Buscar

Educação Cristã e Ensino Religioso

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 359 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 359 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 359 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO 
CRISTÃ E ENSINO 
RELIGIOSO
Professor Dr. Hermisten Maia Pereira da Costa
Professora Me. Karla Seule 
Revisor Técnico: Lissânder Dias do Amaral
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; COSTA, Hermisten Maia Pereira da; SEULE, Karla. 
 
 Educação Cristã e Ensino Religioso. Hermisten Maia Pereira 
da Costa; Karla Seule. 
 Maringá-Pr.: Unicesumar, 2018. 
 359 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Ensino. 2. Religioso . 3. Cristão 4. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 268
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por: 
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Executiva de Ensino
Janes Fidélis Tomelin
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Operações
Chrystiano Minco�
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais
Nádila Toledo
Supervisão Operacional de Ensino
Luiz Arthur Sanglard
Coordenador de Conteúdo
Roney de Carvalho Luiz
Designer Educacional
Amanda Peçanha Dos Santos
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Ana Eliza Martins
Qualidade Textual
Cintia Prezoto Ferreira
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu-
nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de 
alcançar um nível de desenvolvimento compatível com 
os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica 
e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con-
tribuindo no processo educacional, complementando 
sua formação profissional, desenvolvendo competên-
cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em 
situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado 
de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal 
objetivo “provocar uma aproximação entre você e o 
conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento 
da autonomia em busca dos conhecimentos necessá-
rios para a sua formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns 
e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis-
cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe 
de professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
A
U
TO
RE
S
Professor Dr. Hermisten Maia Pereira da Costa
Possui Doutorado em Ciências da Religião pela Universidade Metodista 
de São Paulo (2003) e Mestrado em Ciências da Religião pela Universidade 
Metodista de São Paulo (1999). Possui as seguintes especializações lato sensu 
feitas na Universidade Presbiteriana Mackenzie: Educação (1994); Didática do 
Ensino Superior (1993); Administração com Ênfase em Recursos Humanos 
(1993); Estudos de Problemas Brasileiros (1992). Especialização em História 
do século XX no Brasil pela FAI (1995). Pussui graduação em Pedagogia 
pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1993), graduação em Filosofia 
pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1983), graduação em 
Teologia – Seminário Presbiteriano do Sul (1979). Atualmente, é professor do 
Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição; professor do Centro 
Universitário de Maringá e Professor Adjunto II da Universidade Presbiteriana 
Mackenzie. Sendo professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação 
Andrew Jumper, São Paulo; professor visitante no Seminário Teológico 
Presbiteriano Rev. Manuel Ibáñez Guzmán, Santiago, Chile.
Link Lattes: <http://lattes.cnpq.br/3719074080758146>.
Professora Me. Karla Katherine de Souza Seule
Mestre em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Especialista 
em Gestão Escolar pela Universidade do Centro-Oeste (UNICENTRO) e 
Graduada em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). 
Tem experiência na área de História e Educação, com ênfase em: História 
Moderna, atuando principalmente nos seguintes temas, Império Português 
na Ásia, Companhia de Jesus; Ensino, atuando principalmente nos temas de 
Metodologias do Ensino de História, Tecnologias na Educação e Didática. 
Atualmente, é professora da Educação Básica no Quadro Próprio do 
Magistério do Estado do Paraná. 
Link Lattes: <http://lattes.cnpq.br/7747313264755696>. 
SEJA BEM-VINDO(A)!
Caro(a) aluno(a),
Bem-vindo à fascinante jornada da educação. Dedique-se com afinco na leitura, 
observação e reflexão deste livro e você mergulhará em um conteúdo que não so-
mente informa e ensina, mas também desafia seu leitor a repensar seu papel como 
educador cristão.
As palavras “Educação” e “Educar” provêm do latim “Educare”, palavra esta aparentada 
com ducere, “conduzir”, “levar”, e educere, “tirar de”, “retirar”, “criar”. Educare tem o sentido 
de “criar”, “alimentar”, “ter cuidado com”, “instruir”. O homem é um ser educável. Ninguém 
consegue escapar à educação, ela está em todaparte. Sendo intencional ou não, so-
mos bombardeados com informações e valores que contribuem para nos dar uma nova 
cosmovisão e delinear o nosso comportamento, conforme a assunção consciente ou 
inconsciente de valores e paradigmas que reforçam ou substituem os anteriormente 
aprendidos, manifestando-se em nossas atitudes e uma nova perspectiva da realidade 
que nos circunda. O conhecimento, seja em que nível for, não ocorre num vácuo assép-
tico conceitual quer seja religioso, quer filosófico, quer cultural.
Por trás desse ardor pedagógico e social herdado da Reforma Protestante estava um 
firme fundamento teológico. Essa perspectiva amparava-se num conceito de Deus, 
do homem e de qual o propósito do homem nesta vida. A educação cristã, portanto, 
visava preparar o ser humano para melhor servir a Deus na sociedade, a fim de que 
Deus fosse glorificado. 
Este material está dividido em cinco unidades:
A Unidade I, “Significado da Educação e Bases da Educação Cristã”, abordará o signi-
ficado da educação no contexto da natureza humana e colocará Deus como ponto 
de partida do estudo da educação cristã, além de estabelecer os elementos bíbli-
cos chaves para a tarefa educativa. A Unidade II, chamada de “O Poder Da Palavra 
De Deus”, irá fornecer referências bíblicas suficientes para evidenciar a importância 
prática do estudo das Escrituras. Na Unidade III, cujo título é “O Que Ensina... (Rm 
12.7) – Uma Palavra Aos Professores”, o leitor poderá estabelecer um padrão de co-
erência para o educador cristão que, por sua vez, assume não somente uma tarefa 
ou profissão, mas um chamado vocacional. A Unidade IV, “A Igreja, a Evangelização 
e a Educação Cristã”, traz ao leitor um olhar mais amplo e comunitário sobre o papel 
da educação, que se faz presente no dia a dia das comunidades cristãs locais, con-
siderando seus ritos, seus costumes, sua missão evangelizadora e suas práticas de 
aprendizagem. Por fim, você chegará à Unidade V, de autoria da mestra Karla Kathe-
rine de Souza Seule, intitulada “O Ensino Religioso enquanto uma Disciplina Laica”. 
Diferentemente das unidades anteriores, esta traz uma abordagem mais acadêmica 
sobre o contexto público da relação entre ensino religioso e Estado. Além de levar 
o aluno a compreender as questões históricas e contemporâneas que norteiam o 
APRESENTAÇÃO
EDUCAÇÃO CRISTÃ E ENSINO RELIGIOSO
Ensino Religioso, a autora também busca analisar a legislação educacional no 
que confere a implantação do Ensino Religioso nas escolas e a estabelecer os 
fundamentos epistemológicos da disciplina de Ensino Religioso no Brasil.
Este livro tem como objetivo principal ajudar você, caro(a) aluno(a), a adentrar no 
campo da educação cristã e do Ensino Religioso tendo uma base bíblica e acadêmi-
ca adequada para tal. 
Esperamos que você tenha uma grande experiência. Forte abraço! 
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
15 Introdução 
16 A Finalidade Transcendente da Educação 
20 O Significado da Educação 
29 A Educação Cristã 
69 Considerações Finais 
73 Gabarito 
UNIDADE II
O PODER DA PALAVRA DE DEUS
77 Introdução 
78 A Praticidade da Palavra 
101 A Utilidade da Palavra 
120 Considerações Finais 
125 Gabarito 
SUMÁRIO
10
UNIDADE III
“O QUE ENSINA...” (RM 12.7) - UMA PALAVRA AOS PROFESSORES
131 Introdução 
132 O Educador Cristão e sua Vocação 
135 Dignidade Pessoal (At 20.31) 
146 Fidelidade Doutrinatária 
153 Consciência e Assunção da sua Vocação (At 20.24) 
155 Prepara Sucessores (At 20.17,27,26) 
158 Aprende de Cristo: o Mestre por Excelência 
170 A Educação Cristã e a Depravação Total 
179 Considerações Finais 
184 Gabarito 
UNIDADE IV
A IGREJA, A EVANGELIZAÇÃO E A EDUCAÇÃO CRISTÃ
187 Introdução 
188 A Relação entre Igreja, Evangelização e a Educação Cristã 
203 Educação Cristã e Culto 
220 O Culto como um Labor Inteligente 
227 Considerações Finais 
232 Gabarito 
SUMÁRIO
11
UNIDADE V
O ENSINO RELIGIOSO ENQUANTO UMA DISCIPLINA LAICA
237 Introdução 
238 A Sociedade Atual e o Ensino Religioso 
246 A Legislação Educacional Brasileira e a Disciplina de Ensino Religioso 
250 Um “Norte” para o Ensino Religioso: sua Fundamentação Epistemológica 
256 O Currículo da Disciplina Escolar de Ensino Religioso 
264 Metodologias e a Aplicação do Ensino Religioso nas Escolas Brasileiras 
268 A Pesquisa na Teoria e na Prática do Ensino Religioso 
272 Considerações Finais 
276 Gabarito 
277 Conclusão 
278 Referências 
287 Notas 
U
N
ID
A
D
E I
Professor Dr. Hermisten Maia Pereira da Costa
SIGNIFICADO DA 
EDUCAÇÃO E BASES DA 
EDUCAÇÃO CRISTÃ
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Compreender o significado da educação no contexto da natureza 
humana.
 ■ Conceituar Deus como ponto de partida do estudo da educação 
cristã.
