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Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 1 • Carboidratos são moléculas de carbono ricas em OH e um aldeido ou cetona, podendo apresentar diversas funções: ✓ Estrutural ✓ Energética ✓ Anticoagulante ✓ Lubrificante ✓ Cicatrizante ✓ Antigênica • Monossacarídeos: ✓ Açúcares mais simples, tais como aldeídos e cetonas. ✓ Solúveis em água e insolúveis em solventes apolares. ✓ Glicose, frutose e galactose são os representantes mais famosos desse grupo. ✓ O monossacarídeo é uma aldose quando o grupo carbonila está na extremidade da cadeia, o monossacarídeo é uma cetose quando o grupo carbonila está em qualquer outra posição que não seja a extremidade. ✓ Ciclizam na água, apresentando OH livre no carbono redutor. ✓ Não sofrem hidrólise • Oligossacarídeos: ✓ União de monossacarídeos através de ligações glicosídicas. ✓ Os mais abundantes são os dissacarídeos que possuem duas unidades de monossacarídeos, como a sacarose, maltose e lactose. ✓ Os oligossacarídeos com 3 ou mais unidades geralmente, não são moléculas livres nas células e formam glicoconjugados com outras moléculas (lipídeos e proteínas). • Polissacarídeos: ✓ Polímeros de açúcar com mais de 20 unidades de monossacarídeos, tais como amido e glicogênio que são formas de armazenamento energético na célula, e; celulose e quitina que possuem funções estruturais. • A glicose é um monossacarídeo de suma importância pois é essencial para o processo de respiração celular, ou seja, é imprescindível para a liberação de energia que permite a realização das reações químicas, e garantir, assim, o funcionamento adequado do metabolismo. Quando há falhas no processo de obtenção da glicose tanto pelo excesso quanto pela falta dessa molécula, o organismo não funciona corretamente, como acontece na diabetes e traz diversas consequências para o organismo, por exemplo cegueira, amputação de membros inferiores, doenças cardíacas e renais. (glicolise) • Uma molécula de glicose é degradada em uma série de reações catalisadas por enzimas, tendo o piruvato como produto final. Assim, parte da energia é conservada na forma de ATP e NADH. • Via central quase universal do catabolismo da glicose. • Ocorre em 10 etapas, sendo as 5 primeiras partes da fase preparatória/investimento, e as 5 últimas correspondentes à fase de pagamento. • 3 tipos de transformações químicas podem ser observadas: ✓ Degradação do esqueleto de carbono da glicose para produzir piruvato. ✓ Fosforilação de ADP a ATP pelos compostos com alto potencial de transferência de grupos fosforila. ✓ Transferência de um íon hidreto para o NAD+, formando NADH. • O piruvato formado pode entrar no ciclo do ácido cítrico, ser reduzido a lactato ou produzir etanol. Ele também pode ter destinos anabólicos, como na síntese de alanina ou de ácidos graxos. • Equação geral: Glicose + 2NAD+ + 2ADP + 2Pi → 2 piruvato + 2NADH + 2H+ + 2ATP + 2H2O • Processo essencialmente irreversível. • Libera apenas uma pequena fração da energia total disponível na glicose. • Cada um dos nove intermediários apresenta fosfato ligado. Esse grupo tem 3 funções: ✓ Impedir a saída da glicose da célula, já que a membrana celular não possui transportadores para açúcares fosforilados. ✓ Conservação enzimática da energia metabólica. ✓ A energia de ligação resultante do acoplamento de grupos fosfato ao sítio ativo de enzimas reduz a energia de ativação e aumenta a especificidade das reações enzimáticas. • A cadeia da hexose é clivada em duas trioses-fosfato. 1. Fosforilação da glicose ✓ Formação da glicose-6-fosfato, a partir da ação da hexocinase. ✓ Reação irreversível. ✓ Desfosforilação do ATP com d-glicose como aceptor. {Metabolismo de Carboidratos} Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 2 ✓ A hexoquinase requer Mg²+ para ter atividade, já que o seu já que o verdadeiro substrato da enzima não é ATP4- , mas sim o complexo MgATP2-. O Mg2+ protege as cargas negativas dos grupos fosforila do ATP, tornando o átomo de fósforo terminal um alvo mais fácil para o ataque nucleofílico por um grupo - OH da glicose. 2. Conversão de glicose-6-fosfato em frutose-6-fosfato ✓ Ação da enzima fosfo-hexose-isomerase (fosfoglicose-isomerase). ✓ Isomerização reversível da glicose-6-fosfato a frutose-6-fosfato. → Aldose em cetose. ✓ Envolve intermediário enediol. 3. Fosforilação da frutose-6-fosfato a frutose-1,6- bifosfato ✓ Enzima fosfofutocinase 1 (PFK-1). ✓ Transferência de um grupo fosforila de um ATP para a frutose-6-fosfato. ✓ Reação irreversível em condições celulares, sendo a primeira etapa comprometida da via glicolítica. ✓ A enzima está sujeita a reação alostérica, com aumento na atividade quando houver pouco ATP na célula ou houver muito AMP (ADP se converte em AMP + ATP). Ela é inibida quando a célula tem muito ATP e estiver suprida por outro combustível, como ácidos graxos. ✓ A frutose-2,6-bifosfato é também um potente ativador alostérico. 