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Empreendedorismo W B A 0 5 3 7_ V 1. 2 2/270 Empreendedorismo Autoria: Marcio de Cassio Juliano Como citar este documento: JULIANO, Marcio de C. Empreendedorismo. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Por que Empreender? 05 Unidade 2: O empreendedor: Evolução do Conceito 34 Unidade 3: Avaliação de oportunidades 69 Unidade 4: Iniciando um Novo Negócio: Pensando a Empresa 102 Unidade 5: Iniciando um Novo Negócio: Estudando o Mercado 137 Unidade 6: Pensando o Negócio: Canvas 175 Unidade 7: Pensando a Proposta de Valor 205 Unidade 8: Plano de Negócio: Viabilidade Financeira 238 2/270 3/270 Apresentação da Disciplina Olá, estudante, seja bem-vindo à disciplina “Empreendedorismo”. Você tem ideia da importância que o empre- endedorismo possui para o desenvolvimen- to econômico de um país? Pois então, fique sabendo que para se desenvolver economi- camente, um país precisa de empreende- dores dispostos a mobilizar seus esforços e recursos para criação de organizações que gerarão valor à nação, seja por meio do pa- gamento de impostos, por meio da oferta de empregos e pagamento de salários ou ainda por meio da disponibilidade de produtos ou serviços que preencham as necessidades de seus usuários, movimentando, dessa forma, a economia de maneira virtuosa e gerando assim valor para o país e para os seus cida- dãos. Mas a propósito, você sabe o que significa “empreendedorismo”? Você sabe qual é o im- pacto do empreendedorismo na sociedade, na inovação e na economia? Você tem noção de como o empreendedorismo pode alterar a dinâmica de vida de um empreendedor e a economia de uma região? Você gostaria de saber como iniciar um novo negócio? Esta disciplina tem, justamente, o objetivo de fornecer os subsídios necessários para que você possa responder a essas questões com segurança e aplicar este aprendizado no seu dia a dia, seja como empreendedor – criando o seu próprio negócio – seja como intraem- preendedor – com iniciativas inovadoras de sucesso ligadas ao seu trabalho em qualquer organização. A proposta desta disciplina é apresentar aos 4/270 estudantes os fundamentos, processos e tendências do empreendedorismo, demons- trando a necessidade de o empreendedor ampliar o seu entendimento acerca da ges- tão de negócios para obter sucesso em seu empreendimento. Depois de estudar esta disciplina, você po- derá definir e diferenciar os termos “empre- endedorismo” e “intraempreendedorismo”, conhecendo a evolução do empreendedoris- mo e tomando ciência das características do perfil do empreendedor. Você também estará apto a identificar e validar uma oportunidade para empreender, conhecendo a estrutura de um plano de negócios e entendendo os seus principais componentes. Finalmente, você compreenderá os desafios do empreendedor e conhecerá as principais fontes de obtenção de recursos e terá noção sobre como admi- nistrar um empreendimento. Gostou da proposta desta disciplina? Então, agora é com você, o caminho pode até parecer difícil, mas o seu desejo de se tornar um profissional melhor e obter sucesso na sua carreira vão falar mais alto e transformar esta caminhada em uma experiência enri- quecedora e prazerosa. 5/270 Unidade 1 Por que Empreender? Objetivos 1. Apresentar a inovação como fundamento do empreendedorismo (evolução e importância da inovação). 2. Descrever os tipos de inovação e a importância dos novos negócios para a economia de uma região. 3. Refletir sobre as diferenças entre empreender ou investir em um negócio existente (ações, fundos, cotas). Unidade 1 • Por que Empreender?6/270 Introdução Josephe A. Schumpeter foi um dos precur- sores dos estudos sobre empreendedoris- mo. Em 1942, ele escreveu um livro chama- do Capitalismo, Socialismo e Democracia, onde destacou a função dos empreendedo- res na formação da riqueza das nações. Foi de Schumpeter a criação do concei- to “destruição criativa”, que é tido como a mola propulsora para a criação de novos produtos, meios de produção mais eficien- tes e empresas mais eficazes em seus mer- cados, impulsionando fortemente o capita- lismo e estimulando a competitividade en- tre os participantes (players) do mercado. O conceito “destruição criativa” soou entra- nho para você? A destruição criativa é o processo no qual, literalmente, se destrói um produto, um processo, um sistema ou até mesmo uma estratégia, para criar alternativas mais efe- tivas, alimentando deste modo o ciclo da inovação, seja no âmbito tecnológico, orga- nizacional ou estratégico. Já percebeu que o empreendedorismo e a inovação caminham de mãos dadas? A inovação fomenta o empreendedorismo por criar condições diferenciadas e novas Unidade 1 • Por que Empreender?7/270 para suprir alguma necessidade, e é o em- preendedorismo que transforma a inovação em negócio, seja com ou sem fins lucrativos. Muito interessante esta relação entre ino- vação e empreendedorismo, não é? Leia atentamente este material e realize to- das as atividades propostas, pois só assim é que você se tornará um profissional diferen- ciado e elevará as suas chances de sucesso. 1. Panorama do Empreemdedo- rismo De acordo com a versão de 2016 da pesqui- sa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), entre dez brasileiros com idade de 18 a 64 anos, três são empreendedores ou estão planejando edificar o seu próprio negócio, isso mesmo, o Brasil está na frente des- se ranking mundial com 34,5%, seguido pela China com taxa de 26,7%. O ranking continua com Estados Unidos em tercei- ro com 20%, Reino Unido com 17%, Japão com 10,5%, Índia com 10,2%, África do Sul 9,6%, Rússia com 8,6% e França com 8,1%. Ficou surpreso? Porém, não podemos deixar de admitir que a porcentagem de empreen- dedores no Brasil é relevante em relação à porcentagem dos outros países do ranking. Unidade 1 • Por que Empreender?8/270 Na pesquisa anterior, realizada em 2004, o Brasil tinha apenas 24% de empreendedo- res, por que será que em praticamente 10 anos esse número cresceu tanto? Você te- ria um palpite sobre os motivos que levaram a esse crescimento? Pois bem, se olharmos para a evolução da legislação brasileira, ve- rificaremos que houve um elevado índice de formalização de empresas que trabalhavam na clandestinidade, ou seja, não eram lega- lizadas, isso porque ocorreu a moderniza- ção da lei geral das microempresas, criando a figura do “empreendedor individual” e fa- cilitando a vida do micro e pequeno empre- sário. Tanto no Brasil, como no mundo, é possível categorizar dois tipos essenciais de empre- endedorismo, o de necessidade e o de opor- tunidade. Em tempos de crise econômica, é muito co- mum a taxa de empreendedorismo por ne- cessidade se elevar, pois ao se fechar vagas no mercado de trabalho, as pessoas têm de encontrar alternativas para gerarem renda e assim sobreviverem. Este não é o tipo ideal de prática empreendedora, pois o empreen- dedor nem sempre está preparado para dar conta dos desafios relativos à abertura de um novo negócio, contribuindo deste modo para a elevação da taxa de mortalidade de empresas. Por outro lado, o empreendedo- rismo de oportunidade é um processo mais sistemático, que exige preparo, planeja- mento, estudo e análises que aumentarão, de modo significativo, as chances de suces- so do empreendimento. Unidade 1 • Por que Empreender?9/270 No Brasil, ainda segundo a pesquisa GEM (2016), 31% da população tem o sonho de abrir um negócio e se transformar em um empreendedor, o que enaltece mais ainda a vocação do país em se tornar o berço mun- dial do empreendedorismo. É muito importante que você saiba que 81% das empresas existentes atualmente são de empreendedores individuais e microempre- sas, 16% são pequenas empresas e apenas 3% são empresas médias e grandes. Os em- preendimentos no Brasil são alocados mais ou menos conforme a distribuição da popu- lação, de modo que 51% deles estão con- centrados na região Sudeste, 22% na região Sul,15% na região Nordeste e 12% nas re- giões Centro-Oeste e Norte. Você também deve saber que as micro e pequenas empre- sas empregam formalmente aproximada- mente 84% da mão de obra disponível no mercado de trabalho e são responsáveis por gerar 27% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Você acredita que são os homens ou as mu- lheres que mais empreendem no Brasil? A figura 1 mostra as porcentagens de ho- mens e mulheres empreendedoras no país, considerando que a sigla TEE representa os empreendimentos já estabelecidos e a sigla TEA, os empreendimentos em fase inicial. Unidade 1 • Por que Empreender?10/270 Figura 1 | Porcentagem de empreendedores já estabelecidos e em fase inicial, segmentados por gênero Fonte: GEM (2016). De acordo com a Figura 1, os homens são maioria nos empreendimentos já estabelecidos, en- quanto que a situação se inverte nos empreendimentos iniciais. Mas como seria a distribuição dos empreendedores brasileiros segundo a faixa etária? A Figura 2 mostra que existem mais jovens (50%) tentando iniciar um empreendimento, enquanto os mais maduros (mais de 35 anos) são maioria (75,8%) nos empreendimentos já estabelecidos. Unidade 1 • Por que Empreender?11/270 Figura 2 | Porcentagem de empreendedores já estabelecidos e em fase inicial, segmentados por faixa etária Fonte: GEM (2016). Conhecer o panorama do empreendedorismo no Brasil é muito interessante, então que tal obter mais detalhes sobre esse tema consultando diretamente todos os dados disponibilizados pela pesquisa GEM (2016)? Unidade 1 • Por que Empreender?12/270 1.2. Inovação como Fundamen- to do Empreendedorismo Schumpeter foi muito perspicaz e pioneiro ao escrever que o empreendedor é aque- le ser humano com capacidade para con- verter uma nova invenção ou ideia em uma inovação de sucesso. Este autor definiu o termo “empreender” como o processo de introduzir uma inovação no mercado como o objetivo de obter lucro. Vale ressaltar que atualmente não é só o lucro que é propos- Link GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR. Empreendedorismo no Brasil - 2016. Coordenação de Simara Maria de Souza Silveira Greco; diversos autores -- Curitiba: IBQP, 2017. 