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Inovação 
e criatividade
SST Rodrigues, Suzy Cristina
Inovação e criatividade / 
Suzy Cristina Rodrigues - 2019
nº de p.: 10 páginas
Copyright © 2019. Delinea Tecnologia Educacional. Todos os direitos reservados.
Inovação e criatividade
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Apresentação
Nesta aula, você será levado a entender o contexto da inovação nas organizações 
baseada na criatividade. Para isso, o seu aprendizado inicia-se com o estudo 
dos conceitos de inovação e criatividade, que mesmo próximos, possuem suas 
diferencias que precisam ser compreendidas, bem como do processo criativo. 
A partir desse entendimento, você compreenderá a necessidade de se promover um 
ambiente criativo nas organizações que almejam ser consideradas inovadoras, bem 
como a criatividade pode ser motivada e estimulada para que o processo criativo 
seja constante.
Inovação e criatividade
Inovação e criatividade são dois conceitos que, apesar de próximos, são diferentes 
em seus significados. Vamos começar nosso estudo assimilando a diferença entre 
um e outro. Siga em frente e conheça os conceitos de criatividade e inovação.
a) Criatividade
Diferentemente das máquinas e de boa parte dos seres vivos, somos dotados de 
uma inteligência criativa que é capaz de fazer escolhas a partir da observação da 
realidade. A criatividade se relaciona a esse potencial que temos de gerar novas 
ideias, que podem se apresentar de diversas maneiras. Perceba que se trata de 
algo abstrato, pois é a manifestação de um estado atento e imaginativo de nossa 
mente a novas formas de pensar ou realizar as coisas. Observe que, por ser algo 
subjetivo, a criatividade é de difícil mensuração. 
 
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Criatividade e Inovação
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
b) Inovação
A inovação trata da geração de valor a partir da criatividade. Por isso, 
diferentemente da criatividade, a inovação é mensurável.
Vamos continuar estudando sobre inovação e criatividade:
O que nasceu na criatividade de muitos se tornou uma inovação pelas mãos do 
alemão Johannes Gutenberg, que ficou mundialmente conhecido como o inventor 
da imprensa, por volta do ano 1439. Sua invenção possibilitou a produção em 
massa de livros, o que nunca havia sido feito antes (BRIGGS; BURKE, 2004). 
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Desde sua ideia inicial, Gutenberg aprimorou sua invenção até que ela se tornasse 
algo útil e revolucionário em sua época. Sua criatividade gerou um produto 
inovador.
Compreendidas as definições de criatividade e inovação, veremos dois tipos de 
descoberta por acaso e a propriamente dita.
A descoberta por acaso e a 
propriamente dita
Hedwig Eva Maria Kiesler ao tocar piano com e o seu amigo George Antheil, 
percebeu que ondas se desprendiam ao tocarem as teclas do piano. Como tinha 
habilidade para a invenção, desde criança, inventou com a ajuda do seu amigo a 
tecnologia que se baseia o wi-fi moderno. A principal delas foi a tecnologia que 
serviu de base para a criação de telefones celulares, Bluetooth e Wi-Fi. Vejamos 
outra invenção interessante. 
Percy Spencer era um engenheiro norte-americano que trabalhava em uma empresa 
que fabricava radares. Foi durante uma experiência com o uso de radares e 
microondas, no ano de 1945, que Spencer percebeu que uma barra de chocolate em 
seu bolso começou a derreter. 
Apesar de não ter sido a intenção da experiência verificar o efeito calorífero das 
microondas, Spencer percebeu ali um outro uso possível das ondas com as quais 
estava acostumado a trabalhar. 
Apesar da descoberta ao acaso, o estado atento e criativo da mente de Spencer 
foi fundamental para que um efeito natural de um elemento da natureza fosse 
convertido em uma inovação para um uso comercial para o benefício de toda 
a sociedade. Então, apesar de elementos casuais auxiliarem muitas vezes no 
processo de inovação, a criatividade sempre estará presente.
A descoberta pode ser entendida como a primeira percepção humana sobre algum 
fenômeno que naturalmente se desenvolveria em condições ideais, mesmo sem 
nossa intervenção. 
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A partir de uma descoberta, a criatividade humana pode perceber ali uma 
aplicabilidade prática para sanar alguma necessidade, ou seja, uma inovação.
Apresentadas a descoberta por acaso e a descoberta propriamente dita, iremos 
verificar a diferença entre as inovações.
Comparando as inovações
Você percebeu a diferença entre a inovação de Gutenberg e a de Spencer?
Método de Gutenberg: o método de alojar tipos 
móveis (letras dispostas em uma prensa) para 
copiar páginas proposto por Gutenberg foi um 
rearranjo de outros elementos de criação humana 
(papel, tinta, chapa de ferro etc.).
Método de Spencer: Spencer descobriu um efeito 
natural (geração de calor) a partir de um elemento 
também natural (microondas).
Fatores ambientais
Steven Johnson, importante escritor e pesquisador norte-americano 
contemporâneo, dedicou alguns anos de suas pesquisas na busca pela 
identificação de padrões no processo criativo que pudessem ser aprendidos, 
compartilhados e replicados. 
Ele descobriu que fatores ambientais, ou seja, o meio em que vivemos, estavam 
diretamente relacionados a melhores níveis de criatividade (JOHNSON, 2011). 
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Também pesquisou espaços físicos que geraram níveis muito expressivos de 
criatividade e inovação e descobriu que em todos eles existiam padrões recorrentes 
Palpite lento: um desses aspectos foi chamado 
por ele de “palpite lento”, segundo o qual as 
ideias mais importantes passam um bom tempo 
dormentes, hibernadas. Após esse período de 
maturação, muitas vezes de alguns anos, é 
que as ideias se tornaram de fato úteis, ou seja, 
foram convertidas em uma inovação. 
Ideias compartilhadas: outro aspecto ambiental 
relevante levantado por Johnson é que, 
comumente, aquilo que transforma uma ideia 
simples em algo extraordinário é outra ideia 
que estava amadurecendo também na mente 
de outra pessoa. Johnson utiliza, para ilustrar 
seu pensamento, os salões parisienses da era 
moderna ou as primeiras cafeterias inglesas que 
foram verdadeiros motores para o florescimento 
do Iluminismo.
Vejamos um exemplo na prática: um bom exemplo disso é a história da invenção 
da internet. Tim Berners-Lee, físico e cientista da computação britânico, criador do 
WWW (World Wide Web, a Rede Mundial de Computadores), só começou a ter uma 
visão geral do que viria a ser a internet após um período de 10 anos de trabalho. 
Sabe-se, portanto, que é possível elevar os níveis de criatividade ao entendermos 
que as ideias precisam de um certo tempo de maturação e que é importante 
compartilhá-las com pessoas que refletem e estudam partes complementares 
àquilo que queremos realizar. 
Como manter a mente conectada? Podemos começar compreendendo que o 
processo criativo ocorre pela soma de três princípios mentais que funcionam como 
engrenagem do processo criativo que ocorre a todo tempo em nossa mente. 
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Analogia das engrenagens com o processo criativo
 
