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SEXUALIDADE E GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA Rafael Caminha CARO1 RESUMO Esse trabalho foi elaborado com o objetivo de revisar a literatura sobre a sexualidade e gravidez na adolescência tendo como foco principal as políticas publicas relacionadas ao tema. No decorrer do artigo abordaremos os fatores de risco que levam gravidez na adolescência, mostrando também as consequências que esse evento trás. Outro ponto a ser abordado é a configuração do pai adolescente. Palavras-chave: Gravidez. Adolescência. Sexualidade. Politicas.Publicas ABSTRACT This work was done with the objective of reviewing the literature on sexuality and teenage pregnancy focusing mainly on public policies related to the theme. Throughout the article we discuss the risk factors that lead to teen pregnancy, also showing the consequences behind this event. Another point to be addressed is the configuration of the teenage father. Keywords: Tales, Symbols, Unconscious, Childhood and Oedipus Complex INTRODUÇÃO 1Graduando de Psicologia no Centro Universitário do Norte Paulista - UNORP – São José do Rio Preto - Brasil A adolescência corresponde ao período da vida entre os 10 e 19 anos, no qual ocorrem profundas mudanças, caracterizadas principalmente por crescimento rápido, surgimento das características sexuais secundárias, conscientização da sexualidade, estruturação da personalidade, adaptação ambiental e integração social (YAZLLE 2006). Hercowitz (2002) descreve que, o desenvolvimento da sexualidade faz parte do crescimento do indivíduo, em direção a sua identidade adulta. Modificações do padrão comportamental dos adolescentes, no exercício de sua sexualidade, vêm exigindo maior atenção dos profissionais de saúde, devido a suas repercussões, entre elas a gravidez precoce. Nos últimos anos, a incidência de gravidez na adolescência vem aumentando significativamente tanto no Brasil como no mundo. No Brasil, observa se que, apesar do declínio das taxas de fecundidade desde o início dos anos 70, é cada vez maior a proporção de partos entre as adolescentes em comparação com o total de partos realizados no País (DADOORIAN, 2003). No Brasil, a cada ano, cerca de 20% das crianças que nascem são filhas de adolescentes, o que representa o triplo dessas ocorrências na década de 70. A Pesquisa Nacional em Demografia e Saúde, realizada em 1996, apontou que 14% das adolescentes já tinham pelo menos um filho, e as jovens mais pobres apresentavam fecundidade dez vezes maior. Em 1990, os partos de mães adolescentes representaram 12,5% de todos os nascimentos no país. Entre as adolescentes grávidas atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no período de 1993 a 1998, houve aumento de 31% dos casos de meninas grávidas entre 10 e 14 anos (BRUNO et al.2009). Conforme Rios (2011) as causas da gravidez precoce, e geralmente indesejada, vão desde aspectos biológicos (aceleração do crescimento e da maturação sexual) até os psicológicos e sociais (mudança no comportamento sexual dos jovens). A gravidez na adolescência tem sido motivo de preocupação crescente no âmbito das políticas públicas de saúde (SIQUEIRA et al. 2002). O desafio para o poder público é oferecer políticas eficazes com vistas a evitar gestações indesejadas e conscientizar os adolescentes acerca da importância de vivenciar uma sexualidade saudável, de fazer escolhas consequentes, de prevenir doenças sexualmente transmissíveis, além de repensar os papéis de homens e mulheres e reconstruí-los de maneira mais igualitária (FONTOURA, PINHEIRO 2010). METODOLOGIA O presente artigo utilizou-se exclusivamente da pesquisa bibliográfica para ser elaborado. Foi feito um levantamento de conteúdo a partir de livros, artigos de periódicos esites confiáveis. Autores como Yazlle, Hercowitz, Dadoorian foram base para o trabalho como também, dados quantitativos do Ministério da Saúde. Foram utilizados, para busca dos artigos, os seguintes descritores: adolescentes grávidas, gravidez precoce, e politicas públicas. