Aula 5 - Psicomotricidade Clínica e Relacional

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Unidade III
Técnicas de Trabalho Clínico 
Na Psicomotricidade E Terapias 
Aquáticas
Nesta unidade, veremos alguns instrumentos 
que devem ser usados no trabalho clínico, vamos 
ver conceitos práticos em alguns pontos específicos, 
como as dominantes, e entrar um pouco mais na 
prática clínica. Vamos lá?
3.1. Material para intervenção
A Psicomotricidade ainda é uma obra inacaba-
da, ou seja, ainda existem poucas técnicas de traba-
lho divulgadas em livros para a classe de psicomo-
tricistas, portanto, segue série de atividades bastante 
útil para o trabalho clínico ou pedagógico direciona-
da para cada idade.
3.1.1. Quem Brinca, Seus Males 
Espanta
Não existem regras. Seu filho está doente e é ele 
quem deve escolher como quer brincar. Mas algumas 
sugestões, divididas por faixa etária, podem ajudá-lo 
a oferecer várias alternativas irresistíveis.
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Tipos de atividades Idade
● Argila para misturar e amassar De 01 a 02 anos
● bonecas ou animais de pano
● livros com figuras grandes e coloridas, 
de pano ou cartão grosso
● encaixes de argolas ou formas geomé-
tricas
● objetos que possam ser empurrados
● brinquedos desmontáveis
● caixas de papelão, sem fundo, para a 
criança passar por dentro
● pintura a dedo De 02 a 04 anos
● argila para modelar
● revistas velhas para rasgar com as 
mãos
● fantoches grandes e de dedos
● família de bonecos
● livros de histórias
● jogos com peças que encaixem umas 
nas outras
● jogos com figuras pares
● lápis de cera e papel sem pauta
●casa de bonecas e acessórios (roupas, 
utensílios domésticos, telefone...)
●dominó de figuras, cores...
● encaixes classificados de acordo com 
uma única variável: cor, tamanho ou 
forma
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● brinquedos com botões, zíper e col-
chetes
De 04 a 07 anos
● jogos de enfiar contas, bordados de 
alinhavo
● quebra-cabeça
● jogo simples de memória 
● loto com figuras
● jogos que relacionem números e 
quantidades
● jogos de sorte, com dados e seqüência 
numérica (ludo e banco imobiliário por 
exemplo)
●canetas hidrográficas coloridas De 07 a 12 anos
● tintas, pincéis finos
● teatro de bonecos
● dramatização
● livros de contos
●jogos competitivos que necessitam 
coordenação motora (pega varetas, cinco 
marias...)
● jogo de botão
● minitear
● quebra-cabeças com peças menores
● jogo de cartas/baralho
● dominó com associação de ideias
● jogo da velha
● jogos de tabuleiro
● brinquedos de experiências
● jogos com letras, sílabas e palavras
● coleção de papel de carta, selo, figuri-
nhas.
Fonte: adaptado do livro Fisioterapia, Fonoaudiologia e Tera-
pia Ocupacional em Pediatria. Artigo: Brinquedos e brincadei-
ras no desenvolvimento Infantil, de Samira Álvares de Pierri e 
Aide Mitie Kudo.
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3.2. Sinopse Sobre As Fases do 
Desenvolvimento Motor
Para entender as singularidades de cada idade 
vamos acompanhar cada fase do desenvolvimento.
DESENVOL-
VIMENTO
DO ESQUE-
MA
CORPORAL
DESENVOLVI-
MENTO
PSICOMOTOR
(Geral)
DESENVOLVI-
MENTO
MOTOR
FAIXA
ETÁRIA 
FASE DO 
CORPO SUB-
MISSO
- Movimentos 
e s t r i t a m e n t e 
a u t o m á t i c o s , 
dependentes da 
bagagem inata
(reflexos e au-
tomatismos de 
alimentação, de 
defesa e de
equilíbrio)
FASE NEURO-
MOTORA
- Desenvolvi-
mento do siste-
ma de respostas 
inatas
FASE DOS MO-
V I M E N T O S 
REFLEXOS
- Respostas glo-
bais do corpo
- movimentos 
programados ge-
neticamente
- movimentos 
controlados in-
conscientemente.
(descargas moto-
ras)
M É D I A 
ZERO
A 
1 
ANO
FASE DO 
CORPO VIVI-
DO (1 a 4 anos)
- Experiência 
vivida do movi-
mento global.
- Primeiro esbo-
ço do esquema-
-imagem corpo-
ral.
FASE SENSÓ-
RIOMOTORA
- Desenvolvi-
mento do siste-
ma motor global 
(locomoção)
FASE DOS MO-
V I M E N T O S 
RUDIMENTA-
RES
- Primeiras for-
mas de movimen-
tos voluntários.
- controle tônico-
-postural.
- Manipulação 
(pegar, receber e 
arremessar)
- Movimentação 
de locomoção 
(rolar, rastejar, 
quadrupediar e 
andar)
De
 
1 a 2 ANOS
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FASE DO 
CORPO DES-
COBERTO (4 a 
5 anos)
- Consciência 
das característi-
cas corporais.
