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FARMACOTERAPIA ENDÓCRINA Prof. Aline F. Bonetti 2021 ➢Diabetes mellitus ➢Hipotireoidismo e hipertireoidismo ➢Contracepção hormonal Conteúdos abordados Cuidado farmacêutico no DM • Por quê? • Problemas comuns: – Paciente não entende a necessidade do medicamento, ou sua condição clínica – O paciente desenvolve um evento adverso e entende que o medicamento está fazendo mais mal do que bem – O paciente resolve não tomar os medicamentos (“tira férias”) Não Adesão aos ADO → Até 64% Não adesão à insulina DM2 → Até 40% Maria, 60 anos HMP: Diabetes do tipo 2 e dislipidemia Dificuldades para controlar a glicemia → paciente relata que a glicemia capilar sempre está alta Metformina 850 mg 3x ao dia Sinvastatina 40mg 1x ao dia (à noite) HbA1c: 8,6% Glicemia de jejum: 158mg/dL Glicemia capilar no momento da consulta farmacêutica (14h): 290mg/dL CASO CLÍNICO Entendendo a condiçãoEPIDEMIOLOGIA Fonte: www.int/diabetes/facts/world_figures/en/ EPIDEMIOLOGIA Fonte: IDF, 2017 (International Diabetes Foundation) - Mais de 425 milhões de pessoas com diabetes - A cada 6 segundos 1 pessoa morre devido ao diabetes - Estima-se que 175 milhões de pessoas possuem diabetes e não sabem Hiperglicemia persistente, resultante de insuficiência relativa ou absoluta da secreção de insulina e/ou vários graus de resistência periférica à ação da insulina Entendendo a condição Célula β Célula α Célula Delta Célula PP Polipeptíde o Pancreático Somatostatina Glucago n Insulin a DEFINIÇÃO •Redução na captação da glicose pelo músculo, fígado e tecido adiposo. •Aumento da produção hepática de glicose. •Hiperglicemia, no jejum e no pós-prandial. •Aumento na produção de ácidos graxos livres a partir da lipólise. •Depleção de proteínas e aumento de aminoácidos plasmáticos. Entendendo a condiçãoE se a insulina falta ou não funciona? Se o DM está descompensado os valores de triglicerídeos do paciente permanecem elevados 10 CLASSIFICAÇÃO >99% DOS CASOS 11 CLASSIFICAÇÃO Diabetes tipo 1 O pâncreas perde a capacidade de produzir insulina (rápida ou lentamente – LADA (diabetes autoimune latente do adulto)) • Destruição das células β pancreáticas – autoimune • Deficiência absoluta de insulina • O paciente precisará invariavelmente de insulina Diabetes tipo 2 Graus variáveis de resistência e deficiência insulínica • Causada por uma interação de fatores genéticos e ambientais • Inicialmente ocorre aumento da quantidade de insulina • Em longo prazo pode ocorrer disfunção das células β pancreáticas • O paciente PODE precisar de insulina Pâncreas Normal DM1 DM2 Insulina Glicose 12 COMO ACONTECE NO DM2? 1. Resistência a insulina tecidos periféricos + hiperinsulinemia compensatória 2. ilhotas de Langerhans perdem gradualmente sua habilidade de responder às flutuações na glicemia 3. Liberação basal de insulina é afetada 4. Falência 13 FATORES DE RISCO •DM1 •Genética •História familiar •DM2 •Estilo de vida •Obesidade (100 x com IMC > 35kg/m2) •Síndrome metabólica •História familiar •Uso de medicamentos hiperglicemiantes 14 FATORES DE RISCO A síndrome metabólica ocorre quando pelo menos 3 critérios são observados simultaneamente 15 • Glicemia casual ≥200 mg/dl + sintomas (sede, poliúria, perda de peso, visão embaçada) DIAGNÓSTICO Glicemia jejum ≥126 TOTG ≥200 HbA1c ≥6,5%OU OU Um resultado anormal deve ser confirmado 16 Glicemia jejum 100 - 125 TOTG 140 - 199 HbA1c 5,7 – 6,4% OU OU PRÉ-DIABETES 17 COMPLICAÇÕES AGUDAS • Infecções • Condições críticas • Medicamentos (*corticoides) • Privação de tratamento 18 COMPLICAÇÕES AGUDAS Hiperglicemia: o que fazer? - Se acompanhada de cetose, vômitos, alteração do nível de consciência ou desidratação, há necessidade de encaminhamento à unidade de emergência. Nestes casos a introdução da insulina é mandatória. - Caso contrário → diário glicêmico para avaliação de necessidade ou ajuste da insulinoterapia. 19 COMPLICAÇÕES AGUDAS Hipoglicemia: o que fazer? - Nível 1 (Glicemia ≥ 54 mg/dL e < 70 mg/dL) → administrar 15 g de carboidrato de rápida absorção: 150 mL de suco comum/refrigerante comum, ou 1 colher de sopa de açúcar ou 1 sachê de mel (a elevação da glicemia após 15 minutos é esperada). - Nível 2 (Glicemia < 54 mg/dL) → se o paciente estiver consciente, 30 g de carboidratos devem ser oferecidos. - Nível 3: Evento grave caracterizado por alteração física ou mental → encaminhamento para emergência. 20 COMPLICAÇÕES CRÔNICAS 21 RISCO CARDIOVASCULAR 22 RISCO CARDIOVASCULAR ESTRATIFICADORES DE RISCO - > 49 homens - >56 mulheres - Duração do diabetes >10 anos - História familiar de DAC prematura - Síndrome metabólica - Hipertensão - LDL ≥190 mg/dL - Tabagismo - Albuminúria > 30mg/g - TFG < 60 ml/min/1,73m² AAS E ESTATINA* ALTO RISCO CARDIOVACULAR META LDL<70mg/dL 23 RISCO CARDIOVASCULAR Paciente com doença aterosclerótica: - IAM prévio - Subclínico (obstrução >50% de alguma artéria) AAS* E ESTATINA* RISCO CARDIOVACULAR MUITO ALTO META LDL<50mg/dL 24 DIRETRIZ GLICEMIA PRÉ-PRANDIAL (incluindo jejum) – mg/dl GLICEMIA PÓS PRANDIAL – mg/dl HbA1C (%) ADA 80-130 <160mg/dl <7 IDF <115 <160 <7 AAEC <110 <140 <6,5 SBD <100 <160 <7 Posicionamento da SBD 2019 <130 mg/dl* <180mg/dl* <7%, porém em idosos: entre 8- 8,5% METAS TERAPÊUTICAS • Níveis toleráveis. • ADA: Associação Americana de Diabetes; IDF: Federação Internacional de Diabetes; AACE: Associação Americana de Endocrinologistas Clínicos; SBD: Sociedade Brasileira de Diabetes; • OBSERVAÇÃO: Jejum definido como 8 horas sem ingestão calórica; pré-prandial definido como imediatamente antes de uma refeição; pós-prandial definido como 1-2 após o horário do início de uma refeição 25 MONITORAMENTO GLICÊMICO • Indicado para pacientes com a glicemia fora das metas, em especial aqueles que estão em uso de insulina. • 6 medidas por dia por 3 dias consecutivos. 26 GLICEMIA MÉDIA SEMANAL • O paciente dosa a glicemia capilar de seis a sete vezes ao dia (antes e após as três principais refeições e na madrugada), durante três dias. • Calculamos a média e o ideal é que a GMS esteja abaixo de 150mg/dL, com um DP< 50. • *GMS= 150 mg/dL é equivalente a A1C= 6,9%. 