para ver se está havendo apoptose 
ou não. A ativação da via das caspases (proteases cisteinas aspárticas) que ativam outras 
proteases capazes de quebrar ácidos nucleicos (endonucleases) que degradam o núcleo 
gerando os corpos apoptóticos. 
Existem duas vias que determinam a apoptose: 
 Extrínseca: envolve molécula sinalizadora que vem do ambiente externo e se liga 
a receptores de membrana na superfície da célula condenada a morrer por 
apoptose. Aqui teria o receptor de membrana FAS que se liga a moléculas 
sinalizadoras da família FASL e entre as moléculas que fazem parte dessa família 
a mais importante é a TNF-alfa. Essa citocina ao se ligar ao receptor FAS ativa 
uma serie de proteínas dentro da célula que culminam com a ativação das caspases 
de iniciação que ativam as caspases executoras que vão quebrar o citoesqueleto 
 MORTE CELULAR – APOPTOSE E NECROSE Nicoly Guimarães 71D 22 
da célula e ativar endonucleases que leva a fragmentação do material genético e 
formação de vesículas. 
Aqui é importante ressaltar o receptor FAS tem afinidade com o LTCD8 porque 
nele tem um receptor de membrana que é FAS ligante. Quando o linfócito se 
prende a esse receptor FAZ ele ativa a proteína adaptadora e ela se prende ao 
domino intracelular do FAZ permitindo que a pro caspas 8 possa se ligar as 
proteínas adaptadoras e quando ela se liga vai haver clivagem de pro caspase em 
caspase-8 que vai passar a realizar seu papel. 
 
 Intrínseca: envolve a mitocôndria. Quando a célula é sofre a uma lesão, como 
diminuição do fator de crescimento, dano nuclear, dobramento de proteína errada 
vai atuar sobre uma família de proteínas chamadas de BCL-II, cuja algumas tem 
função pró-apoptótica e anti-apoptótica. A BCL-II tem atividade anti-apoptótica 
e na ausência de lesão celular, ela e a BCL-X regulam a via intrínseca para não 
gerar apoptose. Porem na presença de injuria celular a BCL-II é inibida e a 
proteína BAD que é pro apoptótica gera buracos na mitocôndria que leva a 
liberação do citocromo C e a ativa a via das caspases. 
Aqui é importante ressaltar que para a mitocôndria participar ela precisa ser 
perturbada para causar alguma injuria, nisso a BCL deve ser afetada pois ela anti 
apoptose. O citocromo C ao sair dela se liga a uma molécula adaptadora chamada 
PAF 1 e esse agregado vai receber a pro caspase-9 que vai sofrer clivagem e ser 
ativada, ativando a apoptose. 
 
