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Responsabilidade socioambiental - Unid 3

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Responsabilidade socioambiental como estratégia de gestão 
 
No mundo globalizado, as empresas têm se mostrado responsáveis pelo direcionamento 
da economia dos países ou de conjuntos de países. 
Entretanto, por muitos anos, o setor empresarial viveu uma realidade própria, em geral, 
desvinculada das questões sociais e ecológicas. Os modelos de produção não estavam em 
sintonia com as necessidades sociais e ambientais. 
No passado, uma das maiores dificuldades para que as empresas adotassem a gestão 
ambiental se baseava em uma ideia distorcida de que o investimento em meio ambiente 
não atraía lucros, fazendo com que os custos fossem repassados aos consumidores, 
resultando no aumento dos preços (COMINI et al., 2013). 
Em um contexto de intensas discussões sobre moral, ética e justiça, diversos paradigmas 
vêm sendo quebrados. Se a situação vem mudancdo, os resultados positivos podem ser 
entendidos, em grande parte, como consequência da intensa atuação das políticas sociais 
e ambientais formuladas a partir de dados científicos e apoiadas pela população. 
A aderência aos pressupostos das ações de responsabilidade socioambiental também 
resulta da percepção de que, ao investir no compromisso voluntário de um futuro 
sustentável, está-se agindo coerentemente com o mercado que migra em direção 
ao desenvolvimento sustentável e ao contínuo aumento de sua rentabilidade. 
Atualmente, sabe-se que as empresas que adotam práticas de responsabilidade 
socioambiental possuem benefícios como: redução dos custos, valorização da marca, 
transparência nas atividades, mais fidelização de clientes, melhor comunicação externa, 
melhor desempenho dos processos e dos empregados. 
A responsabilidade socioambiental empresarial se refere às ferramentas de gestão que 
analisam o cumprimento dos temas e que conduzem a empresa ao desenvolvimento 
sustentável. Empresas comprometidas com essa questão atendem a itens como: 
 Transformação em desempenho positivo das leis, regulamentos e normas de 
adesão voluntária às quais está sujeita; 
 Conhecimento e promoção voluntária e proativa de ações de desenvolvimento 
sustentável regional, nacional e internacional; 
 Possíveis danos ao meio ambiente e os impactos sociais causados por seus 
produtos, processos e instalações são previamente identificados; 
 Conhecimento antecipado de treinamentos e planos de evacuação em casos de 
emergência ambiental; 
 Conhecimento dos métodos de resposta em casos de prevenção ou mitigação dos 
impactos adversos; 
 Ciência, por parte da população local, do segmento da empresa e dos impactos, 
positivos e negativos, decorrentes da sua atuação na região; 
 Acessibilidade aos produtos e instalações. 
 
AÇÕES DE GESTÃO INTERNA 
As ações de responsabilidade social internas se relacionam aos investimentos em capital 
humano, saúde, segurança e reestruturação responsável, enquanto as ações 
de responsabilidade ambiental estão relacionadas à gestão dos recursos naturais 
utilizados nos processos produtivos com foco no uso consciente e de baixo impacto no 
planeta. 
Quando adotam esses aspectos, dá-se início à gestão de mudança que equilibra a 
competitividade, a lucratividade e o desenvolvimento sustentável. 
O investimento em capital humano tem seus fundamentos na valorização do profissional, 
proporcionando maior qualidade de vida. Ações que vão do recrutamento à aprendizagem 
ao longo da vida e à participação nos lucros formalizam o conceito do empregado como 
um colaborador. As ações de investimento em capital humano são: 
 Proibição de práticas discriminatórias; 
 Equilíbrio entre vida profissional, familiar e tempo livre; 
 Igualdade de contratação, remuneração e de carreira para as mulheres; 
 Regime de participação nos lucros e no capital; 
 Recrutamento responsável; 
 Contratação de pessoas oriundas de minorias étnicas, idosos e desempregados de 
longo prazo; 
 Estabelecimento de parcerias para implementação de programas de formação 
focada na melhoria do desempenho profissional. 
Os investimentos em saúde e em segurança do trabalho existem como uma obrigação 
prevista em lei. Como resultante dos movimentos socioambientais atuais, questões 
relacionadas à prevenção dos riscos à saúde e segurança passaram a ser de adesão 
voluntária, mais como um compromisso do que uma obrigação da empresa. Foram criados 
sistemas de gestão focados em práticas para o aprimoramento da saúde e segurança dos 
funcionários com certificados internacionais que valorizam a marca diante do mercado 
consumidor. 
As ações de reestruturação fazem parte dos processos de adaptação das empresas 
ao aprimoramento tecnológico, e resultam em redução de despesas, aumento de 
produtividade e melhora da qualidade dos produtos e serviços oferecidos aos clientes. Nas 
últimas décadas, por não considerarem as questões de responsabilidade social e 
ambiental, ações de reestruturação resultaram em demissões em massa, encerramento da 
atividade de unidades fabris e desmotivação dos funcionários. Na atualidade, sabe-se que a 
reestruturação consciente deve: 
 Elencar os interesses de todas as partes interessadas; 
 Informar e consultar as partes sobre a reestruturação; 
 Considerar o aperfeiçoamento do perfil profissional diante da reestruturação; 
 Identificar previamente possíveis riscos para a empresa e para os funcionários; 
 Salvaguardar e considerar os direitos dos trabalhadores; 
 Prever os custos diretos e indiretos; 
 Buscar estratégias e políticas alternativas que diminuam as demissões. 
A gestão do impacto ambiental e do uso dos recursos naturais é essencial para 
garantir o desenvolvimento sustentável. Além de ser lei, em muitos casos, deve ser visto 
como um compromisso com a sociedade atual e futura. A adoção de uma cultura 
organizaciona, com ações de responsabilidade socioambiental, tem se demonstrado 
repetidamente vantajosa no sentido de reduzir despesas energéticas e custos de matéria-
prima. Algumas empresas têm adotado ações como: 
 Redução do uso de fontes não renováveis de energia; 
 Inclusão de fontes de energia-limpa; 
 Redução do consumo de água e energia elétrica; 
 Utilização de materiais biodegradáveis em componentes e embalagens. 
AÇÕES DE GESTÃO EXTERNA 
 
