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CURSO 
DEPARTAMENTO PESSOAL 
Módulo 3, 4 e 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Última versão em 27/01/2021 
 
 
Sumário 
 
CURSO COMPLETO DE DEPARTAMENTO PESSOAL 
 
 
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MÓDULO III ..............................................................................................................................................................4 
1. NORMAS GERAIS ..............................................................................................................................................5 
2. REGIME DE TEMPO PARCIAL ........................................................................................................................ 17 
3. TELETRABALHO ............................................................................................................................................. 18 
4. JORNADA DE TRABALHO 12 POR 36............................................................................................................. 19 
5. INTERVALOS .................................................................................................................................................. 21 
6. CONTROLE DE HORÁRIO ............................................................................................................................... 28 
7. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO ............................................................................................................ 35 
8. ACORDO DE COMPENSAÇÃO ........................................................................................................................ 49 
9. BANCO DE HORAS ......................................................................................................................................... 53 
10. HORAS EXTRA .............................................................................................................................................. 58 
11. TRABALHO NOTURNO ................................................................................................................................ 70 
MÓDULO IV ........................................................................................................................................................... 80 
1. SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ........................................................................................................ 81 
2. AUXÍLIO-DOENÇA .......................................................................................................................................... 84 
3. ACIDENTE DO TRABALHO ............................................................................................................................. 91 
4. SALÁRIO-FAMÍLIA ....................................................................................................................................... 106 
5. SALÁRIO-MATERNIDADE ............................................................................................................................ 114 
6. APOSENTADORIA ........................................................................................................................................ 132 
MÓDULO V .......................................................................................................................................................... 139 
1. VALE TRANSPORTE ...................................................................................................................................... 140 
2. SERVIÇO MILITAR ........................................................................................................................................ 151 
3. PAT - PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR ........................................................................ 159 
4. FISCALIZAÇÃO ............................................................................................................................................. 164 
CURSO COMPLETO DE DEPARTAMENTO PESSOAL 
 
 
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5. MATERIAL DE APOIO................................................................................................................................... 176 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO III 
JORNADA DE TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO COMPLETO DE DEPARTAMENTO PESSOAL 
 
 
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1. NORMAS GERAIS 
 
1.1. INTRODUÇÃO 
A jornada de trabalho existe para atender aos interesses do empregador no cumprimento do objetivo social do 
empreendimento, bem como para resguardar os interesses do empregado na preservação da sua saúde. 
 
1.2. CONCEITO 
A jornada de trabalho corresponde ao período em que o empregado está obrigado a cumprir as tarefas que lhe foram 
atribuídas pelo empregador. 
A fixação da jornada deve estar prevista no contrato de trabalho celebrado entre as partes, não podendo, todavia, 
ultrapassar os limites estabelecidos na legislação vigente. 
 
1.2.1. JORNADA SEMANAL 
A jornada semanal corresponde à multiplicação das horas normais que o empregado estiver obrigado a cumprir na 
empresa, pelo número de dias fixados para o exercício de suas atividades durante a semana, sendo que o resultado não 
pode exceder 44 horas, quando se tratar de jornada integral. 
Os empregados que trabalham por hora, dia ou semana perceberão semanalmente remuneração equivalente a 51:20 
horas, correspondentes às 44 horas trabalhadas, mais 7:20 horas do repouso semanal remunerado, considerando-se que 
o empregado trabalhe a semana de segunda-feira a sábado. 
 
1.2.2. TEMPO PARCIAL 
Apesar de a legislação nunca ter impedido que o empregado fosse contratado com jornada inferior a de tempo integral, 
foi instituída a jornada de tempo parcial, que é aquela cuja duração não excede 30 horas semanais. Ao ser fixado o limite 
da jornada semanal, não foi estabelecida a jornada diária. Portanto, desde que não exceda o limite de 8 horas, a jornada 
pode ser fixada em qualquer período. 
Se considerarmos uma empresa com trabalho de segunda-feira a sábado, a jornada diária poderá ser de 5:00 horas. 
Neste caso, a remuneração será paga na base de 35 horas, correspondentes às 30 horas trabalhadas, mais 5 horas do 
repouso semanal remunerado. 
O empregado contratado para trabalhar em tempo parcial não pode receber, proporcionalmente, remuneração menor 
que o empregado contratado para trabalhar em tempo integral na mesma função. 
Assim, se um empregado contratado para trabalhar 44 horas semanais ganha R$ 8,00 por hora, na função de assistente de 
tesouraria, outro empregado contratado na mesma função para trabalhar 30 horas por semana também terá de ganhar 
R$ 8,00 por hora. 
 
1.2.3. APLICAÇÃO PRÁTICA 
No quadro a seguir, estamos demonstrando 3 hipóteses de organização da jornada de trabalho integral, considerando a 
jornada semanal de 44 horas. Na primeira, a jornada é distribuída com a mesma carga horária pelos 6 dias da semana. 
Na segunda, é feita a opção da jornada máxima de 8 horas em 5 dias da semana, restando 4 horas para o 6º dia. Já na 
terceira hipótese, é aplicado o esquema de compensação, onde a jornada diária ultrapassa as 8 horas, sendo suprimido 
um dia de trabalho na semana. 
 
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(*) Não havendo acordo de compensação, as 4 horas podem ser trabalhadas em outro dia da semana, como, por exemplo, 
às segundas-feiras. Nesse caso, o empregado trabalhará, de terça-feira a sábado, 8 horas por dia. 
 
1.2.3.1. Tempo Parcial 
No quadro a seguir, estamos demonstrando 2 hipóteses de organização da jornada de trabalho parcial, considerando a 
jornada semanal de 30 horas. Na primeira, a jornada é distribuída com a mesma carga horária pelos 6 dias da semana. Na 
segunda hipótese, é aplicado oesquema de compensação, em que a jornada diária é distribuída de forma igual durante a 
semana, sendo suprimido um dia da semana. 
 
DIAS DA SEMANA 
SEM ACORDO DE COMPENSAÇÃO COM ACORDO 
HORAS MINUTOS HORAS MINUTOS 
Segunda 5 – 6 – 
Terça 5 – 6 – 
Quarta 5 – 6 – 
Quinta 5 – 6 – 
Sexta 5 – 6 – 
Sábado 5 – – – 
Total em minutos 30 h x 60 min =1.800 min 5 x 6 h = 30 h 
Total em horas 1.800 min ÷ 60 min = 30h 
 
1.3. JORNADA DIÁRIA 
Com base no limite semanal de 44 horas para jornada integral, as empresas fixarão a jornada diária normal de seus 
empregados, observando o limite de 8 horas por dia, salvo se houver acordo de compensação de horário. 
A compensação de horário de trabalho consiste no aumento da jornada diária, observado o limite máximo de 10 horas, 
visando a diminuir ou suprimir o trabalho em outro dia da semana. 
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Como a legislação estabelece somente a jornada máxima de trabalho, a empresa de comum acordo com o empregado 
pode fixar a jornada semanal inferior a 44 horas e a diária inferior a 8 horas. 
Assim, por exemplo, a empresa pode contratar o empregado para trabalhar de segunda a sexta-feira, com jornada 
semanal de 30 horas e diária de 6 horas. 
No registro de empregado, deve constar a hora de início e do término da jornada diária, o tempo do intervalo para 
descanso e o total da jornada semanal. 
Logo, no registro deve constar, por exemplo, que o empregado trabalhará das 8:30 h às 14:45 h, com intervalo para 
descanso de 11:00 h às 11:15 h, sendo o descanso semanal no domingo. 
 
1.3.1. EXCEÇÕES 
A limitação da jornada de trabalho não se aplica: 
a) aos empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal 
condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; 
b) aos gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para este efeito, os 
diretores e chefes de departamento ou filial, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de 
função, se houver, for igual ou superior ao salário efetivo acrescido de 40%; 
As atividades mais comuns no serviço externo são a de vendedor e a de motorista. Desta forma, a empresa não pode 
anotar que os empregados exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário, e depois criar mecanismos 
de controle de horário, como determinar que os empregados se apresentem à empresa em determinado horário, ou 
mesmo exigir relatórios com discriminação de horários. 
No caso dos gerentes, chefes de departamento e diretores, deve ser comprovado que o salário do cargo de confiança, 
compreendendo gratificação de função, se houver, seja superior ou igual ao salário efetivo acrescido de 40%. Assim, um 
funcionário do departamento de compras, com salário de R$ 2.000,00, está subordinado ao chefe do departamento, que, 
para ficar dispensado do controle de horário, terá que perceber, no mínimo, a remuneração de R$ 2.800,00, ou seja, 
salário mais a gratificação de função no valor de R$ 800,00 (R$ 2.000,00 x 40%). 
c) o empregado contratado em regime de teletrabalho para prestação de serviços preponderantemente fora das 
dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação. 
 
1.3.2. REDUÇÃO DO LIMITE 
Algumas categorias profissionais têm o limite da jornada reduzido por força de convenção coletiva de trabalho, que é o 
acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais 
estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho, 
como é o caso dos empregados de empresas de processamento de dados. 
Como as convenções não podem contrariar a legislação, elas não poderão fixar jornada semanal acima das 44 horas. 
Se isto acontecer, a cláusula fica sem valor e o empregado desobrigado de cumpri-la. 
Por outro lado, a convenção pode estabelecer jornada inferior a 44 horas semanais, já que a lei não fixa jornada mínima. 
 