27 TRATAMENTO Gestão da doença por equipe multiprofissional Farmacoterapia Educação do paciente para autocuidado e monitoramento Mudança de estilo de vida 28 TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO Prática de atividade física Dieta (CHO*) Cessação do tabagismo Controle do peso Orientação nutricional Reduzir consumo de carboidratos 30 a 45 gramas de carboidratos nas refeições e 15 a 20 gramas de carboidratos para lanches, com o objetivo de não menos de 130 gramas de carboidratos/dia. Entendendo a condição Preferir alimentos com menor índice glicêmico (impacto relativo de alimentos contendo carboidratos na glicose sanguínea) TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO Atividades físicas - Exercícios aeróbios, que devem ser complementados pelos resistidos, tem impacto bastante significativo tanto na melhora do controle glicêmico quanto na melhora de comorbidades (obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, ansiedade e depressão). - A prática combinada de atividades aeróbicas e resistidas deve ser incentivada, com no mínimo 150 minutos por semana. Entendendo a condição TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO Princípios gerais, conforme o tipo de DM - DM1 - Insulina - DM2 - Agentes antidiabéticos orais, injetáveis e/ou insulina - Diabetes Gestacional - Insulina TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO 33 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO - DM2 Medicamentos que aumentam a secreção de insulina: HIPOGLICEMIANTES Medicamentos que não aumentam a secreção de insulina: ANTI-HIPERGLICEMIANTES Medicamentos que aumentam a secreção de insulina de forma dependente da glicose Medicamentos que aumentam a glicosúria34 Medicamentos que não aumentam a secreção de insulina ANTI-HIPERGLICEMIANTES: Acarbose Biguanidas (metformina) Glitazonas 35 ▪ Inibidor da alfa-glucosidase. ▪ Retarda a absorção de carboidratos no intestino delgado (atua na glicemia pós-prandial). ▪ Redução de 15-30 mg/dl na glicemia PP e 0,5-1,0% de HbA1c. ▪ Dose: 25mg 1-2x ao dia → 100mg 3x ao dia (máximo). ▪ RAM: desconforto abdominal (11%-21%); diarreia (28%-33%); flatulência (41%-77%). ACARBOSE 36 METFORMINA ▪Diminui a produção hepática de glicose. ▪Aumenta a utilização de glicose mediada por insulina em tecidos periféricos. ▪Promove redução de peso. ▪Redução de HbA1c: 1,5-2%. ▪Redução de mortalidade cardiovascular. BIGUANIDAS Primeira escolha para o tratamento oral da diabetes do tipo 2 37 Biodisponibilidade Em jejum: 50-60% Com alimentos: 100% Disponível no SUS Metformina: 850mg 1x ao dia → 3 x ao dia Metformina 500mg XR 1x ao dia → 2g 1x ao dia (ou fracionado em 2 tomadas) METFORMINA 38 Reações Adversas 1. Diarreia (53%) 2. Desconforto abdominal (15%) 3. Deficiência de vitamina B12 (7-17%) 4. Acidose Lática - raro **Precauções em pacientes com doença renal: Não recomendado quando ClCr 30-45ml/min e contraindicado quando ClCr <30ml/min METFORMINA 39 O que fazer se o paciente reclama de diarreia ou desconforto abdominal? METFORMINA 40 O que fazer se o paciente reclama de diarreia ou desconforto abdominal? Administrar junto das refeições OU substituir pela apresentação XR METFORMINA 41 Aumento da sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos Redução de HbA1c: 1,0-1,5% ▪Pioglitazona: 15mg 1x ao dia → 45 mg/d ▪Rosiglitazona: 4-8 mg/d → RETIRADO DO MERCADO EM 2010 GLITAZONAS 42 Reações Adversas 1. ICC (15%) 2. Edema em membros inferiores (15%) 3. Ganho de peso (>10%) 4. Estimula a ovulação (mulheres: usar outros métodos contraceptivos) GLITAZONAS 43 Medicamentos que aumentam a secreção de insulina: HIPOGLICEMIANTES - Sulfonilureias - Glinidas 44 SULFONILUREIAS •Aumento do Ca ++ intracelular causando a translocação de grânulos de secreção de insulina para a superfície celular e a exocitose resultante na secreção de insulina. Promovem a secreção de insulina pelas células beta-pancreáticas → hipoglicemia. • Redução de HbA1c: 1,5-2%. 45 Alimentar-se após a tomada do medicamento (15 min) OU tomar o medicamento após a refeição e não permanecer em jejum por períodos prolongados SULFONILUREIAS 46 Reações Adversas 1. Hipoglicemia (4-10%) 2. Ganho de peso (frequência não conhecida) 3. Evidências conflitantes sobre o aumento do risco cardiovascular SULFONILUREIAS 47 GLINIDAS • Redução de HbA1c: 1,0-1,5%. • RAM: hipoglicemia e ganho de peso. Repaglinida 0,5-16mg/d fracionado em 3 tomadas diárias Nateglinida 120-360mg/d fracionado em 3 tomadas diárias 48 Medicamentos que aumentam a secreção de insulina de forma dependente da glicemia: - Inibidores da DPP-IV (gliptinas) - Análogos do GLP-1 49 INCRETINAS GLP-1: Peptídeo semelhante ao glucagon 1 50 Gliptinas •Úteis para redução de glicemia pós prandial. •Redução de HbA1c: 0,6-0,8%. •Úteis para idosos (baixo risco de hipoglicemia). Sitagliptina: 50-100mg 1-2x ao dia (Januvia®) Vildagliptina 50mg 2x ao dia (Galvus®) Alogliptina 25mg 1x ao dia (Nesina®) Saxagliptina 2,5-5mg 1x ao dia (Onglyza®) Linagliptina 5mg 1x ao dia (Trayenta®) Inibidores da DPP-IV 51 Reações Adversas 1. Dor de cabeça (1-13%) 2. Infecção do trato respiratório superior (3-13%) 3. Pancreatite aguda (raro) Inibidores da DPP-IV 52 MIMÉTICOS E ANÁLOGOS DE GLP-1 Mimético e análogos de GLP-1 Aumento do nível de GLP-1, com aumento da síntese da secreção de insulina, além da redução de glucagon. Retardo do esvaziamento gástrico → saciedade. Mimético GLP-1 Exenatida Análogos GLP-1 Liraglutida, Lixisenatida e Dulaglutida 53 •Administração subcutânea. •Redução de HbA1c: 0,8-1,2%. •Exenatida: 5-10mcg 1x ao dia antes das refeições. MIMÉTICOS GLP-1 R$ 300-550 REAIS 54 •Administração subcutânea. •Redução de HbA1c: 0,8-1,2%. •Liraglutida: 0,6-1,8mg 1x ao dia qualquer horário. ANÁLOGOS DE GLP-1 R$ 300-550 REAIS 55 •Administração subcutânea. •Redução de HbA1c: 0,8-1,2%. •Liraglutida: 0,6-3mg 1x ao dia qualquer horário. *Para redução de peso R$ 400-750 REAIS ANÁLOGOS DE GLP-1 56 •Administração subcutânea. •Redução de HbA1c: 0,8-1,2%. •Dulaglutida: 0,75 e 1,5mg 1x por semana. R$ 250-500/2 seringas ANÁLOGOS DE GLP-1 57 VANTAGENS 1. Promove redução de peso (retarda o esvaziamento gástrico → saciedade) 2. Diminuiu a ocorrência de eventos cardiovasculares e mortalidade MIMÉTICOS E ANÁLOGOS DE GLP-1 Orientação farmacêutica importante Técnica de aplicação correta 58 Reações adversas 1. Hipoglicemia (9-23%) 2. Náuseas e vômitos (até 30%) 3. Diarreia (10-20%) 4. Dor de cabeça (9-15%) 5. Pancreatite aguda (<1%) MIMÉTICOS E ANÁLOGOS DE GLP-1 59 Medicamentos que aumentam a glicosúria: - Inibidores do co-transportador sódio/glicose (SGLT2) 60 •Impedem a reabsorção de glicose no túbulo renal e promovem glicosúria •GLIFOZINAS! INIBIDORES DO RECEPTOR SGTL2 61 Redução de 0,5-1% na HbA1c Dapaglifozina 5-10mg 1x/d (Forxiga®) Empaglifozina 10-25mg 1x/d (Jardiance®) Canaglifozina 100-300mg 1x/d (Invokana®) INIBIDORES DO RECEPTOR SGTL2 62 VANTAGENS 1. Promove redução de peso e redução da PAS (até 14mmHg) 2. Diminuiu a ocorrência de eventos cardiovasculares e mortalidade 3. Previne a progressão de doenças renais INIBIDORES DO RECEPTOR SGTL2 63 Reações adversas 1. Candidíase (7-9%) 2. Infecção do trato urinário (4-6%) INIBIDORES DO RECEPTOR SGTL2 Considerar: Estado geral, peso e idade do paciente. Comorbidades presentes. Valores das glicemias e da HbA1c. Eficácia do medicamento. Interações com outros medicamentos, reações adversas e contraindicações. Custo do medicamento. 64 ESCOLHA DO TRATAMENTO JUNTO AO PRESCRITOR 65 ESCOLHA DO TRATAMENTO Tratamento inicial: metformina + mudanças de estilo de vida Reavaliação depois de 1- 3 meses (*HbA1c) 66 E se o paciente não atingiu as metas? O SEGREDO É A INDIVIDUALIZAÇÃO DO CUIDADO 67 E se o paciente não atingiu as metas? 1º Avaliar a adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico O FARMACÊUTICO DEVE: •Maria, 60 anos •HMP: Diabética do tipo 2 e dislipidêmica. •Dificuldades para controlar a glicemia. Metformina 850 mg 3x ao dia – relata diarreia e por isso, não utiliza o medicamento conforme prescrito. Sinvastatina 40mg 1x ao dia (à noite). HbA1c: 8,6% Glicemia de jejum: 158mg/dL Glicemia capilar no momento da consulta farmacêutica (14h): 290mg/dL CASO CLÍNICO 69 E se o paciente não atingiu as metas? 