4. Clivagem da frutose-1,6-bifosfato ✓ Enzima aldolase (frutose-1,6-bifosfato-aldolase). ✓ Reação reversível. ✓ Forma 2 triose-fosfato diferentes: aldose gliceraldeído-3-fosfato e a cetose di- hidroxiacetona-fosfato. 5. Interconversão das triose-fosfato ✓ Apenas o gliceraldeído-3-fosfato pode ser degradado nas etapas subsequentes, assim, o di- hidroxiacetona-fosfato é convertida nele. ✓ Enzima triose-fosfato-isomerase. • Produz ATP e NADH 6. Oxidação do gliceraldeído-3-fosfato a 1,3- bifosfoglicerato ✓ Enzima gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase. ✓ Grupo aldeído é oxidado em um anidrido de ácido carboxílico com ácido fosfórico, o acil-fosfato. ✓ A maior parte da energia livre de oxidação do grupo aldeído do gliceraldeído-3-fosfato é conservada pela formação do acil-fosfato no C1 do 1,3-bifosfoglicerato. ✓ O gliceraldeído-3-fosfato é covalentemente ligado à desidrogenase durante a reação. 7. Transferência de uma fosforila do 1,3-bifosfoglicerato para o ADP ✓ Enzima fosfoglicerato-cinase ✓ Formação de ATP. Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 3 ✓ Obs: como uma glicose gera 2 piruvatos, o saldo energético é em dobro! Obs: As fases 6 e 7 constituem um processo de acoplamento de energia, em que 1,3-bifosfoglicerato é o intermediário comum, formado na primeira reação. Assim, seu grupo acil- fosfato é transferido para o ADP na segunda reação, de certo que um fosfato inorgânico não reagiria com o ADP e por isso há a necessidade de sua saída de uma molécula orgânica. 8. Conversão do 3-fosfoglicerato em 2-fosfoglicerato ✓ Enzima fosfoglicerato-mutase. ✓ Deslocamento reversível do grupo fosforila entre C2 e C3 do glicerato, com participação de Mg2+. ✓ Ocorre em 2 etapas 9. Desidratação do 2-fosfoglicerato produzindo fosfoenolpiruvato ✓ Enzima enolase ✓ Reação reversível ✓ Envolve intermediário enólico estabilizado por Mg2+. 10. Transferência do grupo fosforila do fosfoenilpiruvato para o ADP ✓ Enzima piruvato-cinase ✓ Exige K+ e Mg2+ ou Mn2+. ✓ Piruvato aparece em sua fotma enólica e depois tautomeriza a sua forma cetônica, que predomina em pH 7. • O fluxo de glicose na via glicolítica é regulado para manter os níveis de ATP constante. O ajuste necessário na velocidade da glicólise é alcançado pela interação complexa entre o consumo de ATP, a regeneração de NADH e a regulação alostérica de algumas enzimas – exocinase, PFK-1 e piruvato-cinase. Também é regulada pela ação do glucagon, adrenalina e insulina, além de expressão de genes. • A captação da glicose do sangue é mediada pela família GLUT de transportadores de glicose. Os transportadores nos hepatócitos (GLUTl, GLUT2) e nos neurônios encefálicos(GLUT3) estão sempre presentes nas membranas plasmáticas. Por outro lado, o principal transportador de glicose nas células do músculo esquelético, do músculo cardíaco e do tecido adiposo (GLUT4) está armazenado em pequenas vesículas intracelulares e se desloca para a membrana plasmática apenas em resposta a um sinal de insulina. • Os indivíduos com diabetes melito tipo 1 (dependente de insulina) têm poucas células β e são incapazes de liberar insulina suficiente para desencadear a captação de glicose pelas células do músculo esquelético, do coração ou do tecido adiposo. Assim, após uma refeição contendo carboidratos, a glicose acumula-se a níveis anormalmente altos no sangue, condição conhecida como hiperglicemia. Incapazes de captar glicose, o músculo e o tecido adiposo utilizam os ácidos Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 4 graxos armazenados nos triacilgliceróis como seu principal combustível. No fígado, a acetil-CoA derivada da degradação desses ácidos graxos é convertida nos "corpos cetônicos" - acetoacetato e /β-hidroxibutirato -, que são exportados e levados a outros tecidos para serem utilizados como combustível. Esses compostos são especialmente cruciais para o encéfalo, que utiliza os corpos cetônicos como combustível alternativo quando a glicose não estiver disponível. (Os ácidos graxos não conseguem atravessar a barreira hematencefálica). Em pacientes com diabetes melito tipo 1 não tratado, a superprodução de acetoacetato e /β-hidroxibutirato leva a seu acúmulo no sangue, e a consequente redução do pH sanguíneo leva à cetoacidose, uma condição potencialmente letal. A administração de insulina reverte esta sequência de eventos: o GLUT4 desloca-se para a membrana plasmática dos adipócitos e das células musculares, a glicose é captada e fosforilada por essas células, e o nível de glicose