1.3.2.1. Empresas de Processamento de Dados 
A legislação vigente não faz expressa menção sobre a jornada de trabalho dos digitadores, operadores, preparadores de 
dados e controladores de qualidade. Entretanto, a jornada de trabalho desses profissionais vem sendo fixada, através de 
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convenção coletiva, em 30 horas semanais, de segunda a sexta-feira, podendo haver um acréscimo na semana de 10 horas 
em outra função que não exija esforços repetitivos. 
Os demais empregados dessas empresas, não ligados à área de produção, têm jornada de trabalho de 40 horas semanais, 
de segunda a sexta-feira. 
Não havendo jornada especial estabelecida em instrumento coletivo ou contrato de trabalho, o empregado estará sujeito 
à jornada normal de 8 horas diárias ou 44 semanais. Todavia, deve ser observado que o tempo efetivo de trabalho de 
entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o 
trabalhador poderá exercer outras atividades, desde que não se configure alteração contratual prejudicial ou não exijam 
movimentos repetitivos, nem esforço visual. 
Como exemplo de trabalho de entrada de dados, temos os digitadores, que não devem desenvolver esta atividade por 
mais de 5 horas. As 3 horas restantes do dia, eles podem desenvolver uma outra atividade que não implique movimentos 
repetitivos, como um atendente de crédito. 
 
1.3.3. TRABALHO NOTURNO 
No trabalho urbano, o período noturno é aquele considerado de 22 horas de um dia às 5 horas do dia seguinte. A hora 
noturna para fins de trabalho é computada à razão de 52 minutos e 30 segundos, diferentemente da hora universal, que é 
computada à razão de 60 minutos. Assim, enquanto no trabalho diurno 8 horas trabalhadas correspondem a 8 horas 
corridas no relógio, no trabalho noturno 8 horas trabalhadas vão corresponder a 7 horas corridas no relógio. Por isso, das 
22 horas às 5 horas, o empregado trabalha 8 horas, mas no relógio decorreram somente 7 horas. 
O trabalho noturno terá remuneração superior ao diurno, e, para isso, a remuneração terá um acréscimo de, pelo menos, 
20% sobre o valor da hora diurna. 
 
1.3.3.1. Trabalhadores Rurais 
Nas atividades rurais, o trabalho no horário noturno é fixado em 8 horas efetivas e corresponde ao período compreendido 
entre as 21 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte, para os trabalhadores que exercem atividades na lavoura, e 
entre as 20 horas de um dia e as 4 horas do dia seguinte, para os que exercem atividades na pecuária. 
Nas atividades rurais o acréscimo relativo ao trabalho noturno será de 25% sobre o valor da hora diurna. 
 
1.3.3.2. Menores 
Aos menores de 18 anos de idade não é permitido o trabalho em horário noturno. 
 
1.3.3.3. Mulheres 
Com o advento da Constituição Federal de 1988, as mulheres passaram a ter os mesmos direitos dos homens, pois a 
Constituição determina que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. 
Assim, aplicam-se às mulheres as mesmas determinações ao trabalho noturno do homem, ou seja, qualquer que seja a 
atividade da empresa, e independentemente do trabalho desenvolvido pela mulher, ela poderá trabalhar no período 
noturno. 
 
1.3.3.4. Engenheiros, Arquitetos, Químicos, Agrônomos e Veterinários 
Para esses profissionais o trabalho noturno deve ser remunerado com o acréscimo de 25%. 
 
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1.3.3.5. Advogados 
Para os advogados considera-se trabalho noturno aquele realizado entre as 20 horas de um dia e as 5 horas do dia 
seguinte. As horas trabalhadas no período noturno sãoacrescidas do adicional de 25%. 
 
1.4. TURNOS ININTERRUPTOS 
Em princípio, o que caracteriza o regime de turno contínuo de revezamento é a alteração do horário de trabalho a cada 
semana. Essa variação periódica, por impedir a adaptação do organismo a horários fixos, tanto de trabalho quanto de 
repouso, afeta profundamente a saúde do trabalhador, impossibilitando a formação do denominado “relógio biológico” e, 
consequentemente, tornando o trabalho excepcionalmente penoso e desgastante, a ponto de justificar a jornada especial 
de 6 horas diárias. 
Para a fiscalização do Ministério do Trabalho, considera-se trabalho em turno ininterrupto de revezamento, aquele 
prestado por trabalhadores que se revezam nos postos de trabalho nos horários diurno e noturno em empresa que 
funcione ininterruptamente ou não. 
Assim, quando o trabalho é realizado em turnos ininterruptos de revezamento, a jornada do empregado será de 6 horas. 
A jornada em questão está condicionada à ocorrência concomitante de vários requisitos, quais sejam: 
a) a existência de turnos. Isto significa que a empresa mantém uma ordem ou alteração dos horários de trabalho prestado 
em revezamento; 
b) que os turnos sejam em revezamento. Isso quer dizer que o empregado, ou turma de empregados, trabalha 
alternadamente para que se possibilite, em face da ininterrupção do trabalho, o descanso de outro empregado ou turma; 
c) que o revezamento seja ininterrupto, isto é, não sofra solução de continuidade (interrupção) no período de 24 horas, 
independentemente de haver, ou não, trabalho aos domingos. 
A Portaria 412 /2007 determinou que somente mediante convenção ou acordo coletivo de trabalhos é lícita a alteração da 
jornada e do horário de trabalho dos empregados que trabalhem em regime de turnos ininterruptos de revezamento. A 
referida Portaria também estabeleceu que a não observância da citada norma sujeita o infrator à multa administrativa que 
corresponde a R$ 402,53. 
 
1.4.1. PRORROGAÇÃO DA JORNADA 
É permitida, mediante negociação coletiva, a prorrogação da jornada de 6 horas. Nesse caso, admite-se o máximo de duas 
horas extras por dia. 
Contudo, o TST – Tribunal Superior do Trabalho, por meio da Súmula 423, se posicionou no sentido de que, estabelecida 
jornada superior a 6 horas e limitada a 8 horas por meio de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a 
turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras. 
 
1.4.2. INTERVALOS 
O cumprimento do dispositivo constitucional que assegura jornada especial para os que trabalham em turnos 
ininterruptos gerou algumas controvérsias, como o entendimento de que, se a jornada for interrompida com intervalos 
intrajornada e semanal, a empresa não está obrigada a cumprir a referida jornada. 
Todavia, o TST, por meio da Súmula 360, consagrou o entendimento de que a interrupção do trabalho destinada a 
repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de 
revezamento com jornada de 6 horas. 
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1.4.3. FISCALIZAÇÃO 
Para fins de fiscalização da jornada normal de trabalho em turnos ininterruptos de revezamento, o AFT – Auditor Fiscal do 
Trabalho deverá verificar o limite de 6 horas diárias, 36 horas semanais e 180 horas mensais. 
Na hipótese de existir convenção ou acordo coletivos estabelecendo jornada superior à mencionada anteriormente, cabe 
ao AFT encaminhar cópia do documento à chefia imediata com proposta de análise de sua legalidade pelo Seret – Serviço 
de Relações do Trabalho da unidade. 
Na hipótese de trabalho extraordinário, o AFT deverá observar também se estas horas foram remuneradas acrescidas do 
respectivo adicional. 
 
1.4.3.1. Mudança Para Turno Fixo 
Caso o AFT encontre trabalhadores, antes submetidos ao sistema de turno ininterrupto de revezamento, laborando em 
turnos fixados pela empresa, deverá observar com atenção e rigor as condições de segurança e saúde do trabalhador, 
especialmente daqueles cujo turno fixado for o noturno. Neste caso, deverá o AFT verificar se o aumento de carga horária 
foi acompanhado do respectivo acréscimo salarial proporcional e respectivo adicional noturno, quando devido. 
 
1.5. JORNADAS ESPECIAIS 
Existem determinadas categorias profissionais que têm sua jornada de trabalho fixada expressamente em legislação 
suplementar, não estando, portanto, incluídas entre aquelas que constituem a maioria, cuja limitação é de 8 horas diárias 
e 44 semanais. 
 
1.5.1. ADVOGADOS 
A jornada de trabalho do advogado é fixada em 4 horas diárias contínuas e 20 horas semanais. 
A jornada poderá ser superior, até o máximo de 8 horas diárias e 40 horas semanais, desde que estipulada em acordo ou 
convenção coletiva de trabalho ou em caso de dedicação exclusiva. 
Considera-se dedicação exclusiva a jornada de trabalho do advogado empregado que não ultrapasse 40 horas semanais 
prestadas à empresa empregadora. 
 