2º Avaliar necessidade de inclusão de alternativas terapêuticas ou reajuste de doses: INDIVIDUALIZAÇÃO DO CUIDADO O FARMACÊUTICO DEVE: Os inibidores do SGLT2 têm demonstrado benefícios cardiovasculares (ICC) e renais. Agonistas GLP-1 têm demonstrado benefícios cardiovasculares (DAC). Maria, 60 anos ICC DRC Associação de um inibidor do SGLT2 dapaflifozina, canaglifozina, empaglifozina SUGERIR AO MÉDICO CASO CLÍNICO Maria, 60 anos IAM em janeiro de 2010 Associação de um análogo do GLP- 1 (dulaglutida, liraglutida, exenatida) SUGERIR AO MÉDICO CASO CLÍNICO Maria, 60 anos IMC = 30kg/m2 Associação de um análogo de GLP- 1: exenatida, liraglutida OU inibidor do SGLT2: dapaflifozina, canaglifozina, empaglifozina SUGERIR AO MÉDICO CASO CLÍNICO Maria, 60 anos Glicemia pós prandial é o maior problema!! Associação de um inibidor da DPP4: saxagliptina, alogliptina, sitagliptina, vildagliptina OU análogo de GLP-1: exenatida, liraglutida SUGERIR AO MÉDICO CASO CLÍNICO Maria, 60 anos Renda mensal: 1 salário mínimo Associação de uma sulfonilureia: glibenclamida ou gliclazida SUGERIR AO MÉDICO CASO CLÍNICO Maria, 60 anosHbA1C = 9,7% Associação de insulina! SUGERIR AO MÉDICO CASO CLÍNICO ESTUDO DE CASO 1 Alberto, 77 anos, caucasiano, aposentado: HAS, DM2 e DSLP. Foi encaminhado pelo médico para a consulta farmacêutica, pois as metas glicêmicas e pressóricas se encontram fora do desejado. Prescrição (modo de uso): Losartana 50mg 2x/dia (1-0-1) Anlodipino 5mg 1x/dia (1-0-0) AAS 100mg 1x/dia (1-0-0) Atorvastatina 40mg 1x/dia (1-0-0) Metformina 850mg 2x/dia (1-0-0) Glibenclamida 5mg 1x ao dia (1-0-0) ESTUDO DE CASO 1 Queixas relacionadas à farmacoterapia: - Não gosta da metformina porque é um comprimido muito grande. - Alega sentir desconforto abdominal algumas vezes e acha que é devido à metformina. - Não entende porque precisa usar tantos medicamentos. Queria utilizar apenas um. - Relata que às vezes não toma a atorvastatina porque acha que o colesterol dele é bom. ESTUDO DE CASO 1 ESTUDO DE CASO 1 Exame físico: - PA 152/98mmHg - FC = 72BPM - Glicemia capilar = 198mg/dl (pós almoço). Exames laboratoriais (1 mês atrás): - CT=210mg/dl; HDL: 40mg/dl; TG= 200mg/dl; LDL=130mg/dl; HbA1C = 8,9%; Glicemia de jejum=160mg/dl O QUE O FARMACÊUTICO DEVE FAZER? ESTUDO DE CASO 1 DIGITEM NO GOOGLE DO SEU CELULAR: kahoot.it Insira o seu nome e o código do jogo Pacientes com HbA1C >10,0% Glicemia jejum >250 mg/dl Glicemia casual >300 mg/dl Cetonúria Perda de peso Estresse metabólico agudo (Pacientes críticos) Gestante 1 ª LI N H A - Pacientes em uso de metformina, porém com HbA1C entre >9-9,5% - Pacientes em uso de antidiabéticos orais, porém com HbA1C% fora das metas terapêuticas. 2 ª/ 3 ª LI N H A Insulinoterapia no DM2 Insulinoterapia DOSE INICIAL: Insulina basal 10UI à noite ou 0,1-0,2UI/kg/d Pacientes hospitalizados: corrigir com insulina de ação rápida ou ultra-rápida FONTE: Posicionamento da SBD 01/2019 Insulinoterapia Insulinoterapia- Ajustes De maneira geral: - Verifique quais glicemias estão fora da meta e identifique qual insulina que estaria agindo naquele momento (de acordo com o pico de ação) → aumentar ou diminuir a dose (em 2-3 UI na maioria das vezes, com anuência do prescritor*). - O paciente precisa MANTER UMA ROTINA ALIMENTAR para evitar hipoglicemias ou até mesmo hiperglicemias (não atrasar a refeição significativamente em relação ao planejado e não permitir que o volume seja demasiadamente diferente entre os dias). - O paciente pode precisar de 1UI (1,5UI) de insulina/kg (TOTAL!) Conservação e validade das insulinas - As insulinas apresentam boa estabilidade e têm ação preservada, desde que devidamente conservadas, segundo as recomendações do fabricante. Insulina – Transporte e armazenamento FONTE: SBD, 2019/2020 Insulinoterapia- Aplicação CORRETO INCORRETO Prega cutânea - A prega subcutânea é feita com o objetivo de evidenciar o tecido subcutâneo no momento da injeção e, assim, evitar que se injete a insulina no músculo. Insulinoterapia- Aplicação Ângulo de aplicação - Para defini-lo, é necessário considerar faixa etária, comprimento da agulha e espessura do tecido subcutâneo no local escolhido para a aplicação. Insulinoterapia- Aplicação Insulinoterapia- Aplicação FONTE: SBD, 2019/2020 Agulhas Insulinoterapia- Aplicação Seringas Insulinoterapia- Aplicação Reutilização de agulhas e seringas - Recomendações e legislações nacionais RDC 2605 e 156, definem as seringas e agulhas como produtos de uso único. A Diretriz SBD não recomenda a reutilização. - Caderno 36 da Atenção Básica do Ministério da Saúde, recomenda a reutilização: - apesar de serem descartáveis, as seringas com agulhas acopladas podem ser reutilizadas pela própria pessoa, desde que a agulha e a capa protetora não tenham sido contaminadas; - o número de reutilizações é variável, de acordo com o fabricante, mas deve ser trocada quando a agulha começar a causar desconforto durante a aplicação (considera-se adequada a reutilização por até oito aplicações). Insulinoterapia- Aplicação Insulinoterapia- Aplicação 1. Injetar o ar correspondente à dose prescrita de insulina NPH no frasco de insulina NPH; 2. Retirar a agulha do frasco sem aspirar a insulina NPH; 3. Injetar o ar correspondente à dose prescrita de insulina R, no frasco de insulina R e retirar a dose; 4. Introduzir novamente a agulha no frasco de insulina NPH, no qual o ar foi previamente injetado e, puxar o êmbolo até a marca correspondente à soma das doses das duas insulinas. *** Se a retirada foi maior que a necessária, em hipótese alguma o excesso deve ser devolvido ao frasco. Descartar as insulinas e reiniciar o procedimento. Princípio: Por questões de incompatibilidade físico-químicas, não podemos contaminar a insulina regular (transparente) com a NPH (branquinha) Insulina + ADO -Associação com metformina (Once initiated, metformin should be continued as long as it is tolerated and not contraindicated; other agents, including insulin, should be added to metformin → ADA, 2020) → benefício cardiovascular. -Associação com glifozinas → benefício cardiovascular e renal. -Associação com os análogos do GLP-1 → benefício cardiovascular. -Associação com sulfoniluréia (*insulinoterapia plena) → IRRACIONAL. Cuidado Farmacêutico Medidas de glicemia capilar (rastreamento em saúde e efetividade do tratamento). Educação em saúde (doença, tratamento, medidas não farmacológicas). Revisão da farmacoterapia. Solicitação de exames laboratoriais ou automonitorização de parâmetros. Encaminhamento a outro profissional ou serviço de saúde. Gestão da doença. TRANSTORNOS DA TIREOIDE TI RE O ID E TI RE O ID E TI RE O ID E TI RE O ID E TPO (tireoperoxidase) DOIS DIT = T4 (tetraiodotirosina ou tiroxina) DOIS MIT E UM DIT = T4 (tetraiodotirosina ou tiroxina) UM DIT E UM MIT = T3 (triiodotironina) MIT: monoiodotirosina (tirosina + uma molécula de iodeto) DIT: diiodotirosina (tirosina + duas moléculas de iodeto) TI RE O ID E EFEITOS (T3 é a forma mais ativa) - Manutenção do metabolismo basal - Regulação do sono - Crescimento das cels neuronais e mielinização - Motilidade G.I - Efeito global catabólico - Regulação da produção de glicosaminoglicanas - Contribui para o crescimento fetal - Reduz lipídeos séricos - Estimula a gliconeogênese, glicólise, secreção de insulina - Aumenta a frequência respiratória - Aumenta a força e a frequência do coração HIPOTIREOIDISMO O hipotiroidismo é caracterizado por uma deficiência na produção do hormônio pela glândula tiroide, que pode ser severa ou moderada. H IP O TI RE O ID IS M O DIAGNÓSTICO Primário TSH alto T3 e T4 baixos Central TSH baixos T3 e T4 baixos Subclínico TSH alto T3 e T4 normais PR EV A LÊ N CI A 2% na população em geral 15% em pessoas com mais de 60 anos. PRIMÁRIO → MAIS COMUM (95% dos casos). 