Fonte: Deduca (2019)
Atenção: 
É o estado em que ficamos concentrados e atentos a algum problema prático 
de nossa realidade. 
Fuga: 
É o estado que ficamos quando nossa mente é capaz de se deslocar do 
problema em questão, fugindo dos padrões conhecidos e dos pensamentos 
convencionais que estamos habituados em nossa realidade. 
Movimento: 
É o estado seguinte que nos leva à ação, ou seja, à materialização das ideias 
que conseguimos experimentar em nosso momento de fuga. 
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Outros elementos sensoriais também podem fazer parte desse processo, como 
cores, sons, cheiros, entre outros. Diferentes percepções da realidade trarão 
diferentes elementos ao processo criativo. Isso ocorre de forma muito diversa, 
afinal, cada um de nós percebe o mundo de uma maneira diferente. 
Imagine o potencial imenso que teremos em nossos ambientes de trabalho se 
compartilharmos e somarmos nossas percepções acerca dos problemas que temos 
no dia a dia: um poderia estimular a criatividade do outro na resolução de nossos 
problemas!
Fechamento
Chegamos ao fim desta unidade, onde fomos convidadosa discutir a importância 
da inovação e da criatividade no contexto empresarial. Como as descobertas acerca 
de fenômenos naturais se relacionam com os conceitos de criatividade e inovação, 
a partir das pesquisas de Steven Johnson, conhecemos um pouco mais sobre o 
processo criativo e compreendemos que ideias inovadoras precisam de um tempo 
de maturação e de conectividade com outras ideias complementares. 
Entendemos, também, que o processo criativo funciona como uma engrenagem em 
que as peças fundamentais são: a atenção, a fuga e o movimento. Até mais!
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Referências
BRIGGS, A.; BURKE, P. Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.
JOHNSON, Steven. As ideias que mudaram o mundo – A história natural da 
inovação. Lisboa: Clube do Autor, 2011.

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