 
Caspases 
Existem na célula em forma inativa, porem são ativadas quando são clivadas em 
determinados pontos. Algumas delas são iniciadoras ou ativadoras da morte como as 8, 
9, 12 que são as mais importantes. Já as executadoras de morte são a 3, 6 e 7 sendo a 3 
 MORTE CELULAR – APOPTOSE E NECROSE Nicoly Guimarães 71D 23 
mais importante. Ao serem ativadas essas caspases atuam como enzimas sob substratos 
específicos promovendo a sua quebra. 
Apoptose na clina médica 
Já foi comprovado a importância do apoptose na influência de algumas doenças, 
como a apoptose insuficiente que está ligado ao câncer e a apoptose excessiva que está 
acompanhada de algumas doenças. 
NECROSE 
Morte de células e tecidos no animal vivo e que, normalmente, é acompanhada de 
inflamação. As diferenças entre ela e a apoptose já podem ser percebidas, uma vez que 
neste ocorre morte célula única e na necrose é de um conjunto de células. A característica 
mais importante dos tecidos/células que estão em necrose. 
É importante ressaltar que a morte determinada por necrose é causada pela 
desnaturação de proteínas intracelulares e por digestões enzimáticas feita pelas enzimas 
do lisossomo quando ele descarrega as enzimas dentro do citosol. Nas células necróticas 
não é possível manter integridade da membrana, de forma que o material interno que está 
sendo degradado vai ser extravasado gerando uma reposta inflamatória. As enzimas que 
digerem a célula necrótica provem de lisossomo que podem ser também de neutrófilos 
que fazem parte do filtrado inflamatório e a digestão de conteúdos e celulares e a resposta 
do hospedeiro pode demorar horas para se manifestar. Então pode ter o processo 
patogênico, o agente etiológico atuando, mas não se tem as manifestações morfológicas 
se manifestando na hora, sendo que isso pode demorar de 3 a 12h. 
Causas gerais da necrose: 
 Qualquer agente lesivo desde que a lesão ultrapasse o limiar de adaptação celular 
 Venenos, produtos químicos (ácidos fortes, álcalis, inseticidas, mercúrio) e 
toxinas 
 Agentes infecciosos: bactérias, vírus, fungos, protozoários 
 Veneno de plantas, perturbações circulatórias como anemia, congestão e 
isquemia, também pode ocorrer por lesões mecânicas (tipo de corte, esmagamento 
e fricção) e físico (temperatura extrema, eletricidade, radicais livres). 
Mecanismos 
Um dos grandes problemas que ocorrem na célula e levam a necrose é a 
diminuição da energia. Tudo aquilo que interfira na fosforilação e prejudique a produção 
de ATP pode vai ativar uma serie de mecanismos relacionados a necrose, como hipóxia, 
anóxia e etc. Além disso, pode ter danos em estruturas celulares que são mais sensíveis a 
esse processo, como a mitocôndria. Há ativação da via pró apoptótica, mas vai ter também 
a ativação para necrose que ativada normalmente quando inibe a necrose. Vale lembrar 
que a diminuição de ATP já indica uma alteração na mitocôndria. 
A permeabilidade da membrana faz com que entre mais cálcio no citosol o que 
ativa enzimas para degradar estruturas celulares. Vai haver o aumento, também, da 
produção de radicais livres que vai atuar nas membranas, fosfolipídios, proteínas e no 
DNA. E a membrana da célula também vai gerar alteração na permeabilidade da 
membrana afetando o equilíbrio osmótico e a membrana pela peroxidação vai começar a 
perder os componentes celulares, sendo que ela vai romper e extravasar seu material. 
Ainda vai ocorrer estresse no RE, já que proteínas mal dobradas vão afetar o seu 
funcionamento. 
Fases da necrose 
 MORTE CELULAR – APOPTOSE E NECROSE Nicoly Guimarães 71D 24 
 Necrobiose: Uma vez ultrapassado o limiar da célula, a ação do agente lesivo vai 
ocorrer mas não vai haver alterações morfológicas. Normalmente, ocorre 6h após 
o início da lesão 
 Necrofonerosis: começa-se a observar no microscópio as alterações 
morfológicas. 
 Necrolisis: a célulajá morreu não existe mais. 
Características morfológicas: 
Macro: pode-se ver várias alterações no órgão, porem vai depender do tipo de necrose. 
O mais comum a perda de consistência e elasticidade verificados facilmente em órgãos 
paraquimentosos. Alguns órgãos podem mudar de cor, como pode-se ver nos infartos e 
necroses acompanhadas de processos hemorrágicos. 
Micro: perda de RNA de forma que a célula passa a ter afinidade pela eosina, ficando 
mais acidófila (rosa). Há também ação de enzimas que vão digerir as organelas 
citoplasmáticas, por isso ele vai ser observado com granulações, vacuolado e com aspecto 
de corroído. As células mortas podem substituídas por massas fosfolipídicas se 
assemelhando a figuras de mielina. Esses precipitados fosfolipídicos vão ser degradados 
em ácidos graxo e esses podem ser calcificados e com a saponificação vão ter essas 
calcificações que acompanham a necrose. 
 
Com a alteração nuclear podem ser apontadas três modificações: 
 Cariopicnose: redução do volume e aumento da basófila do núcleo porque ocorre 
uma contração do material nucelar e a condensação da cromatina 
 Cariorrexe: ruptura no envelope nuclear a formação de fragmentos irregulares. 
Não é como no apoptose que tem um número definido que fica solto no citosol 
 Cariólise ou cromatólise: dissolução total da cromatina porque tem a ação das 
nucleases que causam hidrolise desse material que leva a uma hipoacidose. 
 
 MORTE CELULAR – APOPTOSE E NECROSE Nicoly Guimarães 71D 25 
COMPARANDO NECROSE E APOPTOSE: 
 
Quando a célula ultrapassa o seu limite de adaptação ela pode morrer por 
necrose ou apoptose. A diferença entre ela é que durante a necrose há um edema, uma 
tumefação de forma que a célula incha e as organelas também que não é observado 
no apoptose em que a célula diminui de volume, parecendo murchar. Outra diferença 
que pode ser observada é a formação de bolhas no apoptose que pode ser observado 
na necrose. 
Enquanto a injuria progride a necrose termina com a quebra das estruturas 
celulares e todo o material degradado e liberado, sendo que essa lise é feita por 
substâncias quimiotáticas gerando inflamação. Na apoptose não há essa lise, mas sim 
a formação de vesículas sem rompimento de membrana. 
 
 
TIPOS DE NECROSE 
- Coagulativa: é a mais comum e é identificada pelo fato de que a arquitetura do tecido 
persiste, perdendo apenas algumas estruturas celulares, de forma que pode se reconhecer 
 MORTE CELULAR – APOPTOSE E NECROSE Nicoly Guimarães 71D 26 
o tecido afetado. Há a desnaturação de proteínas estruturais e enzimáticas que bloqueiam 
a proteólise, isso é um dos fatores que impedem a destruição total do tecido. É comum 
em órgãos que tem circulação terminal como baço, coração, pâncreas, suprarrenal e rim. 
 