1.5.2. ARTISTAS E TÉCNICOS EM ESPETÁCULOS 
A jornada normal de trabalho dos artistas e dos técnicos em espetáculos de diversões terá, nos setores e atividades 
respectivos, as seguintes durações: 
a) radiodifusão, fotografia e gravação: 6 horas diárias, com limitação de 30 horas semanais; 
b) cinema, inclusive publicitário, quando em estúdio: 6 horas diárias; 
c) teatro: a partir da estreia do espetáculo, terá a duração das sessões, com 8 sessões semanais; 
d) circo e variedades: 6 horas diárias, com limitações de 36 horas semanais; 
e) dublagem: 6 horas diárias , com limitação de 40 horas semanais. 
As horas trabalhadas por estes profissionais, além das limitações diárias ou das sessões semanais, serão consideradas 
como extraordinárias, sendo aplicada a regra pertinente da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, que trata do 
acréscimo de horas suplementares além da duração normal do trabalho, inclusive no caso de necessidade imperiosa. 
 
 
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1.5.3. ASCENSORISTAS 
A duração diária do trabalho dos ascensoristas é de 6 horas, sendo proibido a empregadores e empregados qualquer 
acordo visando ao aumento desse limite. 
 
1.5.4. BANCÁRIOS 
O trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal deve ter a duração de 6 horas 
contínuas por dia, com exceção do sábado, perfazendo um total de 30 horas de trabalho por semana. 
Excepcionalmente, a duração normal de trabalho dos bancários pode ser prorrogada até o limite de 8 horas diárias, não 
podendo exceder 40 horas semanais. 
 
1.5.5. PORTEIROS, TELEFONISTAS, CONTÍNUOS E SERVENTES 
O regime especial de 6 horas de trabalho também se aplica aos empregados de portaria e de limpeza, tais como porteiros, 
telefonistas de mesa, contínuos e serventes, empregados em bancos e casas bancárias. 
 
1.5.5.1. Exclusão 
O regime especial de 6 horas não se aplica aos que exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e 
equivalentes ou que desempenham outros cargos de confiança, desde que o valor da gratificação não seja inferior a 1/3 
do salário do cargo efetivo. 
 
1.5.5. VIGILANTE 
A jornada de 6 horas não se aplica ao vigia de estabelecimento bancário e ao vigilante contratado diretamente pelo banco 
ou por intermédio de empresas especializadas. 
 
1.5.6. ENGENHEIROS, QUÍMICOS, ARQUITETOS, AGRÔNOMOS E VETERINÁRIOS 
A jornada diária de trabalho dos diplomados em cursos regulares superiores de Escolas de Engenharia, Química, 
Arquitetura, Agronomia e Veterinária é fixada de acordo com o contrato de trabalho. 
As atividades ou tarefas desempenhadas pelos referidos profissionais são classificadas em: 
a) atividades ou tarefas com exigência de 6 horas diárias de serviço; ou 
b) atividades ou tarefas com mais de 6 horas diárias de serviço. 
Para a execução de atividades ou tarefas classificadas na letra “b”, as horas excedentes das6 diárias de serviço devem ser 
acrescidas em 25%. 
Ressaltamos que a jurisprudência trabalhista é unânime no sentido de que a Lei 4.950-A/66, que dispõe sobre a 
remuneração dos profissionais em questão, não estabelece jornada especial. Prevê, tão somente a remuneração mínima 
da categoria que é fixada de acordo com a jornada contratual, que poderá ser de 6 horas ou mais. 
Assim, não há impedimento legal para se firmar uma jornada contratual de 8 horas, desde que as 7ª e 8ª horas sejam 
remuneradas com o acréscimo de 25%, não sendo estas consideradas como extraordinárias. 
Cabe ressaltar que o TST, através da Súmula 370, firmou entendimento que tendo em vista que a Lei 4.950-A/66 não 
estipula a jornada reduzida, mas apenas estabelece o salário-mínimo da categoria para uma jornada de 6 horas para os 
engenheiros, não há que se falar em horas extras, salvo as excedentes à oitava, desde que seja respeitado o salário-
mínimo/horário das categorias. 
 
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1.5.7. FISIOTERAPEUTA E TERAPEUTA OCUPACIONAL 
Os profissionais Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais estão sujeitos à prestação máxima de 30 horas semanais de 
trabalho. 
 
1.5.8. JORNALISTAS PROFISSIONAIS 
A duração normal de trabalho dos jornalistas profissionais não deverá exceder de 5 horas, seja a atividade desenvolvida 
no período diurno ou no noturno. 
Entende-se como jornalista o trabalhador intelectual cuja função se estende desde a busca de informações até a redação 
de notícias e artigos e a organização, a orientação e a direção desses trabalhos. 
 
1.5.8.1. Serviços Extraordinários 
Mediante acordo escrito, em que se estipule aumento de salário correspondente ao excesso de trabalho, a duração 
normal do trabalho pode ser elevada até 7 horas, devendo ser fixado um intervalo destinado a repouso ou refeição. 
As horas de serviço extraordinário devem ser remuneradas com quantia não inferior à que resulta do quociente da divisão 
da importância do salário mensal por 150, para os mensalistas, e do salário diário por 5 para os diaristas, acrescidos de, 
pelo menos, 50%. 
 
1.5.8.2. Exclusões 
A jornada de 5 horas e as disposições relativas a serviços extraordinários não se aplicam aos que exercem as funções de 
redator-chefe, secretário, subsecretário, chefe e subchefe de revisão, chefe de oficina, de ilustração e chefe de portaria, 
assim como aos que se ocuparem unicamente em serviços externos. 
 
1.5.9. MÉDICOS E CIRURGIÕES-DENTISTAS 
A Lei 3.999/61, que dispõe sobre a remuneração dos profissionais de medicina, estabelece que os médicos e cirugiões-
dentistas têm a sua remuneração mínima fixada de acordo com sua jornada de trabalho que, salvo acordo escrito, é fixada 
em: 
a) 2 horas diárias, no mínimo, e 4 horas, no máximo, quando se tratar de médicos e cirurgiões-dentistas; 
b) 4 horas diárias, quando se tratar de auxiliares (auxiliar de laboratorista e radiologista e internos). 
Para os médicos e auxiliares que estiverem obrigados à prestação de serviços a mais de um empregador, as horas de 
trabalho, em cada emprego, serão totalizadas, não podendo exceder o limite de 6 horas diárias de trabalho. 
A jurisprudência emanada dos Tribunais do Trabalho tem sido unânime no sentido de que a Lei 3.999/61prevê tão 
somente a remuneração mínima da categoria, não estabelecendo a jornada máxima de trabalho. 
 
1.5.9.1. Serviços Extraordinários 
A jornada diária normal dos médicos e cirurgiões-dentistas, mediante acordo escrito ou por motivo de força maior, pode 
ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de duas, não podendo a remuneração da hora 
suplementar ser inferior a 50% da hora normal. 
 
1.5.10. MOTORISTAS 
A jornada diária de trabalho dos motoristas profissionais empregados, de transporte rodoviário coletivo de passageiros e 
de transporte rodoviário de cargas, será de 8 horas. 
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Será considerado como trabalho efetivo o tempo em que o motorista empregado estiver à disposição do empregador, 
excluídos os intervalos para refeição, repouso e descanso e o tempo de espera. 
Entretanto, não será considerado como jornada de trabalho, nem ensejará o pagamento de qualquer remuneração, o 
período em que o motorista empregado ou o ajudante ficarem espontaneamente no veículo usufruindo dos intervalos de 
repouso. 
Em situações excepcionais de inobservância justificada do limite de jornada de 8 horas diárias, devidamente registradas, e 
desde que não se comprometa a segurança rodoviária, a duração da jornada de trabalho do motorista profissional 
empregado poderá ser elevada pelo tempo necessário até o veículo chegar a um local seguro ou ao seu destino. 
Convenção e acordo coletivo poderão prever jornada especial de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso para o 
trabalho do motorista profissional empregado em regime de compensação. 
Cabe ressaltar que, salvo previsão contratual, a jornada de trabalho do motorista empregado não tem horário fixo de 
início, de final ou de intervalos. 
 
1.5.10.1. Serviços Extraordinários 
A jornada de trabalho dos motoristas profissionais poderá ser elevada, admitindo-se a sua prorrogação por até 2 horas 
extraordinárias ou, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo, por até 4 horas extraordinárias. 
As horas extraordinárias serão pagas com o acréscimo de, no mínimo, 50% à do normal ou compensadas, mediante 
acordo ou convenção coletiva de trabalho. 
 
1.5.11. MÚSICOS 
A jornada normal de trabalho dos músicos não poderá exceder de 5 horas. 
 
1.5.11.1. Serviços Extraordinários 
A duração normal da jornada de trabalho dos músicos poderá ser elevada: 
a) a 6 horas, nos estabelecimentos de diversões públicas, tais como: cabarés, boates, dancings, taxi dancings, salões de 
danças e congêneres, onde atuem 2 ou mais conjuntos; 
b) excepcionalmente, a 7 horas, nos casos de força maior, ou festejos populares e serviço reclamado pelo interesse 
nacional. 
Na hipótese da letra “b”, a hora prorrogada deve ser remunerada em dobro. 
Em qualquer caso de prorrogação do período normal de trabalho do músico, deve ser concedido um intervalo de 30 
minutos, que será computado como de serviço efetivo. 
 