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos publicados em português, artigos na íntegra que retratassem a temática referente à revisão narrativa e artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados nos últimos vinte anos. Para isso, separou-se os resultados encontrados em quatro tópicos com o objetivo de discutir o assunto de forma mais direcionada, separando os fatores determinantes e condicionantes de uma gravidez precoce, o que eles representam para as adolescentes grávidas, as politicas publicasde prevenção, como também o perfil do pai adolescente. REFERENCIAL TEÓRICO Fatores de risco A gravidez na adolescência é conseqüência direta de relações sexuais entre os adolescentes sem cuidados contraceptivos (DIAS; TEIXEIRA, 2010). Para compreensão dos fatores precursores da gravidez na adolescência, deve considerar a inter-relação entre esses dois comportamentos. Com a maior liberação sexual dos jovens, devido à revolução de costumes ocorrida nos anos 60, a gestação na adolescência está em contínua ascensão no mundo inteiro (GONÇALVES; OLLITA, 2000). A iniciação sexual na adolescência vem ocorrendo em idades cada vez mais precoces, e a atividade sexual regular faz parte de uma parcela significativa da população adolescente (CANO, FERRIANI, & GOMES, 2000; VIEIRA, SAES, DÓRIA, & GOLDBERG, 2006 apud DIAS; TEIXEIRA, 2010). Pesquisa realizada pela Unesco, junto com o Ministério da Saúde, concluída no ano de 2001, mostra, por exemplo, que na década de 90 um entre cada quatro adolescentes tinha permissão para manter relações sexuais dentro da própria casa. Em 2001, esse número quase dobrou (HERCOWITZ, 2002). Informes do Ministério da Saúde mostram que em 1998, na população com idade entre 16 e 19 anos, 56,5% dos homens e 41,6% das mulheres referiram ter tido atividade sexual nos últimos 12 meses. Já em 2005, nessa mesma faixa etária, os valores passaram para 78,4 e 68,5%, respectivamente (YAZLLE; FRANCO e MICHELAZZO 2009). A baixa escolaridade e o abandono escolar são freqüentemente citados como fatores predisponentes da gravidez e esta ligada à repetição de uma ou mais gestações. As gestantes que estudaram oito anos ou menos apresentaram risco relativo quando comparadas às gestantes que estudaram mais de oito anos (COSTA; HEILBORN 2009). Outra pesquisa, realizada em 2008, mostra que no Brasil, metade das adolescentes sem estudo já eram mães, o que só ocorreu com 4,2% das que tinham de 9 a 11 anos de estudo (HERCOWITZ, 2002). Sabe-se, também, que meninas provenientes de famílias de baixa renda são mais suscetíveis à gravidez precoce. Outra pesquisa mostra que as meninas que recebem menos de um salário mínimo têm fecundidade de 128/1000 e as que possuem renda igual ou superior a dez salários mínimos têm fecundidade de 13/1000. A taxa de fecundidade no Brasil em mulheres de 15-19 anos, entre 1986 e 1991, chegou a ser 40% maior nas mulheres cujas famílias apresentavam renda de até um salário mínimo, comparadas às de renda familiar acima de dez salários mínimos (GAMA; SZWARCWALD; LEAL 2002 e HERCOWITZ, 2002). O uso incorreto de anticoncepcionais, devido a diversos fatores, dentre eles a não compreensão do uso correto do contraceptivo e o esquecimento de tomá-lo também levam a altos índices de gestação. Segundo pesquisa realizada por Berlof (et al. 2006) grande porcentagem encontrada de novas gravidezes, 76,9%, foi decorrente da utilização incorreta dos métodos contraceptivos. Segundo Amancio e Vitalle (s.d.), a utilização de métodos contraceptivos de modo incorreto está vinculado aos fatores psicológicos inerentes ao período,pois a adolescente nega a possibilidade de engravidar e essa negação é tanto maior quanto menor a faixa etária; o encontro sexual é mantido de forma eventual, não justificando, conforme acreditam, o uso rotineiro da contracepção; não assumem perante a família a sua sexualidade e a posse de contraceptivo seria a prova formal de vida sexual ativa. As dificuldades de relacionamento familiar podem levar à gestação precoce, seja por agressão aos pais, baixa auto-estima ou falta de perspectivas. Para essas adolescentes sem perspectivas, a gravidez pode ser a únic a possibilidade de mudança de status. Em um estudo com jovens participantes de um programa de inclusão sócio-cultural, com moradores de uma favela na grande São