É importante considerar que as empresas não são ambientes isolados que trabalham 
somente diante dos posicionamentos de acionistas e empregados, pelo contrário, 
dependem de agentes externos, como fornecedores, parceiros comerciais, autoridades 
públicas e clientes. 
Entende-se também como fator de influência externa o respeito aos direitos humanos e às 
preocupações com o meio ambiente. Nesse contexto, para promover a acumulação 
do capital social, as práticas de responsabilidade socioambiental devem abranger todas 
essas esferas, incluindo as peculiaridades da região e da comunidade local. Além disso, as 
multinacionais, os mercados globais e os perfis globalizados de consumo também devem 
ser levados em consideração. 
As empresas dependem muito do nível de desenvolvimento do local, da salubridade e da 
estabilidade das comunidades locais em que estão inseridas, bem como da opinião da 
população sobre sua reputação, pois refletem direta e indiretamente em sua 
competitividade e desempenho no mercado. A atuação de uma empresa pode mudar o 
perfil de uma região: 
 Recrutando pessoas excluídas socialmente; 
 Por meio de ações de melhoria da qualidade de vida, como por exemplo, 
financiando/patrocinando a formação de espaços de lazer comunitários; 
 Disponibilizando estruturas de cuidado à infância para filhos de trabalhadores; 
 Patrocinando eventos culturais e desportivos por meio de parcerias; 
 Por meio de ações de caridade a grupos de vulneráveis. 
 
As relações empresariais definem a complexidade dos processos e os custos, podendo, 
muitas vezes, definir a agilidade da entrega e a qualidade de produtos e serviços. Além 
disso, os clientes estão cada vez maisinterados sobre a cadeia produtiva dos produtos que 
consomem, sendo as relações empresariais questões que determinam a escolha pela 
compra ou não do produto. Assim, a escolha 
de parceiros comerciais e fornecedores deve considerar o desempenho e a reputação 
social e ambiental das empresas com as quais se mantém relações. 
Outra relação empresarial que pode refletir em ações de responsabilidade socioambiental 
está baseada no modo com que as grandes empresas se relacionam com as pequenas. Seja 
como fornecedora de matéria-prima, componentes ou terceirizando uma parte de sua 
produção, pequenas empresas sempre devem estar envolvidas em grandes negócios. O 
incentivo a pequenas empresas ou startups inovadoras e sustentáveis, por 
participações minoritárias ou preferência nas relações comerciais, são modos de exercer a 
responsabilidade socioambiental dentro de sua área de atuação pela promoção do espírito 
empresarial compromissado. 
Como parte da responsabilidade socioambiental empresarial, as empresas devem 
procurar fornecer, de modo ético, eficiente e ecológico, produtos e serviços que os 
seus clientes buscam. Vale ressaltar que a obtenção de lucros mais elevados é uma 
consequência da construção de relações duradouras entre empresas e seus clientes. 
É importante abordar a dimensão dos direitos humanos, uma vez que elenca fatores 
políticos, jurídicos e morais que regulam o bom desempenho de uma empresa. Os códigos 
de conduta impõem o cumprimento dos direitos humanos que devem ser executados de 
acordo com normas e padrões cuidadosamente elaborados. A verificação de conduta em 
relação ao cumprimento dos aspectos legais e sociais dos direitos humanos deve ser feita 
pelas autoridades públicas, pelos sindicatos e pelas organizações não governamentais 
(ONGs). Naturalmente, o equilíbrio entre os agentes de verificação e o cumprimento 
integral dos aspectos legais e sociais internos e externos pode aumentar a rentabilidade 
das empresas. 
No Brasil, tem-se o Programa Nacional dos Direitos Humanos instituído pelo Decreto n° 
7.037, de 21 de dezembro de 2009, e atualizado pelo Decreto n° 7.177, de 12 de maio de 
2010, que abrange os direitos humanos e as responsabilidades das empresas e deve ser 
utilizado como base para a definição dos parâmetros de atuação empresarial. 
A economia se refere aos recursos disponíveis e à sua disponibilidade e administração em 
escala regional ou global. É preciso ter a consciência de que a solução para a crise 
ambiental e social depende de um modelo de desenvolvimento econômico 
comprometido com a manutenção de relações harmônicas com o meio ambiente, 
garantindo sua conservação e refletindo em uma economia positiva. Logo, considerando o 
poder das empresas no desempenho econômico dos países, quanto maior o seu 
comprometimento com o meio ambiente, menores devem ser os riscos ambientais. 
PARADIGMA ECONÔMICO, SOCIAL E AMBIENTAL 
As instituições públicas zelam pelo que é de interesse coletivo da população por meio de 
normas, valores e regras. As instituições particulares possuem caráter privado uma vez 
que guardam os interesses individuais. 
Apesar das distinções entre instituições públicas e privadas, o meio ambiente, pelo 
fornecimento de recursos, e a sociedade, por meio da sua força de trabalho, além de 
estarem intimamente relacionados e possuírem caráter público, são as bases para a 
existência empresarial. Assim, pode-se dizer que as empresas se colocam como 
instituições públicas com função social, pois lidam subjetiva e materialmente com a 
sociedade e com o meio ambiente, que são de extrema importância para a humanidade e 
pauta internacional. 
Consequentemente, espera-se que as empresas possuam uma postura compromissada, 
que deve se espelhar nas questões econômicas, sociais e ambientais. Desse modo, devem 
exercer suas atividades com base nas três dimensões da sustentabilidade para que 
trabalhem em equilíbrio com as questões econômicas, sociais e ambientais. 
Por muitos anos, na economia capitalista, a obtenção de lucro se mostrou um dos 
principais meios para se estimar o sucesso empresarial. Decorre disso o fato de que, 
muitas vezes, as empresas se esquecem da ética e agem a partir de atos oportunistas. Os 
países se diferem quanto às leis sociais e ambientais que possuem, geralmente, refletindo 
seu grau de desenvolvimento. Um país em desenvolvimento pode se tornar menos atrativo 
para a permanência de empresas devido às leis sociais, fiscais ou ambientais que venham a 
promulgar. Diversas vezes é possível constatar que agir de acordo com o que as leis 
preconizam pode não ser suficiente para atender às expectativas da sociedade em relação 
às empresas. As relações entre países e instituições públicas e privadas devem ser 
fortalecidas para garantir a transparência das atividades empresariais. 
Diversas são as partes interessadas (stakeholders) que afetam e são afetadas, 
influenciam e são influenciadas pelas empresas e que, muitas vezes, possuem interesses 
conflitantes entre si e em relação à empresa (Diagrama 1). É importante entender que 
buscar o melhor para si não resulta em atingir o melhor para todos, então, as partes 
interessadas devem atuar de modo que se equilibrem, considerando os três pilares da 
sustentabilidade. 
Atualmente, sabe-se a importância do 
desenvolvimento sustentável para garantir 
melhor qualidade de vida para a população e 
um futuro sustentável para as gerações 
seguintes. A atuação empresarial, nesse 
contexto, deve agir ativamente e em 
articulação com projetos que evitem a crise 
social e ética de paradigmas econômicos, 
sociais e ambientais. 
EMPRESA SUSTENTÁVEL 
 