1.5.11.2. Músicos de Empresas de Navegação 
O músico de empresas nacionais de navegação tem horário especial de trabalho, devendo participar, obrigatoriamente, de 
orquestra ou como solista nos seguintes períodos: 
– nas horas do almoço ou jantar; 
– das 21 às 22 horas; 
– nas entradas e saídas dos portos, desde que esse trabalho seja executado depois das 7 horas e antes das 22 horas. 
Os músicos, nessa condição, estão dispensados de suas atividades durante a permanência das embarcações nos portos, 
desde que não haja passageiros a bordo. 
 
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1.5.12. OPERADORES CINEMATOGRÁFICOS 
A duração normal do trabalho dos operadores cinematográficos e seus ajudantes não pode exceder de 6 horas, assim 
distribuídas: 
a) 5 horas consecutivas de trabalho em cabine, durante o funcionamento do estabelecimento; 
b) 1 hora suplementar para execução de serviços de limpeza, lubrificação dos aparelhos de projeção ou para revisão de 
filmes. 
 
1.5.12.1. Serviços Extraordinários 
A jornada de trabalho dos operadores cinematográficos e seus ajudantes, para exibições extraordinárias, pode ser 
prorrogada em duas horas diárias, mediante acréscimo de 50% sobre a hora normal. 
Havendo prorrogação do horário de trabalho, é obrigatória a concessão de um intervalo de duas horas para folga, antes 
do início da prorrogação. 
 
1.5.13. PROFESSORES 
O professor poderá lecionar em um mesmo estabelecimento por mais de um turno, desde que não ultrapasse a jornada 
de trabalho semanal estabelecida legalmente, assegurado e não computado o intervalo para refeição. 
 
1.5.13.1. Aumento da Carga Horária 
Quando o estabelecimentode ensino tiver necessidade de aumentar o número de aulas estabelecido, deve remunerar o 
professor, ao final de cada mês, com uma importância correspondente ao número de aulas excedentes. 
 
1.5.13.2. Período de Exames e Férias 
Nos períodos de exames e de férias escolares, deve ser paga, mensalmente, aos professores remuneração correspondente 
à quantia a eles assegurada, na conformidade dos horários, durante o período de aulas, não podendo ser exigido dos 
professores, no período de férias, outro serviço senão o relacionado com a realização dos exames. 
 
1.5.14. RADIALISTAS 
A jornada normal de trabalho dos radialistas é de: 
a) 5 horas, para os setores de autoria e de locução; 
b) 6 horas, para os setores de produção, interpretação, dublagem, tratamento e registros sonoros, tratamento e registros 
visuais, montagens e arquivamento, transmissão de sons e imagens, revelação e copiagem de filmes, artes plásticas, 
animação de desenhos e objetos e manutenção técnica; 
c) 7 horas, para os setores de cenografia e caracterização, deduzindo-se desse tempo 20 minutos para descanso, sempre 
que se verificar um esforço contínuo de mais de 3 horas; 
d) 8 horas, para os demais setores. 
 
1.5.14.1. Serviços Extraordinários 
As horas trabalhadas pelo radialista além das limitações diárias mencionadas no subitem anterior são consideradas como 
extraordinárias, sendo aplicada a regra pertinente da CLT, que trata do acréscimo de horas suplementares além da 
duração normal do trabalho, inclusive no caso de necessidade imperiosa. 
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1.5.15. SERVIÇOS DE TELEFONIA E RADIOTELEGRAFIA 
Os empregados que operem serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, radiotelegrafia ou radiotelefonia têm 
sua jornada máxima fixada em 6 horas contínuas de trabalho por dia ou 36 horas semanais. 
 
1.5.15.1. Telefonista de Mesa 
A jornada de 6 horas de trabalho é aplicável à telefonista de mesa de empresa que não explora o serviço de telefonia. 
 
1.5.15.2. Serviços Extraordinários 
Quando, em caso de indeclinável necessidade, forem os operadores obrigados a permanecer em serviço além do período 
normal de 6 horas, a empresa será obrigada a pagar o tempo excedente com acréscimo de 50% sobre o salário-hora 
normal. 
 
1.5.16. TÉCNICO EM RADIOLOGIA 
A jornada de trabalho dos Técnicos em Radiologia é de 24 horas semanais. 
Conceituam-se como Técnicos em Radiologia os profissionais operadores de Raios X, que executam as técnicas: 
a) radiológica, no setor de diagnóstico; 
b) radioterápica, no setor de terapia; 
c) radioisotópica, no setor de radioisótopos; 
d) industrial, no setor industrial; 
e) de medicina nuclear. 
 
1.5.17. TRABALHADORES EM MINAS DE SUBSOLO 
A duração normal do trabalho dos empregados em minas no subsolo não deve exceder de 6 horas diárias ou de 36 horas 
semanais. 
Por determinação da autoridade competente em segurança e medicina do trabalho, a duração normal do trabalho efetivo 
no subsolo poderá ser inferior a 6 horas diárias, tendo em vista as condições locais de insalubridade e os métodos e 
processos do trabalho adotado. 
 
1.5.17.1. Serviços Extraordinários 
A duração normal do trabalho no subsolo pode ser elevada até 8 horas diárias ou 48 horas semanais, mediante acordo 
escrito entre empregado e empregador ou contrato coletivo de trabalho. Essa prorrogação fica sujeita à prévia 
autorização da autoridade competente em segurança e medicina do trabalho. 
A remuneração da hora prorrogada será, no mínimo, 50% superior à da hora normal e deve constar do acordo ou 
convenção coletiva de trabalho. 
 
1.5.17.2. Local do Trabalho 
O tempo despendido pelo empregado da boca da mina ao local do trabalho e vice-versa deve ser computado para efeito 
de pagamento do salário. 
 
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1.6. REDUÇÃO DA JORNADA NORMAL 
De acordo com a Lei 4.923/65, a empresa que, em face de conjuntura econômica, devidamente comprovada, encontrar-se 
em condições que recomendem, transitoriamente, a redução da jornada normal ou do número de dias de trabalho, pode 
fazê-lo, mediante prévio acordo com a entidade sindical representativa dos seus empregados, homologado pela 
Superintendência Regional do Trabalho, por prazo certo, não excedente a 3 meses, prazo esse prorrogável, nas mesmas 
condições, se ainda indispensável. 
A Lei 4.923/65 disciplina que a redução da jornada normal ou do número de dias de trabalho deve ser efetivada, de modo 
que a redução do salário mensal resultante não seja superior a 25% do salário contratual, respeitado o salário-mínimo 
vigente e reduzidas, proporcionalmente, a remuneração e as gratificações de gerentes e diretores. 
 
• PSE – Programa de Seguro ao Emprego 
Como objetivo de possibilitar a preservação dos empregos em momentos de retração da atividade econômica, o Governo 
Federal instituiu, em julho/2015, o PSE, que possibilita ao empregador, em situação de dificuldade econômico-financeira, 
reduzir, temporariamente, em até 30%, a jornada de trabalho de seus empregados. 
A redução da jornada está condicionada à celebração de acordo coletivo de trabalho específico com o sindicato de 
trabalhadores representativo da categoria da atividade econômica preponderante. Este acordo deve abranger todos os 
empregados da empresa ou, no mínimo, os empregados de um setor ou estabelecimento específico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4923.htm
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2. REGIME DE TEMPO PARCIAL
2.1. Duração da Jornada 
Trabalho em regime de tempo parcial é aquele cuja duração não exceda a 30 horas semanais, sem a possibilidade de 
horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a 26 horas semanais, com a possibilidade de 
acréscimo de até 6 horas suplementares semanais. 
2.2. Horas Extras 
Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a 26 horas 
semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras para fins do pagamento de que 
trata o parágrafo anterior, estando também limitadas a 6 horas suplementares semanais. 
As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas diretamente até a semana 
imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês 
subsequente, caso não sejam compensadas. 
2.3. Férias 
As férias dos empregados contratados em regime de tempo parcial passam a ser as mesmas previstas para os demais 
empregados, ou seja, passam a ser regidas pelo artigo 130 da CLT. 
Ressaltamos que, tendo em vista a revogação do artigo 130-A da CLT que tratava das férias no tempo parcial, não mais se 
aplica a regra constante da tabela de férias demonstrada anteriormente. 
Sendo assim, após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado em regime de tempo 
parcial terá direito a férias, na seguinte proporção: 
Número de Faltas Injustificadas Dias Corridos de Férias 
0 a 5 30 
6 a 14 24 
15 a 23 18 
24 a 32 12 
Mais de 32 0 
2.3.1. Abono Pecuniário 
Ao empregado contratado sob regime de tempo parcial é facultado converter um terço do período de férias a que tiver 
direito em abono pecuniário. Vale lembrar que o § 3º do artigo 143 da CLT vedava a referida conversão aos empregados 
sob o regime de tempo parcial. 
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3. TELETRABALHO
3.1. CONCEITO 
É considerado teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com 
a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como 
trabalho externo. 
3.2. DESCARACTERIZAÇÃO DO TELETRABALHO 
O comparecimentoàs dependências do empregador para a realização de atividades específicas que exijam a presença do 
empregado no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho. 
3.3. PREVISAO EM CONTRATO 
A prestação de serviços na modalidade de teletrabalho deverá constar expressamente do contrato individual de trabalho, 
que especificará as atividades que serão realizadas pelo empregado. 
3.3.1 Alteração 
Poderá ser realizada alteração entre regime presencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo entre as partes ou 
alteração do regime de teletrabalho para o presencial por determinação do empregador, neste último caso sendo 
garantido prazo de transição mínimo de 15 dias. Nas duas hipóteses deverá ocorrer registro em aditivo contratual. 
3.4. RESPONSABILIDAE PELA AQUISIÇÃO E FORNECIMENTO DOS EQUIPAMENTOS 
As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipamentos tecnológicos e 
da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas 
pelo empregado, devem estar previstas em contrato escrito. 
3.4.1. Natureza Salarial 
As referidas utilidades não integram a remuneração do empregado. 
3.5. ACIDENTES DE TRABALHO 
O empregador deve instruir os empregados, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de 
evitar doenças e acidentes de trabalho e os empregados devem assinar termo de responsabilidade comprometendo-se a 
seguir as instruções fornecidas pelo empregador. 
3.6. EXCLUSÃO 
Vale ressaltar que os empregados em regime de teletrabalho não são abrangidos pelo regime previsto no Capítulo II da 
CLT que trata da duração do trabalho (Jornada de Trabalho; Períodos de Descanso; Trabalho Noturno; Quadro de Horário; 
e Penalidades). 
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4. JORNADA DE TRABALHO 12 POR 36 
 
