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The Air Campaign Planning for Combat Coronel John A. Warden III Publicado na National Defense University Press, 1988 1. Superioridade aérea - O conceito Superioridade aérea é uma necessidade. Desde o ataque alemão à Polônia em 1939, nenhum país venceu uma guerra em face da superioridade aérea inimiga, nenhuma ofensiva maior teve êxito contra um oponente que controlava o ar e nenhuma defesa se sustentou contra um inimigo que tinha superioridade aérea. Por outro lado, nenhum Estado perdeu uma guerra enquanto mantinha a superioridade aérea, e a conquista da superioridade aérea consistentemente tem sido um prelúdio para a vitória militar. É vital que os comandantes nacionais e de teatro, seus comandantes de componentes aéreos e comandantes de componentes de superfície estejam cientes desses fatos históricos e planejem adequadamente.6 Ser superior no ar, ter superioridade aérea, significa ter controle suficiente do ar para fazer ataques aéreos ao inimigo sem oposição séria e, por outro lado, estar livre do perigo de sérias incursões aéreas do inimigo. Obviamente, existem variações dentro da categoria de superioridade aérea. A supremacia aérea permite operações em qualquer lugar Por exemplo, supremacia aérea significa a capacidade de operar forças aéreas em qualquer lugar sem oposição. A superioridade aérea local oferece liberdade básica de movimento aéreo em uma área limitada por um período finito de tempo. A superioridade aérea, ou supremacia, no teatro, significa que os meios aéreos amigos podem operar em qualquer lugar dentro de todo o teatro de combate. A neutralidade aérea sugere que nenhum dos lados obteve o controle do ar suficiente para operar sem grande perigo. Também temos uma condição que poderíamos chamar de superioridade aérea defensiva - na qual o inimigo aéreo não pode operar em parte de um determinado território, e onde a força aérea desse território (se houver) é igualmente incapaz de operar contra esse inimigo. Essa situação poderia surgir se um Estado fosse capaz de criar um sistema de defesa antiaérea suficientemente forte. Até o momento, nenhum sistema terrestre concedeu esse grau de proteção, mas é teoricamente possível. A afirmação de que a superioridade aérea é uma necessidade para garantir a vitória ou evitar a derrota é baseada na teoria e na análise do último meio século de guerra. Só a teoria sugeriria que a guerra de superfície não poderia ter sucesso se as forças da superfície e seu apoio estivessem sob constante ataque de aeronaves inimigas. E, de fato, a teoria é apoiada por copiosos exemplos históricos, alguns dos quais devem ser suficientes para explicar. A Alemanha destruiu a força aérea da Polônia nos primeiros dias da campanha. A partir de então, os alemães foram capazes de usar suas forças aéreas para interditar, atacar tropas terrestres e enfraquecer posições para movimentos subsequentes no solo.7 Nove meses depois, a Alemanha fez o mesmo na França, quando a Luftwaffe conquistou a superioridade aérea em dois dias.8 O ataque à Rússia em junho de 1941 foi um exemplo clássico de conquista da superioridade aérea com ataques violentos e maciços. Os alemães capitalizaram sua superioridade aérea, movendo suas forças terrestres por distâncias sem precedentes até o final do outono, quando o clima e a falha em dar continuidade às vitórias aéreas iniciais colaboraram para interromper a grande ofensiva.9 O ataque à Rússia foi seguido, muito em função do fracasso da Alemanha em vencer a Batalha da Grã-Bretanha e, assim, estabelecer a superioridade aérea que era um pré-requisito para a invasão.10 A invasão da Rússia foi a última instância em que a Alemanha conseguiu estabelecer superioridade aérea sobre um oponente. Foi a última ofensiva estratégica que a Alemanha realizou antes que sua própria pátria fosse devastada e ocupada. Do outro lado da Segunda Guerra Mundial, os Aliados Ocidentais alcançaram superioridade aérea antes da última ofensiva do Marechal de Campo alemão Erwin Rommel em Alam Halfa. Rommel observou que "quem tem que lutar, mesmo com as armas mais modernas, contra um inimigo no controle total do ar, luta como um selvagem contra um exército europeu moderno".11 Posteriormente, Rommel fez um comentário semelhante sobre a situação na Sicília e na Itália. "A força no terreno não foi desfavorável para nós", disse Rommel. "Simplesmente a superioridade deles no ar e de