Segundo Carroll (1979), a responsabilidade social das empresas compreende as 
expectativas econômicas, legais, éticas e discricionárias que a sociedade tem em relação às 
organizações em um determinado período. 
Uma empresa responsável socioambientalmente deve ter como objetivo 
o desenvolvimento sustentável e, por meio dele, exercer, em suas relações internas e 
externas, o cumprimento das questões legais e o posicionamento ético de modo integrado, 
considerando todas as expectativas das partes interessadas. 
Sempre haverá dificuldades para implantar as práticas de responsabilidade 
socioambiental, já que envolvem uma diversidade de questões que se traduzem em 
direitos, obrigações e expectativas de diferentes públicos, internos e externos à empresa 
(BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016). 
Todavia, no Brasil, a Constituição Federal definiu que as empresas devem observar os 
seguintes princípios: 
 Soberania nacional; 
 Propriedade privada; 
 Função social da propriedade; 
 Livre concorrência; 
 Defesa do consumidor; 
 Defesa do meio ambiente; 
 Redução das desigualdades regionais e sociais; 
 Busca do pleno emprego; 
 Tratamento favorecido para empresas de pequeno porte que tenham sua sede e 
administração no País. 
Desse modo, a Constituição Federal brasileira traz à tona a ideia de desenvolvimento 
sustentável, colocando-o como uma das razões para a limitação da atuação de uma 
empresa quando ameaça o uso racional dos recursos. 
Empresas sustentáveis não esperam que leis ambientais sejam elaboradas pelos países, e 
sim pensamglobalmente e agem localmente, adotando as três dimensões da 
sustentabilidade em suas atividades (Diagrama 2). Essas três dimensões abrangem a 
sustentabilidade econômica, social e ambiental, mas também abarca questões de: 
Sustentabilidade espacial: Referente a uma configuração rural-urbana equilibrada, que 
avalia soluções para os assentamentos humanos. 
Sustentabilidade cultural: Referente ao respeito pela pluralidade apropriada à cultura 
local. 
Sustentabilidade política: Ressalta a necessidade de processos democráticos 
consolidados. 
Sustentabilidade institucional: Relacionada à atividade pública e às suas relações com 
outras instâncias da sociedade. 
 
 
MODELOS DE GESTÃO AMBIENTAL 
O triple bottom line(resultado triplo) é um modelo de gestão empresarial criado a partir 
das dimensões da sustentabilidade, e possui como pressuposto básico que a 
responsabilidade social das empresas deve contribuir para a superação das crises 
socioambientais. 
Esse modelo propõe uma abordagem em que todas as formas de capital sejam favorecidas 
ao longo do tempo por meio de uma gestão econômica, social e ambiental responsável. 
No modelo tradicional, as empresas obtêm aumento de valor de mercado com geração de 
lucro líquido e consequente aumento da riqueza dos acionistas. Na esfera econômica do 
tripé da sustentabilidade, as empresas também obtêm desempenho financeiro positivo, 
mas consideram os custos sociais e ambientais envolvidos em seus processos. Na esfera 
social, o capital social que estão construindo deve ser considerado e seu conhecimento 
vislumbrado como fator de competitividade. Na esfera ambiental, o diferencial desse 
modelo está na obtenção de lucro líquido ambiental por meio da adoção do conceito de 
capital natural baseado no modo como a empresa lida com a manutenção dos recursos 
naturais e os serviços ambientais. 
A partir do modelo triple bottom line, 
desenvolveram-se os 3 Ps – profit, 
people e planet (lucro, pessoas e planeta), cuja 
aplicação está restrita às empresas, à medida que 
se associa a dimensão econômica ao lucro, 
conforme ilustra a Figura 1 (BARBIERI; 
CAJAZEIRA, 2016). 
 