 ■ Estabelecer os elementos bíblicos chaves para a tarefa educativa.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ A Finalidade Transcendente da Educação
 ■ O Significado da Educação
 ■ A Educação Cristã
Introdução
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
15
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a)! 
Você inicia, neste momento, uma jornada inesquecível pelo estudo da edu-
cação e, em especial, da educação cristã. Para isso, o primeiro passo é entender 
o homem como um “ser educacional”, ou seja, é aprendendo e ensinando que o 
ser humano desenvolve sua natureza e seu potencial como tal. A educação é um 
processo inacabado de construção de conhecimento e valores. Este processo é 
seguido por uma interiorização do que é aprendido que – se bem-sucedida –, 
gera transformações. Ela não só resgata e preserva experiências do passado, mas 
também nos estimula a fazer novas perguntas e indagações em um movimento 
contínuo de aprendizado.
Não se engane! Há uma relação indissolúvel entre comportamento e o que 
você crê. Quando sabemos no que cremos, as decisões tornam-se mais fáceis. O 
conhecimento, seja em que nível for, não ocorre num vácuo asséptico concei-
tual, quer seja religioso, quer filosófico, quer cultural.
Para o professor ou estudioso da disciplina de Educação Cristã, faz-se neces-
sário relacionar todo o arcabouço teórico da educação com a ação pedagógica 
de Deus. Desse modo, não podemos prosseguir a conversa sobre educação sem 
falarmos sobre Deus. Ele é um mestre por excelência! 
É fundamental que entendamos que a Educação Cristã não é um gueto edu-
cacional ou, para falar de modo mais polido: uma visão de educação entre tantas 
outras. Entendemos que a Educação Cristã começa por Deus. É Ele quem pres-
creve o que deseja que saibamos e nos ensina por meio de Sua Palavra, a fim de 
vivermos, por graça, à altura do privilégio de nossa filiação.
Nesta unidade, portanto, você vai seguir o caminho que começa pela com-
preensão elementar da educação e passa pela sua relação com a filosofia e, em 
seguida, mais especificamente com a fé cristã (inclusive, com excelentes referên-
cias bíblicas). Com isso, você adquire uma gama de informações e conhecimentos 
que o ajudarão a seguir para a segunda Unidade.
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E16
A FINALIDADE TRANSCENDENTE DA EDUCAÇÃO
A tarefa da educação não está em formar o homem abstrato de Platão, 
mas em formar uma criança de determinada nação, de determinado 
meio social e época – Jacques Maritain1. 
Ninguém contestará, pois, que a educação dos jovens deve ser um dos 
principais objetivos de cuidado por parte do legislador; porque todos 
os Estados que a desprezaram prejudicaram-se grandemente por isso – 
Aristóteles (384-322 a.C.)2.
Nenhum sistema educacional está acima do povo que trabalha nele. Se 
os mestres não temem ao Senhor e não se alegram nele, o melhor detodos os sistemas educacionais falhará – Perry G. Downs3.
Sabemos que o tesouro da sã doutrina é inestimável, e nada há para se 
temer mais do que o risco de perdê-lo – João Calvino4.
Se porventura alguém tenha adquirido desde sua tenra juventude um 
sólido conhecimento das Escrituras, o mesmo deve considerar tal coisa 
como uma bênção especial da parte de Deus – João Calvino5 
A Finalidade Transcendente da Educação
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
17
Nos Estados Unidos, a história do início da Tipografia se confunde com a criação 
de uma escolinha conhecida hoje como Universidade de Harvard6. Os puritanos 
foram pioneiros em ambas as iniciativas. Apenas seis anos depois de sua chegada 
a Massachusetts, a Corte Geral da Colônia já havia votado 400 libras para a cria-
ção de uma escola ou faculdade (1636)7. O Colégio foi criado em 1636, na vila de 
New Town8, recebendo, posteriormente (1938), este nome (Harvard) em home-
nagem ao pastor puritano John Harvard (1607-1638), que havia doado cerca de 
800 libras (metade de suas propriedades) e uma biblioteca com 260 títulos per-
fazendo um total de cerca de 400 volumes9. A escola recebeu outros donativos e 
o Estado completou o resto. A escola foi “mantida durante seus primeiros anos 
parcialmente pelo sacrifício de fazendeiros, que contribuíram em trigo para sus-
tentar professores e alunos”10.
Seis anos depois, temos a primeira turma formada. Em 1643, é publicado, 
em Londres, um folheto intitulado: Os Primeiros Frutos da Nova Inglaterra. 
Aqui temos uma espécie de histórico da instituição, acompanhado dos seus 
estatutos e vida cotidiana; ele é um apelo para aquisição de mais fundos. Este 
documento começa assim: 
Depois que Deus nos conduziu sãos e salvos para Nova Inglaterra, e 
construímos nossas casas e asseguramos o necessário para nossos 
meios de subsistência, edificamos locais convenientes para o culto de 
Deus e estabelecemos nosso Governo Civil: Depois disso, uma das coi-
sas que mais ambicionávamos era incentivar o Ensino e perpetuá-lo 
para a Posteridade ; temendo deixar um Clero ignorante para as Igrejas, 
quando nossos atuais Ministros repousarem no Pó12.
A ignorância era algo extremamente temido dentro do modelo educacio-
nal reformado-puritano13. Para tanto, o estudo era amplo, oferecendo uma 
visão abrangente de todos os ramos do saber, evitando a dicotomia entre 
o saber religioso e não-religioso, o espiritual e o natural14. Como exemplo 
disso, vemos que “os estudantes ministeriais em Harvard não apenas apren-
diam a ler a Bíblia na sua língua original e a expor teologia, mas também 
estudavam matemática, astronomia, física, botânica, química, filosofia, poe-
sia, história e medicina”15.
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E18
A ênfase puritana foi marcante em todos os níveis educacionais, podendo ser 
avaliada tanto quantitativa como qualitativamente16. Seguindo a tradição da obri-
gatoriedade do ensino público, conforme enfatizada por Lutero e pelos calvinistas 
franceses (1560)17 e holandeses (1618)18, “em 1647, o Estado de Massachussets 
decreta a obrigatoriedade de uma escola primária, sempre que uma povoação 
agrupe mais de 50 lares”19. 
Por trás deste ardor pedagógico e social herdado da Reforma Protestante 
estava um firme fundamento teológico. Essa perspectiva amparava-se num con-
ceito de Deus, do homem e de qual o propósito do homem nesta vida. 
a) Deus é reconhecido como o Criador e Senhor de todas as coisas, sendo o 
doador da vida e de tudo que temos,20 a Quem devemos conhecer expe-
riencialmente,21 amar, obedecer e cultuar.22 Resumindo: “O conhecimento 
de Deus é a genuína vida da alma [...]”23;
b) O homem como “imagem e semelhança” de Deus deve ser respeitado, 
amado e ajudado24. Por mais indigno que ele possa nos parecer, devemos 
considerar: “A imagem de Deus nele é digna de dispormos a nós mesmos 
e nossas posses a ele”25. Por isso, “Não temos de pensar continuamente 
nas maldades do homem, mas, antes, darmos conta de que ele é portador 
da imagem de Deus”26. Essa perspectiva deverá nortear sempre a nossa 
consideração a respeito do ser humano27.
A educação, portanto, visava preparar o ser humano para melhor servir a Deus na 
sociedade, a fim de que Deus fosse glorificado. A educação Reformada-Puritana 
não tinha um fim em si mesma, antes, era caracterizada por um propósito espe-
cífico conforme definiu John Milton (1608-1674) em 1644: 
O objetivo da aprendizagem é corrigir as ruínas de nossos primei-
ros pais, recuperando o conhecer a Deus corretamente, e a partir 
deste conhecimento, amá-Lo, imitá-Lo e ser como Ele, do modo 
mais aproximado possível, tornando nossas almas possuidoras de 
verdadeira virtude que, unida à graça celestial da fé, constrói a mais 
alta perfeição28. 
Na sequência: “Chamo de uma educação completa e generosa aquela que capa-
cita um homem para atuar justamente, habilidosamente, magnanimamente, 
A Finalidade Transcendente da Educação
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
19
em todos os ofícios, tanto privados como públicos, de paz e de guerra”29. Desse 
modo, a educação é vista não a partir do ensino, mas do aprendizado e, de 
modo especial, do homem que resulta desse saber, preparado para realizar a 
obra que Deus lhe confiou. 
O saber é para viver autenticamente em comunhão com Deus, refletindo 
isso no cumprimento de nossos deveres religiosos, familiares, políticos e 
sociais, agindo no mundo de forma coerente com a nossa nova natureza30, 
objetivando em tudo a Glória de Deus. Para Calvino, a pergunta conde-
natória de Tertuliano (c.160-c.220 A.D) à Filosofia não fazia sentido31. O 
Cristianismo é uma cosmovisão que parte das Escrituras para o exame de 
todas as facetas da realidade. 
Para Calvino, nenhum tipo de ensino que levasse os homens a deixa-
rem de se preocupar com qualquer coisa que afetasse de maneira pro-
funda a vida humana, até mesmo em suas preocupações puramente 
humanas, poderia de forma alguma ser cristão32.
Em Gênesis 1.28, temos a seguinte diretriz do Criador: “[...] Sede fecundos e 
multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, 
sobre as aves dos céus e sobre todo o animal que rasteja pela terra”. Esse 
mandamento, pelo qual recebemos a delegação de dominar a terra e sujei-
tá-la, tanto em seus aspectos físicos como no que diz respeito à vida biológi-
ca que ela contém, tem sido chamado, por teólogos reformados do “Manda-
to Cultural” recebido pelo homem. A implicação é que tal sujeição e domínio 
envolvem e só se tornam possíveis mediante a aquisição de conhecimentos 
sobre a criação que deve ser subjugada pela humanidade para a glória de 
Deus. Ou seja, a aquisição de conhecimentos, o envolvimento em todas as 
profissões e áreas de esforço intelectual e físico, da parte do homem, consti-
tui-se em atividade legítima, para preenchimento da prescrição divina. 