4.1 INTRODUÇÃO 
Antes da Reforma Trabalhista, que passou a vigorar desde 11-11-2017 e foi disciplinada pela Lei 13.467/2017, o sistema de 
12 horas de trabalho por 36 horas de descanso, apesar de ser adotado em várias atividades, não encontrava tratamento 
na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. 
 
4.2. JORNADA 12 X 36 HORAS 
Em exceção a jornada de 8 horas diárias, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou 
acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas 
de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação. 
 
4.3. INTERVALO INTRAJORNADA 
A legislação determina que em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 horas, é obrigatória a concessão de 
um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato 
coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas. 
 
4.3.1. Indenização do Intervalo 
Da mesma forma que os demais empregados, aquele sujeito à escala de 12 x 36 horas também faz jus ao intervalo 
intrajornada. 
Porém, o legislador permitiu que o intervalo para repouso ou alimentação a que tem direito o empregado sujeito à 
jornada de trabalho de 12 horas diárias seja indenizado quando este não for concedido. 
Assim, na hipótese de não concessão do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, o empregado fará jus 
ao pagamento do período suprimido com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. 
 
4.4. DESCANSO SEMANAL REMUNERADO E FERIADO 
Segundo o § 1º do artigo 59-A da CLT, a remuneração mensal pactuada pelo horário de 12 horas seguidas de 36 horas 
ininterruptas de descanso abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em 
feriados e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver. 
Isto significa dizer que na remuneração do empregado sujeito à escala de 12 x 36 já estão sendo pagos os domingos e 
feriados trabalhados, pois estes dias passam a ser considerados dias normais de trabalho. Sendo assim, não há que se falar 
em pagamento em dobro dos feriados trabalhados. 
 
4.4.1. TRABALHO NOTURNO 
Pela nova regra, as prorrogações de trabalho noturno, ou seja, quando o empregado cumpre integralmente a jornada 
noturna (das 22 horas de um dia às 5 horas do dia seguinte) e prorroga esta, também são consideradas compensadas, o 
que torna indevido o acréscimo de 20% sobre a hora diurna para remunerar as horas laboradas após as 5 horas. 
 
4.5. ALTERAÇÃO CONTRATUAL 
De acordo com o DESPACHO S/N MTb, DE 14-5-2018, o disposto na Lei 13.467/2017 é aplicável de forma geral, 
abrangente e imediata a todos os contratos de trabalho regidos pela CLT (Decreto-lei nº 5.542, de 1º de maio de 1943), 
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inclusive, portanto, àqueles iniciados antes da vigência da referida lei e que continuaram em vigor após 11/11/2017, 
quando passou a ser aplicável a Lei 13.467/2017. 
Todavia, o artigo 468 da CLT, que não foi alterado, estabelece que nos contratos individuais de trabalho só é lícita a 
alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou 
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. 
Diante do exposto, vale alertar que o empregador deverá ter cautela quanto à aplicação de algumas normas estabelecidas 
pela Lei 13.467/2017, em relação aos empregados contratados antes de 11-11-2017, data da entrada em vigor da Lei 
13.467/2017. 
Cabe ressaltar, que a Súmula 444 do TST, que previa o pagamento dobrado do feriado trabalhado e a Orientação 
Jurisprudencial 388 da SDI-1 que prevê o pagamento do adicional noturno relativo às horas trabalhadas após as 5 da 
manhã, não foram cancelados. 
 
4.6. NORMAS COLETIVAS E SUA PREVALÊNCIA SOBRE A LEI 
Vale salientar que a convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando dispuserem 
sobre pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. INTERVALOS 
 
5.1. INTRODUÇÃO 
Como o trabalho ininterrupto leva o homem à fadiga física e ao esgotamento mental, o empregado terá, 
obrigatoriamente, de dispor de tempo para repor as energias despendidas durante a jornada de trabalho. 
Para tanto, o empregador deve conceder ao empregado períodos para repouso ou alimentação, bem como para descanso 
entre as jornadas de trabalho, não sendo essas interrupções computadas na duração do trabalho. 
 
5.2. DURAÇÃO DA JORNADA 
Os intervalos estabelecidos na legislação para descanso e alimentação não serão computados na duração da jornada de 
trabalho. Portanto, não são remunerados, não gerando custos diretos para as empresas. 
 
5.3. INTERVALO INTRAJORNADA 
É o lapso temporal no transcorrer da própria jornada, isto é, dentre o início e término da prestação de serviços. 
 
5.3.1. JORNADA SUPERIOR A 6 HORAS 
Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda 6 horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou 
alimentação, o qual deve ser, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não pode 
exceder duas horas. 
A legislação não fixa o momento em que deve ser concedido o intervalo para o descanso. Logo, em uma jornada normal 
de 8 horas de trabalho, o descanso pode ser estabelecido em qualquer momento, desde que seja dentro e não após a 
jornada, como observamos a seguir: 
8:00h às 12:00h (1º período) 
12:00h às 13:00h (intervalo para descanso) 
13:00h às 17:00h (2º período) 
Neste caso, o empregador não necessita conceder dois intervalosna mesma jornada de trabalho, ou seja, o de 1 hora e o 
de 15 minutos, cumulativamente, pois a expressão “trabalho contínuo” contida no artigo 71 da CLT deve ser entendida 
como jornada diária e não como períodos individuais que antecedem ou sucedem o horário de repouso. Esta conclusão 
está baseada no Precedente Administrativo 82 SIT/2009. 
 
5.3.1.1. Intervalo Superior a Duas Horas 
O intervalo somente poderá ser superior a duas horas, se houver previsão no acordo ou convenção coletiva neste sentido. 
Se tais requisitos não forem atendidos, o que exceder duas horas irá configurar tempo à disposição do empregador e será 
remunerado como horas extras. 
 
5.3.1.2. Redução do Intervalo 
O intervalo para repouso ou alimentação poderá ser reduzido, desde que: 
a) a redução esteja prevista em convenção ou acordo coletivo de trabalho; 
b) seja realizada solicitação de redução diretamente ao – Ministério do Trabalho e Emprego, cabendo aos 
Superintendentes Regionais a decisão sobre o pedido; 
c) os estabelecimentos abrangidos pela redução atendam as exigências pertinentes à organização de refeitórios; 
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d) os empregados não estejam sujeitos à realização de horas extras; 
e) o pedido de redução do intervalo seja instruído com a cópia do instrumento coletivo que permita a redução, com a 
individualização dos estabelecimentos, bem como a documentação que ateste o cumprimento, por cada estabelecimento, 
dos requisitos previstos anteriormente. 
O pedido de redução pode ser deferido, independentemente de inspeção prévia, após ser verificada a regularidade das 
condições de trabalho nos estabelecimentos, pela análise da documentação apresentada e pela extração de dados do 
Sistema Federal de Inspeção do Trabalho, da Rais – Relação Anual de Informações Sociais e do Caged – Cadastro Geral de 
Empregados e Desempregados. 
No caso da letra “a”, os instrumentos coletivos que estabeleçam a possibilidade de redução deverão especificar o período 
do intervalo, não sendo admitida a supressão, diluição ou indenização do intervalo intrajornada, respeitado o limite 
mínimo de 30 minutos. 
Cabe ressaltar, que se tiver previsão expressa na convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho, o intervalo 
intrajornada, pode ser reduzido até o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas. 
=> Condutores e Cobradores de Veículos Rodoviários 
Pela nova redação da Orientação Jurisprudencial 342 SDI-1, o TST – Tribunal Superior do Trabalho se pronunciou que é 
válida a previsão em norma coletiva contemplando a redução do intervalo intrajornada estritamente aos condutores e 
cobradores de veículos rodoviários, empregados em empresas de transporte público coletivo urbano, desde que garantida 
a redução da jornada para, no mínimo, 7 horas diárias ou 42 semanais, não prorrogada, mantida a mesma remuneração e 
concedidos intervalos para descanso menores e fracionados ao final de cada viagem, não descontados da jornada. 
 