GESTÃO E AS POLÍTICAS SOCIOAMBIENTAIS 
Vale ressaltar que o processo de globalização e a economia baseada no consumismo e 
descarte rápido de produtos têm aquecido os mercados globais, entretanto, não caminham 
. em sincronia com as questões ambientais
Cientes dos danos, provavelmente irreversíveis, os consumidores e as organizações não 
governamentais têm cobrado uma postura ética das empresas, exercendo diversas ações 
socioambientais. As empresas têm o compromisso de considerar as questões relativas à 
sustentabilidade regional e global propostas pelas partes que as compõem para, então, 
buscar soluções cabíveis. Nesse contexto, a intervenção governamental como agente 
regulamentador das ações do setor privado na construção de ações socioambientais é 
indispensável. Partindo desse pressuposto, as políticas públicas socioambientais atuam no 
sentido de dar legitimidade e efetividade às questões ambientais, fornecendo orientação, 
auxiliando no planejamento e realizando o monitoramento das ações e atividades 
desenvolvidas. 
Segundo Appio (2005), as políticas públicas podem ser definidas como os instrumentos de 
execução de programas políticos baseados na intervenção estatal na sociedade com a 
finalidade de garantir a igualdade de oportunidade entre os cidadãos, tendo por escopo 
assegurar as condições materiais de uma existência digna a todos. Essas políticas são 
promovidas por meio da criação de planos e programas elaborados pelo Estado, mas com 
a participação das esferas públicas e privadas para garantir um processo totalmente 
democrático. Os planos determinam prioridades, objetivos e períodos para execução, já os 
programas são compostos por ações e atividades para o estabelecimento de questões de 
interesse público. As atividades têm papel de instaurar as ações, ou seja, torná-las reais e 
efetivas. 
EXEMPLIFICANDO 
Quando falamos em meio ambiente, o foco dos planos e/ou programas estatais é a contenção 
da crise ambiental. Como exemplo, pode-se citar o Plano de Ação para Produção e Consumo 
Sustentáveis (PPCS). Trata-se de um documento-base das ações de governo, do setor 
produtivo e da sociedade que direcionam o Brasil para padrões mais sustentáveis. 
A atuação nacional se fortaleceu, em 1981, com a criação do Programa Nacional do Meio 
Ambiente (PNMA) e do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA). O SISNAMA é a 
estrutura adotada para a gestão ambiental no Brasil, em que o meio ambiente é 
caracterizado como patrimônio público da humanidade, devendo ser protegido por e para 
todos, considerando os cidadãos de hoje e as gerações futuras. O SISNAMA tem como 
órgão consultivo e deliberativo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e é 
representado pelos órgãos municipais, estaduais e federais, pela sociedade civil e pelo 
setor empresarial. O CONAMA, por meio de suas resoluções, define critérios, estabelece 
procedimentos e parâmetros técnicos, altera resoluções antigas e têm diversos modos de 
atuação na área ambiental. Inclui também os Estudos de Impactos Ambientais (EIA) e 
o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) que foram incluídos pela PNMA como 
instrumentos de política ambiental e são obrigatórios e prévios a qualquer projeto que 
venha a causar impactos no meio ambiente. 
O EIA é um estudo meramente técnico, elaborado de modo imparcial, de avaliação das 
consequências e danos ambientais para determinado projeto (industrial, residencial, 
comercial etc.) e aponta quais procedimentos devem ser utilizados para que o projeto seja 
executado em harmonia com o meio ambiente. Trata-se de um documento extremamente 
importante para o desenvolvimento sustentável, pois auxilia na prevenção e mitigação dos 
impactos negativos ao meio ambiente. 
O RIMA é um relatório técnico conclusivo de impacto ambiental do EIA que contém os 
levantamentos e as conclusões pelo qual o órgão público designado deve analisar e 
conceder ou não a licença ao projeto a ser executado. 
As resoluções do CONAMA fornecem as diretrizes gerais para a elaboração do EIA e do 
RIMA, bem como as atividades técnicas mínimas que precisam ser cumpridas em relação 
ao diagnóstico, previsão, análise, acompanhamento e monitoramento ambiental do local 
de estudo. 
PRINCÍPIOS, CÓDIGOS E REGULAMENTOS DAS POLÍTICAS SOCIOAMBIENTAIS 
EMPRESARIAIS 
A difusão da responsabilidade socioambiental empresarial ocorre pela adoção de 
instrumentos norteadores e por um conjunto de códigos e normas elaborados, levando em 
consideração os aspectos estratégicos da empresa. 
Esses instrumentos e normas devem ser implementados desde o início da organização 
para que resultem em desempenho positivo. A elaboração ou reformulação de aspectos 
estratégicos, como a definição da visão, valores e missão devem ser baseados em 
instrumentos norteadores mundialmente conhecidos, tais como: 
 Direitos Humanos; 
 Agenda 21; 
 Protocolo de Quioto; 
 Declaração sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento; 
 Carta da Terra; 
 Pacto Global; 
 Agenda 2030; 
 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 
Os códigos e regulamentos são instrumentos socioambientais empresariais que devem ser 
construídos considerando os aspectos estratégicos políticos, os aspectos relacionados aos 
recursos e os perfis liderança. Os códigos e normas fornecem recomendações para ações 
focadas, como as convenções da Organização Internacional do Trabalho, a Organização 
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e o combate à corrupção. 
As convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) fornecem códigos e 
normas considerando a estrutura tripartite que envolve empregadores, empregados e 
governos. As convenções e recomendações da OIT são voltadas para as relações de 
trabalho de qualquer organização, inclusive estatais (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016) 
(Quadro 1). 
 