Fonte: Neto (2013)
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
O SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO
É evidente que todo o homem nasce apto para adquirir conhecimento 
das coisas: primeiro, porque é imagem de Deus. Com efeito, a imagem, 
se é perfeita, apresenta necessariamente os traços de seu arquétipo, ou 
então não será uma imagem – J. A. Comênio33.
As palavras “Educação” e “Educar” provêm do latim “Educare”, palavra aparentada 
com ducere, “conduzir”, “levar”, e educere, “tirar de”, “retirar”, “criar”. Educare tem o 
sentido de “criar”, “alimentar”, “ter cuidado com”, “instruir”34. Parece-me que o termo 
latino é uma tradução do grego, paideu/w, “instruir”, “educar”, “formar”, “ensinar”, 
“formar ainteligência, o coração e o espírito de”35. A nossa palavra “pedagogo” é trans-
literada do grego, paidagwgo/j e, “pedagogia”, igualmente, de paidagwgi/a.36 
Na Grécia antiga, o pedagogo, (literalmente: “encarregado de meninos”, “curador”, 
“tutor”) era o preceptor de criança; o escravo responsável por conduzir as crianças à 
escola37; a ideia da palavra é de “estar junto com a criança”38. Posteriormente, a pala-
vra também passou a se referir à educação de adultos e ao treinamento em geral39. 
Esses termos gregos tinham uma conotação moral40. A paidei/a, que na Grécia 
era um assunto de Estado41, referia-se tanto ao modo como à meta da educação42. 
A educação estava associada à segurança do estado e à socialização do indivíduo43.
O Significado da Educação
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
21
O HOMEM COMO SER EDUCÁVEL44
O homem é um ser educável. Ninguém consegue escapar à educação, ela está em 
toda parte; sendo intencional ou não, somos bombardeados com informações e 
valores que contribuem para nos dar uma nova cosmovisão e delinear o nosso 
comportamento45, conforme a assunção consciente ou inconsciente de valores e 
paradigmas que reforçam ou substituem os anteriormente aprendidos, manifes-
tando-se em nossas atitudes e nova perspectiva da realidade que nos circunda. 
Werner Jaeger (1888-1961) observa que:
todo povo que atinge um certo grau de desenvolvimento sente-se 
naturalmente inclinado à prática da educação. Ela é o princípio por 
meio do qual a comunidade humana conserva e transmite a sua pecu-
liaridade física e espiritual [...]. A educação é uma função tão natural 
e universal da comunidade humana que, pela sua própria evidência, 
leva muito tempo a atingir a plena consciência daqueles que a rece-
bem e praticam, sendo, por isso, relativamente tardio o seu primeiro 
vestígio na tradição literária46. 
Assim, podemos definir operacionalmente a educação como sendo um processo 
de transmissão de valores, decodificação, interiorização e transformação. A educa-
ção envolve o processo de “alimentar” (educare) e de “tirar” (educere). Portanto, o 
“aprendiz” é sempre ativo no processo educativo, ainda que muitos sistemas tentem 
fazê-lo passivo. Na realidade, a atividade consciente pode e deve ser estimulada, no 
entanto, ainda que não seja adequadamente, o educando é sempre, de certa forma, 
o seu educador, aquele que de modo eficiente, ou não, faz a sua própria síntese, 
construindo o seu mundo simbólico valorativo, repleto de significados para si.
A educação reflete valores de determinada sociedade47. A educação visa pre-
parar o indivíduo para viver criativamente em sociedade, a qual, por sua vez, 
tem o seu modelo de homem ideal. Portanto, por trás de toda filosofia educa-
cional existe uma “imagem-ideal”48 com todos os seus valores culturais, sociais, 
éticos e religiosos, para a qual a educação aponta de modo formal e informal. 
Desta forma, seguindo Durkheim (1858-1917), podemos dizer que “a educação 
consiste numa socialização metódica da nova geração”49. 
Portanto, a definição de Émile Durkheim (1858-1917), a respeito da Educação, 
aplica-se corretamente aqui:
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as que ainda 
se não encontram amadurecidas para a vida social. Ela tem por objetivo 
suscitar e desenvolver na criança um certo número de condições físicas, 
intelectuais e morais que dela reclamam, seja a sociedade política, no seu 
conjunto, seja o meio especial a que ela se destina particularmente50.
Contudo, cabe aqui uma observação: neste processo educativo, intencio-
nal ou não, nada é literalmente repetido, visto que nada que é humano pode 
ser exaustivamente calculado. E é por isso que o homem herda, transforma 
e constrói a sua cultura. A cultura, por sua vez, delimita alguns aspectos de 
sua percepção, contudo, não o limita de forma absoluta. Ele como ser metafí-
sico que é, constitui-se num profeta de Deus que fala em relação à realidade, 
realçando valores que ultrapassam, por exemplo, os limites de uma visão 
puramente materialista51. 
A cultura, mesmo sendo algo exterior, é, na realidade, o resultado conjunto 
da exteriorização do indivíduo, repleta de valores52 que refletem aspectos da 
essência do homem e, obviamente, de sua percepção da realidade. Portanto, a 
cultura reflete os valores e a fé de um povo53. “A cultura acha-se profundamente 
radicada no que há de mais íntimo no ser humano e tem por isso a mais alta sig-
nificação para a compreensão desse ser, sua formação e desenvolvimento”54. E, 
como vimos no início destas anotações, a sociedade é um produto do homem! 
Educado... Mas, homem!... Ele constrói o mundo, projetando na realidade os 
seus próprios significados55.
Retomando a definição operacional supra, podemos observar que há ali 
alguns elementos que devem ser destacados:
a) Processo: educação não é algo acabado, hermético, fechado. A educação 
ocorre dentro de um processo dinâmico que jamais termina.
b) Transmissão de Valores: educar não é apenas transmitir um conteúdo 
programático (por mais atualizado e edificante que ele seja), mas também 
experiências significativas, valores, interpretações. Creio ser importante 
ressaltar o fato de que esta troca é ambivalente e interagente: professor-
-aluno; aluno-professor e aluno-aluno. A formação de um homem é feita 
pelo homem, não simplesmente por um programa. Mais do que grandes 
ideias, precisamos de homens dignos.
O Significado da Educação
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
23
c) Interiorização: é a assimilação e acomodação de valores transmitidos e 
decodificados. Esses valores passam a fazer parte do nosso patrimônio 
cultural e moral.
d) Transformação: a verdade aprendida deve ser praticada em nossa vida. A 
vida, como temos insistido, é, em grande parte, uma interpretação exis-
tencial do mundo.
Rui Barbosa (1840-1923), de outro modo, resumiu bem o sentido da educação: 
“Instruir é ensinar a observar, descobrir, refletir e produzir”56.
Portanto, a Educação tem uma função tradicionalista, que consiste na 
transmissão de conhecimentos acumulados ao longo dos séculos e também 
deve ter uma função, digamos, revisionista-progressista, por meio da qual 
revisitamos o passado com novos questionamentos, repensando e reava-
liando suas conclusões, estimulando novas investigações e pesquisas que se 
concretizarão em novas ideias e tecnologias. Ambas as funções se comple-
tam num todo harmonioso57.
Ainda que de passagem, devemos dedicar algumas linhas à questão da cul-
tura e do “Currículo” dentro do ensino formal:
A Educação e o Currículo 
“Currículo” é uma transliteração do latim “curriculum” que é empregado tardia-
mente, sendo derivado do verbo “currere”, “correr”. “Curriculum” tem o sentido 
próprio de “corrida”, “carreira”; um sentido particular de “luta de carros”, “cor-
rida de carros”, “lugar onde se corre”, “hipódromo”; e um sentido figurado de 
“campo”, “atalho”, “pequena carreira”, “corte”, “curso”58.
A palavra currículo denota a compreensão de que ele não é um fim em si 
mesmo, é apenas um meio para atingir determinado fim. 
José do Prado Martins define currículo da seguinte forma:
A totalidade das experiências organizadas e supervisionadas pela esco-
la e que são desenvolvidas sob sua responsabilidade; experiências essas 
selecionadas com o objetivo de promover o desenvolvimento integral 
da personalidade do educando, ao mesmo tempo em que visa satisfazer 
às necessidades da sociedade”59.
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E24
Desse modo, é necessário queentendamos, que não existe currículo neutro; ele sempre 
estará ligado à determinada compreensão do mundo, a uma filosofia educacional que 
tem a sua própria cosmovisão que determinará a sua prática. A concepção da “neu-
tralidade” curricular, denota uma percepção pouco ou nada “neutra” da realidade.
A educação como ato político – estamos comprometidos com as necessi-
dades da “pólis” – deve ter um planejamento consciente: insisto, a neutralidade 
inexiste!60. O planejamento é um ato moral que deve se coadunar com os obje-
tivos propostos: os meios revelam meus fins!
Essas definições trazem algumas questões – que em seu bojo contêm outras 
– que se relacionam com o nosso tema: qual o objetivo da Educação? Qual a 
concepção de homem que temos? De quais recursos dispomos? Que tipo de 
homem pretendemos “formar”?
Como curiosidade, cito que, em 1987, a Secretaria Municipal de Educação do 
Rio de Janeiro fez a seguinte pergunta: “Qual será a opção do educador: repro-
duzir a atual sociedade ou lutar para transformá-la?”61. 