Fig. 9- padrão típico de isquemia e infarto (córtex renal do rim) Figura 10 - Infarto de baço 
 
Figura 11 - lesão anóxica a esquerda, zona hemorrágica no meio, parênquima renal normal 
- Liquefeita: não inibe as enzimas que fazem proteólise, então o tecido vira uma massa 
liquefeita, formando uma massa amarelada. Pode ser observado no cérebro, suprarrenal e 
mucosa gástrica, podendo ocorrer também em áreas de infecção bacteriana (purulenta). 
A zona necrosada tem consistência mole e semifluida. 
Fig. 9 – derrame, com morte de neuron. e neuroglia 
 MORTE CELULAR – APOPTOSE E NECROSE Nicoly Guimarães 71D 27 
 
Figura 10 - infarto cerebral no canto sup. esq. Fig. 11 – macrof. a dir. fagocitando resíduos 
 
Fig.12 - abcesso lobos sup./inf. do pulmão Fig.13 - abcesso no rim com a massa no centro 
- Gangrenosa: se refere a morte de um tecido que foi determinada pela falta de fluxo 
sanguíneo ou por uma infecção bacteriana grave. Afeta as extremidades do corpo, mas 
pode ocorrer nos músculos e órgão internos. É uma forma de evolução de necrose, porque 
ela resulta da ação de agentes externos sobre o tecido necrosado, como por exemplo 
quando o tecido fica exposto ao ar e desidrata, gerando a gangrena seca. Tem também 
as gangrenas úmidas ou pútridas, aqui os tecidos vão ser invadidos por microrganismos 
anaeróbios produtores de enzimas que vão liquefazer os tecidos mortos e produzir gases 
de odor fétido que se acumulam em bolhas entre o tecido morto e não lesado. Já a 
gangrena gasosa é secundaria a um tecido já necrosado que via ser infectado pelas 
bactérias Clostridium. Nesta última, os fatores de rico podem ser diabetes, aterosclerose 
e câncer de colón, ferimento na pele ou membranas mucosas, cirurgias, punções venosas. 
Além disso, na sua fisiopatologia o Clostridium que faz parte da flora intestinal pode ser 
tornar patológicas em algumas condições como em anaerobiose. 
Ela é de início repentino e evolui de forma rápida e tem caráter grave, surge inchaço 
tecidual no local, sendo que é extremamente doloroso e creptante. Os sintomas sistêmicos 
podem ser sudorese, febre, ansiedade, dificuldade para respirar, perda de peso, palidez, 
coloração amarelada da pele e o tecido fica todo destruído. Se não há tratamento pode 
ocorrer choque, queda de pressão, insuficiência renal, coma e morte. O diagnóstico é feito 
pelos aspectos clínicos e anamnese. O tratamento é feito por debridamento cirúrgico, 
podendo ter que amputar, deve, ao mesmo tempo, administrar altas doses de potentes 
 MORTE CELULAR – APOPTOSE E NECROSE Nicoly Guimarães 71D 28 
antibióticos e analgésicos, pode haver complementação com oxigenoterapia hiperbárica 
p/ inibir as bactérias anaeróbicas. 
 Mecanismos: tem que ter uma agressão suficiente para interromper as funções 
vitais, permite que o lisossoma perca a capacidade conter as hidrolases. 
 Causas: agentes agressores que produzem necroses por: redução de energia, 
produção de radicais livres, ações diretas sobre as enzimas, agressão direta a 
membrana citoplasmática 
 
Fig 13 – gangrena seca Fig. 14 – gangrena úmida (DM) 
 Fig. 15 – tec. ósseo, adiposo, epitelial 
- Caseosa: tem esse nome pelo seu aspecto macroscópico que forma uma massa branca 
semelhante a queijo. Compartilha características da necrose coagulativa e liquefativa. Sua 
principal característica é a transformação de células necróticas em uma massa homogênea 
e acidófila, com núcleos picnoticos na periferia e núcleos que sofreram cariolise e 
cariorrex e não guarda as estruturas do tecido normal. É uma necrose característica de 
granulomas. 
 
Fig. 16 (esq.) – caseosa em 
pulmão 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 17 (dir.) – caseosa 
extensa, com cistos e 
cavidades 
 MORTE CELULAR – APOPTOSE E NECROSE Nicoly Guimarães 71D 29 
 Fig.18 – em cima n tem nucl. 
-Gordurosa: causada pela liberação de enzimas pancreáticas c/ autodigestão ou trauma 
de células gordurosas. Está associado a inflamação aguda e formação de deposito de 
cálcio e histiócitos. 
 
Fig. 19 – pâncreas Fig. 20: cel.adiposas perdem núcleos e citop é amorfo/rosa 
- Fibrinóide: tem deposito de material de natureza proteica na parede das artérias, 
acompanha as vasculites. 
 