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) possui 
diretrizes para grandes empresas que compõem um código de conduta sobre diversas 
questões empresariais nas áreas sociais, econômicas e ambientais. Entre as diretrizes 
básicas mais importantes, pode-se destacar as que abordam: 
 As relações de emprego; 
 As publicações de informações; 
 Os cuidados com o meio ambiente; 
 O combate à corrupção; 
 O atendimento aos interesses dos consumidores; 
 O desenvolvimento científico e tecnológico; 
 As boas práticas de governança corporativa; 
 As boas práticas de concorrência. 
O combate à corrupção está associado a atos ética e moralmente condenáveis, 
praticados, principalmente,por quem ocupa posições de destaque nas relações 
hierárquicas de instituições públicas e privadas. A corrupção praticada pelas instituições é 
um tema atual e contrário às práticas de responsabilidade socioambientais, que pode 
resultar em danos ambientais e impactos sociais irreversíveis. São exemplos de práticas de 
corrupção: 
 Coagir física ou moralmente para a prática de ações ilegais ou eticamente 
contrárias aos ideais do coagido; 
 Lavagem de dinheiro; 
 Suborno de agentes fiscalizadores; 
 Fraudar laudos ou perícias técnicas; 
 Burlar leis praticando obstrução à justiça ou conluios entre empresas. 
Deve-se considerar também os aspectos operacionais que causam impactos econômicos, 
ambientais e sociais. Considerando a formação ou a reestruturação de uma empresa, esses 
aspectos devem ser construídos por meio de procedimentos operacionais padrão (POPs) 
de uma cultura organizacional com processos bem definidos, por normas ISO e relatórios 
de desempenho que considerem as ações de responsabilidade socioambiental. 
INDICADORES, CERTIFICAÇÕES, TECNOLOGIAS E INSTRUMENTOS DE GESTÃO 
A sobrevivência e o sucesso de uma organização estão diretamente relacionados à sua 
capacidade de atender às necessidades e expectativas dos proprietários, dos clientes e da 
sociedade. 
De acordo com a ABNT (2012), uma vez que as decisões e atividades têm impacto 
ambiental, ações entre organizações públicas ou privadas e o meio ambiente devem atuar 
no sentido de reduzi-los, sendo conveniente que a organização adote uma abordagem 
integrada que considere as implicações econômicas, sociais, na saúde e no meio ambiente 
de suas decisões e atividades, direta e indiretamente. 
Muito se tem trabalhado ao longo das últimas décadas para garantir que as práticas de 
responsabilidade socioambiental sejam exercidas pelas empresas e para que estejam 
alinhadas ao conceito de desenvolvimento sustentável. 
As práticas de responsabilidade socioambiental reestruturam a cultura organizacional das 
empresas, influenciando as diversas instâncias da gestão empresarial, tais como: a gestão 
financeira, o marketing, a produção, a gestão de pessoas, a logística e o desenvolvimento 
de produtos. 
Desse modo, é importante entender melhor os indicadores, certificações, tecnologias e 
instrumentos de gestão que podem ser adotados pelas empresas em busca de um 
desempenho ambiental eficiente. 
FONTES DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA 
O ciclo PDCA (plan, do, check, act, ou seja, planejar, fazer, verificar e agir) busca a melhoria 
contínua dos processos das organizações (Diagrama 3). Questões sobre como adotar 
novos ou como fazer a melhoria de processos já existentes buscando um melhor 
desempenho socioambiental podem ser resolvidas a partir dessa técnica. 
 
Esse ciclo garante dois tipos de ações corretivas: 
Ação corretiva temporária: Busca a resolução do problema já instaurado; 
Ação corretiva permanente: Consiste na investigação e eliminação das causas e, 
portanto, visa a sustentabilidade do processo. 
A ideia do ciclo PDCA é realizar o planejamento, estabelecendo claramente os objetivos e 
as metas para que as ações sejam programadas com embasamento. Além disso, descreve 
os processos que envolvem o problema para entendê-lo e para identificar as áreas para 
melhorias. Para isso, a utilização de fluxogramas e mapas dos processos é importante. 
Muitas ferramentas estão disponíveis para coletar e interpretar dados, como histogramas, 
gráficos de execução, de dispersão e de controle. 
Compreendido o cenário atual, deve-se implementar o programa estabelecido, 
promovendo a organização e o treinamento de funcionários e/ou parceiros. As soluções 
decididas devem ser implementadas individualmente. É importante que os responsáveis 
se certifiquem de que todas as etapas foram totalmente compreendidas. 
A fase de verificação é caracterizada por uma aprendizagem significativa. Há a 
oportunidade de desenvolver planos atualizados, elevando o processo a novos patamares, 
em vez de simplesmente consertar o que deu errado na fase anterior. Se os resultados 
forem negativos, o trabalho de melhoria deve recomeçar na fase de planejamento, pois, 
caso contrário, as soluções testadas passam para a fase de ação. A verificação deve ser 
feita continuamente pelo monitoramento e elaboração de relatórios que evidenciem com 
clareza os resultados alcançados. 
A atuação deve promover a melhoria contínua. Uma vez que o ciclo atingiu essa etapa, as 
soluções são preparadas para implementação final e, possivelmente, para adoção por 
outros setores da organização. Nessa etapa, deve-se adotar normas e certificações para 
reconhecimento nacional e internacional das melhorias realizadas, e, para manter a 
melhoria é preciso repetir o ciclo continuamente. 
A NORMA ISO 26000 
 