8 Mais comum Doença da glândula tireoide HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO TSH T4 e T3 Principais causas: deficiência de iodo e doença autoimune Dois tipos HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO SUBCLÍNICO • TSH elevado • T3 e T4 normais • Reflete grande sensibilidade do TSH em resposta a pequenas reduções na secreção da tireoide • Pacientes geralmente assintomáticos MANIFESTO • TSH elevado • T4 livre baixo • Sintomático Tireoidite crônica autoimune – Tireoidite de Hashimoto •Causa mais comum de hipotireoidismo em áreas iodo-suficiente do mundo •Destruição de células da tireoide mediada por anticorpos •Anticorpos Anti-TPO e Anti-Tg HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO IO D O Deficiência: Causa mais comum de hipotireoidismo em todo o mundo (ingestão de iodo inferior a 100 mcg/dia) Pouco comum no Brasil – sal iodado Excesso (efeito Wolff-Chaikoff): Inibição da síntese hormonal Inibição conversão T4 a T3 M ED IC A M EN TO S MEDICAMENTO AÇÃO Hipotireoidismo Amiodarona • Reduz síntese de hormônios tireoidiamos • Reduz conversão de T4em T3 Lítio • Reduz síntese de hormônios tireoidiamos Omeprazol, pantoprazol, carbonato de cálcio, hidróxido de alumínio • Reduz absorção de T4 SINAIS E SINTOMAS DO HIPOTIREOIDISMO Mecanismo Sinais e sintomas Desaceleração dos processos metabólicos • Fadiga e fraqueza • Intolerância ao frio • Dispneia aos esforços • Ganho de peso • Disfunção cognitiva • Retardo mental (início infantil) • Constipação • Deficiências do crescimento • Movimentos e fala lenta • Relaxamento atrasado dos reflexos tendíneos • Bradicardia • Unhas e cabelos fracos (diminuição da síntese proteica) • Diminuição do apetite SINAIS E SINTOMAS DO HIPOTIREOIDISMO Mecanismo Sinais e sintomas Má regulação na produção de glicosaminoglicanos • Pele seca • Rouquidão • Pele grossa • Face inchada e perda de sobrancelhas • Edema periorbital • Macroglossia (língua maior do que o usual) Outros • Bócio • Diminuição da audição • Mialgia e parestesia • Depressão • Menorragia • Derrames pleural • Ascite • Galactorreia • Artralgia • Atraso puberal Reposição hormonal: T4 sintético (levotiroxina) TRATAMENTO • T4 é um hormônio com pouca atividade intrínseca. Ele é desiodada nos tecidos periféricos para formar T3, o hormônio tireoidiano ativo • Absorção de 80% • Meia-vida longa: até 7 dias • Concentrações plasmáticas praticamente constantes quando o nível estacionário é alcançado • Troca de fabricante: novo TSH em 6 semanas Dose: 1,6 mcg/kg no jovem Dose: 25-50 mcg no idoso Administrar 30 a 60 minutos antes do café da manhã O café reduz a absorção em 20-40% TRATAMENTO Absorção (espaçar a adm em 4h): Carbonato de Cálcio Sulfato Ferroso Colestiramina Orlistate Hidróxido de alumínio Hidróxido de magnésio Sucralfato INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS • Metabolização: – Fenobarbital – Rifampicina – Fenitoína –Carbamazepina Necessidade de ajuste de dose → Dose maior! Metabolização T4 → T3 Amiodarona Betabloqueadores Glicocorticoides INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Necessidade de ajuste de dose → Dose maior! PODE TOMAR COM O OMEPRAZOL? Melhora sintomática: ~ 2 semanas. Período estacionário: 6 semanas → momento em que o monitoramento deve ser realizado. TRATAMENTO Tratamento Ajustes de dose mais agressivos podem ser realizados caso o TSH esteja acima de 30 mUI/L *Medicamento sujeito a prescrição médica Caso os valores de TSH estiverem abaixo do normal, redução de 12-25mcg/d na dose de levotiroxina deve ser feita e posterior reavaliação em 6-8 semanas. TRATAMENTO Pacientes mais velhos ou com DAC O hormônio da tiroide aumenta a exigência de oxigênio do miocárdio, o qual está associado com um risco de induzir arritmias cardíacas, angina de peito ou infarto do miocárdio em pacientes mais idosos. Pacientes acima de 80 anos limite superior de normalidade de TSH é 7,5mU/L SITUAÇÕES ESPECÍFICAS Pacientes mais velhos ou com DAC Os pacientes mais velhos (> 50 ou 60 anos) devem ser tratados inicialmente com 25-50 mcg/dia de levotiroxina. Aqueles que têm um histórico de DAC devem ser inicialmente tratadas com 25 mcg/dia. Ajustes menos rígidos. SITUAÇÕES ESPECÍFICAS Gestantes - Gestantes com TSH >4 mU/L devem iniciar o tratamento com levotiroxina (caso T4 livre esteja normal, deve ser iniciado levotiroxina 1mcg/kg/d, porém se estiver abaixo dos níveis de normalidade, utilizar uma dose de 1,6mcg/kg/d) - Gestantes com TSH entre 2,6 a 4mU/L, com anticorpos anti-TPO (tireoperoxidase) positivo, iniciar o tratamento com levotiroxina (50mcg/d). SITUAÇÕES ESPECÍFICAS Gestantes TSH no limite inferior do normal para o respectivo trimestre anticorpos anti-TPO positivo, iniciar levotiroxina 50mcg/d. Reavaliar TSH em 4 semanas. O objetivo do tratamento é alcançar valores de TSH <2,5 mU/L, especialmente no 1º trimestre. Caso o TSH permaneça alterado, aumentar a dose de levotiroxina em 12-25mcg/d, com posterior reavaliação em 4 semanas. SITUAÇÕES ESPECÍFICAS Hipotireoidismo subclínico - TSH >10 mU/L, pacientes com hipotireoidismo subclínico devem ser tratados com T4 para prevenir a progressão. - Iniciar o tratamento com levotiroxina 25-50mcg/d, ou doses até 1,6mcg/kg/d. SITUAÇÕES ESPECÍFICAS Hipotireoidismo subclínico Pacientes com TSH entre 7-9,9 mU/L, considerar a idade: - <65-70 anos: tratar - >65-70 anos: caso o paciente apresente bócio, fadiga, intolerância ao frio ou demais sintomas de hipotireoidismo, iniciar o tratamento. Caso contrário observar e reavaliar em 6 meses. SITUAÇÕES ESPECÍFICAS Hipotireoidismo subclínico Pacientes com TSH acima dos limites de normalidade, mas inferior a 6,9 mU/L, considerar a idade: -<65-70 anos: caso o paciente apresente bócio, fadiga, intolerância ao frio ou demais sintomas de hipotireoidismo, iniciar o tratamento. Caso contrário observar e reavaliar em 6 meses. ->65-70 anos: observar e reavaliar em 6 meses. SITUAÇÕES ESPECÍFICAS Relacionada ao nível hormonal Angina, irritabilidade, dor de cabeça, insônia, dispneia, taquicardia, intolerância ao calor, ansiedade, agitação, diarreia, arritmias. REAÇÕES ADVERSAS HIPERTIREOIDISMO O hipertireoidismo