- Gomosa: variedade da necrose por coagulação na qual o tecido necrosado assume 
aspecto compacto e elástico como borracha (goma), ou fluido viscoso como a goma 
arábica observada na sífilis tardia ou terciária (goma sífilicas) 
Consequências: 
- Dependem do órgão afetado, extensão e causas. 
 
 INFLAMAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 30 
Se for considerado apenas a etiologia da palavra significa “pegar fogo”. Em 
relação a patologia é uma reação dos tecidos vascularizadosa um agente agressor, 
caracterizada morfologicamente pela saída de elementos do sangue (leucócitos) e do 
plasma para o interstício. Os alvos de lesão, na presença do agente inflamatório são todos 
os componentes do tecido (nervos, vasos da microcirculação, parênquima celular, 
estroma – tecido conectivo). Quando esse agente atua é gerado uma resposta local com 
objetivo de combate. Tal resposta ocorre com a liberação de mediadores da inflamação 
que vão gerar modificações na microcirculação e migração celular. 
Dependendo do agente lesivo pode haver promoção inflamação e resposta, como 
ocorre com agentes biológicos, como fungos e bactérias. Nesses casos há a atuação de 
células fagocíticas como macrófagos e neutrófilos. Se o agente lesivo for físico ou 
químico vai haver morte celular e, novamente, terá a atuação das células fagocíticas para 
fazer a remoção dos restos celulares. Tais mediadores liberados pelos elementos do 
tecido, determinam que a resposta imunológica seja ativada, considerando tanto a inata 
quanto a adaptativa. 
Então diferentes fenômenos estão presentes na resposta inflamatória: 
 Irritativos: envolve a capacidade das células dos tecidos onde as mudanças estão 
acontecendo de perceber o ambiente pela presença do agente lesivo e ser 
sensibilizadas pelas mudanças, determinando a liberação de mediadores químicos. 
Uma vez que esses são liberados os fenômenos seguintes podem ocorrer; 
 Vasculares: na presença de mediadores químicos a microcirculação vai ser 
afetada, promovendo mudanças hemodinâmicas com alteração da permeabilidade 
dos vasos e promovendo a vasodilatação. A partir dessas alterações é possível o 
próximo fenômeno. 
 Exsudativos: há saída de elementos do sangue (plasma e células) do vaso para o 
interstício. 
 Alterativos (degeneração e necrose): lesões que ocorrem tanto por ação direta 
do agente lesivo ou por mecanismos indiretos causados por eles. 
 Reparativos: envolvem a capacidade do corpo de regenerar e cicatrizar 
 Produtivos: ocorrem quando se verifica modificações morfológicas no sentido de 
se obter ou produzir outros produtos. 
Essa inflamação é marcada por sinais cardinais que são: calor, rubor, inchaço, dor 
e perda de função. 
A justificativa desses sinais pode ser explicada da seguinte maneira: 
 o rubor e calor se relacionam a vasodilatação que determina o aumento do fluxo 
sanguíneo e da permeabilidade vascular. 
 Edema ocorre pela exsudação de fluido 
 Dor pela compressão das terminações nervosas 
 Perda de função devido aos processos de migração de leucócitos, formação de um 
granuloma e processos relacionados ao reparo. 
 
COMPONENTES DO FILTRADO INFLAMATÓRIO 
 INFLAMAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 31 
Macrófagos: células mononucleares que são capazes de 
fagocitose. Na resposta imunológica elas servem como APCs, 
logo processam o antígeno e a apresenta por meio do MHC ao 
linfócito T helper, ativando-o. Além disso, são células 
originadas dos monócitos do sangue de forma que esses 
quando saem do sangue emigram p/ tecidos e são ativados em 
macrófagos. Essas células são capazes de produzir TNF-alfa, 
IL-1, IL-8, que são citocinas com atividade pró inflamatórias. 
É importante entender que durante a resposta inflamatória, 
tem-se duas populações de macrófagos sendo ativadas. 
Primeiramente, se ativa os do tipo M1, que são 
originados dos monócitos e correspondem a atividade pró- 
inflamatória, liberando citocinas mediadoras. Além disso, tem 
função microbicida, com liberação de radicais livres e fatores 
quimiotáticos que fazem atração de células para o local da inflamação. Já o M2 vai ser 
ativado no fim da inflamação, quando se busca a resolução e reparo da lesão feita. Esse 
macrófago vai liberar citocinas diferentes, como as anti-inflamatórias e apresentar 
receptores diferente, participando da remoção de restos apoptóticos, reparo e 
angiogênese. 
 