A obtenção de certificados pelo atendimento de padrões técnicos sobre produtos, 
processos produtivos, métodos e ensaios é um grande diferencial para as empresas. 
Em alguns casos, a norma que fornece o certificado é tão importante que se torna uma lei. 
Criada em 1947 e mais conhecida por sua sigla ISO, a principal organização de 
normalização é a International Organization for Standardization. O objetivo da ISO é 
desenvolver padrões e atividades para facilitar as trocas de bens e serviços no mercado 
internacional e promover a cooperação entre os países nas esferas científicas, tecnológicas 
e produtivas (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2016). 
As normas de gestão da ISO se aplicam a qualquer organização, pois não são normas de 
conteúdo, mas de procedimentos que podem se adequar ao segmento da empresa que a 
adota. Todas elas adotam o ciclo PDCA para melhoria contínua dos processos. A 
certificação requer auditorias periódicas de avaliação. 
A ISO possui normas adotadas mundialmente, entre as mais importantes estão as 
séries ISO 9000, de gestão da qualidade, e a ISO 14000, sobre sistemas de gestão 
ambiental. 
A norma ISO 26000 foi desenvolvida para organizações que querem adotar um sistema de 
gestão focado em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável. Por fazer uso de 
termos como “pode” ou “convém que” em seu texto, pode-se dizer que é uma norma-guia 
não certificável que busca, por meio de suas diretrizes, mais fazer indicações e 
recomendações do que exigir ou tornar algo obrigatório. 
A norma ISO 26000 aborda sete temas centrais voltados para a responsabilidade social 
das organizações: 
 Governança organizacional; 
 Direitos humanos; 
 Direitos humanos; 
 Meio ambiente; 
 Práticas leais de operação; 
 Questões relativas aos consumidores; 
 Envolvimento e desenvolvimento da comunidade. 
Essa norma elenca princípios específicos associados ao meio ambiente, que discutem 
quatro questões centrais definidas por uma descrição de expectativas relacionadas ao 
desenvolvimento sustentável, sendo: 
Princípio da responsabilidade ambiental: Além de cumprir leis vigentes, convém que a 
organização assuma a responsabilidade pelos impactos ambientais causados por suas 
atividades ao meio ambiente em geral; convém que não deixe de atuar em busca de 
desempenho positivo, mas que, para isso, reconheça seus limites ecológicos; 
Princípio da precaução: Onde houver ameaças de danos graves ou irreversíveis ao meio 
ambiente ou à saúde humana, convém que não se utilize da falta de certeza científica para 
postergar o uso de medidas eficazes que impeçam a degradação ambiental ou danos à 
saúde humana em função dos custos. Convém que a organização considere os custos e 
benefícios de longo prazo e não somente os custos de curto prazo de uma medida; 
Gestão de risco ambiental: Convém que programas sejam utilizados pelas organizações a 
partir de uma perspectiva baseada em riscos e na sustentabilidade, para avaliar, evitar, 
reduzir e mitigar riscos e impactos ambientais de suas atividades. Convém que sejam 
elaboradas e aplicadas atividades de conscientização, além de procedimentos de respostaa emergências, bem como meios de divulgar informações sobre incidentes ambientais e 
para reduzir e mitigar impactos ambientais na saúde e na segurança, causados por 
acidentes; 
Poluidor pagador: De acordo com a extensão do impacto ambiental na sociedade, convém 
que a organização arque com os custos da poluição causada por suas atividades e 
providencie as ações corretivas, totalmente ou à medida que a poluição se adeque aos 
níveis permitidos. O custo da poluição e a quantificação dos benefícios econômicos e 
ambientais da prevenção devem ser internalizados pelas organizações. 
Desse modo, as empresas devem considerar o emprego da gestão ambiental seguindo 
abordagens estratégicas, como: ciclo de vida de produtos, avaliação de impacto ambiental, 
produção mais limpa e ecoeficiência, abordagem por sistemas de produto-serviço, uso de 
tecnologias e práticas ambientalmente saudáveis, práticas de compras sustentáveis 
(priorizar produtos ou serviços com impactos minimizados e fazer uso de sistemas de 
rotulagem confiáveis) e aprendizagem e conscientização. 
O Quadro 2 destaca as principais questões abordadas pela ISO 26000. 
 
Se a organização elaborou e mantém um sistema de gestão ambiental seguindo os 
requisitos da norma ISO 14001, deve haver grandes chances dos princípios da norma ISO 
26000 terem sido atendidos, principalmente o princípio da gestão do risco ambiental. A 
série ISO 14001 possui normas de gestão ambiental que permitem que a empresa pratique 
ideias de mitigação dos possíveis danos ambientais decorrentes de sua atividade, 
objetivando se tornar sustentável no curto e no longo prazo. A norma ISO 14001 
estabelece práticas de responsabilidade ambiental como: 
 
 Implementação de um sistema de gestão ambiental; 
 Rotulagem ambiental; 
 Análise de desempenho ambiental; 
 Análise de ciclo de vida; 
 Integração de aspectos ambientais no projeto e desenvolvimento de produtos; 
 Comunicação ambiental; 
 Mitigação das mudanças climáticas. 
 
