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INCONTINÊNCIA URINÁRIA Revisão da aula passada... Sangramento uterino anormal é muito comum na prática do dia a dia, tem como definição: Todo sangramento seja ele no período menstrual, fora do período menstrual, mas que esteja anormal. Quando pensamos em sangramento uterino anormal, devemos de forma medular lembrar da regra de PALM e COEIN: Temos então, os sangramentos estruturados: São pólipos, adenomiose, leiomioma, tendo algo palpável ou malignidade, que seria no caso o tumor. E os não estruturais são coagulopatias, disfunção ovariana, fator endometrial, iatrogenia e não especificado. Iniciando a aula de hoje... Objetivos da aprendizagem do dia: Quem é afetado e quais são os motivos Causas da incontinência Diferenças entre os vários tipos de incontinência Tratamento medicamentoso e cirúrgico Qual a conduta no primeiro contato: A primeira coisa que temos que fazer é uma boa anamnese, devemos perguntar como é a incontinência: 1 Ela tem a sensação que vai perder urina ou a paciente realmente perde urina? A perda da urina está associada a esforço ou não? Paciente faz uso de alguma medicação? Paciente tem alguma patologia? Quem são os pacientes com fatores de risco: Obesos, pacientes com volume abdominal em avental Grandes multíparas Pacientes que usam antidepressivos Paciente que malham, que fazem crossfit Obs: Nem sempre a resolução com cirurgia de períneo é o tratamento adequado. Definição de incontinência urinária: Perda involuntária de urina Prevalência 10 a 50% das mulheres (não é tão prevalente como o sangramento uterino anormal) Não ameaça a vida da paciente, porém tem grande impacto na qualidade de vida. Sendo assim, se torna uma urgência pessoal da paciente e não médica. Principais causas: 1. Incontinência Urinária Esforço 2. Hiperatividade do detrusor 3. Incontinência urinária mista, que se associa a hiperatividade do detrusor com a incontinência urinária de esforço. 4. Incontinência de urgência, paciente refere que tem vontade de ir ao banheiro e se não for rápido perde a urina. Sendo assim, a paciente tem a sensação de urgência de ir ao banheiro. Propedêutica: Anamnese HDA: Na HDA é importante perguntar como é a perda urinária, se perde de noite ou de dia, se está associada aos esforços. Anamnese HPP: • Doenças associadas (Parkinson, AVC, trauma raquimedular, HAS, Diabete Mellitus, DPOC) • Histórico ginecológico e obstétrico • Hábito Intestinal • Função Sexual (dispareunia, alguma alteração) • Passado cirúrgico • Uso de medicações (diuréticos, antidepressivos, bloqueadores alfa- adrenérgicos e anticoagulantes) • Caracterizar queixa do paciente • Incontinência aos esforços: Perda associada a tosse, ao esforço físico. Questionar a paciente sobre cirurgias prévias, pois esta pode te contar de alguma períneoplastia que não surtiu efeitos. E isso realmente acontece, já que a cirurgia tem finalidade de corrigir uma distopia e a incontinência poderia ser por algum motivo fisiológico que não seria corrigido anatomicamente Os antidepressivos estão ligados, pois a fisiologia da incontinência urinária está ligada com o SNC e receptores colinérgicos, anticolinérgicos, serotonina, gabapentina. Obs: Pacientes DPOC podem ter incontinência urinária devido esforço, que gera a pressão abdominal, causando a incontinência. 2 3 Pacientes que tem histórico de constipação, podem no futuro apresentar incontinência, esse dado é importante como uma medicina preventiva, neste caso devemos solicitar fisioterapia pélvica para essa paciente como medica profilática. . A sociedade Internacional de Continência separa os sintomas referentes ao enchimento, esvaziamento e a sensação vesical: 1. Urgência: Desejo imperioso de micção 2. Incontinência por urgência: Perda após urgência 3. Nictúria: Levantar à noite mais de uma vez para urinar 4. Frequência diurna: Mais de sete micções durante o dia 5. Perda de urina durante a relação sexual Incontinência urinária mista: Perda involuntária associada à urgência e esforços. Sintomas: Esforço para iniciar micção Hesitação Sensação de esvaziamento incompleto (mesma após ir ao banheiro tem a sensação que a bexiga ainda não está completamente