 
Neutrófilos: são chamados de polimorfonucleares, 
contendo grânulos em seu citoplasma. Eles fazem 
fagocitose, principalmente de bactérias, e são os 
primeiros a chegar na região de inflamação, sendo que 
essa migração é estimulada por meio da IL-8. Quando 
eles morrem, a liberação de suas enzimas pode 
aumentar o dano da lesão instalada, já que elas atuam 
sobre células sadias, destruindo o tecido. 
 INFLAMAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 32 
Mastócitos: são tipos celulares caracterizados por apresentarem receptores p/ 
anticorpos (porção FC), sendo que se ligam principalmente a IgE e são capazes 
de liberar histamina (tem atividade vasodilatadora, aumenta a permeabilidade e 
permite a exsudação do plasma, permitindo a passagem de fibrinogênio p/ 
interstício. Além disso, liberam prostaglandinas, leucotrienos, diversas 
interleucinas e quimiocinas que atraem eosinófilos, sendo que IL -4, 5, 13 estão 
relacionas ao perfil de resposta em que se ativa o linfócito Th2 que tem atividade 
anti-inflamatória. Além das histaminas, os mastócitos liberam heparina e outras 
enzimas. 
 
 
 
Basófilos: são células do sangue que também migram p/ área de inflamação e 
contem núcleo grande e lobulado (em forma de S). Possuem em sua superfície 
a porção FC p/ IgE que está relacionada a resposta alérgica. Ainda tem 
receptores para proteínas que fazem parte do sistema do complemento (C3a e 
C5a). São capazes de liberar histamina e quando predomina a resposta com a 
presença de linfócitos Th2 no sentido de inibir a resposta inflamatória essas 
células se acumulam. 
 
 
Eosinófilos: são também granulócitos com núcleo bilobado e no seu citoplasma 
tem grânulos que se coram com a eosina. Eles produzem fator ativador de 
plaqueta e derivados do ácido araquidônico (prostaglandina, leucotrieno, 
tromboxanos). 
 
Células dendríticas: são sentinelas que ficam na mucosa, tendo como papel 
importante fagocitar o invasor e apresenta-lo ao LT. 
 
 
 
 
 
Células endoteliais: correspondem a células do endotélio e são ativados nas 
presenças do estimulo de IL-1, TNF-alfa, IFN-gama, liberação de quimiocinas 
e a partir da variação do fluxo e pressão sanguínea. Elas são ativadas também 
pela presença de histamina, prostaglandina e leucotrieno. Após a ativação elas 
vão produzir substancias que participam da coagulação e produzem moléculas 
de adesão que permitem a migração das células para o espaço intersticial. 
 
 
 
FENOMENOS IRRITATIVOS 
Para desencadear esses fenômenos é necessário que a célula seja estimulada. 
Dessa maneira isso pode ocorrer por: presença de organismos infecciosos, como 
 INFLAMAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 33 
bactérias, vírus, fungos, parasitas e toxinas liberadas por eles. Nesse sentido, esses 
microrganismos liberam moléculas chamadas de PAMPs que são percebidos pelas células 
a partir de ligação com receptores nas células (Toll). Outro fator estimulante é a necrose, 
já que o extravasamento do componente celular libera moléculas que ativam a inflamação 
como os DAMPs que também se ligam a receptores nas células. Além disso, corpos 
estranhos podem gerar essa resposta inflamatória, como ocorre também nas reações 
alérgicas, uma vez que o indivíduo responde a uma molécula que considera ruim. 
 
FENOMENOS VASCULARES E EXSUDATIVOS 
Uma das primeiras células a trabalharem na resposta inflamatória são os 
mastócitos. Eles apresentam diferentes tipos de receptores, entre eles aqueles que se ligam 
aos anticorpos. Quando esses receptores são ativados pelo anticorpo essas células podem: 
 Degranular liberando produtos como heparina, histamina e etc. 
 Ativar a expressão genes relacionadas a produção de citocinas 
 Ativar fosfolipases quevão quebrar fosfolipideos de membrana e produzir 
leucotrieno, prostaglandina e outras moléculas importantes. 
Sobre a histamina: ela atua sobre os vasos sanguíneos aumentando sua dilatação 
e permeabilidade, com isso tem-se o exsudato, ou seja, extravasamento do plasma para 
ocupar o interstício. Esse vai ser formado pelo plasma e vai conter fluidos com sais e 
proteínas, como fibrinogênio, oxigênio, além de células como monócitos e neutrófilos. 
Para o neutrófilo, assim como para outras células do sangue, a saída do vaso envolve uma 
ligação as células endoteliais do vaso para sair. Nisso, passa a ter a expressão de 
receptores tanto nas células epiteliais quanto nas que estão migrando, o que que permite 
a adesão das células as paredes para que as células sanguíneas possam passar entre os 
espaços das células endoteliais que surgem com o aumento da permeabilidade. Os 
monócitos que saem vão se transformar em macrófagos que irão liberar, posteriormente, 
a citocina TNF-alfa que atua sobre as células endoteliais promovendo a expressão de 
receptores nas membranas de moléculas que garantem a adesão das células do sangue. 
 INFLAMAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 34 
 
