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1 COOPERAÇÃO BILATERAL BRASIL-ARGENTINA NA ÁREA DA TECNOLOGIA NUCLEAR Van Lee Francisco Pereira RESUMO: O presente trabalho apresenta a cooperação Brasil-Argentina na área nuclear, bem como será apresentado um breve histórico do ciclo de amizade e rivalidade entre os dois países, o início da relação entre os dois países, inclusive na área nuclear, quais as motivações e resultados desta cooperação e o impacto gerado em ambos os países e na América Latina. Explora também como que está essa relação bilateral na área nuclear nos governos atuais do Brasil e da Argentina, Bolsonaro e Macri, respectivamente. O trabalho expõe que há várias formas de usar energia nuclear para fins pacíficos, como construção de usinas hidrelétricas, equipamentos radiológicos, tratamento contra o câncer, etc. Palavras-chave: cooperação, bilateral, Brasil, Argentina, nuclear. 1. INTRODUÇÃO A relação Brasil-Argentina teve vários momentos de tensões e distensões. Geograficamente, são os dois maiores países da América do Sul, e constantemente disputam pela liderança na região, inclusive na área nuclear. São os países que mais se destacam econômica e tecnologicamente na região. Mas apesar da rivalidade, não há inimizade. A cooperação entre os dois países aumentou após a Segunda Guerra Mundial, pois ambos desperteram interesses na tecnologia nuclear, porém, apenas para fins pacíficos (BOMPADRE, 2000). A relação entre os dois se iniciou antes mesmo de se tornarem independentes. Os países apenas herdaram uma rivalidade por disputas de terra entre Portugal e Espanha no território que hoje seria o Uruguai. O Brasil apoiou Portugal e Argentina, por sua vez, apoiou a Espanha. Houve vários momentos de tensões, como a Guerra da Cisplatina, em 1825, a guerra contra Rosas, em 1851/2, Guerra do Paraguai, na qual os dois países se envolveram. Aos poucos, a relação de rivalidade do século XIX se transformou numa cooperação importante no século XX. Candeias afirma que 2 a história dos laços bilaterais revela que as relações se iniciam sob o signo da instabilidade estrutural no século XIX e avançam rumo à estabilidade estrutural pela integração no século XXI. As fases intermediárias foram instabilidade conjuntural e busca de cooperação (1898-1961), instabilidade conjuntural com rivalidade (1962-1979) e construção da estabilidade estrutural pela cooperação (1979-1987) e pela integração (desde 1988) (CANDEIAS, 2005, p.1). E no final do século XX, a partir da cooperação e integração dos dois países, surgiu o Mercosul. Apesar de haver interesses econômicos e comercial, foi a partir da integração nuclear que houve a diminuição da rivalidade entre os dois países, e assim, Brasil e Argentina tiveram maior destaque no contexto internacional (OLIVEIRA, 1998). Na área nuclear, os dois países estiveram interessados em desenvolver a tecnologia nuclear, para fins pacíficos, desde a década de 1970, por isso que, no início, ambos países se recusaram a aderir ao Tratado de Não Proliferação (TNP), e só aderiram na década de 1990. O processo de integração nuclear Brasil-Argentina foi de forma lenta e gradativa (WAISMAN, 2010). Primeiramente, será falado sobre o contexto nuclear brasileiro. Sua origem na tecnologia nuclear, principais fatos, etc. Depois será explicitado sobre o contexto nuclear argentino. Logo após será tratado sobre o andamento da cooperação Brasil- Argentina no período da Guerra Fria. No capítulo seguinte será explicitado a cooperação nuclear dos dois países após a Guerra Fria e depois nos governos atuais. O trabalho será bibliográfico e alguns dos autores serão Waisman (2010), Bompadre (2000), Candeas (2005), etc. 2. CONTEXTO NUCLEAR BRASILEIRO As primeiras pesquisas nucleares realizadas no Brasil foram feitas na década de 30, mas somente em 1945, para ser mais exato, após o lançamento da bomba de Hiroshima que o Brasil passou a se interessar, de fato na tecnologia nuclear (KURAMOTO; APPOLONI, 2002). Somente os EUA possuíam tecnologia nuclear na época, e não forneciam informações para nenhum país. Em 1945, foi assinado o primeiro acordo nuclear do Brasil, que foi com os Estados Unidos, o qual “previa a exportação de areia monazítica 3 (tal areia contém Tório, um elemento utilizado em processos nucleares) da região do Espirito Santo” (KURAMOTO; APPOLONI, 2002, p. 380.). Em 1954, o Presidente Café Filho assina um novo acordo com os Estados Unidos em que exportaria areias monazíticas em troca de trigo americano. Em 1956, JK cria a Comissão Nacional de Energia Nuclear. Com o golpe de 1964, as atividades nucleares foram tomadas por militares. Em 1972, foi iniciada a construção da usina Angra I (KURAMOTO; APPOLONI, 2002, p. 381). Em 1956, o Brasil criou a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) com o intuito de dominar a tecnologia nuclear, e aproveitou-se da relação com os Estados Unidos para obter equipamento e tecnologia nucleares. Após a