Em 1657, o pastor e educador João A. Comênio (1592-1670), “Pai da Didática 
Moderna”, escreveu:
Prometemos uma organização das escolas, através da qual [...]. Todos 
se formem com uma instrução não aparente, mas verdadeira, não su-
perficial, mas sólida; ou seja, que o homem, enquanto animal racional, 
se habitue a deixar-se guiar, não pela razão dos outros, mas pela sua, 
e não apenas a ler livros e a entender, ou ainda a reter e a recitar de 
cor as opiniões dos outros, mas a penetrar por si mesmo até ao âmago 
das próprias coisas e a tirar delas conhecimentos genuínos e utilidade. 
Quanto à solidez da moral e da piedade, deve dizer-se o mesmo62.
A proa e a popa da nossa Didáctica será investigar e descobrir o mé-
todo segundo o qual os professores ensinem menos e os estudantes 
aprendam mais; nas escolas, haja menos barulho, menos enfado, me-
nos trabalho inútil e mais sólido progresso; na Cristandade, haja menos 
trevas, menos confusão, menos dissídios, e mais luz, mais ordem, mais 
paz e mais tranquilidade63.
As escolas são oficinas da humanidade64. 
Comênio tinha como um de seus princípios educacionais, “ensinar tudo a todos”65, 
começando desde bem cedo, já que é mais difícil reeducar o homem na vida adulta66.
O Significado da Educação
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
25
PRESSUPOSTOS: DETERMINANTES DE NOSSA PERCEPÇÃO E 
COMPORTAMENTO
Há uma relação indissolúvel entre comportamento e o que você crê. Quando 
sabemos no que cremos, as decisões tornam-se mais fáceis. No entanto, uma 
das questões difíceis de responder é: no que você crê? A resposta a essa ques-
tão revelará uma série de pressupostos – conceitos implícitos em sua fala –, 
muitos dos quais, talvez, jamais tenham ocorrido, pelo menos de forma teó-
rica, ao entrevistado. É possível que, sem percebermos, o nosso pensamento 
revele uma série de inconsistências e, até mesmo, excludências. O fato é que 
nossos conceitos, explícitos ou não, terminarão por se juntar a outros e, deste 
modo, sem consciência, vamos aos poucos formando uma maneira de ver o 
mundo67 e, conseguintemente, de avaliá-lo.
Escreve Cheung: 
De fato, se pensarmos profundamente o suficiente, perceberemos 
que cada proposição simples que falamos ou cada ação que realiza-
mos pressupõe uma série de princípios últimos inter-relacionados 
pelos quais percebemos e respondemos à realidade. Essa é nossa 
cosmovisão66.
Essa percepção determinará, de forma intensa, o nosso comportamento na 
sociedade em que vivemos, tendo implicações em todas as esferas de nossa 
existência. A epistemologia antecede à lógica e esta, por mais coerente que seja, 
se partir de uma premissa equivocada, nos conduzirá a conclusões erradas e, 
portanto, a uma ética com fundamentos duvidosos e inconsistentes. “Uma 
cosmovisão contém as respostas de uma dada pessoa às questões principais 
da vida, quase todas com significante conteúdo filosófico. É a infraestrutura 
conceitual, padrões ou arranjos das crenças dessa pessoa”69.
Ainda que não pretendamos ser exaustivos, podemos, inspirando-nos em 
Nash (1936-2006)70, dizer que a nossa cosmovisão é constituída por um conjunto 
de crenças que estabelecem, essencialmente, a sua distinção de outras cosmovi-
sões ainda que haja no cerne de cada cosmovisão diferenças importantes, mas 
que não são excludentes. Vejamos algumas dessas crenças:
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E26
a) Deus: ainda que o nome de Deus nem sempre apareça em nossas dis-
cussões, a fé em Deus envolvendo, obviamente, o conceito que temos 
Dele é ponto capital em qualquer cosmovisão. Deus existe? Ele se con-
funde com a matéria? Há um só Deus? Ele age? É soberano? É um ser 
pessoal? As respostas que dermos a essas questões são cruciais para 
identificar a nossa cosmovisão.
b) Metafísica: trata da existência e da natureza e a qualidade daquilo que 
é conhecido. A nossa cosmovisão determinará um tipo de compreensão 
de questões, tais como: todos os homens têm a mesma essência? Todo 
evento deve ter uma causa? Há realidade além daquilo que podemos ver? 
Existe um mundo espiritual? Há um propósito para o universo? Qual a 
relação entre Deus e o universo? 
c) Epistemologia: é o estudo das questões relacionadas aos problemas filosó-
ficos do conhecimento. O seu objetivo é conhecer, interpretar e descrever 
filosoficamente os princípios essenciais que conduzem ao conhecimento 
científico ou, em outras palavras, “estudar a gênese e a estrutura dos conhe-
cimentos científicos”71. A Epistemologia trata de questões, tais como: como 
conhecemos alguma coisa? É possível um conhecimento certo a respeito 
de alguma coisa? Os sentidos nos dão um conhecimento certo a respeito 
dos objetos sensíveis? Nossas percepções dos objetos sensíveis são idên-
ticas a esses objetos? Qual a relação entre o intelecto e a matéria? Qual 
a relação entre a razão e a fé? Podemos conhecer algo sobre Deus? É o 
método científico o melhor método para o conhecimento?
d) Ética: Lalande (1867-1963), interpretando determinada compreensão, define 
ética como o “Conjunto das regras de conduta admitidas numa época ou 
por um grupo social”72. A Ética filosófica analisa a vida virtuosa no seu 
valor último, e a propriedade de certas ações e estilos de vida. Ela se refere à 
conduta humana, às normas e princípios a que todo o homem deve ajustar 
seu comportamento nas relações com seus semelhantes e consigo mesmo.
O filósofo moral não é apenas um cientista teórico envolvido em especu-
lações abstratas, ele é alguém comprometido com a realidade, buscando 
soluções para os problemas práticos que nos cercam e que deram origem 
à pesquisa. A sua preocupação não se limita à ação certa, mas ao princí-
pio que a justifica. Perguntas comuns a esta disciplina: é justo falsificar a 
O Significado da Educação
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
27
declaração de imposto de renda? O aborto é correto? E financiar institui-
ções que, em suas pesquisas, contemplem a prática do aborto? É viável 
a pena de morte? A eutanásia? Há um padrão absoluto de moral ou ele é 
relativo a épocas, culturas e pessoas? A moralidade transcende ao lugar, 
época e cultura? Como distinguir o bem do mal?
e) Antropologia: o conceito que temos a respeito do homem revela aspectos 
de nossa cosmovisão. O ser humano é apenas matéria? De que forma a 
morte determina o fim de nossa existência? Existe algum tipo de recom-
pensa ou punição após a morte? A alma é imortal? O homem é um ser 
livre ou determinado por forças deterministas? Qual o propósito da vida?
f) História: “A Filosofia da história é a reflexão crítica acerca da ciência his-
tórica e inclui tanto elementos analíticos quantoespeculativos”73. Ela parte 
do princípio de que o homem é uma síntese entre o passado e o presente, 
tendo as suas decisões atuais relação direta com as suas experiências pre-
téritas, daí algumas perguntas: o alvo da explicação histórica é predição ou 
meramente entendimento? Visto que escrever a história envolve seleção 
de material pelo historiador, um documento histórico pode ser conside-
rado objetivo? A História é linear74 ou cíclica?75 Existe alguma finalidade 
ou um padrão que confira sentido à História?
Nash parece-nos correto em sua observação: “A obtenção de maior consciência 
de nossa cosmovisão pessoal é uma das coisas mais importantes que podemos 
fazer, e compreender a cosmovisão de outros é algo essencial para o entendi-
mento que os torna distintos”76. 
As nossas ênfases revelam não simplesmente os nossos pensamentos e valo-
res, mas também aspectos da realidade como os percebemos. Como sabemos, 
todos trabalham com os seus pressupostos77, explícitos ou não, consistentes ou 
não, plenamente conscientes deles ou apenas parcialmente78. Os pressupostos se 
constituem na janela (quadro de referência) por meio da qual vejo a realidade; o 
difícil é identificar a nossa janela, ainda que sem ela nada enxerguemos79. Assim, 
falar sobre a nossa cosmovisão80, além de ser difícil verbalizá-la, é paradoxal-
mente desnecessário. Parece que há um pacto involuntário de silêncio que aponta 
para um suposto conhecimento comum: todos sabemos a nossa cosmovisão. 
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E28
Deste modo, só falamos, se falamos e quando falamos de nossa cosmovisão 
é para os outros, os estranhos, não iniciados em nossa forma de pensar. Sire 
resume bem isso: 
Uma cosmovisão é composta de um conjunto de pressuposições básicas, 
mais ou menos consistentes umas com as outras, mais ou menos ver-
dadeiras. Em geral, não costumam ser questionadas por nós mesmos, 
raramente ou nunca são mencionadas por nossos amigos, e são apenas 
lembradas quando somos desafiados por um estrangeiro de outro uni-
verso ideológico81. 
O conhecimento, seja em que nível for, não ocorre num vácuo asséptico concei-
tual, quer seja religioso, quer filosófico, quer cultural82. A nossa percepção e ação 
fundamentam-se em nossos pressupostos, os quais sãos reforçados, transforma-
dos, lapidados ou abandonados em prol de outros, conforme a nossa percepção 
dos “fatos”. A questão epistemológica antecede a práxis.
