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P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r Dor crônic� CASO 2 Paciente do sexo masculino, Sr Carlos Gustavo, psicoterapeuta de casais, 45 anos, chegou ao consultório do neurologista famoso, Dr Derek, com queixa de lombociatalgia que cursou com a seguinte história: Há 2 anos, apresenta dor de intensidade moderada, localizada na região lombar com irradiação para o membro inferior direito associado a “falta de força” nas pernas e di�culdade de caminhar. Queixa-se também de di�culdade de subir escadas. Relatou ao médico que há um ano as dores pioraram, principalmente, em ocasiões que �cava muito tempo em pé ou quando necessitava caminhar por mais de 500m. Para alívio da dor, precisava sentar com tronco �etido e mesmo assim era difícil. Contou que foi ao médico generalista, nesse período, e o mesmo orientou o tratamento medicamentoso para sua dor crônica e iniciar RPG (Reeducação Postural Global). Em relação aos antecedentes pessoais: HAS controlada, sobrepeso, sedentarismo e um trauma que sofreu na coluna por uma queda de cavalo na infância. Ao exame físico: o paciente apresenta di�culdade de caminhar na ponta do pé direito, hipoestesia tátil dolorosa em dermátomos de L5 a S1, hiporre�exia em re�exo aquileu, ambos do lado direito, reti�cação de lordose �siológica, sem outros achados. Exames complementares: radiogra�a de coluna lombossacra com alterações degenerativas moderadas e redução em altura dos discos L4, L5-S1, RNM identi�cou hérnia discal centro-lateral em L5-S1. Após a consulta, Dr Derek orientou iniciar �sioterapia e fazer uso de AINE. Mesmo assim, Sr Carlos continuou com fortes dores e em várias idas ao PA, recebeu prescrição de dexametasona injetável. Mas �cou preocupado porque, após várias injeções, uma amiga comentou que um dos efeitos do uso dessa injeção é a osteoporose. Foi afastado de seu trabalho que exigia �car muito tempo sentado e colocado um colete estabilizador para manutenção de postura ereta. O paciente chegou ao seu consultório 15 dias depois de seu afastamento do trabalho, muito ansioso, com medo de perder os pacientes, pois estava há 15 dias sem atendê-los, querendo fazer cirurgia, mas não sabia se havia indicação, com medo de estar com osteoporose e sem saber mais qual medicamento deveria usar e sem querer parar o trabalho. E então, ele deve parar de trabalhar? OBJETIVOS 1. De�nir dor crônica; 2. Descrever a lombociatalgia (fatores de risco, �siopatologia, quadro clínico e diagnóstico clínico, imagiológico e laboratorial). 3. Conhecer a semiologia da lombociatalgia (exame físico). 4. Entender o tratamento medicamentoso (mecanismo de ação da dexametasona e AINES) e não medicamentoso (�sioterapia, RPG e colete) da lombociatalgia. 5. Relacionar o uso da dexametasona injetável com a osteoporose e outros efeitos adversos. 6. Conhecer os critérios para indicação cirúrgica no paciente com hérnia de disco. DOR CRÔNICA ❖ Sintomas duram mais de 3 meses. P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r LOMBOCIATALGIA ❖ Ciatalgia - qualquer dor (incluindo a dor referida) sentida na distribuição do nervo ciático na perna. ❖ Lombociatalgia - além da dor no trajeto do nervo ciático, apresenta também lombalgia. - Aguda - após atividade física / início súbito/ duração de 6 semanas; - Crônica - após 12 semanas. - Pode ser também persistente, episódica ou recorrente. ❖ Pseudociatalgia - síndrome do piriforme - da passagem do nervo ciático abaixo do músculo piriforme, o aumento de seu tônus comprime e in�ama o nervo, acarretando dor. - Dor no quadril, sem a irradiação para parte posterior da coxa. ❖ Cruralgia - dor no nervo crural (dor em queimação, por vezes em pontada ou formigamento, na parte anterior da coxa). FATORES DE RISCO ❖ Altura; ❖ Idade acima de 50 anos; ❖ Sobrepeso; ❖ Hereditariedade e fatores genéticos na predisposição; ❖ Atividades recreacionais (caminhadas e