208 p. : il. to como objetivo de um empreendimento, pois o empreendedorismo no terceiro setor também funciona à base de inovação e tem objetivos distintos do lucro. Unidade 1 • Por que Empreender?13/270 Schumpeter, além de relacionar o desen- volvimento econômico à inovação, também distinguiu a diferença entre o empreende- dor e o administrador, frisando que após a criação do seu empreendimento, um em- preendedor vai deixando de sê-lo e passa a se dedicar mais as questões administrativas da empresa. É aí que mora o perigo! Ao não exercitar as competências empreendedoras por conta da prioridade em se dedicar à ad- ministração do negócio, o empresário passa a ter uma visão focada no funcionamento da sua empresa e não mais no ambiente de negócio e nas suas oportunidades. Esta é uma questão que influencia diretamente o sucesso ou o fracasso de um negócio. Você sabia que só metade das empresas abertas sobrevivem mais do que quatro anos (GEM, 2016)? Má administração, falta de visão es- tratégica e desconhecimento das inovações do mercado são as principais causas de mortalidade precoce das empresas. Mas o que fazer para iniciar um novo negó- cio com chances reduzidas de insucesso? A resposta para esta questão é bem comple- xa e exigirá a leitura de todo o material para ser devidamente elaborada, porém, tudo tem um começo e, neste caso, a orientação Unidade 1 • Por que Empreender?14/270 é ficar de olho nas oportunidades oriundas da inovação e usar e abusar da criatividade. Mas a propósito, você saberia definir o que é “criatividade”? Um dos estímulos para a inovação advém da “criatividade”, palavra originária dos termos creatus e creare que em latim sig- nificam a “capacidade de crescer, dar à luz, criar, inventar ou produzir coisas novas”. Por isso que frequentemente vemos a imagem de uma lâmpada associada à geração de uma ideia. Mas é possível que as ideias sejam geradas na mente de uma pessoa por um mero aca- so? Se isso for verdade, a pessoa que tem várias ideias pode ser considerada uma pes- soa criativa? Estas são duas perguntas intrigantes que serão respondidas ao longo do texto, antes, porém, vale descrever o conceito de criati- vidade ou insight, que é considerada uma capacidade de um ser vivo de criar ou inven- tar novas situações ou novos objetos com algum tipo de utilidade. Então qualquer ser vivo pode ser criativo? Sim, pesquisas como as realizadas nos laboratórios de psicologia experimental na Universidade Federal do Pará e na PUC-SP já demonstraram como macacos, cachorros, gatos, ratos e tantos outros animais utilizam a criatividade como instinto de sobrevivência. Todavia, “inovação” e “criatividade” são si- nônimos? A resposta é não. Criatividade e inovação são conceitos diferentes, apesar da inter- Unidade 1 • Por que Empreender?15/270 dependência entre eles. É o processo de inovação que estimula a criatividade para gerar ou agregar valor de novas maneiras, por meio de novos produtos, serviços e ne- gócios, em outras palavras, inovar é o resul- tado da soma da criatividade (novas ideias) mais as ações que produzam resultados fa- voráveis para a empresa. A criatividade depende muito do repertório de um indivíduo. A pessoa que tem um re- pertório mais amplo apresenta uma chance bem maior de ter novas ideias, ao contrário, pessoas com menos repertório tendem a apresentarem menos criatividade. Agora que você já sabe que criatividade é uma coisa e inovação é outra coisa, que tal aprender o conceito de inovação? A inovação, do ponto de vista empresa- rial, pode ser definida como um processo de aprendizagem organizacional que tem o objetivo de criar e adotar novas tecnolo- gias que elevem a competitividade, melho- rem os resultados e gerem valor para a or- ganização. É importante que você saiba que para ser considerada uma inovação, é ne- cessário que este processo gere valor para a empresa, caso contrário, conceitualmente não poderá ser denominada de inovação. A inovação é extremamente necessária para o desenvolvimento, para a sobrevivência e para a manutenção da competitividade em- presarial, afinal, as necessidades e os dese- jos das pessoas se alteram constantemente, assim como se alteram os produtos, os sis- temas, os processos e a tecnologia. Até as Unidade 1 • Por que Empreender?16/270 organizações (sobreviventes) se adaptam e alteram o seu status quo em termos de cultura e métodos de trabalho. A massiva e frequente exposição da empresa à concor- rência exige uma cultura de inovação para que ela se mantenha viva e competitiva. Porém, estudante, de onde vêm as ideias de inovação? De acordo com uma investigação realiza- da em 2006 pela empresa IBM, envolvendo 765 executivos e líderes empresariais ao re- dor do planeta, as fontes mais significativas das ideias para a inovação são variadas e estão disponíveis nos ambientes interno e externo da empresa (THE IBM GLOBAL CEO STUDY, 2006). A Figura 3 descreve as fontes de inovação na porcentagem de citações desses executivos. Figura 3 | Fontes de inovação Fonte: adaptada pelo autor de The IBM global CEO study (2006). No Brasil, existe uma pesquisa trienal (PIN- TEC) que se preocupa em levantar informa- ções para a construção de indicadores das atividades de inovação das empresas brasi- leiras, permitindo conhecer e acompanhar a evolução destes indicadores ao longo do tempo e disponibilizando, por meio de seus Unidade 1 • Por que Empreender?17/270 resultados, dados e informações que poderão ser usadas para a realização de análises de mer- cado, estudos acadêmicos sobre desempenho e outras características dos setores investigados, e ainda fornecer subsídios para que o governo possa desenvolver e avaliar políticas de inovação em nível nacional e regional. 1.2.1. Tipos de InovaçãoVocê sabia que as inovações podem ser classificadas? segundo a cartilha de inovação da Confe- deração Nacional das Indústrias (CNI, 2010), existe uma categorização das inovações em relação aos seguintes aspectos: natureza; forma; abrangência; intensidade; propósito, nível de difusão e uso de sistemas, métodos e ferramentas. A Figura 4 ilustra essas categorias. Link PESQUISA DE INOVAÇÃO: 2014 / IBGE, Coordenação de Indústria. - Rio de Janeiro: IBGE, 2016. Unidade 1 • Por que Empreender?18/270 Figura 4 | Tipos de inovação Fonte: adaptada pelo autor da cartilha de inovação CNI (2010). A natureza de uma inovação pode ser um produto novo ou remodelado, um processo redese- nhado para ser mais eficiente ou ainda uma reestruturação do negócio como um todo. A forma da inovação pode ser por via de um incremento tecnológico ou por uma mudança organizacio- nal. A inovação pode abranger somente as dependências da organização, o mercado no qual ela atua ou ainda ser uma inovação de abrangência mundial. Em relação à intensidade, uma inovação pode “incrementar” um produto, processo ou negócio existente ou ainda radicalizar, transformando totalmente o objeto da inovação. O propósito de uma inovação pode ser oca- Unidade 1 • Por que Empreender?19/270 sional quando se encontra arbitrariamente algo novo e se percebe que essa novidade pode contribuir com a inovação, ou ainda pode ser intencional, sendo resultado de uma política ou sistemática implantada de- liberadamente para esta finalidade. Na or- ganização, uma inovação pode ser classifica como localizada, ao ser implantada em um departamento ou setor específico, ou ain- da sistêmica quando envolve mais depar- tamentos. Finalmente, uma inovação pode ser categorizada segundo o uso dos méto- dos, processos ou ferramentas que ela uti- lizar, de modo que isso pode ocorrer de for- ma empírica, resultado de experiências ou ações pontuais de tentativa e erro, ou pode ser oriunda de uma sistemática adotada para estimular novas maneiras de se fazer o que se fazia anteriormente. Para obter maior auxílio sobre como implan- tar políticas organizacionais de inovação, é recomendável consultar a cartilha da CNI, que pretende promover uma sensibilização na classe empresarial para que o desafio de construção de uma agenda positiva para a inovação no Brasil não seja deixado para trás, fornecendo subsídios para e estimu- lar a implantação de metodologias capazes de promover a inovação como um processo sistemático e sistêmico nas organizações. Unidade 1 • Por que Empreender?20/270 2. Empreender x Investir em um Negócio Existente Você já se deparou com a dúvida entre in- vestir o seu dinheiro em um negócio ou em uma aplicação? Pois é, muitas pessoas apresentam essa dú- vida no momento de investir, porém poucas fazem uma análise sobre qual destas op- ções é a melhor. Você arriscaria um palpite sobre isso? Link CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Mobilização Empresarial pela Inovação: cartilha: gestão da inovação / José Fernando Mattos, Hiparcio Rafael Stoffel, Rodrigo de Araújo Teixeira. - Brasília, 2010. Na verdade, não existe opção a melhor ou pior, existe a alternativa mais indicada de acordo com as circunstâncias que a pessoa está passando. Por exemplo, se a pessoa tem um bom trabalho e está satisfeita com as atividades do dia a dia e com a sua remune- ração, o ideal é que ela invista o seu dinhei- ro nas opções que o mercado financeiro ou imobiliário oferece. Fundos e cotas podem ser boas alternativas dependendo do per- fil do investidor, se ele é mais conservador, os fundos de renda fixa são mais indicados, Unidade 1 • Por que Empreender?21/270 se é mais agressivo e está disposto a cor- rer riscos, os fundos imobiliários, cambiais e de ações podem trazer uma remuneração maior para o investidor que apostar neles. Em termos de retorno do investimento, as aplicações