no sangue. • O glicogênio e o amido endógenos, as formas de armazenamento da glicose, entram na glicólise em um processo de duas etapas. A clivagem por fosforólise de um resíduo de glicose de uma extremidade do polímero, formando glicose-1-fosfato, é catalisada pela glicogênio-fosforilase ou pela amido-fosforilase. A fosfoglicomutase, então, converte a glicose-1-fosfato em glicose-6-fosfato, que pode entrar na glicólise. • Os polissacarídeos e os dissacarídeos ingeridos são convertidos em monossacarídeos por enzimas hidrolíticas intestinais, e os monossacarídeos, então, entram nas células intestinais e são transportados para o fígado ou para outros tecidos. Várias D-hexases, incluindo a frutose, a galactose e a manose, podem entrar na glicólise. Cada uma delas é fosforilada e convertida em glicose-6-fosfato, frutose-6--fosfato ou frutose-1-fosfato. (ciclo de krebs) • Antes de entrarem no ciclo do ácido cítrico, o piruvato precisa ser transformado em acetil-coA. Essa reação ocorre no interior da mitocôndria, após a entrada da molécula. ✓ Carreador mitocondrial de piruvato (MPC). • O piruvato é oxidado na matriz mitocondrial a acetil- coA e CO2 ✓ Ação do complexo piruvato-desidrogenase (PDH). Piruvato-desidrogenase – ligada a TPP. Di-hidrolipoil-transacetilase Di-hidrolipoil-desidrogenase – ligada ao FAD. 2 proteínas reguladores também fazem parte: uma cinase e uma fosfoproteína-fosfatase. ✓ 5 cofatores, sendo 4 derivados de vitaminas, participam do mecanismo da reação. Pirofosfato de tiamina – TPP ➔ B1 Dinucleotídeo de flavina-adenina – FAD ➔ Riboflavina (B2) Coenzima A ➔ Panteonato (B5) Dinucleotídeo de nicotinamida-adenina – NAD+ ➔ Niacina (B3) Lipoato - transportador de elétrons e acilas. ✓ Descarboxilação oxidativa → processo irreversível que remove a carboxila na forma de CO2 e converte a estrutura restante em acetil- CoA. ✓ Processo de acoplamento. → A saída do CO2 fornece a energia necessária para a entrada da coA. → Forma de conservação de energia. ✓ Desidrogenação → Formação de NADH. ✓ São 5 reações, sendo a primeira responsável pela limitação da velocidade global O beribéri, resultante da deficiência de tiamina, caracteriza- se pela perda da função neural em decorrência da oxidação reduzida do piruvato. Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 5 • Nesse ciclo, o oxaloacetato é reciclado, podendo participar infinitas vezes. • Metade das etapas são oxidações, resultando na conservação de energia sob a forma de NADH e FADH2. 1. Acetil-coA doa seu grupo acetila ao oxaloacetato, formando citrato. ✓ Enzima citrato-sintase ✓ Intermediário – citroil-coA. 2. Formação do isocitrato via aconitato ✓ Enzima aconitase (aconitase-hidratase). Contém um centro ferro-enxofre, que atua tanto na ligação do substrato ativo quanto na adição ou remoção da molécula de água. ✓ Reação reversível ✓ Citrato desidrata formando aconitato. Esse aconitato é hidratado e forma o isocitrato. 3. Oxidação do citrato a α-cetoglutarato e CO2 ✓ Enzima isocitrato-desidrogenase 2 tipos – um que requer NAD+ e outra que requer NADP+. ✓ Descarboxilação oxidativa do citrato ✓ Participação de Mn2+ 4. Oxidação do α-cetoglutarato a succinil-coA e CO2 ✓ Complexo α-cetoglutarato-desidrogenase Incorpora enzimas homólogas às do complexo PDH, contendo TPP, lipoato, FAD, NAD+ e coA. ✓ Outra descarboxilação oxidativa ✓ O NAD+ é o aceptor de elétrons. ✓ A coA atua como transportadora do grupo succinila. ✓ A energis oxidativa é conservada pela formação de uma ligação tio éster. 5. Conversão do succinil-coA em succinato ✓ Enzima succinil-coA-sintetase ou succinato- tiocinase ✓ A energia liberada com a quebra da ligação leva à formação direta de ATP, ou formação de GTP com posterior transformação de ADP em ATP. 6. Oxidação do succinato a fumarato ✓ Enzima succinato-desidrogenase → Flavoproteína ligada à membrana mitocondrial interna. Contém 3 grupos ferro-enxofre e uma molécula de FAD. ✓ Os elétrons do succinato passam pelo FAD e pelos centros ferro-enxofre anteriormente à sua entrada na cadeia transportadora. 7. Hidratação do fumarato a malato ✓ Enzima fumarase ✓ Processo reversível ✓ Possui um carbânion como estado de transição. 