corridas); ❖ Se curvar mais de 20 vezes ao dia, com um peso superior a 10 Kg - hérnia de disco. ❖ Posições laborais inadequadas ou incômodas; ❖ Tabagismo - in�uencia na nutrição do disco intervertebral, aumentando a chance de sua degeneração. ❖ Prática de dirigir. FATORES DE RISCO QUE INDICAM LESÃO ESTRUTURAL IMPORTANTE História de traumatismo Incontinência > 70 anos de idade História de dé�cit neurológico ETIOPATOGENIA 1. Protrusão discal: - 90% dos casos de ciatalgia lombar; - Decorre de um in�amatório, consequente do aumento de pressão intradiscal e protrusão do disco intervertebral no interior do canal vertebral. 2. Hérnia de disco: - Além do processo in�amatório, há uma compressão mecânica dessa raiz pelo disco. - Incidência entre a terceira e quarta décadas de vida. - Fase da vida que há pressão no núcleo pulposo, porém o ânulo �broso já apresenta redução de sua capacidade de resistir a essa pressão interna. P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r - A compressão pode ocorrer dentro do canal vertebral ou no forame intervertebral. 3. Estenose de canal vertebral: - Pode ser congênita ou degenerativa. - O diâmetro do canal vertebral está entre 10 e 12 mm secundário ao espessamento ósseo das lâminas e facetas articulares, hipertro�a do ligamento amarelo, ossi�cação do ligamento longitudinal posterior e hiperlordose. - Relacionada a compressão nervosa mecânica e também a insu�ciência vascular e isquemia relativa. 4. Síndrome pós-laminectomia: - 10-40% dos pacientes submetidos a cirurgia de coluna lombar para alívio da dor, independente da técnica cirúrgica utilizada, evoluem com dor crônica neuropática no MI. - Etiologia multifatorial e relacionada com eventos pré, intra e pós operatórios. 5. Síndrome do piriforme: - 6% dos casos de ciatalgia lombar. - Compressão do nervo ciático pelo músculo piriforme ou pelo tendão do mesmo no assoalho pélvico. - Ocorre na hipertro�a, in�amação ou variação anatômica do músculo. INFLAMATÓRIAS Espondiloartropatias soronegativas, como a espondilite anquilosante, síndrome de Reiter, espondilite psoriásica e as espondiloartropatias associadas a doenças intestinais. INFECCIOSAS Espondilodiscites infecciosas METABÓLICAS Osteoporose, osteomalácia e hiperparatireoidismo. ANATOMOFISIOPATOLOGIA ❖ Principais causas: hérnia discal, síndrome do piriforme / síndrome do bumbum durinho, ❖ Em 15% das pessoas, o nervo ciático ciático passa no meio do piriforme, comp9rimindo. ANATOMIA ❖ Nervo ciático / isquiático ➛ formado pelas raízes nervosas dos segmentos L4, L5, S1, S2 e S3 da coluna lombo-sacra. - Nervo mais espesso/calibroso do corpo humano. - Inerva a parte posterior da coxa e seus ramos inervam da perna para baixo, incluindo o pé. - Trajeto: deixa a pelve pela incisura isquiática maior, atravessa o quadril abaixo do músculo piriforme, descendo pela parte posterior da coxa, se dividindo em nervo tibial (medial) e �bular (lateral) comum, antes de chegar na fossa poplítea. - Dividido em 2 partes por um tecido conjuntivo, sendo a parte medial a porção tibial do ciático, e a parte lateral a porção �bular do ciático. ❖ Dor no nervo: - Formigamento; P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r - Dormência; - Choque; - Diferenciar de dor muscular - �sgada, queimação, fadiga, dor referida; ❖ Coluna lombar é divida em compartimentos: - Anterior - com os corpos vertebrais e o disco intervertebral. Adaptado para absorção de choques e para a sustentação do peso. - Médio - canal medular e pedículos. - Posterior - protege os elementos neurais e local de inserção muscular. ❖ Esses compartimentos têm um equilíbrio mecânico, sendo seu desequilíbrio causador de dor por estimulação direta das terminações nervosas ou pela liberação de substâncias do NP que desencadeiam dor e in�amação pela degeneração do disco. ❖ Discopatia é o ponto central das causas da dor. A degeneração discal diminui a capacidade de nutrição pela difusão