vazia) Jato fraco Gotejamento terminal (paciente urina e depois apresenta gotejamento final) Exame físico: Perda ao esforço (manobra Valsalva) Avaliar Prolapsos Exame neurológico: avaliar inervação periférica - Reflexo Bulbo cavernoso (estimulação do clitóris; reflexo cutâneo anal e sensibilidade da região perineal. Uso de cotonete para avaliar toda a inervação, mas não é muito comum fazer. Obs: ➢ Cuidado a realizar a manobra de valsava, pois fazer o exame ginecológico o médico faz sentado e o paciente em posição ginecológica/litotômica, com isso pode acabar vazando urina no médico. Então, a primeira coisa ao fazer manobra de valsava é colocar a mão na frente, pois caso ocorra eliminação urinária não irá atingir o médico. ➢ A manobra de valsava é feita solicitando com que o paciente tussa ou sopre o dorso da mão. A manobra de valsava não é o padrão ouro para avaliar incontinência urinária, pois a paciente pode estar com a bexiga vazia e a valsava só vai funcionar se a paciente estiver com bexiga cheia. E muitas das vezes as pacientes entram no consultório de bexiga vazia, afim de ficar mais confortável no exame. ➢ Não necessariamente a paciente com a valsava negativa, podemos afirmar que a paciente não apresenta uma incontinência urinária de esforço Ẽipos de prolapso: Prolapso de bexiga, colo de útero, útero e avaliar se esse prolapso que está gerando a incontinência urinária Urodinâmica é o padrão ouro para avaliar incontinência urinária, mas antes de pedir qualquer exame devemos examinar a paciente, já que se for um caso de prolapso pode ser descoberto no exame físico. Quantificação do prolapso ATENÇÃO 4 Prolapso vaginal anterior e posterior Distopia vaginal - parede anterior. Sensação de desconforto pélvico. Alterações miccionais Incontinência urinária Urina residual - infecção urinária Posterior Obstipação crônica Manobras para evacuar ➢ As distopias de parede anterior da vagina dão mais a sensação de incontinência, de urina residual, de sensação de hesitação e de desconforto pélvico. ➢ As distopias de parede posteriores levam a obstipação crônica e manobras para evacuar que desencadeiam a incontinência urinária Diagnóstico de prolapso/distopia: Exame ginecológico: Quando a paciente fica na posição ginecológica geralmente você consegue ver uma estrutura e precisa definir qual é: bexiga, útero, parede anterior do útero. Além disso, observar se o colo do útero está se exteriorizando Inspecionar genitais internos: avaliada através da manobra de valsava Identificar parede anterior de vagina e parede posterior de vagina Observar a exteriorização do colo uterino com ou sem tração A inspeção dinâmica pode permitir a visualização da perda de urina, nos casos de incontinência urinária aos esforços Uso do histerômetro - diferencial com alongamento hipertrófico do colo. Sistema de quantificação do prolapso de orgãos pélvicos (POPQ) Surgiu em 1996 Atualmente é a classificação mais aceita Realização do exame ginecológico durante o esforço na posição ortostática, de forma a obter um mapeamento da anatomia vaginal Abolidos os termos cistocele, enterocele e retocele Uso dos termos de prolapso de parede anterior e posterior Quantificação dos prolapsos – Estadiamento da ICS Vamos quantificar observando útero, colo do útero, parede de vagina, hímen e introito vaginal. Sempre para dentro a quantificação é (-) e para parte externa é (+). Sempre que usarmos o “a” é de parede vaginal anterior e “p” parede vaginal posterior 5 Vamos realizar essa medição comuma régua na vagina da paciente. O segundo exemplo é um prolapso quase que total. Exemplo de questão para prova: Paciente,. .. anos, chega ao ambulatório com queixa de incontinência urinária, é avaliado pelo ginecologista, realizado POPQ e tem-se o resultado: Aa+3 Ap+2 Qual o tipo de prolapso que essa paciente tem? Prolapso de parede anterior e posterior. 