implantação do governo militar de 1964, o Brasil criou uma política nuclear independente. Em 1974, após a Índia ter realizado testes nucelares, as leis nucleares ficaram mais rígidas e, por isso, o Brasil tentou buscar novos parceiros, como a Alemanha Oriental, para ter acesso a tecnologias nucleares (BOMPADRE, 2000). Paralelamente a isso, as Forças Armadas, em segredo, começaram com programas “paralelos” de desenvolvimento nuclear, como por exemplo, o enriquecimento do urânio para construir um submarino nuclear. Entretanto, todos os esforços brasileiros e argentinos em relação à tecnologia nuclear foram para fins pacíficos (BOMPADRE, 2000). Em 1975, no governo Geisel, foi firmado um acordo nuclear com a Alemanha, que a partir daí, foi criada a empresa Nuclebrás. Tal acordo só foi firmado após o Brasil assinar um termo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em 1976, cujo objetivo era coibir a produção de armas nucleares. Como resultado desse acordo, deu-se início a construção de Angra II, em 1981, porém só começou a funcionar efetivamente em 2001. Em 1979, ‘deu-se início ao Programa Nuclear Paralelo, patrocinado pela Marinha, Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), que visava o enriquecimento de urânio, que era feito pelo Centro Tecnológico da Aeronáutica construção de submarino nuclear (KURAMOTO; APPOLONI, 2002). O Brasil tem exercido um papel importante na área de segurança e integração nacional e mediador de conflitos desde os anos 1970, como o Tratado de Cooperação 4 Amazônica a criação do Mercosul, solução de conflitos na região andina entre Peru e Equador, etc. No início, o Brasil foi contra o TNP, pois considerava discriminatório e servia apenas para os países que eram potências, inclusive nuclear, se manterem no poder. Porém, ao avaliar os benefícios que o tratado oferecia, como ampliar a legitimidade nos fóruns internacionais, credibilidade mundial, o Brasil aderiu ao TNP em 1998 (OLIVEIRA; ONUKI, 2000). Em 1988, foi criado o Conselho Superior de Política Nuclear (CSPN), cujo objetivo era mostrar transparência na política nuclear brasileira e usar a energia nuclear para fins pacíficos (OLIVEIRA; ONUKI, 2000). Um dos planos da área nuclear do governo atual é explorar a única mina de urânio existente na América Latina, localizada em Caetité/BA, que tem 100 mil toneladas de minério, o suficiente para abastecer todas as centrais nucleares do país, bem como explorar a mina de fosfato e urânio localizada em Santa Quitéria/CE, tudo para que o Brasil não seja dependente de fornecedores estrangeiros (SPEKTOR et al, 2019). Como pode ser visto, a marinha brasileira tem bastante influência na questão nuclear. Em 1990, a Marinha criou a Fundação Pátria, cujo objetivo é construir empreendimentos de alta tecnologia, principalmente na área nuclear. Esta fundação foi uma intermediáriaentre o IPEN (Instituto de Pesquisa Energéticas Nucleares) e o INVAP (Investigación Aplicada), uma empresa Argentina criada nos anos 1970 que atua em projetos da área nuclear. Além disso, a Marinha tem bastante influência na CNEN e mantém contato com a IAEA (Agência Internacional de Energia Atômica) (SPEKTOR et al, 2019). No Ministério de Minas e Energia, Bolsonaro nomeou Bento Albuquerque, ex- Diretor-Geral de Desenvolvimento nuclear e Tecnológico da Marinha (SPEKTOR et al, 2019). Em 2009, Lula retomou o projeto de submarino nuclear brasileiro, idealizado no Governo Geisel (1974-1979), porém, foi feita uma parceria com a França, que vai transferir as tecnologias necessárias para o Brasil. O foco do submarino é proteger a costa brasileira, que possui 8 mil quilômetros de comprimento. (GRASSI, 2019). 5 Em 2017, o Brasil assinou o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, que foi o primeiro acordo internacional a proibir o uso de armas nucleares. Porém, Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente do Brasil, tentou no Congresso barrar a ratificação, afirmando que se o Brasil tivesse uma arma nuclear, a paz seria garantida e que, talvez, seria temido pela Rússia e pela China. O deputado Luiz Phillipe (SPEKTOR et al, 2019). O principal objetivo do Brasil era ser uma potência regional, não só na área de segurança, mas econômica e comercial, bem como poderia intervir em conflitos para tentar promover a paz (OLIVEIRA; ONUKI, 2000). Desde que tomou posse em 1º de janeiro de 2019, Bolsonaro abriu o setor nuclear para investimentos privados, mudou princípios da diplomacia nuclear e criou novos planos para na área nuclear brasileira, como a construção do submarino nuclear, produção de combustível naval nuclear, exploração de novas minas de urânio, finalização de Angra 3, etc (SPEKTOR et al, 2019). Um dos seus principais projetos na área nuclear é retomar e finalizar Angra 3, que foi paralisada nos anos 1980, foi retomada em 2010 e parou novamente em 2015, devido aos escândalos de corrupção e à operação Lava Jato. Estima-se que a obra custará R$ 13 