passiva, acumulando íons hidrogênio, estes estimulam receptores químicos de dor, situados externamente ao anel �broso. Discopatias podem ser �ssuras, rupturas, abaulamentos, diminuição da altura do disco, hérnias (protrusas ou extrusas). ❖ As alterações discais acrescentamum esforço adicional nas articulações facetárias, espessando a membrana sinovial e a cápsula articular, formando tecido cicatricial, diminuindo o espaço articular entre elas e formando osteó�tos e esclerose do osso subcondral, podendo causar estenose do canal vertebral. P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r ❖ O disco intervertebral sofre maior pressão na posição sentada com �exão do tronco. - Nesse movimento, produz uma compressão da parte anterior do disco e uma expansão da parte posterior. ❖ Além da compressão mecânica, a liberação de fatores locais como o TNF-alfa e a fosfolipase A2 podem piorar o processo in�amatório neural. FISIOPATOLOGIA ● Dor local ➛ causada por lesões a estruturas sensíveis à dor que comprimem ou irritam as terminações nervosas sensitivas. ● Dor de origem vertebral ➛ localizada nas costas e referida às nádegas ou pernas. Nas doenças que acometem a coluna lombar superior, a dor é na região lombar, face anterior das coxas ou virilha, já na coluna lombar inferior, a dor é referida nas nádegas, face posterior da coxa, panturrilha ou pés. ● Dor radicular ➛ bem de�nida e irradia-se da região das costas para uma perna no território da raiz nervosa. A tosse, espirro ou contração involuntária da parede abdominal podem provocar ou piorar a dor irradiada. A dor pode aumentar com posturas que causam o estiramento do nervo ou da raiz nervosa. Sentar com a perna estendida faz tração sobre o nervo ciático e sobre as raízes L5/S1, visto que o nervo ciático passa posteriormente ao quadril. ❖ O anel �broso e o núcleo pulposo são desprovidos de inervação; ❖ A in�amação e a produção de citocinas pró-in�amatórias no interior do núcleo pulposo rompido pode desencadear ou perpetuar uma dor lombar; - Liberação de mediadores in�amatórios como fosfolipase A, prostaglandina E2, interleucina 1 e TNF-alfa, com lesão axonal e das células de Schwann e isquemia da raiz nervosa. ❖ A invaginação de �bras nervosas nociceptivas para dentro do núcleo pulposo do disco acometido pode ser responsável por algumas dores “discogênicas” crônicas. ❖ A lesão de raiz nervosa por hérnia de disco costuma ser causada por in�amação, mas a herniação lateral pode produzir compressão no recesso lateral ou no forame intervertebral. ❖ Os discos mais acometidos são os entre L4 e l5 ou L5 e S1. ❖ A raiz mais acometida é a de S1 por ser a maior do plexo lombossacral passando pelo forame mais estreito. P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r ❖ A hérnia pode ser protrusa (núcleo do disco intacto, mas com perda do formato) ou extrusa (núcleo deformado, formando uma gota). QUADRO CLÍNICO ❖ Lombalgia com irradiação para os membros inferiores - dor radicular ou “dor ciática”. ❖ Geralmente me choque, para a porção posterolateral do MI (unilateral na maioria dos casos). ❖ A lombalgia piora com a �exão do tronco para frente, já a dor radicular no MI piora com a �exão do quadril. EXAME FÍSICO ❖ Redução da força, da sensibilidade e dos re�exos. ❖ Sinal de Lasègue - pesquisado através da �exão da coxa sobre o abdome, sendo a perna mantida em extensão (joelho reto). A manobra é positiva se ocorre exacerbação da dor quando o ângulo entre a coxa e o plano horizontal está entre 10-60º. ❖ Sinal de Lasègue cruzado - pesquisado com a elevação do membro inferior “sadio”, traz a dor ao lado onde está a radiculopatia. ❖ Manobra de valsalva - aumento da pressão intra-abdominal exacerba a dor radicular. ❖ Se a herniação for central e não lateral, há uma compressão direta dos feixes nervosos - síndrome da cauda equina. - Ocorre anestesia “em sela”, dor lombar baixa, retenção urinária e incontinência por