INDICADORES E ÍNDICES DE SUSTENTABILIDADE 
Os indicadores e índices podem ser usados para avaliar o desempenho em relação aos 
objetivos do desenvolvimento sustentável e compará-lo entre cidades, países, blocos 
e organizações públicas e privadas. econômicos 
Sendo que estimam se as instituições estão crescendo econômica e ambientalmente de 
acordo com o objetivo proposto. 
Os indicadores são compostos por parâmetros ou valores, analisados em grupos ou 
isoladamente a partir de estratégias de gestão definidas antecipadamente. A partir dos 
indicadores são avaliadas as condições do sistema de gestão e se a estratégia adotada 
previamente está gerando resultados. Desse modo, são importantes por informarem às 
partes interessadas sobre o desempenho positivo ou negativo em uma determinada 
questão. 
Nesse sentido, indicadores que avaliam os resultados das ações de responsabilidade 
socioambiental empresarial capturam e antecipam tendências para informar os tomadores 
de decisão, assim como orientam o desenvolvimento e o monitoramento de políticas e 
estratégias. Os indicadores do desenvolvimento sustentável (indicadores de 
sustentabilidade) informam se o desempenho da empresa está ocorrendo em harmonia 
com o meio ambiente e têm papel importante no monitoramento, na avaliação e na 
efetivação do desenvolvimento sustentável. Os indicadores de sustentabilidade analisam 
se o impacto ambiental gerado por uma empresa permite que o planeta seja resiliente. 
 Os indicadores ambientais devem ser: 
 Comparáveis: Devem permitir comparações e mostrar as mudanças ocorridas; 
 Equilibrados: Devem distinguir o mau e o bom desempenho; 
 Contínuos: Devem ser formulados a partir de critérios similares e considerar 
períodos comparáveis; 
 Temporais: Devem ser revistos regularmente para permitir o uso de medidas 
atualizadas; 
 Claros: Devem ser de fácil compreensão. 
Os indicadores de desenvolvimento sustentável do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE) são exemplos importantes para mostrar o grau de desenvolvimento 
sustentável no Brasil. O IBGE analisa indicadores de sustentabilidade considerando as três 
dimensões da sustentabilidade, dos quais destacam-se: 
Concentrações de poluentes no ar e em áreas urbanas; 
 Queimadas e incêndios florestais; 
 População residente em áreas costeiras; 
 Acesso a tratamento de esgoto; 
 Espécies extintas ou em risco; 
 Crescimento populacional; 
 Mortalidade infantil; 
 Consumo de energia per capita. 
DICA 
No Brasil, a construção de indicadores de desenvolvimento sustentável se integra ao 
conjunto de esforços para concretização das ideias e princípios formulados na Conferência 
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992. 
É importante conhecer as diversas informações sobre como estamos trabalhando rumo ao 
 desenvolvimento sustentável. O documento é interativo e de acesso gratuito.
Para a formulação de indicadores de desenvolvimento sustentável empresarial, pode-se 
citar os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis, criados pelo 
Instituto Ethos. A ferramenta elabora indicadores a partir de um questionário e tem como 
foco avaliar o grau de incorporação da sustentabilidade e da responsabilidade social aos 
negócios, auxiliando na definição de estratégias, políticas e processos. Trata-se de uma 
ferramenta gratuita de aprendizagem, avaliação e monitoramento das ações de 
responsabilidade socioambiental, estruturada em temas e subtemas com um questionário 
agrupado em dimensões baseadas na norma ISO 26000. 
Os indicadores são diferentes dos índices. Os índices são feitos da junção de um conjunto 
de indicadores e são instrumentos de tomada de decisão e previsão, pois permitem 
conhecer o endividamento e os riscos associados para os investimento e funcionam como 
um retrato das condições da empresa, refletindo sua saúde econômica, social e ambiental. 
Como exemplo, pode-se citar o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), que é uma 
ferramenta de análise comparativa do desempenho nas ações de sustentabilidade das 
empresas constantes das listas da B3 (Brasil Bolsa Balcão) sob o aspecto da 
sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, 
justiça social e governança corporativa. O ISE B3 está fundamentado na eficiência 
econômica e na equidade ambiental, além de possuir transparência em seus processos, 
uma vez que também possui fundamentos na governança coorporativa e na promoção da 
justiça social. Atualmente, o ISE B3 se caracteriza como um norteador para os fundos de 
investimento e valoriza as empresas de capital aberto ao lidar com uma questão tão 
demandada pela sociedade atual. 
DICA 
atual Entenda o que é, conheça sua missão, fundamentos, objetivos estratégicos e a versão 
do Questionário ISE B3. 
Muitas empresas prestadoras de serviços estratégicos fazem a análise dos índices de 
sustentabilidade por meio de softwares de gestão de indicadores ambientais, por 
plataformas de análise de vulnerabilidade e licenciamento ambiental, auxiliando na 
adoção de programas e selos ambientais. Infelizmente, na maioria das vezes, tais serviços 
estão disponíveis somente para empresas de grande porte devido ao seu alto custo. 
TECNOLOGIAS RESULTANTES DA GESTÃO AMBIENTAL 
A adoção de práticas de responsabilidade socioambiental nas estratégias de gestão 
empresarial tem permitido, se não exigido, o desenvolvimento de tecnologias inovadora 
tanto na produção de bens quanto na prevenção de impactos negativos ao meio ambiente. 
Tais tecnologias estão disponíveis em diversos segmentos empresariais e, em geral, são 
resultado de demandas dos clientes. Pode-se afirmar que, na atualidade, para ser 
considerado um bom processo ou produto não basta ser eficiente industrialmente, 
também há a necessidade de ser eficiente ambientalmente. 
Algumas tecnologias com melhor desempenho ambiental já devem estar presentes noseu 
dia a dia. O Quadro 3 destaca alguns exemplos. 
Tecnologias industriais que resultam na 
redução do consumo de água ou da queima de 
biomassa, que reduzam a geração de resíduos 
ou que aumentem a eficiência dos processos 
de tratamento de efluentes, bem como que 
resultam em produtos com menor utilização 
de elementos tóxicos ou de fontes não 
renováveis têm sido foco dos setores de 
pesquisa e desenvolvimento de empresas e de 
instituições de pesquisa, pois trazem 
benefícios econômicos e ambientais. 
MARKETING AMBIENTAL 
O marketing ambiental ou marketing verde é uma estratégia adotada para promover a 
divulgação e aumentar as vendas de produtos e serviços que tenham bases 
ambientalmente corretas. Por meio dele é possível vincular uma marca, produto ou 
serviço a uma imagem ecologicamente correta. 
Os produtos e serviços passíveis do marketing ambiental devem ser resultado de um 
impacto ambiental mínimo, tanto ao se considerar os elementos que compõem o produto 
quanto os que estão relacionados ao seu processo produtivo. 
Diante da crescente demanda por práticas de sustentabilidade, o marketing ambiental 
pode trazer às empresas vantagens competitivas, o recrutamento de novos clientes e a 
garantia de sua sobrevivência no mercado. 
Existem quatro pilares elaborados para que as empresas possam aplicar o marketing 
ambiental em seus produtos ou serviços de modo sustentável: 
 Ser ecologicamente correto; 
 Ser economicamente viável; 
 Ser socialmente justo; 
 Ser culturalmente aceito. 
 
