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Genética Humana | Camyla Duarte 1 Triagem Neonatal Década de 50 início para prevenção do retardo mental. Teste da fralda usa o cloreto férrico como reativo, que reage ácido fenilpirúvico, desenvolvendo uma cor azul-esverdeada. Teste de inibição do crescimento do bacíllus subtíllis, devido ao ácido fenilpirúvico Dosagem da fenilalanina no sangue a partir de 48h. Teste de sobrecarga da fenilalanina com dosagem seriada a cada 30 min para identificar o metabolismo da fenilalanina. Atualmente é possível diagnosticar 258 doenças congênitas. o Aminoacidopatias o Hipotireoidismo congênito primário o Hemoglobinopatias o Hipotireoidismo congênito secundário o Fibrose Cística o Hiperplasia supra renal congênita o Galactosemia o Deficiência de Biotinidase o Toxoplasmose congênita o Distúrbios do Ciclo da Uréia o Distúrbios da Beta Oxidação dos Ácidos Graxos o Distúrbios dos Ácidos Orgânicos Definição Exame para diagnóstico de doenças Genéticas, Metabólicas, Endócrinas, Infecciosas e outras, que possam prejudicar o desenvolvimento do RN. (ABTN) Exame do pézinho Realizado entre 48h e o 5º dias de vida, coletado através de punção na região do calcanhar do RN. ECA – 1990 obrigatoriedade de realização do “teste do pezinho” Tipos de testes realizados Dosagem direta de enzimas e marcadores biológicos. Imunológicos - sorologias Culturas e bacteriológico direto de microrganismos. PCR – reação de cadeia de polimerase Critérios de inclusão de doenças Doenças que não apresentam manifestações precoces. Doenças que possam ser detectadas com testes seguros e confiáveis. Doenças que possam ser amenizadas através de tratamento precoce. Relação custo benefício viável e aceitável social Triagem neonatal básica Triagem neonatal ampliada Fenilcetonúria (PKU - PhenylKetonUria) Hipotireoidismo congênito Anemia Falciforme e hemoglobinopatias Hiperplasia Adrenal congênita Fibrose Cística (Mucoviscidose) Deficiência de Biotinidase Galactosemia Deficiência de G6PD Doenças infecciosas o Toxoplasmose o Sífilis Congênita o Citomegalovirose Congênita o Rubéola Congênita o Chagas Congênita Incidência O somatório das incidências individuais de todas as doenças detectadas neste teste, indica uma incidência Genética Humana | Camyla Duarte 2 global, de 1 recém-nascido afetado em cada 1.500 recém-nascidos rastreados. Fenilcetonúria Doença autossômica recessiva, causando a deficiência da fenilalanina hidroxilase. Loco gênico está no cromossomo 12 = 12q 22- 24.1 Etiologia É ocasionada por falta de capacidade do fígado em transformar a fenilalanina (um aminoácido que faz parte das proteínas) em outro aminoácido chamado tirosina. Incidência Global 1: 10.000 1: 2.600 Turquia 1: 143.000 Japão 1: 15.000 BRASIL Diagnóstico Exame de Triagem Neonatal= “Teste do Pézinho” Teste de sobrecarga de fenilalanina Classificação Conforme o percentual de atividade enzimática da fenilalanina: clássica/ leve/ Permanente ou Benigna Quadro clínico o Retardo mental o Crises convulsivas, epilepsia o Microcefalia + tremores o Pele seca /erupções cutâneas/descamação o Diminuição da pigmentação da pele e cabelos Tratamento Dieta pobre em fenialanina (sem leite materno) Prognostico Bom se tratado a tempo (dieta até 8 anos) Maioria apresenta retardo mental Sobrevida média 30 anos Genética Humana | Camyla Duarte 3 Galactosemia Doença autossômica recessiva que causa deficiência na transformação da Galactose em Glicose. Etiologia Deficiência enzimática GALT = galactose-1-fosfato uridil-transferase (mais frequente) cromossomo 9p13 GALK = galactoquinase cromossomo 17q24 GALE = uridina-difosfato galactose 4 epimerase cromossomo 1p36 Via metabólica