Nash parece-nos oportuno aqui:
Cosmovisões deveriam não apenas ser testadas em uma aula de filoso-
fia, mas também no laboratório da vida. Uma coisa é uma cosmovisão 
passar no teste teórico (razão e experiência); outra é passar no teste 
prático. As pessoas que professam uma cosmovisão podem viver con-
sistentemente em harmonia com o sistema que professam? Ou desco-
briremos que elas foram forçadas a viver segundo crenças emprestadas 
de sistemas concorrentes? Tal descoberta, eu acho, deveria produzir 
mais do que embaraço83.
A nossa chave epistemológica é a Escritura, portanto, a nossa cosmovisão, par-
tindo de uma perspectiva assim, nos conduzirá naturalmente de volta a Deus84. 
A Educação Cristã, por exemplo, fundamentando-se nas Escrituras, oferece-nos 
um escopo do que Deus deseja de nós e nos fala qual o propósito de nossa exis-
tência em todas as suas esferas85. 
A Educação Cristã
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
29
A EDUCAÇÃO CRISTÃ
Eis a razão por que a Igreja é chamada a mãe dos crentes. E, indubita-
velmente, aquele que se recusa ser filho da Igreja debalde deseja ter a 
Deus como seu Pai. Pois é somente através do ministério da Igreja que 
Deus gera filhos para si e os educa até que atravessem a adolescência e 
alcancem a maturidade – João Calvino86.
É fundamental que entendamos que a Educação Cristã não é um gueto educa-
cional ou, para falar de modo mais polido: uma visão de educação entre tantas 
outras. Entendemos que a Educação Cristã começa por Deus. É Ele quem pres-
creve o que deseja que saibamos e nos ensina por meio de Sua Palavra, a fim de 
vivermos, por graça, à altura do privilégio de nossa filiação.
O padrão de Deus é Ele mesmo, ou seja, a perfeição. O modelo que Deus tem 
para nós é o do próprio Filho. Ele tem um propósito glorioso para os Seus filhos. É 
o Espírito Quem nos conduz à conformidade da imagem de Cristo, que é o nosso 
modelo por excelência, a meta definitiva de todo povo de Deus. Pela direção do Espírito 
somos educados a viver como filhos87. A Educação cristã é justamente isto, sermos 
moldados, conduzidos à maturidade perfeita existente unicamente em Cristo Jesus88.
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E30
Paulo, discorrendo sobre o propósito glorioso de Deus para nós, envolvendo a 
ação graciosa do Deus Triúno, esboça a trajetória dos atos de Deus para conosco 
remontando à eternidade: “Aos que de antemão conheceu, também os predestinou 
para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito 
entre muitos irmãos” (Rm 8.29). Este é o sentido da santidade! “A santificação 
significa sermos feitos semelhantes ao Senhor Jesus Cristo, e, portanto, todos 
os que estão sendo santificados devem ter uma similaridade fundamental, pois 
todos estão se tornando cada vez mais semelhantes a Ele”89.
DEUS, O MESTRE PERFEITO
De acordo com Costa (2010), a Bíblia nos apresenta um Deus dono do saber 
e que não precisou ser ensinado, afinal não há conhecimento que não proceda 
d’Ele. Vemos, por meio das Escrituras, em Isaías 40.13-14: 
Quem guiou o Espírito do SENHOR? Ou, como seu conselheiro, o en-
sinou? Com quem tomou ele conselho (#[y) (ya’ats), para que lhe desse 
compreensão? Quem o instruiu (dml)(lâmad) na vereda do juízo, e lhe 
ensinou (dml)(lâmad) sabedoria (t[d) (da’ath), e lhe mostrou o caminho 
de entendimento?.
Na Bíblia, vemos que Deus é retratado como um professor, como podemos con-
ferir em textos bíblicos, como estes: Ex 4.15; Ex 31.2-6; 35.31-35; Sl 25.4. Neles, 
podemos perceber Deus ensinando a Moisés a anunciar sua palavra; o Espírito 
Santo capacitando Bezalel e Aolidade nos dons artísticos; e o salmista pedindo 
que Deus o ensine sobre seus decretos (COSTA, 2010).
O reformador João Calvino compara a necessidade humana do ensino do 
Senhor como a de Davi (1844-1856): 
Se Davi, porém, profeta tão distinto e dotado de uma sabedoria tão inu-
sitada, era carente de instrução, o que será de nós se, em nossas aflições, 
Deus não dispersar de nossas mentes aquelas nuvens de escuridade que 
nos impedem de contemplar sua luz?90.
E por falar em Davi, ele é um bom exemplo de quem busca as lições do Senhor. 
Como demonstra Costa (2010, p. 3), Deus:
A Educação Cristã
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
31
1) Aponta (hry)(yârâh) o caminho que devemos seguir: “Bom e reto é o 
SENHOR, por isso, aponta o caminho aos pecadores” (Sl 25.8). 
2) Guia ($rdּ)(dârak) os humildes na justiça: “Guia os humildes na justiça....” 
(Sl 25.9). “Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da 
minha salvação, em quem eu espero todo o dia” (Sl 25.5).
3) Ensina (dml)(lâmad) aos mansos o seu caminho: “Guia os humildes na 
justiça e ensina aos mansos o seu caminho” (Sl 25.9).
4) Instrui (hry)(yârâh) aos que O temem, no caminho que devem escolher: 
“Ao homem que teme ao SENHOR, ele o instruirá no caminho que deve 
escolher” (Sl 25.12).
Para Costa (2010), a própria atitude de obediência a Deus é fruto da sua ação 
pedagógica: “Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos 
ensino (dml)(lâmad), para os cumprirdes, para que vivais, e entreis, e possu-
ais a terraque o SENHOR, Deus de vossos pais, vos dá” (Dt 4.1). Do mesmo 
modo: Dt 4.5,14; 5.1,31; 6.1).
Deus é um mestre tão criativo que, inclusive, fez uso da música para ensi-
nar sua Lei ao povo de Israel: 
Escrevei para vós outros este cântico e ensinai-o (dml)(lâmad) aos filhos 
de Israel; ponde-o na sua boca, para que este cântico me seja por tes-
temunha contra os filhos de Israel. Como resultado, o próprio Moisés 
compôs um cântico e o ensinou (dml)(lâmad) aos filhos de Israel (Dt 
31.19,22/Dt 32.1-47) (COSTA, 2010).
A paciência de Deus em ensinar seu povo pode ser exemplificada no ministério 
profético de Isaías (c. 740 a.C.), como relata Costa (2010, p. 6-7):
Deus mostra por intermédio de Isaías, que apesar da desobediên-
cia de Israel em atender à mensagem, Deus enviará mestres que 
instruirão o povo (Is 30.20-31)91. As nações virão a Jerusalém para 
que Deus as ensine (Is 2.3)92. O Servo do Senhor que virá, possui 
a língua e os ouvidos de erudito (Is 50.4)93. Os genuínos filhos de 
Israel vivem na gloriosa esperança aguardando com alegria a era 
messiânica, quando todos serão ensinados pelo Senhor: “Todos os 
teus filhos serão ensinados (dwmml) (limmûd) do SENHOR; e será 
grande a paz de teus filhos” (Is 54.13). Por isso, o homem que na 
presente condição é ensinado por Deus é considerado bem-aven-
turado: “Bem-aventurado o homem, SENHOR, a quem tu repre-
endes, a quem ensinas (dml)(lâmad) a tua lei” (Sl 94.12). Portanto, 
devemos suplicar pelo ensino de Deus: “Bendito és tu, SENHOR; 
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E32
ensina-me (dml)(lâmad) os teus preceitos” (Sl 119.12). “Eu te expus 
os meus caminhos, e tu me valeste; ensina-me (dml)(lâmad) os teus 
decretos” (Sl 119.26). (Do mesmo modo: Sl 119.64, 66, 68, 73, 108, 
124, 135; 143.10).
De acordo com Costa (2010), a educação que tem Deus como fonte não é ape-
nas uma opção correta, mas um fundamento para toda a vida. É Deus quem diz: 
“Assim diz o SENHOR, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o SENHOR, o 
teu Deus, que te ensina (dml)(lâmad) o que é útil e te guia pelo caminho em que 
deves andar” (Is 48.17). E este ensino é útil para todas as faixas etárias: “Tu me 
tens ensinado (dml)(lâmad), ó Deus, desde a minha mocidade; e até agora tenho 
anunciado as tuas maravilhas” (Sl 71.17).
O MÉTODO DE DEUS E A SUA EFICÁCIA
“Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento (!yb) (bîyn), os quais com 
freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem” (Sl 32.9).
Se o conhecimento pertence a Deus, e Ele, como mestre por excelência, con-
cede ao ser humano a capacidade de apreender esse conhecimento, podemos 
afirmar, também, que Deus cria e aplica meios eficazes para que essa relação edu-
cativa tenha efeito sobre o mundo criado. Veremos, a seguir, alguns dos aspectos 
desse “método de Deus”.
O Entendimento Proposto Por Deus
Uma das coisas maravilhosas que Deus concedeu ao ser humano de forma bas-
tante especial é a capacidade de autoconsciência, perceber a realidade, permitindo, 
assim, interpretar e organizar as sensações.94 Sem essa capacidade, teríamos ape-
nas noção da cor verde ou amarela, perfume suave ou intenso, som fraco ou 
forte; contudo, não teríamos as condições de identificar determinado objeto, 
como por exemplo: cor de uma laranja, perfume de uma rosa, som de um vio-
lino etc. Enquanto os órgãos sensoriais (paladar, olfato, tato, audição e visão) nos 
fornecem qualidades de sensação, a nossa percepção organiza sínteses mentais.