transbordamento, incontinência fecal, paraparesia incompleta de MMII, com perda dos re�exos bulbo-cavernoso e es�ncteriano anal. ❖ Avaliar motricidade, sensibilidade (tátil, dolorosa, térmica e vibratória) e re�exos tendíneos profundos como o patelar (L4) e aquileu (S1). ❖ Manobras provocativas como o teste da elevação da perna estendida. DIAGNÓSTICO ❖ CLÍNICO ❖ Pontos importantes ➛ tempo, evolução, fatores precipitantes, localização, característica, severidade, irradiação e fatores de melhora e piora. ❖ Perguntar sobre sinais de alerta como febre, emagrecimento, calafrios, anemia, disúria e outros achados. ❖ Perguntar sobre trabalho e lazer, esportes praticados. ❖ Alívio ao deitar, não piora pela noite (associada a infecção ou neoplasia). ❖ Irradiação para os MMII; ❖ Associação com parestesias, perda sensitiva, fraqueza motora e diminuição dos re�exos. ❖ Piora da dor com tosse, espirro ou manobra de valsalva - a favor da hérnia discal. ❖ Piora ao deambular e na posição ortostática, melhora ao sentar ou �exionar a coluna para frente - a favor de neuroclaudicação e estenose espinhal central. ❖ Melhora ao deitar-se, piora na �exão da coluna lombar - a favor da hernia discal. ❖ Dor piora com a extensão da coluna - a favor de estenose de canal raquidiano. P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r ❖ Presença de disfunção intestinal ou urinária - a favor de compressão severa da cauda equina, precisando de avaliação cirúrgica imediata. O Primeiro Consenso Brasileiro sobre Lombalgias e Lombociatalgias estabeleceu que: - Deve-se avaliar se a dor aparece de manhã ou no decorrer do dia, lembrando que nas hérnias discais e lombalgias de causa in�amatória ela ocorre pela manhã. - No canal estreito artrósico ela aparece de manhã e piora no decorrer do dia. - No osteoma osteóide a dor aparece de madrugada. - Na lombalgia mecânica degenerativa a dor aparece com movimentos, no �m da tarde após o trabalho, associada a estresse físico e emocional. - Dor raquidiana associada com os movimentos da coluna. - Nas compressões radiculares, a dor obedece um trajeto dermatomérico. - Nas hérnias de disco centrais pode não haver dor irradiada. IMAGIOLÓGICO ❖ Reservado para pacientes que apresentam sinais e sintomas de dé�cit neurológico severo ou doença de base (suspeita de neoplasia, por exemplo), pacientes que não melhoraram após 4-6 semanas ou que desenvolveram sinais de alerta. ❖ Radiogra�a da coluna lombossacra, em AP e per�l (exame inicial para suspeitas de fraturas); ❖ RNM é preferível, por visualizar melhor as partes moles. ❖ Eletroneuromiogra�a é um método complementar a RNM. - Indica a cronicidade do processo e ajuda nos diagnósticos diferenciais (ex compressão medular). TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA - Em comprometimentos: ● Discais; ● Das faces intervertebrais; ● Das articulações zigapo�sárias; ● Do canal vertebral e forames intervertebrais. RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA - Em suspeitas de: ● Infecções; ● Câncer; ● Comprometimento neurológico persistente. MIELOGRAFIA E MIELOTOMOGRAFIA - Métodos invasivos com indicação voltada para casos de dúvidas de compressão radicular após TC e RNM ou associadas a radiogra�as dinâmicas em casos de estenose de canal vertebral e foraminal. DISCOGRAFIA - Método invasivo e de indicação restrita nos casos de hérnia de disco com reprodução da dor referida. ELETRONEUROMIOGRAFIA P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r - Indicada no diagnóstico diferencial entre envolvimento radicular e outras doenças do SNP. DENSITOMETRIA ÓSSEA - Nos casos de osteoporose primária ou de osteoporose secundária, deve-se ter em mente que somente a presença de perda de massa óssea não justi�ca a lombalgia ou lombociatalgia. LABORATORIAL SEMIOLOGIA DA LOMBOCIATALGIA - EXAME FÍSICO NEUROLÓGICO ❖ Manobra de Lasègue➛ paciente em DD, eleva-se o MI com a perna estendida. Positivo caso a dor