refere-se ao aumento da síntese e liberação dos hormônios tireoidianos pela glândula tireoide. M A N IF ES TA ÇÕ ES Hipotireoidismo Hipertireoidismo D O EN ÇA D E G RA VE S 80% dos casos Autoanticorpos - imunoglobulina estimulante da tireoide (TSI) Se ligam nos receptores do TSH Excessiva produção de Hormônios tireoidianos Feedback negativo Redução de TSH e TRH Alívio de sintomas Redução da síntese de hormônios tireoideanos DAT: drogas antitireoidianas TRATAMENTO SI N TO M Á TI CO Betabloqueadores devem ser iniciados na maioria dos pacientes (aqueles que não têm contraindicação) Reduzem: • Palpitações • Taquicardia • Tremores • Ansiedade • Intolerância ao calor • Fadiga • Falta de ar Opções: • Atenolol • Propranolol • Outros TR AT A M EN TO Única modalidade de tratamento que possibilita a cura sem necessidade de intervenção cirúrgica ou exposição radioativa Tionamidas TR AT A M EN TO Tionamidas Diminuição na produção de hormônios Inibem a TSI Inibem a conversão de T4 em T3 Remissão em 40%: mais provável em pacientes com hipertireoidismo leve TR AT A M EN TO TIAMAZOL • Principal medicamento para o tratamento do hipertireoidismo • Menor incidência de EAM • Dose usual 5-15mg/d • 15-60mg/d (podendo fracionar em até 3 doses diárias) PROPILTIOURACILA • Preferido no primeiro trimestre da gravidez (efeitos teratogênicos do tiamazol) • 100-200mg a cada 8h → 100- 200mg em doses fracionadas • *Efeito hepatotóxico TR AT A M EN TO Terapia Vantagens Desvantagens Tionaminas (DAT) Possibilidade de remissão permanente Menor custo inicial • Reações adversas: erupções cutâneas, urticária, artralgias, granulocitopenia transitória, sintomas gastrointestinais, hipotireoidismo, hepatites TR AT A M EN TO Terapia Vantagens Desvantagens Radioiodo Resolução permanente do hipertireoidismo • Hipotireoidismo permanente • O paciente deve tomar precauções com a radiação, vários dias depois, evitando o contato com crianças pequenas e mulheres grávidas • Preocupações quanto aos efeitos oncogênicos da radiação à longo prazo TR AT A M EN TO Terapia Vantagens Desvantagens Cirurgia Cura rápida e permanente do hipertireoidismo • Hipotireoidismo permanente • Riscos para hipoparatireoidismo iatrogênico e lesão do nervo laríngeo • Riscos associados a cirurgia • Alto custo ESTUDO DE CASO 2 Solange, 61 anos, caucasiana, tabagista, aposentada: HAS (há 3 anos), DM2 (há 5 anos), DSLP (há 5 anos) e hipotireoidismo (há alguns meses – s.i.c). Relata para o farmacêutico se tem se sentido sonolenta, fraca e constipada nos últimos meses. Prescrição (modo de uso): Enalapril 10mg 2x/dia (1-0-1) Hidroclorotiazida 25mg 1x/dia (1-0-0) Sinvastatina 40mg 1x/dia(1-0-0) Metformina 850mg 2x/dia (1-0-1) Glibenclamida 5mg 1x ao dia (1-0-0) Insulina NPH 20UI-0-10UI (20-0-10) Insulina Regular 7-0-3UI (7-0-3) Levotiroxina 25 mcg (1-0-0) ESTUDO DE CASO 2 Problemas relacionados a farmacoterapia identificados pelo farmacêutico - Paciente não realiza o rodízio de aplicação de insulina. - Paciente utiliza a levotiroxina 10 minutos antes do café da manhã. ESTUDO DE CASO 2 ESTUDO DE CASO 2 Exame físico: - PA 142/96mmHg - FC = 80 bpm - Glicemia capilar = 210mg/dl (pós almoço). - Peso = 65kg; Altura = 1,65cm Exames laboratoriais (1 mês atrás): - CT=230mg/dl; HDL: 40mg/dl; TG= 200mg/dl; LDL=150mg/dl; HbA1C = 9,1%; Glicemia de jejum=170mg/dl, TSH = 6,5mU/mL, T4 = 0,62ng/dL. O QUE O FARMACÊUTICO DEVE FAZER? ESTUDO DE CASO 2 DIGITEM NO GOOGLE DO SEU CELULAR: kahoot.it Insira o seu nome e o código do jogo CONTRACEPTIVOS HORMONAIS HORMÔNIOS FEMININOS FSH: (hormônio folículo estimulante): • Estimula o desenvolvimento ovariano • Estimula a produção de estrógeno LH: hormônio luteinizante • Estimula a ovulação e a formação do corpo lúteo Estrógeno • Aumenta a proliferação endometrial Progesterona • Aumenta a vascularização do endométrio (prepara-o para receber o óvulo) CICLO MENSTRUAL CONTRACEPÇÃO HORMONAL Consiste na utilização de um progestágeno, associado ou não à um estrógeno, com a finalidade de impedir a concepção UPTODATE, 2020 M ÉT O D O S CO N TR AC EP TI VO S Tratamento Vantagens Desvantagens Contraceptivos orais combinados Diminui fluxo; redução de menorragia, dismenorreia Aumento do risco de TEV; sangramento de escape; deve ser tomado diariamente Pílulas com progestágeno Útil na contraindicação ao estrogênio; redução de menorragia, dismenorreia Sangramento irregular; deve ser tomado diariamente Adesivos Semanal; redução de menorragia, dismenorreia Aumento do risco de TEV (↑ orais) Anel Mensal; diminui o fluxo; redução de menorragia, dismenorreia Risco de TEV; dificuldade de manuseio Injetáveis (medroxiprogeste rona) Aplicação trimestral; redução de menorragia, dismenorreia Ganho de peso; pode diminuir a densidade óssea DIU de cobre Altamente efetivo; método de longa duração (10 anos); sem exposição hormonal Pode levar à perfuração uterina, aumento do risco de infecção pélvica nos primeiros 20 dias; pode aumentar o fluxo menstrual DIU com levonorgestrel Altamente efetivo; redução de menorragia, dismenorreia, método de longa duração (5 anos) Pode levar à perfuração uterina, aumento do risco de infecção pélvica nos primeiros 20 dias MÉTODOS CONTRACEPTIVOS *While the efficacy (ie, perfect use) of this new POP may approach that of traditional estrogen-progestin combined contraceptives, larger data sets are needed (UptoDate, 2021). MÉTODOS CONTRACEPTIVOS *By contrast, the efficacy of POPs (progestin-only pills) in highly fertile women may be lower than that with other hormonal contraceptive methods. National survey data used to estimate contraceptive failure rates with typical use have not generally distinguished between users of estrogen- progestin contraceptive pills (9 percent failure rate in first year of use) and POPs. *While the efficacy (ie, perfect use) of this new POP may approach that of traditional estrogen-progestin combined contraceptives, larger data sets are needed → *norestisterona and drospirenona (UptoDate, 2021). PROGESTÁGENO - Diminuição de LH → inibe a ovulação - Torna o endométrio menos adequado para a implantação (exposição prolongada pode levar à atrofia tecidual) - Altera o muco cervical, tornando- o menos permeável à penetração do esperma - Comprometimento da motilidade tubária Doses capazes de inibir a ovulação CONTRACEPTIVOS COMBINADOS Hormônio estrogênico + progestágeno -Supressão do GnRH, FSH e LH -Efeito mais importante: inibição do LH → a ovulação não ocorre -Redução do transporte ovular nas trompas -Alteram o endométrio e dificultam a nidação -Espessamento do muco cervical -Redução da foliculogênese ovariana (redução do FSH) PROGESTÓGENOS INJETÁVEIS Ação prolongada: intervalo de 12-13 semanas (máximo 91 dias) Primeira injeção: nos 5 primeiros dias do ciclo menstrual; ou nos 5 primeiros dias após o parto (porém, se a mulher amamenta: iniciar a partir da 6ª semana pós parto) Pode ocorrer sangramentos irregulares no início do tratamento → melhora até chegar à amenorreia. Medroxiprogesterona IM 150mg PROGESTÓGENOS INJETÁVEIS Após a interrupção do tratamento, a gestação pode