munição é esmagadora, igual à da África".12 O valor da superioridade aérea foi ainda mais claro na invasão da Normandia. Von Rundstedt, comandante alemão na França durante a invasão, relatou: "A Força Aérea Aliada paralisou todos os movimentos durante o dia e tornou muito difícil até à noite".13 No verão de 1944, os Aliados ganharam controle sobre o céu sobre a Alemanha. No final da guerra, a situação era tão ruim, por causa do bombardeio incessante permitido pelo controle do ar, que os alemães não tinham combustível para seus aviões e apenas gasolina suficiente para dar a um tanque o mínimo para fazer um ataque.14 Para que não se argumente que a Segunda Guerra Mundial é história antiga e, portanto, não é mais aplicável, considere alguns casos de guerras desde então. Na Coréia, o Tenente-General Nam Il, o principal representante dos norte-coreanos nas negociações do armistício, observou em um momento de sinceridade: "É devido ao seu esforço aéreo estratégico de bombardeio indiscriminado de nossa área, e não ao seu esforço aéreo tático de apoio direto às linhas de frente, para que suas forças terrestres sejam capazes de manter mal e temporariamente sua posição atual ".15 O "bombardeio indiscriminado" a que o General Nam Il se referiu foi uma conseqüência direta da superioridade aérea por todo o caminho até o rio Yalu. Os israelenses ilustraram bem o poder da superioridade aérea. Em 1967, os israelenses destruíram as forças aéreas egípcias e sírias no dia 5 de junho e depois destruíram o exército egípcio no Sinai, onde o comando israelense do ar tornara a vida intolerável para o soldado egípcio.16 Seis anos depois, os vencedores de 1967 pagaram um preço terrível por não ganhar superioridade aérea na primeira fase da guerra. Somente depois de reconhecer a necessidade de suprimir os sistemas de mísseis inimigos - sua principal barreira à superioridade aérea - eles conseguiram virar a maré da batalha e vencer a guerra.17 Finalmente, os norte-vietnamitas não foram capazes de realizar uma ofensiva convencional bem-sucedida enquanto o poder aéreo americano esteve estacionado na Indochina. Somente depois que os americanos partiram, o norte conseguiu montar uma ofensiva terrestre decisiva no Vietnã do Sul. Nesse caso, o componente aéreo do Vietnã do Sul tentou pouco e foi facilmente repelido pelos sistemas móveis de defesa aérea terrestre do Vietnã do Norte.18 Como o componente aéreo não desempenhou um papel significativo na invasão de ambos os lados, a ação subsequente foi essencialmente como teria sido antes daera da aeronave. Superioridade Aérea crucial para o sucesso Em assuntos como a guerra, que é sujeita a poucas análises científicas, e onde tanto depende do elemento humano, é praticamente impossível provar uma hipótese. No entanto, se alguém argumenta que a superioridade aérea é crucial para o sucesso (como sugere o peso das evidências históricas), então é necessário explicar como o comandante operacional faz para alcançá-la. Se a superioridade aérea for aceita como o primeiro objetivo, claramente todas as operações deverão estar subordinadas - na medida do necessário - à sua realização. Esta observação não pretende sugerir que nenhuma operação seja realizada até que a superioridade aérea seja conquistada. Isso significa, no entanto, que nenhuma outra operação deve ser iniciada para pôr em risco a missão principal ou usar forças que devem ser usadas para atingir a superioridade aérea. Como na maioria das coisas, as exceções são abundantes, embora quando pareça mais óbvio que a regra deva ser desobedecida, é mais provável que não deva ser. Pode-se estar em uma situação tão difícil, provocada talvez por um ataque surpresa, que não há escolha disponível a não ser arriscar tudo numa brecha desesperada para ganhar algum tempo ou salvar alguma entidade estrategicamente importante. Os israelenses foram confrontados com esse tipo de problema em 1973, quando foram surpreendidos pelos ataques da Síria e do Egito. O ataque egípcio não foi imediatamente ameaçador, mas os israelenses consideraram o ataque sírio muito perigoso. O alto comando israelense engajou aeronaves contra as forças terrestres da Síria, apesar de o inimigo ter defacto a superioridade aérea defensiva sobre suas próprias linhas em virtude de seus sistemas de mísseis terra-ar. Por mais desesperadora que fosse a situação terrestre, os israelenses logo perceberam que não poderiam continuar usando