alternativa: Incidência Estimativas no mundo 1 : 7.500 algum tipo de alteração do metabolismo da galactosemia 1 : 40 pessoas é um portador(a) de gene defeituoso o Europa 1 : 30.000 o EUA 1: 60.000 o Japão 1 : 1.000.000 (amostragem ?) o São Paulo 1 : 20.000 (2º maior incidência) Quadro clinico o Anorexia, perda de peso o Hepato-esplenomegalia (insuficiência hepática) o Diarreia, vômitos, distensão abd., ascite o Catarata o Hipertensão intracraniana o Letargia/Hipotonia/Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor ANDPM) o Hemorragia o Galactosúria o Septicemia Tratamento Dieta livre de lactose melhora o quadro de crescimento, catarata, insuficiência hepática, reduzindo as mortes. Não previne as manifestações neurológicas tardias nem disfunção ovariana, de aprendizado e fala a longo prazo. Outros testes em recém-nascidos realizados no SUS Teste da Orelhinha – (Emissão otoacústica) Para identificar o mais precocemente possível as deficiências auditivas em recémnascidos e lactentes. Teste do Olhinho – (Teste do Reflexo Vermelho) Para diagnóstico presuntivos de retinoblastoma, catarata congênita e outros transtornos oculares congênitos e hereditários. Teste da Linguinha – (Exame do Freio Sublingual) Para identificar a presença de anquiloglossia, popularmente conhecida como língua presa Teste do Coraçãozinho – (aferição da oximetria de pulso) Para averiguação de malformações cardíacas congênitas Teste do Quadril - (Exame Luxação congênita do quadril) Para averiguar a presença de deslocamento entre a cabeça do fêmur e o acetábulo na articulação coxofemoral Fibrose Cística (Mucoviscidose) Etiologia É uma doença genética autossômica recessiva causada pela mutação do gene CFTR (Cystic Fibrosis Transmembrane Regulator), que regula o transporte de cloreto de sódio e bicarbonato através das membranas epiteliais resultando em desequilíbrio na concentração de cloro e sódio nas células produtoras de muco e suor – glândulas exócrinas. Incidência Mais frequente em populações de origem Caucasiana. Afeta cerca de 70.000 pessoas em todo o mundo. Genética Humana | Camyla Duarte 4 União Europeia, 1 em cada 2.000 a 3.000 recém- nascidos EUA 1: 3.500. Quadro clinico Na sua forma clássica, nos primeiros meses de vida, os pacientes apresentam: o Dificuldade para ganhar peso e estatura o Diarreia com esteatorreia o Hiponatremia com desidratação o Hipoalbuminemia o Anemia o Podem já estar presentes sintomas respiratórios recorrentes, como tosse, sibilância e pneumonias Os sintomas respiratórios ornam-se progressivamente mais frequentes e graves. Surgem desnutrição crônica, baixa estatura e baqueteamento digital. Podem surgir quadros de pancreatite aguda, obstrução intestinal e prolapso retal. Pneumonia de repetição, sinusite frequente, tosse crônica e cansaço para realizar atividades simples. Diagnostico Pode ser identificada através do teste do pezinho e seu diagnóstico pode ser confirmado através do teste do suor ou ainda através de exames genéticos. O padrão ouro para diagnóstico da FC é o teste do suor pelo método de Gibson & Cooke com a titulação do cloro no suor, sendo a coulometria a técnica mais indicada. Tratamento Em 80% dos casos, é necessário repor enzimas pancreáticas para auxiliar a digestão e a absorção de nutrientes. O tratamento exige reidratação, reposição de sódio e boa nutrição do paciente, por meio de dieta rica em calorias e reposição das vitaminas lipossolúveis A, D, E, K. Hipotireoidismo congênito Etiologia Falha na produção ou na atividade dos hormônios tireoideanos. As causas mais comuns são os defeitos na formação da tireóide, seguidas pelos defeitos na síntese hormonal. Incidência Varia entre 1 em 3000 e 1 em 4000 