bilhões e quatro anos para ser finalizada e a Eletronuclear será responsável pelo projeto. A usina será capaz de gerar 12 milhões de megawatts-hora, o equivalente a energia suficiente para abastecer Brasília e Belo Horizonte (BRASIL, 2019). O projeto do submarino brasileiro nuclear já está em fase de construção e está previsto para ser finalizado em 2029 e seu funcionamento em 2030 (SPEKTOR et al, 2019). Acredita-se que Bolsonaro demonstra interesse em ampliar a área nuclear brasileira. Em julho de 2019, o Presidente do Brasil assinou o Decreto 9.915/2019, que visa a retomada da construção do Angra 3, pois somente 67% das obras estão prontas. A usina foi paralisada nos anos 1980, foi retomada em 2010 e foi paralisada novamente em 2015, devido à operação Lava Jato (BRASIL, 2019). 2.1. CONTEXTO NUCLEAR ARGENTINO 6 Cerca de 10% da eletricidade gerada na Argentina vem da energia nuclear, porém todo o Urânio atualmente na Argentina é importado. O país construiu a primeira usina nuclear da América Latina, a Central de Atucha I, em 1968, em cooperação com a Alemanha, e passou a funcionar em 1974 (OLIVEIRA, 1998). Em 1950, a Argentina criou a Comissão Nacional de Energia Atômica (CNEA) para começar a desenvolver a tecnologia nuclear e seus objetivos eram “utilizar a energia nuclear com fins pacíficos e atender os requerimentos de desenvolvimentos econômicos do país” (BOMPADRE, 2000, p. 54). Em 1964, a Argentina despertou grande interesse em energia nuclear construiu uma usina em Buenos Aires, de 300 a 500 MW. Em cooperação com a Alemanha e o Canadá, a usina nuclear de Atucha foi construída em Lima, a 135 km do Noroeste de Buenos Aires, e entrou em operação em 1974, tornando-se a primeira usina nuclear argentina (ARGENTINA, 2019). Em 1967, a empresa italiana Italimpianti construiu o reator CANDU-6 em Embalse, Argentina, e entrou em operação em 1984. Em 2010, foi assinado um acordo para que mantenha o reator ativo por mais 25 anos. (ARGENTINA, 2019). Em 1973, em cooperação com o Canadá, foi construída a Usina de Embalse Rio Tercero, que só operou comercialmente em 1984. Com esta usina, Argentina se tornou a segunda potência nuclear do Terceiro Mundo, ficando atrás somente da Índia. A argentina começou a avançar na área nuclear a partir dos anos 1950, com a criação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEA), que contou com vários cientistas alemães que fugiam do nazismo. O programa nuclear funcionou, pois em 1953, produziu os primeiros radioisótopos; em 1955, as primeiras barras de urânio metálico; em 1958, o primeiro reator de pesquisa da América Latina, o RA-1, atingiu fase crítica; em 1966, entrou em funcionamento o RA-2; em 1967, o RA-3; em 1970, o RA-0; em 1971, o RA-4; na seqüência, o RA- 5 e o RA-6. Também em 1968, o país tornou público o modelo de usina de reprocessamento e, em 1969, conseguiu fazer a separação de pequena quantidade de plutônio (OLIVEIRA, 1998, p.11). Com o golpe militar de 1976, e o general Jorge Rafael Videla no Poder, a política nuclear passou a ser prioridade no país, passando de 0,6% de investimento 7 público em 1970 para 15% em 1983, no último ano do governo militar (OLIVEIRA, 1998, p.12). Em 1979, foi construída a terceira usina nuclear na Argentina, a Atucha-2. Era um projeto da Siemens. A construção começou em 1981, mas por falta de recursos foi suspensa em 1994, com 81% da usina construída. No mesmo ano, a Nucleoeléctrica Argentina SA (NASA) foi criada para supervisionar a construção de Atucha 2. Em 2015, foi atingiu o seu funcionamento pleno (ARGENTINA, 2019). Em 2006, foi iniciada o projeto de construção do reator CAREM, de 27 MW. Foi um projeto de construção entre a CNEA e a INVAP. A obra civil começou em 2014 e ainda está em fase de construção no noroeste de Formosa. Será usada na geração de eletricidade ou dessanilização da água. No mesmo ano, foi a reaberta da mina San Rafael, região rica em urânio, fechada desde 1997. No ano seguinte, o CNEA assinou um acordo com o governo de Salta, no norte do país, a reabrir a mina de urânio Don Ott, que funcionava intermitentemente entre 1963 a 1981 (ARGENTINA, 2019). Em 2014, Vladimir Putin, em visita ao país, assinou um acordo de cooperação nuclear com a então Presidente Cristina Kirchner. Em 2015, a Argentina inaugura uma usina de enriquecimento de urânio em Pilcaniyeu, que é usada para a fabricação de combustíveis para as usinas nucleares argentinos. Além disso, a usina será responsável por modernizar a difusão gasosa e a laser. (ARGENTINA, 2019). No mesmo ano, houve um acordo de cooperação com a China. A Antucha III seria construída com tecnologia chinesa. A construção foi iniciada no mesmo ano, porém devido à crise econômica argentina, o projeto foi paralisado em 2018. Está prevista para ser retomada em 2021. Este ano, Macri e o presidente chinês Xi Jinping assinaram um plano de ação conjunto com a duração de cinco anos (2019-2023) no encontro do G20 em Buenos Aires (ARGENTINA, 2019). A Argentina basicamente usou a tecnologia nuclear para o campo da saúde, alimentação, agropecuária, etc. Além disso, a CNEA desenvolveu tecnologia própria para fabricação de água pesada e enriquecimento de urânio através da difusão gasosa (BOMPADRE, 2000). 