- Descoberta 
dos segmentos 
corporais
-Verba l ização 
das partes do 
corpo pelo jogo 
da função sim-
bólica.
FASE PERCEP-
TIVO-MOTO-
RA
- Desenvolvi-
mento dos siste-
mas de locomo-
ção, preensão e 
visomotor
FASE DOS MO-
V I M E N T O S 
FUNDAMEN-
TAIS
- Movimentos 
mais eficientes e 
complexos.
- Movimentos 
locomotores (an-
dar, correr, saltar 
e saltitar)
- Movimentos 
não-locomotores 
( flexionar, esten-
der, torcer, girar, 
levantar)
- Movimentos 
manipulativos
(lançar, pegar, ba-
ter, rebater, chu-
tar, quicar)
De 2 a 7 
ANOS
FASE DO 
CORPO RE-
P R E S E N TA -
DO (6 a 10 
anos)
- Controle vo-
luntário de atitu-
des corporais.
- aquisição do 
esquema pos-
tural. (imagem 
postural estática)
FASE DO 
CORPO OPE-
RATÓRIO (10 
a 12 anos)
- Imagem an-
tecipatória dos 
movimentos em 
sequência.(es-
quema imagem 
corporal dinâ-
mica)
- Estruturação 
espaço temporal 
dentro do domí-
nio corporal
FASE PSICO-
MOTORA
- Desenvolvi-
mento dos siste-
mas de locomo-
ção, preensão, 
visomotor e au-
diomotor.
FASE DE COM-
BINAÇÃO DOS 
MOVIMENTOS 
FUNDAMEN-
TAIS
- Melhoria da exe-
cução e aumento 
da capacidade de 
combinação de 
movimentos fun-
damentais
- Início do domí-
nio de habilida-
des específicas
De 2 a 7 
ANOS
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E S Q U E M A 
C O R P O R A L 
BASICAMEN-
TE FORMA-
DO
FASE SOCIO-
MOTORA
- Aprimoramen-
to dos sistemas 
da fase anterior.
- Desenvolvi-
mento dos siste-
mas cinestésicos-
-simbólicos e 
audiossimbólico.
FASE DOS MO-
V I M E N T O S 
C U L T U R A L -
MENTE DE-
TERMINADOS
- Melhoria da 
execução de ha-
bilidades especí-
ficas
- Diversificação 
e aprimoramento 
de movimento 
culturalmente de-
terminados.
De
12 
ANOS
em
 diante
Agora que já vimos como funciona o processo 
de desenvolvimento, vamos escolher as músicas que 
mais se adéquem à necessidade da criança.
3.3 Sugestões de Músicas
● TIO DE PARIS
Quando meu tio 
Chegou de Paris
Trouxe prá mim
 (colocar objetos realizando movimentos. Ex: 
lindo leque; uma tesoura; etc.).
● CRUZANDO O PÉ NA FRENTE
Cruzando, o pé na frente (três vezes, na última 
vez cantar):
e não cruzando mais.
Pulando prá direita (três vezes, na última vez 
cantar):
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E não pulando mais
Prá cima e prá baixo (três vezes, na última cantar):
E não descendo mais
Prá frente e prá trás (três vezes, e na última cantar):
Parando no lugar
● JIBÓIA
Tava de bota passeando numa boia
Tava joia, tava joia
Aí apareceu uma jiboia
Não ficou joia, não ficou joia
Aí eu bolei uma tramoia
Peguei um pau e dei nos zoio da jiboia
Agora que a jibóia já não zoia 
Ficou joia, ficou joia
● FORMIGUINHA
Fui ao mercado comprar café
Veio a formiguinha e subiu no meu pé
Eu sacudi, sacudi, sacudi
Mas a formiguinha não parava de subir
(trocar as palavras sublinhadas por objetos e 
partes do corpo que rimem. Ex: panela/canela; es-
pelho/joelho. A cada parte do corpo devemos me-
xer ao cantarmos “sacudi”).
● TÓKI PATOKI
Toki Patoki
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Patoki Taki
Tikete Tikete Tumba! Tumba! Tumba! Tumba!
● CABEÇA BOCA-MELO 1 2 3
Cabeça, boca, melo 1 2 3 (duas vezes)
Mão, barriga, melo 1 2 3 ( duas vezes )
(Junta tudo) Cabeça, boca, mão, barriga, melo 1 2 3
Pé, joelho, melo 1 2 3 ( duas vezes )
(Junta tudo) Cabeça, boca, mão, barriga, pé, jo-
elho, melo 1 2 3
(acrescentar meio passo, passo inteiro, etc.).
● RAICH
Raich! Raich! 
OHHH! OHHH! 
Tchem! Tchem! Cole!
Tchem! tchem Coliza!
Alisa alisa manga!
Alisa alisa manga!
Alisa a cabeça do amigo!
(colocar outras partes do corpo)
● DANÇA TROPICAL (TCHUTCHUAU)
Tchutchuau Tchutchuau
É uma dança tropical
Tchutchuau Tchutchuau 
Ela é muito legal.