com renda fixa oferecem ganhos que se aproximam da taxa de inflação, en- quanto as com renda variável podem remu- nerar até o dobro desse valor, porém, com um risco bem maior. Vale lembrar, que as aplicações também podem ser uma opção para aquele empre- endedor que ainda não tem o dinheiro su- ficiente para abrir o seu próprio negócio e está acumulando capital para tanto, neste caso, o investidor utilizará o mercado finan- ceiro somente para acumular o necessário para empreender. Agora, se a circunstância for outra, se a pes- soa está cansada do seu trabalho ou insa- tisfeita com a sua remuneração, ou ainda sem um trabalho, é mais recomendável que se invista em um empreendimento próprio, no qual ela poderá trabalhar para satisfazer as suas necessidades, sejam elas financei- ras ou de satisfação e realização pessoal. Unidade 1 • Por que Empreender?22/270 Um empreendimento pode remunerar o ca- pital com taxas bem mais atrativas ao ano, contudo, exigirá muito mais dedicação do empreendedor do que o simples fato de li- gar para um banco ou uma corretora e au- torizar um investimento. O empreendedor, como você terá a oportunidade de ver ao longo desta disciplina, tem de arregaçar as mangas e trabalhar duro para ter o retor- no do seu capital e obter lucro mobilizando os recursos necessários para o sucesso do novo negócio. Unidade 1 • Por que Empreender?23/270 Glossário Empreendedorismo de necessidade: é aquele processo empreendedor que é estimulado pela necessidade de uma pessoa gerar renda para se sustentar diante da falta de outras alternativas. Já o empreendedorismo de oportunidade acontece quando uma pessoa enxerga uma oportuni- dade de negócio, desenvolve uma ideia para aproveitar essa oportunidade e age sistematica- mente para transformar essa ideia em um negócio de sucesso. Empreendedorismo de oportunidade: acontece quando uma pessoa enxerga uma oportunida- de de negócio, desenvolve uma ideia para aproveitar essa oportunidade e age sistematicamente para transformar essa ideia em um negócio de sucesso. Inovação: é a introdução, com êxito, no mercado, de produtos, serviços, processos, métodos e sistemas que não existiam anteriormente ou contendo alguma característica nova e diferente da até então em vigor. Questão reflexão ? para 24/270 Você aprendeu sobre os fundamentos do empreende- dorismo e sobre a relação do empreender com o proces- so de inovação. Reflita a respeito da relevância do em- preendedorismo para a implementação das inovações. 25/270 Considerações Finais • “Destruição criativa” é o processo no qual, literalmente, se destrói um produto, um processo, um sistema ou até mesmo uma estratégia, para criar alternativas mais efetivas, alimentando deste modo o ciclo da inovação, seja no âmbito tecnológico, organizacional ou estratégico. • Do ponto de vista empresarial, a “inovação” pode ser definida como um processo de apren- dizagem organizacional que tem o objetivo de criar e adotar novas tecnologias que elevem a competitividade, melhorem os resultados e gerem valor para a organização. • O processo de inovação estimula a criatividade para gerar ou agregar valor de novas maneiras, por meio de novos produtos, serviços e negócios, em outras palavras, “inovar” é o resultado da soma da criatividade (novas ideias) mais as ações que produzam resultados favoráveis para a empresa. • A inovação é extremamente necessária para o desenvolvimento, para a sobrevivência e para a manutenção da competitividade empresarial, afinal, as necessidades e os desejos das pessoas se alteram constantemente, assim como se alteram os produtos, os sistemas, os processos e a tecnologia. Unidade 1 • Por que Empreender?26/270 Referências CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Mobilização Empresarial pela Inovação: cartilha: gestão da inovação / José Fernando Mattos, Hiparcio Rafael Stoffel, Rodrigo de Araújo Teixeira. - Brasília, 2010. ENDEAVOR BRASIL. Empreendedorismo social: lucro e transformação social numa coisa só. 2015. Disponível em: <https://endeavor.org.br/empreendedorismo-social/>. Acesso em: 27SET. 2017. GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR. Empreendedorismo no Brasil - 2016. Curitiba: IBQP, 2017. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/GEM%20Na- cional%20-%20web.pdf>. Acesso em: 27 set. 2017. IBM GLOBAL BUSINESS SERVICES. Expandind the Innovation Horizon. The Global CEO Study 2006. 2006. Disponível em: <http://www-935.ibm.com/services/us/gbs/bus/pdf/ceostudy.pdf>. Acesso em: 27 set. 2017. INSTITUTO BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE. Global Entrepreneurship Monitor. 2017. Disponível em: <http://www.ibqp.org.br/projetos/gem/>. Acesso em: 27 set. 2017. MENDONÇA, André Feitoza de. Schumpeter e a Inovação. 2012. Disponível em: <http://uc.sebrae. com.br/noticia/schumpeter-e-inovacao>. Acesso em: 27 set. 2017. https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/GEM%20Nacional%20-%20web.pdf https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/GEM%20Nacional%20-%20web.pdf http://uc.sebrae.com.br/noticia/schumpeter-e-inovacao http://uc.sebrae.com.br/noticia/schumpeter-e-inovacao Unidade 1 • Por que Empreender?27/270 PESQUISA DE INOVAÇÃO: 2014 / IBGE, Coordenação de Indústria. - Rio de Janeiro: IBGE, 2016. Disponível em: <http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/PUBLICA%C3%87%- C3%83O%20PINTEC%202014.pdf>. Acesso em: 27 set. 2017. http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/PUBLICA%C3%87%C3%83O%20PINTEC%202014.pdf http://www.pintec.ibge.gov.br/downloads/PUBLICACAO/PUBLICA%C3%87%C3%83O%20PINTEC%202014.pdf 28/234 1. Schumpeter definiu o ato de empreender como o processo de introduzir uma inovação no mercado com o objetivo de obter lucro. Qual é a alternati- va que aponta uma desatualização na definição deste autor? a) Atualmente, o ato de empreender não é mais um processo, mas sim um sistema de inovação. b) Atualmente o ato de empreender remete a mobilização de recursos para se atingir um obje- tivo. c) Atualmente, o ato de empreender não é mais para se obter lucros, mas sim resultados. d) Atualmente, o ato de empreender também apresenta um viés social, que nem sempre obje- tiva lucro. e) Atualmente, o ato de empreender introduz a inovação em meio a um contexto globalizado. Questão 1 29/234 2. Qual foi a recomendação dada neste tema para se iniciar um novo ne- gócio com chances reduzidas de insucesso? a) A orientação é usar a criatividade para criar negócios com elevadas chances de sucesso. b) A orientação é fomentar a inovação e torcer para que ela seja bem-sucedida e se transforme em oportunidades de negócio. c) A orientação é seguir os passos da cartilha da Confederação Nacional das Indústrias (CNI). d) A orientação é prestar atenção e manter o status quo para evitar possíveis chances de insu- cesso. e) A orientação é ficar de olho nas oportunidades oriundas da inovação e usar e abusar da cria- tividade. Questão 2 30/234 3. Qual alternativa contém somente tipos de inovação relacionados à sua natureza? a) Tecnológica e organizacional. b) Produto, processo e negócio. c) Ocasional e intencional. d) Localizada e sistêmica. e) Empírica e sistemática. Questão 3 31/234 4. A massiva e frequente exposição da empresa à concorrência exige ___________________ para que ela se mantenha viva e competitiva. Qual das alternativas a seguir completa corretamente a lacuna da sentença anterior? a) Muita criatividade. b) Inovações radicais. c) Uma cultura de inovação. d) Uma cultura empreendedora. e) A adoção do empreendedorismo de necessidade. Questão 4 32/234 5. De acordo com uma investigação realizada em 2006 pela empresa IBM, envolvendo 765 executivos e líderes empresariais ao redor do planeta, as fontes mais significativas das ideias para a inovação são variadas e estão disponíveis nos ambientes interno e externo da empresa. Escolha a alter- nativa que contenha as três fontes de ideias mais citadas por esses execu- tivos. a) Funcionários, parceiros e clientes. b) Setores de desenvolvimento de produtos, tecnologia e processos. c) Feiras e congressos, publicações científicas e invenções. d) Universidades, centros de tecnologia e laboratórios da própria empresa. e) Feiras e congressos, universidades e parceiros. Questão 5 33/234 Gabarito 1. Resposta: D. Na atualidade, existe o contexto do empre- endedorismo social, que nem sempre tem o objetivo de obter lucros. 2. Resposta: E. A orientação fornecida para diminuir as chances de insucesso é de que o empre- endedor fique de olho nas oportunidades oriundas da inovação, usando e abusando da criatividade. 3. Resposta: B. A categoria de tipos de inovação quanto a sua natureza é composta por produto, pro- cesso e negócio. 4. Resposta: C. Só uma cultura de inovação pode contribuir para neutralizar a ação dos concorrentes e manter a empresa competitiva. 5. Resposta: A. As três fontes mais citadas pelos executivos inseridos da pesquisa foram: funcionários, parceiros e clientes. 34/270 Unidade 2 O empreendedor: Evolução do Conceito Objetivos 1. Conhecer a evolução do conceito de empreendedorismo. 2. Reconhecer os tipos de empreendedores e as diferentes maneiras de empreender. 3. Compreender as atitudes e habilidades empreendedoras, principalmente as característi- cas dos comportamentos empreendedores. 4. Diferenciar “empreendedorismo social” de “empreendedorismo corporativo” e “intraem- preendedorismo” de “empreendedorismo”. Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito35/270 Introdução Olá, estudante, seja bem-vindo ao segundo tema da disciplina “Empreendedorismo”. No tema anterior, você aprendeu como uma inovação pode virar um negócio de suces- so por meio da prática empreendedora, co- nhecendo também o panorama do empre- endedorismo no Brasil e no mundo. Está curioso para saber o que você irá apren- der neste segundo tema? A proposta deste tema é a de descrever como o conceito “empreendedorismo” evo- luiu, apresentando os diferentes tipos de empreendedores e as diferentes maneiras possíveis para colocar o empreendedoris- mo em prática. Você sabia que é possível criar empreendi- mentos sem que o objetivo final dele seja o lucro? Pois é, a prática do empreendedo- rismo social está cada vez mais presente, criando organizações sem fins lucrativos para atender as demandas sociais ou am- bientais atendidas de modo deficiente ou não atendidas pelo Estado. Você já pensou que as atividades empre- endedoras podem ser úteis para uma em- presa? E que essa empresa pode contratar funcionários com características empre- endedoras? Sim, um funcionário com es- sas características é denominado de “in- traempreendedor” e, via de regra, mobiliza os comportamentos empreendedores para criar e executar projetos na empresa que o contratou por não ter interesse em mon- tar o seu próprio negócio e seguir a carreira empreendedora. O assunto está começan- Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito36/270 do a ficar interessante, não está? Então continue a leitura deste tema e forta- leça os seus conhecimentos sobre este as- sunto fascinante, o empreendedorismo. 1. Evolução do Empreendedoris- mo Ao se referir à evolução de um conceito, é necessário destacar os precursores e os principais estudiosos sobre ele. No caso do estudo do empreendedorismo, vale desta- car no cenário internacional nomes como Richard Cantillon, Jean-Baptiste Say, Jo- sephe A. Schumpeter e Louis Jacques Filion. Já no cenário nacional, é importante frisar os trabalhos de Fernando Dolabela e José Dornelas, dois profissionais que se dedicam e se esforçam para promover e difundir o empreendedorismo e as práticas empreen- dedoras no Brasil. A primeira definição de empreendedoris- mo que você tomará conhecimento advém da Teoria Visionária de Filion. Para esse es- tudioso, “um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões” (FILION, 1999, p. 19). Ao definir as ações que caracterizam a prática do empreen- dedorismo, Filion deixa subentendido que para exercitá-lo, é preciso que o candidato a empreendedortenha condição e capaci- dade plena para criar uma visão que, nas palavras dele, significa “uma imagem, pro- jetada no futuro, do lugar que se quer ver ocupado pelos seus produtos no mercado, assim como a imagem projetada do tipo de Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito37/270 organização necessária para consegui-lo” (FILION, 1991, p. apud FILION, 1999, p. 19). Já para Schumpeter, o empreendedor é aquela pessoa com capacidade para trans- formar uma nova ideia ou invenção em uma inovação que, por sua vez, será transforma- da em negócio por meio das práticas em- preendedoras, causando um impacto po- sitivo no desenvolvimento econômico de uma região. Aqui no Brasil, Dornelas (2008) entende o empreendedorismo como o envolvimento de pessoas e processos que, conjuntamen- te, transformam ideias em oportunidades de negócio. Já Dolabela (2010) descreve o empreendedor como “alguém que sonha e busca transformar seu sonho em realidade” (DOLABELA, 2010, p. 23). Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito38/270 Mas, prezado estudante, diante das defi- nições destes autores, você já consegue elaborar uma resposta para a pergunta: “o que é empreendedorismo?”. Apesar de não existir uma definição exata para o fenôme- no do empreendedorismo, é comum en- contrar definições que o entendem como o resultado advindo da ação de empreen- der. Mas, a palavra “empreender” significa o quê? A palavra “empreender” vem do latim e, de maneira geral, significa tomar a deci- são de realizar uma tarefa difícil e laboriosa, ou ainda colocar um plano em execução. Para nosso estudo, você deverá tomar como certo que o empreendedorismo é a desig- nação para o conjunto de ações planejadas, executadas e controladas por uma pessoa na direção de mobilizar recursos para edi- ficar um empreendimento e atingir os re- sultados previamente propostos. Já o ter- mo empreendedor é a designação para as pessoas que experimentam essa situação de praticar o empreendedorismo. É o em- preendedor que resolve assumir o risco de iniciar uma organização, sendo o agente responsável por imaginar, desenvolver e re- alizar o que imaginou, transformando ideias em negócios. São aquelas pessoas diferen- ciadas, dotadas de motivação única e apai- xonadas pelo que fazem, com o forte desejo de deixar a sua marca e serem reconhecidas pelos seus feitos. 2. Tipos de Empreendedores O termo “empreendedor” vem sofrendo Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito39/270 modificações ao longo do tempo e, por conta disso, é importante identificar essas modificações para melhor compreender esse termo. Link O artigo seguinte é um ensaio realizado com a finalidade de relacionar essas modificações com as mudanças ocorridas no decorrer de três paradigmas tecnológicos: 1. A Revolução Industrial; 2. O Fordismo; e 3. A tecnologia da informação. ZEN, Aurora Carneiro; FRACASSO, Edi Madalena. Quem é o empreendedor? As implicações de três revoluções tecnológicas na construção do termo empreendedor. Revista de Administração Mackenzie, São Paulo, v. 9, n. 8, p. 135-150, nov./dez 2008. Contudo, vale ressaltar que existem empreendedores circunstanciais e oportunistas. O primeiro (circunstancial) toma a decisão de abrir o seu próprio negócio diante da necessidade de gerar renda, principalmente quando está em uma situação de desemprego ou de complementação de renda, já o segundo (oportunista) decide abrir uma empresa diante da constatação de que uma oportunidade detectada no mercado realmente poderá se transformar em um sucesso de Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito40/270 negócio. Independentemente disso, Dorne- las (2015) descreveu uma possível forma de se classificar os tipos de empreendedores. Para ele, existem nove classes possíveis de tipos de empreendedores, a saber: empre- endedor informal; empreendedor coope- rado; empreendedor individual; empreen- dedor franqueado; empreendedor social; empreendedor corporativo; empreendedor público; empreendedor do conhecimento e empreendedor do negócio próprio. Que tal conhecer um pouco das caracterís- ticas de cada uma das classes descritas por esse autor? O empreendedor informal geralmente age quando se encontra em uma situação de necessidade, como ambulantes que ven- dem mercadorias em locais públicos ou nos transportes coletivos, geralmente, utilizan- do de mochilas ou barracas improvisadas para armazenar os seus produtos. É nes- ta classe que se enquadram os empreen- dedores que só criam um negócio próprio por completa falta de alternativa. Vale res- saltar que esta classe de empreendedores não contribui para o desenvolvimento eco- nômico, haja vista que usualmente traba- lham (arduamente, seriamente e incansa- velmente) apenas para prover a sua subsis- tência, sem agregar valor para a economia, pois criam empreendimentos simples e sem qualquer grau de inovação, repetindo práti- cas empreendedoras já existentes. O empreendedor cooperado é aquele que edifica um negócio no modelo de uma co- operativa ou associação, unindo forças com Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito41/270 outros produtores ou prestadores de servi- ço para ganhar escala e poder de negocia- ção ao vender os seus produtos ou serviços. O empreendedor individual é caracteriza- do pelo antigo empreendedor informal que “pegou gosto” por empreender e, por con- ta disso, formalizou o seu negócio e agora possui uma empresa de fato, com grande possibilidade de contribuir para o desenvol- vimento econômico por oferecer postos de trabalho e pagar taxas e impostos. O empreendedor franqueado se caracteri- za por iniciar um novo negócio partindo de um modelo ou de uma marca já existente, usualmente já desenvolvida por um fran- queador. Neste caso, o empreendedor corre menos risco ao contar com uma assessoria específica e centrada no seu negócio. Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito42/270 As características do empreendedor social se confundem com o perfil de missionários assistencialistas, que pretendem melhorar as condições sociais ou ambientais para a construção de um mundo mais justo e igual. A realização dessa classe de empreendedo- res não se traduz em lucros e ganhos pes- soais, pois o principal objetivo do seu negó- cio é trazer resultados para os outros e não para si próprio. Mais adiante na leitura deste tema, você terá a oportunidade de conhe- cer mais detalhadamente o empreendedo- rismo social. O empreendedor corporativo se configu- ra no empregado de carteira assinada que mobiliza os comportamentos ditos empre- endedores para alavancar os resultados da empresa na qual ele trabalha. Esses funcio- nários também são conhecidos pelo termo “intraempreendedores”, mas este também é um assunto que será tratado com mais detalhes no decorrer deste tema. A classe do empreendedor público abriga aquelas pessoas que trabalham no primei- ro setor e se identificam e são comprometi- das com o coletivo, mesmo não usufruindo diretamente dos benefícios do empreen- dimento. São funcionários públicos cons- cientes da sua missão de melhorar os ser- viços à população, propondo maneiras de utilizar os recursos públicos de modo mais efetivo. São esses empreendedores públi- cos que auxiliam a concretizar as ações de políticas públicas previstas pelo governo por meio da elaboração e execução de pro- jetos que estimam, mobilizam e direcionam Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito43/270 os recursos necessários para atender a uma dada demanda, que possa melhorar a vida do brasileiro como forma de contrapartida do Estado. Vale realçar que uma nação sé- ria fiscaliza e zela pelo uso honesto e efetivo do dinheiro público, orientando a sua força de trabalho a priorizar as ações