ALTERAÇÕES VASCULARES 
Essas ocorrem no início da resposta inflamatória: 
- Vasoconstrição arteriolar temporária: ocorre no terço capilar, ocorre de forma 
reflexa, pela presença do agente lesivo. Essa vasoconstrição impede a propagação do 
agente para o resto do corpo e permanece por alguns minutos. É acompanhada pela 
vasodilatação 
- Vasodilatação: induzida pelas aminas, como histaminas, e pode ser determinada pela 
presença do oxido nítrico. A presença desses compostos faz com que haja vasodilatação 
que vai promover o aumento do fluxo sanguíneo local, gerando hiperemia que promove 
o rubor. Esse fluxo alto tem como objetivo remover o agente lesivo e a garantia da 
exsudação, sendo que como resultado tem-se o edema e dor (resultado do aumento da 
pressão e estimulação nervosa local). 
- Vasodilatação arteriolar e vasoconstrição de vênulas: está chegando mais sangue na 
porção arteriolar do berço vascular, porem está saindo menos sangue pela porção vênular, 
como resultado da vasoconstrição. Isso vai acontecer por horas de forma que reduz o 
fluxo sanguíneo e aumenta a permeabilidade, faz com que o sangue corra bem devagar, 
o que é chamado de estase. Com a congestão aumenta-se a concentração de hemácias, 
levando o sangue a ficar mais viscoso. 
- Estase: com o aumento da viscosidade do sangue, há a marginação, ou seja, os 
leucócitos ao invés de correrem no sangue num fluxo laminar ele tende a se movimentar 
no sangue nas margens mais próximo a parede onde está o endotélio. 
“O que determina o aumento da permeabilidade dos vasos ?” 
O aumento da permeabilidade dos vasos ocorre porque há saída do plasma para o 
interstício. Com isso, aumenta-se a pressão ali e diminui a pressão capilar, fazendo com 
que o vaso crie essa tendência de permitir que o plasma saia. Além disso, outro fator, o 
aumento da síntese de ácido hialurônico, que é hidrofílico, permite que ele fique 
depositado no interstício, atraindo água para o local e deixando o meio mais hidrofílico. 
Essa hidrofilia é determinada, não só pela deposição de ácido, mas também pela 
degradação de substancia fundamental amorfa que apresenta uma certa repulsão a água. 
Há, também, a diminuição na expressão de claudina I, que faz parte da junção das zonulas 
de oclusão celulares. Sem a junção dessas células, fica mais fácil permitir a 
permeabilidade celular, favorecendo o exsudato. Por último, pode ter associação com a 
deficiência da drenagem linfática. 
Em relação ao infartoa diferença entre ele e o transudato é que no primeiro há alta 
concentração de proteínas, já o ultimo se encontra com baixa concentração dessas 
substancias. 
MARGINAÇÃO E EXSUDAÇÃO CELULAR 
 INFLAMAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 35 
Para fazer o rolamento é necessário a expressão das selectinas P,I e E que vão se 
ligar a ligantes que estão na membrana dos leucócitos e que, normalmente, são 
glicoproteínas em que se tem um tipo de carboidrato chamada Sialyl ligado a elas. Para a 
adesão é necessário que haja receptores no endotélio (ICAM e VCAM) para se ligarem 
as integrinas dos leucócitos. Para fazer a diapedese ou transmigração, no endotélio deve 
ser expresso o PECAM que vai se ligar as integrinas e CD31. Para migrar na matriz 
extracelular é preciso haja fibrina e heperan sulfato que vão se ligar as integrinas e CD44. 
 
Figura 12 - Atividade durante a exsudação 
 
Figura 13 (do lado do gráfico) - Vasodilat. c/ exsudação que levou a um derramamento de liq. c/ fibrina p/ os 
espaços alveolares junto c/ os PMNs 
MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO 
Alguns princípios gerais: 
 Todos eles se originam do plasma ou células localizadas em determinados órgãos. 
Se ligam a receptores celulares específicos, sendo que alguns funcionam como 
enzimas, outros estimulam a liberação de outros mediadores podendo amplificar 
ou modular a resposta. Também geram efeitos múltiplos em diferentes tipos de 
célula e possuem vida curta. 
 INFLAMAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 36 
Figura 14 - Funções principais dos mediadores 
 
 
METABOLITOS DO ACIDO ARACDONICO 
Esse ácido é liberado a partir da quebra dos fosfolipídios. Essa quebra é feita pela 
fosfolipase A2 que é ativada por estimulo mecânicos, químicos e físicos. O ácido vai 
gerar metabolitos que recebem o nome de eicosanoides que são gerados pelas enzimas 
ciclooxigenase e lipoxigenase. O quadro abaixo indica o que cada enzima produz: 
 INFLAMAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 37 
 
CITOCINAS IMPORTANTES NA INFLAMAÇÃO 
- Interleucina: tem ação pró inflamatórias que ativam essas células; 
- Fatores de crescimento: vão permitir que os monócitos se diferenciem em macrófagos 
e esse vai exercer ação bactericida, além de ativar NK e células dendríticas 
- Quimiocinas: atraem ou recrutam leucócitos p/ local de inflamação 
- Interferons: são importantes quando o agente lesivo é um vírus, pois eles são antivirais. 
Também ativam leucócitos. 
- Citocinas pró-inflamatórias: responsável por: febre, perda de apetite, choque, 
citoxicidade, indução de citocinas, ativação de células endoteliais e teciduais. 
O corpo responde a inflamação não só com manifestações locais, mas também 
sistêmicas: citocinas secretadas por macrófagos podem promover a perda de apetite, 
depressão, febre, PCR, perda de neutrófilos (neutrofilia). 
 