ocorrer 10 meses após (4-31 meses), não estando relacionado ao tempo de uso Redução da densidade mineral óssea mais frequente com o uso prolongado (5 anos) → recuperação total em adolescentes (1-4 anos) e parcial em adultas após a interrupção PROGESTÓGENOS INJETÁVEIS FDA, 2004 Mulheres que utilizam medroxiprogesterona injetável podem apresentar perda significante da densidade mineral óssea. Essa perda é aumentada com a duração de uso e pode não ser completamente reversível. Este medicamento pode ser utilizado por um longo período (mais de 2 anos), caso outros métodos contraceptivos sejam inadequados INJETÁVEIS COMBINADOS Os injetáveis combinados disponíveis são (a primeira injeção deve ser feita até o 5º dia do ciclo): Perlutan® e Preg-Less® – Enantato de estradiol - 10 mg + acetofenido de algestona (dihidroxiprogesterona) – 150 mg → 1x/mês Mesigyna® e Noregyna® – Valerato de estradiol - 5 mg + enantato de noretisterona - 50 mg → 1x/mês Ciclofemina® – Cipionato de estradiol - 5mg + acetato de medroxiprogesterona - 25mg → 1x/mês ADESIVOS CUTÂNEOS COM HORMÔNIOS Os adesivos cutâneos contraceptivos (Evra®) são pequenos selos que contêm 750 μg de etinilestradiol e 6,0 mg de norelgestromina. Cada adesivo colado à pele libera diretamente à circulação sistêmica, por dia, 20 μg de etinilestradiol e 150 μg de norelgestromina. Norelgestromina: metabólito primário do norgestimato, e é metabolizada, no fígado a levonorgestrel. - Esses adesivos devem ser substituídos a cada semana, por três semanas consecutivas, seguindo-se uma semana de pausa, sem o adesivo. - Portanto, o uso é por 21 dias, seguido de pausa de sete dias. Também, havendo interesse, a pausa pode ser suprimida. - O risco de tromboembolismo venoso existe e pode ser maior do que contraceptivos orais. ADESIVOS CUTÂNEOS COM HORMÔNIOS ANEL VAGINAL - É o contraceptivo comercializado com o nome de NuvaRing®. - Colocado na vagina, libera diariamente, em média, 120 μg de etonogestrel e 15 μg de etinilestradiol. - O anel deve permanecer na vagina por três semanas, sendo removido após. - O número de dias sem o anel é de sete dias. - O risco de tromboembolismo venoso existe e pode ser maior do que contraceptivos orais. CONTRACEPTIVOS ORAIS Minipílula Combinados -Monofásico -Bifásico -Trifásico -Quadrifásico Emergência MINIPÍLULA - Progestágenos sintéticos. - Úteis para mulheres que possuem contraindicações para o uso de estrógeno (migrânea com aura, fumantes ≥35 anos, câncer de mama, HAS, LES, menos de 3 semanas de pós-parto, hipertrigliceridemia, DAC, ICC, doença cerobrovascular e durante a amamentação). Entretanto não estão isentos de risco! - Adesão: dia e horário MINIPÍLULA Desogestrel 75mcg → etonogestrel Progestágeno de 3ª geração 28-84 comprimidos Benefícios: diminuem as cólicas, os sangramentos, melhora a anemia. Adequado para o uso na amamentação e para mulheres que não podem/querem utilizar estrógeno Estudos epidemiológicos: maior incidência de TEV Eventos adversos: sangramento irregular, oligomenorreia ou amenorreia, acne, mastalgia, náuseas, aumento de peso, alterações do humor e diminuição da libido.Não temos o objetivo fazer propaganda dos medicamentos CASO CLÍNICO Luana, 29 anos, utilizava Nuvaring®, porém não se adaptou e a médica lhe prescreveu Cerazette®. Quando ela deve iniciar? MINIPÍLULA Modo de uso: -Iniciar no 1º dia do ciclo → administração ininterrupta-Em casos de troca do Anticoncepcional combinado, adesivo ou anel para o desogestrel: -Iniciar no dia seguinte da tomada do último comprimido ativo ou no dia da retirada do anel ou adesivo. Caso utilizar após o período de placebo destes métodos, utilizar outro método contraceptivo nos sete primeiros dias do desogestrel MINIPÍLULA Modo de uso: -Em casos de troca do injetável (só progestágeno): iniciar no dia em que deveria tomar a próxima injeção. -DIU: iniciar no dia da retirada -Pós gestação: iniciar nos 21-28 dias após o parto -Esquecimento: tomar assim que lembrar e utilizar outro método de contracepção nos próximos 7 dias -Vômitos em até 4 horas da administração: usar outros métodos CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS ESTROGÊNIO Natural Sintético (etinilestradiol) ETINILESTRADIOL Angiotensinogênio Angiotensina I e II Aldosterona RETENÇÃO DE SÓDIO E ÁGUA: - Aumento do volume plasmático - Aumento leve da PA - Retenção hídrica Temos progestágenos sintéticos que inibem esta ação (drospirenona e gestodeno) ATIVIDADE BIOLÓGICA DOS PROGESTÁGENOS Progestágeno Efeito Prog. Efeito And. Efeito Anti- And. Efeito GC Efeito Anti- Miner. Ciproterona + - +++ - ± Medroxiprogesterona + ± - + - Clormadinona + - + - - Dienogeste + - + - - Drospirenona + - + - + Noretisterona + ± - - - Levonorgestrel + + - - - Desogestrel + ± - - - Gestodeno + ± - - + Legenda: Prog: progestogênico/ And: androgênico/Anti-And: antiandrogênico/GC: glicocorticóide/Anti- Miner: antimineralocorticóide CASO CLÍNICO Heloísa, 22 anos, foi comprar seu primeiro anticoncepcional (Mercilon®). Alega não saber quando iniciar a administração, mas pretende iniciar hoje (está no 10º dia do ciclo). Quais seriam as suas orientações? ela deve iniciar? CONTRACEPTIVOS COMBINADOS Início do tratamento -Recomenda-se iniciar no primeiro dia da menstruação -Não é necessária contracepção de apoio nos primeiros 7 dias, a não ser que o tratamento se inicie em outro dia que não o 1ª da menstruação -Iniciar no 21-28º dia após o parto (se posterior: utilizar outro método de contracepção) -Procurar manter aproximadamente o mesmo horário CONTRACEPTIVOS COMBINADOS Continuação do tratamento -Pode ser utilizado até a menopausa (~55 anos) em mulheres saudáveis e não fumantes -Fumantes: até 35 anos CASO CLÍNICO Helena, 30 anos, utilizava um medicamento anticoncepcional injetável (deproprovera), mas por conta do ganho de peso, a médica lhe prescreveu Tamisa 20®. Quando é deve começar a tomar? CONTRACEPTIVOS COMBINADOS Troca de tratamento -Mudança de um ACO combinado para outro: iniciar no dia posterior ao término da cartela anterior, SEM FAZER A PAUSA. -Mudança de anel, adesivo ou DIU para um anticoncepcional oral: iniciar no dia da retirada. -Mudança de um anticoncepcional injetável (*progestágeno) para um ACO combinado: iniciar no dia que seria a próxima injeção. -Mudança de uma minipílula (progestágeno) para um ACO combinado: iniciar no dia posterior e utilizar outros métodos contraceptivos nos 7 primeiros dias. CASO CLÍNICO Amanda, 30 anos, relata que esqueceu de tomar seu medicamento anticoncepcional ontem. Ela está na segunda semana do seu ciclo. O que você orientaria, considerando que o atraso é de 10 horas CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS Perdeu a dose! -Tomar assim que lembrar, mesmo se houver necessidade de tomar 2 comprimidos concomitantemente. -Eficácia “mantida” se até 12 horas de atraso (exceto para as minipílulas de norestisterona – 3 horas). -Período superior à 12 horas: utilizar outros métodos contraceptivos, principalmente nos próximos 7 dias. -Mais de duas pílulas perdidas: utilizar outro método contraceptivo. -Vômitos e diarreia