Tchutchuau Tchutchuau
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Um bracinho esticadinho
Tchutchuau Tchutchuau
Outro braço esticadinho
Tchutchuau Tchutchuau
Empinando o bumbum... (colocar todo o cor-
po por partes)
Fonte: Folclore popular (Domínio Público)
3.4 Dinâmica
- JACA OU JACARÉ
Cada vez que eu falar “JACA”, vocês se sentam, 
e quando falar “JACARÉ”, vocês se levantam. Pres-
tem atenção na historinha para ninguém sentar no 
jacaré e levantar na jaca, é ao contrário!Manuel ia à casa de seu tio Florindo para apanhar 
jacas. Bem no meio do caminho havia um grande rio 
que não tinha ponte; era preciso atravessar de canoa. 
Neste rio havia jacarés ferozes e Joaquim pensou:
- Eu quero as jacas e vou enfrentar os jacarés?
E então, ele chegou à beira do rio e viu aquela 
quantidade de jacarés. Ficou pensativo: “jacas ou 
jacarés, jacas ou jacarés”.
Entrou na canoa e começou a remar contra 
os jacarés. Remou, remou, lutou, lutou, sempre no 
meio dos jacarés, mas sem se esquecer das suas ja-
cas. Até que enfim, chegou à margem do rio.
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Ufa! Esses jacarés me cansaram. Mas, estou 
mais perto das minhas jacas.
Andou, andou e viu o pé de jaca. Como fazer 
agora.
Apanhou cinco jacas e lembrou-se dos jacarés 
que enfrentara, mas voltou feliz da vida com suas 
jacas até o rio de jacarés. Colocou as jacas na canoa 
e começou a luta. Salva a jaca e bate no jacaré. Bate 
no jacaré e salva a jaca. Até que jogou uma jaca no 
jacaré e eles deixaram-no seguir em paz. Chegou, 
desceu da canoa e comeu todas as jacas.
Fonte das músicas: Domínio Público
3.5. Iniciação Nas Atividades 
Clínicas A Partir Das Funções 
Psicomotoras
1. Atividades que auxiliam o desenvolvimento 
da coordenação motora ampla
→ Em Papel: 
● Fazer maquetes com papel;
● Dobrar pedaços grandes de papel e transfor-
má-los em imagens de bichos e pessoas;
● Fazer dobraduras gigantes;
● Montar quebra-cabeça gigante no chão;
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● Fazer imagem do corpo humano em tama-
nho natural;
● Fazer um tabuleiro grande para jogar trilha 
com pessoas;
● Montar prédios com desenhos recortados no 
chão;
● Fazer roupas de papel e usá-las para uma dan-
ça ou expressão corporal.
→ Com tintas:
● Fazer pinturas no corpo com pincel;
● Fazer pinturas no corpo com o dedo;
● Fazer pintura no corpo com canetas;
● Colar pedaços de retalhos de papel em rou-
pas para expressão corporal.
→ Com sucata: 
● Brincar com fitas coloridas;
● Girar as fitas coloridas ao redor da cabeça;
● Pular em cima das fitas;
● Dobrar as fitas e soltá-las no ar;
● Correr com as fitas sem deixá-las tocar no chão;
● Jogar bolas em um cesto colocado a três me-
tros de distância;
● Jogar balões para o alto e não deixá-las tocar 
no chão;
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● Entrar em caixas de papelão grandes;
● Entrar em caixas de papelão pequenas;
● Fazer um circuito de bambolês para as crian-
ças passarem por dentro;
● Colocar jornais esparramados para que elas 
possam confeccionar roupas de papel;
● Fazer danças e movimentos com roupas de 
papel sem deixá-las rasgar.
→ Com bolas: 
● Passar a bola por cima da cabeça;
● Passar a bola por baixo das pernas;
● Jogar a bola a três metros de distancia dentro 
de um balde;
● Jogar a bola, colocar debaixo do corpo e ten-
tar deslizar sem que ela saia;
● Massagear o corpo com movimentos circu-
lares da bola.
2. Atividades que auxiliam no desenvolvimento 
da coordenação motora fina: 
→ Em Papel: 
● Recortar tiras de papel de revista com o dedo;
● Recortar quadrados em folhas de revista com 
o dedo;
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● Colar grão em fileiras desenhadas no papel, 
fazer mosaicos.
→ Com tinta: 
● Pinte pequenas formas geométricas; 
● Pinte formas geométricas usando a técnica de 
pontilhismo com lápis, com pincéis, com giz;
● Faça desenhos, pinturas em vidros com pin-
céis finos;
● Pinte panos de prato, guardanapos de tecido;
● Pinte o rosto, com o tema de bichos, em dias 
de festas.
→Com sucata: 
● Faça figuras geométricas usando barbante co-
lado no papel;
● Faça entalhes de figuras em barras de sabão, 
frutas ou em barras de argila;
● Coloque grãos dentro de vasilhas de vidro, de 
uma forma harmônica, para confecção de objetos 
de decoração.
→ Com bolas: 
● Pegue a bola de gude da mesa usando apenas 
a pinça;