A Educação Cristã
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
33
Aliada à percepção, temos a capacidade de discernir as coisas, o que nos permite 
separar, distinguir, discriminar. Chamamos isso de discernimento.
A definição é um instrumento ideal para isso. Definir, segundo o sentido eti-
mológico95 é delimitar. A definição procura determinar a compreensão da ideia, 
circunscrevendo a sua abrangência, indicando todos os seus elementos constitu-
tivos. Como todo conceito possui um conteúdo, a definição nada mais é do que 
a determinação da natureza desse conteúdo96. A definição se propõe a nos fazer 
ver com maior clareza o objeto analisado, o assunto do qual tratamos. 
A “indefinição” acarreta uma série de omissões e equívocos97, justamente 
por não termos claro diante de nós o objeto do qual estamos tratando ou em 
que sentido nos aproximamos de cada ideia98. Algo natural ao ser humano é o 
desejo de entender para poder discernir a realidade, interpretando o mundo à 
sua volta e as situações às quais todos estamos sujeitos.
As Escrituras nos falam sobre isso. Há até o lugar para preceitos que envolva o 
discernimento em nossa etiqueta: “Quando te assentares a comer com um governa-
dor, atenta bem99 (!yb)ּ (bîyn) para aquele que está diante de ti” (Pv 23.1). Isto é, dê 
atenção ao governador que está diante de ti, não simplesmente à comida servida.
Salomão designa de inteligente o homem com discernimento que busca a 
sabedoria: “A sabedoria é o alvo do inteligente (!ybּ) (bîyn), mas os olhos do insen-
sato vagam pelas extremidades da terra” (Pv 17.24). O homem inteligente não se 
perde em distrações sem foco, sem objetivo, antes, concentra seus esforços em 
alcançar a sabedoria – a capacidade de utilizar bem os recursos de que dispõe 
–, mantendo-a diante de seus olhos. O insensato se perde em suas divagações 
achando, inclusive, que pode comprar a sabedoria (Pv 17.16)100.
Ele também afirma que sabedoria consiste em discernir o nosso caminho: “A 
sabedoria do prudente é entender (!ybּ) (bîyn) o seu próprio caminho, mas a estul-
tícia dos insensatos é enganadora” (Pv 14.8). Aplicando esse princípio ao campo 
espiritual, podemos ilustrar com Jó, que não conseguindo discernir o seu suposto 
pecado, pede a Deus que o faça compreender o seu erro: “Ensinai-me, e eu me 
calarei; dai-me a entender (!ybּ) (bîyn) em que tenho errado” (Jó 6.24). Continua: 
“Há iniquidade na minha língua? Não pode o meu paladar discernir (!ybּ) (bîyn) 
coisas perniciosas?” (Jó 6.30).
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E34
No Salmo 32.9, Deus usa figuras fortes para falar da obtusidade daqueles que 
não atentam para a Sua instrução: “Não sejais como o cavalo101 ou a mula (drp) 
(pered)102, sem entendimento (!ybּ) (bîyn), os quais com freios e cabrestos são domi-
nados; de outra sorte não te obedecem” (Sl 32.9).
Por meio de outra analogia, Deus recorre à figura de outros animais para falar 
da ignorância culposa do povo. Referindo-se a Israel, diz: “O boi conhece o seu pos-
suidor, e o jumento (rwmx) (chămôr), o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem 
conhecimento, o meu povo não entende (!ybּ) (bîyn)” (Is 1.3). Ele toma dois animais 
difíceis de trato: o boi e o jumento. Mostra que a obtusidade, a teimosia e a difi-
culdade de condução destes animais dão-se pela sua própria natureza; no entanto, 
assim mesmo, eles sabem reconhecer os seus donos, aqueles que lhes alimentam. 
O homem, por sua vez, como coroa da criação, cedendo ao pecado perdeu total-
mente o seu discernimento espiritual; já não reconhecemos nem mesmo o nosso 
Criador; antes,voltamos-lhe as costas e prosseguimos em outra direção103. 
Deus deseja que Lhe obedeçamos voluntariamente com entendimento; aliás, 
a nossa obediência é resultante de nosso discernimento espiritual (Sl 32.9)104. 
O discernimento que Deus deseja que tenhamos nada tem a ver com a glória 
humana. O salmista resume esta verdade: “O homem, revestido de honrarias, mas 
sem entendimento (!ybּ) (bîyn), é, antes, como os animais, que perecem” (Sl 49.20).
Porém, o que significa “entendimento”, no texto que estamos analisando?
O verbo (!ybּ) (bîyn)105 apresenta a ideia de um entendimento, fruto de umaobservação demorada, que nos permite discernir para interpretar com sabedo-
ria e conduzir os nossos atos106. “O verbo se refere ao conhecimento superior à 
mera reunião de dados. [...] Bîn é uma capacidade de captação julgadora e per-
ceptiva e é demonstrada no uso do conhecimento”107.
O ENSINO SISTEMÁTICO DA LEI
Uma vez que a lei escrita era superior ao rei em Israel, o rei jamais 
poderia tornar-se um deus ou um inovador religioso. Seu direito de 
governar estava subordinado à lei – John E. Hartley108.
A Educação Cristã
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
35
Uma das grandes ênfases das Escrituras diz respeito à educação do povo de Deus. 
Ele fala insistentemente com o povo para que preserve a Sua Palavra, guardan-
do-a (praticando) e ensinando aos seus descendentes. O método estabelecido 
por Deus, que perpassa a todos os outros, é o da “repetição” ( }n$ = “repetir”) 
(Shãnâ) (Dt 6.6ss). Não deixa de ser elucidativo, que o Shemá109 (“ouve”), o “credo 
judeu”110 – que consistia na leitura de Dt 6.4-9; 11.13-21 e Nm 15.37-41 – fosse 
repetido três vezes ao dia111. Jones entende corretamente a importância da repe-
tição, quando diz: “A quintessência do bom ensinar é a repetição”112. A Lei de 
Deus envolvia toda a vida do educando; todas as suas necessidades e para sem-
pre; desde a juventude até a velhice: “do berço à sepultura”. 
A instrução iniciava com a afirmação de que há somente um Deus: “Ouve, 
Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt 6.4). No Novo Testamento, 
Paulo instrui aos efésios: “Há somente um corpo e um Espírito, como também fos-
tes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, 
um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de 
todos e está em todos” (Ef 4.4-6/Tg 2.19). Toda a educação cristã começa pela 
unicidade e essencialidade de Deus. Há somente um Deus; esse fato deve ser 
repetido e assimilado pelos educandos.
Um princípio importante que está prescrito na Palavra é que a revelação de 
Deus nos foi confiada para que a conheçamos e a pratiquemos (Dt 29.29). Saber 
sem praticar não é saber. Deus provê os princípios, os meios e os fins. Ele mesmo, 
que Se dignou em nos dar a Sua Palavra, tem propósitos definidos e meios esta-
belecidos para que a Sua vontade se cumpra. 
Ensino e aprendizado no Antigo Testamento não envolviam somente a 
comunicação de informação, mas também instrução na vontade de Deus 
e o entendimento de como viver. O professor ensinava o povo a obedecer 
aos mandamentos de Deus, não simplesmente a conhecê-los113.
A educação judaica tem como quadro de referência a Lei, por meio da qual o 
povo, conforme orientação divina, é instruído a interpretar a realidade e atuar 
com valores definidos pelo próprio Deus. “Aprender a Lei de Deus não era algo 
divorciado da vida, mas antes algo que controlaria toda a vida”114. A educação 
se evidenciava nos aprendizes pela obediência à Lei de Deus em resposta ao 
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E36
Seu amor. O ensino deveria ser praticado, obedecido. Esta orientação era trans-
mitida repetidamente: “Também o SENHOR me ordenou, ao mesmo tempo, que 
vos ensinasse estatutos e juízos, para que os cumprísseis na terra a qual passais a 
possuir” (Dt 4.14). “Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que 
mandou o SENHOR, teu Deus, se te ensinassem, para que os cumprisses na terra 
a que passas para a possuir” (Dt 6.1). 
O ensino deveria ser pelo exemplo e pela palavra; os mestres devem ser 
o exemplo vivo do que ensinam, contudo, também precisam transmitir de 
forma verbal o conteúdo. Não é à toa que a palavra obediência, no grego, 
está associada ao ouvir115.
A Lei deveria estar no coração do povo: “Pois esta palavra está mui perto de 
ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires” (Dt 30.14). Daí o desejo sincero 
dos servos de Deus de aprenderem os Seus mandamentos, ou seja, de aprende-
rem a praticar a Palavra: 
7 Render-te-ei graças com integridade de coração, quando tiver aprendi-
do os teus retos juízos.8 Cumprirei os teus decretos; não me desampares 
jamais. [...]71 Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que apren-
desse os teus decretos. [...]73 As tuas mãos me fizeram e me afeiçoaram; 
ensina-me para que aprenda os teus mandamentos (Sl 119.7,8,71,73).
Lloyd-Jones comenta:
Vocês não guardarão realmente a Palavra se não a obedecerem. É uma 
palavra que não pode ser guardada só em seu intelecto; também tem 
que ser colocada em seu coração e em sua vontade. O homem que guar-
da a Palavra de Deus é o homem cuja personalidade a está guardando, o 
homem que medita e se regozija nela e cujo coração se inflama por ela, 
e assim ele a obedece116.
A Família como Base da Educação
No Antigo Testamento, vemos a educação sendo amplamente praticada dentro 
do lar, sendo os mestres os próprios pais, os quais deveriam lembrar os man-
damentos de Deus, transmitindo aos seus filhos uma herança repleta de valores 
morais (Gn 18.19; Ex 10.2; 12.26; 13.8; Dt 4.9-10; 6.20-21; 11.19; 32.7)117. 
