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LUTAS: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Unidade II
5 LUTAS NO ESPORTE PARTICIPATIVO
O Esporte Participativo engloba uma variedade prazerosa de atuação no campo das atividades 
físicas e tem o objetivo de instigar a população a tomar parte e persistir na prática esportiva como 
cultura corporal.
Tubino (2010) apresentou o Esporte Participativo direcionado às expressões físicas e motoras oriundas 
das modalidades esportivas que se relacionem com intenções de se buscar divertimento e interação 
social, associando e contribuindo aos propósitos de desenvolvimento pessoal.
Um fator que desperta estima é que o Esporte Participativo visa alcançar uma variedade 
bastante ampla de militantes, não impondo condições de idade e social, sujeitos com necessidades 
especiais, gênero etc.
Os equipamentos nos quais se realizam o Esporte Participativo também são muito flexíveis. Observa-
se que parques, praças, academias, clubes, praias, terrenos, escolas e instituições de nível superior 
(atividades de extensão comunitária em espaços ociosos e fins de semana) etc. são lugares que devem 
ser amplamente usados para possibilitar o desempenho do Esporte Participativo.
O envolvimento pessoal em grupos com objetivos comuns, o convívio, a experimentação, a troca 
de conhecimentos, a sociabilidade e os saberes interativos são características importantíssimas que 
se destacam.
É muito corriqueiro verificar-se colegas de trabalho, familiares, comunidades de idosos, de policiais, 
de regiões com carência social, estudantes e demais grupos sócio-interativos que se juntam e se 
envolvem em muitas atividades esportivas realizadas aos fins de semana, após o término das suas 
atividades profissionais e estudantis, para efetivação do lazer e recreação.
Por meio do Esporte Participativo, busca-se o comportamento social que provoque influências mútuas, 
desperte conscientização e aceitação social, dissemine a cidadania e explique as condições de se atingir 
melhores condições de comunicação humana e presença em sociedade, debata as responsabilidades 
familiares, contemplativas, políticas, educacionais, deveres e direitos iguais.
As particularidades intrínsecas das Lutas auxiliam no desenvolvimento integral do ser pela contínua 
troca de desafios por meio de influência mútua; exige-se que a prática seja desempenhada com seus 
colegas, ao lado de seus companheiros e através das críticas construtivas de todos os participantes. Os 
intercâmbios corporal, mental e psicossocial são permanentemente exigidos.
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Unidade II
As Lutas envolvem o contato corpóreo humano, as condições de trocas anatômicas são muito próximas, 
e necessita-se do uso de estratégias de atuação, pensamento hipotético, aceitação das próprias limitações, 
emprego das potencialidades físicas, da racionalidade e do domínio afetivo-emocional. Daí certifica-se a 
grande utilidade das Lutas no Esporte Participativo, auxiliando na construção de indivíduos mais influentes, 
centrados, os quais possuem ainda maior autocontrole emocional no universo da cidadania.
Percebe-se que a disciplina de Lutas é muito atraente para ser usada como ferramenta de efeito no 
Esporte Participativo.
5.1 Segurança pessoal no uso cotidiano
Vários historiógrafos descreveram a necessidade que os monges tinham de se defenderem dos 
ataques de saqueadores de seus templos. Os escritos mais conhecidos expõem o monge budista indiano, 
Bodhidharma, 527 d.C., como precursor da criação de métodos de Defesa Pessoal que permitiram aos 
religiosos protegerem seus bens. Os procedimentos mais especializados dessas realizações corporais 
foram criados por meio de técnicas baseadas em movimentos de ataques e defesas que eram feitos por 
vários animais (ASHRAFIAN, 2014).
Os samurais foram outra classe de guerreiros e estudiosos que aprofundaram o treinamento de 
técnicas de Lutas, em especial com uso de espadas e outros implementos, além da utilização de golpes 
e técnicas que pudessem submeter seus adversários apenas com o emprego das mãos, contra atacantes 
equipados com armas de corte. A casta dos samurais entendeu a importância da prática dos exercícios 
conjuntos de Defesa Pessoal para instigar os seus praticantes a refletirem a respeito da necessidade de 
estabelecer relações com seus adversários e respeitá-los. Essa prática conjunta marca notadamente a 
obrigação de perceber que os seus oponentes é que vão propiciar condições de apontar suas debilidades, 
permitirão que se descubram alternativas de tomada de decisão diante dos desafios impostos e 
possibilitarão aprofundar o conhecimento sobre a própria melhora em todos os níveis de atuação do ser.
É notável que em épocas remotas várias Artes Marciais e Lutas se difundiram mais como atividades 
de Defesa Pessoal.
É imprescindível atentar que tempos contemporâneos, infelizmente, ainda propiciam grande 
incidência de acometimentos, assaltos e violência urbana, os quais afetam diretamente a população 
em geral. Desse modo, muitas pessoas procuraram academias e clubes especializados nessas Lutas para 
poderem exercer seus direitos de defesa em caso de ataques e brutalidades cotidianas. Obviamente, 
o papel do professor no treinamento foi e sempre será fundamental para a construção de equilíbrio 
emocional daqueles que desejam se utilizar de meios de autodefesa.
Portanto, chama-se a atenção para o fato de que essas atividades de Artes Marciais e Lutas, 
praticadas sem intuito competitivo, propiciam ampla sociabilidade e permitem reunir muitas 
pessoas com interesses comuns na prática desportiva voltada para a segurança pessoal. O esporte, 
aperfeiçoado em combates corpóreos, volta-se para engrandecer o ser humano na busca de ideais 
de participação na convivência sadia, que elevem sua autoestima e que tragam autoconhecimento e 
melhores relações interpessoais.
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LUTAS: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
 Lembrete
As Artes Marciais na Antiguidade significavam excelência para a guerra, 
atualmente querem dizer prática de atividade física com objetivo de 
autoconhecimento, interatividade e equilíbrio pessoal.
Quando descrevemos Esporte de Participação, no caso específico da prática das Lutas norteadas 
para a segurança individual, é primordial que o uso dessas técnicas de Defesa Pessoal seja feito somente 
em condições que lhes possam ser totalmente favoráveis. O seu uso é extremamente restrito e rigoroso 
e deve ser dirigido somente para legítima defesa, com precisão absoluta e culminante capacidade de 
ação que não permita ao agressor reagir. O Esporte Participativo aponta para a prática e o exercício que 
permita treinar e adquirir condições de cumprir somente controle, domínio e autoridade sobre os seus 
agressores e jamais se valer de suas propriedades de exterminação ou para causar danos físicos e morais 
irreparáveis. Como exemplo, vê-se a prática de esporte de Defesa Pessoal dirigida para a construção da 
autoconfiança e do estabelecimento de atitudes conduzidas para o bem-estar de todos. Modalidades 
como Aikido, Hapkido, Judô, Karatê e Wushu destacam-se nas procuras para esses conhecimentos.
Por terem ultrapassado tantos séculos de costumes políticos e sociais, e partindo do princípio de 
resguarda de seus valores de fundamentação filosófica, as Artes Marciais constituem uma prática 
de excelência para a autopreservação. A constante solicitação cognitivo-emocional que exige de seu 
praticante, apoiada em preceitos tais que formam a disciplina física, a incitação à tomada de decisão 
instantânea e prevenida, com extremaexatidão e respeito ao seu contendor, imbui seus participantes 
a compreenderem os aspectos primordiais de planejamento de ações. Portanto, antecipação, prontidão 
emocional, física e motora e alerta dos sentidos são características que afloram no assíduo praticante de 
Lutas. A estruturação da Defesa Pessoal, por meio da prática das Artes Marciais, sustenta seu participante a 
possuir amplo preparo emocional, contenção, inteligência emocional, autoconfiança e preservação da vida.
Obviamente, a prática e o emprego dessas Lutas, ao longo do tempo, também passaram por 
deturpações de indivíduos despreparados, talvez em maior ou menor escala em distintos períodos. Várias 
pessoas obtiveram o conhecimento das técnicas de confronto corporal, sem terem sido estruturadas 
cognitiva e emocionalmente para conviverem com os princípios de sua utilização em sociedade. Assim, 
percebem-se diversas ocasiões nas quais sujeitos intimidam seus pares, abusam de atitudes descabidas 
que se baseiam na violência, sujeitos que pertencem a clubes e academias sem registro nas devidas 
instituições e sem fiscalização do poder público, treinados por supostos professores de Artes Marciais, 
os quais estão totalmente desvirtuados dos preceitos filosóficos das Lutas. Esses indivíduos criam uma 
visão totalmente equivocada dos valores sócio-afetivos a serem edificados pelo aprendizado das Lutas 
e das respectivas técnicas de autodefesa. Preparam-se para se sobressair fisicamente e atemorizarem 
outras pessoas por intermédio de atitudes que podem ser consideradas de pouquíssima capacidade de 
inteligência em relação à sua participação na coletividade.
Foram corriqueiras as notícias vinculadas na mídia, na década dos anos 1980, sobre rapazes 
que se imbuíam do espírito de valentões, vestidos com uniformes de soldados, detentores de cães 
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considerados agressivos, treinados e desvirtuados de sua natureza doméstica, em particular os da raça 
pit-bull, para atuarem como verdadeiros delinquentes e desordeiros. Os jornalistas até apelidaram 
esses delinquentes de pit boys.