5.3.2. JORNADA SUPERIOR A 4 ATÉ 6 HORAS 
Quando a jornada de trabalho for inferior a 6 horas, mas superior a 4 horas como os contratados com tempo parcial, será 
obrigatório um intervalo de 15 minutos para descanso. 
Este intervalo se aplica somente quando a jornada diária estiver compreendida entre 4 e 6 horas. 
Portanto, não se aplica aos empregados que tenham jornada diária de mais de 6 horas, mas que, por força do intervalo 
para descanso ou refeição, acabam tendo um dos períodos com jornada de mais de 4 horas. No exemplo, será devido 
somente o intervalo de uma hora. 
O intervalo de 15 minutos deverá ser concedido durante a jornada para o empregado contratado para trabalhar de 4 a 6 
horas por dia, podendo o mesmo ser concedido a qualquer momento, desde que dentro da jornada e nunca após a 
mesma. 
Exemplo: 
8:00h às 11:00h (1º período) 
11:00h às 11:15h (intervalo para descanso) 
11:15h às 14:15h (2º período) 
 
5.3.2.1. Prorrogação Habitual 
Segundo a Orientação Jurisprudencial 380 da SBDI-1 do TST, ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de 
trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período 
para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no artigo 
71, caput e § 4º, da CLT. 
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Em outras palavras, se a jornada efetivamente trabalhada é superior a seis horas de trabalho, considerando a prestação de 
horas extras, o direito ao intervalo intrajornada mínimo passa a ser de uma hora e não de quinze minutos. 
 
5.3.3. JORNADA DE ATÉ 4 HORAS 
Na jornada de trabalho de até 4 horas, não será obrigatória a concessão de intervalo para descanso ou alimentação. 
Neste caso, toda a jornada poderá ser executada de forma contínua, pois se entende que não há sintomas de fadiga, não 
sendo necessário dar tempo ao empregado para se recompor. 
 
5.4. AUSÊNCIA DE INTERVALO 
A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados 
urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% 
(cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. 
Assim, se o empregado foi contratado para trabalhar 8 horas por dia, com salário-hora de R$ 20,00, e a empresa não 
concedeu o intervalo mínimo de uma hora para descanso ou alimentação, ele terá direito a receber R$ 30,00 (R$ 20,00 x 
1,5) por intervalo não concedido. 
 
5.5. INTERVALOS ESPONTÂNEOS 
Se o intervalo não está previsto na legislação, e pelo seu tempo a jornada normal de trabalho é prorrogada, define-se 
como tempo à disposição do empregador, impondo-se sua remuneração como hora extra, não sendo admissível incluí-lo 
no espaço de tempo destinado a repouso e alimentação. 
Isto normalmente ocorre nas empresas que espontaneamente concedem lanche a seus empregados e não computam o 
tempo deste na jornada de trabalho. Neste caso, como o tempo gasto com o lanche é somado ao da jornada normal de 
trabalho, acaba havendo a prorrogação desta, com o consequente pagamento do período extraordinário. 
Se a empresa decidir por suprir o tempo destinado ao lanche que é concedido habitualmente durante um ano pelo menos, 
sendo este considerado prorrogação da jornada, poderá fazê-lo, mas terá de indenizar o empregado pela supressão do 
período extraordinário. 
 
5.6. INTERVALO ANTES DA PRORROGAÇÃO 
Os menores de até 18 anos de idade, do sexo masculino ou feminino, que tiverem seu trabalho prorrogado, mediante 
acordo de compensação ou excepcionalmente, por motivo de força maior, também farão jus ao intervalo de 15 minutos 
para descanso, antes do início do período extraordinário de trabalho. 
 
5.7. DESCANSOS DIFERENCIADOS 
Determinados tipos de atividades, por levarem mais rapidamente os empregados à fadiga, asseguram descansos especiais 
durante a jornada de trabalho. 
Estes descansos, diferentemente do assegurado para repouso e alimentação, serão computados na jornada de trabalho, 
sendo considerados como de serviço efetivo. 
Assim, enquanto o intervalo para repouso e alimentação não é computado na duração da jornada de trabalho, o descanso 
especial é computado, não podendo, entretanto, ser acrescido ao final da jornada normal de trabalho. 
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O descanso especial será concedido sem prejuízo do intervalo para repouso e alimentação que é assegurado a todos os 
empregados. 
Dentre as atividades com descanso especial, destacamos: 
 
a) Mecanografia 
Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90 minutos de 
trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 minutos. 
 
b)Digitação 
De acordo com o Ministério do Trabalho, através da Portaria 3.751/90, nos serviços de processamento eletrônico de 
dados, nas atividades de entrada de dados, deve haver um intervalo de 10 minutos de descanso para cada período de 50 
minutos de trabalho, não deduzidos da jornada de trabalho. 
Cabe ressaltar que o TST, através da Súmula 346, equipara, para fins de descanso, o digitador ao mecanógrafo, 
concedendo o intervalo para descanso nos moldes da letra “a”. 
 
c) Câmaras Frigoríficas 
Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do 
ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 hora e 40 minutos de trabalho contínuo, será assegurado 
um período de 20 minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo. 
 
d) Minas de Subsolo 
Para os empregados que trabalham em minas de subsolo, será concedida uma pausa de 15 minutos para repouso em cada 
período de 3 horas consecutivas de trabalho. 
 
e) Médicos 
Aos médicos é assegurado um descanso de 10 minutos para cada 90 minutos de trabalho. Em face da omissão da lei, há o 
entendimento de que para os médicos o intervalo não é computado na jornada, não sendo, portanto, remunerado. 
 
f) Teleatendimento/Telemarketing 
Para os empregados que trabalham nos serviços de teleatendimento/telemarketing sejam eles nas modalidades ativo ou 
receptivo em centrais de atendimento telefônico e/ou centrais de relacionamento com clientes (call centers), para 
prestação de serviços, informações e comercialização de produtos, cujo tempo de trabalho efetivo é de, no máximo, 6 
horas diárias, deve ser concedido um intervalo para repouso e alimentação de 20 minutos. 
Além do intervalo para repouso e alimentação, os empregadores devem permitir a fruição de pausas de descanso com o 
objetivo de prevenir sobrecarga psíquica, muscular estática de pescoço, ombros, dorso e membros superiores. 
As pausas devem ser concedidas: 
a) fora do posto de trabalho; 
b) em 2 períodos de 10 minutos contínuos; 
c) após os primeiros e antes dos últimos 60 minutos de trabalho em atividade de teleatendimento/telemarketing. 
Para tempos de trabalho efetivo de teleatendimento/telemarketing de até 4 horas diárias, deve ser observada a 
concessão de 1 pausa de descanso contínua de 10 minutos. 
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A instituição de pausas não prejudica o direito ao intervalo obrigatório para repouso e alimentação. 
 
g) Motoristas 
São direitos dos motoristas profissionais de transporte rodoviário de passageiros e de transporte rodoviário de cargas, 
dentre outros, os intervalos intrajornada e interjornada, o tempo de espera, o repouso semanal e o descanso do tempo de 
direção, conforme apresentamos a seguir: 
• Intervalo Intrajornada 
Ao motorista profissional empregado é assegurado o intervalo mínimo de 1 hora para refeição, podendo esse período 
coincidir com o tempo de parada obrigatória na condução do veículo. 
O intervalo intrajornada de 1 hora poderá ser reduzido e/ou fracionado, enquanto o intervalo de 15 minutos poderá ser 
fracionado, quando compreendidos entre o término da 1ª hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que 
previsto em convenção ou acordo coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de 
trabalho a que são submetidos os motoristas, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso 
menores ao final de cada viagem. 
• Intervalo Interjornada 
Dentro do período de 24 horas, são asseguradas 11 horas de descanso, sendo facultados o seu fracionamento e a 
coincidência com os períodos de parada obrigatória na condução do veículo, garantidos o mínimo de 8 horas ininterruptas 
no primeiro período e o gozo do remanescente dentro das 16 horas seguintes ao fim do primeiro período. 
Nos casos em que o motorista tenha que acompanhar o veículo transportado por qualquer meio onde ele siga embarcado 
e em que o veículo disponha de cabine leito ou a embarcação disponha de alojamento para gozo do intervalo 
interjornada, esse tempo será considerado como tempo de descanso. 
• Tempo de Espera 
São considerados tempo de espera as horas em que o motorista profissional empregado ficar aguardando carga ou 
descarga do veículo nas dependências do embarcador ou do destinatário e o período gasto com a fiscalização da 
mercadoria transportada em barreiras fiscais ou alfandegárias, não sendo computados como jornada de trabalho nem 
como horas extraordinárias. 
Quando o tempo de espera do motorista for superior a 2 horas ininterruptas e for exigida a permanência do motorista 
empregado junto ao veículo, caso o local ofereça condições adequadas, o tempo será considerado como de repouso para 
os fins dos intervalos intrajornada e interjornada. 
Durante o tempo de espera, o motorista poderá realizar movimentações necessárias do veículo, as quais não serão 
consideradas como parte da jornada de trabalho, ficando garantido, porém, o gozo do descanso de 8 horas ininterruptas. 
• Repouso Semanal 
Nas viagens de longa distância com duração superior a 7 dias, o repouso semanal será de 24 horas por semana ou fração 
trabalhada, sem prejuízo do intervalo de repouso diário de 11 horas, totalizando 35 horas, usufruído no retorno do 
motorista à base (matriz ou filial) ou ao seu domicílio, salvo se a empresa oferecer condições adequadas para o efetivo 
gozo do referido repouso. 
É permitido o fracionamento do repouso semanal em períodos, sendo um destes de, no mínimo, 30 horas ininterruptas, a 
serem cumpridos na mesma semana e em continuidade a um período de repouso diário, que deverão ser usufruídos no 
retorno da viagem. 
A cumulatividade de descansos semanais em viagens de longa distância citados anteriormente fica limitada ao número de 
3 descansos consecutivos. 
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Nos casos em que o empregador adotar 2 motoristas trabalhando no mesmo veículo, o tempo de repouso poderá ser feito 
com o veículo em movimento, assegurado o repouso mínimo de 6 horas consecutivas fora do veículo em alojamento 
externo ou, se na cabine leito, com o veículo estacionado, a cada 72 horas. 
• Descanso do Tempo de Direção 
É vedado ao motorista profissional dirigir por mais de 5 horas e meia ininterruptas veículos de transporte rodoviário 
coletivo de passageiros ou de transporte rodoviário de cargas. 
Na hipótese de condução de veículo de transporte de carga, serão observados 30 minutos para descanso dentro de cada 6 
horas, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas 5 horas e meia 
contínuas no exercício da condução. 
Entretanto, com relação à condução de veículo rodoviário de passageiros, serão observados 30 minutos para descanso a 
cada 4 horas, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de direção. 
 