A Educação Cristã
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
37
A família sempre desempenhou um papel fundamental dentro da educação judaica, 
sendo extremamente preventiva e orientadora. Mesmo dentro de um processo evo-
lutivo, a educação familiar jamais foi substituída ou preterida. A educação dos filhos 
era algo prioritário e constante, considerando, em seu currículo, conforme vimos, 
os grandes feitos de Deus na história. Os filhos não foram testemunhas daqueles 
grandes eventos; contudo, aprenderiam por meio de seus pais aqueles fatos e o seu 
significado, realçando a aliança e o amor de Deus para com o Seu povo.
Na instituição da Páscoa, Deus já os instrui a respeito do que aconteceria e 
como os pais deveriam ensinar seus filhos: 
Guardai, pois, isto por estatuto para vós outros e para vossos filhos, para 
sempre. E, uma vez dentro na terra que o SENHOR vos dará, como tem 
dito, observai este rito. Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito 
é este? Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao SENHOR, que passou 
por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e 
livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou” (Ex 12.24-27). 
Notemos que a educação judaica tinha como elemento de extrema relevância 
as perguntas, que certamente eram estimuladas, feitas pelos filhos aos pais ou 
aos sacerdotes: 
 ■ “Quando vossos filhos vos perguntarem: Que rito é este? Respondereis 
[...]” (Ex 12.26);
 ■ “Naquele mesmo dia, contarás a teu filho, dizendo [...]” (Ex 13.8);
 ■ “Quando teu filho amanhã te perguntar: Que é isso? Responder-lhe-ás 
[...]” (Ex 13.14);
 ■ “Quando teu filho, no futuro, te perguntar, dizendo: Que significam os tes-
temunhos, e estatutos, e juízos que o SENHOR, nosso Deus, vos ordenou? 
Então, dirás a teu filho [...]” (Dt 6.20,21);
 ■ “Passai adiante da arca do SENHOR, vosso Deus, ao meio do Jordão; e 
cada um levante sobre o ombro uma pedra, segundo o número das tribos 
dos filhos de Israel, para que isto seja por sinal entre vós; e, quando vossos 
filhos, no futuro, perguntarem, dizendo: Que vos significam estas pedras? 
então, lhes direis […]” (Js 4.5-6);
 ■ “As doze pedras que tiraram do Jordão, levantou-as Josué em coluna em 
Gilgal. E disse aos filhos de Israel: Quando, no futuro, vossos filhos per-
guntarem a seus pais, dizendo: Que significam estas pedras?, fareis saber 
a vossos filhos, dizendo […]” (Js 4.20-21). 
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E38
Antes de entrar na Terra Prometida, o povo é exortado porDeus por intermé-
dio de Moisés, a considerar os ensinamentos de Deus transmitindo-os, também, 
aos seus filhos: 
Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não 
esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem 
do teu coração (bbl) (lêbâb) todos os dias da tua vida, e as farás saber 
a teus filhos e aos filhos de teus filhos. Não te esqueças do dia em que 
estiveste perante o SENHOR, teu Deus, em Horebe, quando o SENHOR 
me disse: Reúne este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, a fim de 
que aprenda (dml) (lâmad) a temer-me todos os dias que na terra viver e 
as ensinará (dml)(lâmad) a seus filhos (Dt 4.9-10).
A cada sete anos, durante a festa dos tabernáculos, a Lei deveria ser lida diante 
de todo povo para que aprendesse a temer ao Senhor: 
Ajuntai o povo, os homens, as mulheres, os meninos e o estrangeiro que 
está dentro da vossa cidade, para que ouçam, e aprendam (dml)(lâmad), 
e temam o SENHOR, vosso Deus, e cuidem de cumprir todas as palavras 
desta lei; para que seus filhos que não a souberem ouçam e aprendam 
(dml)(lâmad) a temer o SENHOR, vosso Deus, todos os dias que viverdes 
sobre a terra à qual ides, passando o Jordão, para a possuir (Dt 31.12-13).
Deus orienta aos pais a usarem de vários meios – audível e visual –, de circuns-
tâncias diferentes, de modo formal e informal – sentado, andando, à noite, pela 
manhã – para ensinar seus filhos a Lei, a fim de que não se esqueçam de Deus, 
nem de Seus atos soberanos na história. Notemos, contudo, que a Lei deveria estar 
primeiramente no coração dos pais; somente assim, eles poderiam cumprir com 
naturalidade a sua missão educativa. O ensino, as lições, as admoestações e apli-
cações seriam naturais, decorrentes de um coração dominado pela Lei do Senhor.
Os que amam a Deus guardam no coração a Sua Palavra (Sl 119.11): 
Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, 
pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração (bbl) (lêbâb), de toda 
a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno es-
tarão no teu coração (bbl) (lêbâb); tu as inculcarás a teus filhos, e delas 
falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e 
ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por 
frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas 
portas. Havendo-te, pois, o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra 
A Educação Cristã
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
39
que, sob juramento, prometeu a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, te daria, 
grandes e boas cidades, que tu não edificaste; e casas cheias de tudo o que 
é bom, casas que não encheste; e poços abertos, que não abriste; vinhais 
e olivais, que não plantaste; e, quando comeres e te fartares, guarda-te, 
para que não esqueças o SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa 
da servidão (Dt 6.4-12). 
“Ensinai-as (dml)(lâmad) a vossos filhos, falando delas assentados em vossa casa, 
e andando pelo caminho, e deitando-vos, e levantando-vos” (Dt 11.19). 
Primitivamente, os pais eram os professores responsáveis pela educação com-
pleta de seus filhos (Pv 22.6). Posteriormente, encontramos exemplos de amas e 
guardiãs que cuidavam da educação de crianças. Moisés, achando pesada demais 
a carga de conduzir o povo de Israel, usa de uma analogia que revela a existên-
cia de amas: “Concebi eu, porventura, todo este povo? Dei-o eu à luz, para que me 
digas: Leva-o ao teu colo, como a ama leva a criança que mama, à terra que, sob 
juramento, prometeste a seus pais?” (Nm 11.12). 
O avô de Davi, Obede, filho de Boaz e Rute, foi educado por Noemi que, ao 
que parece, o adotou: “Noemi tomou o menino, e o pôs no regaço, e entrou a cui-
dar dele. As vizinhas lhe deram nome, dizendo: A Noemi nasceu um filho. E lhe 
chamaram Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi” (Rt 4.16-17). 
Há evidências de que entre os nobres era comum a adoção de amas e tuto-
res. O filho de Jônatas, Mefibosete, tinha uma ama: 
Jônatas, filho de Saul, tinha um filho aleijado dos pés. Era da idade de 
cinco anos quando de Jezreel chegaram as notícias da morte de Saul e de 
Jônatas; então, sua ama o tomou e fugiu; sucedeu que, apressando-se ela 
a fugir, ele caiu e ficou manco. Seu nome era Mefibosete (2Sm 4.4). 
“Jônatas, tio de Davi, era do conselho, homem sábio e escriba; Jeiel, filho de Hacmoni, 
atendia os filhos do rei” (1Cr 27.32). (Ver também: 2Rs 10.5; Is 49.23).
O salmista Davi, depois de grande prova e livramento, escreve: “Vinde, filhos, 
e escutai-me; eu vos ensinarei (dml)(lâmad) o temor do SENHOR” (Sl 34.11). 
Restaurado por Deus após ter pecado, confessado e se arrependido, Davi propõe-se 
a ensinar o caminho de Deus: “Então, ensinarei (dml) (lâmad) aos transgressores 
os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti” (Sl 51.13).
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E40
Os Sacerdotes e Profetas como Mestres
Nenhum sistema educacional está acima do povo que trabalha nele. Se 
os mestres não temem ao Senhor e não se alegram nele, o melhor de 
todos os sistemas educacionais falhará – Perry G. Downs118.
A autoridade do sacerdote e do profeta como mestres era decorrente da Palavra 
de Deus. O ensino deveria ser avaliado pelo seu conteúdo, não simplesmente 
pela autoridade supostamente inerente de quem falava. A sua mensagem pode-
ria variar em estilo e método – afinal, eles não eram robôs119 –, contudo, a sua 
origem era sempre divina: Deus é o autor e o conteúdo da mensagem. Por isso, 
Deus admoesta o povo quanto aos falsos profetas que, na sua louca falsidade 
ideológica, traziam mensagens que brotavam de seus corações e mentes peca-
minosos, visando afastar o povo de sua comunhão: 
Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um 
sinal ou prodígio, 2 e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver 
falado, e disser: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirva-
mo-los, 3 não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador; porquanto o 
SENHOR, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso 
Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. 4 Andareis após o 
SENHOR, vosso Deus, e a ele temereis; guardareis os seus mandamentos, 
ouvireis a sua voz, a ele servireis e a ele vos achegareis. 5 Esse profeta 
ou sonhador será morto, pois pregou rebeldia contra o SENHOR, vosso 
Deus, que vos tirou da terra do Egito e vos resgatou da casa da servidão, 
para vos apartar do caminho que vos ordenou o SENHOR, vosso Deus, 
para andardes nele. Assim, eliminarás o mal do meio de ti (Dt 13.1-5).
Entre os judeus, as crianças cresciam e amadureciam, participando da vida 
de sua família, enquanto que as escolas somente surgiram no primeiro sé-
culo antes de Cristo.
Os meninos eram considerados adultos a partir dos treze e as meninas a 
partir dos doze anos de idade. Depois desta idade tinham de cumprir com 
todas as obrigações de qualquer israelita adulto.