Eram esses baderneiros, e ainda se encontram alguns de seus delituosos seguidores, praticantes 
de Lutas e Artes Marciais, de musculação e dispostos a incitarem brigas e confusões, com intuito 
único de causarem confusão, pânico, perturbação e fazerem valer seus atributos físicos. Felizmente, a 
própria sociedade os descaracterizou, e não acatou esses grupos distorcidos de valores e que afetavam 
a convivência pacífica, pois esse não é o sentido da prática participativa nas Lutas, tampouco dos 
adeptos da Defesa Pessoal. Assim sendo, nota-se que a incidência desses sujeitos e de instrutores 
de Lutas de categoria duvidosa tem se reduzido consideravelmente na sociedade. Além disso, esses 
fomentadores irresponsáveis da violência vêm perdendo terreno para profissionais de gabarito. Cada vez 
mais profissionais de Educação Física se capacitam no universo das Lutas e da Defesa Pessoal e antigos 
instrutores dessas modalidades têm se dirigido aos cursos de Educação Física para fundamentação e 
ampliação de seus conhecimentos.
 Observação
Defesa pessoal tem por objetivo sempre evitar o confronto.
Profissionais de Educação Física têm se pautado pela constituição de atitudes condizentes com a 
civilidade ao empregarem a prática de Lutas para a Defesa Pessoal que visa à formação do ser. Estes 
profissionais dirigem o aprendizado das técnicas de Lutas, nas mais diversas instituições, com objetivo de 
lazer, recreação e construção de valores sociais em harmonia com os bons costumes. Nitidamente, esses 
indivíduos seguem todas as determinações acadêmico-científicas e se pautam firmemente pela ética, 
oferecendo a prática dos elementos corporais de combate para cultivar raízes que gerem indivíduos 
compromissados com os mais nobres valores de convivência social, tais como: solidariedade, empatia, 
voluntariedade, disciplina, hierarquia, contenção, cortesia, polidez e respeitabilidade.
5.2 Segurança pública e a prática participativa nas Lutas
As corporações militares sempre procuraram a Educação Física como ferramenta auxiliar para 
preparação de seus membros, ainda mais na prática de modalidades de combate, inerentes à condição 
de confrontos permanentemente usuais em sua profissão.
Primeiramente, no âmbito militar, as Lutas tinham função de preparar corporalmente as tropas, 
com intuito de proporcionarem boa disposição física, competência para suportar longos deslocamentos, 
falta de conforto e capacidade de enfrentamento corporal por meio da força e com o uso das armas de 
combate frente a frente com o inimigo.
Apesar de efetivos militares das cidades brasileiras terem sido criados desde 1830, ainda no Império, 
somente no início do século XX o esporte para treinamento combativo por meio de força pública 
foi introduzido na polícia militar brasileira. Anteriormente, os treinamentos físicos eram feitos por 
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intermédio de ordens unidas militares como marchas, carregamento de armas e treinamento de tiros. 
A partir de 1910, com a chegada do francês Delphin Balancier para coordenar a instrução de Esgrima 
e Ginástica para os soldados de São Paulo, foi introduzida a sistematização e aplicação esportiva da 
Educação Física dos soldados paulistas. Além dos combates realizados com bastões e Esgrima à baioneta, 
outra modalidade que se distinguiu no treinamento militar de combate corporal foi o Boxe savate – 
mistura do Boxe, por meio de socos associado com o Savate, técnicas de chutes e pontapés, que tem 
origem francesa (POLICIA MILITAR DE SÃO PAULO, [s.d.]).
O Esporte Participativo nos grupos das polícias militares, sobretudo no adestramento com Lutas, 
Artes Marciais e Defesa Pessoal, está difundido de modo bastante abrangente no território brasileiro. 
Cada vez mais se certifica a participação de agentes militares em práticas específicas de Lutas com 
intuito exclusivo de servir bem profissionalmente, em particular nos parâmetros da segurança pública.
A segurança pública é responsabilidade de todos e sua finalidade é proporcionar proteção à vida, 
ao patrimônio, à ordem, prevenindo criminalidade, efetiva ou potencial, distúrbios e vandalismos 
que coloquem em risco quaisquer cidadãos. As polícias militares foram criadas com essa intenção 
específica, e especialmente a favor da população. Seus integrantes nada mais são que seres humanos 
iguais a todos os habitantes da nação, com os mesmos deveres e direitos e, por essa razão, o seu preparo 
deve ser muito profundo e de excelência para atender as demandas de ordem social, preservando os 
direitos constitucionais.
Esses profissionais têm de lidar com exacerbações de grupos políticos, associações de classes e 
coligações sociais, as quais muitas vezes invadem o direito dos outros e agem de maneira a ultrapassar 
os limites do posicionamento pacífico e ordeiro em suas manifestações. Também enfrentam interesses 
de criminosos, bandidos, traficantes e combatem a criminalidade, colocando em risco suas vidas e a 
segurança de suas famílias.
No âmbito da força pública, o treinamento das tropas militares urbanas e rurais tem mostrado 
movimentos inteligentes por meio da prática desportiva de Lutas, com a finalidade de capacitar 
seus representantes para melhor atuação profissional. Não se mira somente a preparação física, mas 
principalmente a habilitação cognitiva e emocional de enfrentamento contra criminalidade, vandalismo, 
desordens, destruição efetiva e potencial de patrimônio público e particular, atentados e ações que 
coloquem a vida cidadã em risco. Os agentes públicos de segurança sereúnem para receber treinamento 
que os elevem na condição do trato comunitário e pessoal, aprendem e reforçam técnicas decisivas em 
abordagens e ações de proteção, vigilância e prevenção.
Há muito tempo a Defesa Pessoal se difundiu nos ambientes militares e policiais como modo de 
treinamento específico para confrontos nos quais se necessitem de estratagemas a fim de conter 
manifestações de ordem aparelhadas ou caóticas. Como já apresentado, as Artes Marciais disseminam 
oportunidades de conscientização corporal, contenção emocional e atuação racional imediata com 
domínio da situação. Desse modo, os componentes das forças públicas, ao praticarem comumente as 
Artes Marciais, parecem apresentar melhores condições para salvaguardar e proteger a vida de todos os 
envolvidos em atos exacerbados e que não respeitem os direitos de outrem.
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Portanto, com a prática das Artes Marciais, os grupos que atuam nas forças públicas reúnem 
condições de melhor envolvimento profissional e social, expandem seu conhecimento para a sociedade 
e prestam benfeitorias à cidadania.
5.3 Lutas e a promoção da saúde
Na história humana encontram-se manifestações corporais que mostram a prática de atividades 
físicas e esportivas para o patrocínio e a difusão de métodos essenciais que produzam promoção da 
saúde, construção estética relacionada à beleza interior e exterior, desenvolvimento de força, despertar 
da vivacidade e conquista de bem-estar.
Na Antiguidade, termas, circos romanos (pistas e campos em geral circulares, ovais ou retangulares), 
anfiteatros, estádios, coliseus, piscinas, rios, salas imperiais, templos e monastérios, dentre vários locais, 
abrigavam treinagens, lazer e disputas esportivas voltadas às populações, aos imperadores, políticos 
renomados, reis e faraós. Esses treinamentos buscavam atingir os objetivos mais diversos, mas entende-
se que sempre havia preocupação em se causar transformações físicas importantes para a construção 
de indivíduos que se prestassem às atividades guerreiras, servir à pátria, divulgar o belo, debater a ética 
e apresentar melhores condições de vida.
Dentre essas práticas, as Lutas foram importantes exercícios que possuíam grande receptividade 
para a construção de físicos avantajados, estruturas corporais bem definidas, formosura estética e 
demonstração da associação diligente de coragem e inteligência. Esses conceitos eram muito apregoados, 
independentemente de as Lutas terem sido usadas para, em várias oportunidades, gerarem ideias e 
posicionamentos relativos à violência e às atitudes bárbaras e cruéis, como nos Jogos de Combate 
protagonizados pelos gladiadores romanos.
Atualmente, ainda trazendo alguma condição midiática de exercício que pode gerar a violência, 
mas graças ao papel essencial da expansão da Educação Física, as Lutas têm se estabelecido como 
excelentes experiências para promover a intervenção e as mudanças que levaram os gregos e orientais 
a apreciarem suas qualidades relacionadas à promoção física, à estética e ao vasto desenvolvimento 
humano. A aceitação e expansão das Lutas fomentaram o aparecimento das academias especializadas, 
isto é, individualizadas, sendo de linhagem segmentada e propondo a continuidade de uma modalidade 
de Luta única. Também surgiram as academias de ginástica generalizada. Daí, oferecendo atividades 
de ginástica localizada e de ritmos, musculação, corridas, natação, hidroginástica etc., ou seja, práticas 
mais diversificadas. A partir de agora, serão chamadas, respectivamente, de academias específicas e 
academias convencionais.
As academias específicas, como já foram mencionadas, concentram-se em uma modalidade de 
Luta singular. Elas ordinariamente oferecem a prática de Modalidades de Esporte de Combate ou Arte 
Marcial. Como exemplos, podem-se encontrar academias específicas nas seguintes modalidades: Boxe, 
Judô, Karatê, Muai Thay, Tae kwon do, Wushu, Yoga e Jiu-Jitsu.