intensa em até 3-4 h da administração: usar outro método contraceptivo. Mulheres obesas: além de terem maiores chances de TEV apresentam eficácia diminuída com relação à contracepção (orientar adesão) CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS Decidiu parar de tomar o anticoncepcional! -Usual: menstruação voltar 30 dias após a interrupção do medicamento. -Algumas mulheres levam 90 dias para voltar a menstruar (*regimes prolongados e contínuos) → encaminhar ao médico para avaliação de amenorreia. -Em algumas mulheres, o ciclo ovulatório natural é reestabelecido depois de semanas ou meses (1-2 semanas, porém em até 6 meses). CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS O que significa anticoncepcional de baixa dosagem? -Baseado na dose de estrogênio sintético: -< 35mcg são pílulas de baixa dosagem. -Preparações antigas continham 80-100mcg de etinilestradiol. -Risco de trombose é dose-dependente. CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS Anticoncepcional de baixa dosagem -Meta-análises demonstraram não haver diferença de eficácia entre anticoncepcionais com <20mcg de etinilestradiol e com dosagens maiores -Associação com sangramentos irregulares e spotting -Úteis para mulheres na perimenopausa (diminuição de sintomas vasomotores): exceto fumantes e obesas CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS Intervalos -7 dias (21 dias de pílula): menstruações mais previsíveis -4 dias (24 dias de pílula) -2 dias (26 dias de pílula) CONTRACEPTIVOS ORAIS COMBINADOS Sem intervalo: -Endometriose -Síndrome pré-menstrual -Hiperandrogenismo -Fluxo menstrual intenso * Segurança a longo prazo ainda não estabelecida RAM DOS ANTICONCEPCIONAIS Efeitos colaterais Relacionados ao progestágeno Estado depressivo, alteração do perfil lipídico e glicemia Pele oleosa, acne, ganho de peso Relacionados ao estrogênio Náusea, sensibilidade mamária, cloasma, sangramento de escape, cefaleia DOSE- DEPENDENTE CASO CLÍNICO Luiza, 18 anos, pede ajuda ao farmacêutico pois está apresentando sangramentos esporádicos e está preocupada. Utiliza Femiane® desde o início deste ano. Quais as orientações e condutas farmacêuticas neste caso? RAM DOS ANTICONCEPCIONAIS Sangramento de “escape” -RAM mais comum -Não significa diminuição de eficácia -Reflete uma adaptação do endométrio -Mais comum com anticoncepcionais de baixa dosagem -Frequente quando doses são perdidas -Sangramentos de escape, independente da dose dos medicamentos, pode acontecer nos 3 primeiros meses -Tendem a desaparecer após 3 meses RAM DOS ANTICONCEPCIONAIS Amenorreia -Desejado com regimes contínuos -Não significa problema endócrino ou redução de eficácia -Recomenda-se trocar de anticoncepcional RAM DOS ANTICONCEPCIONAIS Doença arterial coronariana -Risco aumentado em fumantes com 35 anos ou mais (independente da dosagem) -Risco baixíssimo em mulheres saudáveis (20-40mcg) Hipertensão arterial sistêmica -5% nas preparações com pelo menos 50mcg de estrogênio RAM DOS ANTICONCEPCIONAIS Acidente vascular cerebral -Raro -Associado mais ao estrógeno sintético (doses > 50mcg) -Mais comum com o anel vaginal: estudos demonstraram aumento de AVC isquêmico (~3x) RAM DOS ANTICONCEPCIONAIS Metabolismo de lipídeos -Estrógeno sintético aumenta TG, HDL e diminui LDL -Progestágeno aumenta LDL e diminui HDL, especialmente os que apresentam efeitos androgênicos (levonorgestrel, norgestrel) -Progestágenos mais novos, como o desogestrel, aumentam HDL e diminuem LDL Há pouca evidência RAM DOS ANTICONCEPCIONAIS Dor de cabeça -Umas das RAM mais comuns -Poucos estudos, porém suas conclusões: cefaleia presente mais frequentemente no primeiro mês, com tendência de melhora; cuidar com mulheres com histórico de enxaqueca; não há relação entre tipo e dose de progestágeno e estrogênio RAM DOS ANTICONCEPCIONAIS Enxaqueca -Ocorre geralmente na pausa do medicamento -Acomete mais frequentemente mulheres que já apresentam enxaqueca -Alguns estudos mostraram maiores riscos de AVC isquêmico em mulheres com enxaqueca (especialmente na população com aura) RISCO DE CÂNCER -Mama (*dados conflitantes) -Estudos epidemiológicos não demonstraram associação (*meta-análises) -Antes de 1975 a incidência aumentava em mulheres com histórico de câncer de mamana família (*mãe) Royal College of General Practitioners‘ coorte: 50.000 mulheres por 24 anos: menor incidência de câncer colorretal, uterino e ovariano no grupo que utilizava anticoncepcionais. Risco de câncer de mama foi similar nos grupos Outros estudos demonstram diminuição da incidência de câncer endometrial e aumento da incidência de câncer de colo de útero em pacientes fumantes e com HPV REDUÇÃO DA LIBIDO - Estrógeno aumentam a síntese de globulinas de ligação aos hormônios sexuais - Progestágeno sintético faz supressão de LH, diminuindo também os níveis de testosterona - Não existem relações entre as formulações e doses ANTICONCEPCIONAL ENGORDA? Revisão sistemática com meta-análise de 49 ECR (2014): -Maioria dos ECR utilizaram etinilestradiol 20-50mcg -As evidências disponíveis não foram suficientes para estabelecer uma relação, mas nenhum efeito considerável foi observado RAM DOS ANTICONCEPCIONAIS Tromboembolismo venoso -Risco de 2-4 vezes maior em relação às mulheres não usuárias -Ocorrência rara: <0,1%. Risco maior no primeiro ano de uso -Preocupações maiores em relação ao estrogênio (dose- dependente) -Obesas apresentam 2-24 vezes mais risco que não obesas -Injetáveis não parecem estar associados a riscos RAM DOS ANTICONCEPCIONAIS Tromboembolismo venoso Recentes estudos epidemiológicos demonstraram que os progestágenos mais recentes estão associados à maiores riscos que os de primeira geração (ciproterona, drospirenona X levonorgestrel) RAM DOS ANTICONCEPCIONAIS Tromboembolismo venoso - Os anticoncepcionais associados à menores riscos: levonorgestrel + etinilestradiol 20mcg FDA (2012: risco de tromboembolismo com drospirenona 3x maior em relação ao levonorgestrel) Gestodeno, desogestrel, ciproterona, drospirenona (+ etinilestradiol 35mcg): 50-80% maior o risco se comparado ao levonorgestrel (De Bastos, 2014 – Revisão sistemática) Porém, o risco absoluto ainda foi baixo RISCOS TROMBÓTICOS Modificação no metabolismo hepático Alteração nos fatores de coagulação ↑ coagulação (fatores II, VII, VIII) ↓ anticoagulantes (proteína C, Antitrombina III) RISCOS TROMBÓTICOS - Apesar da dose de etinilestradiol ser menor nos adesivos em relação aos anticoncepcionais orais, a preparação transdérmica esteve associada à exposições do hormônio 60% maiores (comparando-se com etinilestradiol 35mcg) - FDA alertou o aumento do risco de tromboembolismo em mulheres que utilizam adesivos - Anel: aumento do risco de AVC RISCOS TROMBÓTICOS Risco aumenta na presença das seguintes condições: -Idade -Obesidade (>30kg/m2) -História familiar positiva -Tabagismo -Hipertensão -Valvopatia -Fibrilação atrial -Enxaqueca RISCOS TROMBÓTICOS Contraindicações -Fumantes ≥ 35 anos ( ≥15 cigarros/d) -Múltiplos fatores de risco cardiovasculares -PAS ≥ 160 ou PAD ≥ 100mmHg -Histórico de tromboembolismo