aumente ou irradie no trajeto do dermátomo de L4-L5 ou L5-S1. - Positividade a 60º comprova a compressão radicular. ❖ Teste de Patrick ➛ paciente em DD, MI �etido, abduzido e em rotação externa. O examinador fará pressão para baixo sobre o joelho ipsilateral enquanto exerce uma força contra a EIAS contralateral. - Positividade quando há doença no quadril ou na articulação sacro-ilíaca. ❖ Sinal das pontas, sinal do arco de corda, teste da elevação da perna estendida, sinal de Bragard, teste da elevação da perna contralateral estendida, brudzinski.Radiculopatia lombossacral - manifestações neurológicas Raízes nervosas lombossacrais Achados no exame Distribuição da dor Re�exos Sensitivo Motor L2 - Face antero superior da coxa Psoas (�exão do quadril) Face anterior da coxa L3 - Face ântero inferior da coxa Psoas (�exão do quadril) Face anterior da coxa Joelho Face anterior do joelho Quadríceps (extensão do joelho) Adutores da coxa L4 Quadríceps (joelho) - hiporre�exia patelar Panturrilha medial Quadríceps (extensão do joelho) Adutores da coxa Joelho, panturrilha medial Face anterior lateral da coxa L5 - Superfície dorsal do pé Fibular (eversão do pé) Panturrilha lateral, dorso do pé, face póstero lateral da P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r coxa e nádegasPanturrilha lateral Tibial anterior (dorsi�exão do pé) Glúteo médio (abdução da perna) Dorsi�exão de artelhos S1 Gastrocnêmio/sóleo (tornozelo) - hiporre�exia de aquileu Superfície plantar do pé Gastrocnêmio/sóleo (�exão plantar do pé) Face plantar, panturrilha posterior, face posterior da coxa e nádegasFace lateral do pé Abdutor do hálux (�exores dos artelhos) Glúteo máximo (extensão da perna) INSPEÇÃO - O paciente caminhando - tipo de marcha e se existe posição antálgica. - Se existem assimetrias (desnível dos ombros, alterações na curvatura da coluna lombar como reti�cação da lordose, acentuação da cifose torácica e escoliose). - Presença de lesões, escaras, traumas ou cirurgia anterior. PALPAÇÃO - Presença ou não de hipertonia muscular e pontos dolorosos. - Deve-se lembrar de palpar as articulações sacroilíacas. ESTUDO DOS MOVIMENTOS DA COLUNA LOMBAR - Flexão➛ se a dor aparece ou é agravada, se irradia para os MMII - lesão discal (protrusão ou hérnia discal). - Teste de Shober➛ espondilite anquilosante menor que 5cm. - Extensão➛ a dor aparece em artrose zigoapo�sárias e estenose do canal artrósico. - Flexão lateral direita ou esquerda➛ dor ou limitação da amplitude dos movimentos. - Rotação direita e esquerda. TESTES ESPECÍFICOS 1. Manobra de Valsalva. 2. Manobra de Lasègue. 3. Sinal do arco da corda (manobra de Bragard)➛ inicia como na manobra de Lasègue, ao iniciar a dor dobra-se o joelho, se a dor diminuir ou desaparecer, teste positivo. 4. Sinal das pontas de “De Sèze”: - Não consegue andar no calcanhar - compressão da raiz de L4 ou L5. - Não consegue andar na ponta do pé - compressão da raiz de S1. P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r 5. Pesquisa de re�exos: - Ausência do patelar - comprometimento da raiz de L3 ou L4. - Ausência do aquileu - comprometimento da raiz de S1. 6. Pesquisa da força de �exão e extensão dos pododáctilos: - Hálux - ausência ou diminuição - compressão da raiz de L5. - 2º e 3º - ausência ou diminuição - compressão da raiz de S1. 7. Sinais não orgânicos de lombalgia psicossomática: ● Sensibilidade dolorosa exacerbada em locais de distribuição não anatômica e super�cial. ● Lombalgia após rotação da pelve e ombros, sem movimentar a coluna. ● Sinal de Lasègue exagerado. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA LOMBOCIATALGIA ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES 1. Paracetamol (acetaminofen) 500mg de 4 a 6 vezes ao dia, nas dores leves e moderadas. Cautela em pacientes hepatopatas e quando associado a anti-in�amatório não hormonal. 