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Essas academias específicas têm objetivos bem dirigidos, querem atingir o máximo de aperfeiçoamento 
na modalidade. As preocupações de alguns dos frequentadores aliam-se a propósitos que disponibilizam 
prática assídua para manutenção e realização de atividades físicas, tirarem tensões físicas e psíquicas, 
buscando bem-estar e autoconhecimento, enquanto outros se focam no aperfeiçoamento técnico 
máximo, pois desejam participar de competições de alto nível ou tornarem-se professores da modalidade. 
Nesses locais a preocupação é oferecer adestramento característico e por isso se percebem treinos 
intensos, contendo combates e enfrentamentos corporais, com maior rigor técnico. Não existe, de modo 
generalizado, direcionamento voltado à condição de alcançar parâmetros estéticos corporais. Existe 
disciplina, ritualização e movimentos atribuídos a condições filosóficas e fundamentos espirituais, próprios 
dessas Artes Marciais e que compactuam com pensamentos e experiências dos instrutores e mestres.
Essas academias têm uma grande presença no Esporte Participativo, pois congregam muitos adeptos 
e acomodam momentos de interação social, construção de interesses comuns, desenvolvimento físico, 
cognitivo e psicossocial.
 Saiba mais
Para mais informações, leia o estudo a seguir que se relaciona com a 
matéria:
SCHWARTZ, J. Aptidão física relacionada à saúde e qualidade de vida 
de praticantes de lutas, artes marciais e modalidades de combate da 
cidade de São Paulo. 2011. Dissertação (Mestrado em Biodinâmica do 
Movimento Humano). Escola de Educação Física e Esporte, Universidade 
de São Paulo, São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/
teses/disponiveis/39/39132/tde-17022012-085028/pt-br.php>. Acesso em: 
21 mar. 2018.
Por sua vez, devido à ampla oferta de tecnologia e ao sedentarismo, provocado por hábitos de vida 
ligados ao conforto, urbanização, uso de automóvel em vez de caminhadas e consequente redução das 
mobilidades corporais, grupos de pessoas preocupadas com a saúde passaram a procurar academias de 
ginástica convencionais. Também se constataram que medidas de segurança nas cidades, restringindo 
espaços públicos de lazer, recreação, desocupação direcionada à realidade virtual e falta de atividade 
física, aliadas à oferta enorme de alimentação rica em calorias cada vez mais notória, arremataram 
muitas pessoas a buscarem a compensação pela falta de movimentação e de gasto calórico com 
participação efetiva nessas academias convencionais. As mais variadas atividades de ginástica, aquáticas 
e de musculação vêm sendo oferecidas nessas instituições que divulgam a venda da saúde e a estética 
corporal. As aulas apresentadas são dinâmicas, com agitações físicas intensas e concentradas em 
períodos de aproximadamente 60 a 90 minutos de movimentação. Os públicos mais participativos são 
jovens e adultos em idade universitária e economicamente ativos.
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As Lutas, a princípio, não eram oferecidas nesses espaços socioesportivos. O aprendizado de Lutas 
relacionadas ao Esporte Participativo era raramente encontrado, apenas dentre alguns pioneiros se 
ofereciam modalidades específicas de Artes Marciais. Muita gente mantinha a ideia de que as Lutas 
poderiam causar danos e lesões decorrentes dos contatos corporais e falavam em evitar esse acostamento 
corpo a corpo, exigido nas Lutas tradicionais. Contudo, os interesses desse conjunto de pessoas têm mudado 
constantemente, pois parecem procurar variabilidade. Elas se focalizam nas informaçõesda mídia e nas 
divulgações referentes aos programas de perdas calóricas, além de associações relativas à moda corporal, 
beleza estática e posicionamento social. A vasta divulgação de que se podem alcançar perdas calóricas 
importantes por intermédio das execuções de gestos técnicos de Artes Marciais e Modalidades de Esporte 
de Combate têm incentivado a procura de aulas respectivas nas academias convencionais.
Professores de ginástica e instituições voltadas para aulas nessas academias de vanguarda 
programaram atividades que se aproveitam dos fundamentos técnicos das Lutas, imitando-os e 
mesclaram com movimentos dinâmicos. Esses arranjos motores são formatados de modo coreográfico, 
assim se parecendo ou lembrando, em alguns casos, com as rotinas de formatos simétricos e estruturados 
das Artes Marciais chamados de kata, no Judô e no Karatê, poomse, no Tae kwon do, e kati, no Wushu. 
As repetições são exaustivas e calculam-se perdas calóricas da ordem de 700 a 800 kcal/h (2.900 KJ a 
3.350 KJ). Esses números são elevados e trazem euforia aos frequentadores, pois auxilia na aquisição 
de cumprimento aos padrões estéticos e de comportamento social, em geral baseados em ingestão 
de alimentos com quantidade calórica bem acima do necessário para a sobrevivência e tentativa de 
eliminação contínua dos excessos absorvidos.
Empresas especializadas criaram lições de Lutas acompanhadas de exercícios aeróbios, com 
extraordinária perda calórica. O fator adicional que tem atraído muitos participantes foi o de haver 
condição suplementar de que não há absolutamente qualquer contato corporal. As práticas são feitas em 
grupos de características bem semelhantes e a participação de mulheres é abundantemente percebida.
Nas academias convencionais, o ensino de Lutas destaca modalidades como o aeroboxe; que alia 
vários tipos de socos, esquivas e deslocamentos corporais típicos das Lutas de Boxe, e o Muay Thai 
aeróbio com joelhadas, cotoveladas e chutes efetuados no ar, tais como os realizados na própria Luta 
como se tivessem enfrentando um adversário imaginário. Bodycombat e Bodyattack, as quais são marcas 
registradas da body systems – Les Mills (Nova Zelândia) –, apresentam misturas de gestos técnicos das 
Lutas, como: chutes elevados, esquivas e murros. Também há o Kickboxing, outra modalidade muito 
utilizada nas academias convencionais, sendo a combinação ágil de cuteladas, socos e pontapés, enfim, 
uma mistura de Karatê com Boxe.
Igualmente, um novo estilo vem se destacando: as aulas de Luta funcional. Algumas modalidades 
foram criadas a partir de movimentos relacionados com operacionalidade cotidiana e movimentos de 
Lutas, aparecendo com o nome de Muay Thai funcional e Boxe funcional, compondo circuitos aeróbios 
com elásticos, bastões, levantamento de pesos e movimentos clássicos dessas Modalidades de Esporte 
de Combate.
É inegável que perdas calóricas tão proeminentes, obtidas pelas aulas de Lutas nessas academias 
convencionais, satisfazem vários quesitos relacionados à saúde, atingindo parâmetros médicos 
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importantes, como: combate ao sedentarismo, emagrecimento, auxílio no controle de regulação de 
pressão arterial, redução glicêmica, bem-estar e redução de tensões e estresse profissional.
Essas aulas de Lutas em academias convencionais são tão intensas que promovem grandes 
modificações corporais, tais como: tonificação dos músculos e aumento da autonomia motora. Além 
disso, decorrem resultados estéticos fartamente esperados, pois além do emagrecimento e da redução 
de massa gordurosa, a ativação sanguínea é bastante intensa e tão bem generalizada que parece 
adicionalmente trazer maior elasticidade ao tecido tegumentar.
Como promotora de aspectos importantes na obtenção de bem-estar e aquisição de elementos que 
favorecem manutenção ou melhoria da saúde, as Lutas conquistam presença cada vez mais abrangente 
no Esporte Participativo, e ultimamente sua atuação têm amparado de modo inclusivo pessoas mais 
idosas a fim de recuperar autonomia e funcionalidade. Adiante vamos explorar essas características 
aplicadas no universo dos seniores.
5.4 Idosos e as Lutas
As consequências do avanço cronológico constituem uma verdade absoluta para todos os seres 
humanos. A população idosa vem aumentando e carece de cuidados atentos relativos ao processo de 
envelhecimento. Sabe-se que tal etapa traz a necessidade de adaptação frente às condições que vão 
se estabelecendo, em acordo com as etapas de perdas biológicas e comprometimento físico, motor, 
psicológico e, mais tarde, igualmente, cognitivo.
As principais perdas biológicas em direção ao envelhecimento são relacionadas aos danos fisiológicos, 
à maior lentidão nas regulações metabólicas e à redução nas atividades do sistema imunológico. 
Prejuízos ao sistema ósseo, com redução no processo de captação de minerais essenciais para a boa 
composição óssea, ocorrem e são comuns, principalmente em indivíduos que não praticam atividade 
física de impacto muscular adequado e têm ingestão insuficiente de nutrientes eficazes. Os avanços 
etários, associados à falta de atividade física, provocam, por conseguinte, perda de conteúdo contrátil 
muscular e prejudicam os ajustes das articulações.
Assim, acontece redução na formação de glicoproteínas necessárias para o apropriado 
funcionamento das articulações sinoviais, regiões importantíssimas à mobilidade, aos deslocamentos 
e à autonomia motriz. Essas articulações são localizadas especialmente nos tornozelos, nos joelhos, 
nos punhos, nos acetábulos da região pélvica e na cintura escapular. Elas vão perdendo sua principal 
característica: a flexibilidade.