TENDÊNCIAS MUNDIAIS SOBRE O PERFIL DO CONSUMIDOR 
 
Na maioria dos países, a preocupação com o meio ambiente cresceu. 
Questões sobre o uso de fontes de energia renováveis, sobre o desmatamento, as 
mudanças climáticas e a poluição atmosférica são apontadas como os maiores problemas 
ambientais da atualidade. 
Os consumidores, de modo geral, consideram importante comprar produtos e serviços de 
empresas que respeitam o meio ambiente, mas quando são questionadas sobre o que é 
importante para decidir consumir de uma empresa, preocupações básicas relacionadas a 
custo-benefício são listadas antes de questões sobre responsabilidade socioambiental e 
produtos ambientalmente corretos. Preço bom, qualidade, confiabilidade e atendimento 
ao cliente estão entre os atributos empresariais mais importantes entre os consumidores. 
Essas respostas indicam que, de acordo com o posicionamento dos clientes, as empresas 
não devem sacrificar os fundamentos da marca para as questões ambientais, entretanto, 
devem manter um equilíbrio entre os atributos desejados e o compromisso com o 
desenvolvimento sustentável. 
Em geral, consumidores estão dispostos a comprar mais produtos ambientalmente 
corretos e a pagar até 10% a mais para produtos ecológicos, mas muitos relatam 
problemas que prejudicam a compra, como a rotulagem confusa ou não confiável, preço 
muito discrepante quando comparados aos produtos não verdes, falta de disponibilidade e 
pouca variedade. 
Os consumidores de produtos ambientalmente corretos procuram produtos que usem 
menos embalagens plásticas, e sim biodegradáveis ou recicláveis; além disso, apoiam-se 
nas informações presentes nas embalagens e em certificações para decidir sobre qual 
produto comprar. 
INICIATIVAS DE MARKETING AMBIENTAL 
É necessário que as empresas realizem a divulgação de ações de marketing ambiental aos 
seus clientes somente depois de realmente adotarem uma postura ambientalmente 
correta em sua cultura organizacional, por meio de ações de responsabilidade 
socioambiental. 
Para fazer propagandas sobre essa postura ambientalmente correta, as pequenas e 
grandes empresas podem: 
 Adotar os 3 Rs da sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar; 
 Incorporar os 4 Ss: aceitação social, satisfação do consumidor, segurança e 
sustentabilidade; 
 Usar selos verdes (certificação ambiental) para legitimar o posicionamento da 
empresa; 
 Participar de programas de promoção dos três pilares da sustentabilidade; 
 Escolher fornecedores e parceiros ecologicamente corretos. 
Empresas conhecidas no mundo todo têm adotado iniciativas ambientais e divulgado suas 
ações em todos os meios de comunicação disponíveis, sendo exemplos de destaque: 
Microsoft: Já foi eleita a empresa mais sustentável do mundo. Desenvolveu, por exemplo, 
um sistema de inteligência artificial para combater o aquecimento global; 
Coca-cola: Em 2012, mudou a cor das latas e rótulos para conscientizar a sociedade sobre 
a necessidade proteção dos ursos polares, um dos personagens símbolos da marca; 
Nike: Criou o Making App para inspirar designers de moda a trabalhar com materiais 
ecológicos a partir de seus produtos; 
Toyota: Desenvolveu o Prius, o primeiro veículo híbrido do mundo.

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