sua força aérea contra os tanques sírios com a ausência de superioridade aérea. Conseqüentemente, eles fizeram dos campos de mísseis o alvo principal, recuperaram a superioridade aérea e, em seguida, trouxeram o peso total de sua força aérea contra todos os elementos da ofensiva síria.19 Examinaremos mais a teoria da situação de emergência no capítulo 11, sobre o planejamento de uma campanha aérea. Embora possam existir exceções, elas não devem ser a base do planejamento. Em circunstâncias normais, a superioridade aérea é a primeira e mais convincente tarefa. Normalmente, pensa-se em alcançar a superioridade aérea através de uma combinação de aeronaves, mísseis terra-ar ou armamento de cano. De fato, esses dois elementos normalmente desempenharão um papel fundamental - mas de maneira alguma o único papel. As forças terrestres do exército e as forças navais de superfície podem e tem dado grandes contribuições à missão de superioridade aérea. A contribuição deles pode ser ainda maior se conscientemente eles estiverem integrados à campanha de superioridade aérea. Esse assunto receberá tratamento expandido no capítulo 10, sobre planejamento, mas, por enquanto, alguns exemplos ajudarão a elucidar a idéia. Hitler, em sua Diretiva nº 6 Para a Conduta da Guerra, de 6 de outubro de 1939, observou que a Luftwaffe não podia atacar a Inglaterra da Alemanha por causa da distância e dos custos de combustível. Por outro lado, observou Hitler, se a Alemanha [ocupasse] os Países Baixos, "sem dúvida, a Grã-Bretanha poderia sofrer um golpe mortal [pela Luftwaffe]". Ele viu ainda a destruição das forças terrestres britânicas e francesas como "o principal objetivo, cuja realização oferecerá condições adequadas para o emprego posterior e bem-sucedido da Luftwaffe [contra a Grã-Bretanha]". Assim, tomar posse de território para apoiar (e negar) bases aéreas tornou-se um objetivo básico e influenciou o planejamento que levou ao ataque à França.20 Em uma escala muito menor, os britânicos lançaram um ataque a uma pequena unidade de bombardeiros alemã na ilha de Creta, que havia destruído uma quantidade excessiva de navios.21 As forças navais inverteram os papéis tradicionais em mais de uma ocasião. Na guerra árabe-israelense de 1973, os gunboats israelenses atacaram os sistemas de mísseis terra-ar egípcios no flanco esquerdo egípcio, para pavimentar o caminho para os movimentos da força aérea israelense pelo corredor aberto.22 Pensar que a superioridade aérea deve ser obtida apenas pelos meios aéreos limita seriamente os comandantes em sua busca pela vitória. Atingir a superioridade aérea não é simples no conceito ou na execução. Para iniciar o processo, é preciso saber necessariamente que uma variedade de circunstâncias podem estar disponíveis no contexto no qual a batalha aérea está inserida, e é preciso entender a própria posição antes do engajamento. Caso contrário, é possível travar uma batalha bem planejada para as circunstâncias erradas. E lutar da maneira errada na hora errada pode muito bem ser desastroso. Os três fatores a seguir podem afetar basicamente uma campanha de superioridade aérea: material, pessoal e posicionamento. • Material engloba aeronaves, armamentos terra-ar, fabricação de instalações para ambos, e suprimentos necessários para sustentá-los. Também inclui a infraestrutura necessária para o seu apoio direto. • Pessoal significa principalmente as pessoas altamente qualificadas que gerenciam os sistemas de combate, que têm talentos especiais e que exigem treinamento extensivo antes de se tornarem úteis na batalha. Pilotos e outros membros da tripulação aérea são o componente mais óbvio desta categoria. • A posição resume a localização relativa e a vulnerabilidade das bases aéreas, campos de mísseis, linhas de batalha terrestre e infraestrutura. Todos esses fatores juntos determinam a estrutura da batalha e as opções disponíveis para combatê-la. Os três fatores podem se combinar em uma variedade infinita de permutações que tornam a análise fútil - a menos que sejam deliberadamente simplificadas e colocadas em termos compreensíveis pelo comandante ou pela equipe que deve fazer algo com eles. Os cinco casos de guerra Para simplificar a análise da situação aérea e estabelecer uma estrutura para o planejamento, podemos dividir a maioria das guerras em um dos cinco casos definidos pela relação entre as forças aéreas opostas. No primeiro caso, Caso I, ambos