Por sua vez, os músculos vão perdendo a capacidade de mover, resistir e potencializar forças 
cotidianas, inclusive a própria tonicidade para manutenção funcional anatômica e autonomia motriz 
generalizada. A musculatura vai ficando com menos elasticidade e reduzindo a capacidade para 
mobilizar as fibras necessárias à contração muscular solicitada. Essas perdas se agregam às reduções na 
transmissão de impulsos nervosos às unidades motoras. Consequentemente, há considerável diminuição 
nas capacidades de cumprimento de significantes tarefas motoras.
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A perda de força é um dos motivos para causar problemas de quedas, que são desastrosas aos 
idosos, pois provocam fraturas facilmente e demandam certa imobilidade para a sua recuperação. 
Idosos – mais ainda – precisam de movimento para estimular suas funções metabólicas, capacidades 
fisiológicas e imunológicas.
As tarefas motoras mais prejudicadas no processo de envelhecimento são as perdas no equilíbrio, o 
detrimento da posição postural, a alteração no padrão de caminhada e o mais marcante, que é o aumento 
do tempo de reação. As quedas, as limitações de mobilidade e de reações musculares apropriadas, a 
redução da produtividade física e mental, o sedentarismo e os problemas de saúde são consequências 
eminentes desses detrimentos.
O tempo de reação comprometido fica afetado acentuadamente nas demandas na recuperação do 
equilíbrio, nas respostas motoras que auxiliam as realizações corporais mais críticas, como os desvios 
corporais e na utilização de implementos, ferramentas, objetos de uso cotidiano e outros dispositivos 
móveis. O tempo de reação mais elevado provoca dificuldades de movimentação no padrão de caminhada, 
pois retarda a coordenação dos membros inferiores e a colocação encaixada dos pés no solo.
Woollacott e Shumway-Cook (1990) assinalam que múltiplos fatores neurais e biomecânicos 
funcionam conjuntamente para se atingir a formalização deuma tarefa motora, conseguindo participação 
importante, consistindo em sinergias das respostas musculares, isto é, o controle postural e a atuação 
coordenada dos sistemas visual, vestibular e somatossensorial, produzindo o controle espacial. Esses 
autores ainda complementam mencionando a importância dos sistemas de adaptação da ação motora, 
a sustentação da tônica muscular (posição), a magnitude articular, ou seja, suas restrições e a capacidade 
máxima de atuação (flexibilidade) e, por fim, a morfologia do indivíduo, como seu peso, altura, massa 
muscular, formação e individualidades herdadas para alcançar trabalhos motrizes eficientes.
Como se tem percebido, idosos sofrem para manter e recuperar esses atributos tão significativos 
para sua saúde e autonomia.
As características mais abrangentes das Lutas implicam o processo de produção de controle tônico 
e o desenvolvimento das capacidades coordenativas, fortalecem o sistema muscular, provocam o uso 
complexo do sistema articular, desafiam a quebra do equilíbrio e a sua busca constante, invocam a 
obrigação nas reações de escolha e a necessidade de reagir rapidamente contra um desafio motor. 
Os exercícios específicos para Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Esporte de Combate alcançam 
todas as benesses protagonizadas pela atividade física responsável, como: aumento da capacidade 
musculoarticular, cardiorrespiratória, cardiocirculatória, irrigação neural e favorecimento do aumento 
na velocidade das transmissões nervosas.
Nota-se uma procura e participação cada vez mais compreensiva de idosos nas atividades relacionadas 
com Lutas. Essa população percebe que tal prática vai ao encontro das necessidades de se alcançarem 
melhores condições para lidar com os processos de envelhecimento, pois ao praticarem Lutas adquirem 
mais força, recuperam capacidade de evitar a perda de equilíbrio, melhoram o caminhar e sentem mais 
disposição, com maior liberdade operacional e autonomia.
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Desde que a prática das Lutas seja apropriadamente adaptada às limitações características do público 
com idade bem avançada, muitas de suas peculiaridades afloram e parecem elevar o juízo de que Lutas 
são essencialmente benéficas e contundentes no processo de manutenção e melhoria da qualidade de 
vida. Além do fortalecimento muscular e da ativação da circulação sanguínea, elas causam desafios 
motores específicos para tomada de decisão e recuperação do equilíbrio, exercícios que contribuem para 
evitar, prevenir e saber realizar quedas.
Algumas modalidades das Artes Marciais e de Esporte de Combate têm como gestos técnicos fazer 
projeções, lançamentos e arremessos corporais ao solo, e por esse motivo associaram outro fundamento 
técnico importantíssimo para seu aprendizado e bom desenvolvimento da prática: o domínio das quedas, 
ou, como se prefere chamar, as quedas controladas. Como já vimos, o controle das quedas proporciona 
a propriedade de resguardar os órgãos vitais. Para que as quedas controladas sejam apropriadas por 
quem as efetua, devem ser realizadas com comando absoluto sobre o posicionamento das articulações 
e movimentação, permitindo fluidez aos movimentos fazendo com que seu realizador se mantenha 
integral. Assim, evitam-se lesões e desconfortos articulares, fraturas ósseas, estiramentos musculares, 
luxações etc. A queda controlada é tão repetidamente treinada e aprimorada nessas Lutas que acaba 
por fazer parte do cotidiano do praticante, que a incorpora como ações de tempo de reação imediato 
e preciso. Em caso de perda total de equilíbrio, em vez de se contrapor às forças do movimento e ação 
da gravidade que o levem a exigir demasiadamente ossos e articulações, o executante deixa o corpo 
interatuar com o solo, isola o impacto excessivo e recupera seu equilíbrio ou evita contratempos físicos.
Modalidades como Judô e Aikido, de maneira explícita, treinam o controle de quedas frequentemente 
e as ações são efetuadas de modo harmonioso, com resultados que demonstram grande poder de 
domínio corporal, dando ao executante um grau elevado de confiança motora. Essas práticas preconizam 
e cobram que se devem realizar quedas corretas. Incute-se a ideia da compreensão da queda, do uso 
da inteligência corporal para se integrar ao movimento e da necessidade da promoção do autogoverno 
físico e motor.
De modo óbvio, a prática apropriada das quedas promove o fortalecimento muscular e possibilita 
desenvoltura na capacidade de tempo de reação. Os idosos parecem absorver bem os ensinamentos 
de movimentação articular necessários nessas modalidades de Artes Marciais e, em geral, nota-se a 
redução de fraturas em anciãos que as executam.
 Saiba mais
Para mais esclarecimentos a respeito dos subsídios importantes 
relacionados à matéria recém-abordada, leia a seguinte reportagem:
ALVES FILHO, M. Judô e Aikido ajudam a evitar quedas de idosos. Jornal 
da Unicamp, Campinas, p. 8, 13-19 out. 2014. Disponível em: <http://
www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/jornal/paginas/ju_610_
paginacor_08_web.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2018.
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Figura 65 – Quedas realizadas por idosos no Aikido
A recuperação do equilíbrio dinâmico é também uma das maiores manifestações para se efetuar 
o controle das quedas, sendo primordial aos idosos. Como já vimos, Judô e Aikido proporcionam o 
intercâmbio entre as quedas e a sua realização benéfica, segura e eficaz, cujos resultados harmoniosos 
e suaves apresentam grande fluidez motriz. Obviamente, praticar quedas controladas traz ganhos de 
força e aumenta a resistência muscular, qualidades tais que possibilitam também se evitarem a perda 
do equilíbrio e suas consequências.
Recobrar o equilíbrio é um fator importante aos idosos, pois a perda de controle corporal e da 
postura implica posicionamento inadequado e que suscetibiliza ainda mais as quedas.
Qualquer atividade física bem adaptada, programada e preparada para idosos traz benefícios, porém 
destacamos as Lutas, que contribuem diretamente com o bem-estar físico desse público-alvo e, portanto, 
faz-se necessário apresentar algumas características inerentes ao tema que provem da prática do Karatê 
e do Tai chi chuan.
O Karatê tem sido muito bem-aceito entre os idosos, pois evoca a prática de movimentos que exigem 
grande concentração e deslocamentos dinâmicos. Os seniores progridem com bastante facilidade na 
prática dos exercícios de rotinas sem contato direto ou sem a confrontação. Essa prática, chamada de 
kata, como já descrito, exige memorização de sequências de movimentos, execução precisa e com certa 
potência motora, exigindo atuação coordenada, rítmica e harmônica. Os deslocamentos são realizados 
para várias direções e aumentam a percepção espacial. Enfim, o Karatê se demonstra muito apropriado 
e efetivo ao idoso.
Uma modalidade de arte marcial que se destaca também com enorme aceitação no meio dos 
idosos é o Tai chi chuan. É praticado em parques, praças, quadras, com grande liberdade de espaço, 
não necessitando quaisquer condições especiais para sua realização. Universidades americanas, como a 
Harvard Medical School (2009), indicam o Tai chi chuan como uma das melhores modalidades esportivas 
para a manutenção e recuperação da saúde de idosos.
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Essa arte marcial chinesa, baseada em preceitos taoistas, convenciona exercícios corporais 
fundamentados em movimentos de defesas e ataques de animais, usando as articulações humanas comelevada precisão motriz. O Tai chi chuan espera que se produza a bravura interior e a habilidade exterior.