venoso -Histórico de AVC -Doenças cardiovasculares isquêmicas e valvares -Migrânea com aura* -Lúpus eritematoso sistêmico -Câncer de mama -Cirrose/Adenoma hepatocelular - Diabetes há > de 20 anos ou presença de LOA CIPROTERONA Ciproterona 2mg + 0,035mg de etinilestradiol 21 drágeas/comprimidos Ciproterona: efeito anti-androgênico importante → usado para acne, hirsutismo, síndrome do ovário policístico Reservado para mulheres necessitam de tto para condições andrógeno-dependentes (somente por contracepção: pensar em outros medicamentos) CIPROTERONA Após 4-12 meses de tratamento, os sintomas são na maioria das vezes solucionados. Recomenda-se trocar de anticoncepcional Estrógeno: associado à risco de TEV Ciproterona : associado à maiores riscos de TEV em relação aos progestágenos mais antigos AVALIAÇÕES QUANTO A SEGURANÇA OMS (2004) AVALIAÇÕES QUANTO A SEGURANÇA AVALIAÇÕES QUANTO A SEGURANÇA OMS (2004) MONOFÁSICAS Nome Comercial Componente Dose Apresentação Minulet, Gynera Gestodeno + Etinilestradiol 0,075 mg 0,03 mg 21 comp Nordete, Microvlar, Levordiol, Ciclo 21, Ciclon, Gestrelan Levornogestrel + Etinilestradiol 0,15 mg 0,03 mg 21 comp MONOFÁSICAS Nome Comercial Componente Dose Apresentação Ovoresta Linestrenol + Etinilestradiol 0,75 mg 0,0375 mg 22 comp Anacyclin Linestrenol + Etinilestradiol 1,0 mg 0,05 mg 21 comp + 7 placebos= 28 Anfertil, Primovlar Norgestrel + Etinilestradiol 0,5 mg 0,05 mg 21 comp Nome Comercial Componente Dose Apresentação Gracial Desogestrel Etinilestradiol 0,025 mg 0,125 mg 0,04 mg 0,03 mg EE 0,04 mg + desogestrel 0,025 mg 7 comprimidos EE 0,03 mg +desogestrel 0,125 mg 15 comprimidos Total de 22 comprimidos BIFÁSICO Nome Comercial Componente Dose Apresentação Triquilar, Trinordiol Levonorgestrel Etinilestradiol 0,050 mg 0,075 mg 0,125 mg 0,03 mg 0,04 mg 0,03 mg EE 0,03 mg +LNg 0,05 mg 6 comp. EE 0,04 mg +LNg 0,075 mg 5 comp. EE 0,03 mg +LNg 0,125 mg 10 comp. Total: 21 compr. TRIFÁSICO Nome Comercial Componente Dose Apresentação Trinovum Norestisterona Etinilestradiol 0,50 mg 0,75 mg 0,1 mg 0,035 mg 0,035 mg 0,035 mg EE 0,03 mg + Norestisterona 0,5 mg 7 comp. EE 0,035 mg + Norestisterona 0,75 mg 7 comp. EE 0,035 mg + Norestisterona 0,1 mg 7 comp. Total: 21 compr. TRIFÁSICO CASO CLÍNICO Luana, 30 anos, foi a farmácia comprar ciprofloxacino que o médico lhe prescreveu para infecção do trato urinário. Ela aproveita para perguntar se este medicamento reduz a efetividade do anticoncepcional (Yaz®). Qual a sua conduta? INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Indutores enzimáticos (CYP): -Fenobarbital -Fenitoína -Rifampicina -Carbamazepina -Oxcarbacepina -Hypericum perforatum Efeito anticoncepcional reduzido INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Antibióticos: -Rifampicina: diminui a concentração sérica de estrógeno e progestágeno (oral, anel, adesivo, injeção) -Possibilidades farmacológicas de outros antibióticos, porém sem comprovação! CASO CLÍNICO Sandra, 27 anos, entra na farmácia e pede para falar com o farmacêutico em local reservado. “Estou preocupada pois tomei uma pílula do dia seguinte hoje e vomitei depois de uns 30 minutos. Ele não fará efeito mais? O que tenho que fazer? Não posso ficar grávida!” Sandra explica ter tido relações sexuais sem utilização de preservativo no dia anterior. Utiliza anticoncepcional combinado (estrógeno e progesterona), mas tomou irregularmente este mês. CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA - Não há contraindicações absolutas para a contracepção de emergência, além da gravidez. - O sangramento uterino costuma ocorrer em 98% das mulheres dentro de 21 dias do uso do método. Se tal não acontecer, indica-se o teste de gravidez. CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA - O método mais adequado para a anticoncepção de emergência é o levonorgestrel isolalado Efeitos colaterais são sensivelmente reduzidos Menor interação com outros medicamentos Confere maior efetividade CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA Mecanismo de ação Levonorgestrel 1,5mg - Se utilizado antes da ovulação: previne ovulação por atrasar ou inibir a liberação do óvulo do ovário - Se utilizado depois da ovulação: previne a fertilização por afetar a motilidade das tubas uterinas e prevenir o encontro do espermatozóide com o óvulo - Além disso, modifica o muco cervical e interfere na mobilidade dos espermatozoides CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA -EFICÁCIA -95% de efetividade se a primeira dose é tomada em <24 horas -85% de efetividade se a primeira dose é tomada de 24-48 horas -58% de efetividade se a primeira dose é tomada de 48-72 horas Reações adversas - Dor abdominal, dor de cabeça, tontura, fadiga e sensibilidade nos seios. - Náusea (≈25%), vômito (≈5%) – o que fazer em casos de vômitos após a dose? - Quando acontecer vômitos nas duas primeiras horas após a administração do levonorgestrel, é recomendável que a dose seja repetida. - A anticoncepção hormonal de emergência com Levonorgestrel não provoca sangramento nem altera significativamente o ciclomenstrual. CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA ESTUDO DE CASO 3 Fernanda da Silva, 32 anos, professora de educação infantil, residente de uma cidade do interior do Paraná (Toledo-PR). Casada, possui uma filha de 6 anos de idade. História clínica: Tabagista (fuma há 15 anos, 1 maço por dia). Hipertensão (há 2 anos). Dislipidemia (há 1 ano). ESTUDO DE CASO 3 QUEIXAS: Dores de cabeça frequentes (há muitos anos, s.i.c), porém há dois meses têm piorado. Acredita que seja por conta do estresse no trabalho e em casa. Relata dor pulsante, na região frontal e temporal da cabeça (bilateralmente), que piora com o barulho e com a luz, associado a náuseas algumas vezes. Alega ter precisado de Torsilax quase todos os dias. DEMAIS INFORMAÇÕES: Hábitos alimentares sem nenhuma restrição, porém diz não tomar café da manhã (almoça duas colheres cheias de arroz, uma concha de feijão, dois bifes fritos; lancha às 16h um pão com mortadela; janta o que sobrou do almoço); Nega prática de exercícios físicos e uso de bebidas alcóolicas. ESTUDO DE CASO 3 Parâmetros: Peso: 100 kg; Altura: 1,82 m PA no momento da consulta = 1a medida: 145/97 mmHg, 2a medida: 143/95mmHg, 3a medida: 144/96mmHg Perfil lipídico (3 meses atrás) = CT: 190mg/dL, HDL: 38mg/dL, TG: 162mg/dL, LDL: 119mg/dl Glicose jejum (3 meses atrás): 135 mg/dl, HbA1c = 7,5% ESTUDO DE CASO 3 ESTUDO DE CASO 3 FARMACOTERAPIA ATUAL: - Sinvastatina 20mg/d (há 1 ano) → Utiliza 1 cp. pela manhã. - Enalapril 10mg 2x/d (há 2 anos) - Utiliza 1 cp. pela manhã e 1cp à noite. - Diane 1 cp. pela manhã (prescrito pelo ginecologista há 5 anos. Paciente relata que há dois anos não faz exame preventivo e, na última consulta, sua médica orientou continuar com o anticoncepcional – s.i.c) – Utiliza 1cp pela manhã. - Torsilax 1 a 2 cp. ao dia (há 2 meses – automedicação). O QUE O FARMACÊUTICO DEVE FAZER? ESTUDO DE CASO 3 FARMACOTERAPIA ENDÓCRINA alinefbonetti@gmail.com
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