os lados têm capacidade e vontade de atacar as bases um do outro. Esse foi o caso no Pacífico na primeira parte da Segunda Guerra Mundial, quando as forças japonesas e aliadas puderam e acertaram bases atrás das linhas umas das outras. O segundo caso, o Caso II, ocorre quando um lado é capaz de atingir seu inimigo em qualquer lugar, enquanto o inimigo pode fazer pouco mais do que alcançar a frente de batalha (front). O caso II é tipificado pela Grande Aliança dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha - contra a Alemanha depois de 1943. A partir desse momento, as forças aéreas aliadas foram capazes de atacar a Alemanha sem medo de ataques aéreosmilitarmente significativos pelos alemães. O caso II também sugere que a guerra envolve fases. Uma guerra que começa com uma situação aérea específica pode não terminar com a mesma situação prevalecente. As fases serão discutidas nos próximos capítulos. O Caso III é o inverso do caso II e é uma situação perigosa. Aqui, um lado é vulnerável ao ataque, mas é incapaz de alcançar o inimigo. É a situação em que a Grã-Bretanha se viu durante a Batalha da Grã-Bretanha. Ela não achava que tinha a capacidade de atacar os campos da Luftwaffe na França; assim, para fins práticos, as bases alemãs estavam seguras durante os dois meses da batalha.23 O quarto caso, o Caso IV, descreve a situação em que nenhum dos lados pode operar contra as retaguardas e as bases aéreas do inimigo, e em que a ação aérea é, portanto, confinada à frente de batalha (front). O caso IV é melhor ilustrado pela Guerra da Coréia, onde os Estados Unidos se impuseram restrições políticas que proibiam operações contra campos e infraestrutura chineses ao norte do rio Yalu. Os comunistas, por outro lado, foram incapazes de atacar os campos americanos efetivamente. O último caso, o Caso V, poderia ocorrer através de restrições políticas mutuamente acordadas ou porque nenhum dos lados teria poder aéreo. Por exemplo, proxies (representantes) de duas grandes potências podem se encontrar em um local em que nenhuma delas opte por fornecer aviões de combate. Claramente, ambos os lados podem mudar as regras; portanto, seria útil que os participantes antecipassem essa possibilidade. Da mesma forma, uma guerra entre dois países pobres pode não envolver nenhuma atividade aérea significativa. Novamente, porém, os comandantes de ambos os lados seriam prudentes em pensar no que aconteceria se as forças aéreas chegassem. A tabela 1 resume os cinco casos que acabamos de discutir. Os capítulos subsequentes abordarão cada um em detalhes. * Os campos Azul e Vermelho abrangem infraestrutura de suporte, como energia, combustível e instalações de comando e controle. ** Normalmente, a frente de batalha terrestre, mas pode ser uma fronteira. *** Seguro significa que não é provável que os campos sejam atingidos, porque o inimigo é incapaz de atingi-los, ou escolhe não fazê-lo, ou eles são protegidos por restrições políticas. **** Quando o Caso II progride para sua conclusão lógica, o país vermelho (Red) provavelmente não poderá alcançar as linhas de batalha. Os cinco casos discutidos aqui fornecem uma visão geral da situação prevalecente no início de uma campanha ou fase. O comandante ou planejador precisa de uma visão geral. No entanto, dentro de seu contexto, o comandante ou planejador deve perceber que variações no número de pessoal e suporte de material afetarão significativamente o planejamento. A Tabela 2 fornece uma matriz simples de alguns dos possíveis relacionamentos entre o material e o pessoal qualificado. * pessoal qualificado inclui aqueles cujo treinamento é longo e árduo e que não pode ser substituído rapidamente quando perdido. (Pilotos, outras tripulações aéreas e técnicos.) ** O material inclui aeronaves, mísseis, instalações de fabricação e infraestrutura de suporte. *** Limitado e ilimitado são relativos aos combatentes. **** Deve ser avaliado ao longo do tempo. Ou seja, tanto o pessoal quanto o material podem ser escassos no início das hostilidades, mas podem se tornar ilimitados por meio de mobilização, transferências entre os teatros ou assistência externa. As variáveis de superioridade aérea serão abordadas ao longo deste livro. Mas, como nos casos de superioridade aérea, uma breve revisão de exemplos históricos deve ajudar a esclarecer a importância dessas variáveis. Ilustrando a situação em que ambos os lados tiveram pessoal e material