Os movimentos do Tai chi chuan seguem linhas circulares e esféricas e são realizados de modo suave, 
sem choques. A ideia é partir de um ponto específico de abertura motora e corporal e retornar ao mesmo 
ponto inicial, por meio de agilidade gentil, mas sequencialmente justa e verdadeira, assim se vence a 
precipitação pelo lento. A modalidade apresenta outra característica muito apreciada: o baixo impacto 
na recuperação do movimento: toma-se a exercitação da musculatura por meio do próprio peso e se 
ultrapassam as resistências físicas, isto é, vence-se a dureza pela suavidade, ao mesmo tempo em que se 
constrói o fortalecimento pela simplicidade. Por fim, os movimentos se encadeiam com a respiração e 
observa-se a atenção e focalização corporal em relação ao ambiente e ao alcance do corpo. Igualmente 
se vence a agitação pela quietude, constrói-se firmemente a serenidade e o aumento da concentração.
A figura a seguir mostra a prática do Tai chi chuan.
Figura 66 – Idosos praticando Tai chi chuan em parque na China
Pode-se notar que o idoso tem escolhido as Artes Marciais para a promoção de sua saúde, pois as 
Lutas trazem condições essenciais e ganhos físicos imprescindíveis para o bem-estar físico, a autonomia 
motora, a independência funcional e por extensão o próprio conforto cotidiano.
O idoso que pratica Lutas se sente mais confiante e produtivo. Além disso, os anciãos são praticantes 
assíduos e conquistam resultados em períodos bastante efetivos.
As práticas de Lutas são basicamente realizadas em grupos, com atuações em equipes, por meio 
de ensaios coletivos e sensação de responsabilidade na sincronia de movimentos, em simulações e até 
mesmo competições demonstrativas, como nos casos do Tai chi chuan e do Karatê. Entretanto, também 
se treinam em duplas, ocasionando grande interatividade afetiva motora, como no Aikido e no Judô, 
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pois necessitam de experimentação corporal intensa e trocas de ações mútuas protagonizadas de modo 
similar. Um participante vai aplicar o golpe e o outro recebê-lo, absorvê-lo e resolvê-lo e depois se 
alternam as ações motoras. Há incitação cognitiva e adaptativa.
O idoso vai construindo relação de respeito, desvendando seus potencias e, ainda, percebendo 
limitações que podem ser superadas. Cada qual auxilia no desempenho do outro e se consolida maior 
abrangência interativa. Os seniores vão se fazendo importantes um ao outro, retomando e desenvolvendo 
mais inclinações de tomada de decisão, afirmando-se perante desafios e aumentando sua autoestima. 
Nos dias de práticas, ampliam-se e se criam círculos de amizades, observa-se satisfação em estar presente 
e sentir-se parte de uma maior conexão humana. Aumentam-se as ações solidárias e o acréscimo da 
ativação social. Além disso, estabelece-se percepção de acolhimento coletivo.
Outro aspecto curioso e que produz efeitos benéficos aos idosos é a proximidade com praticantes de 
faixas etárias bem diferentes, pois em várias academias e grupos as aulas são realizadas com variedade 
de praticantes. Desse modo, disseminam-se conceitos jovens, com ideias executivas e opiniões mais 
experientes, proporcionando vasta prosperidade nas aceitações e na compreensão das diferenças de 
pensamento e de preferências sociais. Muitas vezes percebe-se que esse envolvimento traz maior 
entrosamento de conceitos às constantes mudanças humanas. Por exemplo, enquanto os mais velhos 
são mais conservadores e desejosos de certa permanência dos acontecimentos, jovens sempre vêm com 
ideários cada vez mais experimentais e baseados na tecnologia virtual. Essa miscigenação de opostos 
também faz parte do universo das Lutas. Pergunta-se então: o que é Lutar se não é estar em lados 
opostos na busca pelos mesmos objetivos?
5.5 As Lutas virtuais
O mundo dos jovens tem se pautado pelo incessante contato com a virtualidade, e as Lutas têm 
adentrado com muita energia na conquista cada vez mais abrangente de adeptos dos jogos chamados 
de video games.
Antes dos video games jogados pelos meios computadorizados, havia os fliperamas, máquinas 
montadas com dispositivos eletrônicos que disponibilizam apenas um dos chamados telejogos. Eram 
muito apreciados pelos jovens, especialmente no meio estudantil adolescente e universitário, porque 
ofereciam atratividade por intermédio de dinamismo manipulativo, sons peculiares e desafios. É de 
domínio do público, admirador de video games, que em 1976 foi lançado o que é até hoje considerado 
como o primeiro jogo de Lutas em fliperama, chamado de Heavyweight Champ, o qual exigia do 
protagonista vestir luvas de Boxe que possuíam controles internos.
Os video games de Lutas começam a despontar no fim da década de 1970, ainda com controles e 
movimentos simples: o Warrior, assim designado o video game no qual dois cavaleiros se enfrentavam 
em duelos, foi o primeiro representante da classe nesse mundo virtual.
O desenvolvimento da arte virtual é impressionante, com emprego de técnicas cada vez mais 
interativas e impressão inventiva; proporciona encantamento e leva grande quantidade de jovens a 
jogarem video games.
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As principais características dos jogos virtuais de Lutas é possuir disputas ferrenhas, combate muito 
hostil e regras com bastante liberdade de ação e efetivação dos gestos virtuais que levem à vitória. O uso 
de implementos e armas consideradas pesadas como foices, machados, clavas, alfanjes, espadas (as mais 
variadas), cimitarras, cutelos, tacapes etc., que visam causar danos excessivos e essencialmente eliminar 
seu oponente imaginário, é muito comum em várias das versões de jogos virtuais de Lutas.
Os jogos apresentam espantosa violência virtual, com ações explícitas de dilacerações corporais, 
cortes profundos, deliberados jorros de sangue e clara demonstração de que o objetivo principal é a 
destruição e supressão definitiva do concorrente, com ações agudas e grandíssima brutalidade. Eles 
implicam pensamentos únicos de Lutas para o extermínio de seu contrário. O fim procurado é sempre 
extinguir, acabar ou aniquilar. Quase unanimemente nos jogos virtuais não há regras que permitam a 
sobrevivência do adversário. Imaginariamente, você mata ou morre.
Essa condição particular de arte visual que evoca a violência não é atual, provém desde as 
publicações das histórias em quadrinhos e fazia muito sucesso. Os quadrinhos regiam batalhas épicas, 
que arrebatavam crianças em idade infantojuvenil, principalmente na década de 1950. A violência era 
explícita, o direcionamento estava condicionado em não necessariamente o herói sair vencedor, os 
vilões muitas das vezes trucidavam os contendores que Lutavam a favor da lei e da ordem.
 Observação
Lutas virtuais são realizadas de maneira a levar o indivíduo a combater 
por meios unicamente ilusórios, sem absolutamente contato físico.
Um psiquiatra alemão, Fredric Wertham (2004), extremamente conservador, lançou um livro nos 
Estados Unidos chamado Sedução dos Inocentes, editado em 1954, criticando veementemente as histórias 
em quadrinhos. No livro, ele atribuía a formação e o aumento dos delitos, da delinquência juvenil e dos 
crimes à violência explícita demonstrada pelas histórias em quadrinhos, o que causou alvoroço tamanho, 
que fez com que as editoras, por força da opinião pública e recomendação do Senado americano, 
resolvessem adotar por si próprias, certas censuras. Essas editoras de quadrinhos decidiram que deveria 
haver algumas restrições na impressão e divulgação de imagens violentase também que as histórias 
poderiam ter disputas entre criminosos e defensores da lei, desde que os últimos sempre prevalecessem 
sobre os delinquentes. As descrições de Wertham (2004) foram extensivamente contestadas; muitos 
outros estudos provaram que as relações entre violência dos quadrinhos e delinquência juvenil não 
eram absolutas.
Ao longo do tempo, criaram-se maiores liberdades de expressão e as Lutas violentas voltaram aos 
quadrinhos, mas com recomendação e classificação etária correspondente, auditada pelos próprios 
editores. Muitas histórias, personagens violentos, agressivos, super-heróis, prélios e submundos trazidos 
dos quadrinhos foram retratados e muitas vezes aproveitados pelo cinema, bem como na produção de 
filmes para video games.
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Desde então se questiona constantemente sobre a influência dos meios de comunicação e da arte 
escrita, desenhada, talhada, expositiva, pintada, filmada e televisada ao transmitir cenas, histórias, 
narrações, pinturas, filmes, vídeos, crônicas, novelas etc., os quais contenham conteúdo com exposições 
de atos violentos, tais como: matanças, agressões e abusos corporais provocados pela demonstração 
de ações de opressão, batalhas, guerras e combates. Muitos artistas dizem que retratar a agressividade 
humana e a violência ajuda a expor seus conceitos e amplia o debate sobre esses assuntos.
Nesse ponto, chama-se atenção para apresentarmos dois conceitos que parecem se associar 
comumente, mas possuem distintos significados, que devem ficar claros no universo das Lutas, sejam 
virtuais, sejam reais: violência e agressividade.
O termo violência compactua com o fato de se ultrapassar os limites da ética e dignidade humana. 
Atos violentos se traduzem por circunstâncias nas quais as decisões de atingir alguém corporalmente é a 
de agir com intenção deliberada para causar dano profundo, prejuízo e até acarretar a retirada de vida. A 
violência é uma agressão associada à bestialidade, exercida com ferocidade, aos níveis mais degradantes 
de crueldade e desumanidade. Violência é barbárie patrocinada pelo emprego de ações irracionais e 
levada apenas por desejos instintivos e irrefletidos, sem coerência que pondere a preservação da vida e 
do respeito ao outro, seja em qual situação for.