2. Dipirona 500mg, até 4x ao dia. 3. Os com sintomas mais intensos necessitam de AINE ou corticoide, já que a compressão radicular pode ser acompanhada de in�amação, lesão axonal e das células de Schwann. ANALGÉSICOS OPIÓIDES 4. Fosfato de codeína 30mg, 3 a 4x ao dia. 5. Cloridrato de tramadol 100 a 400mg por dia. 6. Oxicodona 5 a 10mg, 3 a 4x ao dia. 7. Sulfato de mor�na - restrita a casos graves INFILTRAÇÃO ● Epidural com glicocorticoide, anestésicos e opióides, quando o tratamento medicamentoso e físico falha. DEXAMETASONA ❖ Glicocorticóide sintético, conhecido também como Decadron e Maxidex. ❖ AIE - anti-in�amatório esteroidal. ❖ Indicações - reações in�amatórias, reações alérgicas e ana�láticas, asma grave, hipofunção adrenal, hanseníase, pneumonia, adjuvante na quimioterapia, imunossupressão em doenças autoimunes. ❖ Mecanismo de ação: - Inibição da fosfolipase A2, impedindo a formação do ácido aracdônico e seus derivados (prostaglandinas, tromboxano e leucotrienos). - Reduz a migração e adesão leucocitária, reduzindo a liberação de citocinas no local da in�amação, levando a uma atividade imunossupressora. - Estimulam a gliconeogênese e glicogênese hepática, causando um quadro de hiperglicemia. P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r ❖ Efeitos adversos - síndrome de Cushing, supressão adrenal, hiperglicemia, resistência à insulina, osteoporose, hiperlipidemia e hipertensão arterial. ● Ósseo - osteoporose e osteonecrose pelo aumento da atividade osteoclástica. ● Neuropsiquiátrico - depressão, ansiedade e insônia. ● Dermatológico - descamação, equimose, estrias, eritema facial, aumento de acne e hirsutismo. ● Metabólico - resistência à insulina, supressão adrenal, hiperlipidemia e síndrome de cushing. ● Gastrointestinal - gastrite, úlcera péptica e esteatose. ● Imune - risco de infecções devido a imunossupressão. OSTEOPOROSE INDUZIDA POR CORTICÓIDES (OPIC) - Causa mais frequente de osteoporose secundária. - 25% das causas de osteoporose. - Metade dos doentes que utilizam corticoterapia por mais de 6 meses tem osteoporose, e cerca de 1 ⁄ 3 desenvolve fratura se o tratamento se prolongar por 1 ano. FISIOPATOLOGIA ● Os CT provocam um desequilíbrio no metabolismo da remodelação óssea normal, aumentando a reabsorção e diminuindo a formação. ● Há uma redução no número e função dos osteoblastos, in�uenciando nos processos de síntese, replicação e apoptose celular. ● Inibem a produção pelo osso de fatores de crescimento, como o IGF-I e o TGF-beta que tem atividade anabólica no tecido ósseo. ● Reduzem a produção de hormônios sexuais (estrogênios e androgênios), inibindo a produção de gonadotro�nas (FSH e LH). ● Inibem a secreção de ACTH pela hipó�se, conduzindo a atro�a das suprarrenais e diminuindo a produção de estrona e androstenediona, hormônios anabólicos importantes. ● Diminuem a absorção intestinal e a reabsorção tubular renal de cálcio. P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r ● Aumentam a excreção renal de cálcio, diminuindo o cálcio sérico. Esta diminuição estimula a secreção de paratormônio, conduzindo a um estado de hiperparatiroidismo secundário. ● Os CT exercem efeitos secundários sobre os músculos, produzindo fadiga e debilidade muscular, diminuindo a força de carga responsável pela estimulação da remodelação óssea. O RANKL é uma proteína transmembrana produzida pelos osteoblastos, que ao se ligar no receptor RANK existente nos precursores de osteoclastos, transmite um sinal que induz a sua diferenciação em osteoclastos, potencializando a reabsorção óssea. A osteoprotegerina (OPG) é um receptor solúvel, secretado pelas células pré-osteoblásticas, que ao se ligar ao RANKL, impede a ligação com o RANK, inibindo a osteoclastogênese. Os CT produzem uma supressão da síntese de OPG e aumento de RANKL, estimulando a osteoclastogênese. AINES ❖ Antipiréticos, analgésicos e anti-in�amatórios. ❖ Efetivos no controle dos sintomas a curto prazo. ❖ Inclui: - Derivados do ácido salicílico - AAS, di�unisal