5.8. DESCANSO SEMANAL 
A todo empregado é assegurado um descanso semanal de 24 horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência 
pública ou necessidade imperiosa do serviço, deve coincidir com o domingo, no todo ou em parte. 
A não concessão do descanso semanal implica a obrigação de o empregador remunerá-lo em dobro. 
Atualmente, a jurisprudência entende que remunerar o descanso em dobro é multiplicar um dia de trabalho por dois, 
independentemente da remuneração que já é assegurada ao empregado para não trabalhar neste dia. 
Assim, se o empregado ganha R$ 60,00 por dia, ele receberá R$ 60,00 pelo repouso remunerado (já incluído na 
remuneração) mais R$ 120,00 (R$ 60,00 x 2) por trabalhar neste dia de repouso, perfazendo o total de R$ 180,00. 
É conveniente que a empresa observe na convenção ou dissídio da categoria se há uma forma de remuneração mais 
benéfica para o empregado. 
O descanso semanal remunerado não pode absorver o intervalo de 11 horas entre as jornadas,pois eles têm objetivos 
distintos. 
Desta forma, se o empregado trabalha de segunda a sábado, com jornada diária de 7:20h, ele somente poderá retornar à 
empresa depois de decorridas 35 horas (11 + 24) do término da última jornada de trabalho. 
 
5.9. DESCANSO ENTRE JORNADAS 
Entre duas jornadas de trabalho, deve haver um período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso. 
Este período de descanso deve ser rigorosamente observado, pois a sua não concessão, ou concessão parcial, poderá 
acarretar sanção administrativa por parte do Ministério do Trabalho e Emprego, além de seu pagamento como hora 
extra. 
Este intervalo é sempre considerado em relação a cada empresa em que o empregado trabalhe. Assim, se em 
determinada empresa o empregado termina sua jornada de trabalho às 18:00h, ele somente poderá retornar à mesma 
para nova jornada a partir das 5:00h do dia seguinte, não importando a hora em que ele iniciou e terminou a jornada de 
trabalho na segunda empresa. 
 
5.9.1. ESCALA DE REVEZAMENTO 
O intervalo, muitas vezes, é desrespeitado nas empresas que trabalham em turnos ininterruptos de serviço em que os 
empregados ficam sujeitos à escala de revezamento. 
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Isso acontece, por exemplo, quando o empregado que terminou o primeiro turno é convocado para retornar no terceiro 
turno. 
Nessa situação, o empregado somente terá como intervalo o período correspondente a uma jornada normal de trabalho 
(trabalhou no primeiro, descansou no segundo e voltou a trabalhar no terceiro), que é inferior às 11 horas, como impõe a 
legislação. 
Outra situação em que não se respeita o intervalo é a troca de turno após o retorno do repouso remunerado. 
Neste caso, o Tribunal Superior do Trabalho, através da Súmula 110, firmou posição, determinando que: “No regime de 
revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 
horas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional.” 
Assim, em qualquer situação, a empresa deve observar o intervalo mínimo de 11 horas entre uma jornada e outra, pois 
um intervalo que não é remunerado e não gera custo para a empresa poderá vir a gerar, caso não seja respeitado. 
 
5.10. OCORRÊNCIA DE NECESSIDADE IMPERIOSA 
A Secretaria de Inspeção do Trabalho, por meio do Precedente Administrativo 79, se posicionou no sentido de que a 
ocorrência de necessidade imperiosa não autoriza: 
a) a não concessão do intervalo mínimo intrajornada; 
b) o descumprimento do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre duas jornadas de trabalho; 
c) a não concessão do descanso semanal de 24 horas consecutivas. 
 
5.11. PENALIDADES 
O não cumprimento das normas relativas à duração do trabalho sujeitará a empresa, segundo a natureza da infração, sua 
extensão e a intenção de quem a praticou, à penalidade que varia de R$ 40,25 a R$ 4.025,33. 
Em caso de reincidência e oposição à fiscalização ou desacato à autoridade, a multa será aplicada em dobro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. CONTROLE DE HORÁRIO 
 
6.1. INTRODUÇÃO 
O empregado fica à disposição do empregador para dar cumprimento às tarefas que lhe são atribuídas durante a jornada 
de trabalho. 
Esse tempo deve ser controlado a fim de resguardar os interesses das partes. Para tanto, é facultada ao empregador a 
utilização de registros de ponto manual, mecânico ou eletrônico, podendo até mesmo utilizar-se de ambos os sistemas em 
seu estabelecimento. 
 
6.2. OBRIGATORIEDADE DO CONTROLE DE HORÁRIO 
A legislação determina que é obrigatório o controle de horário de trabalho nos estabelecimentos que mantêm mais de 20 
empregados, ou seja, a partir de 21. 
O controle de horário de trabalho permite ao empregador constatar o tempo em que de fato o empregado permaneceu 
trabalhando, podendo, inclusive, fiscalizar os atrasos e as saídas antecipadas. 
Somente os controles de horário refletem a exata dimensão da duração do trabalho diário, quer quanto à determinação 
do início, quer quanto ao encerramento. 
Portanto, a apuração da jornada de trabalho, inclusive das horas extras, é feita, obrigatoriamente, através dos registros. 
Cabe ressaltar que mesmo não havendo obrigatoriedade, é recomendável que nos estabelecimentos com até 20 
empregados seja feito o controle do horário de trabalho, pois, no caso de uma reclamação trabalhista, o empregador não 
terá dificuldade em comprovar qual foi de fato a jornada de trabalho que o empregado cumpriu. 
Por outro lado, também deve ser verificada a existência de norma coletiva que obrigue o estabelecimento empregador a 
efetuar o registro de ponto, mesmo com número de empregados inferior a 21. 
 
6.2.1. ÔNUS DA PROVA 
O TST – Tribunal Superior do Trabalho, através da Súmula 338, firmou entendimento que é ônus do empregador que conta 
com mais de 10 empregados o registro da jornada de trabalho na forma do artigo 74, § 2º, da CLT. A não apresentação 
injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser 
elidida por prova em contrário. 
Segundo a Súmula 338 TST, os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos 
como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, 
prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. 
 
6.2.2. MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE 
Desde 1-7-2007, por meio da Lei Complementar 123/2006, que instituiu o Regime Especial Unificado de Arrecadação de 
Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional, as 
microempresas e empresas de pequeno porte estão obrigadas a anotação da hora de entrada e saída em registro manual, 
mecânico ou eletrônico, para os estabelecimentos de mais de 20 empregados. 
 