A resposta ao TNF depende da quantidade que está sendo produzido dele: 
 INFLAMAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 38 
 
Entre os mediadores inflamatórios, tem que se ter atenção para aqueles originados 
por proteínas plasmáticas, como proteínas do sistema do complemento, proteínas de 
coagulação e cininas. 
Figura 15 - Relação entre os sistemas de proteases plasmáticas 
 
- Proteínas do sistema do complemento: sabe-se que ele é composto por um conjunto 
de proteínas que defendem nosso organismo. Pode ser ativado por 3 vias diferentes: 
 Alternativa 
 Clássica (ativa-se a partir de um anticorpo) 
 Lectina (ativa-se a partir de um receptor de manose) 
Todas as vias se iniciam de formas distintas, mas a partir da quebra da proteína C3, o 
processo ocorre igual para as três vias. Essa proteína vai ser quebrada em: 
 C3a: se liga a receptores específicos dos leucócitos e ativa-os, favorecendo o 
processo de recrutamento. 
 INFLAMAÇÃO NicolyGuimarães 71D 39 
 C3b: se relaciona a fagocitose, sendo reconhecida pelo macrófago e aumentando 
a avidez dele. 
No final dessa via, as duas últimas proteínas que fazem parte do processo, se juntam, 
dando origem ao poro chamado de complexo de ataque a membrana. Esse se insere na 
membrana no microrganismo invasor alterando sua conformação e levando-o a morte 
Todos esses processos da imagem se correlacionam. Começa com o fator XII ou 
fator de Hageman que, a partir de determinados ativadores (colágeno, ativação de 
plaquetas, etc), é transformado em fator XIIa. Esse participa tanto a cascata da cinina, 
quanto o da coagulação. Na cascata da cinina esse fator ativado transforma a molécula 
pré-calicreina em sua forma ativa calicreina, que pode participar da transformação do 
fator XII. A calicreina se envolve na cascata da cinina onde a partir dessa primeira, se 
produz, por meio do cininogenio de alto peso molecular, bradicinina. Essa vai atuar no 
sistema fibrinolítico. Esse sistema vai permitir também a transformação de plasminogênio 
em plasmina que é fundamental na ativação do sistema do complemento e permite a 
produção de fibrina e seus derivados. 
O fator XIIa, também participa da coagulação, permitindo a transformação do 
fator XI em fator XIa que irá ativar outros fatores, tendo como resultado final a 
transformação de pró trombina em trombina e essa vai transformar fibrinogênio em 
fibrina que forma aquela malha. 
Essas cascatas são baseadas em enzimas que são produzidas na forma de pró ou 
pré enzimas que podem ser amplificadas na possibilidade de toda essa rede de cruzamento 
ocorrer. Elas geram produtos pro inflamatórios e apresentam interações mutuas 
Figura 16 - Ação dos mediadores inflamatórios 
 
A histamina tem pico em 1h e nesse tempo já se ativa o sistema do complemento que vai ser 
ativado durante horas e dias. Apenas no segundo ou terceiro dia esse sistema vai diminuir. Já o 
de cinina é ativado antes da primeira hora, sendo o seu pico em 4h, caindo antes de completar 1 
dia. A cascata do ácido araquidônico vem mais tardiamente, mas o pico é a partir das 5h se 
mantendo por mais tempo sua queda ultrapassando 4 dias. Tudo isso se relaciona 
potencializando a resposta inflamatória aguda. 
 
FENOMENOS ALTERATIVOS 
São marcados pela ocorrência de mudanças morfofuncionais no tecido submetido 
pelo agente inflamatório que vai promover ali lesões reversíveis (degenerações) e 
necrose. Essas lesões, que podem ser vistas em locais do filtrado inflamatório, podem 
ocorrer por causa direta do agente ou ser originada por outros eventos como: 
 Possibilidade de se formar trombos que se aumenta em algumas situações 
 Atividades de produtos que são liberados pelas células de defesa que vão 
aumentar as lesões como a liberação de oxido nítrico, radicais livres, entre outras. 
 INFLAMAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 40 
 A resposta imunológica também pode se associar quando há ativação do sistema 
do complemento e células NK. 
 