que tenham como objetivo promover e estabelecer a justiça e a igualdade entre os brasileiros. A classe dos empreendedores do conheci- mento engloba os profissionais liberais que conseguem mobilizar recursos para a con- quista de suarealização profissional por meio do sucesso de seus resultados, como um atleta que se dedica exaustivamente em seus treinos para conquistar uma medalha olímpica ou ainda aquele maestro respon- sável em reger uma orquestra em um evento internacional. O empreendedor do conheci- mento se prepara com dedicação para atin- gir os seus objetivos, planejando cada passo necessário para tornar o seu desempenho mais efetivo e executando fielmente e res- ponsavelmente o seu planejamento para obter os resultados esperados. Os escrito- res podem também ser um bom exemplo desta classe de empreendedores, afinal, um livro publicado pode, sem sombras de dú- vida, ser considerado um empreendimento. Empreendedor do negócio próprio se ca- racteriza por aquela pessoa que nunca de- monstrou vocação para ser empregado e sempre procurou autonomia, criando o seu negócio próprio como meio de subsistên- cia, geralmente sem grandes ambições de expandir a empresa, pois o conforto e o pa- Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito44/270 drão de vida que o negócio lhe proporciona são suficientes para suprir as suas necessi- dades e atender às suas expectativas, ga- rantindo equilíbrio financeiro e a manuten- ção da sua classe social. O risco deste estilo de empreendedor é que ele pode entrar em uma zona de conforto e não perceber ino- vações que possam trazer grande risco para o seu negócio. Alguns empreendedores de negócio próprio organizam tão bem a sua empresa, criando sistemas e processos de trabalho passíveis de formatação e poste- rior replicação. O nível de formatação che- ga a um patamar tão elevado que permite e fornece segurança para que a empresa dê um passo importante no sentido de se ex- pandir por meio de franquias. É aí que se pode identificar outra característica dos empreendedores de negócio próprio. Eles contribuem para disseminar e incrementar a prática empreendedora, permitindo que outros empreendedores utilizem sua marca e modelo de negócio em outras localidades. Agora que você já sabe o conceito de em- preendedorismo e também já conhece os tipos de empreendedores, que tal aprender sobre as características dos comportamen- tos empreendedores? 3. Comportamentos Empreen- dedores Muitos estudos foram realizados sobre o comportamento do empreendedor, mais precisamente foram identificados 25 estu- dos até o ano de 2012 (BRANCHER; OLIVEI- Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito45/270 RA; RONCON, 2012). Todos esses estudos apresentaram tentativas de descrever os conhecimen- tos, habilidades e atitudes (CHA) comumente presentes no repertório comportamental do em- preendedor, lembrando que identificar e descrever esses comportamentos é um modo de criar subsídios para formar novos empreendedores ou identificar deficiências comportamentais em empreendedores que já possuem seu próprio empreendimento. Link Aprofunde seu entendimento sobre o tema lendo um artigo cujo objetivo é analisar a produção acadêmica na área de empreendedorismo, tomando como base dois dos principais eventos cien- tíficos sobre o tema no Brasil. NASSIF, Vânia Maria Jorge et al. Empreendedorismo: área em evolução? uma revisão dos estudos e artigos publicados entre 2000 e 2008. Revista de Administração e Inovação, São Paulo, v. 7, n. 1, p.175-192, 2010. Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito46/270 A descrição mais concisa, completa e objetiva dos comportamentos empreendedores foi obtida pela ONU por meio de uma pesquisa que visou levantar comportamentos comuns entre empre- endedores de sucesso. O resultado desta pesquisa apontou 10 comportamentos empreendedo- res com três características cada. Esses 10 comportamentos foram agrupados em três conjuntos denominados de conjunto de comportamentos de planejamento, conjunto de comportamentos de realização e conjunto de comportamentos de poder. O Quadro 1 descreve os 10 comporta- mentos com as suas três respectivas características empreendedoras. Quadro 1 | Características de Comportamentos Empreendedores (CCEs) Conjunto Realização Comportamento: busca de oportunidades e iniciativa CCE 1: Faz as coisas antes de ser solicitado ou antes de forçado pelas circunstâncias. CCE 2: Age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços. CCE 3: Aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência. Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito47/270 Comportamento: correr riscos calculados CCE 1: Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente. CCE 2: Age para reduzir os riscos deliberadamente. CCE 3: Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados. Comportamento: exigência de qualidade e eficiência CCE 1: Encontra maneiras de fazer as coisas melhores, mais rápidas, ou mais baratas. CCE 2: Age de maneira a fazer as coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência. CCE 3: Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados. Comportamento: persistência CCE 1: Age diante de um obstáculo significativo. CCE 2: Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obs- táculo. Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito48/270 CCE 3: Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário à consecução de metas e ob- jetivos. Comportamento: comprometimento CCE 1: Faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para completar uma tarefa. CCE 2: Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho. CCE 3: Se esmera em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade a longo prazo, acima do lucro a curto prazo. Conjunto Planejamento Comportamento: busca de informações CCE 1: Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores ou concorrentes. CCE 2: Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço. Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito49/270 CCE 3: Consulta especialistas para obter assessoria técnica comercial. Comportamento: estabelecimento de metas CCE 1: Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal. CCE 2: Tem visão de longo prazo, clara e específica. CCE 3: Estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis. Comportamento: planejamento e monitoramento sistemáticos CCE 1: Planeja dividindo tarefas de grande porte em sub tarefas com prazos definidos. CCE 2: Constantemente revisa seus planos levando em conta os resultados obtidos e mudanças cir- cunstanciais. CCE 3: Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões. Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito50/270 Conjunto Poder Comportamento: persuasão e rede de contatos CCE 1: Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros. CCE 2: Utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos. CCE 3: Age para desenvolver e manter relações comerciais. Comportamento: independência e autoconfiança CCE 1: Busca autonomia em relação a normas e controles de outros. CCE 2: Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desani- madores. CCE 3: Expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio. Fonte: adaptado do manual do participante do seminário EMPRETEC (2005). Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito51/270 Atualmente, o perfil profissional mais pro- curado pelas organizações engloba quase todas as características comportamentais empreendedoras descritas na literatura. Propensão para identificar e correr riscos, apresentar iniciativa, persistência, flexibili- dade e comprometimento com o trabalho, além da capacidade de planejar e buscar informações, são características que certa- mente contribuirão para que qualquer pro- fissional possaobter sucesso, mesmo que seja como funcionário de uma empresa, Link Quer saber o seu perfil de empreendedor? O Endeavor disponibiliza gratuitamente uma ferramen- ta que lhe fornecerá o seu perfil empreendedor com base nas suas respostas a um questionário específico para essa finalidade. Para fazer o teste e aumentar o seu autoconhecimento sobre o seu repertório de comportamentos empreendedores, acesse o link a seguir e responda a todas as questões de maneira sincera. ENDEVOAR BRASIL. O perfil dos empreendedores brasileiros. 2017. Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito52/270 portanto, fique atento e passe a se dedicar ao exercício de cada um dos comportamen- tos descritos no Quadro 1 para obter suces- so profissional, seja em carreira solo (como empreendedor) ou como funcionário de carteira assinada. Aliás, existe um termo es- pecífico para designar o empreendedor que possui vínculo empregatício e inclusive ele já foi apresentado neste tema. Você conse- gue lembrá-lo? Sim, o termo correto neste caso é “empreendedor corporativo” ou “in- traempreendedor”. Que tal conhecer esse termo de modo mais detalhado? Vamos lá. 4. Intraempreendedores e Em- preendedores Sociais “Intraempreendedorismo”, “empreende- dorismo interno” ou “empreendedorismo corporativo” denominam a ação empreen- dedora dentro das organizações por pro- fissionais que possuem as características e mobilizam os comportamentos empreen- dedores (Quadro 1) como funcionário de uma organização, criando um ambiente de inovação e criatividade que muito provavel- mente facilitará a criação de novas ideias, aumentando de maneira significativa as chances de sucesso dessas organizações. O conceito de intraempreendedorismo fi- cou claro para você? Mesmo que tenha, é bom reforçar que o intraempreendedoris- mo é a prática do empreendedorismo den- tro de uma empresa, ou seja, o exercício dos comportamentos empreendedores para a criação de valor e de diferenciais competiti- Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito53/270 vos para a organização. Os funcionários intraempreendedores possuem consciência sobre a sua importância e função na empresa, levantando ideias e executando projetos que resultem em geração de valor e desen- volvimento para a organização. O tipo de colaborador com perfil de empreendedor corporativo é cada vez mais requisitado pelo mercado de trabalho, principalmente diante dos desafios empre- sariais de inovação, renovação e criação de novos empreendimentos. Link Que tal saber o resultado de uma investigação sobre as possíveis diferenças de perfil entre empreendedores e intraempreendedores de uma empresa distribuidora de produtos saúde? Leia o arquivo a seguir. SILVA, Sandra Souto da; SILVA, Angela Maria Monteiro da; VILAS BOAS, Ana Alice; DAN, Edival. Características comportamentais empreendedoras: um estudo comparativo entre empreendedores e intra-empreendedo- res. Revista Cadernos de Administração, v. 1, n.2, p. 1-14, jul./dez. 2008. Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito54/270 Outro tipo de empreendedor que merece atenção mais detalhada é o empreendedor social. Como já foi dito antes, essa classe de em- preendedores é formada por indivíduos que mobilizam recursos para obter benefícios para outras pessoas de maneira assisten- cialista. Deste modo, em uma organização social, o lucro é substituído pelo resultado, que mesmo assim precisa contar com re- cursos para amparar a sua operação e o seu funcionamento, garantindo assim maiores chances de se obter resultados positivos nas suas ações. O empreendedorismo social é um fenôme- no bastante comum nos países que estão em fase de desenvolvimento, pois exerce um papel social muito relevante ao executar ações que preencham as necessidades não supridas pelo poder público. O empreen- dedor social edifica o seu empreendimento sem finalidades exclusivamente lucrativas, mas sim com objetivos mais nobres que vi- sam justiça, igualdade e equilíbrio social como prover educação a quem não tem acesso a ela, melhorar a qualidade de vida de pessoas em situação de vulnerabilidade ou risco social, ou ainda com a saúde debi- litada. O empreendedor social, também se preocupa em realizar ações de preservação do meio ambiente e de promoção cultural, como shows e eventos gratuitos. Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito55/270 Glossário Empreendedor: é a designação para as pessoas que praticam o empreendedorismo. É ele quem resolve assumir o risco de iniciar uma organização, sendo o agente responsável por imaginar, desenvolver e realizar o que imaginou, transformando ideias em negócios. Empreendedorismo: é o conjunto de ações, que envolvem inovação e riscos, que tem por obje- tivo identificar demandas e oportunidades, exigindo a mobilização de recursos e comportamen- tos para a criação de uma organização que seja capaz de atender as demandas ou aproveitar as oportunidades com a geração de valor. Intraempreendedorismo: é um processo que visa identificar, desenvolver e implantar novas oportunidades que criarão valor para a empresa, requerendo alterações expressivas no modo em que os recursos são utilizados pela organização e propiciando a geração de novas compe- tências empresariais. Por consequência, essas novas competências elevarão a possibilidade de um reposicionamento de mercado positivo, proporcionando comprometimento em longo prazo e criando valor para os proprietários, para os colaboradores e para os clientes. Questão reflexão ? para 56/270 Depois de estudar e aprender sobre o conceito de em- preendedorismo e os tipos de empreendedores, é im- portante realizar uma reflexão sobre essas duas temáti- cas: como abranger os tipos de empreendedorismo dis- tintos na definição do conceito de empreendedorismo? 57/270 Considerações Finais • Apesar das várias definições tecidas ao longo dos anos sobre o conceito de empreen- dedorismo, é importante saber que a prática empreendedora possibilita a transforma- ção de uma inovação em um negócio. • O empreendedor assume riscos de modo calculado para evitar surpresas indesejadas ao abrir o seu próprio negócio. • O empreendedor planeja, executa e controla as suas ações deliberadamente, evitando ações arbitrárias que podem elevar os riscos e as chances de insucesso. • O perfil empreendedor pode ser descrito em 3 conjuntos de comportamentos empre- endedores, perfazendo um total de 10 comportamentos, de forma que cada um deles possui três características de comportamentos empreendedores (CCEs). Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito58/270 Referências BRANCHER, I. B.; OLIVEIRA, E. M.; RONCON, A. comportamento empreendedor: estudo bibliomé- trico da produção nacional e a influência de referencial teórico internacional. Internext – Revista Eletrônica de Negócios Internacionais da ESPM, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 166-193, jan./jun. 2012. DOLABELA, Fernando. O Segredo de Luísa. São Paulo: Sextante, 2006. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. ___. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de sucesso. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015. ENDEVOAR BRASIL. O perfil dos empreendedores brasileiros. 2017. Disponível em: <http://quiz. endeavor.org.br/perfilempreendedor>. Acesso em: 27 set. 20167. FELISARDO, Talita. O papel do franqueado e franqueador. 2013. Disponível em: <http://fran- quia.com.br/noticias/papeldofranqueadoefranqueador>. Acesso em: 27 set. 2017. FILION, Louis Jacques. Diferenças entre sistemas gerenciais de empreendedores e operadores de pequenos negócios. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 39, n. 4, p. 6-20, out./dez. 1999. GRUPO DESIGN E EVOLUÇÃO. A Evolução de Schumpeter. Disponível em: <https://www.youtube. com/watch?v=YNhO5wHib98>. Acesso em: 27 set. 2017. (Vídeo do Youtube) http://quiz.endeavor.org.br/perfilempreendedorhttp://quiz.endeavor.org.br/perfilempreendedor http://franquia.com.br/noticias/papeldofranqueadoefranqueador http://franquia.com.br/noticias/papeldofranqueadoefranqueador https://www.youtube.com/watch?v=YNhO5wHib98 https://www.youtube.com/watch?v=YNhO5wHib98 Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito59/270 KRUMMENAUER, André. Como o intraempreendedorismo pode impulsionar a inovação em sua empresa. 2016. Disponível em: <https://endeavor.org.br/intraempreendedorismo-inovacao- -empresa/>. Acesso em: 27 set. 2017. NASSIF, Vânia Maria Jorge et al. Empreendedorismo: área em evolução? uma revisão dos estudos e artigos publicados entre 2000 e 2008. Revista de Administração e Inovação, São Paulo, v. 7, n. 1, p.175-192, 2010. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/rai/article/view/79164/83236>. Acesso em: 27 set. 2017. PORTAL BRASIL. Empreendedorismo social gera lucro e desenvolvimento. 2014. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2012/02/empreendedorismo-social-gera-lu- cro-e-desenvolvimento>. Acesso em: 27 set. 2017. Como funcionam as cooperativas? <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/coope- rativa-o-que-e-para-que-serve-como-funciona,7e519bda15617410VgnVCM2000003c74010aR- CRD>. Acesso em: 27 set. 2017. https://endeavor.org.br/intraempreendedorismo-inovacao-empresa/ https://endeavor.org.br/intraempreendedorismo-inovacao-empresa/ https://www.revistas.usp.br/rai/article/view/79164/83236 http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2012/02/empreendedorismo-social-gera-lucro-e-desenvolvimento http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2012/02/empreendedorismo-social-gera-lucro-e-desenvolvimento https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/cooperativa-o-que-e-para-que-serve-como-funciona,7e519bda15617410VgnVCM2000003c74010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/cooperativa-o-que-e-para-que-serve-como-funciona,7e519bda15617410VgnVCM2000003c74010aRCRD https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/cooperativa-o-que-e-para-que-serve-como-funciona,7e519bda15617410VgnVCM2000003c74010aRCRD Unidade 2 • O empreendedor: Evolução do Conceito60/270 SILVA, Sandra Souto da; SILVA, Angela Maria Monteiro da; VILAS BOAS, Ana Alice; DAN, Edival. Características comportamentais empreendedoras: um estudo comparativo entre empreende- dores e intra-empreendedores. Revista Cadernos de Administração, v. 1, n.2, p. 1-14, jul./dez. 2008. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Ana_Boas/publication/268323636_ CARACTERISTICAS_COMPORTAMENTAIS_EMPREENDEDORAS_UM_ESTUDO_COMPARATIVO_ ENTRE_EMPREENDEDORES_E_INTRA-EMPREENDEDORES/links/554180d80cf2718618dcb597. pdf>. Acesso em: 27 set. 2017. ZEN, Aurora Carneiro; FRACASSO, Edi Madalena. Quem é o empreendedor? As implicações de três revoluções tecnológicas na construção do termo empreendedor. Revista de Administração Mackenzie, São Paulo, v. 9, n. 8, p. 135-150, nov./dez 2008. Disponível em: <http://editorarevis- tas.mackenzie.br/index.php/RAM/article/view/213/213>. Acesso em: 27 set. 2017. https://www.researchgate.net/profile/Ana_Boas/publication/268323636_CARACTERISTICAS_COMPORTAMENTAIS_EMPREENDEDORAS_UM_ESTUDO_COMPARATIVO_ENTRE_EMPREENDEDORES_E_INTRA-EMPREENDEDORES/links/554180d80cf2718618dcb597.pdf https://www.researchgate.net/profile/Ana_Boas/publication/268323636_CARACTERISTICAS_COMPORTAMENTAIS_EMPREENDEDORAS_UM_ESTUDO_COMPARATIVO_ENTRE_EMPREENDEDORES_E_INTRA-EMPREENDEDORES/links/554180d80cf2718618dcb597.pdf https://www.researchgate.net/profile/Ana_Boas/publication/268323636_CARACTERISTICAS_COMPORTAMENTAIS_EMPREENDEDORAS_UM_ESTUDO_COMPARATIVO_ENTRE_EMPREENDEDORES_E_INTRA-EMPREENDEDORES/links/554180d80cf2718618dcb597.pdf https://www.researchgate.net/profile/Ana_Boas/publication/268323636_CARACTERISTICAS_COMPORTAMENTAIS_EMPREENDEDORAS_UM_ESTUDO_COMPARATIVO_ENTRE_EMPREENDEDORES_E_INTRA-EMPREENDEDORES/links/554180d80cf2718618dcb597.pdf http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/RAM/article/view/213/213 http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/RAM/article/view/213/213 