6 Métodos diagnósticos: DIÁRIO MICCIONAL Exame de urina (EAS < URINOCULTURA + TSA) Estudo Urodinâmico Fisiologia da Micção PADRÃO OURO Estudo do funcionamento do trato urinário baixo (bexiga e uretra) Fundamental: Fluxometria, cistometria e estudo miccional Atenção: ❖ Primeira hipótese que devemos afastar é se esta paciente tem infecção urinária, principalmente paciente idosa que faz bacteriúria assintomática, então a primeira coisa é pedir um EAS com urinocultura, sendo este para afastar ITU e também porque quando pedimos um estudo urodinâmico que é padrão ouro no diagnóstico do tipo de incontinência urinaria, não pode ter infecção urinária, pois na hora de fazer o exame faz-se uma infusão de soro fisiológico e pode carrear uma infecção urinaria da bexiga para os rins, fazendo uma nefrite. Então, o EAS é pedido devido duas situações: 1. Descartar ITU 2. Realizar o estudo urodinâmico com certeza que paciente não apresenta nenhuma infecção. O estudo urodinâmico é fundamental para avaliar: Fluxometria: vai medir o fluxo de urina na bexiga Cistometria Estudo miccional Fisiologia da Micção: Pessoas sem patologias Urinárias Pressão uretral > pressão vesical Exceto durante a micção Perfeita função do trato urinário: Integridade estrutural bexiga Integridade estrutural uretra Integridade estruturas sustentação da pelve - sob a coordenação reflexos neurológicos autônomos simpáticos e parassimpáticos; circuitos somáticos de controle voluntário e fibras sensoriais aferentes da bexiga e uretra. ❖ O normal são pessoas sem patologias urinárias, e para isso a pressão da uretra tem que ser sempre maior do que a pressão da bexiga, por isso que não há perda de urina. Durante a micção é recebida uma ordem do SNC para que esse gradiente de pressão mude e seja possível esvaziar a bexiga, para que isso aconteça é necessário: Integridade do SNC Perfeito funcionamento do trato urinário Integridade estrutural bexiga Integridade estrutural uretra Integridade de sustentação da pelve E aí, doutora? Por que a incontinência urinária é mais comum em mulheres idosas e/ou mulheres menopausadas? Pois a incontinência urinaria está muito relacionada com a coordenação de reflexos neurológicos e com a estrutura de fáscia/sustentação dessa pelve. Sendo assim paciente que fazem crossfit, menopausadas, multíparas pois perdem a elasticidade/estrutura/sustentação da pele. 7 Um exemplo é a pele do nosso rosto, assim como ela enruga, fica mole quando ficamos mais velhas, nossa sustentação da pelve também. Pacientes que usam antidepressivos podem também ter alguma correlação que interfira no SNC dessas pacientes podem ser fator predisponente a desenvolvimento de infecção urinária Professora falou que gosta muito desse slide Nervo hipogástrico: nervo que faz inervação da bexiga Plexo pélvico e nervo pélvico: faz inervação de bexiga e pelve. No parto normal fazemos o bloqueio de nervo pélvico. E todos os músculos que são “mexidos” (elevador do anus, músculos perineaias) no parto normal podem estar associados a parte de estrutura/sustentação da pelve. Uretra: ♀ 4 a 5 cm (uretra feminina mais curta, o que leva a predisposição de infecções) 1 - Fatores intrínsecos: Músculo liso e estriado da parede, vasos sanguíneos, tônus e elasticidade da uretra relacionado com atividade dos receptores alfa- adrenérgicos do sistema nervoso simpático Atuações de funcionalidade: Defeitos congênitos Lesão neurológica Deficiência estrogênica (menopausadas) Fibrose por trauma (trauma de fórceps, multíparas) ou múltiplas cirurgias (de períneo que não resolveram). Quando a mulher entra na menopausa ela perde essa vascularização, perdendo a tonicidade e é inervada por receptores alfa adrenérgicos do sistema nervoso simpático. 2- Fatores extrínsecos: Músculos de sustentação da pelve e fáscia endopélvica (rede de sustentação): Pressão intra – uretral, precisa sempre ser maior do que a pressão intra-vesical Atuações de funcionalidade Deficiência do mecanismo de sustentação: perda de urina por hipermobilidade (urina vai e vem) da uretra ou hipermobilidade do colo vesical, pode levar a bexiga hiperativa ou incontinência urinária. Foi o exemplo que a professora deu da pele do rosto, conforme há o envelhecimento a pessoa vai perdendo a elasticidade, tonicidade. Então, toda aquela rede de sustentação vai desmoronando/derretendo. 