FENOMENOS RESOLUTIVOS 
Na medida em que remove o agente causador da inflamação é possível reduzir a 
intensidade da inflamação e a produção dos mediadores inflamatórios. Porém, esses 
mecanismos anti-inflamatórios são ativados durante a resposta, de forma que deve haver 
um equilíbrio entre os mediadores anti e pró inflamatórios. Isso vai definir se o processo 
vai evoluir para cura ou vai cronificar 
Esse fenômeno pode ser explicado a partir da imagem a seguir: 
 
Podem ter quatro caminhos diferentes para essa resolução: 
1. Resolver substituindo o tecido lesado, a partir do momento em que há o fim do 
agente e a diminuição do processo inflamatório, por um tecido normal como o que 
havia anteriormente. 
2. Em caso de lesão mais intensa essa resolução pode se dificultar, gerando uma 
cicatriz. Aqui vai ser substituído o tecido lesado por um tecido fibroso rico em 
colágeno no local. 
3. Formação dos abcessos como acontece na necrose de liquefação. Tem-se a 
cicatrização apenas na periferia, mas no centro tem uma massa de células 
liquefeitas com restos celulares, chamado de pus. Esse abcesso pode ser drenado 
e vai ser substituído por tecido fibroso. 
4. Se não for possível a eliminação do agente lesivo, a forma aguda pode progredir 
e levar a instalação de uma inflamação crônica. 
Na inflamação aguda ocorre principalmente mudanças vasculares e o infiltrado é 
formado sobretudo por neutrófilos e há liberação de mediadores da infamação. Já na 
crônica, tem muitas áreas de angiogênese com áreas extensas de fibrose formando cicatriz 
de colágeno e o filtrado inflamatório é constituído principalmente por células 
mononucleares. 
 INFLAMAÇÃO Nicoly Guimarães 71D 41 
Durante esse fenômeno de resolução vai haver mecanismos locais de resolução e 
mecanismos sistêmicos: 
Mecanismos locais 
- Modificações em receptores de células locais e da composição exsudato: no inicio 
da inflamação aumenta-se os mediadores pro inflamatórios assim como seus receptores 
nas células. Para resolver o problema tem que haver mudanças nesses receptores de forma 
que os mediadores sejam anti-inflamatórios, com o aumento dos receptores para esses 
mediadores. Então observa-se essa mudança tanto nos neutrófilos quanto nos monócitos 
que tem as seguintes alterações de receptores com ação inflamatória: 
 Maior expressão de receptores adrenérgicos e colinérgicos 
 Maior expressão de receptores P2 para adenosina 
 Maior expressão de receptores H2 para histamina (H1 é pró inflamatório) 
- Produção local de anti-inflamatórios: observa-se a produção de prostaglandina e 
leucotrienos. Sabe-se que no início da inflamação tem elevação da produção dessas 
moléculas pela via do ácido araquidônico. Nesse sentido as prostaglandinas, como a PGE2 
ativa a formação de mediadores pro inflamatórios, sendo liberados pelos macrófagos. 
Esse PGE2 é produzido pela via do ácido citada a partir da enzima COX-2. Porém, no 
fenômeno resolutivo, a produção de COX-2, induz a diminuição da atividade inflamatória 
pela produção de mediadores com ação anti-inflamatórias, como as lipoxinas e resolvinas. 
É um processo que se inicia na forma aguda, de forma lente, aumentando 
progressivamente até chegar na fase resolutiva 
- Mudança no comportamento de fagócitos e linfócitos: inicialmente eles eram 
estimulados pelos mediadores IL-1, TNF-alfa e receptores TLR. Porém, com o PGE2 vai 
a estimulação vai ser pela COX-2 e os produtos dela vão estimular a produção de 
macrófagos do tipo M2, que tem ação anti-inflamatórias. Apesar de ainda serem capazes 
de fagocitar eles também produzem IL-10 e TGF-beta que inibem a síntese de mediadores 
pro-inflamatórias. Além disso, o M2 produz fator de crescimento de endotélio vascular 
que estimula a angiogênese e o fator de crescimento de fibroblasto para promover reparo. 
Os LT que continuam a migrar pelo endotélio vão ser preferencialmente os LT 
supressores, por produzirem IL-10 e TGF-beta. 
- Remoção de células do exsudato: redução do estimulo de sobrevivência, estimulando 
a apoptose. Os neutrófilos facilitam a transdução de sinais pró apoptóticos e ao morrer 
liberam lisofosfatidilcolina que também estimula a chegada do M2. Além disso, os 
neutrófilos que estão em apoptose são capazes de sequestrar quimiocinas e, dessa 
maneira, diminuir o recrutamento de leucócitos. 
Mecanismos sistêmicos 
As citocinas IL-1, TNF- alfa e IL-6 induzem a resposta de fase aguda que vão 
atuar no fígado, fazendo com que ele libere proteínas dessa fase e outras que tem ação 
anti-inflamatórias, como anti protease e moléculas com atividade antioxidante. Isso 
diminui a lesão provocada pelos radicais livres 
No hipotálamo vai ter a produção do CTH que atua na adrenal e liberam 
glicocorticoides que são anti-inflamatórios que vão: 
 Reduzir a permeabilidade vascular

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