e salsalato. - Derivados do ácido propiônico - ibuprofeno, fenoprofeno, �urbiprofeno, cetoprofeno, naproxeno e oxaprozina. - Derivados do ácido acético - diclofenaco, etodolaco, indometacina, cetorolaco. - Derivados do ácido enólico - meloxicam e piroxicam. - Derivados do inibidor COX-2 seletivo - celecoxibe. ❖ Mecanismo de ação - inibidores das enzimas ciclo-oxigenases, que catalisam o primeiro estágio da biossíntese de prostanóides. Há uma redução na síntese de PG, com efeitos desejados e indesejados. ❖ Podem ser associados a relaxantes musculares para melhor resultado. ❖ Quando há fator psicossomático, associar com antidepressivos. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO DA LOMBOCIATALGIA TRATAMENTO CONSERVADOR - REPOUSO - Com corpo em DD, com joelhos �etidos e pés apoiados sobre o leitoe/ou com �exão das pernas num ângulo de 90º com as coxas. - posição de Zassirchon. - Com o corpo em DL com o joelho e quadril �etidos com travesseiro entre os MMII - posição semi-Fowler. - O espasmo muscular pode ser aliviado com compressas de gelo. P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r ❖ Ficar em repouso por 3 a 4 dias, máximo 5 a 6 dias, não deve ser prolongado, pois a inatividade ter ação deletéria no aparelho locomotor. FISIOTERAPIA REABILITAÇÃO ● Baseada em 6 pilares: 1. Controle da dor e do processo in�amatório através dos meios físicos. 2. Restauração da amplitude dos movimentos. Exercícios de extensão podem reduzir a compressão radicular, assim como os de �exão reduzem a tensão nas facetas articulares e o espasmo da musculatura dorso lombar. O uso de USG pode melhorar a extensibilidade do colágeno. 3. Melhora a força e a resistência musculares. Iniciar com exercícios isométricos e seguir com exercícios isotônicos. 4. Coordenação motora para controle da postura e da função muscular com estabilidade da coluna. 5. Melhora o condicionamento físico, com caminhadas, atividades aquáticas, bicicleta ou esteira para aumentar a endor�na. 6. Manutenção de programas de exercícios em casa. Base fisiológica dos exercícios - Aumento do nível de beta endor�nas no sangue periférico, diminui o pH no interior do disco intervertebral, aumentando a concentração de O2, diminuindo o estímulo doloroso. - Na fase aguda ➛ alongamento, relaxamento e exercícios isométricos de quadríceps e tríceps sural. - Na fase crônica ➛ exercícios aeróbicos (caminhada, natação, ciclismo) e exercícios de extensão. - Exercícios de �exão são contraindicados nas hérnias ou protrusões discais. RPG ❖ Reeducação Postural Global. ❖ Visa harmonizar o trabalho muscular , modulando o tônus muscular e os estímulos nociceptivos. ❖ Ajuda na liberação de toxinas, fortalecimento do sistema imune, estimula o sistema circulatório, melhora o sono, auxilia nos distúrbios do sistema nervoso. ❖ É diferenciado por não tratar de modo segmentar, mas sim a cadeia muscular acometida, as causas e as consequências do problema. ❖ Dura cerca de 1h cada sessão. ❖ Trabalha de modo que os músculos estáticos sejam alongados e os dinâmicos contraídos. Em casa sessão são trabalhadas no máximo 3 posturas. COLETE ESTABILIZADOR - ÓRTESE ❖ Indicado para manter as articulações em repouso. P5/M1/Pr2 - �or ��ôni�� @mi����u��r ❖ Alivia a dor e promove o relaxamento muscular por diminuir o estresse raquídio através do aumento da pressão intra abdominal com ação de um cilindro semi-rígido ao redor da coluna lombar. TERAPIA COMPORTAMENTAL ❖ Melhora da dor a longo prazo. INDICAÇÃO CIRÚRGICA PARA CIRURGIA DE HÉRNIA DE DISCO ❖ Fraqueza motora progressiva em decorrência de lesão da raiz nervosa. ❖ Distúrbio intestinal, vesical ou outro sinal de compressão da medula espinal. ❖ Dor recorrente e incapacitante, apesar do tratamento conservador (após 6 a 8 semanas de tratamento). ❖ Presença de síndrome da cauda equina (única indicação emergencial de tratamento cirúrgico).
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