61/234 1. Alguns autores definiram o conceito de empreendedorismo baseado em algumas premissas. Aponte a alternativa que relacione corretamente o autor com a premissa que ele tomou como base para estudar o empreendedorismo considerando as seguintes opções. Autores: I. Schumpeter; II. Filion; III. Dolabela; IIII. Dornelas. Premissas: X. Transformar ideias em oportunidades de negócio; XX. Transformar sonhos em realidade; XXX. Teoria visionária; XXXX. Inovação e Desenvolvimento econômico. a) A relação correta entre os autores e as suas premissas é: I. Schumpeter e X. Transformar ideias em oportunidades de negócio; II. Filion e XX. Transformar sonhos em realidade; III. Dolabela e XXX. Teoria visionária; IIII. Dornelas e XXXX. Inovação e Desenvolvimento econômico. b) A relação correta entre os autores e as suas premissas é: I. Schumpeter e XXX. Teoria visioná- ria; II. Filion e XX. Transformar sonhos em realidade; III. Dolabela e XXXX. Inovação e Desen- volvimento econômico; IIII. Dornelas e. X. Transformar ideias em oportunidades de negócio. Questão 1 62/234 c) A relação correta entre os autores e as suas premissas é: I. Schumpeter e XXXX. Inovação e Desenvolvimento econômico; II. Filion e XXX. Teoria visionária; III. Dolabela e X. Transformar ideias em oportunidades de negócio; IIII. Dornelas e XX. Transformar sonhos em realidade. d) A relação correta entre os autores e as suas premissas é: I. Schumpeter e XXX. Teoria visioná- ria; II. Filion e XXXX. Inovação e Desenvolvimento econômico; III. Dolabela e XX. Transformar sonhos em realidade; IIII. Dornelas e X. Transformar ideias em oportunidades de negócio. e) A relação correta entre os autores e as suas premissas é: I. Schumpeter e XXXX. Inovação e Desenvolvimento econômico; II. Filion e XXX. Teoria visionária; III. Dolabela e XX. Transformar sonhos em realidade; IIII. Dornelas e X. Transformar ideias em oportunidades de negócio. Questão 1 63/234 2. Qual é o termo adequado para se referir a alguém que decidiu tomar a decisão de realizar uma tarefa difícil e laboriosa, ou ainda, colocar um plano em execução? Questão 2 a) Trabalhador. b) Colaborador. c) Funcionário. d) Empreendedor. e) Intraempreendedor. 64/234 3. Os comportamentos empreendedores foram agrupados em três conjun- tos para organizar e facilitar o seu estudo. Aponte a alternativa que contenha esses três conjuntos. Questão 3 a) Conjunto Realização; Conjunto Planejamento e Conjunto Poder. b) Conjunto Persuasão, Conjunto Planejamento e Conjunto Poder. c) Conjunto Planejamento, Conjunto de Relacionamento e Conjunto Poder. d) Conjunto Controle, Conjunto Organização e Conjunto Planejamento. e) Conjunto Liderança, Conjunto Realização e Conjunto Planejamento. 65/234 4. O _________________________ é aquele que pratica o empreendedo- rismo dentro de uma empresa, ou seja, exercita os comportamentos empreen- dedores para criar valor e conferir diferenciais competitivos para a organização. Questão 4 Aponte a alternativa que contenha o termo que preencha corretamente a lacuna acima. a) Empreendedor. b) Empregado padrão. c) Colaborador corporativo. d) Intraempreendedor. e) Gerente atípico. 66/234 5. Existem empreendedores que podem ser considerados ______________ e outros que podem ser considerados como ________________. O pri- meiro toma a decisão de abrir o seu próprio negócio diante da sua própria necessidade de gerar renda, já o segundo decide abrir uma empresa dian- te de uma situação oportuna no mercado que apresenta condições de se transformar em um negócio de sucesso. Qual das alternativas abaixo contém as duas palavras corretas que respecti- vamente preenchem as duas lacunas da sentença anterior. Questão 5 a) Situacionais; realistas. b) Circunstanciais; oportunistas. c) Circunstanciais; realistas. d) Situacionais; transformadores. e) Realistas; transformadores. 67/234 Gabarito 1. Resposta: E. A relação correta é I. Schumpetere XXXX. Inovação e Desenvolvimento econômico; II. Filion e XXX. Teoria visionária; III. Dolabela e XX. Transformar sonhos em realidade; IIII. Dornelas e X. Transformar ideias em oportu- nidades de negócio. 2. Resposta: D. “Empreendedor” é o termo adequado para se referir a alguém que decidiu tomar a de- cisão de realizar uma tarefa difícil e laborio- sa, ou ainda, colocar um plano em execução. 3. Resposta: A. Os três conjuntos de comportamentos em- preendedores corretos são: Conjunto Reali- zação, Conjunto Planejamento e Conjunto Poder. 4. Resposta: D. Somente o intraempreendedor é que pratica o empreendedorismo dentro de uma empre- sa, ou seja, exercita os comportamentos em- preendedores para criar valor e conferir dife- renciais competitivos para a organização. 68/234 Gabarito 5. Resposta: B. O empreendedor circunstancial toma a de- cisão de abrir o seu próprio negócio diante da sua própria necessidade de gerar renda, já o empreendedor oportunista decide abrir uma empresa diante de uma situação opor- tuna no mercado que apresenta condições de se transformar em um negócio de suces- so. 69/270 Unidade 3 Avaliação de oportunidades Objetivos 1. Compreender o processo de geração de ideias de negócios. 2. Identificar as possíveis fontes de obtenção ideias. 3. Entender como transformar ideias em oportunidade de negócios. 4. Reconhecer como avaliar oportunidades de negócios. 5. Identificar os riscos de abrir um negócio sem avaliar a oportunidade. Unidade 3 • Avaliação de oportunidades70/270 Introdução Prezado estudante, você está avançando nos estudos sobre empreendedorismo e agora aprenderá mais sobre alguns impor- tantes aspectos sobre o processo empreen- dedor e as práticas empreendedoras. Será neste tema 3 que você terá a oportu- nidade de aprender sobre o processo de ge- ração de ideias de negócios e a como iden- tificar as fontes de obtenção dessas ideias. Contudo, nem só de fontes de ideias vive o empreendedor, pois essas ideias terão de ser avaliadas para comprovar a sua viabili- dade de se transformar em um negócio de sucesso. Para tratar da geração de ideias, é necessá- rio voltar a falar sobre um conteúdo estu- dado no tema 1, a criatividade. É impossível não relacionar a criatividade ao processo de geração de ideias na mesma proporção em que é muito arriscado edificar um empre- endimento sem uma efetiva avaliação de oportunidade. Portanto, não pense que so- mente uma boa ideia é suficiente para abrir um negócio e formalizar uma organização, antes de agir, é preciso validar essa ideia, verificando a sua viabilidade de implanta- ção. Agora é com você, dedique-se aos estudos e leia atentamente o conteúdo deste tema para enriquecer o seu conhecimento sobre o empreendedorismo. Boa leitura! Unidade 3 • Avaliação de oportunidades71/270 1. Criatividade como Fonte de Geração de Novas Ideias Olá, estudante, o conceito de criatividade já foi apresentado no tema 1 pela sua afini- dade e inter-relação com o conceito de ino- vação. Mesmo assim, você voltará a estudar sobre este conceito neste terceiro tema, principalmente pela sua relação íntima com a geração de novas ideias. Vale lembrar que a criatividade é um conceito que de- signa o estado de um indivíduo propenso a criar coisas (processos, produtos, sistemas, ações, serviços) originais e úteis que pos- sam melhorar a vida dele próprio ou a de outros indivíduos, seja pelo incremento ou pela otimização da utilidade, da qualidade, da usabilidade ou do custo da nova criação frente ao que se tinha anteriormente (BA- RON; SHANE, 2007; SCHNEIDER; BRANCO, 2012). Um ser criativo desenvolve formas inéditas para solucionar um problema ou para en- contrar uma utilidade diferente para um ar- tefato ou uma tecnologia. Veja só o caso da pessoa que sofria para passar roupas por- que, frequentemente, as roupas queima- Unidade 3 • Avaliação de oportunidades72/270 vam ou grudavam no ferro e, por isso, eram perdidas. Este indivíduo, sabendo que o pro- blema de aderência em altas temperaturas já havia sido solucionado em panelas de cozinhar, teve um surto criativo que culmi- nou na feliz ideia de usar o mesmo material antiaderente nos ferros elétricos. Este é ou não é um bom exemplo de criatividade que gerou boas ideias e que, por sua vez, foram transformadas em um negócio de sucesso? Baron e Shane (2006) indicam que a cria- tividade é o resultado da convergência de alguns fatores, denominando este ponto de vista de abordagem de confluência (BA- RON; SHANE, 2006, p. 76). Segundo a abor- dagem de confluência, a criatividade de um ser humano depende das suas habilidades intelectuais, de uma ampla e rica base de conhecimentos (repertório comportamen- tal), de um estilo de pensamento flexível, de certos traços de personalidade (aceitação em correr riscos, por exemplo) e de um am- biente que estimule e apoie ideias criativas. A criatividade é uma característica que faz parte de todos os seres humanos, uns são mais criativos e outros menos, mas, e sobre você: você se considera uma pessoa criati- va? Para saber mais UNIVERSIA BRASIL. 10 características paradoxais de pessoas criativas. 