8 Neurofisiologia: Definição: “Micção ICS (International Continence Society) Micção é o fenômeno da eliminação da urina estocada na bexiga através da uretra, com base em variações no gradiente de pressão existente entre estas duas estruturas.” Variação do gradiente de pressão: Realizado pelo antagonismo do Sistema nervoso autônomo com neurotransmissores centrais e periféricos e diferentes receptores: ❖ Colinérgicos muscarínicos (alfa e Beta adrenérgicos) ❖ Neurotransmissores: Acetilcolina, Noradrenalina, Serotonina, Dopamina, GABA, Substância P e peptídeo vaso ativo intestinal. Exemplo: Bexiga hiperativa (aquela que não para de contrair) devemos usar medicações anti – colinérgicas para que ela se estabilize e a paciente pare de perder urina. Nesse caso não é necessário realização de cirurgia, pois é uma hiperatividade dependente de uma estrutura, devido neurotransmissores. Então, o uso de anticolinérgicos resolve o problema dessa paciente. ❖ Por isso que o uso de antidepressivos pode levar a incontinência urinaria, pois vai mexer nos neurotransmissores e neuroreceptores. Válido ressaltar que agora durante a pandemia o uso de antidepressivos aumentou, portando as queixas de incontinência urinária também podem vir a ser mais frequentes nos casos que os antidepressivos são mal utilizados. Desenho 1: Uretra é receptor alfa-adrenergico, lembre-se que a pressão intra-uretral é sempre maior do que a pressão intravesical, então ela precisa estar sempre contraída. Logo, alfa-adrenérgico sempre contração. Beta adrenérgico do sistema nervoso simpático é de bexiga, que deve estar sempre relaxada para encher de urina e sua pressão deve ser sempre menor do que a intrauretral; Então beta adrenérgico é receptor de relaxamento da bexiga. Do outro lado temos os receptores colinérgicos de contração controlados pelo sistema nervoso parassimpático Resumindo: Alfa da uretra de contração, pois a pressão intrauretral deve ser maior do que intravesical. Beta de bexiga, que é de sistema nervoso simpático de relaxamento. C do sistema nervoso parassimpático de contração. Quem irá mandar a ordem é o sistema nervoso central, quem dará as ordens ao neurotransmissores são: Ponte e mesencéfalo, de lá saem os receptores e neurotransmissores. Sistema nervoso simpático: Responsável armazenamento urina (simpático é relaxamento), inibindo o detrusor e aumentando o Tônus da uretra. 9 Este reflexo pode ser inibido voluntariamente mediante o lobo central: ponte e mesencéfalo Receptores: Adrenérgicos - Beta adrenérgico: no detrusor (relaxamento) e o alfa adrenérgico age na uretra (contração), aumenta o tônus para que pressão seja maior. Relaxamento L - adrenérgico - uretra e colo vesical - contração e aumenta tônus. Paralisação do detrusor - Bloqueio do SNA Parassimpático. Estímulo dos receptores B adrenérgicos Obs:Quando a paciente apresenta uma bexiga hipereativa como no caso da hipereatividade do detrusor, musculatura que fica próxima a bexiga e quando apresenta hiper-reatividade ou hipermobilidade do colo vesical,devemos usar alguma medicação que pare o receptor colinérgico que esta contraindo o tempo todo, então tenho usar uma medicação anticolinérgica, ou algo que bloqueie o meu sistema nervoso parassimpático. COLINÉRgICOs DE CONTRAÇÃO ALI DENTRO. SNA Parassimpático: • Fibras colinérgicas - Detrusor • Responsável esvaziamento da bexiga, causando contração do detrusor. Bexiga: Duas funções principais: 1- Armazenamento Urina 2- Micção • Enchimento vesical: SNA Simpático (relaxamento da bexiga, inibe o detrusor e aumenta tônus) Distensão parede vesical incômodo ❖ Esse trajeto dado a cima é o fisiológico e quando não é inibido voluntariamente há algum problema e é necessário investigação. Lei de Laplace: Liberação voluntária SNC: Ponte e mesencefalo Causa Relaxamento musculatura estriada Inatividade SNA simpático Causa Relaxamento musculatura estriada Atividade SNA parassimpático Contração detrusor MICÇÃO 10 ❖ A bexiga tem capacidade de acomodar volumes crescentes de líquido sem alterar a pressão intra vesical (acomodação). A bexiga explode no acidente de carro quando ela está cheia, já que sofreu um gradiente de pressão externa. Fisiologicamente a bexiga não estoura pois ela tem a capacidade de acomodar volumes sem aumentar gradiente de pressão internamente, sendo esta a lei de Laplace. Sabendo disso, é