Vê-se que a intolerância religiosa, os extremismos nas relações socioeconômicas, o terror resoluto, 
o autoritarismo de quaisquer ideologias e as imposições políticas têm gerado episódios nefastos de 
violência na história humana. Infelizmente grupos representantes dessas atividades dizem estar Lutando 
pelos seus ideais, mas se esquecem de que a violência empregada transpõe o respeito e direito dos outros, 
ultraja opiniões e afeta a possibilidade da ética de livre-arbítrio. Várias confrontações foram travadas 
baseando-se nessas instâncias e resultaram em perdas incomensuráveis. Na violência, a agressão se 
configura pelo incompreensível. As regras, impostas pelo totalitarismo de dogmas exclusivos, são 
exercidas para favorecer apenas um dos lados do confronto. Existe o poderoso e o sem direitos, aquele 
que deve obedecer sem contestações e aceitar impassível a opressão de suas ideais. Existe o receptor de 
benesses e o espoliado. A Luta não existe nesse caso, pois a truculência supera o debate, a hostilidade 
faz parte da ação e atrocidades são inventadas com justificativas incongruentes.
Então, para diferenciar com nitidez agressividade de violência, vai-se expor o conceito de agressividade 
nas Lutas de modo bem direto. Ser agressivo no universo das Lutas é ser aguerrido, determinado e 
combativo, mas não arrogante e tampouco inimigo de seu oponente. Ser agressivo é Lutar dentro das 
regras pela conquista de seus objetivos. Lutar é persuadir com insistência, resolução e principalmente 
com respeito aos semelhantes e à natureza.
Fica registrado um forte exemplo de Luta com conceito explícito de agressividade protagonizado 
por Mohandas Gandhi, líder político que representou a Índia, extensa nação então dominada pelo 
colonialismo britânico, dispersa em uma gama enorme de distintos sectários religiosos, com diferentes 
culturas e costumes. Esse líder conseguiu unir esforços para conquistar a independência indiana, 
evitando derramamento de sangue substancialmente. Gandhi empreendeu uma agressividade incomum 
nas relações políticas, sua Luta mostrava uma determinação inquebrável nas negociações para obtenção 
da liberdade dessa nação. Seus lemas de atuação eram: persistência e paciência, porém sem deixar de 
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buscar seus objetivos mais elevados e de consenso; Lutar para ele deveria levar ao ganho mútuo, sempre. 
No caso específico, Gandhi tinha certeza de que tanto Índia como Grã-Bretanha sairiam bem-sucedidas, 
cada qual Lutando pelos seus objetivos e encontrando o denominador comum que permitiria a ambas 
consagrarem a vitória. Gandhi, usando agressivamente os conceitos de propriedade e de pertencimento 
do território, desmontou argumentos que proviam das injunções naturais dos dominadores ingleses. 
Também impediu guerras internas entre grupos religiosos usando a mesma estratégia de ser sempre 
agressivo, Lutando por meio da inteligência. Cada vez que havia levantes e desordem entre essas 
coligações religiosas, ele usava agressivamente a tática de fazê-los entender que a intolerância religiosa 
era procedimento mesquinho e que traria a ruína da libertação. Ele era muito respeitado por ser um líder 
e político atuante e que Lutava com vigor pelos direitos dos indianos há muito tempo e que tinha obtido 
ganhos consideráveis em seus pleitos. Além disso, colocou-se como condutor da Luta pela independência 
e pela unidade e paz da Índia. Havia, no entanto, confrontos entre muçulmanos, hindus e cristãos. 
Gandhi, então, anunciava e cumpria fielmente seu papel com uma ação bem agressiva, mas deveras 
significativa: jejuava, e dizia que enquanto as partes não se entendessem e cessassem os desacordos e a 
violência, continuaria com o jejum, o que inevitavelmente o levaria à morte. Essas coligações religiosas 
compreenderam que ficariam sem unidade representativa e potente frente aos interesses da nação para 
sua libertação e acabavam com as guerras interiores. Uma atuação possante e agressiva, mostrando que 
a Luta é resolução baseada na ética essencial humana, e jamais na exterminação.
Fica mais fácil de compreender que ser agressivo em Lutas não significa prejudicar, causar agravos, 
ofensas, exterminar seu oponente, mas, dentro da regra, obter sucesso pelo respeito, proatividade e 
perseverança, considerando que seu adversário também está lhe proporcionando a possibilidade de 
desempenhar melhor suas funções corporais, cognitivas e emocionais e o desafiando a aflorar todo o seu 
potencial de combate. Seu oponente é a força contrária que o impele para o desenvolvimento e sucesso. 
Ser agressivo é buscar a vitória, dar valor e perceber que para isso teve de ser melhor que o adversário. 
Ao fim, é satisfatório atestar que seu opositor, por sua vez, vai poder continuar proporcionando sempre 
mais desafios e oportunidades.
Desafios e oportunidades são qualidades constantes obtidas pelas práticas das Lutas e nos video 
games podem e devem ser também aproveitadas.
Como se tem salientado até aqui, a maioria dos jogos de Lutas possui evidentes cenas de violência 
explícita. Assim como no cinema e em outras artes, eles são regulamentados por faixas etárias para 
oferecer conteúdo adequado à compreensão psíquica infantojuvenil e adulta.
 Lembrete
Agressividade é ação intensa na busca por objetivos, por meio do uso 
estrito das regras e de acordocom o respeito à ética essencial humana.
Jogos virtuais de Lutas violentas, como: The Bilestoad, Karate Champ, Street Fighter, Mortal Kombat, 
Virtua Fighter e Tekken são bastante populares. Os problemas no mundo infantojuvenil em relação aos 
video games de combate parecem se apresentar pelo descaso dos pais em apropriar as aquisições dos 
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jogos à faixa etária recomendada, à falta de controle sobre acesso dos filhos pela internet e ao uso dos 
jogos virtuais de Lutas por tempos exagerados. Jogos virtuais de ação, em que se protagonizam atitudes 
criminosas, inconsequentes e descabidas, como GTA e outros de guerras como League of Legends e 
World of Warcraft, não estão sendo aqui discutidos, pois não são objetos de estudo relacionados com 
nossas considerações sobre Lutas, Artes Marciais atuais e Modalidades de Esportes de Combate.
Antes de tudo, deixa-se claro que se deve orientar para a consideração acerca da faixa etária 
recomendada, os pais deveriam estar bem atentos e não permitir que crianças abaixo da faixa etária 
indicada pudessem ter acesso a esses jogos virtuais de Lutas. As crianças não têm ainda formação 
psicológica para associar corretamente os acontecimentos dos video games de Lutas, nos quais ocorrem 
barbaridades que promovem o aniquilamento virtual para compreender essas ações. Crianças, em fase 
pré-operacional, aprendem pelo faz de conta e pela imaginação e essas Lutas trazem personagens que 
se utilizam de técnicas violentas, elas não conseguirão se apropriar de elementos formativos positivos, 
possibilitando que façam gestos e tenham caracteres iguais aos dos personagens contra irmãos e amigos, 
sem saber o que podem estar realizando com danos irreparáveis a outrem.
A criança em fase especializada, a partir dos 7 anos aproximadamente, aprende por imitação e 
reproduz tudo o que lhes é demonstrado. Existem casos de indivíduos nessa faixa etária investindo 
violentamente por meios de gestos observados nos video games contra colegas na escola e até mesmo 
contra os pais.
Ela corre o risco de dessensibilização, isto é, não consegue discernir sobre a aflição de outrem. Pode 
haver um envolvimento tão natural com o espetáculo da violência e sua excitabilidade que a criança fica 
acostumada a proporcionar sofrimento ao seu opoente, transpondo essa condição para sua vida real. 
Pode haver o risco de que ela tenha empatia, mas não sinta problemas em fazer alguém sofrer.
O acesso aos jogos de Lutas virtuais pela internet é relativamente fácil. Pais que não se preocupam 
em limitar esse ingresso acabam por permitir que seus filhos recebam dados e informações perigosas e 
muitas vezes criminosas. Também podem acessar jogos virtuais de Lutas com conteúdo não apropriado 
ao seu entendimento cognitivo e psicossocial.
Por fim, o uso exagerado dos jogos eletrônicos virtuais de Lutas, mesmo que dentro da faixa etária 
estabelecida, pode acarretar na absorção do usuário e provocar isolamento social. Estudos efetuados 
em 2011 pela University School of Medicine, em Washington, nos Estados Unidos, mostram que adultos 
jovens que permaneceram jogando video games de Lutas violentas por um período de uma semana, 
todos os dias, tiveram alterações negativas no córtex frontal do cérebro. Eles apresentaram mais reações 
de hostilidade diante de contrariedades e, em confronto com situações que exigiam serem francos e 
corretos, tendiam para enganação, falsidades e mentiras.
Os jogos virtuais de Lutas são capazes de trazer a sensação de potencialidade, de imponência, de ser 
invencível, que se pode fazer o que se quiser, pois não impetram sensações corporais como nas Lutas 
reais. Em caso de ter sido derrotado no jogo, simplesmente se despreza o momento e o jogo reinicia. Na 
verdade, não se tem a total noção de confronto, o embate é unicamente virtual.