2015. Unidade 3 • Avaliação de oportunidades73/270 Para você responder a essa pergunta mais confortavelmente, faça o seguinte exercício: preste atenção na Figura 5 e inspire-se nela para encontrar utilidades para um lápis que não seja a de escrever ou a de desenhar. Durante dois minutos, liste em uma folha qualquer todas as aplica- ções que vierem à sua cabeça por mais absurda que elas sejam. Depois, repita este exercício mais duas vezes tomando primeiramente como objeto um tijolo e depois uma toalha de banho. Para te ajudar, segue um exemplo considerando um banco de madeira como objeto. Um banco de madeira pode ser usado como lenhar para uma fogueira, pode servir como uma arma para nocautear o inimigo ou um animal agressivo, como um aparador para sustentar uma televisão, como um objeto de arte ou de decoração e ainda como um candelabro para quatro velas (uma em cada pé) se ele estiver de cabeça para baixo. Unidade 3 • Avaliação de oportunidades74/270 Figura 5 | Exercício de criatividade Fonte: Pixabay (2017). Quer ter um parâmetro para comparar o seu desempenho no exercício das utilida- des para os três objetos propostos? O ide- al é que você tenha encontrado, no míni- mo, cinco aplicações diferentes para cada um dos três objetos, porém, quanto mais exemplos você conseguir elaborar durante os dois minutos, maior será o seu nível de criatividade. Se você conseguiu encontrar mais do que 15 aplicações nos seis minutos do exercício, parabéns, você está no cami- nho certo para encontrar soluções criativas para os desafios que você enfrenta. Se você não conseguiu chegar próximo a esse nú- mero, não se desespere, a boa notícia é que é possível melhorar o seu nível de criativi- dade seguindo algumas dicas. Inicialmente, estimule e participe de brin- cadeiras, invente histórias, pois brincar e contar histórias promovem o bom humor e alivia as resistências causadas pelo stress, estimulando o cérebro a encontrar cami- nhos diferentes para enfrentar problemas e encontrar uma variada gama de soluções diferentes para eles. Use e abuse da empatia, coloque-se no lu- gar dos outros e tente pensar e sentir como Unidade 3 • Avaliação de oportunidades75/270 eles, mesmo que você não concorde com as opiniões ou com os pontos de vista dessas pessoas. Generalize e amplie a arrumação para as coisas do banheiro e os utensílios da cozi- nha. Não se contente com uma só alternativa, crie mais opções para solucionar um pro- blema ou enfrentar uma situação inusitada, assim você estará aumentando o seu leque de alternativas e, de quebra, exercitando a sua criatividade. Aprenda e desenvolva novas habilidades como entender outros idiomas, jogar xa- drez, tocar um instrumento musical, nadar, andar de bicicleta ou de skate. Todavia, muito cuidado com a falta de cria-tividade e com os riscos que isso pode lhe trazer. Quando não se exercita a criativida- de, a tendência é fazer as coisas sempre da Realize uma arrumação geral no seu guar- da-roupa, faça um rearranjo no modo de guardar os seus pertences, troque-os de gaveta, altere o modo de dobrar as roupas e tente otimizar o espaço que elas ocupam. Unidade 3 • Avaliação de oportunidades76/270 mesma forma, repetindo padrões e ações já aprendidos. Realizar uma ação repetidamente e da mes- ma forma diante de um contexto qualquer, fortalece essa ação e a transforma em um modus operandi repetitivo, um hábito ou costume que o organismo do indivíduo in- corpora, passando a fazer parte do seu re- pertório comportamental, elevando sensi- velmente as chances de essa ação ser repli- cada diante de contextos similares em que ela (ação) foi realizada. Que tal um exemplo para facilitar o entendimento desta com- plexa relação entre contexto (ambiente), ação (comportamento) e indivíduo? Você deve escovar os seus dentes na sua casa todos os dias, assim como você apaga e acende a lâmpada do banheiro ou do seu quarto com uma frequência tão elevada que essas ações passam a ser realizadas meca- nicamente sem a necessidade de se pensar onde está a escova de dente ou procurar o interruptor para acioná-lo. De tanto serem repetidos, os esforços mobilizados para a realização dessas ações passam a ser im- perceptíveis, condicionando o indivíduo a se direcionar, quase que inconscientemen- te, para a escova ou para o interruptor. Para você realmente perceber e acreditar nisso faça o seguinte experimento: troque a sua escova de dentes de lugar, coloque-a dentro de uma gaveta, se ela fica armazenada fora, troque de gaveta ou tire-a de uma gaveta, se for o caso, troque o suporte das escovas de lugar e o coloque do outro lado da pia e veja só o que vai acontecer. Unidade 3 • Avaliação de oportunidades77/270 Para não deixar você curioso, fique saben- do que ao realizar o experimento proposto, você procurará a sua escova de dentes no lu- gar antigo por alguns dias mesmo sabendo que foi você mesmo que a trocou de lugar. A mesma coisa acontecerá quando se alterar o local de instalação de um interruptor ou de uma tomada que você usava bastante, durante alguns dias você tentará acionar o interruptor ou usar a tomada, direcionan- do-se para o local da antiga instalação. É bom ressaltar que, geralmente, a ação in- corporada via condicionamento proporcio- na algum benefício biológico ao indivíduo, como gastar menos energia, ganhar agi- lidade e pensar menos para realizar ações repetitivas. É aí que mora o perigo... O condicionamento de um comportamento tem lá as suas vantagens biológicas, porém, ele pode causar resistência à mudança e um efeito chamado de “zona de conforto”, já ouviu este termo? Bardwick (1996) indica que “zona de con- forto” é um termo que denomina a situa- ção em que uma pessoa fica satisfeita com a realidade atual e então se acomoda de tal maneira que não consegue mais enxergar as novidades ou as outras opções para se li- dar com a realidade. O mundo muda a cada instante e nesta mesma velocidade surgem novas maneiras de se lidar com as coisas, estagnar na zona de conforto é um vene- no para a criatividade, evite essa situação a todo custo, pois se você procurar direito sempre existirá um modo mais eficiente de fazer as coisas (mais barato, mais rápido, Unidade 3 • Avaliação de oportunidades78/270 com melhor qualidade) e, se um indivíduo não procurar a eficiência, outro indivíduo vai procurar e encontrar, substituindo o que se acomodou. Portanto, cuidado, você pode estar acomodado com a sua atual situação profissional e fazendo as coisas mecanicamente porque assim está funcionando bem. Link Leia o livro que deu origem ao termo zona de conforto. BARDWICK, Judith M. Perigo na zona de conforto: como eliminar o hábito do Entitlement. São Paulo: Pioneira,1996. Unidade 3 • Avaliação de oportunidades79/270 2. Gerando Novas Ideias A criatividade é uma fonte de geração de novas ideias, mas será que só ser criativo é suficiente para gerar novas ideias? É claro que a resposta é não, existem outros fatores que facilitam a geração de ideias novas, que tal aprender sobre eles? vamos começar tratando da curiosidade, ela é uma fonte de novas ideias, portanto, não tenha vergonha de ser curioso, investigue e procure conhecer as causas e os efeitos das coisas que acontecem ao seu redor, não re- produza tarefas mecanicamente, isso, como você já aprendeu, o levará à zona de confor- to. Vale lembrar que ao ser curioso e propor novas ideias, você escutará algumas fra- ses feitas para desestimulá-lo, como: “isso não irá dar certo”, “time que está ganhando não se mexe”, “é melhor deixar como está”. Fuja dessas âncoras e quebre as resistências para aumentar os seus insights criativos. Uma pesquisa, realizada na Universidade Federal do Pará (NEVES FILHO et al., 2016), investigou os efeitos de diferentes treinos para que macacos construam ferramentas para resolver problemas. Macacos eram re- compensados com frutas ao encaixar vare- tas e formar uma vareta cada vez mais com- prida. Depois deste treino, os pesquisado- res deixavam, fora da jaula, mas ao alcance das mãos dos macacos, uma cumbuca com frutas frescas que ficavam disponíveis li- vremente para o consumo no momento em que eles bem entendessem. Em uma ter- ceira etapa, os investigadores alteraram o Unidade 3 • Avaliação de oportunidades80/270 local da cumbuca, posicionando-a a uma distância fora do alcance das mãos do ma- caco e, ao mesmo tempo, disponibilizavam as varetas separadamente na jaula. Já sabe o que o macaco aprontou? Mesmo sem ter sido ensinado, ele teve um lampejo de cria- tividade (um insight) e encaixou as varetas, formando uma vareta com extensão sufi- ciente para “pescar” a cumbuca de frutas e trazê-la para o alcance das suas mãos (e boca, é claro). Como o resultado da pesquisa apresentada envolvendo o macaco mostrou, os insights não surgem do nada, eles têm origem na fu- são ou adaptação de conhecimentos já ad- quiridos, assim, deixe o alquimista que exis- te dentro de você agir livremente, associan- do, adaptando, modificando e combinando os comportamentos do seu repertório com- portamental. Não guarde as suas ideias em uma gaveta, tenha iniciativa e apresente-as para outras pessoas, procure conversar com pessoas que não pensem como você, a divergência é uma fonte de criatividade, pois manterá você em contato com outros pontos de vis- ta. O nosso cérebro precisa de estímulos, en- tão, seja eclético e ouça músicas de estilos diferentes do seu gosto musical, por exem- plo, se gosta de samba, escute rock e músi- ca clássica, se gosta de rock, procure ouvir jazz ou um bom sertanejo de raiz. Faça coisas diferentes, conheça lugares di- ferentes, pode ser no seu bairro, na sua ci- Unidade 3 • Avaliação de oportunidades81/270 dade, no seu estado, no seu país ou mesmo no exterior, viajar vai fazer com que você en- tre em contato com culturas e hábitos dife- rentes, e isso lhe ajudará a ser uma pessoa mais criativa. Portanto, dê a devida atenção e relevância ao processo criativo, não se canse de ser um excelente observador, pois somente a criati- vidade irá fornecer diferenciação suficiente para atrair mais clientes dispostos a pagar o preço de um produto ou serviço que atenda melhor as suas necessidades. Mas, e sobre as fontes para encontrar opor- tunidades de negócios, será que existem re- comendações para encontrá-las? Sim, de acordo com Degen (2005) e Maxi- miniano (2006), existem várias fontes para se encontrar oportunidades de negócio, e a primeira que você irá aprender diz respeito às necessidades das pessoas. As necessi- dades das pessoas por produtos e serviços é uma rica fonte de oportunidades, se as pessoas reclamam continuadamente de um Unidade 3 • Avaliação de oportunidades82/270 produto, por exemplo, a oportunidade está
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