Paulo, os autores encontraram que, entre as meninas estudadas, “sentir-se só” (24%), “brigas ou tristezas com a família” (23%), “falta de opções na vida” (13%) e “gostar de crianças” (10%) foram as principais razões indicadas para o desenvolvimento de uma gravidez na adolescência. Já entre os meninos, a gestação foi relacionada principalmente com “falta de opções na vida”(25%), “brigas ou tristezas com a família” (15%), “vontade de ter a própria família” (15%), “gostar de crianças” (10%) e a “falta de oportunidades de estudar ou trabalhar” (10%). As adolescentes vivenciam uma grande solidão agravada pela “carência de afeto” de seu meio familiar, e, dessa forma, a carência afetiva as leva à maternidade (HERCOWITZ, 2002; DIAS; TEIXEIRA, 2010; DADOORIAN, 2003). Vendo por outra perspectiva, a gravidez na adolescência, para muitas, é vista como um fator positivo funcionando a maternidade como auto -gratificação e auto - compensação afetiva. Dependendo do contexto social em que está inserida a adolescente, a gravidez pode ser encarada como evento normal, não problemático, aceite dentro das suas normas e costumes (RODRIGUES, 2010). Assim, a gestação na adolescência se apresenta como um projeto viável e valorizado, em um contexto em que não existem muitas alternativas possíveis de implementação de outros projetos de vida. Alguns estudos demonstram que a maternidade, para uma grande parcela das jovens, é desejada e se configura como um dos únicos projetos possíveis de reconhecimento social (DIAS; TEIXEIRA, 2010). Consequências A gestação na adolescência é considerada uma situação de risco biológico tanto para as adolescentes como para os recém-nascidos (DIAS; TEIXEIRA, 2010). A gestação em si é um momento delicado que requer atenção e, semelhante à adolescência, possui particularidades próprias. Quando se juntam estes dois momentos, adolescência e gravidez é obtido um leque de transformações que levam a um turbilhão de emoções e acontecimentos (MOREIRA et al. 2008). Conforme Bouzas e Miranda (2004) nessa faixa etária, a gestação embora possa ser desejada de forma consciente ou inconsciente, geralmente não é planejada, estando relacionada a fatores intrínsecos, da faixa etária, e extrínsecos, como socioculturais e econômicos. Têm sido citados também efeitos negativos na qualidade de vida das jovens que engravidam, com prejuízo no seu crescimento pessoal e profissional. Segundo Blum (et al. 1998 apud. Yazlle2006), 53% das adolescentes que engravidam completam o segundo grau, enquanto que, entre as adolescentes que não engravidam, essa cifra corresponde a 95%. Alem da evasão escolar, a gravidez na adolescência pode estar associada com pobreza, evasão escolar, desemprego, ingresso precoce em um mercado de trabalho não-qualificado, separação conjugal, situações de violência e negligência, diminuição das oportunidades de mobilidade social, além de maus tratos infantis (DIAS e TEIXEIRA, 2010). As complicações médicas têm sido discutidas exaustivamente em vários países, sem que, no entanto, tenha-se chegado a conclusões definitivas. Sabe-se que, se for realizado um pré-natal adequado, voltado às necessidades da adolescente, os riscos são minimizados, podendo, muitas vezes, ser igualados aos das mulheres adultas (HERCOWITZ, 2002). As complicações mais associadas com a gravidez na adolescência são a pré - eclampsia, a anemia, as infecções, o parto pré -termo, as complicações no parto e puerpério e perturbações emocionais bem como as consequências associadas à decisão de abortar (RODRIGUES, 2010). No que tange à saúde do bebê, a gestação na adolescência encontra-se associada a situações de prematuridade, baixo peso ao nascer, morte perinatal, epilepsia, deficiência mental, transtornos do desenvolvimento, baixo quociente intelectual, cegueira, surdez, aborto natural, além de morte na infância(DIAS e TEIXEIRA, 2010). Conforme Yazlle, Franco e Michelazzo (2009) existem referências ao fato de que os problemas observados na evolução da gestação entre adolescentes podem estar relacionados à condição social e econômica desfavorável da adolescente, e que, por outro lado, a assistência pré-natal adequada poderia minimizar esses problemas. No tocante