8 3. HISTÓRICO DE COOPERAÇÃO BRASIL-ARGENTINA NA ÁREA DE TECNOLOGIA NUCLEAR No período da Guerra Fria, EUA e URSS disputavam não só ideologicamente, mas também nuclearmente, pois possuir armas nucleares era sinônimo de poder. Porém, Brasil e Argentina tinham a intenção de dominar a tecnologia nuclear apenas para fins pacíficos. A partir do final dos anos 70, com a crise do petróleo, Brasil e Argentina começaram a se aproximar mais. O “início” propriamente dito da cooperação na área nuclearfoi a construção das Usinas de Corpus e Itaipu, que estão presentes nos dois países. Em 1980, com a Declaração Presidencial Conjunta, houve ênfase nos programas nucleares para fins pacíficos, como produção de radioisótopos, proteção radiológica e segurança nuclear de Brasil e Argentina e o não desenvolvimento de armas nucleares. Tal acordo foi feito entre a CNEA e a CNEN, órgãos nucleares dos respectivos países (BOMPADRE, 2000). O Decreto de Iguaçu foi fundamento para os dois países, pois além da questão nuclear, o objetivo do Decreto era “consolidar definitivamente o processo de integração econômica entre as duas Nações, em um marco de renovado impulso à integração da América Latina” (BRASIL, 1985, p.1). Mesmo com algumas desvantagens, como as crises financeiras para manter o programa nuclear, divergências tecnológicas (enquanto a Argentina investia no urânio natural e água pesada, o Brasil investia no urânio enriquecido e na água natural), a cooperação e os acordos bilaterais nucleares foram de suma importância para que as duas nações se desenvolverem tanto na área nuclear quanto na área econômica (BOMPADRE, 2000). Brasil e Argentina estavam realmente dispostos a estreitarem cada vez mais a relação bilateral na área nuclear. Isso foi comprovado no encontro entre os Presidentes Menem e Collor em 1990, e instalaram um Comitê Permanente para intensificar os trabalhos nucleares e foi instalada a Política Nuclear Argentino-Brasileira, cujo foco era: 9 1) Aprovar o sistema comum de contabilidade e controle (SCCC), acordado pelo Comitê Permanente, que será aplicado a todas as atividades nucleares de ambos os países; 2) Estabelecer intercâmbio das respectivas listas descritivas de todas as instalações nucleares e das declarações dos inventários iniciais dos materiais nucleares existentes em cada país; registros e relatórios das atividades nucleares dos dois países; 3) Empreender negociações com a Agência Internacional de Energia Atômica para a celebração de um acordo conjunto de Salvaguardas que tenha como base o Sistema Comum de Contabilidade e Controle;1 A declaração acima afirma que os países estavam dispostos a aprofundarem os estudos na tecnologia nuclear e a cooperarem um com o outro, a cumprir todos os acordos internacionais de não-proliferação nuclear e a ter uma região livre de armas nucleares, principalmente após a criação da Agência Brasileiro – Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), cujo objetivo é estabelecer salvaguardas nucleares entre as duas nações e garantir que ambos estão usando tecnologia nuclear apenas para fins pacíficos. (BOMPADRE, 2000) Em 1980, foi assinado o Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento e Aplicação dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear, que foi uma cooperação desenvolvida nos seguintes campos: a) Pesquisa, desenvolvimento, e tecnologia de reatores de pesquisa e de potência, incluindo centrais nucleares; b) Ciclo de combustível nuclear; c) Produção de radioisótopos e suas aplicações; d) Proteção radiológica e segurança nuclear; e) Proteção do material nuclear; f) Pesquisa básica e aplicada relativa aos usos pacíficos da energia nuclear.2 O objetivo deste acordo era ampliar a cooperação entre ambos, utilizar energia nuclear para fins pacíficos e para o desenvolvimento econômico e social, proibir o uso de armas nucleares, etc. E a cooperação seria através de formação e capacitação de pessoal científico e técnico; intercâmbio; bolsas de estudos; formação de grupos de trabalho para realização de estudos e projetos concretos de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico e fornecimento de material (BRASIL, 1983). 