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LUTAS: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Reportagem descrita por Toppo (2015) mostra que as influências dos jogos de Lutas violentos são 
reportadas em diversos estudos e parecem trazer indícios de que eles, se não bem dirigidos e controlados 
pelos pais, poderiam causar alguns distúrbios, em especial se jogados por períodos exacerbados e sem 
restrição de tempo. Igualmente esse mesmo autor apresenta dados interessantes de que os jogos de Lutas, 
quando aproveitados adequadamente, executados dentro da faixa etária respectiva e com limitação em 
sua prática, tendem a ser positivos ao reforçar a diferença entre a realidade e as condições virtuais.
Assim como a televisão, cinema e outras artes, os jogos de Lutas violentos podem acarretar problemas 
e incentivar práticas antissociais, servindo como instrutores para adolescentes e crianças ainda em 
formação, como lembram Gentile e Gentile (2008). Deve-se debater e salientar que o jogo pode ser 
reiniciado, mas a vida humana, quando destruída, não tem substituição. Soluções tão fáceis como as 
encontradas nos botões de reinício dos controles não são fatos exatos da vida real.
As discussões acerca dos referidos jogos vão continuar, e é importante assinalar que também afloram 
vantagens e benefícios em suas práticas controladas e bem dirigidas. Tais jogos parecem trazer alguns 
incentivos relacionados à promoção de desenvolvimento de atividades manipulativas de coordenação 
motora fina, treinamento da lógica virtual e conduta restrita às regras do jogo, maior interação 
tecnológica e aumento da concentração.
A prática de Lutas nos video games pode ser uma ferramenta importante no Esporte Participativo. 
Deve-se aproveitar do envolvimento e atratividade que as Lutas associadas aos video games exercem 
nos jovens e salientar que o mundo virtual é um mundo fantasioso, distante das sensações legítimas. O 
lugar real das Lutas é o ambiente da percepção física, das conexões do corpo com a mente, das decisões 
cognitivas e da melhor escolha motriz, que priorizam conquistas corporais, mas que, sem sombra de 
dúvidas, pactuam incontestavelmente com a vida.
O profissional de Educação Física pode se aproveitar dessa tecnologia e dos jogos de Lutas para 
instigar os debates acerca de Lutas, sobre violência no esporte, agressividade e discutir as Lutas virtuais 
em confronto com a realidade. O Esporte Participativo pela prática de Lutas virtuais pode ser incentivado 
nas inter-relações humanas. Pergunta-se: ações virtuais podem ser transportadas diretamente às 
relações humanas? Como se podem estimular o exercício de movimentos de Lutas e compará-los com a 
manipulação de controles eletrônicos? Quais são as implicações de ser violento e ser agressivo?
Pelo Esporte Participativo, as Lutas podem mostrar que no mundo real, por meio de seu exercício 
efetivo, aceitam-se gestos de toques e agarres corporais vivos e verdadeiros, válidos como objetos de 
experimentação sadia, como promotores de sensações que provocam caminhos de autorrealização, 
aceitação do contrário, do entretenimento, da recreação e do lazer.
Podem as crianças brincar alegremente de Lutas com sabres de luz ou espadas feitas com papel, e 
assim estarem imitando os duelos exibidos nos filmes da série Star Wars? Afinal, reafirmando a menção 
de Oscar Wilde (WILDE, 1891, p. 20) sobre a vida e arte: “A vida imita a arte muito mais que a arte imita 
a vida”. Até clubes de Lutas de sabres já foram montados com o objetivo de estudarem as coreografias 
dos filmes, verificarem sua eficácia, aprimorarem as coreografias e fazerem diversão.
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Unidade II
 Saiba mais
Para um aprofundamento maior em relação ao tema jogos eletrônicose virtuais, sugere-se a leitura do artigo:
CAVALLI, F. S.; TREVISOL, M. T. C.; VENDRAME, T. Influência dos jogos 
eletrônicos e virtuais no comportamento social dos adolescentes. 
Psicologia Argumento, Curitiba, v. 31, n. 72, nov. 2017. Disponível em: 
<https://periodicos.pucpr.br/index.php/psicologiaargumento/article/
view/20467/19725>. Acesso em: 21 mar. 2018.
6 LUTAS E RECREAÇÃO
Divertir está diretamente coligado ao termo entreter e sabe-se que espetáculos competitivos e filmes 
de Lutas são muito apreciados de maneira bastante generalizada na humanidade.
Na história, há vários exemplos de jogos de Lutas: esportivos, celebrações e outras manifestações 
culturais de cada povo que são direcionadas à recreação. Lembramos dos Jogos de Lutas dos faraós no 
Egito Antigo, os quais mandavam treinar soldados e escravos para sua apreciação. Os Jogos Píticos, 
Ístmicos e Nemeus, que precederam os Jogos Olímpicos gregos, tinham as disputas de Lutas com grande 
presença de público e atraíam muita gente aos anfiteatros. Os Jogos Romanos, em especial os que 
ocorriam nos circus e coliseus, tinham como ápice as Lutas sangrentas e bárbaras entre gladiadores e 
também homens e feras, ao mesmo tempo em que se distribuíam pães aos espectadores, o que gerou a 
notável descrição do artifício dos imperadores em divertir pela política do “pão e circo”.
Ainda hoje existem vários países que proporcionam espetáculos de Lutas entre humanos e animais, 
de apresentação muito discutida e criticada, mas que possuem uma audiência extraordinária, como 
as touradas.
O Boxe tem grande aceitação e participação pública desde muito tempo e continua sendo muito 
contemplado, em especial nos Estados Unidos e no leste europeu.
O MMA tem conquistado um público admirável e se tornou um show profissional de entretenimento, 
com divulgação pela mídia televisiva e interativa.
Os campeonatos mundiais de diversas Modalidades de Esportes de Combate são muito bem 
organizados e os ingressos costumam terminar rapidamente. Judô e Jiu-Jitsu são modalidades que 
levam grandes públicos aos ginásios esportivos.
Tem-se também organizados campeonatos mundiais de Modalidades de Esporte de Combate e Artes 
Marciais competitivas com público bastante dilatado.
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LUTAS: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Os filmes de Lutas são constantemente produzidos e acompanhados por fãs e também por curiosos, 
trazendo bilheterias bem volumosas aos produtores.
Percebe-se que as histórias, as práticas, as competições e os duelos inesquecíveis são 
retratados com frequência e o público tem seguido e prestigiado fielmente suas aparições. 
Enfim, são objetos de entretenimento que discutem relacionamentos e formação humana, 
demonstram contos que expõem preceitos das Lutas, Modalidades de Esporte de Combate e Artes 
Marciais. Adicionalmente ocasionam divertimento e fazem refletir, pois mostram que as Lutas 
são componentes inerentes da sociedade e podem trazer benefícios ao reforçarem conceitos de 
ética, respeitabilidade, esforço e mérito.
O Boxe particularmente parece ter uma quantidade de filmes muito extensa, os quais retratam, 
em geral, biografias de Lutadores famosos, as práticas e os esforços físicos e treinamentos exaustivos 
pelos quais passavam esses atletas e os associam à vitalidade, à coragem e à superação. Filmes como 
Rocky – um Lutador, Menina de Ouro, Ali – A Luta pela Esperança, Touro Indomável e Hurricane são 
recomendáveis para compreender um pouco as características que moldam o cotidiano de Lutadores e 
suas aspirações.
As Artes Marciais também se destacam como excelente ferramenta de entretenimento, que pode 
ser aproveitada como instrumento de divulgação, comparação e prática. Elas atingiram grande 
penetração popular com os filmes protagonizados por Bruce Lee, o criador do Jeet Kune Do. Podem-
se indicar: Savate – o Lutador Invencível; Wing Chun, uma Luta Milenar; O Grande Dragão Branco, 
O Guerreiro Sagrado, e até mesmo o infantil Kung Fu Panda, com excelentes tomadas, filosofias e 
exercícios do Wushu.
 Saiba mais
Como sugestão de filme relacionado à matéria apresentada, 
recomendados:
A GRANDE vitória. Dir. Stefano Capuzzi Lapietra, 2014. 88 minutos.
As Lutas têm se expandido em ramos cada vez mais variados e com grande aceitação popular. 
Existem modalidades específicas de Lutas inventadas por aficionados que são bastante peculiares 
e parecem despertar curiosidades e entusiasmar um público ávido por novidades e desafios. Essas 
modalidades atraem momentaneamente praticantes das mais variadas faixas etárias, e servem 
como ações que incentivam as práticas de Lutas. A seguir citamos algumas delas e apresentamos 
suas respectivas figuras:
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Unidade II
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Figura 67 – Sumô com roupas infladas disputado pelos fuzileiros navais americanos
A competição de braço de ferro na areia ou também chamada de queda de braço na praia está se 
tornando bem mais visível e tem especial atrativo entre crianças e adolescentes em férias. Trata-se de 
uma atividade divertida, que provoca um intercâmbio corpóreo e aproxima bastante o público jovem. 
Além disso, desperta-se a interação corporal e se convida ao Esporte Participativo, desse modo levando 
a trocas de experiências motoras, medição de desempenhos, provocação de reflexões sobre condição 
de força, resistência e posicionamento anatômico e de como se portar na presença dos desafiantes. 