8. Oxidação do malato a oxaloacetato ✓ Enzima L-malato desidrogenasa Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 6 ✓ Essa oxidação é acoplada à redução de NAD+ a NADH. • Produtos de uma rodada do ciclo → Lembrando que para cada molécula de glicose ocorrem 2 ciclos. • Intermediários do ciclo são desviados como precursores de muitas vias biossintéticas. • A regulação ocorre em 3 níveis: ✓ Transportador mitocondrial do piruvato (MPC) ✓ Conversão do piruvato em acetil-coA ✓ Entrada de acetil-coA no ciclo • Também ocorre pelas reações dacitrato sintase, isocitrato-desidrogenase e da α-cetoglutatato- desidrogenase. ✓ Fluxos determinados pelas concentrações dos substratos (estimuladores) e dos produtos ATP e NADH como inibidores. (fosforilacao oxidativa) Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 7 • Ápice do catabolismo em organismos aeróbicos • Todos os passos oxidativos na degradação de carboidratos, gorduras e aminoácidos convergem para esse estágio final da respiração celular, no qual a energia oxidativa gera a síntese de ATP. • Ocorre na mitocôndria e envolve complexos proteicos encontrados em sua membrana. • Teoria quimiossintética ✓ Fornece visão dos processos de fosforilação oxidativa e de fotofosforilação. ✓ A fosforilação oxidativa apresenta 3 componentes: Fluxo de elétrons a partir de doadores oxidáveis através de uma cadeia de carreadores ligados à membrana até um aceptor final de elétrons com um grande potencial redutor– O2. A energia livre se torna disponível pelo fluxo de elétricos exergônico ser acoplado ao transporte de prótons por uma membrana impermeável a eles, conservando a energia livre da oxidação do combustível na forma de um potencial eletroquímico. O fluxo transmembrana de retorno dos prótons a favor do seu gradiente de concentração por canais proteicos específicos fornece a energia para a síntese de ATP, catalisada por um complexo proteico presente na membrana, a ATP- sintase, que acopla o fluo de prótons à fosforilação do ADP. • As mitocôndrias têm duas membranas. A externa é prontamente permeável a moléculas pequenas e a íons, que se movem livremente por canais transmembrana formados por uma família de proteínas integrais de membrana, chamadas de porinas. A interna é impermeável à maioria das moléculas pequenas e dos íons, incluindo prótons (H+); as únicas espécies que cruzam essa membrana o fazem por meio de transportadores específicos. A membrana interna aloja os componentes da cadeia respiratória e a ATP-sintase. • A matriz mitocondrial, delimitada pela membrana interna, contém o complexo da piruvato- desidrogenase e as enzimas do ciclo do ácido cítrico, a via de β-oxidação de ácidos graxos e as vias de oxidação de aminoácidos - todas as vias de oxidação de combustível, exceto a glicólise, que ocorre no citosol. • Transportadores específicos carregam piruvato, ácidos graxos e aminoácidos ou seus derivados para dentro da matriz, para acesso à maquinaria do ciclo de Krebs. ADP e Pi são transportados para a matriz quando ATP recém-sintetizado é transportado para fora. • Esse processo tem inicio com a entrada de elétrons em uma série de transportadores. A maioria deles surge da ação de desidrogenases, que os coletam das vias catabólicas e os canalizam para receptores, como o NAD. • A maioria das desidrogenases é específica para NAD+. Elas removem dois átomos de hidrogênio do substrato e um é transferido como hidreto para o NAD+, enquanto o outro é liberado no meio. Devido ao seu caráter polar, esse transportador se associa reversivelmente com as desidrogenases. O NADH carrega elétrons das reações catabólicas até seu ponto de entrada na cadeia respiratória. Ele não pode entrar na membrana interna, mas seus elétrons são lançados através dela indiretamente. • A cadeia respiratória mitocondrial consiste em uma série de carreadores que agem sequencialmente, sendo a maioria deles proteínas integrais com grupos prostéticos capazes de aceitar e doar um ou dois elétrons. • Ocorrem três tipos de transferência de elétrons na fosforilação oxidativa: ✓ Transferência direta de elétrons, como na redução de Fe3+a Fe2+ ✓ Transferência na forma de um átomo de H+ e e-. ✓ Transferência como um íon hidreto, que tem dois elétrons. • Além do NAD e das flavoproteínas, outros três tipos de moléculas carreadoras de elétrons funcionam na cadeia respiratória: uma quinona hidrofóbica (ubiquinona) e dois tipos diferentes de proteínas que contêm ferro (citocromos e proteínas ferro-enxofre). • A ubiquinona (coenzima Q) pode aceitar um elétron para se tornar o radical semiquinona (•QH) ou dois elétrons para formar ubiquinol (QH2), sendo capaz de Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 8 atuar na junção entre um doador de dois elétrons e um aceptor de um elétron. Como ela é pequena e hidrofóbica, acaba sendo livremente difusível dentro da membrana mitocondrial interna e capaz de movimentar equivalentes redutores entre outros carreadores de elétrons menos móveis na membrana. • Os citocromos são proteínas com absorção caracteristicamente forte de luz visível, devida aos seus grupos prostéticos heme contendo ferro. As mitocôndrias têm três classes de citocromos, designadas a, b e c, distinguidas por diferenças em seus espectros de absorção de luz. • Nas proteínas ferro-enxofre, o