1 Declaração sobre Política Nuclear Comum Brasileiro – Argentina. Disponível em <https://www.abacc.org.br/wp-content/uploads/2016/09/Declara%C3%A7%C3%A3o-de- Pol%C3%ADtica-Nuclear-Comum-Foz-do-Igua%C3%A7u-portugu%C3%AAs-assinada.pdf> Acesso em 21 de outubro de 19 2 DECRETO Nº 88.946, DE 07 DE NOVEMBRO DE 1983. https://www.abacc.org.br/wp-content/uploads/2016/09/Declara%C3%A7%C3%A3o-de-Pol%C3%ADtica-Nuclear-Comum-Foz-do-Igua%C3%A7u-portugu%C3%AAs-assinada.pdf https://www.abacc.org.br/wp-content/uploads/2016/09/Declara%C3%A7%C3%A3o-de-Pol%C3%ADtica-Nuclear-Comum-Foz-do-Igua%C3%A7u-portugu%C3%AAs-assinada.pdf 10 A integração bilateral entre Brasil e Argentina foi fundamental para o desenvolvimento dos dois países. Foi por meio desta cooperação que houve construção de usinas hidrelétricas, produtos utilizados para área da saúde e tratamento de doenças, etc. A tecnologia nuclear não serve somente para produzir armas. Com a redemocratização no Brasil e na Argentina, e posteriormente com a criação do MERCOSUL, a aproximação nucelar e consequentemente, comercial e financeira, entre os dois países aumentaram. Menem, presidente argentino na década de 1990, acreditava que se houvesse mudanças na política nuclear, não só a relação com o Brasil seria beneficiada, mas com toda a América Latina. Nesse período, os dois países abriram mão de suas políticas nucleares autônomas, ratificaram o Tratado de Tlateloco em 1994, que foi um acordo que tinha o objetivo de manter a América Latina livre de armas nucleares. Além disso, assinaram o Tratado de Não-Proliferação (TNP) de armas nucleares. Este tratado impedia os países não-nucleares criar armas nucleares. Em contrapartida, os países nucleares diminuiriam o ritmo da produção de armas nucleares. Em 1990, Brasil e Argentina assinaram um acordo chamado Política Nuclear Comum, que acordaram em usar energia nuclear “somente com objetivos pacíficos, em ratificar o Tratado de Tlateloco e em solicitar conjuntamente à Comissão Internacional de Energia Atômica o controle do uso pacífico de energia nuclear” (SARAIVA; TADESCO, 2001, p.132). Outro acordo muito importante, assinado pelos dois países para a não proliferação de armas nucleares foi a MTCR (Missile Technology Control Regime), que era uma associação informal de países, criado em 1987, cujo objetivo era combater a proliferação de mísseis de destruição em massa através de controle de exportação sobre bens e tecnologias de mísseis e serviços diretamente relacionados. A Argentina assinou o acordo em 1993, e o Brasil acordo em 1994. Atualmente há 34 países membros. Uma das principais funções do MTCR é identificar fatores que os Estados-membros devem considerar na exportação de itens controlados, que são: se o destinatário pretendido está tentando ou tem ambição de adquirir armas de destruição em massa; os propósitos e capacidades dos programas espacial e de mísseis do destinatário pretendido; a credibilidade do Estado destinatário com relação aos propósitos da aquisição; a 11 contribuição potencial que a transferência proposta poderia trazer para que o Estado destinatário desenvolva veículos para armas de destruição em massa; e se a transferência pretendida conflita com acordos internacionais (BRANCO, 2011, p.29). Além desses fatores, há uma lista de itens controlados pelo MTCR, dentre eles estão o sistema completo de mísseis, equipamentos e componentes de propulsão, controle de voo, etc. Apesar disso, ser membro do MTCR “não impede o desenvolvimento de tecnologia de mísseis, própria ou em parceria com outro Estado- membro” (BRANCO, 2011, p.29). Durante os 1990, foram assinados os seguintes acordos: Acordo Bilateral para Usos Exclusivamente Pacíficos da Energia Nuclear, que cria a Agência Brasileiro- Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc). Em seguida, é assinado o Acordo Quadripartite (Brasil, Argentina, Abacc e Aiea), que um programa que coloca os países sob um sistema duplo de salvaguardas, aplicado pela AIEA e pela ABACC, e reforça ambas as nações teria acesso a equipamentos e tecnologia para o desenvolvimento de atividades nucleares apenas para fins pacíficos. Em 1994, os trêspaíses ratificam o Tratado de Tlatelolco (OLIVEIRA; ONUKI, 2000, p. 110). Através dos acordos com a Argentina, o Brasil tenta se mostrar ao mundo como um país pacífico disposto a contribuir com a não-proliferação. Por meio da relação bilateral nuclear com a Argentina, o Brasil mostra que "é possível cooperar exitosamente na não-proliferação nuclear em clima de transparência e confiança e, ao assim fazer, fortalecer o regime internacional da não-proliferação” (OLIVEIRA; ONUKI, 2000, p. 114). Após uma “pausa” dos programas nucleares na década de 1990, no governo Lula, esta cooperação foi retomada. Em de 2005, Lula e Nestor Kirchner além de firmarem Compromisso de Puerto Iguazú, assinaram a Declaração Conjunta sobre Política Nuclear e o Protocolo Adicional ao Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento e Aplicação dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear em Matéria de Reatores, Combustíveis Nucleares, Abastecimento de Radioisótopos e Radiofármacos e de Gestão de Resíduos Radiativos. O objetivo de tais acordo era aprofundar a cooperação bilateral “criando organismos e empresas necessários e acordando na 12 construção de um modelo de reator de forma conjunta que permitisse enfrentar as demandas futuras dos dois países” (GRASSI, 2019, p.102). Assinaram também o Protocolo Adicional