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Noemi Andrade Etiologia Fisiopatologia Quadro Clínico As principais etiologias da lombociatalgia são: ➢ Protrusão discal Cerca de 90% dos casos de ciatalgia lombar estão relacionados a um processo inflamatório sobre a raiz nervosa causada pela reação inflamatória consequente a aumento de pressão intradiscal e protrusão do disco intervertebral no interior do canal vertebral. ➢ Hérnia de disco Condição em que além do processo inflamatório sobre a raiz nervosa há uma compressão mecânica dessa raiz pelo disco intervertebral, com prevalência de 5%. Tal condição tem maior incidência entre a terceira e quarta décadas de vida. Isso, pois nessa fase da vida o processo degenerativo do disco intervertebral encontra-se em um momento em que ainda há pressão no interior do núcleo pulposo, porém o ânulo fibroso já apresenta redução de sua capacidade de resistir a essa pressão interna. Com isso ocorrem rupturas no ânulo fibroso e consequente compressão de uma raiz nervosa no interior do canal vertebral ou no forâmen intervertebral. ➢ Estenose de canal vertebral Condição que pode ser congênita, na minoria dos casos e degenerativa, na maioria, em que o diâmetro do canal vertebral está entre 10 e 12mm secundário ao espessamento ósseo das lâminas e facetas articulares, hipertrofia do ligamento amarelo, ossificação do ligamento longitudinal posterior e hiperlordose. Em outras palavras, a estenose é o estreitamento do canal vertebral. Tal condição está relacionada à compressão nervosa mecânica e também a insuficiência vascular e isquemia relativa. ➢ Síndrome pós-laminectomia Cerca de 10 a 40% dos pacientes que são submetidos a cirurgia de coluna lombar para alívio de dor, independente da técnica A lombociatalgia surge quando esta dor se irradia para as nádegas e um ou ambos os membros inferiores. As lombalgias e lombociatalgias podem ser primárias ou secundárias, com e sem envolvimento neurológico, sendo classificadas em: ➢ mecânico-degenerativas Quando ocorre a ação de forças mecânicas sobre as estruturas vertebrares, pode haver um desequilíbrio levando à dor por estimulação direta de terminações nervosas aí existentes, ou pela liberação de substâncias do núcleo pulposo que desencadeiam dor e processo inflamatório pela degeneração do disco intervertebral. As discopatias compreendem as fissuras, rupturas, abaulamentos, diminuição da altura do disco e hérnias que podem ser protrusas e extrusas. Essas alterações degenerativas do disco intervertebral acrescentam um esforço adicional nas outras estruturas de suporte da coluna como as articulações das facetas, ligamentos e cápsulas articulares. ➢ não mecânicas localizadas: inflamatórias, infecciosas e metabólicas Inflamatória- As principais causas são as espondiloartropatias soronegativas, como a espondilite anquilosante, síndrome de Reiter, espondilite psoriásica e as espondiloartropatias associadas a doenças intestinais (doença de Chron, retocolite ulcerativa inespecífica e doença de Whipple). Infecciosa- Espondilodiscites infecciosas em que é um processo inflamatório envolvendo disco e vértebras adjacentes. Também pode estender-se para dentro do espaço epidural e partes moles paravertebrais. O processo infeccioso pode ser proveniente de um pos-cirurgico também, ou por via hematogênica (pelo sangue). Metabólica- Osteoporose, osteomalácia e hiperparatireoidismo, originando fraturas vertebrais que consequentemente levarão a Paciente relata dor ao longo do trajeto do nervo ciático (raízes nervosas dos segmentos L4, L5, S1, S2 e S3 da coluna lombo- sacra), geralmente resultado do comprometimento da raiz nervosa na coluna, mas também pode ser por compressão ou inflamação do próprio nervo. Quando além da dor no trajeto do nervo o paciente apresentar dor lombar. A dor muitas vezes é acompanhada de formigamento, choques e até perda de força na perna ou no pé. A dor aguda geralmente ocorre após a prática de atividades físicas e é de início súbito com duração inferior a 6 semanas, e dor crônica é quando perdura por mais de 12 semanas. Quanto à evolução, podem ser persistentes, episódicas ou recorrentes. OBS: O diagnostico pode ser clinico com uma boa anamnese e exame físico. No exame físico deveremos lembrar da Manobra de Lasègue é realizada com o paciente em decúbito dorsal, elevando o membro inferior com a perna estendida. É considerada positiva quando a dor se irradia, ou se exacerba, no trajeto do dermátomo de L4-L5, ou L5-S1, quando a elevação do membro inferior faz um ângulo de 35º a 70º com o plano horizontal. Sua positividade a 60º comprova a compressão radicular. E o Teste de Patrick é realizado também com o paciente em decúbito dorsal e com um membro inferior fletido, abduzido e em rotação externa. Com uma das mãos o examinador exerce uma pressão para baixo sobre o joelho ipsilateral e com a outra exerce uma força contra a espinha ilíaca ântero-superior da pelve, no lado contralateral. É muito importante e geralmente positivo se existe alguma doença do quadril ou da articulação sacro-ilíaca, o que é muitas vezes confundido com a compressão do nervo ciático. TRATAMENTO ➔ Analgésicos Não Opióides: 1.Paracetamol (acetaminofen) 500mg de 4 a 6 vezes ao dia, nas dores leve a moderada. Cautela em pacientes com hepatopatias e associado a antiinflamatório não hormonal. cirúrgica utilizada, evoluem com dor crônica neuropática no membro inferior que é responsável por perda da QV (qualidade de vida). Tal condição tem etiologia multifatorial e está relacionada a eventos pré, intra e pós-operatórios. ➢ Síndrome do piriforme Cerca de 6% dos casos de ciatalgia lombar podem ser relacionados à síndrome do piriforme. Tal condição está relacionada à compressão do nervo ciático pelo músculo piriforme ou mesmo pelo tendão desse músculo no assoalho pélvico. Isso ocorre quando há hipertrofia, inflamação ou variação anatômica do músculo. transtornos biomecânicos nas unidades anátomo-funcionais provocando a lombalgia ou lombociatalgia. Essas lesões e fraturas ocorrem devido à fragilidade vertebral consequente à menor densidade óssea. Por distúrbios metabólicos como uma osteopenia, disfunção hormonal.... Psicossomáticas- Causas emocionais que podem levar à lombalgia e lombociatalgia ou agravar outras causas já existentes, fazendo com que potencialize a dor. Como repercussão de doenças sistêmicas- Doenças sistêmicas que podem acometer estruturas intra e extra-raquideanas, a fibromialgia e a síndrome miofascial que podem causar contraturas musculares e hipóxia tecidual gerando dor. 2. Dipirona 500mg até 4 vezes ao dia ➔Analgésicos Opióides: Usados em lombalgia aguda e lombociatalgia por hérnias discais resistentes a outros analgésicos, fraturas e metástases. 1. Fosfato de codeína 30mg 3 a 4 vezes ao dia 2. Cloridrato de tramadol 100 a 400mg por dia 3. Oxicodona 5 a 10mg, 3 a 4 vezes ao dia. 4. Sulfato de morfina: indicação restrita a casos graves ➔ Glicocorticóides Indicados nos casos de lombociatalgia aguda. ➔ Relaxantes Musculares: Podem ser associados aos AINHs mostrando melhor resultado do que quando usados isoladamente. 1. Ciclobenzaprina: 5 a 10 mg/dia, relaxante muscular de ação central estruturalmente relacionados com os antidepressivos tricíclicos. 2. Carisoprodol: 350 mg/dia, medicação de uso em curto prazo.
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