limitados são as guerras árabe-israelenses, onde a presença ou ausência de suprimento externo afetou a estratégia de ambos os lados e, de certa forma, acentuou a importância de limitações mútuas. Os britânicos durante a Batalha da Grã-Bretanha oferecem um bom exemplo da segunda situação. As taxas de produção de aeronaves britânicas superaram a produção alemã por uma ampla margem e também excederam confortavelmente as taxas de perda.24 No entanto, a Força Aérea Real Britânica (RAF) estava abaixo do estabelecido em pilotos no início do conflito, e o treinamento de novos pilotos não conseguiu acompanhar as perdas no auge da batalha.25 A situação poderia ter sido insustentável se a batalha não tivesse ocorrido sobre a Grã-Bretanha, onde os pilotos que saltavam de seus caças atingidos freqüentemente conseguiam voar de novo - em alguns casos, até no mesmo dia. Os Estados Unidos na década de 1980 caracterizam a terceira situação, de pilotos ilimitados e aeronaves limitadas. Embora os Estados Unidos possuam enormes reservatórios de pilotos que serviram no Vietnã e que poderiam ser novamente treinados rapidamente, ele possui um número muito fixo de aeronaves e não tem como fazer aumentos rápidos e militarmente significativos na produção. A situação em que um lado tem material relativamente ilimitado é ilustrada pela posição russa na Segunda Guerra Mundial - embora os alemães certamente não acreditassem nisso ou o conhecessem até que estivessem em guerra com os russos por dois anos. Os russos perderam quase 2.000 aeronaves no primeiro dia da guerra - quase um terço de sua força aérea total e quase o mesmo número que os alemães perderam em toda a frente oriental.26 A taxa de perda da Rússia continuou em uma escala sem precedentes até o mau tempo chegar em outubro. Em meados de 1944, no entanto, os russos tinham uma vantagem de 6 para 1 sobre os alemães e pareciam não ter nenhum problema em administrar sua grande armada.27 Atingir a superioridade aérea significa eliminar de um modo ou de outro as forças inimigas que podem interferir nas operações aéreas. Como observado anteriormente, forças aéreas, marítimas ou terrestres podem ser usadas para obter superioridade aérea. Em termos muito gerais, duas categorias de sistemas podem interferir nas operações aéreas - isto é, bloquear a obtenção de superioridade aérea. Esses sistemas são aeronaves e antiaéreas. Em apoio a esses sistemas de armas estão sistemas de detecção (como o radar) e sistemas de contramedidas eletrônicas que interferem ou enganam os sistemas eletrônicos opostos. Esses sistemas estão diretamente relacionados ao combate. Infraestrutura essencial Não está diretamente relacionada ao combate, mas é essencial a ele, é a infraestrutura que suporta esses sistemas de combate. A infra-estrutura varia de projéteis e combustível para a aeronave, até refinarias de petróleo e laboratórios onde os cientistas trabalham contramedidas para as mais recentes ameaças eletrônicas. Dependendo da situação, conseguir a superioridade aérea pode ser possível eliminando uma pequena parte da infraestrutura inimiga. Em outros casos, pode ser necessário iniciar um ataque totalà praticamente todas as partes. Independentemente do que seja necessário para atingir a superioridade aérea, existem várias maneiras de fazê-lo. Por exemplo, pode-se concluir que a eliminação de aeronaves inimigas é a chave, mas essa conclusão não significa necessariamente que as aeronaves inimigas devem ser atacadas diretamente. O inimigo raramente pode voar além de suas próprias linhas, e o seu lado das linhas pode ser protegido por uma rede de mísseis. Voar precipitadamente em direção aos aeródromos e aeronaves inimigas sem primeiro destruir, suprimir ou contornar as defesas de mísseis pode ser caro, na melhor das hipóteses, e catastrófico, na pior das hipóteses. Simplesmente, na guerra, a menor distância para um objetivo pode não ser uma linha reta. O ponto central deste capítulo foi a enorme importância da superioridade aérea. Nos últimos meio século, a superioridade aérea inevitavelmente significou a diferença entre vitória e derrota. Os comandantes e seus staffs devem considerar a superioridade aérea em seu planejamento e execução. A estrutura de análise sugerida neste capítulo deve facilitar a conceituação do problema e o desenvolvimento de um esquema apropriado para alcançar o domínio no ar.
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