As alegorias dessas disputas se traduzem pelo entusiasmo e pela curiosidade participadora. Essa Luta 
possui regras muito simples e contenda muito desafiadora, promovendo aproximações sociais e trazendo 
adeptos para as práticas saudáveis.
Figura 68 – Luta de queda de braço na areia
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LUTAS: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Talvez a Capoeira recreativa seja uma das Lutas mais divulgadas de modo participativo ao redor 
de praças, parques, praias, mercados, corredores de pedestres, gramados etc. Seus simpatizantes e 
admiradores compartilham alegremente de exercícios, e mesmo iniciantes, cuja curiosidade supera 
a timidez, tomam parte descontraidamente nas rodas formadas. Observa-se que grupos de adeptos 
também se reúnem informalmente nesses lugares públicos e praticam saltos, pinotes, rodopios e piruetas 
ao longo de parques e praças públicas.
Figura 69 – Capoeira recreativa
Nos mais diversos lugares do mundo se apresentam várias atividades de Lutas recreativas. 
Lutas coreografadas com espadas de madeira e demonstrativas de Wushu, como representadas nas 
figuras a seguir:
Figura 70 – Luta de espadas coreografadas – Parque Yoyogi, Tóquio
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Unidade II
Figura 71 – Tai chi chuan recreativo em parques europeus
Outra modalidade que tem atraído jovens para as práticas participativas de Lutas e desenvolvimento 
de qualidades mentais, corporais e psicossociais chama-se Boxadrez ou Boxe-xadrez. O confronto ocorre 
pela disputa combinada da Luta de Boxe agregada com partidas do jogo de xadrez. O esporte, enfim, 
mescla disputas totalizando cinco rounds de Boxe, intercalados com seis rodadas de partidas de xadrez: 
um desafio duplo que tem levado muita gente a assistir e participar dessa modalidade. Na realidade, 
já existe até seu campeonato mundial. Toda rodada de xadrez tem duração de 1,5 minuto para cada 
combatente – o total soma 6 tempos, cuja integralidade não pode ultrapassar a marca de 9 minutos 
por participante, totalizando 18 minutosde partida de xadrez. Por sua vez, cada rodada de Boxe tem 3 
minutos, totalizando 15 minutos. Inicia-se com a partida de xadrez e, ao término de 3 minutos de jogo, 
os Lutadores se dirigem ao ringue anexo da mesa de xadrez; após colocarem as luvas, iniciam o combate 
do primeiro round, e assim sucessivamente. Ganha o Lutador que conseguir primeiramente o xeque-
mate no xadrez ou o nocaute no Boxe. Caso não ocorra nenhum deles, aquele que na última rodada de 
xadrez perder o tempo total reservado para seus movimentos será o perdedor.
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LUTAS: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
Figura 72 – Boxadrez
As praias são locais com grande atratividade para as participações livres. Além disso, nas Lutas de 
agarre, a areia funciona como um bom amortecedor para as quedas. O Wrestling e o Sumô de praia são 
bastante divulgados e praticados. Lutadores de Sumô são de compleição avantajada e chamam muito 
a atenção, por isso têm participado de demonstrações da Luta em praias e tomado a curiosidade dos 
litorâneos e turistas; a participação é grande e o entretenimento interativo também.
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Unidade II
Figura 73 – Wrestling na areia
6.1 Lutas na recuperação de dependentes químicos
Constata-se na atualidade dos noticiários da mídia em geral a oferta fácil e abundante de 
drogas no meio social. Por esse motivo, a experimentação, o consumo e a dependência química 
são frequentemente anunciados como participantes ininterruptos na vida social, ao mesmo tempo 
em que se verificam muitos dissabores para um grande número de pessoas. A relação: drogas x 
coletividade x governo tem sido bastante difícil e cheia de contratempos, experimentos e equívocos, 
ambiguidades e interesses políticos, religiosos e econômicos dos mais diversos. No entanto, sem se 
conseguir consenso e resultados efetivos.
A disseminação das drogas é muito ampla e atinge as mais diversas camadas sociais e etárias. 
Efeitos nefastos têm ocorrido sistematicamente. A sociedade tem Lutado para determinar qual o 
melhor caminho que se pode trilhar para se antecipar e preparar seus jovens para evitar tragédias 
causadas pelo uso de drogas e a consequente dependência química. Os debates são contraditórios e 
as argumentações têm encontrado defensores a favor e contra o uso e a liberação. Entretanto, o que 
se sabe com certeza é que de modo impreterível vão ocasionar vício e dependência, com resultados, 
indubitavelmente, perturbadores.
A dependência química tem se traduzido em um fator diretamente ameaçador à vida, têm 
desmantelado famílias, destruído sonhos, causado efeitos devastadores na saúde de jovens e, 
inevitavelmente, reduzido perspectivas de existência. Por sua vez, pesquisas científicas têm mostrado que 
determinadas drogas, e algumas de suas substâncias consideradas viciantes, ministradas sob controle 
médico absoluto em pacientes com doenças graves e ou enfermidades terminais, têm colaborado para 
dar suporte contra dores profundas e consequente melhor qualidade de vida.
Discorreremos agora de modo conciso sobre os perigos oferecidos pela falta de prevenção e de 
preparativos contra a perpetração das drogas e confrontaremos com a participação em treinamentos 
e práticas de Esportes de Combate. Será que Artes Marciais e Modalidades de Esporte de Combate 
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LUTAS: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS
podem servir como alicerces para preparar os jovens a enfrentarem as ofertas de prazeres relativos 
proporcionados pelas drogas e dar perspectivas de sucesso à passagem e ao alcance do mundo adulto?
Dentre todos os indivíduos suscetíveis ao uso de drogas químicas, o intuito agora é se concentrar 
mais prontamente nas condições relativas aos pré-púberes e adolescentes por serem faixas etárias 
bastante suscetíveis às experimentações e serem públicos mais inconsequentes, também predispostos 
às aventuras desmedidas, à paixão pelo perigo e aos excessos impulsivos. Sentem-se imbatíveis, 
inatingíveis e propensos a buscarem aceitação e segurança em grupos de amigos, que podem ser fator 
de incitamento para procedimentos imprudentes.
Esse público jovem recebe ainda influências da mídia fantasiosa, cujas aparições propagandistas se 
baseiam em sonhos e irrealidades muitas vezes distantes. A juventude nesse processo entre a passagem 
da infância para a vida adulta questiona e se defronta com as restrições de novos comportamentos e 
o aumento de responsabilidades sociais. Diversas vezes na infância não foram bem direcionados, pois 
tinham e podiam fazer de tudo, devido à permissividade, distanciamento e ausência de responsabilidade 
dos pais. Essa confrontação com novas realidades leva à depressão e a dificuldades em aceitar condutas 
coletivas, o que pode ser agente de favorecimento às tentações de felicidade fácil e imediata, além de 
fuga da realidade.
A carência de orientação familiar, isolamento, imposição de grupos de amigos e mesmo familiares 
próximos, como irmãos mais velhos e primos é conjunto que provoca maior suscetibilidade ao encantamento 
das oferendas de substâncias prodigiosas que possam ser fáceis precursores de alegria instantânea.
 Observação
Dependência química é a sujeição compulsiva de um indivíduo por 
substâncias naturais ou sintéticas que aprisionam pelo seu uso e pela 
necessidade de angariar seus efeitos correspondentes que levem à fuga da 
realidade.
Um dos problemas mais graves que podem levar os jovens às drogas, segundo a psicóloga Dra. Marisa 
Graziela Morais, do setor de psiquiatria química da Escola Paulista de Medicina, em seu relato à revista 
Anônimos, volume 9, publicado em abril de 2009, é a constatação de que muitos pais são distantes 
devido a jornadas duplas de trabalho e por isso dedicam pouca atenção familiar, acabam querendo dar 
o melhor a seus filhos por meio da permissividade excessiva, presentes de consumo imediato e fútil, 
tornando-os adolescentes com todos os direitos e nenhuma responsabilidade e, consequentemente 
frágeis diante do sofrimento e aos limites impostos pela sociedade. Assim, começam a surgir mais 
conflitos internos e a insegurança natural da passagem da vida infantil para a adulta toma proporções 
catastróficas, com indivíduos arredios a regras de boa convivência, e com maiores dificuldades para 
enfrentar seu futuro e tomar decisões escolares e profissionais. Continua ainda a psicóloga Dra. Marisa 
no mesmo relato a reforçar que esse comportamento dos pais transforma os infantojuvenis em seres 
negligentes, folgados e apáticos e facilmente distantes da realidade do convívio social, da produtividade 
e de serem capazes de assumir seus encargos.
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Unidade II
Não se pode desenhar um campo de guerra entre pais e adolescentes. Os jovens precisam ser 
mais escutados e os pais devem se prevenir, acompanhando principalmente o andamento da vida 
escolar e social dos filhos; devem ser abertos ao diálogo, proporcionando e oferecendo boas práticas 
sociais, por meio de exemplos e atitudes positivas. Ademais, os adolescentes devem ser cobrados a 
participar de responsabilidades executivas na casa, nos afazeres familiares, cuidar de mais velhos 
ou mais novos, acompanhar as despesas da casa, entender os processos de responsabilidade diante 
das cobranças sociais, ajudarem nas economias, por exemplo, evitando desperdícios, cuidando dos 
bons usos do patrimônio e ajudando a reciclar materiais. Os jovens necessitam ser acostumados a 
responder primeiro

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