importante não viajar de bexiga cheia. ❖ Hiperatividade do Detrusor: hipercontração da musculatura, que gera aumento da pressão do detrusor internamente, acompanhados de urgência miccional, enquanto a paciente tenta inibir a micção. Reparem que quando a paciente relatar que precisa urinar e tem que ir ao banheiro rápido é diferente da paciente que está perdendo urina e não sinto vontade, não sabe se a bexiga dela está cheia ou não, a paciente só segue perdendo urina. Então, quando tivermos a palavra urgência miccional devemos lembrar de hiper-reatividade do detrusor que aumenta a pressão intra vesical, e aí mesmo a paciente tentando inibir a micção ela consegue, pois manda o controle de não urinar, mas o musculo continua contraindo. Urodinâmica Cistometria (exame padrão ouro): Avalia-se fase armazenamento miccional: Parâmetros avaliados: (mais importantes) 1. Complacência vesical (Quanto que a bexiga enche e não manda ordem de que está cheia e precisa esvaziar. 2. Atividade Detrusor (Musculatura que está contraindo e tem uma hiper-reatividade ou é uma musculatura que está normal) 3. Capacidade vesical (Quanto que a bexiga enche e não dá vontade de urinar) 4. Sensibilidade vesical (A partir de quantos mL que a paciente começa a sentir que tem desejo de urinar) ❖ Lembrem sempre de fazer o EAS com urinocultura antes desse exame para afastar possibilidade de uma infecção e/ou nefrite após a urodinâmica. Como o exame é feito: Feito pelo computador com o uso de uma cadeira urológica, paciente fica primeiro em posição ortostática e depois é sondada e realizada uma infusão de soro intra-uretral até bexiga. Teste de pressão perda de esforço: Infunde 200 ml de líquido. Posição Ortostática Solicita - se à paciente que faça manobra Valsava Registra-se a menor pressão que ocorre a perda urinária para que tenha incontinência urinaria IMPORTANTE: IUE(incontinência urinaria de esfoço) é definida como perda urinária na ausência de contração do detrusor durante o esforço (Valsalva) ➢ Valores perda: < 60cm H2O Deficiência esfíncter intrínseco > 90 cm H2O Hipermobilidade do colo vesical Geralmente aqui não é de causa anatômica, mas sim de causa medicamentosa, já que tem uma hipermobilidade do colo, hiperatividade do detrusor) Entre o 60-90 é chamada zona cinzenta, pois não se sabe se é uma IUE ou por hipereatividade. Podemos chamar também de zona mista, essa paciente deve ser muito bem caracterizada para avaliar conduta: cirúrgica ou medicamentosa. 11 VALORES SUGESTIVO < 60cm de H2O Deficiência esfíncter intrínseco Entre 60-90cm de H2O Zona cinzenta ou mista. Necessita de avaliações. >90cm de H2O Hipermobilidade do colo vesical, sugestivo de causa medicamentosa Estudo Miccional de urodinâmica ❖ Avalia-se o esvaziamento vesical. ❖ Suspeita-se de obstrução infravesical, quando com uma pressão de detrusor de 60 cm H2O, e não ocorre micção. ❖ Quantificamos nesse estudo: Complacência vesical, sensibilidade vesical, pressão de perda, esvaziamento, sendo um dos sintoma a sensação de esvaziamento incompleto, gotejamento, jato urinário fino. Então, o estudo miccional abrange tudo isso, até a forma de esvaziar essa bexiga. Isso é importante saber pois as vezes um jato fraco, um gotejamento podem ser por uma obstrução que pode estar sendo causada por um prolapso de útero, de bexiga, vaginal, de cúpula que podem causar uma obstrução gerando um gotejamento fraco, fazer jato fraco de urina e nesse caso o tratamento é cirúrgico. Ẽratamento da incontinência urinária Incontinência Urinária Esforço: ❖ Denominada por causa Anatômica: Tratamento cirúrgico ❖ Alguns estudos com a aplicação de Técnicas fisioterapia demonstram taxas de cura (50 a 90%). ❖ Tratº Fisioterápico: Reeducação do assoalho pélvico. ❖ Contração voluntária do assoalho pélvico mediante exercícios ou por estímulo elétrico das paredes vaginais. Tratamento cirúrgico: 1 - Cirurgias Via Vaginal - Kelly Kennedy Pouco utilizada atualmente (taxa de cura somente 40%) 2 - Cirurgias Endoscópicas: Colocação de sutura na fáscia vaginal até aponeurose do reto abdominal através da agulha 3 - Cirurgias Retropúbicas: Burch: Fixa-se a fáscia vaginal ao ligamento de Cooper. Sucesso 70 a 80% em 5 anos. Desvantagens: Prolapso parede posterior vagina, instabilidade detrusor, dificuldade miccional e obstrução uretral. 