 
 
 
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6.2.3. FORMAS DE REGISTRO 
A legislação determina que o empregador deve adotar registros manuais, mecânicos ou eletrônicos individualizados de 
controle de horário de trabalho, conforme instruções expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do 
Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do período de repouso. 
A legislação não estabelece o modelo que deve ser utilizado para os registros manuais e mecânicos, podendo a empresa 
utilizar seus próprios modelos, os adquiridos no comércio ou sistemas fornecidos por terceiros. 
Cabe ressaltar que as empresas que adotam ou adotarem registro eletrônico de ponto deverão adequar seus sistemas de 
tratamento de dados às disposições contidas na portaria 1510/2009 do . 
A empresa não está obrigada a adotar o mesmo tipo de registro para todos os empregados. Ela poderá conviver com os 
três sistemas, ou seja, partes dos empregados poderão utilizar registro mecânico, outra parte o manual, e a última o 
eletrônico. 
Apesar de a legislação exigir somente a pré-assinalação (indicação pelo empregador) do intervalo de repouso ou 
alimentação, não há impedimento legal para que o empregador exija que seus empregados assinalem (registrem/anotem) 
o horário de saída e de retorno do referido intervalo. 
Isto porque é conveniente que a assinalação dos intervalos para descanso seja feita, obrigatoriamente, pelo próprio 
empregado, pois são comuns as reclamações trabalhistas por horas extras, sob a alegação de que o empregador não 
concedeu os referidos intervalos. 
Além do intervalo normal para descanso e alimentação, as reclamações são feitas por empregados que desenvolvem 
atividades específicas como os digitadores e empregados em frigoríficos, que são contemplados com intervalos para 
descanso em maior número que os demais. 
Cabe ressaltar,que o instrumento coletivo da respectiva categoria, pode determinar a forma de marcação da jornada de 
trabalho que o empregador deve adotar. 
 
6.2.3.1. REGISTROS MANUAIS 
Os registros manuais, também chamados de manuscritos, são normalmente utilizados por empresas com poucos 
funcionários, ou utilizados por determinadas seções ou mesmo grupos de empregados. 
O seu uso em larga escala torna-se complicado, pois a assinalação é feita de próprio punho, o que acarreta muito tempo, 
tornando demorada a entrada e a saída dos empregados. 
Os registros manuais mais comuns são o livro de ponto e a folha individual de ponto. 
O livro de ponto é composto de folhas encadernadas, podendo ser utilizado tanto para um como para vários empregados. 
Cada folha pode ser utilizada para um único dia, onde vários empregados anotam seus horários, ou pode ser utilizada 
individualmente por um empregado, sendo que ele a utilizará por todo o mês. 
A folha individual de ponto por ser avulsa, somente será utilizada por um único empregado, devendo ficar em local 
apropriado para que não se extravie. 
Tanto o livro como as folhas individuais terão que ser assinalados pelos próprios empregados, não podendo ser feito pelo 
empregador ou seu preposto. O empregador poderá somente rubricar os registros confirmando as marcações efetuadas 
pelos empregados. 
As anotações da hora de entrada, saída, e dos intervalos, devem ser assinaladas com precisão, evitando-se que todos os 
empregados assinalem sempre o mesmo horário, pois isto pode levar a fiscalização e a justiça do trabalho a acreditarem 
que o controle de ponto era feito periodicamente e não diariamente, o que se constituiria numa fraude, tirando o valor 
probatório do mesmo. 
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Para que o controle de horário tenha valor, não deve ter rasuras, erros ou emendas. Caso ocorra, o empregado deve de 
próprio punho retificar o erro, esclarecendo o que se passou, e rubricar esta anotação. É conveniente que o empregador 
ou seu preposto também rubrique a anotação. 
 
6.2.3.2. REGISTROS MECÂNICOS 
O registro mecânico é realizado através do chamado “relógio de ponto”. Como o nome diz, ele se constitui de um relógio 
acoplado a um sistema mecânico que registra a hora exata, em um cartão introduzido no mesmo. 
O “relógio de ponto” pode seu utilizado por todas as empresas, independentemente do número de funcionários. 
Normalmente este sistema é adotado pelas empresas com um grande número de funcionários, pois ele além de agilizar o 
registro, pois sua operacionalização é simples, possibilita maior controle sobre os empregados, evitando que estes 
assinalem horários que de fato não cumpriram. 
A sua fiscalização pela empresa é mais fácil que a do ponto manuscrito. 
O controle de registro de jornada é responsabilidade do empregador. Assim sendo, se houve marcação incorreta do 
ponto, responde o autuado pela falta cometida, por culpa in vigilando, uma vez que o empregador é dotado legalmente 
de poder diretivo e disciplinar para cumprir e fazer cumprir as disposições do estatuto celetizado. 
 
6.2.3.2.1. Número de Relógios 
Da mesma forma que a legislação não estabelece modelo de controle de horário, ela não estabelece número mínimo nem 
máximo de “relógios de ponto” que a empresa deva possuir. Portanto, cabe a empresa definir, de acordo com as suas 
necessidades, o número ideal de “relógios de ponto”. 
A empresa poderá utilizar um único “relógio de ponto” para todos os empregados, como poderá utilizá-lo por seção ou 
departamento. 
A inconveniência da utilização de um único “relógio de ponto”, para empresas com um grande número de empregados, 
está nas filas que se formam, e, consequentemente, nos atrasos que ocasionam na entrada e na saída do trabalho. Estes 
atrasos tanto podem ser prejudiciais para a empresa como para o empregado. O ideal é que a empresa instale tantos 
“relógios de ponto” quanto sejam necessários, a fim de evitar filas e outros transtornos. 
 
6.2.3.2.1. Fraude na Assinalação 
Como normalmente o “relógio de ponto” é utilizado por muitos empregados, a empresa deve criar mecanismos a fim de 
evitar fraudes na assinalação. 
As fraudes são de vários tipos, sendo as principais aquelas cometidas por empregados que faltam ou se atrasam e que 
pedem ao colega que assinale seu cartão, ou mesmo aqueles empregados que ficam no local de trabalho após o término 
da jornada sem fazer nada ou realizando tarefas de interesse próprio. 
Em ambos os casos, as faltas cometidas são graves, podendo ocasionar a demissão por justa causa de todos os 
empregados envolvidos na fraude. 
Para evitar as fraudes na assinalação, a empresa deve expedir circular onde informe aos empregados que não é permitido 
que um assinale pelo o outro, e que as prorrogações da jornada de trabalho somente poderão ser realizadas com 
autorização da chefia imediata e a rubrica deste no cartão atestando a prorrogação. 
Outro procedimento que deve ser adotado é o de manter os cartões em quadro próprio, em que os empregados somente 
tenham acesso no momento da assinalação, devendo o referido quadro estar sob a responsabilidade de um empregado, 
que periodicamente deverá checá-los. 
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Também constitui fraude, o empregador que manda pessoa de sua confiança assinalar o cartão de ponto pelo empregado, 
a fim de que não sejam registradas as horas extraordinárias realizadas. Neste caso, o empregado poderá propor a rescisão 
do contrato por justo motivo, cabendo ao empregador indenizá-lo conforme prevê a legislação. 
 
6.2.3.2.2. Autenticação do Cartão 
Apesar de os cartões serem assinalados mecanicamente, é prudente que os empregados ao término do mês, reconheçam 
a veracidade dos mesmos, apondo sua assinatura. Isto não é uma determinação legal, mas é recomendável, pois uma vez 
assinados, os empregados estariam dando autenticidade aos mesmos, isentando assim a empresa de ter que provar no 
futuro que não houve realização de horas extras, que possivelmente eles possam reclamar. 
A seguir, demonstramos um modelo do cartão utilizado em “relógio de ponto”: 
 
CARTÃO DE PONTO 
Nº 20 
NOME: MARCELE BRAGA 
SEÇÃO: ADMINISTRATIVO 
MÊS: MAIO/2012 
OBSERVAÇÃO: 
DIA 
1º PERÍODO 2º PERÍODO EXTRA 
ENTRADA SAÍDA ENTRADA SAÍDA ENTRADA SAÍDA 
1 FERIADO 
2 09:01 12:01 13:03 18:00 
3 09:00 12:00 13:01 18:00 
4 09:02 12:00 13:00 18:00 
5 09:00 13:00 
6 DOMINGO 
7 09:00 12:00 13:01 18:01 
8 09:00 12:00 13:00 18:02 
9 09:01 12:00 13:00 18:00 
10 09:00 12:00 13:00 18:00 
11 09:01 12:02 13:01 18:00 
12 09:02 13:02 
13 DOMINGO 
14 
15 
 
 ASSINATURA DO EMPREGADO 
 
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6.2.3.3. REGISTRO ELETRÔNICO 
O registro eletrônico de ponto é outra modalidade de controle de horário prevista na legislação. 
Por conta da fragilidade na manipulação dos sistemas e dos dados, algumas empresas fraudavam o registro eletrônico de 
ponto e os empregados não detinham um efetivo controle sobre o registro da jornada. 
Entretanto, com intuito de inibir qualquer fraude nesta modalidade de controle de horário dos empregados, o Ministério 
do Trabalho e Emprego, através da Portaria 1.510 /2009, veio disciplinar as normas sobre a utilização do SREP – Sistema 
de Registro Eletrônico de Ponto e do equipamento chamado REP – Registrador Eletrônico de Ponto. 
 
6.2.3.3.1. OBRIGATORIEDADE 
A Portaria 1.510 /2009, que disciplina as normas sobre o REP, determina que os empregadores que adotem o ponto 
eletrônico se adaptem ao novo Sistema Eletrônico para utilização a partir do mês de agosto/2010. 
A Portaria 1.510 /2009 não obriga as empresas a adotarem o sistema eletrônico de ponto. Em outras palavras, a Portaria 
1.510 /2009 não

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