ferro está presente, não o grupo heme, mas em associação com enxofre inorgânico ou com enxofre do resíduo de cisteina na proteína. • Na reação global catalisada pela cadeia respiratória mitocondrial, os elétrons movem-se do NADH, do succinato ou de outro doador primário de elétrons, por flavoproteínas, ubiquinona, proteínas ferro-enxofre e citocromos e, finalmente, chegam ao O2. • Complexo I: NADH e Ubiquina ✓ Ubiquinona-oxirredutase ou NADH-desidrogenase. ✓ Catalisa dois processos simultâneos e acoplados: Transferência exergônica de um íon hidreto do NADH e de um próton da matriz para a ubiquina . Transferência endergônica de 4 protons da matriz para o espaço intermembrana. Os prótons são movidos contra um gradiente de concentração. ✓ Bomba de prótons que utiliza a energia da transferência de elétrons. ✓ Esse complexo catalisa a transferência de um ion hidreto do NADH ao FMN, de onde dois eletros passam de uma serie de centros de Fe-S para o centro Fe-S N-2. A transferência de elétrons de N-2 para a ubiquinona forma QH2, que se difunde na bicamada lipídica. Essa transferência expulsa quatro prótons para cada par de elétrons, gerando um potencial eletroquímico através da membrana mitocondrial interna. ✓ Amital, rotenona e piericidina A inibem o fluxo de elétrons dos centros de ferro-enxofre do complexo I para a ubiquinona e, portanto, bloqueiam o processo global da fosforilação oxidativa. • Complexo II: succinato e Ubiquinona ✓ Enzima succinato-desidrogenase. ✓ Acopla a oxidação do succinato em um sítio com a redução da ubiquinona em outro. ✓ Embora menor e mais simples do que o complexo I, ele contém cinco grupos prostéticos de dois tipos e quatro subunidades proteicas diferentes. Os elétrons movem-se do succinato ao FAD (setas azuis) e posteriormente através de centros de Fe-S para a ubiquinona. O heme B protege contra a formação de EROS. ✓ As subunidades C e D são proteínas integrais de membrana, cada uma com três hélices transmembrana. Elas contêm um grupo heme, heme b, e um sítio de ligação para a ubiquinona, o aceptor final de elétrons na reação catalisada pelo complexo II. As subunidades A e B estendem-se para a matriz; elas contêm três centros 2Fe-2S, FAD ligado e um sítio de ligação para o substrato, o succinato. ✓ A transferência de elétrons no complexo II não é acompanhada por bombeamento de prótons através da membrana interna, embora a QH2 produzida pela oxidação do succinato seja usada pelo complexo III para impulsionar a transferência de prótons. ✓ O heme b do complexo II pode servir para reduzir a frequência com que elétrons “vazam” para fora do sistema, movendo-se do succinato ao oxigênio molecular para produzir as espécies reativas de oxigênio (ERO) peróxido de hidrogênio (H2O2 ) e o radical superóxido (•O2-). Alguns indivíduos com mutações pontuais em subunidades do complexo II próximas ao heme b ou ao sítio de ligação da ubiquinona sofrem de paraganglioma hereditário, que se caracteriza por tumores benignos na cabeça e no pescoço. • Complexo III: Ubiquinona e citocromo c ✓ Os elétrons da ubiquinona reduzida (ubiquinol, QH2) passam através de mais dois grandes complexos proteicos na membrana mitocondrial Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 9 interna antes de alcançarem o aceptor final de elétrons, O2. ✓ Também chamado de complexo de citocromo bc1 ou ubiquinona-citocromo c-oxidorredutase acopla a transferência de elétrons do ubiquinol (QH2) para o citocromo c com o transporte de prótons da matriz para o espaço intermembrana. • Complexo IV: citocromo c para o O2 ✓ Na etapa final da cadeia respiratória, o complexo IV, também chamado de citocromo-oxidase, carrega elétrons do citocromo c para o oxigênio molecular, reduzindo-o a H2O. ✓ É uma enzima dimérica grande da membrana mitocondrial interna. ✓ A subunidade II do complexoIV contém dois íons cobre complexados com os grupos ¬SH de dois resíduos de Cys em um centro binuclear. ✓ A subunidade I contém dois grupos heme, designados a e a3 outro íon cobre (CuB). Heme a3, e um e CuB formam um segundo centro binuclear que aceita elétrons de heme a e os transfere ao O2 ligado ao heme a3. A subunidade III (azul claro) é essencial para o rápido movimento de prótons pela subunidade II. ✓ A transferência de elétrons pelo complexo IV dá-se do citocromo c para o centro de CuA, para o heme a, para o centro de heme a3-CuB e, finalmente, para o O2. ✓ Para cada dois elétrons que passam pelo complexo, a enzima consome 2 H+ da matriz (lado n) na conversão de 1/2O2 a H2O. ✓ Ela também usa a energia dessa reação redox para bombear dois prótons para fora em direção ao espaço intermembrana (lado p) para cada par de elétrons que passa, contribuindo para o potencial eletroquímico