à família, as pressões sociais podem dificultar a aceitação da idéia da gravidez de uma filha, incapacitando a família a apoiá-la adequadamente. Há uma limitação da escalada da independência financeira do jovem casal pois, muitas vezes, a adolescente passa a depender de seus pais para sustentar e criar o bebê (HERCOWITZ, 2002). Perfil do pai adolescente De modo geral, o pai costuma ser dois a três anos mais velho que a mãe adolescente. A paternidade precoce se associa com maior frequência ao abandono dos estudos, à sujeição a trabalhos aquém da sua qualificação, a prole mais numerosa e a maior incidência de divórcios (OPAS, 1995 apud Amancio e Vitalle s.d.). O papel do parceiro é fundamental para a boa evolução da gestação, dando apoio a sua parceira e diminuindo os riscos de complicações psicológicas (HERCOWITZ, 2002). Políticas públicas de prevenção à gravidez precoce Como afirma a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), as políticas e os programas de saúde voltados para adolescentes e jovens frequentemente desconsideram diversos aspectos da sexualidade, na medida em que “ignoram que a sexualidade é parte do desenvolvimento humano e os conceitos de amor, sentimentos, emoções, intimidade e desejo com frequência não incluem nas intervenções de saúde sexual e saúde reprodutiva” (AINE-SCHUTT; MADDALENO, 2003). De um modo geral, a frequência de adolescentes e jovens nos serviços de saúde no Brasil é ainda muito pequena. Segundo pesquisa da UNESCO, os serviços de saúde não aparecem como um lugar importante e prioritário para se encontrar informações confiáveis sobre sexualidade, do ponto de vista dos adolescentes brasileiros (CASTRO, 2004). O documento Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos: uma prioridade de governo, lançado em 2005, apresenta as diretrizes do governo para garantir os direitos de homens e mulheres, adultos e adolescentes, em relação à saúde sexual e à saúde reprodutiva, enfocando, principalmente, o planejamento familiar (BRASIL, 2005 apud. MINISTÉRIO DA SAÚDE 2006). Nas Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996), a educação sexual é prevista como um dos temas transversais a serem incluídos nos Parâmetros Curriculares Nacional, em todas as áreas do conhecimento – do ensino fundamental ao ensino médio. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), ao tratar do tema “orientação sexual”, define-se a sexualidade como “algo inerente à vida e à saúde, que se expressa desde cedo no ser humano” e como tema a ser discutido e orientado no cotidiano da escola (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2006). Outro ponto que se deve abordar é o das políticas publicas de atendimento pré natal. Os serviços de planejamento familiar e atendimento pré-natal são a porta de entrada prioritária para as questões referentes à saúde sexual e à saúde reprodutiva nos serviços (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2006).No final de 2003, o governo brasileiro firmou um Pacto Nacional estabelecendo princípios, diretrizes e responsabilidades a serem assumidos pelas diversas esferas de governo com vistas a reduzir a mortalidade materna no Brasil, com a participação da sociedade civil organizada. Uma das principais reivindicações dos movimentos de mulheres no Brasil, o Pacto assinala um marco nacional no reconhecimento da mortalidade materna como indicador das desigualdades sociais brasileiras e das lacunas ainda existentes na prestação de serviços básicos de assistência às mulheres adultas e adolescentes, como o pré-natal de qualidade. A redução da mortalidade materna deve ser alcançada por meio do desenvolvimento de ações estratégicas do Ministério da Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2006). Siqueira (et al. 2002) mostra em sua obra dois programas públicos de atendimento pré-natal no município de Florianópolis em instituições públicas de saúde conveniadas com o SUS - Sistema Único de Saúde - e atendam, expressivamente, uma clientela oriunda dos setores populacionais de baixa-renda. O primeiro está implantado em um grande hospital geral de grande porte da região metropolitana, tendo sido criado a partir do interesse da área do Serviço