ao Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento de Energia Nuclear para Fins Pacíficos nas Áreas Normativa e de Regulação Nuclear, o qual buscou estimular a cooperação na regulação da atividade nuclear, apontando diversas áreas para cooperação, como as áreas de segurança radiológica, nuclear, de transporte e dos dejetos radiativos, bem como no intercâmbio de experiências, assistência mútua e participação em atividades conjuntas (GRASSI, 2019). Em 2006, Brasil e Argentina comemoraram o aniversário de 15 anos da ABACC. Neste ano também, houve o programa de relançamento nuclear argentino e a inauguração de uma planta de enriquecimento industrial no Brasil, o que poderia gerar uma cooperação nuclear ainda maior entre ambos. (GRASSI, 2019). Em 2007, Lula e Kirchner demonstraram interesse na tecnologia nuclear para conquistar a independência energética. Por esse motivo criaram o Mecanismo de Cooperação e Coordenação Bilateral, que delimitava quatro setores gerais de atuação de Economia, Produção, Ciência e Tecnologia; de Energia, Transporte e Infraestrutura; de Defesa e Segurança; e de Saúde, Educação, Desenvolvimento Social, Cultural e Circulação de pessoas (GRASSI, 2019, p. 104). Os dois presidentes queriam desenvolver fontes alternativas de energia, pois há uma crescente escassez de energia no mundo. Em 2008, criaram a Comissão Binacional de Energia Nuclear (COBEN), que visava a construção de um reator nuclear, que funcionasse através de urânio enriquecido, que atendesse a necessidade dos dois países. Essa empresa sustentaria os dois países e, futuramente, outros países da América do Sul. Em 2016, Macri visitou Michel Temer em Brasília, e ambos reforçaram e se ajudarem mutuamente na área nuclear. (GRASSI, 2019). Em 2009, numa viagem de Lula à Argentina, foram discutidas políticas de cooperação bilateral na área nuclear, tais como iniciativas de harmonização de programas de educação e treinamento na área nuclear, facilidade de intercâmbio de estudantes, profissionais, produtos e serviços. Em 2010, Lula e Cristina Kirchner se comprometeram a fortalecer e melhorar a ABACC, bem como melhorar a cooperação bilateral entre Brasil e Argentina na área nuclear (GRASSI, 2019). 13 Em 2011, Dilma e Cristina Kirchner firmaram o acordo entre a CNEA e a CNEN sobre e a CNEN sobre o Projeto de Novo Reator de Pesquisa Multipropósito, estabelecia a construção de um reator de pesquisa na Argentina e outro no Brasil, sendo acordado que Os reatores [...] se destinam às mesmas aplicações de ‘produção de radioisótopos, testes de irradiação de combustíveis e materiais, e pesquisas com feixes de nêutrons’. Os dois reatores de pesquisa terão a mesma potência de 30 MW e projetos similares dos sistemas do reator propriamente dito, da instrumentação e controle, e dos feixes de nêutrons. [...] As autoridades competentes da Argentina e do Brasil envidarão esforços para desenvolver os respectivos projetos em parceria, estendida às futuras contratações, visando redução de custos, redução de esforços e maior eficiência no processo. A CNEA e a CNEN manterão suas independências técnica e econômica. Uma vez concluídos os projetos básicos, nas suas etapas posteriores ambos os empreendimentos serão conduzidos de forma independente. A CNEA e a CNEN manifestam a sua disposição para explorar outras oportunidades de cooperação nas etapas posteriores de ambos empreendimentos. Um Comitê Diretor, constituído por dois representantes da CNEN e dois representantes da CNEA, supervisionarão a implementação e a execução das atividades deste Convênio (GRASSI, 2019, pp 106-107). Os dois reatores seriam destinados para a produção de radioisótopos de aplicação medicinal para diagnóstico precoce e tratamento de tumores cancerígenos, bem como trarão benefícios a outros setores, “como o de engenharia de alimentos, o de energia, a indústria e o setor naval. Sua implantação permitirá agregar pesquisadores de diversas áreas, possibilitando a criação de um núcleo de conhecimento capacitado, integrado e coeso”. O funcionamento pleno dos reatores brasileiro está previsto para 2022. (GRASSI, 2019, p. 108). Ao ser eleito em 2015, a primeira viagem internacional e oficial do Presidente Macri foi ao Brasil. E no encontro com Michel Temer, este afirmou que uma das prioridades da cooperação bilateral Brasil-Argentina seria na área nuclear, espacial, defesa, ciência e tecnologia. Os dois acordaram, igualmente, em “redobrar esforços para aprofundar a cooperação em áreas como segurança, defesa, energia nuclear, âmbito espacial, ciência e tecnologia, entre outros” (GRASSI, 2019, p. 115). Além disso, reafirmaram a relevância da ABAAC no uso de tecnologia nuclear para fins pacíficos, na construção do Reator Multipropósito Brasiliero (RMB) e o Reator Argentino Multipropósito, previsto para funcionamento pleno em 2022 (BRASIL, 2017) Em 2017, foi assinado o acordo para a construção do Reator Multipropósito Brasileiro, que está sob a responsabilidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear 14 (CNEN). O reator terá potência de 30 MW e será semelhante ao Reator Nuclear OPAL, de 20 MW, na Austrália, e será projetado pela empresa argentina INVAP, que participou do projeto básico do reator e dos sistemas de reator. Será construído em Iperó/SP e a data de previsão é para 2022. Os principais objetivos do Reator são a produção de radioisótopos e radiofármacos, visando suprir toda a demanda nacional, a irradiação de testes de nucleares e materiais estruturais e o desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas através do feixe de nêutrons. (BRASIL, 2017) Em novembro de 2018, foi realizado na embaixada do Brasil em Buenos Aires o seminário Oportunidades de negócios entre empresas brasileiras e argentinas do setor nuclear, cujo objetivo revisar o relacionamento bilateral na área nuclear e realizar novos comércios entre as empresas brasileiras e argentinas no setor (BRASIL, 2018).3 Em maio de 2019, foi realizado em Brasília o Comitê Permanente de Política Nuclear Brasil – Argentina (CPPN), que é um mecanismo de coordenação instituído pelos corpos diplomáticos dos dois países e sua agenda contempla temas bilaterais e multilaterais da área nuclear. De acordo com o Secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência Argentina, a política nuclear de Bolsonaro é motivo de preocupação para o país vizinho, pois o Presidente do Brasil pretende “militarizar” o programa, nuclear ao transferir a responsabilidade para a Marinha, mas originalmente a cooperação nuclear é destinado a fins civis,e essa política nem sempre é conveniente aos vizinhos. (BRASIL, 2019). Além disso, enquanto a Argentina planeja ampliar o controle da AIEA, o Brasil está resistente em relação a isso e não tem intenções de assinar protocolos adicionais de salvaguardas, o que aumentaria o controle do programa nuclear em ambos os países. Isso está gerando “desacordos crescentes entre Brasil e Argentina que as autoridades insistem em negar” (BLINOV, 2019, s/p). Apesar dos impasses, as nações continuarão investindo na energia nuclear apenas para fins pacíficos, como uso de energia nuclear para tratamento de câncer, construção de usinas, etc. (BLINOV, 2019). 3 Disponível em <http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/19739-cooperacao-nuclear- brasil-argentina-nota-conjunta-a-imprensa-7-de-novembro-de-2018> Acesso em 05 de novembro de 2019. http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/19739-cooperacao-nuclear-brasil-argentina-nota-conjunta-a-imprensa-7-de-novembro-de-2018 http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/19739-cooperacao-nuclear-brasil-argentina-nota-conjunta-a-imprensa-7-de-novembro-de-2018 15 Mesmo com mudanças de governos e/ou regimes, tanto ditatura quanto democracia, em alguns períodos com prioridade e em outros momentos com pouca prioridade, o programa de cooperação nuclear sempre esteve presente na integração Brasil-Argentina. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que Brasil e Argentina tinham histórico de rivalidades antes mesmo de se tornarem independentes, cuja origem se deu entre os seus colonizadores Espanha e Portugal. Mesmo sendo parceiros comerciais, essa rivalidade perdura ainda hoje, pois ambos disputam pela hegemonia sul americana. No início da cooperação nuclear, Brasil e Argentina se viam com desconfianças nesta área, pois se temia que haveria uma corrida armamentista na América do Sul. Porém, aos poucos, a desconfiança deu lugar à confiança cooperação. A cooperação nuclear Brasil-Argentina, além gerar distensão entre os dois países, foi fundamental para o desenvolvimento interno de ambos nas outras áreas, como tecnológica, industrial, científica, etc. Além disso, Brasil e Argentina se beneficiariam com tal cooperação e se destacariam no cenário internacional. A relação entre os dois países também é importante para que eles se ajudem mutuamente, pois enquanto na Argentina utiliza-se o urânio natural e água pesada, cuja principal função é a captura de neutrinos que são liberados pelo urânio em um reator nuclear, no Brasil, utiliza-se urânio enriquecido, que pode ser usado tanto para geração de energia nuclear quanto para produção de armas nucleares, e água leve. As tecnologias de enriquecimento do urânio também são distintas, a Argentina desenvolve a técnica de difusão gasosa, enquanto o Brasil, o processo de centrifugação. Conclui-se também que o grau de importância da agenda nuclear pode variar entre os governos, bem como por questões internas e externas dos países. No período da ditadura nos dois países, a cooperação nuclear teve bastante relevância. Acredita-se que Bolsonaro pretende usar e expandir a energia nuclear, não apenas para fins pacíficos. Mesmo havendo momentos de tensões entre as duas nações há vários projetos nucleares internos e em cooperação com a Argentina, como a 16 retomada da construção de Angra III, o Reator Argentino Multipropósito, o Reator Brasileiro Multipropósito, o submarino brasileiro nuclear com tecnologia francesa, etc. Há muitos projetos que foram parados, alguns foram retomados e outros em andamento. REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS BLINOV, Maksim. Gestão da energia nuclear no governo Bolsonaro preocupa a Argentina. Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. 2019. BOMPADRE, Gerardo Ezequiel. Cooperación nuclear Argentina-Brasil. Evolución y perspectivas. Estudos de Relaciones Internacionales - Nº 18. 2000. BRANCO, Geraldo Antônio Diniz. O Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis – MTCR. 8º Seminário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Defesa. 2011. CANDEAS, Alessandro Warley. Relações Brasil-Argentina: uma análise dos avanços e recuos. Revista Brasileira de Política Internacional. 2005. Energía Nuclear en Argentina. Disponível em < https://energia- nuclear.net/situacion/energia_nuclear_argentina.html> Acesso em 22 de novembro de 2019 GRASSI, Jéssica Maria. Parceria estratégica entre Brasil e Argentina: cooperação nuclear e integração sul--americana no século XXI. Instituto Latino-Americano de Economia, Sociedade e Política (Ilaesp). 2019. Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares. Reator Multipropósito Brasileiro. Disponível em <https://www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=2773> Acesso em 20 de novembro de 2019 KURAMOTO, Renato Yoichi Ribeiro; APPOLONI, Carlos Roberto. Uma Breve História da Política Nuclear Brasileira. Cad. Brás. Ens. Fís., v. 19, n.3: p.379-392. Londrina, dez. 2002. https://energia-nuclear.net/situacion/energia_nuclear_argentina.html https://energia-nuclear.net/situacion/energia_nuclear_argentina.html https://www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=2773 17 Ministério das Relações Exteriores: Cooperação nuclear Brasil-Argentina – nota conjunta à imprensa – 7 de novembro de 2018. Disponível em <http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas- a-imprensa/19739-cooperacao-nuclear-brasil-argentina-nota-conjunta-a-imprensa-7-de- novembro-de-2018> Acesso em 05 de novembro de 2019. OLIVEIRA, Amâncio Jorge; ONUKI, Janina. Brasil, Mercosul e a segurança Regional. Revista Brasileira de Política Internacional. 2000. OLIVEIRA, Odete Maria. A integração bilateral Brasil-Argentina: tecnologia nuclear e Mercosul. Revista Brasileira de Política Internacional. 1998 Presidente Jair Bolsonaro assina decreto que qualifica Angra 3. Programa de Parcerias e investimentos. Disponível em <https://www.ppi.gov.br/presidente-jair-bolsonaro- assina-decreto-que-qualifica-angra-3> Acesso em 05 de novembro de 2019.> SARAIVA, Miriam Gomes; TADESCO, Laura. Argentina e Brasil: políticas exteriores comparadas depois da Guerra Fria. Revista Brasileira de Política Internacional. 2011. SPEKTOR, Matias et al. Brazil’s Nuclear Posture Under Bolsonaro. Arms Control Association. 2019 WAISMAN, Valentina. Argentina y Brasil: Percepciones y Posturas ActualesFrente al Régimen de No Proliferación Nuclear. Revista Política Hoje, Vol. 19, n. 2. 2010. Tratado de Integração - 29/11/1988 – Disponível em < https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes- mistas/cpcms/publicacoeseeventos/livros.html/legislacaotextosbasicos.html/tratadoi ntegracao.html> Acesso em 01 de novembro de 2019. http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/19739-cooperacao-nuclear-brasil-argentina-nota-conjunta-a-imprensa-7-de-novembro-de-2018 http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/19739-cooperacao-nuclear-brasil-argentina-nota-conjunta-a-imprensa-7-de-novembro-de-2018 http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/19739-cooperacao-nuclear-brasil-argentina-nota-conjunta-a-imprensa-7-de-novembro-de-2018 http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/19739-cooperacao-nuclear-brasil-argentina-nota-conjunta-a-imprensa-7-de-novembro-de-2018 http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/19739-cooperacao-nuclear-brasil-argentina-nota-conjunta-a-imprensa-7-de-novembro-de-2018 https://www.ppi.gov.br/presidente-jair-bolsonaro-assina-decreto-que-qualifica-angra-3 https://www.ppi.gov.br/presidente-jair-bolsonaro-assina-decreto-que-qualifica-angra-3 https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-mistas/cpcms/publicacoeseeventos/livros.html/legislacaotextosbasicos.html/tratadointegracao.html https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-mistas/cpcms/publicacoeseeventos/livros.html/legislacaotextosbasicos.html/tratadointegracao.html https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-mistas/cpcms/publicacoeseeventos/livros.html/legislacaotextosbasicos.html/tratadointegracao.htmlhttps://www.ppi.gov.br/html/objects/_viewblob.php?cod_blob=6341&width=0&height=0 https://www.ppi.gov.br/html/objects/_viewblob.php?cod_blob=6341&width=0&height=0
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