produzido pelo transporte de prótons possibilitado pela energia dessas reações redox pelos complexos I e III. ✓ Esta redução com dois elétrons de 1⁄2O2 de QH2, que, por sua vez, requer a oxidação de NADH ou de succinato. ✓ No complexo IV, o O2. é reduzido em centros redox que requer a oxidação transportam apenas um elétron por vez. Normalmente, os intermediários de oxigênio não completamente reduzidos permanecem fortemente ligados ao complexo, até serem completamente convertidos em água, porém uma pequena fração de intermediários de oxigênio escapa. Esses intermediários são espécies reativas de oxigênio que podem danificar componentes celulares, a menos que sejam eliminados por mecanismos de defesa. • Os complexos respiratórios se associam firmemente uns com os outros na membrana interna, formando respirassomos, combinações funcionais de dois ou mais complexos de transferência de elétrons diferentes. • Várias outras reações de transferência de elétrons podem reduzir a ubiquinona na membrana mitocondrial interna. O primeiro passo na β-oxidação da acil-CoA dos ácidos graxos, catalisada pela flavoproteína acil-CoA-desidrogenase, envolve a transferência de elétrons do substrato para o FAD da desidrogenase e, então, para a flavoproteína Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 10 transferidora de elétrons (FTE). A FTE, por sua vez, passa seus elétrons à FTE:ubiquinona-oxidorredutase, que reduz Q, na membrana mitocondrial interna, a QH2. O glicerol-3-fosfato, formado a partir do glicerol liberado pela quebra de triacilgliceróis ou pela redução da di-hidroxiacetona-fosfato da glicólise, é oxidado pela glicerol-3-fosfato-desidro-genase, uma flavoproteína localizada na face externa da membrana mitocondrial interna. O aceptor de elétrons nesta reação é a Q; a QH2 produzida entra o conjunto de QH2 na membrana. • A molécula de NADH transfere um par de elétrons. Para cada par de elétrons transferido para o oxigênio, quatro prótons são bombeados para fora pelo complexo I, quatro pelo complexo III e dois pelo complexo IV. A energia eletroquímica inerente a essa diferença na concentração de prótons e à separação de cargas representa uma conservação temporária de grande parte da energia da transferência de elétrons. A energia estocada nesse gradiente, chamada de força próton-motriz, tem dois componentes: a energia potencial química e a energia potencial elétrica, que resulta da separação de cargas. Quando os prótons fluem espontaneamente a favor do seu gradiente eletroquímico, energia torna-se disponível para a realização de trabalho. • A passagem de elétrons de QH2 ao complexo III e a passagem de elétrons dos complexos I e II ao QH2, envolvem um radical que pode gerar radicais livres. Essa formação é favorecida quando as mitocôndrias não estão produzindo ATP e, portanto, têm grande força próton-motriz e quando há uma alta razão de NADH/NAD+ na matriz. Ambas as situações exemplificam o estresse oxidativo – há mais elétrons disponíveis para entrar na cadeia respiratória do que o numero que pode ser passado para o oxigênio. Baixos níveis de ERO podem ser usados pela célula como um sinal que reflete o suprimento insuficiente de oxigênio (hipoxia), desencadeando ajustes metabólicos. Para impedir dano oxidativo, as células possuem a enzima superóxido-dismutase, que converte os radicais em peroxido de hidrogênio, que torna-se inofensivo pela ação da glutationa-peroxidase. • Modelo quimiosmótico ✓ A energia eletroquímica inerente à diferença de concentração de prótons e à separação de cargas entre os dois lados da membrana mitocondrial interna – a força próton-motriz – impulsiona a síntese de ATP, à medida em que os prótons fluem passivamente de volta à matriz, ante poros na ATP- sintase. • O complexo enzimático da membrana mitocondrial interna catalisa a formação de ATP, impulsionada pelo fluxo de prótons. A ATP-sintase (complexo V) tem 2 complexos distintos, sendo uma proteína periférica de membrana e um integral. • Embora a ATP-sintase equilibre o ATP, na ausência de um gradiente prótons, o ATP recém-sintetizado não deixa a superfície da enzima. É o gradiente de prótons que faz a enzima liberar o ATP formado em sua superfície. • Na catálise rotacional os três sítios ativos da ATP- sintase se revezam catalisando a síntese de ATP. Uma dada subunidade β começa na conformação β-ADP, que liga ADP e Pi do meio circundante. A subunidade agora muda de conformação, assumindo a forma β- ATP, que se liga firmemente e estabiliza o ATP, gerando o pronto equilíbrio de ADP + Pi com ATP na superfície da enzima. Finalmente, a subunidade muda para a conformação β-vazio, que tem baixa afinidade por ATP, e o ATP recém-sintetizado deixa a superfície da enzima. Outra rodada de catálise começa quando essa subunidade novamente assume a forma β-ADP e liga ADP e Pi. As mudanças conformacionais importantes nesse me-canismo são desencadeadas pela passagem de prótons pela ATP-sintase. As três subunidades β interagem, de modo que, quando uma assume a conformação β-vazio, sua vizinha em um dos lados precisa assumir a forma β-ADP e a outra vizinha a forma β-ATP. Assim, uma rotação completa da subunidade γ faz cada subunidade β passar por suas três conformações possíveis e, para cada rotação, três ATP são sintetizados e liberados da superfície da enzima. Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 11 • Embora o papel primário do gradiente de prótons nas mitocôndrias seja fornecer energia para a síntese de ATP, a força próton-motriz também impulsiona vários processos de transporte essenciais à fosforilação oxidativa. • A NADH-desidrogenase da membrana mitocondrial interna pode aceitar elétrons somente do NADH na matriz. Assim, sistemas especiais de lançadeiras carregam equivalentes redutores do NADH citosólico para as mitocôndrias por uma via indireta. A lançadeira de NADH mais conhecida, que funciona em mitocôndrias de fígado, rim e coração, é a lançadeira do malato-aspartato. Os equivalentes redutores do NADH citosólico são primeiro transferidos ao oxalacetato citosólico para produzir malato, em uma reação catalisada pela malato-desidrogenase citosólica. O malato então formado passa através da membrana interna pelo transportador de malato-α- cetoglutarato. Dentro da matriz, os equivalentes redutores são passados ao NAD+ pela ação da malato- desidrogenase da matriz, formando NADH; esse NADH pode passar elétrons diretamente à cadeia respiratória. Cerca de 2,5 moléculas de ATP são geradas à medida que esse par de elétrons passa para o O2. O oxalacetato citosólico precisa ser regenerado por reações de transaminação e atividade de transportadores de membrana para iniciar outro ciclo da lançadeira. • O músculo esquelético e o encéfalo usam uma lançadeira de NADH diferente, a lançadeira do glicerol- 3-fosfato.Ela difere da lançadeira do malato-aspartato por entregar os equivalentes redutores do NADH via FAD (na reação da glicerol-3-fosfato-desidrogenase) para a ubiquinona e, então, para o complexo III, não o complexo I, proporcionando energia suficiente para sintetizar apenas 1,5 molécula de ATP por par de elétrons. Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 12 • A fosforilação oxidativa produz a maior parte do ATP produzido em células aeróbicas. A oxidação completa de uma molécula de glicose produz de 30 a 32 moléculas de ATP. • A taxa de respiração nas mitocôndrias é fortemente regulada, sendo limitada pela disponibilidade de ADP como substrato para a fosforilação. • Quando uma célula está hipóxica (des-provida de oxigênio), como em um infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral, a transferência de elétrons para o oxigênio fica mais lenta, da mesma forma que o bombeamento de prótons. A força próton-motriz em seguida colapsa. Nessas condições, a ATP-sintase poderia operar ao contrário, hidrolisando o ATP produzido pela glicólise para bombear prótons para fora e causando uma queda desastrosa nos níveis de ATP. Isso é impedido por um inibidor proteico pequeno, o IF1, que se liga simultaneamente a duas moléculas de ATP-sintase e inibe sua atividade. • Em células hipóxicas, existe um desequilíbrio entre a chegada de elétrons a partir da oxidação de combustíveis celulares na matriz mitocondrial e a transferência de elétrons para o oxigênio molecular, levando a uma maior formação de espécies reativas de oxigênio. Além do sistema da glutationa-peroxidase, as células têm outras duas linhas de defesa contra as ERO. Uma é a regulação da piruvato-desidrogenase (PDH), a enzima que fornece acetil-CoA ao ciclo do ácido cítrico. Sob condições hipóxicas, a PDH-cinase fosforila a PDH mitocondrial, inativando-a e reduzindo o fornecimento de FADH2 e NADH do ciclo do ácido cítrico para a cadeia respiratória. A segunda maneira de impedir a formação de ERO é a substituição de uma subunidade do complexo IV, conhecida como COX4-1, por outra subunidade, COX4-2, que é mais bem ajustada a condições hipóxicas. Com COX4-1, as propriedades catalíticas do complexo IV são ótimas para a respiração em concentrações normais de oxigênio; com COX4-2, o complexo IV é otimizado para operar sob condições hipóxicas. As mudanças na atividade da PDH e no conteúdo de COX4-2 do complexo IV são ambas mediadas por HIF-1, o fator induzível por hipoxia. • Quando esses mecanismos para lidar com as ERO são insuficientes, devido a mutações genéticas que afetam uma dessas proteínas protetoras ou sob condições de taxas muito altas de produção de