4 - SLINGS: Colocação de fitas sintéticas ou tecidos autólogos suburetrais com o objetivo de sustentar e alongar a uretra. Este é o mais utilizado, usamos fita cirurgia, é transobturatório. Temos uma agulha que vem essa fita com tecido parecido com tela de marlex e é utilizado para levantar o prolapso que está acontecendo naquela região. TVT (Tension - free Vaginal Tape) SLING sintético.Em 2001 (Técnica Delorme e cols) - passagem de agulha através do forame trans obturatório evitando o risco de lesão vesical e uretral. Hoje tem usado muito os pessarios que são como se fossem donuts, e é usado para pacientes idosas, incontinência urinária devido obstrução. 12 Tratamento medicamentoso: ❖ Duloxetina (Inibidor Recaptação Seretonina e norodrenalina); realizará o estimulo contínuo e progressivo do esfíncter no sacro de micção durante o enchimento. É óbvio que é um tratamento alternativo, que não é 100% e para pacientes que não tem alternativa cirúrgica. ❖ Mecanismo de ação: Estímulo contínuo e progressivo do esfíncter no sacro da micção durante o enchimento. Hiperatividade do detrusor: ❖ Patologia funcional e não anatômica. ❖ Contração Involuntária do detrusor excedendo à pressão uretral e causando a incontinência urinária. ❖ 90% dos casos não se encontra causa primária. ❖ Distúrbio psicossomático? Pode estar associado ❖ Desequilíbrio Neurotransmissores? Pode estar associado Tratamento Clínico - Medicamentos - Técnicas comportamentais Drogas: Agem bloqueando os receptores colinérgicos/muscarínicos na bexiga . Essas drogas inibem a contração muscular. Principais drogas: 1 - Anticolinérgicos: Brometo de propantelina 15 a 30 mg a cada 6 horas. 2 - Ação mista (antiespasmódica e anticolinérgica): Cloridrato de oxibutinina 2,5 a 10 mg , 3 vezes ao dia. 3 - Bloqueadores Canais Calcio: Terodilina 12,5 a 25 mg a cada 12 hs. 4 - Inibidores da prostaglandina: Indometacina 25mg a 50 mg, 4 vezes ao dia Técnicas Comportamentais ❖ Retreinamento Vesical ❖ Biofeedback ❖ Eletroestimulação (sucesso 30 a 77%) ❖ Psicoterapia e hipnose Últimas Técnicas ❖ Toxina Botulínica - Hiperreflexia do Detrusor. Esse botox geralmente dura 6 meses e cadainjeção é em torno de 1000 reais ❖ Uretrocistoscopia ❖ 20 a 30 injeções de 10 UI de Tox. Botulínica ❖ Tratamento cirúrgico é último recurso. Neurectomias sociais seletivas, tem o risco de ocorrer incontinência fecal após essa cirurgia. Cistite crônica intersticial: é um diag. diferencial de incontinência urinária ❖ Muito comum em pacientes que fazem radioterapia e braquiterapia, comum no pós de raqui e braquiterapia. ❖ A paciente sente dor ao encher a bexiga e quando ela tem dor, ela não consegue ter complascencia miccional. Geralmente essas pacientes já passaram por vários médicos, pois como ela tem dor acaba 13 sendo tratada como uma infecção urinária, o diagnóstico dessa paciente é dado através da uretrocistoscopia, o exame consiste na entrada de uma camêra intra uretral e visualizar a bexiga para definir a causa do problema. Na urodinâmica, essa paciente tem baixa compascência, ela tem dor e ela tem urgência vesical. ❖ Etiologia desconhecida ❖ Dor ao enchimento vesical ❖ Urgência miccional ❖ Frequência aumentada ❖ Paciente submetida à radioterapia ❖ Uretrocistoscopia: Petéquias e úlceras ❖ Urodinâmica: Baixa complacência, urgência e baixa vesical < 350 ml Quando a causa é uma cistite crônica a paciente vai apresentar petéquias e úlceras na parede da bexiga, nesse caso o diagnóstico diferencial seria câncer e por isso, devemos solicitar a biopsia Biopsia: ❖ Infiltrado Inflamatório com presença de Eosinófilos sem sinais de neoplasia. ❖ Tratamento: Dimetilsulfato ❖ Anti-histamínicos (Hidroxizina) ❖ Patologia crônica ❖ Sucesso: 70% ❖ Em forma de casos clínicos: Paciente com urgência urinária, paciente com queixa de incontinência urinaria aos esforços...O que você faria? Qual conduta teria? ❖ Pode pedir também um POPQ para identificarmos que tipo de prolapso é... ❖ Qual o teste padrão ouro para incontinência urinária?
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