Fonte: Weber (1986). 
A Educação Cristã
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
41
Curiosamente, o hebraico bíblico não conhece a palavra “aprendiz” no que se 
refere à relação mestre-aluno. A razão é simples: 
O que o israelita individual tem que aprender a respeito da vontade de 
Deus não o transforma em ‘aluno’ diante do seu ‘mestre’. Isto porque, 
mesmo como aprendiz, o indivíduo sempre permanece uma parte do 
povo escolhido, entre o qual cada indivíduo descobre na Palavra divina 
a autoridade dAquele que o elegeu. Isto exclui qualquer possibilidade 
de um relacionamento discípulo-mestre entre os homens, pois até o 
sacerdote e o profeta ensinam com sua própria autoridade120.
Nós somos, portanto, discípulo do Senhor, Aquele que nostorna erudito (Is 
8.16/Is 50.4)121.
Josué, diante da grande responsabilidade de suceder a Moisés, ouve deste a 
palavra de Deus, diante de todo o povo: 
Sê forte e corajoso; porque com este povo entrarás na terra que o Senhor, 
sob juramento, prometeu dar a teus pais; e tu os farás herdá-la. O Senhor 
é quem irá adiante de ti: ele será contigo, não te deixará, nem te desam-
parará; não temas, nem te atemorizes (Dt 31.7-8). 
Posteriormente, após a morte de Moisés, Deus repete essas palavras a Josué. 
Lembremo-nos que Josué sabia das dificuldades que encontraria; afinal, ele labu-
tou com Moisés durante toda a caminhada de quarenta anos no deserto, viu toda 
aquela geração que partiu do Egito – com mais de vinte anos – morrer no deserto 
devido à sua própria desobediência. 
Como bem sabemos, de todos os que saíram do Egito, apenas Josué e Calebe 
entraram na terra prometida. Josué conhecia o seu povo e, por certo, tinha em 
mente que a sua jornada não seria nada fácil, tendo como uma de suas primeiras 
missões, dentro de três dias, atravessar o rio Jordão (Js 1.11) e, em breve, conquis-
tar a cidade de Jericó. No momento em que ele assumiu a liderança, Deus lhe diz: 
Tão-somente sê forte e mui corajoso, para teres o cuidado de fazer segun-
do toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem 
para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem sucedido por 
onde quer que andares. Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita 
nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo a tudo quanto 
nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e serás bem suce-
dido. Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, 
porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares (Js 1.7-9).
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E42
Sob a Palavra de Deus, Josué foi, e quando o povo se preparava para atravessar 
o rio Jordão, ele disse: “Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas 
no meio de vós” (Js 3.5). Aqui está o exemplo de um homem que confiava na 
Palavra de Deus, tendo os seus pés firmados nela. 
Os princípios apresentados por Deus a Josué giram em torno da Sua Palavra: 
 ■ Meditar no Livro da Lei;
 ■ Cumprir os seus preceitos;
 ■ Ensinar os seus mandamentos.
O resultado disso, é que ele seria bem-sucedido no que realizasse.
No âmbito nacional, vemos que Deus confiou, em especial, aos sacerdotes 
(levitas) a responsabilidade de ensinar a Lei122 – lendo-a periodicamente diante 
de todo o povo –, aplicando-a às necessidades de seus ouvintes (Lv 10.11; Dt 17.8-
11; 31.9-13/2Rs 12.2; 2Cr 35.3). Eles eram conhecidos como “os que tratavam da 
lei” (Jr 2.8). A fidelidade dos sacerdotes em cumprirem a sua missão servia, em 
geral, como “termômetro” para mensurar a situação espiritual do povo. Quando 
os sacerdotes se desviavam desse propósito, as consequências eram fatais.
O cativeiro do Reino Norte (722 a.C.) está diretamente relacionado à igno-
rância. Deus disse, por intermédio de Isaías: “[...] O meu povo será levado cativo, 
por falta de entendimento (t[d) (da’ath) [...]” (Is 5.13). (Vejam-se: 2Rs 17.13-16; 
Os 11.5-7). Nesse período, verificamos um grave e desolador problema na vida 
espiritual de Israel: os sacerdotes não ensinavam mais a Lei e o povo, ao longo 
dos anos, prosseguia em seu caminho de desobediência. Eles desprezaram o 
conhecimento de Deus e, por isso mesmo, também foram rejeitados por Deus: 
O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento (t[dּ)123 
(da’ath). Porque tu, sacerdote, rejeitaste (sa;m’) (ma’as)124 o conhecimento 
(t[d) (da’ath), também eu te rejeitarei (sa;m’) (ma’as), para que não sejas 
sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, tam-
bém eu me esquecerei de teus filhos (Os 4.6).
Deus, por meio de Oséias (c. 750-723)125, demonstra que o povo era a expressão viva 
do sacerdote, ainda que, ironicamente, por vezes, o povo o acusasse: “O teu povo é 
como os sacerdotes aos quais acusa [...] como é o povo, assim é o sacerdote” (Os 4.4,9)126.
A Educação Cristã
Re
pr
od
uç
ão
 p
ro
ib
id
a.
 A
rt
. 1
84
 d
o 
Có
di
go
 P
en
al
 e
 L
ei
 9
.6
10
 d
e 
19
 d
e 
fe
ve
re
iro
 d
e 
19
98
.
43
Deus, em seu amor pactual e invencível, conclama o povo, por meio do profeta, 
ao arrependimento, a tornar-se para Ele127. 
Mais tarde (c. 440 a.C.), os sacerdotes continuam sendo acusados de não 
mais ensinarem Lei, e o povo, ao longo dos anos, prosseguia em seu caminho de 
desobediência. Os sacerdotes falhavam em sua função principal. Deus os adverte: 
“Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento (ּt[d) (da’ath), e 
da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do 
SENHOR dos Exércitos” (Ml 2.7).
Muitas vezes, os sacerdotes e profetas – estes que tinham a responsabili-
dade de transmitir a revelação de Deus – foram infiéis para com Ele, ensinando 
por dinheiro, tornando-se mestres de mentiras (Is 9.14-15; Mq 3.11)128. Na rea-
lidade, estes conheciam a lei, mas não a ensinavam nem a praticavam, antes, ela 
tornou-se um meio para o seu favorecimento pessoal, transmitindo uma men-
sagem falsa (Ez 22.26,28; Sf 3.4)129. 
Em resumo, eles se esqueceram da lei de Deus (Os 4.6). Aqueles que assim 
procediam assemelhavam-se aos ídolos, que são mestres de mentiras: 
Que aproveita o ídolo, visto que o seu artífice o esculpiu? E a imagem de 
fundição, mestra (hry)(yârâh) de mentiras, para que o artífice confie na 
obra, fazendo ídolos mudos? 19 Ai daquele que diz à madeira: Acorda! 
E à pedra muda: Desperta! Pode o ídolo ensinar (hry)(yârâh)? Eis que 
está coberto de ouro e de prata, mas, no seu interior, não há fôlego (xwrּ)
(rûach) nenhum” (Hc 2.18-19). 
O Antigo Testamento mostra o Espírito como onisciente (Is 40.13), onipresente (Sl 
139.7) e onipotente (Is 34.16), evidenciando, assim, a impotência e inércia dos ídolos, 
visto que estes não têm espírito, não têm vida (Hc 2.19/Jr 10.14). Somente Deus pode 
conceder vitalidade, já que a vida pertence a Deus (Ez 37.14/Hc 3.2) (hfyfx) (hãyãh)130.
Contudo, deve ser salientando que ainda que essa realidade esteja forte-
mente presente na história de Israel, não se constitui em toda a extensão da 
verdade. Muitíssimos sacerdotes e profetas perseveram em ensinar com fideli-
dade a Palavra de Deus (1Rs 19.18)131. A tarefa do profeta consistia em ensinar 
uma religião revelada. Deus mandou seus profetas para chamar o povo de volta 
à verdadeira observância da lei (2Rs 17.13)132.
Na reforma levada a efeito por Josafá, ele providenciou para que alguns de seus 
príncipes se ocupassem pessoalmente do ensino da Lei em Judá e nas demais cidades: 
SIGNIFICADO DA EDUCAÇÃO E BASES DA EDUCAÇÃO CRISTÃ
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E44
No terceiro ano do seu reinado, enviou ele os seus príncipes Ben-Hail, 
Obadias, Zacarias, Natanael e Micaías, para ensinarem (dml)(lâmad) 
nas cidades de Judá; [...] Ensinaram (dml)(lâmad) em Judá, tendo con-
sigo o Livro da Lei do SENHOR; percorriam todas as cidades de Judá e 
ensinavam (dml)(lâmad) ao povo (2Cr 17.7,9).
Depois do Exílio Babilônico, o escriba Esdras, que era versado na Lei do Senhor 
(Ed 7.6), é descrito como alguém que “tinha disposto o coração (bbl) (lêbâb) 
para buscar a Lei do SENHOR, e para a cumprir, e para ensinar (dml)(lâmad) em 
Israel os seus estatutos e os seus juízos” (Ed 7.10). “A tarefa dos profetas era apli-
car a lei à sua própria situação. Sua mensagem baseava-se na lei; eles atacavam 
a aplicação errada que dela se fazia”133. Portanto, o profeta é “o mensageiro de 
Deus aos homens”134. A profecia tem uma ligação dupla e indissolúvel. A sua 
fonte é a Palavra de Deus; na outra ponta, temos o seu objetivo especial: a edi-
ficação da Igreja135.
Um profeta será o intérprete e ministro da revelação. [...] [A]

Continue navegando