Social que, constatando um alto índice de nascimento de crianças prematuras e/ou com baixo peso, filhas de mães adolescentes, buscou implantar um programa voltado à clientela gestante nessa faixa etária. Constituiu-se, para tanto, uma equipe multidisciplinar, a partir do interesse de profissionais em participar do trabalho. Neste programa são realizadas, além das consultas de rotina, reuniões quinzenais com grupos de gestantes e puérperas adolescentes, coordenadas, em geral, por um assistente social ou uma enfermeira (SIQUEIRA et al. 2002). Outro programa investigado é desenvolvido em uma maternidade, também de grande porte, que já funcionou como maternidade escola da Universidade Federal de Santa Catarina. Nesta instituição, o atendimento pré-natal de adolescentes é de responsabilidade de uma médica ginecologista-obstetra e sua equipe de residentes. Diferentemente do anterior, nesse programa não há reuniões de grupo, sendo as atividades limitadas às consultas de rotina pré-natal (SIQUEIRA et al. 2002). DISCUSSÃO A partir das leituras dos artigos científicos e a minuciosa analise dos conteúdos observa se que, apesar do declínio das taxas de fecundidade desde o início dos anos 70, é cada vez maior a proporção de partos entre as adolescentes em comparação com o total de partos realizados no País. Muito disso se deve ao atual contexto sociocultural que é mais liberal e permissivo que outrora. Pode-se observar que os fatores determinantes e condicionantes da gravidez precoce têm múltiplas causas, incluindo descuido, uso incorreto do método contraceptivo, promiscuidade e acesso à informação de forma inadequada. A atividade sexual da adolescente é, geralmente, eventual, justificando para muitas a falta de uso rotineiro de anticoncepcionais. A grande maioria das adolescentes não assume diante da família a sua sexualidade, nem a posse do anticoncepcional, que denuncia uma vida sexual ativa. É de ressaltar que, a gravidez para muitas adolescentes de baixa renda ou vivem em um ambiente familiar hostil, apresenta-se como um projeto viável e valorizado, em um contexto em que não existem muitas alternativas possíveis de implementação de outros projetos de vida. A abordagem da escolaridade esteve presente em boa parte artigos dos pesquisados, demonstrando a relevância dessa questão na gravidez na adolescência. As jovens, quando recebem a notícia da gravidez, acabam deixando a escola em segundo plano com a intenção de viver esse momento, que para muitas representa felicidade e expectativa de um futuro melhor. Contudo, com a interrupção da escolaridade, são poucas as chances de a adolescente conseguir um emprego que lhe permita arcar com a responsabilidade e custear a nova vida que terá. Diante multiciplidade de fatores que envolvem uma gravidez na adolescente, torna-se um desafio para o governo criar politicas publicas eficazes de prevenção como também de uma vida sexual sadia. CONCLUSÃO A gravidez na adolescência é uma realidade que nos convoca a refletir sobre o assunto para buscar compreendê-lo e, a partir desta compreensão, propor modos de lidar com o fenômeno. Conclui que a gravidez por si só é um período de grandes transformações. Quando esse evento se da na adolescência, os riscos aumentam. A maternidade, pode não se constituir em uma opção de fato, mas, ao contrário, pode ser fruto da ausência de opções e da dificuldade de forjar um projeto de vida para além de ser mãe de família. Nesse sentido, é possível dizer que existe de fato um problema para as políticas públicas. Diante das contradições existentes e da profusão de preconceitos e estereótipos que surgem quando o tema da gravidez na adolescência é tratado, é preciso encarar a questão do ponto de vista das opções apresentadas aos jovens e de suas escolhas. Ressalta-se também a importância do pai para a boa evolução da gestação, dando apoio a sua parceira e diminuindo os riscos de complicações psicológicas. REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS INE-SCHUTT, J.; MADDALENO, M. Salud sexual y reproductiva de adolescentes y jóvenesenmlas Américas: implicacióonesen programas y politicas. [S.l.]: Opas, 2003. 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