ERO, a função mitocondrial fica comprometida. Acredita-se que o dano mitocondrial esteja envolvido no envelhecimento, no colapso cardíaco, em certos casos raros de diabetes e em várias doenças genéticas de herança materna que afetam o sistema nervoso. • As concentrações relativas de ATP e ADP controlam não somente as taxas de transferência de elétrons e a fosforilação oxidativa, mas também as velocidades do ciclo do ácido cítrico, da oxidação do piruvato e da glicólise. Sempre que o consumo de ATP aumenta, as velocidades da cadeia de transporte de elétrons e da fosforilação oxidativa aumentam. De modo simultâneo, a velocidade de oxidação do piruvato pelo ciclo do ácido cítrico aumenta, elevando o fluxo de elétrons na cadeia respiratória. Esses eventos podem, por sua vez, evocar um aumento na velocidade da glicólise, aumentando a velocidade de formação de piruvato. Quando a conversão de ADP em ATP reduz a concentração de ADP, o controle pelo aceptor diminui a transferência de elétrons e, assim, a fosforilação oxidativa. A glicólise e o ciclo do ácido cítrico também têm sua velocidade reduzida, uma vez que o ATP é um Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 13 inibidor alostérico da enzima glicolítica fosfofrutocinase 1 e da piruvato-desidrogenase. • A fosfofrutocinase 1 também é inibida pelo citrato, primeiro produto do ciclo de Krebs. • Outras funções que, em tecidos específicos ou sob condições específicas, também são essenciais. No tecido adiposo, as mitocôndrias geram calor para proteger órgãos vitais da baixa temperatura do ambiente. Nas glândulas suprarrenais e nas gônadas, as mitocôndrias são o local de síntese de hormônios esteroides. Além disso, na maioria dos tecidos elas são participantes-chave na apoptose. • No tecido adiposo marrom a oxidação de combustível serve não para produzir ATP, mas para gerar calor para manter o recém-nascido aquecido. Esse tecido adiposo especializado é marrom devido à presença de um grande número de mitocôndrias e, portanto, de uma alta concentração de citocromos, com grupos heme que são fortes absorvedores de luz visível. As mitocôndrias dos adipócitos marrons são muito semelhantes às de outras células de mamíferos, exceto por terem uma proteína singular na membrana interna. A proteína desacopladora 1 (UCP1), fornece uma via para os prótons retornarem à matriz sem passarem pelo complexo F0F1. Como resultado, a energia de oxidação não é conservada pela formação de ATP, mas dissipada como calor, mantendo a temperatura corporal. • As mitocôndrias são o sítio das reações biossintéticas que produzem os hormônios esteroides, incluindo os hormônios sexuais, os glicocorticoides, os mineralocorticoides e o hor-mônio vitamina D. Esses compostos são sintetizados a partir do colesterol ou de um esterol relacionado, em uma série de hidroxilações catalisadas por enzimas da família citocromo P-450. Nas reações de hidroxilação, um átomo do oxigênio molecular é incorporado ao substrato e o segundo é reduzido a H2O. Nessa reação, duas espécies são oxidadas: NADPH e R¬H. As mitocôndrias geralmente são maiores do que aquelas em outros tecidos e têm membranas internas mais extensas e altamente enroladas sobre si mesmas. A via do fluxo de elétrons no sistema P-450 mitocondrial é complexa, envolvendo uma flavoproteína e uma proteína ferro-enxofre, que carregam elétrons do NADPH ao heme P-450. Todas as enzimas P-450 têm um heme que interage com o O2 trato que confere especificidade. Sandy Vanessa Medicina o8 – UFPE CAA 14 • As mitocôndrias desempenham um papel fundamental em desencadear a apoptose. Quando um estressor fornece o sinal para a morte da célula, a consequência inicial é um aumento na permeabilidade da membrana mitocondrial externa, permitindo que o citocromo c escape do espaço in-termembrana para o citosol. O aumento da permeabilidade é devido à abertura do complexo do poro de transição de permeabilidade (CPTP), proteína de múltiplas subunidades na membrana externa; sua abertura e seu fechamento são afetados por várias proteínas que estimulam ou suprimem a apoptose. Quando liberado no citosol, o citocromo c interage com monômeros da proteína protease fator 1 de ativação de apoptose (Apaf-1), causando a formação de um apoptossomo composto por sete moléculas de Apaf-1 e sete moléculas de citocromo c. O apoptossomo proporciona a plataforma sobre a qual a pró-enzima procaspase 9 é ativada a caspase 9, membro de uma família de proteases altamente específicas, as caspases, envolvidas na apoptose. A caspase 9 ativada inicia uma cascata de ativa-ções proteolíticas, com uma caspase ativando uma segunda, que, por sua vez, ativa uma terceira, e assim por diante.
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