recém-nascidos, sendo maior em meninas do que em meninos (2:1) e crianças com Síndrome de Down apresentam maior risco. Quadro clinico o Retardo mental o Hérniaumbilical o Icterícia o Dificuldade alimentar o Suturas e fontanelas amplas o Alterações na pele (seca, fria, pálida, descamativa e marmorata) o Macroglossia - língua maior que o normal o Hipotermia Diagnostico Os testes utilizados pelos diversos programas incluem as dosagens de TSH isolado, T4 primário ou TSH mais T4. A maioria utiliza a dosagem de TSH, considerada mais sensível e específica que de T4, por isso é a mais utilizada pela maioria dos programas do mundo. Tratamento Reposição diária do hormônio tireoidiano (levotiroxina, L-T4), na forma de comprimido. A dose é individualizada, sendo maior para o recém-nascido e com possibilidade de ser diminuída com o avanço da idade. O objetivo do tratamento é assegurar um crescimento e um desenvolvimento mental tão próximos quanto possível do seu potencial genético e, para que isso seja obtido, os níveis de T4livre e TSH deverão ser mantidos nos limites da normalidade, juntamente com os parâmetros clínicos. Hiperplasia de adrenal congênita Etiologia Insuficiência das enzimas envolvidas na síntese do cortisol no córtex adrenal. A deficiência da 21-hidroxilase (21OHD) é a mais frequente e responsável por 95% dos casos. Além da redução da síntese de glicocorticoides (cortisol), em 75% das crianças afetadas ocorre deficiência Genética Humana | Camyla Duarte 5 concomitante de aldosterona, com prejuízo na manutenção do equilíbrio hidrosalino. A herança é autossômica recessiva e as mutações responsáveis pela doença envolvem o gene CYP21A2, localizado no braço curto do cromossomo 6. Incidência A incidência mundial da forma clássica da doença é estimada em 1:15.000 nascidos vivos. Quadro clinico As crianças afetadas podem apresentar, inicialmente, apenas perda de peso persistente. Outras manifestações, como vômitos e diarreia, frequentemente conduzem ao diagnóstico equivocado de doenças mais comuns, como a doença do refluxo gastroesofágico ou a gastroenterite infecciosa. Depleção de volume, desidratação, hipotensão, hiponatremia e hiperpotassemia e, se não tratada, pode evoluir para óbito Após o período neonatal, em crianças não tratadas, outras manifestações clínicas podem ser observadas, decorrentes da ação androgênica prolongada: o Virilização progressiva, com aumento da massa muscular e pelos corporais o Crescimento excessivo o Maturação óssea avançada o Desencadeamento de puberdade precoce gonadotrofina dependente (central) o Baixa estatura na vida adulta Diagnostico O diagnóstico bioquímico da 21OHD é realizado pela dosagem plasmática da 17-hidroxiprogesterona (17- OHP), o substrato da enzima 21-hidroxilase que se acumula nas crianças afetadas, além do aumento dos compostos androgênicos (androstenediona, testosterona). Na forma perdedora de sal, hiponatremia e hipercalemia são detectadas, além do aumento da atividade plasmática de renina. O diagnóstico da HAC deverá ser seguido de aconselhamento genético da família e acompanhamento das próximas gestações, para detecção e tratamento precoces de outras crianças acometidas. Tratamento O tratamento tem por objetivo suprir as deficiências hormonais. A reposição contínua de glico- e mineralocorticoides é eficaz na manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e no controle da produção excessiva de andrógenos, além de evitar a crise adrenal, preservando a altura final e a fertilidade. O tratamento precoce evita a desidratação grave e reduz o risco de morte. Além disso, as crianças do sexo feminino que se apresentarem com virilização da genitália externa são registradas com a informação correta do sexo. A correção cirúrgica da genitália deverá ser feita, sempre que necessária, preferencialmente entre dois e seis meses de vida. Deficiência de G6PD Etiologia É um defeito enzimático ligado ao cromossomo X, que leva a uma diminuição da quantidade da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) responsável por prevenir os danos nas células causados pelos radicais livres, sendo que os glóbulos vermelhos são especialmente sensíveis aos radicais livres. É comum nos negros, que pode resultar em hemólise após doença aguda ou ingestão de fármacos oxidantes (incluindo salicilatos e sulfonamidas). Incidência Estima-se cerca de 400 milhões de pessoas afetadas em todo o mundo. A prevalência varia de 5% a 25% em áreas endêmicas como a África, Oriente Médio, Ásia, Mediterrâneo e a Nova Guiné (Papua). Quadro clinico Fadiga, dor nas costas, anemia hemolítica, icterícia e colúria, porém a maioria dos indivíduos que possuem a mutação permanecem assintomáticos durante a maior parte da vida e descobrem esta deficiência enzimática após o uso de determinados fármacos, alimentos ou corantes. quando a deficiência é mais grave, a hemólise profunda pode causar hemoglobinúria e lesão renal aguda. Diagnostico Esfregaço periférico Teste de G6PD https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/les%C3%A3o-renal-aguda/les%C3%A3o-renal-aguda-lra https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-geniturin%C3%A1rios/les%C3%A3o-renal-aguda/les%C3%A3o-renal-aguda-lra Genética Humana | Camyla Duarte 6 Tratamento Evitar os gatilhos, suspender o fármaco ou substância deflagradora e prover medidas de suporte Ao longo da hemólise aguda, o tratamento é de suporte; as transfusões são raramente necessárias. Os pacientes são aconselhados a evitar fármacos ou substâncias que iniciem a hemólise. Deficiência de Biotinidase Etiologia Doença metabólica hereditária com expressão fenotípica variada, causada por alteração importante na atividade da enzima, com consequente defeito no metabolismo da biotina, ocasionando deficiência orgânica dessa vitamina. A biotina é uma vitamina do complexo B, hidrossolúvel, essencial ao organismo. Está diretamente envolvida em quatro importantes processos metabólicos: a gliconeogênese, a síntese de ácidos graxos, o catabolismo de vários aminoácidos de cadeia ramificada e a ativação das apocarboxilases, que possuem a propriedade de transportar grupos carboxílicos Duas são as ações da biotinidase no metabolismo da biotina: o Participa como cofator na reciclagem da biotina após sua utilização no metabolismo, aumentando a disponibilidade da vitamina para utilização celular. o É responsável por liberar a biotina dos alimentos. Neste caso, a deficiência de atividade causa graves transtornos na aquisição da vitamina por meio da alimentação. Incidência 1: 60.000 recém-nascidos vivos. Quadro clinico Alopecia, atraso no desenvolvimento, hipotonia muscular, crises epilépticas, rash cutâneo, infecções de pele, ataxia, conjuntivite, deficiência auditiva, letargia, problemas respiratórios, anormalidades visuais e neurológicas, dificuldades de alimentação, coma, diarreia e infecções fúngicas. Os achados menos frequentes, vistos em menos de 10% dos afetados, são hepatomegalia e esplenomegalia e problemas de linguagem. Em pacientes adultos são descritos também sonolência, alucinações e parestesias. Diagnostico É diagnosticada pela determinação da atividade da enzima biotinidase. Tratamento Feito pelo uso medicamentoso de biotina livre, pois o paciente afetado é incapaz de separar a vitamina que, nos alimentos, encontra-se ligada à proteína.
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